Seu Lauro e Dona Neide: "Na roça temos tudo que precisamos".

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 9 • nº1763 Março/2015 Jaguarari A lida de Seu Lauro na roça começou quando ainda era menino, junto com os pais e uma ruma de criança -17 irmãos ao todo. Depois que cada um tomou o próprio rumo, Seu Lauro também foi pra cidade grande e ficou por 11 anos. A roça é seu cantinho de paz e tranqüilidade. A comunidade chama-se Vai Quem Quer, na zona rural de Jaguarari, Bahia. Seu Lauro conta que quando não havia cisterna tomava água de barreiro. Era a única disponível, tanto para as pessoas quanto para os animais. E muitas vezes o carro-pipa jogava água em um buraco cavado na terra e a água ficava suja devido à poeira e aos bichos que entravam nela. Em sua propriedade, a cisterna de placas chegou para melhorar a qualidade da água. «Uma benção», conta Seu Lauro. Primeiro a de consumo, depois a de produção. Para ele, a cisterna impede a entrada dos sapos e outros insetos, que poderiam acabar morrendo e contaminando a água. Seu Lauro e Dona Neide têm três filhos adultos, cada um com suas famílias e responsabilidades. Seu Lauro e Dona Neide: «Na roça temos tudo que precisamos» Seu Lauro e Dona Neide

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Este boletim traz um pouco da história do casal Seu Lauro e Dona Neide, residente na comunidade Vai Quem Quer, no município de Jaguarari-Bahia. Juntos, cuidam da pequena propriedade de onde tiram o sustento e reproduzem práticas agroecológicas.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 9 • nº1763

Março/2015

Jaguarari

A lida de Seu Lauro na roça começou quando ainda

era menino, junto com os pais e uma ruma de criança

-17 irmãos ao todo. Depois que cada um tomou o

próprio rumo, Seu Lauro também foi pra cidade

grande e ficou por 11 anos. A roça é seu cantinho de

paz e tranqüilidade. A comunidade chama-se Vai

Quem Quer, na zona rural de Jaguarari, Bahia.

Seu Lauro conta que quando não havia cisterna

tomava água de barreiro. Era a única disponível,

tanto para as pessoas quanto para os animais. E

muitas vezes o carro-pipa jogava água em um buraco

cavado na terra e a água ficava suja devido à poeira e

aos bichos que entravam nela.

Em sua propriedade, a cisterna de placas

chegou para melhorar a qualidade da água.

«Uma benção», conta Seu Lauro. Primeiro a de

consumo, depois a de produção. Para ele, a

cisterna impede a entrada dos sapos e outros

insetos, que poderiam acabar morrendo e

contaminando a água.

Seu Lauro e Dona Neide têm três filhos adultos,

c a d a u m c o m s u a s f a m í l i a s e

responsabilidades.

S e u L a u r o e D o n a N e i d e : «Na roça temos tudo que precisamos»

Seu Lauro e Dona Neide

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

A filha já tentou levá-lo para longe da labuta no

campo, mas o apego dele ao ambiente rural

não deixa. Na roça, ele tem tudo que precisa,

conta o agricultor.

Junto com Dona Neide, planta feijão e milho e,

canteiros, produzem hortaliças como coentro e

pimentão. Dona Neide diz que se preocupa

muito com as queimaduras que o sol deixa nas

plantinhas da horta e já providencia uma

proteção.

Ela entrega que Seu Lauro é teimoso porque, mesmo com limitações de força, continua fazendo o

trabalho braçal em boa parte da propriedade. Seu Lauro discretamente, responde que é filho do

homem do campo e, que mesmo aos 64 anos, precisa jogar duro. Seu Lauro e Dona Neide criam

galinhas, caprinos e alguns bovinos. O leite tirado dos animais é para consumo próprio. A

alimentação dos bichos é feita com ração nativa. A produção dos canteiros tem parte destinada para

a venda na feira livre do município, bem como oferecer aos amigos e vizinhos de roça.

Como agricultores conscientes, Seu Lauro e Dona Neide também se preocupam com o uso

sustentável e agroecológico da água e da terra. Sabem que dali sai o sustento diário para a

sobrevivência da família.

Realização Apoio

Cisterna de enxurrada