Seven Magazine #5

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OBSESSÃO PAIXÃO PELA DANÇA. TRAGÉDIA ROMÂNTICA. COMPULSÃO PELA ARTE. EXPLOSÃO DE CÓLERA. ZERO Flávio Sampaio UM Ophelia DOIS Polaroids TRÊS Com a mão na massa QUATRO Casa Cor Ceará CINCO Vida em duas rodas SEIS Viagem de Cinema SETE Flashes Sociais COMPLE7AMENTE NÚMERO CINCO OUT | DEZ 2008 R$ 10

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Seven Magazine

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OBSESSÃOPAIXÃO PELA DANÇA. TRAGÉDIA ROMÂNTICA. COMPULSÃO PELA ARTE. EXPLOSÃO DE CÓLERA.

ZERO Flávio Sampaio UM Ophelia DOIS Polaroids TRÊS Com a mão na massaQUATRO Casa Cor Ceará CINCO Vida em duas rodas SEIS Viagem de Cinema SETE Flashes Sociais

COMPLE7AMENTE

NÚMERO CINCOOUT | DEZ 2008R$ 10

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™ DIREÇÃO GERALRogilton Conde

™ EDIÇÃOAna [email protected] Mônica Lucas [email protected] [email protected]

™ REDAÇÃOAna Naddaf, Mônica Lucas e Rogilton Conde

™ COLUNISTASGal Kury e Heloísa Helena Rodrigues

™ PROJETO GRÁFICOChico Neto

™ DIREÇÃO DE ARTE E EDITORAÇÃO ELETRÔNICAChico [email protected]

™ ARTE-FINALLuiz Junior e Digital Results

™ FOTOGRAFIA Nicolas Gondim e SXC.hu

™ PRODUÇÃO DE MODA Marcos Marla

™ REVISÃOEleuda de Carvalho

™ DEPARTAMENTO FINANCEIRORafaela Conde e Rob C. Carneiro

™ DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMERCIALCoordenação: Gal Kury Executivos de contas: (85) 8889 7777 | (85) 8897 2000 [email protected]

EXPEDIENTE

™ COLABORARAM NESTA EDIÇÃOTexto: Jackson Araújo Jr.Imagem: Caio Ferreira, Esdras Guimarães,Haroldo Sabóia, Iratuã Freitas, Patrícia Paes,Roberta Braga e Roberto Machado Imagem artística: Bruno Dellani, Erik Égon,Otávio Rodrigues e Renato Carvalho

™ AGRADECIMENTOS ESPECIAISÉrico Gondim, Felipe Naur, Isadora Pontes Gallas,Jerfson Lins, Julie Gadelha, Juliana Xaviere Robson Bruno Barbosa.

™ SEVEN MAGAZINE É UMA PUBLICAÇÃO DERC Assessoria de Imprensa e Comunicação LtdaRua Walter Studart, 56 - Dionísio Torres CEP 60125-140 Fortaleza CE Brasil

™ JORNALISTA RESPONSÁVELRogilton CondeMTB CE 01057 JP

™ IMPRESSÃOHalley S.A. Gráfica e Editora

™ TIRAGEM10 mil exemplares

™ FALE COM A GENTE!+55 85 3264 0221 / 3224 [email protected]

™ SUGIRA UMA NOTÍCIA OU REPORTAGEM:[email protected]

A SEVEN é um espaço aberto para novas idéias.Agradecemos colaborações, mas não nos responsabilizamos por materiais não solicitados.

Os artigos assinados são de responsabilidadede seus autores e não refletem, necessariamente,a opinião da revista. É proibida a reproduçãototal ou parcial de textos, fotos ou ilustrações,por qualquer meio, sem a prévia autorizaçãodos nossos editores.

.As imagens que ilustram nosso editorial, expediente, índice e sessão de cartassão de Caio Ferreira e foram concebidasdurante a produção do editorial Ophélia.

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ZERO ® START008 | EDITORIAL

008 | EXPEDIENTE

010 | PRA COMEÇAR PATRÍCIA PAES

012 | ENTRE OLHARES FLÁVIO SAMPAIO

018 | OUTRO OLHAR GERSON MORENO

UM ® MODA020 | OPHÉLIA

030 | GRANDES MÍNIMOS DETALHES

036 | REAL STYLE OVERSIZE

038 | CURTA MUCURIPE FASHION MUSIC

040 | CURTA QUANDO A PASSARELA É A RUA

042 | curta A RODA QUE GIRA A MODA

044 | curta LUXO POR TEMPO LIMITADO

046 | curta GREEN MANOLOS

048 | curta TECIDOS INTELIGENTES

050 | curta POP FASHION QUEEN

DOIS ® CULTURA052 | ”INSTANTANEAMENTE” DESAPARECENDO

056 | curta LIVRO ABERTO

057 | CURTA AO REVÉS

058 | UMA PÁGINA DUAS VIDAS

TRÊS ® GASTRONOMIA060 | HORA DE PÔR A MÃO NA MASSA

064 | TOP SEVEN NO PONTO

066 | CURTA AJUDA VALIOSA

CAPAOPHELIAFOTOCAIO FERREIRA TÍTULO MÔNICA LUCAS

MAQUIAGEM CORCINA LEITEMODELO LÍVIA SILVESTRELOOK MARK GREINER

PÁGINA DE BUSCA

QUATRO ® DECORAÇÃO&DESIGN068 | A CASA NÚMERO 10

080 | CURTA AND THE WINNER IS...

CINCO ® VIDA082 | SOB DUAS RODAS

088 | TOP SEVEN CIRCULANDO NA BOA!

090 | CURTA DESCANSE.EXE

091 | CURTA PASSA UM CREMINHO...

092 | CURTA SOCIEDADE ANÔNIMA

094 | GENTE NOSSA GAL KURY

SEIS ® VIAGEM096 | NO ROTEIRO

101 | CURTA

102 | CURTA MISS JERI

SETE ® SOCIAL CLUBE104 | HELOÍSA HELENA RODRIGUES

106 | NORMATEL DESIGN INAUGURADA

107 | KALLIL NEPOMUCENO

108 | SKYLER COMEMORA 10 ANOS

109 | MORENA ROSA EM SANTA CATARINA

110 | CASA COR CEARÁ COMPLETA UMA DÉCADA

112 | SÉRVULO ESMERALDO POR MOTA MACHADO

114 | ELEMENTAIS EM FORTALEZA

115 | BRINDE DUPLO

116 | 7 PECADOS CÓLERAS

117 | OBRA SOCIAL PIRAMBÚ DIGITAL

118 | TE PEGUEI + SELF-SERVICE

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TEDITORIAL

Foram dois dias praticamente inteiros foto-grafando em Guaramiranga. De dia, um sol de rachar. À noite, o frio típico da serra.

Pouco tempo para dormir. Refeições rápidas. Mas o que é isso diante do resultado do editorial Ophelia, nossa capa nesta edição? A personagem saída da imaginação do grande William Shakspeare tinha exatamente a força louca, trágica e romântica que queríamos retratar.

Lívia Silvestre encarnou, diante das lentes de Caio Fer-reira, a musa de Hamlet com convicção, sem recuar nem mesmo diante do lago gélido onde teria que boiar, tal e qual uma pintura de John Everett Millais. Aliás, a equipe inteira entrou de cabeça, desde o início, na pesquisa artística, na busca de locações escondidas em Guaramiranga e com outras idéias bacanas, como utili-zar o próprio mausoléu da cidade com um dos cenários do nosso editorial-narrativa.

Para o nosso editorial Grandes Mínimos Detalhes, con-tamos com a preciosa ajuda do designer Érico Gondim, que transformou em belos origamis as tendências em acessórios das passarelas internacionais e que já come-çam a ecoar por aqui. Para o contraste com o branco do papel recorremos ao blackface. Sim, sabemos ser esse um terreno polêmico que remete aos primórdios do cinema hollywoodiano, mas a idéia da stylist convidada, Isadora Pontes Gallas, foi utilizar a beleza estética, abs-traída de qualquer valor moral ou étnico.

Como se vê, a SEVEN foi movida por beleza e paixão, o que nos movimentou em direção ao trabalho, dedicadís-simo, do bailarino e professor Flávio Sampaio, que traça uma nova geografia da dança com meninos e meninas de Paracuru. Que nos conduziu a abrir mais uma vez as portas da Casa Cor Ceará, completando dez anos, no auge de sua energia criativa. E mais: que nos levou a desbravar a gastronomia, refletir sobre as recordações de um passado não tão distante e viajar em verdadeiros roteiros de cinema. Então aventure-se conosco. ™

T: MÔNICA LUCAS ® | F: CAIO FERREIRA

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T PRA COMEÇAR

COM SUAS DEzENAS DE RIOS E CANAIS, A TAILÂNDIA É CONSIDERADA A VENEzA ASIáTICA. EM SUAS MARGENS, A VIDA SEGUE NORMALMENTE: AS PESSOAS COMEM, SE VISITAM, LAVAM SUAS ROUPAS, REzAM. EM UM DESSES DIAS ROTINEIROS, A fOTÓGRAfA PATRíCIA PAES MIROU SUA LENTE NOS TRAbALhADORES ThAIS DE UMA fEIRA fLUTUANTE EM DAMNOEN SADUAk, LOCALIzADA A CEM qUILôMETROS DE bANGkOk, A CAPITAL DO PAíS. UM VERDADEIRO UNIVERSO DE CORES, SONS E SAbORES EXÓTICOS.

.Patrícia Paes trabalhou como modelo e produtora de moda antes de se dedicar à fotografia. Fez vários cursos em Fortaleza e participou de workshops com fotógrafos como Clício Barroso, Danilo Russo e Luis Crispino. Também estudou fotografia no Museu Internacional de Fotografia na Bréscia, Itália. Atualmente, mora em Fortaleza e atua na área de fotografia de moda, eventos e publicidade.

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T: MÔNICAS LUCAS ® + ANA NADDAF ® | I: NICOLAS GONDIM ®

Ele poderia estar no Rio, em Zurique ou em Varsóvia, mas o carnaval sempre passava em Paracuru, sua cidade natal, na costa oeste do Ceará. Nesta época, Flávio

Sampaio já tinha seu nome reconhecido como bailarino e profes-sor de consagradas companhias de balé. Foi em uma de suas visitas a Paracuru, a mesma onde ensaiou seus primeiros movi-mentos sem nunca ter visto um bailarino, que Flávio se deparou com novos passos em sua carreira. De um pedido por aulas de forró, formou-se a Escola de Dança de Paracuru. Depois de qua-tro anos e meio, a escola é a segunda do Brasil em balé masculino (a primeira é a do Balé Bolshoi, em Joinville) e já possui algumas promessas que andam despertando interesse de outras compa-nhias, como a da coreógrafa carioca Débora Colker. Em entrevista à Seven, o bailarino cearense também conta como foi seu primeiro contato com o balé - que acredita ser fruto de uma reencarnação -, como foi enfrentar o preconceito em uma terra de “cabra-macho”, e como chegou até o Municipal do Rio de Janeiro e à Ópera de Varsóvia. Ao final da conversa, Flávio volta a tocar no assunto de reencarnação. Se tiver outra, conta ele, quer ser bailarino de novo. Ou um cajueiro em Paracuru.

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ENTRE OLHARES

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Quando foi seu primeiro contato com o balé? Foi ainda em Paracuru?Foi uma coisa meio sobrenatural. Quando eu era criança, Paracuru ficava a quatro horas de distância de Fortaleza, não tinha nem estrada. Não tinha te-levisão também, só rádio e revista. Rádio não tem imagem; revista tem, mas é parada. Mas ainda criança eu sabia fazer alguns passos de balé e sempre tive essa vontade de ser bailarino. Fazia uma projeção com a luz, onde reproduzia com os braços o movimento da Morte do Cisne, sem nunca ter visto aquilo. Anos mais tarde, já no Municipal, no Rio, conheci um rapaz da Globo e contei essa história. Ele me disse que iria pesquisar pra mim. Aí veio com uma his-tória de que eu tinha sido em outra reencarnação um bailarino ou bailarina, provavelmente na Argentina. Eu ouvi e passou. E eu tinha também um sonho em que eu caía, caía... Um sonho reincidente, desde pequeno. Depois de muito tempo, eu estava em Buenos Aires, dando aulas, e conheci Carmelo Scaramu-zzino, e disse para ele que tinha vivido ali uma reencarnação passada.

Então você comprou a idéia? Acreditou nela?Carmelo achou a história interessante e foi pesquisar. Alguns dias depois, ele me procurou dizendo que tinha descoberto algo interessante: uma das primeiras professoras de balé de Buenos Aires, que se chamava Maria Quiroga, em 1930 e alguma coisa, estava viajando e o avião caiu. Essa pessoa da Globo, que era o Jair de Ogum, tinha falado que na outra reen-carnação era um desastre aéreo, mas que não tinha morrido do desastre, mas do contato com o gelo. Então a história ficou mais clara quando o Carmelo me disse que a Maria não morreu da queda, mas andando na cordilheira. Acharam o corpo mumificado no gelo. Fiquei curioso e fui ver o túmulo dela no cemitério da Recoleta, lá em Buenos Aires. E aconteceu algo que me deixou muito cismado. Eu tinha uma tia que era poetisa e se correspondia com a Eva Perón. Na mesma máquina, tirei uma foto no Café de la Paix, uma foto do túmulo dessa pessoa, Maria Quiroga, e depois da Eva Perón. Foram três fotos em seqüência. Quando cheguei ao Rio mandei revelar, o rapaz da loja me disse: “Olha que estranho. Não posso dizer que essa foto queimou, mas ela está toda em preto, só a foto, o retrato dela [no túmulo] aparece”. Então, não sei se acredito ou não, mas que me impressionou a coincidência, impressionou.

E é uma boa história pra contar!Ah, sim. Pelo menos isso.

Dos primeiros passos da Morte do Cisne, sem o menorconhecimento daquilo, como você foi parar nas aulas de balé?Eu estudava no Colégio Militar e meu ônibus parava em frente ao Theatro José de Alencar. Minha paixão pela dança era tão grande que eu perdia o colégio para ver aulas da academia do Hugo Bianchi. A Tereza Bittencourt dava aula no foyer do teatro, eu subia e ficava olhando. Um dia pedi pra fazer a aula e ela me disse que não, que infelizmente não aceitavam rapazes. Depois procurei o Hugo Bianchi e ele me disse: “Olha, as mães têm preconceito. Se você arranjar uma turma de rapazes que nem você, de uns treze anos, a gente faz uma turma”. Mas como eu ia arranjar isso no Colégio Militar?! Então nunca aconteceu até que, em 1973, eu soube que o Sesi ia ter uma escola de dança e que quem ia dar aula era o Denis Gray, do Municipal do Rio. Fui até lá me inscre-ver, mas eu não era filho de industriário, não tinha direito à matrícula. Mas me disseram que tinha um grupo folclórico, à noite, que não tinha essa exigência. Então me matriculei nesse, mas eu chegava no Sesi de manhã e assistia a todas as aulas. Um dia estava no palco fazendo minhas coisas e o Denis viu. Ele me chamou e disse: “Você quer isso mesmo?”. “Quero!”. “Então, venha amanhã”. A escola tinha começa-do em fevereiro e isso já era quase junho. Fiquei dois anos. Quando comecei, já estava com 16 anos.

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No balé, essa é uma idade boa para se começar?No Brasil, até é uma boa idade. Hoje não tem mais isso, mas naquela época geralmente você começava depois da maioridade. Porque se assumir bailarino era preciso ter muito coragem. Na minha família não tinha preconceito muito forte, mas uma grande preocupação com o futuro, como eu iria viver com essa profissão. Meu pai era pes-cador e sempre cuidou muito da minha educação e dos meus irmãos. Todos eles foram pra faculdade e se forma-ram em medicina, engenharia... Todas profissões que eram rentáveis. E eu, como eu iria me sustentar? Era isso que preocupava meu pai, não era preconceito. Mas na escola foi barra. Até que saí do colégio.

Qual foi o passo seguinte até os palcos?Eles escolhiam o melhor aluno do ano para fazer aula no Rio, na escola da Tatiana Leskova. E estava assistindo a essa aula o diretor do balé do Teatro Guaíra, de Curitiba, e ele me convidou pra ir para a companhia. Voltei para o Ceará só pra pegar a mala.

E o Municipal, como você chegou lá?O Municipal abriu seleção, fazia 15 anos que a companhia não se renovava. Eu estava no Guaíra em temporada em São Paulo e todos os bailarinos da companhia foram fazer o teste no Rio. Eu não ia, não achava ter condições, afinal, só tinha dois anos de dança. Era um grande sonho, mas não estava na hora. Uma amiga insistiu que eu fosse, pelo menos para ver como era uma audição, já que eu tinha ido pro Guaíra sem passar por uma. Peguei um ônibus meia-noite e cheguei no Rio de manhã. Passamos eu e a Ana Maria Botafogo. De sorte, estava lá no dia certo, na hora certa.

Você realmente crê que foi só sorte, numa seleção disputada como essa?Talvez o diretor tenha visto outra coisa. Só o tempo aprimo-ra o corpo. Com dois anos eu não tinha, não tinha como ter. Talvez tivesse talento, mas não as condições técnicas ideais. Eu acho que ali tinha pessoas melhores que eu.

Como foi sua experiência no Municipal? Era o que você esperava?No Municipal, a gente ensaia dois, três meses, mas à noite está fazendo um outro espetáculo. Então, é uma escola, com coreógrafos diferentes, balés de repertório associados a balés contemporâneos. Foi uma escola maravilhosa.

O que te fez deixar a carreira de bailarino e se tornar professor?Sofri um acidente. Não foi em cena, mas em um ensaio geral. Ao levantar uma bailarina, ela desequilibrou, caiu para trás e eu caí junto, de costas. Não fraturei nada, mas tive dois pro-cessos herniosos muito dolorosos. Passei por várias cirurgias e tenho problemas físicos até hoje. Não pude mais dançar. O médico chegou, me disse: “Dançar pra você?, esquece!”.

E como foi sua reação? Você estava no auge...Foi muito difícil, tive que fazer um trabalho psicológico muito intenso, porque aquilo era mi-nha vida, eu nunca tinha tido outro trabalho e não esperava ter que deixar de dançar tão cedo. Quando você deixa de dançar normalmente, pelo tempo, você se prepara, sua cabeça vai se organizando. Comigo não, isso foi abruptamente. E nisso eu me descobri professor. E, sincera-mente, me considero melhor professor do que fui bailarino. Isso também foi por acaso. Maura Esteves, primeira bailarina do Municipal, um dia teve que viajar e deixou um bilhete embaixo da minha porta: “Por favor, Flávio, dê essas aulas pra mim”. Eu fiquei nervoso, pensava, “como é que eu vou fazer isso?”. Mas fui e já na primeira aula vi que era minha praia. Quando eu ia dançar, ficava muito ansioso. Até entrar no palco, suava. Mas na sala de aula era normal, eu conseguia raciocinar rápido. Embora não tenha estudado profundamente aquilo, era uma intuição e dava certo. Aí comecei, em uma sala pequenininha em Copacabana e que, pouco tempo depois, tinha gente que estava no corredor porque não cabia mais.

Você era muito jovem ainda. Chegou a encontrar alguma resistência?Era jovem sim, 34 anos. Eu tinha parado de dançar e tinha que ser realocado em outro tra-balho: guarda-roupa, maquiagem, luz, coisas para as quais eu não tinha o menor talento, ou então, assistente de ensaio, assistente de coreografia ou mestre de balé. Então, eu tinha essas três últimas opções e fiz o concurso pra mestre. As pessoas diziam que eu era louco, mas eu achava que devia seguir o meu coração, e passei. E eles não me deixaram dar aula por uns três anos por receio, porque eu era muito jovem. Nessa época, continuava dando aula no estúdio da Tatiana Leskova e apareceu Celi Barbier, uma francesa que era agente de professores de balé na Europa e me convidou [para viajar]. Tirei uma licença no teatro e fui. Pensei, “já que não me querem aqui, vou embora pra outro canto”. E foi uma sorte muito grande, porque era pra Ópera de Varsóvia, uma companhia tradicional do bloco so-viético, e os russos tinham o balé mais evoluído do mundo. Quando voltava para o Brasil, os próprios bailarinos começavam a cobrar. Como é que eu dava aula em Varsóvia e não aqui? E foi aí que eles, no Municipal, permitiram que eu fosse mestre.

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Foi numa dessas vindas que surgiu a idéia da Escola de Dança em Paracuru?Em 1999, me chamaram para a implantação do Colégio de Dança, do Instituto Dragão do Mar, em Fortaleza. Vim para ficar dois anos e todo fim de semana ia até Paracuru, minha mãe morava lá. Um dia, me aparecem dez jovens de 15, 16 anos, perguntando se eu era professor de dança. Disse que era professor de balé. “Ah, balé”, e ficaram assim, quietinhos. Perguntei o que eles queriam. “Queremos fazer um curso de dança”. Opa! Um curso de dança na minha cidade, que coisa mara-vilhosa. Eu era diretor do Colégio de Dança, lá estava cheio de profes-sores, de coreógrafos; eu podia mandar pessoas para capacitar, fazer coreografia. Mas eles não queriam isso de jeito nenhum.

O que eles queriam?Eles queriam um professor de forró pra eles. Aí eu perguntei: “Mas por que forró?” Forró não tem técnica, não capacita, não permite que se possa crescer. Mas eles tinham muito receio e, aos poucos, fui perce-bendo que esse receio era pelo balé clássico.

Como você conseguiu convencê-los? Como foi o começo das aulas?Fui conversando com eles, até que aceitaram fazer street dance, que aí já tem uma técnica, com metodologia mais formal. Depois fizeram jazz. Aí chegaram no balé, mas faziam só no fim de semana, quando eu ia lá. Foi quando acabei o projeto do Colégio de Dança e tinha que voltar para o Bolshoi. Tinha um aluno do Colégio que se comprometeu a continuar o trabalho com eles, mas tudo era muito lento, muito primário. Lá no Bolshoi, depois de um ano e meio, tive uma crise de estresse muito violenta e tive que tirar um período de férias. Estava há 15 anos sem férias e vim pra Paracuru. Fiz tudo o que o médico recomendou, ia à praia todos os dias, mudei hábitos, a alimentação. Mas três meses depois liguei para o médico e falei a ele que não dava mais, ou morria de estresse ou de tédio.

Foi aí que você começou a se empenhar nesse projeto?Aluguei uma casinha perto da minha, já que ia passar um ano inteiro lá. Assim, podia trabalhar com estrutura melhor. Como eles só podiam fazer aula à noite por causa do colégio, de dia eu ia pra lá, fazia meu alongamento. Ficava na porta e via as crianças passando. Um dia, cha-mei e perguntei: “Ei, tu quer aprender balé?”. “Arre-égua, balé?! Ôxe!”. Mas aos poucos elas foram chegando e quando fui contar já tinha 47 alunos. Foi no final do ano que o Bolshoi me ligou: “Professor, vai voltar em fevereiro, né?” Fiquei louco, que irresponsabilidade a minha, mostrar um sonho desse e ir embora. Era hora de ficar por aqui e essa foi a coisa mais acertada que já fiz na vida, apesar do medo que tinha de ter um trabalho que era só meu. Até então eu tinha sempre um aparato por trás, de uma escola, uma companhia.

E teve que se tornar também um administrador.Esse é um problema sério. Fazer um projeto para a Petrobras tal-vez tenha sido uma das coisas mais alucinantes que fiz na vida. Eles são meticulosos com as informações. E eu não sabia fazer isso, não sabia nem o que era uma ONG. Tanto que, nos dois primeiros anos, sustentei a escola sozinho. Acho que somos o único projeto da Petrobras que foi escolhido. Em três meses foi aprovado. De 47 crianças, passamos para 70. Realmente, eu não podia mais sustentar sozinho. Tive que procurar a prefeitura para pedir alimentação, por-que as crianças desmaiavam de fome na aula. A gente não quer ser um projeto social, eu rejeito essa idéia, mas acontece.

Nesse período você ficava indo e vindo do Brasil para a Europa?Era jovem sim, 34 anos. Eu tinha parado de dançar e tinha que ser realocado em outro trabalho: guarda-roupa, maquiagem, luz, coisas para as quais eu não tinha o menor talento, ou então, assistente de ensaio, assistente de coreografia ou mestre de balé. Então, eu tinha essas três últimas opções e fiz o concurso pra mestre. As pessoas diziam que eu era louco, mas eu achava que devia seguir o meu coração, e passei. E eles não me deixaram dar aula por uns três anos por receio, porque eu era muito jovem. Nessa época, continuava dando aula no estúdio da Tatiana Leskova e apareceu Celi Barbier, uma francesa que era agente de professores de balé na Europa e me convidou [para viajar]. Tirei uma licença no teatro e fui. Pensei, “já que não me querem aqui, vou embora pra outro canto”. E foi uma sorte muito grande, porque era pra Ópera de Varsóvia, uma companhia tradicional do bloco soviético, e os russos tinham o balé mais evoluído do mundo. Quando voltava para o Brasil, os próprios bailarinos começavam a cobrar. Como é que eu dava aula em Varsóvia e não aqui? E foi aí que eles, no Municipal, permitiram que eu fosse mestre.

Nessas idas e vindas, como ficava Paracuru?Eu podia estar em Zurique, mas o carnaval eu sempre passava aqui.

Vinha curtir o “mela-mela”?Ia muito. Adorava! Hoje não gosto mais, mas era louco por carnaval, pelo Alderi, que era o forró da cidade.

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Paracuru ainda é uma cidade pequena. Ela convive bem com esses bailarinos? Afinal, o cearense é criado para ser “cabra macho”.A cidade viu que a sexualidade deles não mudou depois que viraram baila-rinos. Com as crianças sei que teve, sim, preconceito na escola no começo, no primeiro ano, mas hoje é diferente. Um menino bailarino em Paracuru é admirado. Muitas vezes está lá mais pelo status. Porque agora, em Paracuru, ser bailarino dá status. Hoje a gente tem 42% de meninos. A gente tinha muito menino de outros distritos, mas quando chega o inverno, o pai leva para colher e eles não podem mais ir para a aula. É uma coisa muito triste, que ainda não sei como resolver, ainda não consegui.

Como é a seleção das crianças? A procura é muito grande?Abro inscrições para 30 vagas anuais, mas aparecem mil crianças. Só falto ficar louco. Eu errava bastante na seleção porque trouxe uma metodologia que aprendi no Bolshoi, de processo anatômico associado a processos artísticos. Mas com isso não conseguia avaliar a vontade da criança de estar na escola. Este ano fiz diferente. Pegamos 180 crianças e estamos trabalhando todos os sábados para que eles sintam o que é uma escola de dança, o que vão fazer lá, o trabalho que vão ter. Um bailarino trabalha muito, precisa de muita força física e nem toda criança gosta. Este novo processo vai sendo quase natural porque alguns vão desistindo e outros vão ficando. Aí a gente vai vendo as possibilidades, o talento. Se você vê um garoto brincando com uma bola na rua, já vê se ele tem habilidade para o futebol. No balé é a mesma coisa.

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tem habilidade para o futebol.

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O que a escola tem afetado na vida, no cotidiano deles?Esse grupo que eu fui trazendo para o balé no começo era formado por quatro meninas e seis rapazes, todos maravilhosos. Mudou a vida deles, tinha um que vendia dindim, outro que não estudava. Agora vejo que desses dez, oito se formaram na faculdade. Hoje, eles traba-lham na escola. Tem um que vai fazer pós em dança agora. Hoje, são 28 pessoas vivendo de dança em Paracuru. Se fizer uma comparação com a população da cidade, é um número interessante.

Algum dos alunos tem se projetado? Como eles vêem uma carreira?A escola tem apenas quatro anos e meio, mas temos alguns garotos se projetando. A Débora Colker, quando esteve aqui, viu um dos nossos garotos e me disse: “Deixa chegar a hora certa, que este eu levo pra minha companhia”. Não posso te dizer que sim, mas eu gostaria muito de ver sair da escola muitos bailarinos profissionais. Um bom bailarino é um bom método, um bom professor e um bom aluno. Aí tem os outros fatores, tem a sorte, estar no lugar certo na hora certa, a von-tade pessoal de querer fazer aquilo. Mas eu penso que o propósito da escola é mudar a vida fazendo aquilo que você gosta, o que ama.

Só por curiosidade, depois do balé clássico, como os alunos encaram, por exemplo, o típico forró de Paracuru? Dá pra ser bailarino e forrozeiro? Dá, claro! Só não gosto do forró com letra de mau gosto pra chamar atenção, mas um forró pé-de-serra, nossa!, é maravilhoso. Mas eles mudaram com o balé. Quando cheguei lá, eles só escutavam forró, não tinham nenhuma outra cultura musical. Hoje, escutam música clássica, conhecem Chico Buarque, valorizam uma letra mais elabora-da. A mudança dos hábitos da escola é muito clara, não só na música. E toda cidade reconhece. Um dia, estava no cabeleireiro e ele disse que quando entra um aluno da escola ele reconhece logo, pela educação, pelo bom dia, boa tarde, por favor... Valores que se degradam muito hoje em dia e que eles sabem que são importantes..™

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T OUTRO OLHAR

EXPANDINDO O MAPA DA DANçACEARENSE

O litoral oeste do Ceará é puro movimento. Ele se espalha por municípios como São Gonçalo, Trairi e Paraipaba e vai definindo um mapa da

dança no Ceará. Em Itapipoca, há quinze anos, a Cia. de Dança Contemporânea Ballet Baião desenvolve um tra-balho de pesquisa, criação, produção e difusão da dança cênica no interior cearense. Hoje é também, voluntaria-mente, responsável pela preparação de novas gerações de bailarinos com a Escola de Danças Cênicas, voltada a adolescentes de bairros periféricos. À frente de tudo está o bailarino, coreógrafo e pedagogo Gerson Moreno.

Ainda adolescente, Gerson se trancava no quarto, na com-panhia de um velho gravador, e deixava-se movimentar intuitivamente. “Sempre tive necessidade de me expressar pelo corpo em movimentação livre, desgovernada, sem associar isso à dança”, conta. O primeiro grupo que formou foi o Dance Rua, para aprender mais com outras pessoas, difundir a dança que começava a ser desenhada em Itapipoca e, também, para não se sentir o único dançarino da cidade. “Desejava testar em outros corpos o que antes havia testado em mim”.

T: MÔNICA LUCAS ® | I: CHICO NETO ®

ITAPIPOCA, DO TUPI “PEDRA ARREbENTADA”, CIDADE TRANqüILA E SEM NENhUMA TRADIÇÃO DE DANÇA. AINDA ADOLESCENTE, GERSON MORENO TAMbÉM “ARREbENTOU” E LEVOU OUTROS COM ELE. hOjE, O LITORAL OESTE DO CEARá ESTá DECIDIDAMENTE NO MAPA DO MOVIMENTO CEARENSE.

O Ballet Baião veio depois de contatos com outros nomes da dança e do teatro, como Andréa Bardawill, Silvia Moura e Gero Camilo. “Não desenvolvemos espetáculos com coreografias idealizadas por alguém. Os bailarinos são ‘donos de suas danças’, assumindo a criação e a interpretação do que compuseram, den-tro de uma concepção comum a todos, que funciona como fio condutor interligando uma coreografia a outra”, explica Gerson Moreno. Com sua entrada na Universidade Estadual do Ceará (Uece) e no Colégio de Dança do Ceará, solidificou-se a possibilidade de pensar em uma dança singular, nutrida de pesquisas pessoais e coletivas. Além das apresentações da Companhia e das aulas na escola de dança, Moreno desenvolve outros projetos de vivência em dança, com Edileusa Inácio, também arte-educadora. São grupos específicos, articulados em instituições e empresas, como os operários da fábrica de sapatos Dass ou os idosos da Associação Comunitária do bairro Ladeira. Em parceria com os grupos de dança da região e secretarias de Educação e Cultura dos municípios que fazem o Litoral Oeste do Ceará, a equipe de professores do Ballet Baião minis-tra cursos e oficinas de capacitação em dança para bailarinos, coreógrafos e professores do interior cea-rense, mobilizando, articulando e difundindo a dança cênica na região. ™

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UM ® MODA

EXAGEROSÀ PARTE

UMA TRAGÉDIA ROMÂNTICA COMO INSPIRAÇÃO. E UMA OBSESSÃO POR ACESSÓRIOS QUE VIRA PAPEL DOBRADO

Um editorial-narrativa inspirado nas cores e nas imagens criadas por artistas que tiveram como

musa a Ophelia de William Shakespeare. Como pano de fundo, várias locações em Guaramiranga. Acessórios nada modestos e que são os “grandes-mínimos” detalhes de uma produção ganham

reinterpretação nas “esculturas de papel” criadas pelo artista plástico Érico Gondim.

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A lembrAnçA de umA trAgédiA românticA deu vidA à opheliA de ShAkeSpeAre.

deSde SuA ApArição em hAmlet, reSSurgiu muitAS vezeS. Sob o olhAr de

WAterhouSe, Seu mAiS fAmoSo portrAit. por millAiS, Sendo prAticAmente

devorAdA pelAS águAS, SuA mAiS conhecidA imAgem midiáticA. ApAreceu em

rimA por rimbAud, em notAS por berlioz e em verSoS por bob dylAn e lou

reed. e gAnhou SeguidorAS por doStoiévSki e Judith thompSon. SeJA inSpirAdo

pelAS coreS de um ou pelA imAgem literáriA de outro, noS encontrAmoS

com outrAS opheliAS. AgorA, emoldurAdAS em tule bordAdo, orgAnzA de

SedA e tAfetá. em pliSSAdoS, pAtchWork e SobrepoSiçõeS. pelAS linhAS de

melcA JAnebro, mArk greiner, lindebergue fernAndeS, kAllil nepomuceno

e cAbeto. em formAS AntAgônicAS, do curto Ao longo. em off-brAnco, negro

e multicor. A Ser retrAtAdA e devorAdA pelAS lenteS de cAio ferreirA.

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I. Blusa de tule bordado com flores metalizadas por Mark Greiner + meia-calça em poliamida e sapato em madeira

pirografada por Efrain Almeida para Mark Greiner.

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™ Personagem da

Peça Hamlet de

William sHakesPeare,

oPHelia era uma nobre

da dinamarca, filHa

de Polonius e a amada

do PrínciPe Hamlet.

II. Vestido do acervo do Theatro José de Alencar + sandália com tiras multicores Guapa Loca. Colar de pérolas e quartzo rutilado com pendente coração em quartzo rutilado + conjunto de anel e brinco em ouro amarelo com granadas e brilhantes, de Suzane Farias.

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™ oPHelia foi

a PrinciPal insPiração

nas Pinturas do artista

JoHn William WaterHouse,

que fez um dos seus

mais famosos Portraits.

III. Vestido em organza de seda em composé com short de algodão com plissados de organza, ambos de Melca Janebro. Conjunto gota de pendente e anel em prata com labradorita de Suzane Farias + sandália metalizada Guapa Loca.

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IV. Vestido de tafetá com gola de organza plissada de Melca Janebro sobreposta a vestido de tule e gaze estampada Lugage.

Anel em prata com banho de ouro amarelo com granada e quartzo rutilado + anel em ouro amarelo e brilhante

com quartzo transparente. Ambos de Suzane Farias.

™ uma das imagens

mais lembradas da

Personagem oPHelia

é o quadro de JoHn

everett millais,

de 1852.

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V. Sobreposições de vestidos de tule de Lindebergue Fernandes para Coletivo Posh + sapato em camurça Topshop (IN)

+ anel sextavado em prata com ametista clara, de Suzane Farias.

VII. Sobreposições de vestido com saia, ambos em algodão florido com maxi bolsos de malha,

de Melca Janebro + sandália gladiador IN

VI. Vestido em patchwork Kallil Nepomuceno + ankle boot Guapa Loca

™ o Poeta francês

artHur rimbaud

escreveu o Poema

oPHélie insPirado

na reProdução

de Pinturas

de WaterHouse.

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VIII. Vestido de crepe e tule bordado Arte Sacra (Lugage)

™ Hector berlioz cita oPHelia

em suas comPosições clássicas.

Já bob dylan se refere à Personagem

na música “desolation roW” e lou reed

usa trecHos do discurso de loucura

de oPHelia no refrão de sua música

“goodnigHt ladies”.

™ o russo dostoiévski, no Primeiro

caPítulo de os irmãos karamazov,

descreve uma mulHer que comete suicídio.

uma clara referência à oPHelia de sHakesPeare.

e a Peça “lion in tHe streets”,

de JuditH tHomPson, Possui uma cena

em que uma mulHer quer morrer da maneira

retratada na Pintura da oPHelia de millais.

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IX. Vestido vintage de noiva assinado por Cabeto (arquivo pessoal de Eloisa Sarubbi).

Tiara em prata com brilhantes de Suzane Farias

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Ficha TécnicaFotografia : Caio ferreiraDireção de produção : felipe Naur e Rogilton CondeProdução de moda : juliana XavierCabelo e maquiagem : Corcina LeiteModelo : Lívia Silvestre - Agência Cherry Models SPApoio de produção e locação : Robson bruno barbosaArranjos de buquet : Dodô

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Nada discretos, os broches ganharam proporções ainda mais exageradas quando a referência foi o ícone fashion Sarah Jessica Parker. No dia-a-dia, apareceram em versões um pouco mais modestas, como os apresentados no desfile da marca Maria Bonita.Vestido tomara-que-caia Arroz de Festa

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T: ANA NADDAF ® | I: NICOLAS GONDIM ®

STATEMENT-MAkING PIECES. PARA ESTA ESTAÇÃO, OS ACESSÓRIOS GANhAM VOz PRÓPRIA. TUDO SERá SObRE PEÇAS qUE fAÇAM ALGUM TIPO DE “AfIRMAÇÃO”. fALEM POR SI MESMAS. E RESPONDAM, MUITAS VEzES, POR TODO O VISUAL. COMO UM GRANDE COLAR qUE PARECE DESPENCAR DO PESCOÇO, SUAS TIRAS A fORMAR UMA ESCULTURA. UM ANEL qUE GANhA O zIGUEzAGUE DE ELEMENTOS CONTíNUOS E REPETITIVOS A LEMbRAR UMA DObRADURA ENROLADA NO DEDO. OU AINDA UM bRACELETE qUE ENVOLVA bOA PARTE DO bRAÇO, A DUPLICAR fORMAS GEOMÉTRICAS. EXAGERE, MAS COM UM TOqUE DE MINIMALISMO. CRIE SEU PRÓPRIO DISCURSO, COM TEXTURA E fORMA. MESMO qUE EM MíNIMOS DETALhES. MAS COMO TUDO NA MODA É EfêMERO, TRANSfORMAMOS AS PRINCIPAIS REfERêNCIAS PARA ACESSÓRIOS EM DELICADO PAPEL DObRADO. ENTRE A ESCULTURA E O ORIGAMI, COM A ASSINATURA DO ARTISTA PLáSTICO E DESIGNER DE PRODUTOS ÉRICO GONDIM.

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KABUKI NEGATIVOO recurso dramático da maquia-gem teatral do blackface – usado por muitos atores, principalmente em Hollywood, mas que caiu em desuso por ser considerado racista – foi a idéia estética pensada pela stylist Isadora Pontes Gallas para um convite anterior da Seven, em um editorial que falava sobre pente-ados glamourosos à la Antoinettes e Winehouses. “Acho esteticamente muito bonita a técnica (do black-face), abstraída de valor moral ou étnico”, esclarece a stylist. A idéia não foi usada, mas ficou guardada na gaveta da memória. Foi então adicionada a uma pesquisa de moda sobre acessórios, que ganhou ainda a referência de origamis e escultu-ras. O resultado final da concepção visual é o que se vê neste “kabuki em negativo” como background para peças feitas de papel branco em dobradura.

O dedo não é o limite. Os anéis aparecem com texturas ou com elementos contínuos e repetitivos que lembram dobraduras. Como os da americana Kimberley Baker. Ou as esculturas em formato de jóias, do cearense Cláudio Quinderé.Vestido com babados Ayres Jr.

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As curvas da Prada ou as estrelas de todos os tamanhos de Yves Saint-Laurent. O “over the top” dos colares tem um certo ar de minimalismo. Ou recai totalmente para a idéia do colar-escultura. Lanvin e Reinaldo Lourenço seguiram este rumo.Vestido em cetim Ruth Aragão

JÓIAS DE PAPELTomando como ponto de partida os acessórios lançados nesta temporada, fizemos uso da leitura pessoal e estética de um artista/designer para criar uma “coleção” exclusiva de anéis, brincos, colares e até óculos. “Em função da própria propriedade e característica que o papel proporciona acaba que o resultado sai diferente com relação às referências das jóias encontradas”, explica o artista plástico e designer de produtos Érico Gondim1. Uma pesquisa em esculturas de papel, com referência também no origami, foi a base para construir o aspecto tátil e visual das peças. “O mais interessante com o papel é conseguir relevos proporcionando texturas, pois só assim se consegue as riquezas nos deta-lhes”, detalha Gondim, que já construiu, em conjunto com o também designer Sérgio Melo, um cenário todo de papel para um desfile de moda.

1Segundo Érico Gondim, é possível usar as peças como jóias de verdade, apenas com um tratamento de impermeabilização para melhor durabilidade. Ou há a possibilidade de produzir as peças de papel em outros materiais. Interessado? Entre em contato com o artista: [email protected]

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CONCEPçãO E REFERêNCIA DE MODA

Isadora Pontes Gallas e Ana Naddaf

CRIAçãO E DESENVOLVIMENTO DAS PEçAS

Érico Gondim e Julie Gadelha

PRODuçãO DE MODA

Marcos Marla

CABELO

Salão Linda Mulher

MAQuIAGEM

Corcina Leite

MODELO

Grazie

ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA

Victor Pickman

TRATAMENTO DE IMAGEM

Walter Winner

Flores e penas foram parar na cabeça. Assim como “pequenas esculturas”, que lembram as peças imaginadas pelo designer Philip Treacy e imortalizadas pela editora de moda Isabella Blow. Casaco de retalhos Ayres Jr.

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AREAL STYLE

T: MÔNICA LUCAS ® | I: NICOLAS GONDIM ®

DEIXANDO-SE LEVAR PELO PRÓPRIO ESTILO, O CASAL SÉRGIO GURGEL E GOGOIA jUSTA LANÇA A SG. INICIAIS DOS NOMES DOS DOIS, MAS TAMbÉM PODE SER INTERPRETADO COMO SUPER GRANDE. A IDÉIA É DE LIbERDADE EM ESTAMPAS E MODELAGENS bEM AMPLAS.

Sérgio usa jaqueta de brechó sobre camiseta SG e calça feita em Acopiara. Os óculos são do Luneta. Gogoia está com blusa SG e calça, também de Acopiara.

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Normalmente, uma roupa é con-feccionada e depois estampada. E foi isso que o publicitário e

artista plástico Sérgio Gurgel fez durante algum tempo para algumas marcas de Forta-leza. Mas sempre pensando que seria melhor o caminho contrário. A idéia ganhou corpo e Sérgio montou a SG. “Primeiro, eu faço a estampa e depois, pensando nela, faço a modelagem”, explica. E é justamente aí que estão os diferenciais: nos desenhos originais, lúdicos e exclusivos e nas formas super amplas surgidas a partir deles. A intenção é a liberdade de expressão e de movimentos.

A experiência começou despretensiosa: fez uma roupa para a esposa, Patrícia Justa, e chamou a atenção de amigos e desco-nhecidos. “As pessoas começaram pedir e a gente teve que iniciar as vendas”, conta.Hoje, segundo ele, já há procura para repre-sentação em outros estados, como São Paulo, Rio Grande do Norte e Mato Grosso. Em razão disso, o esquema de produção, que era totalmente informal, já conta com modelista e costureira para atender à demanda. Além de esposa, Patrícia, tam-bém conhecida em Fortaleza como Gogoia (homenagem explícita a Gal Fa-tal), é companheira, musa, modelo e relações públicas. Atualmente, a dupla se prepara para lançar sua segunda coleção, que deve ser apresentada até o fim do ano.

Antes de trabalhar com estamparia e comu-nicação visual para grifes de Fortaleza, Sérgio teve seu primeiro contato com a moda, ainda em Acopiara (município do Ceará), com a tia, a estilista Neuma Gurgel. Especializada em vestidos de noivas, foi ela quem o ensi-nou a desenhar e misturar elementos – o que ele usaria inicialmente nas artes plásticas. Acopiara, inclusive, continua presente em seu universo. Em parceria com o fotógrafo Haroldo Sabóia, está finalizando um vídeo-arte sobre três personalidades da cidade que inspiram suas criações: três senhoras, um tanto folclóricas, mas cheias de estilo. Mais, você vê na tela. Por enquanto, conhe-cemos o estilo da SG por seus criadores: Sérgio e Gogoia, mais a pequena Theodora, filha do casal, e o cãozinho Bartolomeu. Todos fashion e de bem com a vida. ™

Na foto de família, Sérgio e Gogoia usam blusas SG e calças que mandaram fazer em Acopiara. “As costureiras de lá arrasam”, comenta ela. O peeptoe vermelho dela é Arezzo e o sapato dele é zarkha. Theodora usa vestido baby Center.

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ACURTA

MUCURIPE FASHION MUSIC

Onome do evento já revela: o Mucuripe Club foi cenário de uma festa diferente em outu-bro. Além da música, que tradicionalmente

ocupa o lugar nos fins de semana, a moda também inva-diu o espaço. Seis marcas nacionais e locais exibiram suas apostas para o verão: Anne, Meio Tom, Spezatto,

Cantão, Stalker e Fórum. Tudo embalado pela trilha sonora ao vivo do DJ Zé Pedro e da cantora Danni Car-los. O que se viu foi uma moda bem arejada, como a estação exige, com muitos florais, babados, batas – sim, elas continuam – shorts curtos e vestidos, tanto curtos, bem joviais, como as novas vedetes, os longos. ™

Cores e mais cores (Cantão)

A elegância da pantalona (Spezatto)

Florais liberty também para eles (Stalker)

Destaque para os ombros (Fórum)

O biquíni ganha gola (Meio Tom)

Força nos acessórios (Anne)

T: MÔNICA LUCAS ® | I: ROBERTA BRAGA

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Embora ainda sejam poucos os sites desse tipo no Brasil, o fenômeno não é bem uma novidade: já faz uns dois anos que eles ganharam força, sendo os mais famosos

o nova-iorquino The Sartorialist e o Face Hunter, baseado na Euro-pa. O interessante, agora, é ver como a indústria da moda o perce-beu como meio de pesquisa. Esses blogs e fotologs, inicialmente despretensiosos, acabam sinalizando estilos e desejos de uma nova geração de consumidores em várias cidades do mundo.

A estilista Iorrana Aguiar, gestora da Loco Serious Denim, acredita que eles são o novo marketing “boca a boca”, tido como o melhor do planeta. “Navegar pelos blogs é a forma mais rápida e de me-nor custo para estar em vários lugares ao mesmo tempo, numa espécie de onipresença que capta e analisa comportamentos que poderão se transformar no fenômeno moda”, diz. Em sua opinião, ao dar visibilidade a movimentos e atitudes que nascem nas ruas, guetos e tribos urbanas, esses sites acabam sendo reflexo e a con-firmação de um momento de moda mais democrático.

Há alguns meses, em sua coluna na Folha de São Paulo, Al-cino Leite Neto chamava atenção para o que ele chama de uma nova “geopolítica fashion”, que vai além das tradicionais capitais da moda. Na blogsfera, cidades como Estocolmo (Suécia) e Helsinque (Finlândia) aparecem lado a lado com Paris, Londres, Milão e Nova York. Um fenômeno bastante compreensível quando lembramos que a internet está aí, que temos celulares que só faltam falar (ainda não falam?) e má-quinas digitais já cabem no bolso de muita gente. A informa-ção circula em uma velocidade sem precedentes.

QUANDO A PASSARELAÉ A RUAT: MÔNICA LUCAS ® | I: CHICO NETO

A questão que se coloca agora para quem trabalha com moda é como afinar o diálogo entre cultura global e identidade na criação. Afinal, street wear, em tradução literal, é moda de rua. Mas que rua? Até Fidel Castro usa seu abrigo Adidas, aquela marca para a qual a britânica Stella McCartney faz coleção, que é hit entre os paulistas e também entre os freqüentadores da Music Box, em Fortaleza. Os manos do Capão Redondo estão cada vez mais pró-ximos, pelo menos esteticamente, dos gangsta rappers que apare-cem na MTV. E gírias da periferia paulista não são também usadas pelo movimento hip hop do Pirambu?

Mas não é apenas entre os criadores e pesquisadores de moda que esses blogs fazem sucesso. Os mais famosos recebem en-tre centenas e milhares de visitas por dia. Para os leitores, gra-tificante é constatar que a moda do dia-a-dia no corpo da vida real também pode ser bacana e desejável. São essas pessoas que quem trabalha na área está correndo atrás para atender. A estilista Melca Janebro tem em sua lista vários sites para acompanhar o comportamento e estilo dos considerados “nor-mais”. “É uma fonte inesgotável de inspiração”, diz.

O mais famoso dos “street style blogs”, sem dúvidas, é o The Sartorialist (www.thesartorialist.blogspot.com), mantido em Nova York, por Scott Schumann. O pioneiro, porém, foi o fotó-grafo amador Shoichi Aoki, que em meados da década de 90 saiu pelas ruas de Harajuku, em Tokyo, fotografando estilosos anônimos. Mas o maior responsável pela febre é o suiço Yvan Rodic, que ano passado trocou Paris por Londres. Seu Face Hunter (www.facehunter.blogspot.com) traz os looks mais inusitados de lá e de qualquer outro lugar por onde passe. Aqui no Brasil, ainda são poucos os blogs que mapeiam nossas ruas com uma certa periodicidade.

“Ocorrem alguns probleminhas: tempo, máquinas, pessoas. Não temos máquinas suficientes, nem muito tempo”, fala, por si, o estilista Marco Antônio, que com dois amigos man-tém, em Fortaleza, o Trashionistaz (www.trashionistaz.net). Há também outro fator: segundo ele, sem receio de polemizar, é difícil encontrar “matéria-prima” na cidade. “Parece-nos que as pessoas só capricham quando há um evento de moda, tipo Dragão Fashion ou alguma festinha extra”. ™

ESqUEÇA AVANT-PREMIèRES, fESTAS E TAPETES VERMELhOS EM GERAL. VOCê, CARO fAShIONISTA ANôNIMO, PODE SER fOTOGRAfADO NA fACULDADE, SAINDO DO CINEMA, PASSEANDO NO ShOPPING OU ATÉ MESMO NA PARADA DE ôNIbUS. SORRIA, VOCê ESTá EM UM “STREET STyLE bLOG” – E A INDúSTRIA DA MODA ESTá DE OLhO EM VOCê.

www.saopaulostyle.blogspot.com www.curitibastreetfashion.blogspot.comwww.floripastreetstyle.blogspot.com www.freakstyle-freakstyle.blogspot.com www.lookslikepoa.comwww.modaderuadeportoalegre.blogspot.com

™ MAIS BLOGS BRASIL AFORA

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A RODA QUE GIRA A MODAT: MÔNICA LUCAS ® | I: HAROLDO SABÓIA

Enquanto ainda se discute acaloradamente se moda é ou não arte, sem que haja uma conclusão possível, o MaxiModa pôs os pés no chão e a encarou sob o

ponto de vista mercadológico. Quando há milhares de etiquetas pelo mundo lutando em um mercado que move bilhões de dólares, como fazer para conquistar um lugar ao sol e, princi-palmente, se manter lá?

Quem compareceu ao primeiro seminário de marketing de moda do Nordeste pôde tomar algumas lições com grandes nomes do setor. Em um único dia, a sala 8 do Multiplex UCI Ribeiro, no Shopping Iguatemi, recebeu , lotada, o empresário Marcello Bastos (da grife carioca Farm), o estilista Alexandre Herchco-vitch, o embaixador da H.Stern, Christian Hallot, e o idealizador da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges1. Todos devidamente consagrados, mas que continuam trabalhando duro.

EM SUA PRIMEIRA EDIÇÃO, O MAXIMODA – 1º SEMINáRIO DE MARkETING DE MODA DO NORDESTE DEbATEU AS NECESSIDADES DO SETOR E A IMPORTÂNCIA DO CONCEITO NA fORMAÇÃO DA MARCA E NA DISPUTA DO MERCADO.

œ AO PROPORCIONAR UM DIAINTEIRO DE CONVERSAS SOBRE

BUSINESS DE MODA, VAMOS MAIS ALÉM DA APRESENTAÇÃO DE CASES

DE SUCESSO. PRETENDEMOS DISCUTIR NOVAS ALTERNATIVAS PARA O VAREJO

DA MODA E APONTAR RUMOS PARA OS SEGMENTOS DE PRODUÇÃO,

VAREJO E ATACADO DO NORDESTE. Œ

MáRCIA TRAVESSONI| IDEALIzADORA DO EVENTO

Marcelo falou com franqueza sobre o case de sucesso da Farm, após seu fracasso com franquias. Com 16 lojas por todo o país e 50 pontos multi-marcas, a grife se prepara para chegar ao Ceará. Depois foi a vez de Alexandre Herchcovitch contar sobre o processo de construção de sua marca, que inclui centenas de licenciamentos e uma loja super moderna no Japão. No período da tarde, o luxo e as novas possibilidades para a vida real foi o tema analisado pelo embaixador da H. Stern, Christian Hallot. Já o idealizador da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, revelou o que o mercado deseja da sua marca. ™

1De cima para baixo:Alexandre Herchcovitch e Iorrana Aguiar; ChristianHallot; Márcia Travessoni e Marcello Bastos; Paulo Borges

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LUXOPORTEMPOLIMITADOT: MÔNICA LUCAS ® | I: DIVULGAÇÃO

NOS ESTADOS UNIDOS E NA EUROPA, qUEM NÃO PODE (OU NÃO qUER) GASTAR VERDADEIRAS fORTUNAS EM bOLSAS DE GRIfE RECORRE AO ALUGUEL. O SERVIÇO fICOU MAIS CONhECIDO APÓS SER CITADO NO fILME SEX AND ThE CITy, MAS AINDA NÃO há REGISTRO DE INICIATIVA PARECIDA NO bRASIL.

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Claro que toda regra tem exceção, mas poucas coisas causam tanto fascínio nas mulheres mundo afora quanto uma bela bolsa. Muitas se

entregam à compulsão, afinal, sempre há “aquele” modelo que é preciso ter. As mais cobiçadas são as de grife, carís-simas. Até algum tempo atrás, havia dois caminhos para as fãs menos abastadas de bolsas Chanel, Prada e Louis Vuitton: as réplicas ou as dívidas. Havia. Pelo menos nos Estados Unidos e na França, já se pode seguir uma ter-ceira via do consumo de luxo: o aluguel de bolsas.

Com isso, um modelo Speedy 35 Monogramouflage, lança-mento da Louis Vuitton, que custaria US$ 1.600 na loja, pode ser alugado por uma semana por US$ 111. O prazer de ostentar uma Kelly (da maison Hermès), Marcello (Cartier) ou Grand Cabas (Chanel) tem data e hora pra acabar, mas pense bem: pelo menos você não corre o risco de enjoar daquela peça caríssima, comprada em um momento de descontrole. Será que vai demorar para um serviço desses chegar ao Brasil? ™

bag borrow or Steal: www.bagborroworsteal.comfeel Chic: www.feelchic.fr from bags to Riches: www.frombagstoriches.com Sac de Luxe: www.sacdeluxe.fr Shoulder Candy: www.shouldercandy.com

™ PARA COLOCAR NA BOLSA

O pioneiro é o site Sac de Luxe, criado pela holandesa Anne Kenigsberg, que vive em Paris. Depois vieram o Feel Chic e os americanos From Bags to Riches e Bag Borrow or Steal. Este último ganhou notoriedade com o filme Sex and The City, afinal, era o passaporte da personagem de Jennifer Hudson, assistente de Carrie Bradshow, para o mundo das bolsas de grife. Para se usufruir dessa vantagem são pagos menos de US$ 10 por mês, mais a taxa de locação, que varia conforme a bolsa e o tempo de aluguel.

Quem diria?! Carrie Bradshow não conhecia o serviço, mas Louise, personagem de Jenifer Hudson, tratou de

apresentá-lo, com uma LV autêntica no colo.

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GREENMANOLOST: ANA NADDAF ® | I: CHICO NETO ®

Vde vingança para o mercado de sapatos. Principalmente, para aqueles que já se preo-cupavam com a questão do ecologicamente

correto em seus produtos. A atriz Natalie Portman - protagonista de filmes como “V de Vingança”, vegan 1 desde os 8 anos e acostumada a pisar em tapetes ver-melhos usando badalados nomes da moda, notou que era demasiadamente difícil conciliar sua consciência ecológica com design de luxo. Resolveu ela mesma fazer a união destes conceitos - estilo de vida e fashion.

“Como vegan, vem sendo um desafio encontrar sapa-tos de design feitos de materiais alternativos”, explica Portman no site da marca Té Casan, que colaborou no processo de uma coleção 100% vegan com a assinatura da atriz. Está certo que a palavra vegan soa um pouco estranho, porque sempre se associa com questões do “comer”, ou melhor, do que “não comer”. Mas neste caso, a palavra parece ser substituta perfeita para sapatos em que se utilizam materiais sem procedência animal.

A primeira coleção2 vegan da atriz - que traz vinte modelos entre peep-toes, bailarinas, sapatos-bonecas e stilettos - foi lançada na primavera americana, com promessa de ganhar outras estações e outros mercados. Já nos primeiros passos conseguiu importantes parceiros e adeptos. Principalmente, na divulgação do conceito. Um deles foi a participação da atriz no segundo episódio da quinta temporada do pro-grama Project Runway. Os participantes foram desafiados a fazer um vestido-coquetel com tecidos ecologicamente corretos. E Portman foi chamada como jurada convidada e aproveitou para mostrar seus “sapatinhos verdes” (que, na verdade, eram pretinhos básicos).

Mas a consciência ecológica da atriz não foi parar apenas nos pés. Natalie Portman doou os direitos do uso do seu nome na coleção para a organização não-governamental The Nature Conservancy, que protege áreas “ecologicamente frágeis” ou importantes para questões de preservação ambiental, e para projetos ligados aos direitos dos animais. ™

UM STILETTO VEGAN? UM PEEP-TOE “DE CObRA” MAS SEM NENhUMA PROCEDêNCIA ANIMAL? SAPATOS ECOLOGICAMENTE CORRETOS GANhAM AS PASSARELAS E O APOIO DE NOMES fAMOSOS, COMO O DA ATRIz NATALIE PORTMAN, qUE ACAbA DE LANÇAR UMA LINhA DE SAPATOS 100% VERDE.

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1O termo vegan é usado para definir aqules que não consomem qualquer produto de origem animal ou serve para designar produtos que não tenham nenhuma procedência animal ou tenham sido testados em animais. O veganismo, como é conhecida a filosofia, é um estilo de vida com base nos direitos dos animais, que ganha a cada dia mais adeptos.

2Para conhecer a coleção de sapatos vegan da atriz Natalie Portman, visite o site www.tecasan.com que ganha a cada dia mais adeptos.

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TECIDOSINTELIGENTESOS SEGREDINhOS DA VOVÓ PARA TIRAR MANChAS DEVEM fICAR NO PASSADO. AS PESqUISAS EM TECNOLOGIA TêXTIL ESTÃO AVANÇADAS E DESENVOLVEM TECIDOS qUE NÃO APENAS NÃO SUjAM, COMO TAMbÉM NÃO PEGAM ChEIRO E AINDA PERfUMAM E hIDRATAM A PELE.

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Imagine a cena: ir para um jantar e deixar cair um pouco de vinho no vestido e de lá partir para uma balada, dançar a noite inteira com várias pessoas

fumando ao redor. Como você acha que essa roupa estará quando chegar em casa? Acredite, ela pode estar limpa e até mesmo cheirosa! O que parecia impossível há algum tempo, hoje é fruto de pesquisas milionárias em nanotecnologia. Uma das áreas mais avançadas é justamente a têxtil.

Uma das empresas que já atuam neste segmento é a bra-sileira Renaux, que recentemente apresentou sua coleção de inverno 2009 no Rio de Janeiro, Londrina, Belo Hori-zonte e Fortaleza. “Temos uma equipe de produto que viaja duas vezes por ano para pesquisas e uma área química bem desenvolvida para viabilizar esse trabalho”, explica a coorde-nadora de marketing da Renaux, Camila Lockes.

O acabamento bacteriostático dado pela fábrica no tecido permite o bloqueio da proliferação de colônias de bactérias, evitando odores indesejados. Ele pode ser ainda combinado ao antiodor, que reduz consideravelmente cheiros de fritura e nicotina, entre outros, que costumam ficar impregnados nas fibras do algodão. Com teflon, consegue facilitar a remoção de manchas difíceis como vinho, graxa e óleo.

Esses avanços representam uma série de oportunidades de mercado: além das confecções em si, fábricas e oficinas podem investir em uniformes mais resistentes e restauran-tes têm como apostar em toalhas mais fáceis de limpar. “Essas tecnologias podem, inclusive, ser combinadas entre si”, observa Camila. Por exemplo, em lugares quentes, como Fortaleza, é possível confeccionar uma roupa com acaba-mento de conforto térmico e que também libera hidratantes, como aloe vera e vitamina E.

Para mostrar que o uso desses acabamentos em nada modifica a aparência ou o caimento dos tecidos, a empresa convidou os estilistas Liana Fernandes, Glória Coelho, Mário Queiroz e Reinaldo Lourenço a desenvolverem peças com esses produtos e que foram expostas nas cidades visitadas. A grife mineira Alphorria é uma das que já utilizam o acaba-mento com aloe vera e jojoba em suas peças. “O mercado está em expansão e as maiores pesquisas hoje em dia são no desenvolvimento de tecidos com proteção UV (contra os efeitos nocivos do sol)”, finaliza Camila Lockes. ™

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Embora muito fã só acredite vendo, desta vez é oficial: Madonna confirmou que, depois de um jejum de 15 anos, volta ao Brasil em dezembro

para o aguardado show da turnê “Sticky & Sweet”. A passa-gem por Fortaleza não passou de rumores, mas a cantora se apresenta em duas data no Maracanã (RJ) e três no Morumbi (SP)1. Na América Latina, há shows também em Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina), onde inclusive os ingres-sos podem ser até três vezes mais baratos. Então é hora de treinar os passos de “Vogue” e conferir as notícias que forem chegando sobre a turnê.

POP QUEENT: MÔNICA LUCAS ® | I: DIVULGAÇÃO

AGORA É PRA VALER! APÓS MUITA EXPECTATIVA E bOATOS SObRE A VINDA DE MADONNA AO bRASIL, A CANTORA CONfIRMOU CINCO APRESENTAÇõES EM DEzEMbRO. A ETERNA RAINhA DO POP PROMETE MOSTRAR POR qUE TAMbÉM ESTá LONGE DE PERDER O POSTO DE DIVA fAShION.

CURTA

.Rio de janeiro - 14 e 15 de dezembro, às 20h, no Estádio do Maracanã São Paulo - 18, 20 e 21de dezembro, às 20h, no Estádio do Morumbi

A estréia foi em 23 de agosto, no País de Gales. Sempre há adaptações ao longo dos meses, mas alguns pontos são quase certos. Se continuar nos moldes do show de Cardiff, veremos um potente som e muitos efeitos visu-ais. No telão, Pharrell e Kanye West dividem a cena com Madonna, cantando “Beat Goes On”, e Britney Spears está no vídeo de “Human Nature”. As apresentações no Brasil contam com a participação do DJ Paul Oakenfold, nome da moderna cultura Club.

O show é dividido em quatro partes: Pimp, Old School, Gypsy e Rave. Em cada uma delas, Madonna usa figuri-nos referentes a diferentes épocas. A primeira mistura o art deco dos anos 20 com a estética gangsta, com looks de Ricardo Tisci para a Givenchy. A segunda parte remete à Nova York do início da carreira, década de 80, com roupas de Jeremy Scott e estampas vintage de Keith Haring, um dos nomes da pop art na época.

A Givenchy de Tisci volta no terceiro bloco, com temática cigana, e o quarto promete futurismo, rave e influências japo-nesas. Segundo a figurinista de Madonna nos últimos 11 anos, Arianne Phillips, outras peças virão de Yves Saint Laurent, Miu Miu, Roberto Cavalli, Moschino e Stella McCartney. Pelas primeiras imagens, a intenção de Madonna, com muito decote, perna e braço de fora, é mostrar que comemorou 50 anos, mas nem parece que foi com ela. Ela pode. ™

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DOIS ® CULTURA

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TUDO ÀSAVESSASAS CLáSSICAS POLAROIDS SAEM DO MERCADO E GANHAM ESPAÇO NA INTERNET. VIK MUNIz APRESENTA UMA EXPOSIÇÃO AO REVÉS

Favorita de Mapplethorpe, querida por Andy Wahrol, a mais simpática de todas. A clássica Polaroid

deixa a cena em aberto e se candidata a relíquia. Procura daqui, procura dali e a encontramos. Ironia, ela aparece na internet em protestos de “Salve Polaroid!” Tudo ao revés. Vik Muniz explora

um lado inusitado de uma obra de arte: o seu reverso.

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T: ANA NADDAF ® & MÔNICA LUCAS ® | F: REPRODUÇÃO

APÓS fAzER fAMA E fORTUNA NO PÓS-GUERRA, A POLAROID ENCERRA SUA PRODUÇÃO DE fILMES INSTANTÂNEOS EM 2009. A fAVORITA DE ARTISTAS COMO ANDy WARhOL NÃO RESISTIU à ERA DIGITAL. OS fÃS SE MOVIMENTAM PARA EVITAR SEU fIM.

“INSTANTANEAMENTE”

DES APARECENDO

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œ Há UM ANO, A MáQUINA QUEBROU.

O DINHEIRO QUE GASTARIA

NO CONSERTO, SERIA A METADE

DE UMA DIGITAL. Aí COMPREI UMA

CÂMERA NOVA, DIGITAL, QUE ALÉM

DE SER MENOR, ACABA SENDO

MAIS PRáTICO PARA MIM. Œ

AMANDA OLIVEIRA

Mesmo sendo a mais simpática das máquinas fotográficas, ela não resistiu. Em tempos de fotos em série e álbuns digitais, a estocada final veio este ano, com o anúncio de que, na virada de 2009, os filmes deixarão de ser fabricados. Um anúncio lacônico, “decisão difícil”, “condições de mercado”... O fato é que a venda de filme para as câmarasinstantâneas caiu 25% anualmente na última década e ele foi sumindo dos estoques. Até mesmo nos redutos de fotógrafos era difícil encontrar um filme. Com sorte, aparecia algo nas galerias da 7 de Abril ou Conselheiro Crispiano, em São Paulo, ou no “Beco dos Fotógrafos”, em Recife.

Em Fortaleza, a moça no balcão de tradicional loja na galeria Professor Brandão estranhou o pedido. “Não serve filme comum?”, perguntou, apontando pirâmides de Fuji e Kodak. Sim, no Centro da cidade, ainda se encontra desses, que nos shoppings são praticamente objetos de museu. Mas nada de Polaroid. “Nunca vi ninguém procurando”. Para quem se acostumou a cartões de memória com tantos gigabytes, a limitação de 36 poses parece de outro mundo. Agora, imagine um filme de Polaroid padrão: 20 chapas. E em alguns lugares custava quase o mesmo preço da câmera.

Há quatro anos, Amanda Oliveira (na imagem acima), de 17 anos, ganhou a Polaroid de uma tia. Apesar de fã do modelo, hoje carrega outra. “Há um ano, a máquina quebrou.O dinheiro que gastaria no conserto, seria a metade de uma digital. Aí comprei uma câmera nova, digital, que além de ser menor, acaba sendo mais prático para mim”, conta. Com o anúncio do encerramento da fabricação, Amanda pretende conservar sua Polaroid – “uma relíquia!” – consertá-la, comprar papel e guardar as últimas fotos.

NNão faz muito tempo, para a maioria de nós, tirar uma fotografia era uma verdadeira incógnita.Registrava-se um aniversário e o resultado só

era visto dias depois. Ou até semanas, dependendo da disposição (ou falta de) do fotógrafo. Sonho mesmo era ter uma máquina Polaroid! Uma espécie de língua de papel caía para fora e, pouco depois, lá estava a imagem. Hoje, o visor da máquina digital cumpre essa função, ainda que seja apenas uma prévia. Mas a uma velocidade que a antiga Polaroid não pôde acompanhar.

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O fim da Polaroid deixou muita gente triste, uma galeria de fãs nostálgicos que inclui fotógrafos amadores e profissionais, artistas, desenhistas... Além dos registros domésticos, a Polaroid ajudoufotógrafos envolvidos em grandes produções, que a usavam para antecipar as imagens que surgiriam diante da câmera principal. Andy Warhol foi um dos seus mais famosos fãs e a utilizou freqüentemente em seus trabalhos, retratando personalidades como Pelé, Liza Minelli, Mohammed Ali e Jane Fonda. Sua série de 77 fotografias foi exposta em galerias de arte no mundo todo e se tornou livro. Também a usava como referência para suas pinturas e silk-screens. Para quem tiver curiosidade, a Paul Kasmin Gallery, em Nova York, reúne, até janeiro, 70 dessas fotografias do ícone da Pop Art, clicadas entre 1977 e 1983.

É, a Polaroid está virando peça de museu. O Whitney Museum dedicou uma de suas salas a imagens inéditas de Robert Mapplethorpe, entre a primavera e o verão americano. “Polaroids: Mapplethorpe” trouxe mais de 100 exemplos de trabalhos do fotógrafo, que teve nesta máquina um dos seus maiores recursos. Entre as obras na exposição estavam portraits (como os famosos retratos de Patti Smith, que viraram até capa dos seus discos), natureza morta e principalmente seu mais recorrente tema: o erotismo. Entre 1970 e 1975, Mapplethorpe produziu mais de 1.500 dessas fotografias. Desde que saíram de cena, artistas e fotógrafos, como André Kertész, estão colocando polaroids como centro das atenção, vendendo livros em séries especiais com cópia de alguma das suas imagens tiradas nesse modelo.

œ ALGUNS ARTISTAS MANIPULAM

AS IMAGENS ANTES QUE SEQUEM

E OBTêM UMA ARTE ORIGINAL.

NÃO É UMA TECNOLOGIA OBSOLETA

PARA GENTE QUE TIRA FOTOS

EM CASA, É UMA FERRAMENTA

VALIOSA PARA PROFISSIONAIS. Œ

ROByN MCINTyRE

Os fãs mais convictos, porém, não se conformam de que a Polaroid fique restrita aos livros e museus. Alguns estão estocando material frente ao iminente desaparecimento do filme instantâneo. Segundo a empresa, os estoques atendem a demanda até setembro de 2009. Sites como Amazon e Mercado Livre registram grande procura pelo produto. Uma tentativa que pode não ser bem sucedida, pois, ao contrário dos rolos para câmaras não instantâneas, que podem ser guardados no congelador por até duas décadas, os da Polaroid podem ser conservados por apenas um ou dois anos.

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Enquanto isso, a simulação dessas fotografias se torna mais popular na web, alimentada por serviços como o Photo Notes, um gerador online que permite criar uma polaroid virtual. A câmera digital Tomy Xiao TIP-521 usa sua impressora embutida Zink para imprimir fotografias coloridas com 5 x 7,6 cm em menos de 60 segundos. Até mesmo a própria empresa Polaroid, “instantaneamente”, lançou uma impressora de fotos digital e super portátil, a PoGo. De bolso, ela tem conexão Bluetooth e USB e pode ser conectada em celulares e câmeras fotográficas. Cria as imagens em um minuto, mas sem o charme da imagem borrada se formando diante do balanço do papel.

“Alguns artistas manipulam as imagens antes que sequem e obtêm uma arte original. Não é uma tecnologia obsoleta para gente que tira fotos em casa, é uma ferramenta valiosa para profissionais”, protestou Robyn McIntyre da Califórnia, um dos milhares signatários do pedido online mais popular. No site da Polaroid, porém, a frase de efeito é: Reinventando a fotografia instantânea para a era digital. Para fotógrafos, designers, artistas e simplesmente fãs, fica a pergunta: é o fim da Polaroid ou o renascimento? ™

Não deixa de ser uma ironia que seja justo a internet o espaço que abrigue dezenas de protestos com milhares de assinaturas contra do fim da produção dos filmes instantâneos. O mais conhecido é o grupo Save Polaroid (www.savepolaroid.com), que adotou o grito “Best before, it’s too late” e solicita que as pessoas escrevam para as fabricantes de filmes e assine petições. Já o Polanoid (www.polanoid.net) quer reunir a maior coleção de fotografias do planeta neste formato e conta com mais de 180 mil contribuições. O site de compartilhamento Flickr possui um grupo de discussão sobre o assunto com mais de 4 mil pessoas.

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Oboato foi desmentido há quase dois anos pelo próprio Ministério da Educação, mas o e-mail continua circulando. Sua biblioteca virtual de

livre acesso, o Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br) não corre risco de extinção por falta de acessos. A coordena-ção do programa acredita que os rumores se mantêm graças ao fenômeno da internet.

Segundo o Ministério, os custos de manutenção são baixos. O Domínio Público trabalha em regime de cooperação com os usuários e utiliza software livre, de desenvolvimento pró-prio. Ou seja, ainda que os acessos fossem raros, dificilmente o site sairia do ar, como alardeia a mensagem do e-mail.

A divulgação “torta”, porém, incrementou de forma con-siderável a utilização do serviço. No começo de 2006, quando começaram a circular os primeiros spams, os acessos triplicaram, passando de pouco mais de 53 mil em fevereiro para quase 158 mil no mês seguinte. Em 2008, o número de acessos ao site tem variado entre 434 mil e 706 mil.

LIVRO ABERTOT: MÔNICA LUCAS ® | I: ERIK ÉGON 1

APESAR DE EqUIVOCADO, O SPAM qUE DIVULGAVA O POSSíVEL fIM DA bIbLIOTECA VIRTUAL DOMíNIO PúbLICO POR fALTA DE ACESSOS SERVIU PARA DAR VISIbILIDADE AO SERVIÇO, qUE VALE MESMO A PENA SER MAIS CONhECIDO.

CURTA

Texto: A Divina Comédia, Dante AlighieriImagem: A Adoração dos Magos, Leonardo da VinciSom: Hino NacionalVídeo: Do Sonho aos Ares: Santos Dumont, Ministério da Defesa

™ OS MAIS ACESSADOS

Para os que não se deixaram levar pelo apelo do spam, fica a dica: apesar da informação equivocada, vale a pena visitar o Domínio Público. Com mais de 90 mil obras cadastradas, desde novembro de 2004, quando foi criado, o serviço dispo-nibiliza gratuitamente clássicos da literatura, música erudita e popular e reproduções de obras de arte, além de vídeos de conteúdo educativo e teses e dissertações. ™

1Para conhecer mais trabalhos do designer gráfico e ilustrador Erik Égon, acesse: www.erikegon.com.br

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Do avesso. Acostumado a mostrar os outros lados da arte, o artista Vik Muniz desta vez foi ao extremo. Atualmente na galeria norte-americana Sikkema

Jenkins, sua mais recente exposição chamada Verso (assim mesmo em português) tenta contar as histórias que estão por detrás, literalmente, das grandes obras de arte.

O lado oposto ao dianteiro. Durante seis anos, o artista mineiro radicado no Brooklyn, em Nova York, fotografou e estudou sistematicamente obras nos departamentos de curadoria e conservação do MoMA, Guggenheim e Instituto de Arte de Czhicago. O objetivo era criar realísticos trabalhos em três dimensões que remetessem a famosos quadros como Les Demoiselles d’Avignon, de Picasso, Starry Night, de Van Gogh, e La Grande Jatte, de Seurat. Especificamente ao que era invi-sível em uma tela. Ao menos, aos olhos da grande maioria.

A parte de trás. “Muita gente tem curiosidade de saber o que está por detrás de um quadro”, comentava Muniz durante a abertura de sua exposição, mostrando uma foto em escala natural do verdadeiro verso de uma

UMA EXPLORAÇÃO ORIGINAL DO qUE É INVISíVEL EM UM qUADRO. SEU REVERSO. O ARTISTA VIk MUNIz APRESENTA, EM SUA NOVA EXPOSIÇÃO ChAMADA VERSO, REPRODUÇõES DA PARTE DE TRáS DE fAMOSAS TELAS DE ARTISTAS COMO PICASSO, VAN GOGh E SEURAT. O METICULOSO PROCESSO TAMbÉM EXPLOROU UM ARqUIVO fOTOGRáfICO.

das obras estudadas. Para logo esconder atrás da sua reprodução do verso de Les Demoiselles. “As pessoas sempre vão ao museus para ler as legendas de quadros que já viram por muitas vezes. Imaginei que seria inte-ressante que as pinturas estivessem para trás e que as pessoas pudessem imaginar a imagem lendo apenas as etiquetas”, explicou Muniz, que sempre trabalhou com a conexão entre o lúdico e o “objeto-arte”. Por isso, a intenção em mostrar somente o que é comum entre especialistas, distribuidores, curadores, conservadores ou aos próprios artistas.

Pondo o lado de dentro à mostra. Uma série de fotos mos-tra o árduo processo de reproduzir, meticulosamente, cada mancha, etiquetas (geralmente, de autenticidade da obra), anotações e riscos encontrados nas costas de cada quadro. “Quase em precisão fotográfica”, argu-menta o artista. Por falar em fotos - um dos recursos preferidos de Muniz -, a exposição ainda conta com reproduções do verso de contatos fotográficos e fotos dos arquivos do New York Times. ™

T: ANA NADDAF ® | I: REPRODUÇÃO

.A exposição ainda não

tem datas no Brasil.

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UMA PÁGINA

COMO fOI POSSíVEL UM CASAL DE jUDIAS, hOMOSSEXUAIS E já EM IDADE AVANÇADA, SObREVIVER AOS NAzISTAS NA fRANÇA OCUPADA?COM ESSA PERGUNTA, jANET MALCOLM INICIA UM TRAbALhO DE bIOGRAfIA LITERáRIA E jORNALISMO INVESTIGATIVO.

Um retrato par formado por Gertrude Stein e Alice B. Toklas. Com o foco na época em que Stein e Toklas moraram numa aldeia da França de Vichy, Duas Vidas explora as ambigüidades de suas protagonistas e de seu tempo. De aparência e temperamento opostos, as duas mulheres lançaram mão de subterfúgios os mais diversos para permanecer na França depois de as deportações já terem começado. Janet Malcolm revela que as duas guerras mundiais que Stein e Toklas atravessaram juntas têm como paralelo a guerra privada que se travava entre elas e que às vezes eclodia em combates amargos. Duas Vidas é também uma obra de crítica literária, que investiga a biografia, seus jogos de vozes e de versões que nem sempre se confirmam.

Janet Malcolm | Editora Paz e Terra | 213 páginas | Preço médio: R$ 47,00

™ DUAS VIDAS: GERTRUDE E ALICE

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TRÊS ® GASTRONOMIA

TEST DRIVEDE FOGÃO

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DICAS DE CURSOS, LIVROS E ACESSÓRIOS PARA UM APRENDIz DE COzINHEIRO NÃO PERDER O PONTO

Esqueça o delivery! É hora de encarar o fogão e descobrir que ele não é um monstro de quatro bocas.

Um apanhado dos melhores cursos para quem está aprendendo e também para quem quer só melhorar. Livros, sites e programas de televisão dão receitas e sugestões valiosas para os iniciantes.

Uma seleção de peças e acessórios que fazem diferença no sucesso do prato.

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Hora de pÔr

a mão na massa!

Estima-sE quE a procura por cursos dE gastronomia no Brasil aumEntou 60% Em cinco anos. Há opçõEs para lEigos, aprEndizEs E até para os mais ExpEriEntEs quE dEsEjam dar um upgradE na carrEira.

ovem na cozinha? Certamente é para pegar o telefone do delivery na porta da geladeira, ainda mais se for

homem. Se você ainda pensa assim, está muito enganado. Seja por prazer ou necessidade, cada vez mais pessoas têm se dedicado a pilotar pratos e panelas. Um bom termômetro está nos cursos de gastronomia disponíveis em Fortaleza. O perfil antes composto por donas de casa agora é bem mais diversificado: de universitários que estão saindo da casa dos pais e querem se “virar” na cozinha a pessoas de ambos os sexos em busca de especialização em nível superior na área.

T: MÔNICAS LUCAS ® | F: IRATUÃ FREITAS

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œ De moDo geral, há um maior

interesse pela gastronomia.

atenDemos DesDe pessoas que já

trabalham na área e querem se

reciclar até iniciantes e também

os apaixonaDos por culinária. Œ

anaYDe De mello | coorDenaDora Do centro culinário alteZa

Um exemplo claro pode ser visto no Centro de Culinária Alteza. Surgido com o intuito de ensinar donas de casa consumidoras da marca a utilizarem seus produtos, hoje é um espaço completamente diferente. Há dois anos, é uma empresa independente que ocupa uma casa com 400 metros quadrados e abriga um público heterogêneo. “De modo geral, há um maior interesse pela gastrono-mia. Atendemos desde pessoas que já trabalham na área e querem se reciclar até iniciantes e também os apaixo-nados por culinária”, explica a coordenadora, Anayde de Mello. Ou seja, o local oferece desde um passo a passo básico de seis dias até uma pós-graduação, em parceria com a Fanor (Faculdades Nordeste).

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É o caso do publicitário Igor Grazianno, que de especta-dor de programas de culinária na televisão passou a aluno. Sem grandes pretensões, fez uma oficina rápida, mas útil, de sushi. “Tudo no nível básico, mas que permite, com certo talento, elaborar receitas próprias”. Agora, no entanto, ele tem se dedicado mais a receitas vegetarianas. Além de comprar livros e pesquisar em sites, também se arrisca em criar seus próprios pratos.

Leo Gondim comenta que “o preconceito não é coisa do passado, mas com a globalização e a rápida mudança de hábitos da atualidade, as coisas melhoram a cada dia”. Mas, além de novos valores, há mais um ingrediente que deve ser acrescentado para justificar o sucesso dos cur-sos de gastronomia em Fortaleza: a vocação turística da cidade. “Se não unimos o turismo à gastronomia, não fazemos bem nem um nem outro, e não há mais espaço para amadorismo”, afirma Anayde de Mello. Diante de um consumidor mais exigente, os empresários estão sentindo a necessidade de qualificação para se manterem compe-titivos, acrescenta Louise Benevides.

œ Se não unimoS o turiSmo à

gaStronomia, não fazemoS bem

nem um nem outro, e não há maiS

eSpaço para amadoriSmo. Œ

anaYde de meLLo | Coordenadora do Centro CuLinário aLteza

Na programação dos centros de gastronomia, percebe-se o que a população deseja. Os cursos de sushi acompanham a profusão de restaurantes japoneses na cidade. Já os de culinária diet e light, inicialmente voltados para as pessoas com restrições alimentares, mostram que a preocupação com a saúde e o bem estar está na pauta de mais gente. A cada dia os cursos se multiplicam e se tor-nam mais específicos. Com 40 cursos no portfolio, o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) é um dos pioneiros na área. “Todos são muito procurados. Atualmente, estamos ofertando 20 cursos e todos fecham turma sem dificuldade alguma”, destaca a chefe do núcleo de gastronomia, Louise Benevides.

Na Unifor (Universidade de Fortaleza), mais uma confirmação de que a gastronomia ganha a cada dia mais adeptos: um curso de extensão, chamado “Lugar de Homem é na Cozinha”, é ofertado para 30 alunos – e lota. A turma atual, a quarta, foi aberta a pedidos de homens que viram uma matéria sobre o assunto na televisão. “A grande maioria são os cozinheiros de final de semana, nada de profissional, mas que demonstram grande curiosidade pela gastro-nomia, tanto tradicional como contemporânea”, conta o professor Leo Gondim, que também é chefe do restaurante La Bohème.

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Então, para aqueles que desejam levar seus conhecimentos gastro-nômicos para além dos almoços familiares, já existem cursos mais avançados. O Senac oferta os profissionalizantes e de qualificação, em módulos. Segundo Louise, “normalmente são pessoas que até já trabalham na área, mas sem a qualidade técnica necessária”. No Centro de Culinária Alteza, a pós-graduação atrai profissionais de diversas áreas para um curso de 15 meses em parceria com a Fanor, em que 80% das aulas são práticas. A Unifor também ama-durece a idéia de unir teoria à cozinha.

Helen Guimarães, de 33 anos, é formada em Filosofia, mas sua paixão pelo prazer da cozinha a levou a uma pós-graduação na área. Ela diz que sempre teve interesse, mas sem seriedade, até uma viagem à Nova Zelândia: “Queria ficar no país e me disseram (na imigração) que se eu fosse chefe de cozinha eu poderia permanecer”. Como a vontade já existia, esse foi o maior estímulo para que Helen se dedicasse a isso na volta ao Brasil, tanto que vem conciliando uma graduação e uma pós. Depois de alguns estágios na área, Aristóteles e Platão devem ficar para depois. Agora, Helen quer mesmo é se dedicar à cozinha mediterrânea e contemporânea.

Homens trabalHandoDesde criança, Francisco Oliveira Júnior freqüentava restau-rantes e achava “mágico” o ambiente gastronômico. Hoje, aos 25 anos, exerce a profissão de médico, mas manteve o papel de cozinheiro oficial da família. Mas seus planos são maiores: um buffet – sem abandonar o consultório, apesar de consciente das dificuldades de conciliar as duas ativida-des. “Nunca me imaginei fazendo apenas uma coisa na vida”, justifica. Tanto que atualmente ele encontra tempo para o expediente em um posto de saúde, uma pós-graduação em gastronomia e ainda um curso de acupuntura.

Para os que ainda não se acostumaram à idéia de ver um homem na cozinha, é bom saber que entre os chefes de cozinha mais reconhecidos figuram vários nomes mascu-linos. Alguns deles, no Brasil: Alex Atala, Claude Troisgros, Sérgio Arno, Allan Espejo, Francesco Carli... “O homem é mais prático, mas gosta também de arriscar mais, com pratos exóticos e que levam uma grande quantidade de temperos. Ele normalmente é um estudioso da gastrono-mia, o que o torna mais exigente”, diz Leo Gondim. Além disso, o serviço pesado e o expediente noturno muitas vezes são inconciliáveis com as atividades da casa.

Mas Leo destaca que essa é mais uma questão conjun-tural. Com dedicação e vocação, homem, mulher, tanto faz. Carla Pernambuco, Flávia Quaresma e Roberta Sud-brack estão aí para comprovar. “Não que as mulheres não tenham esta vontade de estudar e se aprofundar, mas pela nossa relação cultural elas já nascem com o quase dever de saber de cozinha”. O diferencial para o sucesso é, além do talento, ter o dom de discernir o que vai servir, como vai servir e a quem vai servir. ™

œ O hOmem é mais práticO,

mas gOsta também de arriscar

mais, cOm pratOs exóticOs e que

levam uma grande quantidade

de temperOs. ele nOrmalmente

é um estudiOsO da gastrOnOmia,

O que O tOrna mais exigente. ŒleO gOndim | chefe dO restaurante la bOhème

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TOP SEVEN

NO PONTO!

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NA COzINhA, NADA SUbSTITUI O TALENTO, MAS ALGUNS ACESSÓRIOS AjUDAM, E MUITO, NO SUCESSO DO PRATO. A PARTIR DO ESSENCIAL, SUGERIDO POR NOSSOS ENTREVISTADOS, SEVEN fOI ATRáS DAS NOVIDADES DO MERCADO.

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5 BOWLSDe inox, esses bowls para misturar alimentos, da marca americana Oxo, não assimilam odores. O revestimento externo de borracha proporciona conforto e firmeza ao segurar, evitando acidentes..

4 TIMERPara evitar que a comida passe do ponto, o tempo pode ser controlado com um timer. O modelo Count Down preto tem capacidade para 60 minutos e ímã que permite fixar na geladeira.

7 MEDIDOR DE INGREDIENTESA precisão nas quantidades é garantida pela caneca medidora da Oxo em acrílico, com cabo emborrachado. Com gradação inclinada, não precisa ser erguida para ver a quantidade de ingrediente.

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1 TáBUA DE CORTEA tábua de alimentos Zwilling, líder mundial em acessórios de luxo para cozinha, é toda feita de bambu. Além de ser mais leve e não permitir o acúmulo de resíduos de alimentos, o material tem uma propriedade que elimina os germes.

2 ESPáTULAS DE SILICONEO conjunto de espátulas em silicone da Raul’s pode ser usado em alimentos quentes aquosos, como sopas e cozidos, em qualquer tipo de panela, sem que danifique o revestimento anti-aderente.

3 PANELASA nova linha Rochedo Inox Cobre tem fundo composto por um disco difusor de cobre entre duas camadas de alumínio e duas de inox. Este sistema condutor de calor diminui o tempo de cozimento e dá mais sabor aos alimentos.

4 FACASA faca Chef Cuisine Zwilling promete o corte mais preciso sem danificar os alimentos. A lâmina de aço segue até o final do cabo sem emendas, deixando o corte mais firme e a faca mais resistente.

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™ COzINHA VIRTUAL

www.iniciantenacozinha.comwww.homemnacozinha.com www.donabenta.com.brwww.nestle.com.br www.tudogostoso.uol.com.brwww.youtube.com/user/keithsnowwww.harvesteating.com

aJUDaVaLIOSa

T: MÔNICA LUCAS ® | I: REPRODUÇÃO

A gente sAbe que As melhores receitAs

do mundo estão mesmo é no cAderno

dAs nossAs Avós, mAs nem sempre elAs são

As mAis indicAdAs pArA os iniciAntes

ou pArA o século 21.

CURTA

Então, em meio à correria do dia-a-dia, dá para um “leigo” fazer uma comidinha gostosa e prática? No que depender de emissoras de TV,

editoras e sites, a resposta é “sim”. Na nossa terceira edição, SEVEN já deu um bom apanhado de programas gastronômicos na televisão. Os canais onde eles mais estão presentes são o Home&Health, com o Chef a Domicílio, e o GNT, casa dos ingleses Jamie Oliver 1 e Nigella Lawson. As opções da televisão aberta são mais tradicionais, como os quadros dos cozinheiros Edu Gue-des e Álvaro Rodrigues (Band) ou o programa Mais Você (Globo), mas podem servir aos aprendizes sem muitas pretensões. No Youtube, também é possível encontrar diversos vídeos de culinária. Uma dica é o canal do chef KeithShow, da Harvest Eating, de produtos orgânico.

Nigella Lawson inclusive lançou recentemente o livro Nigella Express (Ediouro), no mesmo estilo de seu programa, infor-mal, dividido por “momentos”, em vez do tradicional “entradas, saladas, salgados, etc”. Já a Publifolha convocou os cozinheiros Jennifer Joyce e Tom Kime para desvendar o mundo das peque-nas porções. Comidinhas apresenta entradas, tapas e antepastos que bem substituem pratos principais, enquanto Comidinhas de Rua é uma espécie de diário de viagem gastronômico, com receitas de iguarias vendidas em mais de 20 países. Sem falar nos clássicos Dona Benta (Nacional) e A Cozinha Maravilhosa de Ofélia (Melhoramentos). Empresas de produtos alimentícios como Nestlé e Dona Benta também mantêm em seus sites seções com receitas e agenda de cursos. ™

1 Na imagem, Em casa com

Jamie Oliver . Uma das

atrações do Canal por

Assinatura GNT.

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QUATRO ® DECORAÇÃO&DESIGN

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DE PORTAS ABERTAS

A MANSÃO DA FAMíLIA FURLANI ESTAVA FECHADA Há DOIS ANOS E FOI ABERTA PARA COMEMORAR 10 ANOS DE CASA COR NO CEARá

O tema: “O estilo cearense de morar”. Disso a Casa Cor Ceará entende bem. Parece que foi ontem,

mas a edição 2008 marcou os dez anos de um evento que está cada vez maior e melhor. Encontramos as portas abertas e visitamos cada um dos 41 ambientes, de onde selecionamos alguns destaques.

Ao fim descobrimos que a solução para uma casa é torná-la um lar, com a alma do dono.

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há 10 ANOS, A DUPLA NEUMA fIGUEIREDO E MARIA NEUSA DE OLIVEIRA SE DEDICA A UM EVENTO qUE PODERIA SER ChAMADO “A CASA DOS SONhOS”. ELAS SELECIONAM ARqUITETOS, DECORADORES E PROfISSIONAIS DO MÉTIER PARA ERGUEREM ESPAÇOS qUE ATENDAM AOS IDEAIS DE MORADIA DE qUALqUER MORTAL.

T: ROGILTON CONDE ® | F: ESDRAS GUIMARÃES

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Paredes, tetos, piso, tecnologia e ainda compro-misso ambiental são os ingredientes que edificaram a Casa Cor Ceará 2008. O local esco-

lhido foi uma mansão pertencente à família Furlani, que simplesmente estava fechada há dois anos. “A casa estava esperando por nós”, comentou, sorridente, Neuma.

Passear pelos 4 mil metros quadrados que abraçaram a CCC é saber que por onde se olha ou por onde se pisa, algo foi concebido para uma função. São imagens de celebrities, como David Beckham, sentado no trono, logo na entrada do banheiro público, assinado por Rodrigo Maia; ou exposição de quadros assinados por personalidades como Tarsila do Amaral, que saíram do acervo pessoal de Hermínia Lopes para seu espaço de gourmet. Na Casa Cor, os profissionais envolvidos dão o que podem de si para ganhar notoriedade e terem mais oportunidade no mercado.

Uma cadeira assinada por Sérgio Rodrigues não passa despercebida. Todos sabem seu valor, como se uma Ferrari estivesse exposta num salão de automóveis. O luxo fica ao lado do artesanato, feito pela Ceart, pelos projetos do Sebrae, assim como o mobiliário assinado pela comunidade de Marco, interior do Ceará. Nesta fusão high-low (usando termo de moda) da mostra, é que se consegue confirmar que a solução para se decorar uma casa, um apartamento ou um escritório não é preencher os espaços com móveis bonitos ou de grife. Precisa-se ter alma. A alma dos donos unida à capacidade dos arquitetos.

Na foto, o Lounge Salinas, point dos eventos sociais.

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SENTIMENTO PRAIANOAssinada por André Monte e Abraão Barros, a piscina criou um sentimento praiano, com a presença das palmeiras. Ao lado do deck, trouxe um clima de litoral, bem adequado ao estilo cearense de morar.

BEM-VINDOS À CASA CORA sala de boas-vindas com bilheteria, assinada por Cecília Nóbrega e Dudu Vidal, atrelou tecnologia à tranquilidade das cores pastéis e ao conforto dos móveis de madeira.

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ELEMENTOS FUNDAMENTAISCriatividade e harmonia podem ser consideradas as duas palavras mestras para ganhar a atenção dos 27 mil visitantes que por lá passaram em um mês de evento. Todos os ambientes foram projetados com preocupação especial em relação aos idosos e pessoas com deficiência. Os espaços trouxeram inovações como amplas áreas de circulação; climatização e iluminação automática; placas em braille e elevador. Além disso, a utilização de materiais alternativos demonstrou a postura ecologica-mente correta da mostra.

No espaço Lounge Salinas, assinado por Roberto Pamplona, centraliza-ram-se as festas e bate-estacas. O cenário, regido pelo negro, foi valorizado pelas cadeiras gigantes, mas também pelas belas molduras vermelhas, talhadas e desenvolvidas pelas irmãs Zuleica e Neide Ferreira (Moldura.com), que envolviam pinturas de Oto Cavalcanti. Casa Cor é assim: repleta de fornecedores que dão os toques finais que causam a diferença.

A mostra também é joalheria, cafeteria e galeria de arte. Nesta, Mariana Furlani, que dirige um espaço de artes na cidade, viu parte da área externa de sua antiga casa erguer uma filial onde obras de arte foram desejadas e até adquiridas pelos mais vips. Rosalinda Pinheiro, pela cafeteria, criou um ambiente onde se degustava livros e cafés, mas que também ficou marcado como um point de bate-papo informal. Érico Monteiro criou uma caixa de jóias, escura e intimista, para envolver a preciosidade de designers cearenses, em sua Joalheria. O brilho das pedras ganhou luz.

O “Estilo Cearense de Morar”, tema desta edição, reuniu 63 profissionais, que assinaram 41 espaços, sendo 16 completamente construídos nos dois mil metros de área externa da casa. Em pouco mais de dois meses, o sonho da mais bonita sala, do mais aconchegante quarto, do deck ideal para receber amigos... estava lá, edificado e prontinho para ser memori-zado e desejado pelos visitantes.

O glamour do Restaurante Bossa Nova,

de João Jorge Melo, trouxe um nostálgico

Rio de Janeiro dos anos 60

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CULTURA POPULAR BRASILEIRAO espaço assinado por Neide Barbosa tem por inspira-ção as mostras dedicadas à cultura popular brasileira. Enquanto os panos de fundo são neutros, os objetos expostos são os pontos de enfoque, valorizados por uma iluminação pontual e direcionada.

ARTE E DESIGNA Galeria de Arte e Design, por Mariana Furlani e Alexan-dre Landim, reuniu gente que entende de arte e cultura criando um sarau diário. Com esculturas, pinturas e foto-grafias, o espaço ainda preservou uma árvore, original da casa, em meio à galeria.

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OFICINA DAS ARTESAs crianças não ficam de fora quando o assunto é design. Na Oficina das Artes, as cores da Hidracor foram a sensação da Casa Cor Ceará no espaço assinado por Christiane Boris.

HOME THEATERTudo automatizado, das cortinas à TV. No Home Theater assinado por Dora São Bernardo, a única preocupação é se deliciar nos móveis assinados por Sérgio Fahrer (Ouvi-dor Interiores) e curtir bons momentos de som e vídeo.

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SALA DE JANTAROs tons alegres dos objetos, tecidos e pinturas das paredes da Sala de Jantar assinada por Sergei de Castro lembram o frescor do clima de Fortaleza nesta época e os ventos fortes que costumam açoitar as dunas e a beira-mar.

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HOMENAGEMComo em todas as edições, o evento reserva homena-gem àqueles que são destaque em sua vida profissional. Dois ambientes foram dedicados ao jornalista Demócrito Dummar: a Varanda e o Escritório do Jornalista (à esquerda), além de destaque na Sala de Jantar, de Sergei de Castro. O outro homenageado foi o empresário Deusmar Queirós, com o Refúgio do Empresário (foto).

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AND THEWINNER IS...

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Três propostas lançadas, nove premiados. Este ano, o evento buscou a valorização e preocupação com o artesanato, design e ambiente verde. Uma comitiva

de jurados passeou, com olhares mais atentos, num dia menos concorrido, por todos os espaços da CCC e escolheu aqueles que mais se preocuparam com cada tema. O evento ainda pre-miou, com menção honrosa, Cecília Nóbrega e Dudu Vidal com a Sala de boas-vindas com bilheteria (ambientação).

T: ROGILTON CONDE ® | F: ESDRAS GUIMARÃES

ARTESANATO1 Lavanderia e hobby da dona da casa: Marçal Barros2 Armazém do artesanato: Neide Barbosa3 Ceará em arte e cultura: Celene Gurgel e Julio Mesquita

DESIGN1 Cozinha: Eliana Braga2 Suíte do Rapaz: Inês Porto e João Almeida3 Cozinha gourmet: Hermínia Lopes

AMBIENTE VERDE1 Eco Loft: Maria José Lopes2 Spa em casa Deca(foto): Mario Wilson3 Terraço dos ventos: Kariny Fernandes,Cristiane Alves, Aida Andrade e Marília Eskizan

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VOU DE BIKE

UMA NOVA MANIA MOVIDA A SUOR. AS “DUAS RODAS” INVADEM AS GRANDES CIDADES. ASSIM COMO AS “LOVEMARKS”

Crise econômica, busca por manter o corpo saudável ou a velha batalha contra o stress. Os motivos podem ser diferentes, mas muitos estão transformando as “velhas magrelas” em transporte alternativo e em um meio para conseguir um novo estilo de vida. E você, tem a sua marca preferida de bicicleta? Se a resposta for automática,

quer dizer que o nome pensado faz parte das chamadas “lovemarks”.

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PRAzER, ESPORTE, ECONOMIA E SAúDE. OU ATÉ MESMO UMA AVENTURA PELA ESTRADA. AS BICICLETAS GANHAM CADA VEz MAIS ADEPTOS PELOS MOTIVOS MAIS DIVERSOS. FILOMENAS, LADIES LAURAS OU AS CARINHOSAMENTE CHAMADAS APENAS DE MAGRELAS GANHAM AS RUAS. ATÉ EM INICIATIVAS PúBLICAS E COMPARTILHADAS. UM VELHO CONHECIDO TRANSPORTE ALTERNATIVO QUE VEM SE TORNANDO UM NOVO MEIO DE ESTILO DE VIDA.

T: ANA NADDAF ® & MÔNICA LUCAS ® | F: SXC.HU

Sinal verde. Mas no lugar das habituais quatro rodas no cru-zamento, apenas duas. Sem

motor. Movidas a suor. Também a prazer, conveniência, economia ou saúde. Em várias cidades no mundo, onde o automó-vel sempre foi o principal meio de transporte, muitos estão trocando as qua-tro por duas. E fazendo as contas, ganhando mais. Seja evitando os contínuos aumentos do combustível, ou os incansáveis tráfegos das grandes metrópoles. Cuidando ainda do corpo e do meio-ambiente. Como garantem os entusiastas da bicicleta.

“Comecei a economizar o dinheiro que gastava com gasolina, me sinto um pouco mais ecologicamente correto e ainda perdi cerca de 10 quilos. E tudo isso somente pedalando até o trabalho. O que pensei que fosse ser apenas uma moda de verão, acabou ganhando outras estações já por quase três anos”, comenta o professor universitário Ricardo Mendes, que trocou São Paulo por Nova York. E o carro pela “magrela”. Uma “moda” que arrebata cerca de 75 mil ciclistas em um dia típico de pri-mavera somente em Manhattan, segundo o Departamento de Transportes Alternati-vos da cidade americana.

Até em lugares onde o metrô é patrimônio histórico e sempre foi a melhor opção de locomoção, as bicicletas começam a ganhar adeptos. “Depois de um ano em Paris, eu estava cansada do ritmo de metrô. Precisava mudar. E era agosto, verão máximo na cidade. Comprei a bicicleta de uma amiga e nunca mais deixei de usar. Tem dois anos e meio”, lembra a designer Joana Resek.

E mesmo em cenários que não parecem tão propícios ou que não possuem estrutura suficiente para suportar este novo tipo de tráfego, entusiastas das duas rodas começam a surgir. Depois de uma temporada em Florianópolis, onde a bicicleta tornou-se um prazer e uma forma de evitar o volante, a produtora de moda Roberta Stamatto trocou de cidade e o motivo para pedalar, mas não o hábito. “Voltando para o Rio, deixei o marido mas trouxe a Filomena (nome que todas as minhas bicicletas rece-beram desde então) comigo. Tenho um pouco de preguiça de ir naqueles lugares “perto-longe”. Longe pra ir a pé, mas muito perto pra pegar um carro. Por isso comecei a ir nos lugares “perto-longe” sobre duas rodas, depois aumentei os meus per-cursos e já chego a ir quase longe, se não tiver calor demais ou chovendo”, relata a produtora.

RICARDO MENDES | PROFESSOR UNIVERSITáRIO

ME SINTO UM POUCO MAIS

ECOLOGICAMENTE CORRETO E

AINDA PERDI CERCA DE 10 QUILOS.

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PEDALANDO, PERAMBULANDODesde que se “entende por gente”, o arquiteto Stefaan Loncke se vê sobre duas rodas: “Em países como a Bél-gica, quase se nasce com a bicicleta. Assim é que me recordo desde muito pequeno indo para a escola”. Hoje, para o arquiteto, a bicicleta é usada para quase tudo. Para chegar ao trabalho (“ainda bem que vivo a cinco minutos de lá”), como forma de esporte (“em voltas pela montanha”) e para “perambular” por Barcelona (onde Loncke atualmente vive) ou a recorrer povoados medie-vais perdidos no interior da Catalunha.

Propícia para “perambular” pela tradicional maneira (a pé), Barcelona com suas ruelas estreitas e vielas tortuosas parecia não ser roteiro indicado para circular sobre duas rodas, no entanto, ganhou uma alternativa pública que vem conquistando a população. Em 2006, a prefeitura implan-tou o “Bicing”, um sistema de transporte rotativo onde um usuário (previamente cadastrado via internet) recebe um cartão magnético que lhe dá acesso a usar uma das 1.500 bicicletas disponíveis em mais de 100 pontos estratégicos por toda a cidade. Usá-la por um determinado período de tempo e devolvê-la em outro ponto. Nos cinco primeiros meses de implantação, 90.000 pessoas se cadastraram e o sistema contabilizou cerca de 20.000 usuários diários.

œ EM PAíSES COMO A BÉLGICA,

QUASE SE NASCE COM A BICICLETA.

ASSIM É QUE ME RECORDO DESDE MUITO

PEQUENO INDO PARA A ESCOLA.

STEFAAN LONCKE | ARQUITETO

No lugar da bicicleta vermelha-e-branca de três marchas usada pelos espanhóis, Paris adotou uma versão mais sóbria, de cor acinzentada. Mas o sucesso de público foi tão arrebatador quanto o visto pela experiência espanhola. No primeiro mês do Vélib (nome do sistema na França, que vem de vélo, bicicleta, e liberté, liberdade), mais de 1 milhão de pessoas se inscreveram para utilizar as 11.000 bicicletas disponibilizadas pela prefeitura em mais de 750 estações espalhadas pela capital francesa. Por conta do sistema funcionar 24 horas por dia, sete dias na semana e ainda fornecer a primeira hora grátis, virou mania principalmente entre os jovens e os boêmios.

Com a implantação das bicicletas públicas, novas rotas e estruturas voltadas para ciclistas começaram a ser implan-tadas nestas cidades. No entanto, os velhos “inimigos” naturais dos ciclistas ainda continuaram: o frio, a poluição e os motoristas de carro. “Há melhorado muito, mas o mais importante não, que é a consciência das pessoas. Ainda que estejam mais acostumados com bicicletas, muitos não as consideram como um meio de transporte. Os motoristas te cortam muitas vezes de forma perigosa, não te deixam espaço, estacionam ou caminham nas rotas destinadas aos ciclistas”, reclama Loncke.

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NÃO É COISA DE “LISO”No Brasil, ainda que com um tímido crescimento dos fãs da velha “magrela”, nenhum projeto de transporte alternativo de ordem nacional foi aprovado. No entanto, várias capitais brasileiras começaram a construir ciclo-vias como um primeiro passo para o incentivo do uso das duas rodas. “O Rio tem ciclovia em praticamente toda a Zona Sul, lugar aonde moro e transito. Não vejo muitas desvantagens, aonde eu ando não tem ladeiras, graças a Deus nunca fui assaltada (mas tenho muitos amigos que já foram), e às vezes o calor não permite, mas a culpa disso ainda não é dos governantes”, enu-mera a produtora de moda Roberta Stamatto, sobre alguns pontos que a faz usar a bicicleta Filomena para quase tudo, de levar a filha na escola até carregar todo o material para uma produção. “Dependendo de onde for, faço como formiguinha, levo um pouquinho, volto, pego mais um pouquinho... ”, explica Stamatto.

A visão cearense sobre este alternativo meio de trans-porte, no entanto, ainda é uma questão que mescla falta de estrutura e de conscientização. “Por aqui, a bicicleta é muito utilizada por operários da indústria, da construção civil. Se você andar pela avenida Sargento Hermínio, no começo da manhã, verá muitos ciclistas, mas a estrutura da cidade não facilita a vida dessas pessoas, as vias são muito estreitas e elas acabam se arriscando no trânsito”, comenta o engenheiro civil Mário Azevedo Filho. Segundo o técnico, que também é professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), não existe um consenso entre os autores que estudam a questão. Uns defendem as ciclovias, outros, uma convivência entre ciclistas e motoristas.

Pouco a pouco, ciclovias começaram a aparecer na capi-tal cearense, mas estas não são conectadas entre si e não recebem a manutenção propícia. “Já usei bicicleta como transporte em Fortaleza por cerca de um ano e defini-tivamente aqui (em Brasília) é melhor. A arquitetura e o planejamento da cidade, a qualidade do asfalto e a segurança são os pontos fortes”, argumenta o músico Pablo Garcia da Costa que, por conta de um mestrado na Universidade de Brasília, mudou de cidade e adotou a bicicleta como meio de transporte para ganhar tempo e driblar o escasso sistema de transporte público no percurso casa-faculdade.

De acordo com o engenheiro Azevedo Filho, a bicicleta seria o meio mais viável para distâncias curtas em gran-des cidades. E em tempos de crise mundial e aquecimento global, seria o transporte ideal. “É também preciso ter uma campanha para conscientizar as pessoas”, pontua o engenheiro. “Embora seja realmente mais econômico, isso não é decorrência da falta de dinheiro, não é coisa de ‘liso’, mas sim um modo de vida”, conclui.

Quem enxerga pela mesma perspectiva é o ator e artista gráfico Márcio Gurgel. Durante a semana, a bicicleta é o seu meio de transporte para visitar clientes e entregar traba-lhos. Aos domingos, é utilizada para lazer e manter o físico, em pedaladas pelo principal parque da capital cearense. Mas a principal questão levantada por Gurgel é seu estilo de vida, ligado a uma conscientização ecológica: “Comecei a andar de bicicleta há uns 15 anos, no começo porque gos-tava, pelo bem-estar. De uns dois anos pra cá, reforcei essa preferência por questões ambientais. Mesmo tendo carro disponível em casa, prefiro respeitar o meio-ambiente”.

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“A escolha de viajar assim não era por uma identificação ou cos-tume com a bicicleta, mas a maneira diferenciada de deslocar-se, o tempo outro, a liberdade, o contato direto com o mundo e as pes-soas”, pontua o artista, que hoje pedala esporadicamente por conta da dificuldade de se relacionar com o trânsito de Fortaleza. “A falta de respeito impera, principalmente, para com o ciclista. Gosto mesmo é de pedalar pelas estradas”, afirma. O “gosto” e as experiências cole-tadas entre o pedalar - em forma de casos guardados na memória, relatos registrados em um blog ou em imagens, irão parar em um livro que Rafael Limaverde estará lançando em breve. “Depois que se vive uma experiência com a bicicleta, o carro vira uma gaiola”. ™

CARRO VIRA “GAIOLA”Uma diferente maneira de cair na estrada foi o principal motivo para o artista plástico e car-tunista paraense, radicado no Ceará, Rafael Limaverde, tornar Lady Laura (nome dado à bici-cleta) sua companheira de viagem. Inspirado pelo livro do brasileiro Antonio Olinto, que deu a volta ao mundo de bicicleta, Limaverde colocou uma insatisfação pessoal que vinha sentindo na garupa e fez girar as rodas da magrela, em 2002.

A idéia inicial era seguir as pedaladas de Olinto, mas o percurso foi modificado. “Fui pra estrada num momento meio complexo. As torres gêmeas ainda estavam no chão, gripe aviária, dólar de R$3,80. Mas não desanimei”, recorda o artista. No lugar dos possí-veis dois meses na Europa como cicloturista, a escolha recaiu sobre dois anos pela América Latina. Durante a viagem, Limaverde pedalou por Guiana, Venezuela, Cuba, México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai.

œ A FALTA DE RESPEITO IMPERA,

PRINCIPALMENTE, PARA COM

O CICLISTA. GOSTO MESMO É

DE PEDALAR PELAS ESTRADAS. Œ

RAFAEL LIMAVERDE | ARTISTA PLáSTICO E CARTUNISTA

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1 CAPACETEEquipamento de segurança indispensável, o capacete minimi-za riscos de lesões na cabeça. O modelo da Suomy Race tem tamanho ajustável, casco externo em policarbonato e conta com adesivos refletivos e estrutura interna anti-estilhaço.

2 ÓCULOS ESCUROSProtegem não apenas dos raios solares, mas de insetos, poeira e galhos de árvores. A Triton Eyewear trabalha com lentes pola-rizadas, que filtram a luz refletida por superfícies como a água, asfalto e vidros, sendo óculos ideais para as práticas esportivas.

3 LUVASNas quedas mais inofensivas, são as mãos que tocam pri-meiro o solo. As luvas da Kappa amortecem o impacto e permitem maior mobilidade dos dedos, possibilitando ações rápidas no comando sobre a bike.

7 TêNISO calçado mais seguro e confortável é o tênis. Esse modelo da Fila, o Scorpione, tem design com grafismos, é trans-pirável para inibir a proliferação de bactérias e não possui cadarços que poderiam se enroscar nos pedais.

TOP SEVEN

CIRCULANDO NA BOA!PARA SE AVENTURAR EM UMA bIkE PELA CIDADE, É PRECISO TOMAR ALGUNS CUIDADOS PARA PRESERVAR A SAúDE, EVITAR ACIDENTES E fACILITAR O COTIDIANO.

6 CADEADODa linha Bike Line da Papaiz, este cadeado promete pro-teger sua bike com mais estilo. É confeccionado em la-tão maciço, com cabo flexível, nas cores preto, vermelho, amarelo, verde e azul. Disponível no Extra.

5 SQUEEzENão esqueça de se hidratar, principalmente nos percur-sos mais longos. Tenha sempre uma garrafinha com água a mão. Esse squeeze, com 750 ml de capacidade, está à venda no Extra Hipermercado.

4 ALFORJECom capacidade de 25 litros, o alforje da Arara Una tem desenho e o sistema de fixação que permitem que ele seja utilizado tanto como traseiro como dianteiro. O suficiente para carregar os acessórios do dia-a-dia.

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DESCANSE.EXEhORA DA PAUSA! UM PROGRAMA AVISA qUANDO VOCê DEVE DEIXAR UM POUCO O COMPUTADOR DE LADO E DESCANSAR. COM ISSO, DIMINUI SUAS ChANCES DE TER LER E OUTROS PRObLEMAS DE SAúDE. ENTÃO NÃO DEIXE PRA AMANhÃ: DOWNLOAD NOW!

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Norton, McAfee, AVG e até mesmo um de nome fofo, Panda. São muitos os antivírus que nós conhecemos, né? Baixa-mos, atualizamos e estamos eternamente preocupados se

nossos computadores estão sãos e salvos de ameaças. Mas quantos programinhas para a SUA saúde você conhece, caro leitor? Sim, por-que passar horas e horas no PC é útil e divertido, mas pode trazer males como LER (Lesão por Esforço Repetitivo), problemas nos olhos e coluna e até mesmo stress.

Ter consciência do tempo gasto em frente ao monitor e driblar os maus efeitos desse hábito é difícil, mas já é possível ter programas que ajudam nessa tarefa. O mais conhecido é o Health Keeper. Existem outros, mas este é leve, Open Source, grátis e funciona de maneira muito fácil. O usuá-rio estabelece períodos de descanso e trabalho – por exemplo, 10 minutos de pausa a cada hora na frente do PC. Ele fica minimizado e avisa quando

™ PARA BAIXAR

http://healthkeeper.sourceforge.nethttp://www.dejal.com/timeout http://www.workrave.org/download

está na hora de parar. Para os teimosos, ele pode apagar o monitor e/ou bloquear mouse e teclado durante o período de descanso.

O Health Keeper oferece ainda outras opções bacanas, como contabilizar o tempo em que o PC está inativo como tempo des-canso e a função “mais 5 minutos” de tolerância, caso você esteja finalizando algum trabalho urgente ou no meio de uma conversa importante. Mas não tente driblá-lo, ele só permite que você faça isso uma vez. O programa também mostra lembretes para des-cansar os olhos, olhando para um objeto distante, o que ajuda a evitar problemas oculares e dores de cabeça.

Durante a parada, aproveite e levante, se alongue um pouco, exercite as mãos, caminhe – pode ser até para um cafezinho ou beber água. Outra vantagem é o aumento da produtividade. Com as pausas, a mente e o corpo descansam, renovando a energia e as idéias. Além disso, dá para ter noção do tempo e se programar, em vez de sair do escritório e perceber que a noite já vai longe. O único detalhe chato é que ele só roda em PC. Mas – oba! – já existem alternativas para Mac (Time Out) e Linux (Workrave). ™

T: MÔNICA LUCAS ® | I: CHICO NETO ®

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PASSA UM CREMINHO...

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Mar, praia, diversão, sol... Sol??? Nem tanto assim! Morar em cidades do Nordeste, em especial, requer um uber-cuidado quando o assunto é exposição aos raios UV. Nos últimos dez

anos, o número de casos de câncer de pele praticamente dobrou em todo o mundo. O Brasil é um dos países onde há maior incidência da doença. Para alertar a população sobre os riscos da exposição ao sol sem proteção, em novembro comemorou-se um dia dedicado a ações de conscientização para a prevenção da doença.

No Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pele, a Adcos, em Forta-leza, promoveu distribuição de sachês de filtro solar da linha Sun Care no calçadão da avenida Beira Mar e ainda na Praia do Futuro. Além do produto, a empresa distribuiu material educativo sobre os cuidados com a pele e os fatores de risco deste tipo de câncer. Os folders também trouxeram informações sobre os benefícios do uso do protetor solar e produtos voltados para a proteção da pele. “Basta se acostumar e todos os dias passar um pouco de protetor no rosto. A pele não fica oleosa e, o principal, você estará protegida contra os efeitos poderosos do sol, que podem trazer seqüelas irreversíveis”, explica Liana Zúniga, esteticista e diretora da Adcos. ™

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SOCIEDADE ANÔNIMA

Todo ser humano tem o direito de ter sua história de vida eternizada. Esta é a premissa do Museu da Pessoa, que desde 1991 registra depoimentos

espontâneos de anônimos e famosos. Ao reunir em um mesmo espaço o célebre músico Paulo Jobim e o cozinheiro Francisco José Moreira Mota, cearense de Tauá, o museu expõe um amplo painel da sociedade contemporânea, de modo informal.

Segundo a diretoria, “a missão do Museu da Pessoa é contribuir para tornar a história de cada pessoa valorizada pela sociedade”. Daí surgiu o Instituto Museu da Pessoa.Net. Com um acervo composto por textos, fotografias e arquivos em áudio e vídeo, o museu virtual também está ao alcance de todos, por meio do site www.museudapessoa.net. Há também uma área dedicada à educação e uma seção sobre a memória de instituições.

NO MUSEU DA PESSOA NÃO É PRECISO SER CELEbRIDADE OU TER INVENTADO A PÓLVORA. TODOS TêM O DIREITO DE REGISTRAR, ETERNIzAR E COMPARTILhAR SUAS hISTÓRIAS DE VIDA, ENRIqUECENDO COM hUMANISMO E DETALhAMENTO fATOS hISTÓRICOS.

T: MÔNICA LUCAS ® | I: OTáVIO RODRIGUES 1

™ SELF-SERVICE

Rua Natingui 1100 São Paulo SP(11) [email protected]

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1Para entrar em contato com o criativo Otávio Rodrigues:[email protected]

Seja em seu espaço físico, em São Paulo, ou no meio virtual, o Museu da Pessoa registra depoimentos para construir uma rede internacional de histórias de vida emotivas e/ou divertidas. Ele também está presente no Canadá, Estados Unidos e Portugal. Ao longo de mais de 17 anos, o museu construiu um acervo compartilhado por mais de 4 mil pes-soas que aderiram ao projeto. ™

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AS RAZõESALÉM DA RAZÃO PARA AMAR UMA MARCA

Você comprou seu relógio para ver as horas? E seu car-ro, simplesmente para locomoção? E estas Havaianas aí no seu pé, são apenas calçados confortáveis?

É claro que não, não e não, pois a grande maioria dos bens disponíveis para consumo há muito perderam seu caráter meramente funcional. Em todos os processos de escolha do consumidor existem dois tipos de motivação: a racional e a emocional. E nós ultimamente diante de um mercado muito padronizado, com produtos e serviços extremamente similares, acabamos decidindo pela força de uma marca e/ou de uma conexão emocional. Para ajudar as empresas neste processo de conectar-se com o consumidor, entra em cena o marketing experimental contrapondo-se ao marke-ting tradicional. As características e benefícios dão lugar às experiências sensitivas, afetivas, com forte identificação e transferência de valores. As pessoas querem ser estimu-ladas, divertidas e desafiadas experimentando sensações proporcionadas pelas marcas.

PARA PENETRAR NA MENTE DO CONSUMIDOR, UMA MARCA DEVE TER UMA COR, UM SOM, UM ChEIRO, UMA fORMA, UM SAbOR. OU SEjA, ESTAR EM TODOS OS SENTIDOS, EM fORMA SINESTÉSICA. E ASSIM SE CRIAM AS “LOVEMARkS” (AS MARCAS qUE VOCê AMA), DENTRO DE UM CONCEITO qUE DEfENDE qUE O ATO DA COMPRA É UMA RELAÇÃO DE EMOÇÃO SUbjETIVA E CONfORTáVEL.

Pare para pensar no crescimento incrível do mercado de eventos no Brasil em todas as suas vertentes. Esportivo, cultural, moda, música, gastronomia. Já somam mais de 10% do montante investido em comunicação anualmente no país, entre eventos próprios e patrocínios, um valor que ultrapassa R$ 3 bilhões. As marcas que estão por trás des-tes números querem construir experiências indeléveis no coração dos seus consumidores.

Martin Lindstrom em sua obra Brandsense aponta para os 5 sentidos da marca. Uma marca deve ter uma cor, um som, um cheiro, uma forma, um sabor, enfim, penetrar na mente do consumidor de forma sinestésica. Hoje é comum ver lojistas utilizando aromatizantes na criação de experiências percep-tivas a seus freqüentadores, criando um “cheiro” da marca. O design nunca foi tão valorizado como forma de vantagem competitiva intangível, mas extremamente desejada. As Con-cepts Stores – lojas conceito - sintetizam esta tendência. Vender imagem de marca, conceito ao invés de produtos.

Marcas que você ama muito e respeita muito são as suas “lovemarks”, conceito cunhado por Kevin Roberts, um dos maiores executivos de propaganda do mundo. Você as defende, desequilibra seu orçamento para não ficar sem elas, tem orgulho próprio em utilizá-las, porque estar com elas não é só um ato de compra, é uma relação de emoção subjetiva e confortável.

Não olhe mais para o seu produto como produto. Pense nele como uma marca que precisa conquistar o coração do seu consumidor. As portas da percepção já estão abertas. Basta se aventurar. ™

GAL KURy é consultora de Comunicação Integrada de Marketing e professora da Universidade federal do Ceará (UfC) e UNIfOR – CE. Contatos: [email protected]

T: GAL KURy ® | I: ERIK ÉGON 1

GENTE NOSSA

1Para conhecer mais trabalhos do designer gráfico e ilustrador Erik Égon, acesse: www.erikegon.com.br

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SEIS ® VIAGEM

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CIDADES CENÁRIOS

FILMES QUE TIVERAM COMO LOCAÇÕES AS PRINCIPAIS “METRÓPOLES DO CINEMA” E UM DICIONáRIO VISUAL

Um passeio pela Manhattan de Woody Allen ou pela Barcelona de Almodóvar.

Seguir os passos de Amélie por sua íntima Paris. Ou ainda jogar uma moeda na fonte que serviu de cenário para um clássico de Fellini. Cinéfilos-viajantes unem as duas melhores maneiras

de viajar através de guias especializados e filmes. Para ajudar, um dicionário que, assim como uma imagem de cinema, vale mais do que mil palavras.

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SEjA O CINEMATOGRáfICO OU O TURíSTICO, O ROTEIRO INCLUI CENAS DE CARTõES-POSTAIS OU OS MAIS bEM GUARDADOS SEGREDOS DE UMA CIDADE. CINÉfILOS E VIAjANTES PERCORREM COM OS OLhOS OU SEGUEM OS PASSOS DE SEU PERSONAGENS PREfERIDOS NAS ChAMADAS METRÓPOLES DO CINEMA. GUIAS ESPECIALIzADOS AjUDAM A SEGUIR O “SCRIPT”. ENTRE ROTEIROS E DIáRIOS DE bORDO, CONVIDAMOS PESSOAS A RELEMbRAR SUAS VIAGENS RELACIONADAS A SEUS fILMES fAVORITOS.

T: ANA NADDAF ® | F: DIVULGAÇÃO

roteiro

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No último filme do cineasta norte-americano Woody Allen, uma das protagonistas é a própria cidade onde boa parte das cenas foram gravadas.

Em “Vicky Cristina Barcelona”, a cidade espanhola faz par com as atrizes Rebecca Hall (Vicky) e Scarlett Jonhansson (Cristina). Assim como fez múltiplas vezes com sua New York, Allen é um mestre em transformar cartões-postais em perfeitos cenários para suas tramas. Bem como o contrário. Lugares recriados em suas narrativas saem das telas e viram obrigatórias paradas em roteiros turísticos.

26 de junho. Filmei na La Sagrada Familia, obra-prima de Gaudí.

Estava pensando que tenho muito em comum com

o grande arquiteto espanhol. Nós dois desafiamos convenções,

ele com seu deslumbrante projeto e eu vestindo um babador de lagosta(Trecho do “diário de bordo” do cineasTa Woody allen, enquanTo filmava em barcelona seu mais recenTe filme)

Claro que Barcelona recriada por Allen não é a mesma retratada por outro cineasta, o espanhol Pedro Almodóvar. Allen reinventa Barcelona em sua “Manhattan”, quando ele fez as malas. Porém, em um roteiro (nos dois sentidos, o cinematográfico e o turístico) sem o tom nostálgico que sempre é dedicado a sua cidade natal. Sua usual ironia agora tem o olhar do estrangeiro, do visitante, do turista. Já Barcelona de “Tudo sobre a minha mãe”, do cineasta espanhol, ganha a atenção dos olhos (e das câmeras) de quem conhece os pequenos segredos da cidade. Aqui, Almodóvar troca de papel com Allen. E assim fabulamos com cidades inventadas e reinventadas na grande tela, ao percorrer reais cenários desta e outras cidades que foram imortalizadas no cinema.

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Antes de viajar a Barcelona, o cineasta norte-americano focou suas lentes em outro cartão-postal. “Match Point” e “Scoop, o Grande Furo” trouxeram uma Londres com seu Big Ben e o rio Tâmisa a la Allen. Seria seu próximo destino Paris, a eterna musa da mise-en-scène? Cenário de uma longa lista de filmes, a capital francesa recebe mais de 700 filmagens, anualmente, segundo estimativa da prefeitura da cidade. Por suas ruas, já passaram heróis e mocinhas, vilões e bandidos, românticos e destemidos, e até mesmo um ratinho cozinheiro - Remy, da animação “Ratatouille”.

Passeios programados e mapas turísticos não faltam para encontrar as locações parisienses que aparecem em filmes. Da Paris da Nouvelle Vague de Truffaut e Godard à insólita e diferente visão da cidade pelos “olhos” do ratinho Remy. Um atual sucesso, entre os turistas que visitam a cidade francesa, é o roteiro que per-corre os mesmos lugares em que estiveram Robert Langdon e Sophie Neveu, no filme (do livro homônimo) “O Código da Vinci”. “Lembro que quando visitei Paris, a uns dois verões atrás, via pessoas com o livro em uma mão e o mapa de Paris em outra. Fiquei tão curiosa que resolvi percorrer os mesmos caminhos dos per-sonagens. Tinha visto o filme, mas não me lembrava muito bem. Por isso, comprei o livro, mesmo em francês, e me imaginei seguindo Tom Hanks (Robert) e Audrey Tautou (Sophie)”, comenta o artista-plástico Sálvio Granado.

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1O livro “Ciudades del

Cine” (“Cidades do Cinema”), de Rafael

Dalmau e Albert Galés, ainda só pode ser

encontrado na versão espanhola, editado por

Raima Ediciones.

Em verões anteriores, muitos seguiram os passos de outra per-sonagem interpretada pela atriz Tautou. O “fabuloso destino” da naïf Amélie Poulain virou destino turístico e muitos tenta-ram rever a candura da fictícia guia ao desfilar pelas ruas do bairro parisiense de Montmartre. “Fiz tudo como mandava o figurino, ou melhor, o roteiro. Desci na estação de metrô Place des Abbesses, subi e desci as escadarias da Sacre Couer, mirei a cidade lá de cima e até usei um dos telefones da praça Willette”, relembra a designer gráfica Isadora Antena, que ainda mantém o pôster do filme de Jean-Pierre Jeunet sobre a cama.

Além de Nova York, Barcelona, Londres e Paris, muitas outras cidades viraram set em scripts. Como também muitos cenários cinematográficos ganharam seus próprios guias turísticos. É o caso de Roma, Istambul, Berlim, Veneza, Buenos Aires, Moscou, Hong Kong, Viena, Tóquio… Em cenas de Fellini, Ozpe-tek, Wenders, Roeg, Kar-wai, Hills e Sofia Coppola. Apenas para citar alguns. Recentemente, um guia-livro reuniu boa parte destas “cidades-sets” em rotei-ros que atendem a cinéfilos e viajantes. “Cidades do Cinema” 1, dos espanhóis Rafael Dalmau e Albert Galés, reúne 18 cidades com histórias e dicas de como vivenciar cenários e experiências dos personagens de famosos filmes.

Os autores pretendem fazer uma série com mais de dez títulos dedicados à combinação cinema-turismo. Um dos livros da lista trará, literalmente, a rota e mapas do trajeto de protagonistas que tiveram que viajar na ficção, em fil-mes como “Thelma e Louise”, de Ridley Scott.

Afinal, não é isso que todos procuramos quando entramos em uma sala de cinema ou quando fazemos a mala: reunir em um único momento os vários prazeres de viajar. ™

Seria preciso também incluir na lista um roteiro dedicado ao mais novo sucesso não só de bilheterias, mas entre os passeios turísticos na “cidade preferida do cinema”: um guia de Nova York baseado na ver-são cinematográfica de “Sexo e a Cidade”. Se a Manhattan de Woody Allen tem um certo olhar lânguido e nostálgico, o roteiro incluía pontos turísticos como a ponte do Brooklyn e o Central Park. Por outro lado, a Manhattan das quatro amigas Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda necessita de um guia que indique os bairros da moda e uma coletânea da badalada vida gastronômica da cidade.

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Em Hamam, de Ferzan Özpetek, Francesco viaja a Istambul com a esposa para receber uma herança deixada para ele por sua tia Anita. Na privacidade de um banho turco, Francesco empreende uma viagem de iniciação à homosse-xualidade e descobre o outro lado de si mesmo. Quando pequena, eu ficava fascinada com a idéia da antiga Constantinopla. Eu cresci, mas continuou me atraindo a nova Istambul. Uma viagem encerra a idéia de um dilema. Uma eleição. Deixar um lugar e ir para outro. Em Istambul, você pode ter tudo: uma coisa e também seu oposto, duas metades indivisíveis. A idéia de caos e das tentativas de ordená-lo. Ásia e Europa, oriente e ocidente. Há dois prazeres aos quais um não pode renunciar nesta cidade enigmática e contraditória: uma matrona que te banhe em uma sauna Hamam e acompanhar as centenas de turcos que diariamente cruzam o Estreito do Bósforo, em barcos nostálgicos que alternam paradas entre a Ásia e a Europa. Nasci em 29 de maio de 1972, sob o signo de Gêmeos. Segundo o horóscopo ocidental: sou uma mulher, mas também sou um homem, não gosto das renúncias, e às vezes sofro.

4CARMEN VIVEROS é coordenadora de produção do Mestrado em Documentário Criativo da Uni-versidade Autônoma de barcelona. Seu relato foi inspirado no filme “banho Turco” (“hamam”), de ferzan Ozpetek. Carmen viajou a Istambul no ano passado.

outros “diários”que mesclam cinema e viagemDUAS PESSOAS lIGADAS AO CINEMA E AO AUDIOVISUAl CONTAM SUAS ExPERIêNCIAS QUE FUNDEM UM FIlME E UMA VIAGEM EM UMA ESPÉCIE DE PEQUENO ROTEIRO-DIáRIO.

Meu namorado é espanhol e, por isso, decidimos passar as últi-mas férias na Espanha. Ele me levou para conhecer Madrid, Sevilla, Granada e Cadiz. Aproveitamos e viajamos até África, chegando a Marrocos. Depois fomos a Roma, na Itália, a Bucareste, na Romênia, e chegamos até Istambul, na Turquia. Todos estes países certamente tem algum filme que me marcou profundamente, mas nada foi mais emocionante do que ter conhecido a Fontana di Trevi, em Roma. E sei que é clichê, brega, o que seja, mas eu tive que tirar o sapato para pisar no chão onde Frederico Fellini, um dos maiores gênios da história do cinema, filmou uma das cenas de “La Dolce Vita”, em 1960. A memo-rável imagem de Anita Ekberg dentro da fonte, chamando Marcelo Mastroianni para molhar-se com ela, fez do lugar um espaço de ¨culto .̈ Para mim, tudo nesta imensa fonte tem intensidade. Eu fiquei por muitos minutos desconectada do mundo real e sub-mergida neste ambiente sem tirar o sorriso do rosto. Foi lindo porque eu estava com uma pessoa que amo, num lugar que fez parte de um dos grandes clássicos da história do cinema, que é o campo que eu estudo e trabalho ultimamente. Ou seja, tudo que mais me interessa estava ali. Naquele instante. E claro que não deixei de jogar a moedinha para dar sorte e viver outros momentos como este.

3JANAíNA MARQUES é realizadora audiovisual e está vivendo em Cuba, concluindo o Curso em Direção, na Escuela Internacional de Cine y TV. Seu relato foi inspirado no filme “A Doce Vida” (“La Dolce Vita”), de frederico fellini. janaína viajou a Roma no verão passado com seu namorado Pablo Arellano.

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TSó quem já passou por “percalços lingüísticos” em uma viagem sabe como é importante fazer mímica, gesticular ou ter um mínimo conheci-

mento em desenho. O mínimo, em muitos casos, já é muito. Por exemplo, quando você precisa explicar que prefere frango no lugar de algum exótico animal oferecido no menu. Ou que, simplesmente, precisa usar “a famosa palavra toilet” – nem tão conhecida assim em muitas línguas.

“Se você alguma vez estivesse em uma pequena loja na Ásia tentando comprar um alfinete, você iria entender porque eu criei o ´Point it ´”, relembra o fotógrafo Dieter Graf, sobre a idéia inicial de um “dicionário sem palavras” destinado a turistas. Viajando pela Índia, em 1976, Graf sofreu com os diferentes dialetos e a simples falta de alguém que falasse ao menos poucas palavras em inglês ou algum idioma que ele dominasse, para traduzir corriqueiras ações como a de comprar um alfinete.

Leve e menor que um passaporte, “Point it” é um dicioná-rio1 que mostra imagens universalmente conhecidas de 1200 itens, agrupados em categorias como comida e bebida, acomodações, transportes, entretenimento e saúde. Imagens suficientes para se comunicar em qualquer lugar e para se fazer entender nas mais básicas necessidades.

Por isso, quando você não souber o que dizer, aponte o dedo como o ET. Para que ninguém tente te vender uma samosa no lugar de um croissant ou que te mostre onde é o tele-fone mais próximo, no lugar do toilet. ™

SEM PALAVRAS.ASSIM É O TíTULO DESTA MATÉRIA. EU SEI qUE É fEIO APONTAR, MAS O CARO LEITOR VAI ENTENDER NAS PRÓXIMAS LINhAS O qUANTO É IMPORTANTE UM DEDO INDICADOR PARA SE EXPRESSAR NAS MAIS DIVERSAS SITUAÇõES. É A VELhA hISTÓRIA DE qUE UMA IMAGEM VALE MAIS DO qUE MIL (NESTE CASO, 1200) PALAVRAS. EM MUITAS LíNGUAS. PELO MENOS, EM VIAGENS.

T: ANA NADDAF ® | I: NICOLAS GONDIM ®

CURTA

1Dicionário básico para

esta matéria (com palavras mesmo): “point it”

(“apontá-lo”, em inglês), “toilet” (“vaso sanitário”, em francês, mas palavra

geralmente usada para designar “banheiro” em

muitos países) e “samosa” (uma espécie de pastel

muito comum na Índia).

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MISS JERIjERICOACOARA, UMA DAS DEz PRAIAS MAIS bONITAS DO MUNDO. O TíTULO ATIÇA A CURIOSIDADE. A VISITA CONfIRMA: TEMOS UM PEDAÇO DO PARAíSO NO CEARá.

CURTA

Dizem que ir ao Ceará e não visitar Jericoacoara é como ir a Roma e não ver o papa. Conhecida apenas dos viajantes profissionais, o turismo a

descobriu em meados dos anos 80, quando ainda era um vilarejo de pescadores, sem luz ou telefone, em meio a dunas brancas. No entanto, em 1994 o Washington Post Magazine a citou entre as dez praias mais belas do mundo, e Jericoacoara entrou definitivamente no mapa.

Pousadas tentam manter o clima aconchegante e discreto de uma praia ainda misteriosa.Fotos: Divulgação

Ainda hoje não é fácil chegar a Jeri, como é chamada pela população local e também pelos milhares que se apaixonam pelo lugar. São 330 quilômetros desde a capital cearense, já quase na divisa com o Piauí. O acesso se dá pela Rodo-via Estruturante CE-085, mas só até Jijoca, município onde se localiza. De lá até a praia só em 4X4. Mas vale a pena. Embora tenha melhorado sua infra-estrutura, o imperdível de Jeri permanece intocado: ver o sol desaparecer no alto da Duna do Por do Sol, à beira mar e a 30 metros do solo.

Os primeiros aventureiros a desbravar Jericoacoara se hospedavam na casa dos pescadores. Realidade distante. Hoje, várias pousadas de charme se instalaram no local. A maioria tenta manter o clima aconchegante e discreto de uma praia ainda misteriosa. A Casa de Areia, por exemplo, possui apenas quatro acomodações e fica de frente para o mar. Para quem realmente deseja esquecer que o relógio existe, não há preocupação sequer com o café da manhã. Diferente da maioria dos hotéis, não há limite de horário.

Em Jeri, parece incrível, mas o sol brilha o ano inteiro. Então a melhor época para visitá-la depende da inten-ção do turista. Os que preferem esportes como kitesurf e windsurf, os ventos alísios sopram forte de julho a janeiro. Para quem prefere sossego, sombra e água fresca, março, abril, maio e junho são os meses. ™

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BRINDE À RENOVAçÃO

MUITO CHAMPAGNE PARA COMEMORAR AS FELIzES NOVIDADES E RENOVAÇÕES DA CIDADE SOLAR

Uma casa que se renova para abrigar a edição cearense do maior evento de decoração do Brasil.

Dez anos de pura energia na Casa Cor Ceará. Também em clima de festa, a construtora Mota Machado comemora 40 anos e nos brinda com a arte de Sérvulo Esmeraldo. A Elementais chega com tudo em Fortaleza e ainda conferimos a festa do colunista Luiz Carlos Martins. As últimas quem conta

é Heloisa Helena Rodrigues.

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EHELOISA HELENA RODRIGUES

™ 03 NIGhT Márcia D.julio é a badalada RP da Seven Dinner Club, restaurante ligado ao Mucuripe Club, que oferece cardápio cuidadosamente elaborado com delícias das cozinhas japonesa e contemporânea. O espaço reúne público seleto, com comando de djs e outras programações musicais, abrindo de quinta a sábado.

™ 01 bIRThDAyA colunista Regina Marshall teve seu aniversário comemorado em prestigiada festa no barbra’s Éden.

™ 04 DESIGNER O designer Sérgio Rodrigues esteve em fortaleza, acompanhado da mulher Vera beatriz, onde autografou livro sobre sua trajetória profissional, escrito por Adélia borges, na Ouvidor Interiores. O evento reuniu grande número de profissionais da área de decoração e arquitetura, que manifestavam sua admiração pelo autor da famosa “poltrona mole”, e que é considerado ‘mestre do design brasileiro’.

™ 02 CRIADORO estilista kallil Nepomuceno apresentou sua coleção inspirada nos 4 elementos da natureza em aplaudido desfile no La Maison.

SEREIAO Theatro José de Alencar foi cenário da solenidade de entrega do Troféu Sereia de Ouro pelo Sistema Verdes Mares. Foram agraciados nesta edição: O ministro da Previdência Social, José Pimentel, a escritora Ana Miranda, professor José Osvaldo Beserra Carioca e o ministro do Tribunal de Contas da União, Ubiratan Diniz de Aguiar.

SOFISTICAÇÃOPresentes nos mais requintados ambientes, Sig Bergamin, por exemplo, decora a parede principal de sua sala com vasos de cores diversas, o renomado cristal Murano, em homenagem à ilha onde são produzidos, proporciona elegância e leveza. Bordas grossas, bolhas e detalhes como pó de ouro são as principais características. Em Fortaleza Francisco Campelo apresenta acervo especial na Vintage com peças, inclusive, desenhadas por ele.

FASHIONA grife baiana Elementais inaugurou a primeira loja em Fortaleza. Com mini-coleções que chegam semanalmente em todas as lojas da rede, a marca oferece quantidade de peças limitada para manter a exclusividade, oferecendo apenas uma para cada tamanho. Nas vitrines, a nova coleção Verão 2009 traz um mix de cores e estampas.

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Pelé, Juca de Oliveira e Eva Wilma. Garotos propagandas de peso ressaltando o bom desempenho e credibilidade de empresas como a Coelce e Bic Banco em sua campanha de 70 anos.

O Siará Hall levou a sociedade cearense em peso a prestigiar a apresentação do francês Charles Aznavour que encantou o público com repertório romântico.

Rose Webster e Laccy Silva comemoraram os dois anos da Zou Cultural, no Shopping Del Paseo com o lançamento de nova linha voltada para o público feminino com criações de grifes como uma e Guaraná Brasil.

Ana d’Áurea Chaves e Rita Cruz preparam lançamento de seu livro “Viagens além do olhar”. O evento acontece no dia 3 de dezembro, no Ideal Clube

Em viagem de pesquisa de moda, Naura Franco, Alysson Aragão, Eveline Albuquerque,Sandro George, Beatrice Melo, Gisela Falcão e Isaac Furtado iniciaram o roteiro curtindo o show da Madonna em Paris e em seguida, conferiram a Premiere Vision. Milão e Londres também integraram o roteiro da turma que encerrou temporada em Lisboa.

™ SAVOIR FAIRE

™ 05 COzINhA PREMIADAO chef Lúcio figueiredo, à frente do restaurante Vojnilô em fortaleza, recebeu em São Paulo a premiação de uma estrela do Guia 4 Rodas, pela destacada qualidade da cozinha da casa. No clic, com os chefs Vicente bojowski, de Guarapari(ES) e Claude Troigros(Rj)

™ 06 PETIT’S - I Acompanhando a mamãe Ticiana queiroz no lançamento da nova coleção Guapa Loca, onde janaina Gradvohl apresentou sandálias e bolsas inspiradas na cultura turca, a pequena beatriz já demonstrou sua paixão por calçados.

™ 07 PETIT’S - II Linda, circulando com o papai supercoruja fernando Novais no Iguatemi, a pequena Rebecca marcou presença no coquetel de abertura da exposição 10 anos da Casa Cor Ceará

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NORMATEL DESIGNINAUGURADA

™ 01 César Fiúza, Jr. Mellzo, Marcos Mello e Neuma Figueiredo ™ 02 Cláudio Brasil, José A. Mello, Sara e Sandra Brasil

™ 03 A promoter Lilian Porto e o assessor de imprensa Rogilton Conde ™ 04 Carol e Cláudio Brasil Filho

™ 05 Eneudo Peixoto, Inês Cavalcante, Carlos Otávio, Marcos Novais, Alcy Ponce e Joel Filho ™ 06 Liana Otoch e Henrique Brasil

™ 07 Lúcia e Roberto Galvão ™ 08 Marcondes Viana, Marcos Mello, Luis Carlos Martins

™ 09 Pedro Philomeno, José Antonio Mello, Rui Valeie, Marcos Mello e Gilberto Domingos

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T: ROGILTON CONDE ® | F: IRATUÃ FREITAS

A LOjA APRESENTA A ARqUITETOS E PROfISSIONAI DO MÉTIER AS NOVIDADES EM PRODUTOS DE LUXO PARA ACAbAMENTOS, REVESTIMENTOS E ITENS qUE fAzEM A DIfERENÇA

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KALLILNEPOMUCENOT: ROGILTON CONDE ® | F: FRAN E IRATUÃ FREITAS

O ESTILISTA APRESENTOU, PARA 800 CONVIDADOS E CERIMONIAL DE MAfRENSE, SUAS CRIAÇõES NO LA MAISON COM O TEMA ELEMENTARES

™ 01 Inês Benevides, Paulo José Benevides, Kallil Nepomuceno, Camila Benevides e Vicente Barbosa ™ 02 Regina do egypto e Cléa Queiroz

™ 03 Luíza Olliveira e jornalista Heloísa Helena Rodrigues ™ 04 Look apresentado no concorrido desfile ™ 05 Cabeto e Socorro

™ 06 Conceição Bezerra e o cerimonialista Marfrense ™ 07 Kallil e Cândida Lopes ™ 08 O momento Noiva

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SKYLERCOMEMORA 10 ANOS

™ 01 André Verçosa, que comandou a festa, ao lado de Gracinha, Adriana Joca e Pedro Neto ™ 02 Andréa Tomáz entre Fernando e Mel Rodrigues e Nayara

e André Santana ™ 03 Anna Lecticia, Domitilia e Sofia Guerra ™ 04 Carlinhos Silveira - Franqueado de São Luis ™ 05 Carlos Casagrande foi o convidado

especial da festa ™ 06 Casagrande com René Freire Jr. e Anya ™ 07 Janaynna Chaves e Sofia Guerra ™ 08 Os anfitriões Emílio e Antônio Guerra

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A GRIfE bRINDA, NO IATE CLUbE, SUA PRIMEIRA DÉCADA E O SUCESSO RECONhECIDO NO bRASIL

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MORENA ROSAEM SANTA CATARINA

™ 01 Marco e Valdete Franzato, diretores do Grupo Morena Rosa, com o Edgar Monteiro

™ 02 Cleide Zonta e Vânia Gottardo ™ 03 Fachada loja Morena Rosa ™ 04 Marco e Valdete Franzato com os filhos Eduardo e Lucas

™ 05 Cássia Piovesan, Alinne Abreu e Cássia Stevanato ™ 06 O modelo Henrique Sant’ana apresentou Zinco

O GRUPO MORENA ROSA LANÇA PRIMEIRA LOjA EM bALNEáRIO CAMbORIú COM SUAS GRIfES zINCO, MARIA VALENTINA E MORENA ROSA

T: ROGILTON CONDE ® | F: DIVULGAÇÃO

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CASA COR CEARÁ COMPLETA UMA DÉCADAT: ROGILTON CONDE ® | F: JOÃO BATISTA

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A CASA DE fERNANDA E RUbEM fURLANI fOI ESCOLhIDA PARA RECEbER MAIS UMA EDIÇÃO DO EVENTO ORGANIzADO POR NEUMA fIGUEIRêDO E MARIA NEUSA DE OLIVEIRA

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™ 01 Fernanda e Rubem Furlani, Maria Neuza Oliveira e Neuma figueirêdo ™ 02 Alexandre e Mariana Furlani ™ 03 Alódia e Paulo César Guimarães

™ 04 Arlen Medina, Marcus Tardin e Jocélio Leal ™ 05 Deusmar e Auricélia Queiroz, Cecilia Nobre e Duda Vidal

™ 06 Graça da Escóssia, Consuelo Dias Branco e Anne Benevides ™ 07 Hermina Lopes ™ 08 Inês e Camila Fiúza

™ 09 Luciana Dummar e Fábio Campos ™ 10 Roberto Macêdo, João Caetano de Melo Neto e Maria Neusa Oliveira

™ 11 Rodrigo e Maria da Graça Maia ™ 12 Rose e Laccy Silva ™ 13 Souto paulino e Lêda Maria

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SÉRVULO ESMERALDOPOR MOTA MACHADOT: ROGILTON CONDE ® | F: IRATUÃ FREITAS

A CONSTRUTORA bRINDA SEUS 40 ANOS E APRESENTA EXPOSIÇÃO DO ARTISTA NO CENTRO DRAGÃO DO MAR, EM fORTALEzA

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™ 01 Araci Amaral, Sérvulo e Camila Esmeraldo ™ 02 Assis Machado e Fausto Nilo

™ 03 Assis Machado e Paulo Fraga ™ 04 Assis Machado e Sérvulo Esmeraldo

™ 05 Assis Machado, Anastácio Marinho, Auto Filho ™ 06 Assis Machado, Lêda Maria, Maryanne Machado, Rogilton Conde

™ 07 Assis Machado, Sérvulo e Max Perlingeiro ™ 08 Bosco Lisboa, Dora Freitas e Honorato Feitosa

™ 09 Dodora Guimarães e Lêda Maria ™ 10 Dodora Guimarães e Raquel Arnaud

™ 11 Dodora Guimarães observa uma das obras expostas ™ 12 Dodora Guimarães, Sérvulo Esmeraldo, Emanuel Capistrano, Assis Machado e Gil Teixeira

™ 13 Jaime Machado e Edmilton Soarez ™ 14 O coquetel foi servido na praça do Centro Dragão do Mar

™ 15 O Secretário de Cultura do CE, Auto Filho, falou da importância do evento ™ 16 O Solange Palhano , Adalberto Machado e esposa

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ELEMENTAISEM FORTALEZAT: ROGILTON CONDE ® | F: PATRíCIA PAES

A GRIfE qUE bOMbA EM DIVERSAS CIDADES DO NE E AINDA NO SUL E SUDESTE, AGORA ATERRISSA EM fORTALEzA. E COM fESTA!

™ 01 A anfitriã Nicole Alencar ™ 02 Staff de Salvador com Emília Medeaur, Marco Violante, Mário Figueiredo, Maria do Carmo

™ 03 Meire Torquato e Luiziane Cavalcante ™ 04 Estevão Terceiro, Eugênio Siqueira E Mário Figueiredo ™ 05 Milena Lima e Suzane Farias

™ 06 Lina Melo Pinheiro ™ 07 Nicole Alencar, Pompeu Vasconcelos e Lilian Porto ™ 08 Marina Porto e Wânia Negromonte

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BRINDE DUPLOT: ROGILTON CONDE ® | F: DIVULGAÇÃO

™ 01 O colunista ao lado de Dulce Vieira, Antônio e Vera Costa ™ 02 Marcelo e Renata Pinheiro ™ 03 Ana Ruth e Itamar Teles

™ 04 Luiz Carlos Martins com Isaly Rangel e Raimundo Luís, decorador do evento ™ 05 Zenilo e Mirian Almada ™ 06 A hora do brinde ao jornalista

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O COLUNISTA LUIz CARLOS MARTINS bRINDOU 40 ANOS DE jORNALISMO E SEU NIVER EM CONCORRIDO EVENTO NO hOTEL GRAN MARqUISE

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E7 PECADOS

Amãe só ficou sabendo quando as equipes de TV tocaram a campainha da casa verde de muro baixo, número trezentos e trinta, cedo da ma-

nhã. Imediato, veio à mente daquela inocente senhora que devia ter sido mais rígida, vigiado aonde o filho ia, com quem, se andava na faixa de pedestres. Agora se arrependia de não ter noção do que ele aprontava na internet, mesmo que se incomodasse com o tec-tec no quarto ao lado toda madrugada, a luz branca escapando pelo espaço entre a porta e o chão, o menino com dificuldade para acordar. Agora era tarde. Estava ali, numa roupa cafona, descabela-da e com a depilação vencida, sendo transmitida ao vivo em rede nacional, internacional, quiçá interplanetária.

Foram anos. Catorze anos para ser mais exato. Catorze anos suados se doando para ser boa mãe, ouvindo grosserias e suportando chutes na canela. Orgulho, ego, vaidade, já nem sabia mais o que eram. Deu banho, deu de comer, deu azar de ter amado um patife, que a trocou por uma chance no exterior sem o menor vamos-comigo-benzinho. Aquele ca-nalha. Um dos repórteres se aproximou.

A senhora está do lado de quem?

O menino permanecia lá dentro, não saía do quarto nem por decreto. No começo parecia uma doença nas cos-tas, um carocinho de mosquito, mas não passou com pomada, ungüento nem reza - pelo contrário: quanto mais orações a mãe fazia, maior ficava o inchado. Foi nessa época que faltou luz na casa - inexplicavelmente a conta sempre esteve em dia, coisa de boa mãe. Os jor-nais apresentavam um homem de Kentucky, nos Estados Unidos, idolatrando uma colher velha em que a ferrugem formava a imagem de Jesus Cristo, providência divina de fim de tarde.

CÓLERAST: JACKSON ARAúJO JR. | I: BRUNO DELLANI1

Sem energia em casa, o menino passou a utilizar computa-dores alheios. Saía de mochila, para que a protuberância nas costas não ficasse evidente, voltava à noite, sempre sozinho. Nem mesmo nessa fase ela pensou em investigar o itinerário do filho, seus atos, seu sono. Ele dormia agora de bruços in-variavelmente. O caroço, se é que ainda poderia ser chama-do assim, parecia um rabo. Em Hessen, Alemanha, durante festejos da Catedral de Wiesbaden, nove tortas de queijo queimadas formaram o endereço bíblico exodus341. Como o forno usado pertencia à paróquia, os céticos não deram muita bola. Mas o mundo não estava igual.

A cauda nas costas do pequeno tinha enrijecido. Na curvatura, na textura, na cor, na dureza, em tudo lembrava um chifre. Era uma aberração. Não demorou para que o mundo soubesse. De início, os colegas da escola, a vizinhança, os parentes mais chegados. Agora as redes de televisão. E ela parada à porta, calçando pantufas, cercada de microfones, depois repórteres, depois câmeras, depois iluminadores, depois religiosos, depois vizinhos, crentes e curiosos. Era muito degradante.

Naquele dia, mais cedo, Deus havia aparecido na televi-são. Falara de anjos, harpas, nuvens de algodão, como ia Jesus, Maria, muito bem, obrigado. E de seu único pecado cometido, a ira - Ele também não era de ferro. Algum tem-po antes, o todo-poderoso encontrara um perfil falso de Jesus no orkut. Queria punir o responsável, e assim o fez. Além do chifre nas costas, como se não fosse suficiente, anunciou alcunha e logradouro do herege ao mundo. Mas isso não ia ficar assim. Por catorze anos, ela suportou de tudo. Seus olhos tremeram, a boca estava seca. ™

JACKSON é publicitário, mas atualmente trabalha como site produ-cer de uma empresa finlandesa. Ele tem um cachorro chamado jake e escreve no atnite.blogspot.com.

1Para conhecer mais trabalhos do designer gráfico e ilustrador bruno Dellani, acesse www.dellani-designer.blogger.com.br

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DESTA VEz, O CRIATIVO ESCOLhEU A CAUSA. A INSTITUIÇÃO SOCIAL PROMOVIDA PELO DIRETOR DE ARTE RENATO CARVALhO, DA AGêNCIA CÓDIGO DIGITAL, fOI A PIRAMbU DIGITAL. A COOPERATIVA qUE REúNE TECNOLOGIA E CIDADANIA COM EDUCAÇÃO PROfISSIONALIzANTE, INCLUSÃO DIGITAL E GERAÇÃO DE RENDA ATRAVÉS DA INfORMáTICA PARA jOVENS DA COMUNIDADE CARENTE DO PIRAMbU, EM fORTALEzA.

OBRA SOCIAL

™Cliente

Pirambu Digital

Agência Código Digital

Redação e Direção de Arte

Renato Carvalho

foto Arquivo Pirambu Digital

AprovaçãoBruno Queiroz

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UM ® MODAArroz de Festa – 85 3261 3870Ayres Jr. – 85 8866 5580Cabeto - 85 3261 4146Coletivo Posh – 85 3224 4175Guapa Loca – 85 3268 3977In – 85 3257 6765Kallil Nepomuceno – 85 3241 3937Linda Mulher – 3261 0513Lindebergue Fernandes – 85 8876 8898Luggage – 85 3264 9455Mark Greiner – 85 9996 8723Melca Janebro - 85 3219 1281Meio Tom – 85 3456 3366Ruth Aragão – 85 3219 2816SG: [email protected] Farias - 85 3091 1502

TE PEGUEI

SELF-SERVICE

Uma revista que poderia estar sendo feita em qualquer grande centro de negócios do Brasil. Um produto de comunicação cosmopolita, criativo, sempre surpreendente. Feito em Forta-leza. Para o mundo. Sim, por que não? Parabéns ao Rogilton e a toda equipe que faz a Seven, uma das melhores realizações do mercado nacional de mídia de moda & estilo. Só tenho uma reclamação: seria melhor ainda se fosse mensal.AUGUSTO CESAR COSTA | jORNALISTA, PRODUTOR CULTURAL

Como leitor da revista, gostaria de parabenizar vocês da Seven, pelo belo trabalho que vem sendo feito, pelas boas matérias e pelas ricas fotografias.TIAGO LOPES | fOTÓGRAfO

Em mãos o número quatro da bem editada revista Seven. Destaque para reportagem com a inteligente multimídia Karine Alexandrino. ´Ohh lalá ,́ ensaio fotográfico sobre peças íntimas vestidas por Débora Cezar, cuja pele, curvas, arco glúteo, reentrâncias e concavidades passam um ero-tismo invulgar captado pelas lentes do excelente Nicolas Gondim. Textos preciosos de Ana Naddaf e de Rogilton Conde. Vale comprar e ler. Bom gosto e inteligência.CLAUDIO CAbRAL | COLUNISTA

Rogilton Conde e sua equipe estão de parabéns pelo número 4 da revista Seven Magazine tr zendo matérias de inte-resse da nossa sociedade, inclusive com Ayla Maria.fLáVIO TôRRES | COLUNISTA

Acabo de ler a revista “Sete”, ao gosto nordestino. Esta é a segunda edição que leio, enviada por meu filho. Matérias curiosas, interessantes e educativas.f. A. SOUzA ThICO hERMES

Li a Seven Magazine e fiquei encantada com a qualidade das matérias e com o design da revista! Parabéns pela iniciativa. jOANICE DINIz

Precisava falar sobre a revista que, me parece, nasceu adulta. Gostosa de se ler, variadas matérias. Não fica a desejar em nada aos grandes magazines. Viajei, sonhei, vi vitrines fashion, degustei com os olhos pratos maravilhosos e até me senti um pouquinho em Milão apreciando móveis de design. Mas de uma coisinha senti falta, fotos de lindos ambientes, para completar todos meus desejos. Que tal? Existe algum projeto nesse sentido? Parabéns.CELENE GURGEL | ARqUITETA

TRÊS ® GASTRONOMIAAlteza Centro de Culinária - 85 3066 8210Oxo - www.oxo.comRaul’s - 11 3814 8532Rochedo - 0800 19 43 33Senac-CE - 85 3452 7053Unifor Cursos de Extensão - 85 3477 3114Zwilling J. A. Henckels - 11 3871 1013

CINCO ® VIDAAMuseu da Pessoa - 11 2144 7150Ararauna - 16 3133 1229Extra Hipermercados - 0800 11 50 60Fila - 11 3818 1699Kappa - 11 3818 1699Papaiz - 0800 701 4443Triton Eyewear - www.tritoneyewear.com.br

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Tragédia só na ficção. A equipe responsável pelo editorial Ophelia em momento de descontração: Corcina Leite,

Lívia Silvestre, Caio Ferreira, Juliana Xavier, Rogilton Conde, Robson Bruno Barbosa e Felipe Naur.

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