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SÃO DIOGO DE ALCALÁ @ EDITORIAL MISSÕES CUCUJÃES

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  • SÃO DIOGO DE ALCALÁ

    @

    EDITORIAL MISSÕES

    CUCUJÃES

    http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/

  • Título original: SAN DI EGO DE ALCALA

    Autor: Fray Antonio Corredor García- O. F. M.

    © Apostolado Mariano- Sevilha

    Com licença eclesiástica.

    Tradução e Adaptação: P. Januário dos Santos

    Reservados todos os direitos para Portugal e países de expressão portuguesa pela EDITORIAL MISSÕES Apartado 40 - 3721-908 VILA DE CUCUJÃES

    Composição e Impressão Escola npográfica das Missões - Cucujães

    Julho de 2012

    ISBN 978-972·577-349·9

    Depósito Legal 346712112

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    TERRA DE SÃO DIOGO

    São Diogo de AI calá, assim chamado por ter voado para a glória do céu nesta cidade, nasceu na primavera de 1889, em São Nicolau del Puerto, vila do arcebispado e província de Sevilha, entre Constantina e Cazalla, em plena Serra Morena.

    O Papa então reinante era Bonifácio IX, e o Rei deCastela, Henrique 111, o Dorido.

    Deram-lhe, no baptismo, o nome de Diogo que, em castelhano, é o mesmo que Tiago, Jacó e Jaime.

    Ainda se conserva a pia onde recebeu este santo sacramento. Também a casa onde viu, pela primeira vez, a luz do mundo.

    Seus pais, "pobres em haveres mas ricos em virtude" souberam inculcar no terno coração do menino, os ensinamentos cristãos que fariam dele, com o decorrer do tempo, um dos santos mais célebres de Espanha.

    O seu primeiro Director Espiritual foi um piedoso sacerdote que levava vida ascética numa ermida dedicada a S. Nicolau de Bari, nas cercanias da povoação.

    De vez em quando, escutava as práticas que, para sua proveitosa formação, lhe dirigia o grande mestre.

    Exercia os ofícios de criado e sacristão e cultivava uma horta para alimento de ambos e para poder socorrer os muitos pobres que, ali acorriam implorando esmola.

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    http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/

  • Deram-lhe no baptismo o nome de Diogo.

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    Assim viveu vários anos exercitando-se em toda a espécie de virtudes, levando uma vida santa, desprendido de todo o afecto terreno e dedicado à oração.

    Distinguiu-se notavelmente pela humildade, recebendo com alegria tudo o que o pudesse fazer desprezível aos olhos dos homens.

    Por fim, inspirado pelo Espírito Santo, decidiu fazer-se religioso da Ordem do Seráfico Pai São Francisco de Assis.

    ENTRADA NO CONVENTO

    Foi admitido primeiramente nos Ermitas de Córdova, cujos moradores eram terceiros franciscanos e viviam sob a direcção dos Padres do Convento de São Francisco de Arrizafa, situado na própria serra de Córdova, distante uns três quilómetros da cidade, e pertencente à Custódia de Andaluzia.

    Estava contente por ser terceiro franciscano, mas anelava por mais: Vestir o hábito da Primeira Ordem, coisa que realizou, com grande alegria da alma, no dito convento de Arrizafa.

    Habituado já durante tantos anos à oração e à penitência, foi, desde o princípio, modelo acabado de virtudes, observando a Regra Seráfica com a maior e mais firme vontade.

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    Dizem que lavrou a cinzel, no convento de Ubeda, uma cruz numa das colunas do pórtico da igreja ...

    Praticava a obediência, considerando os religiosos que o rodeavam como se fossem seus superiores, e aceitando os desejos dos superiores como preceitos emanados do próprio Deus.

    Acatava a vontade divina incondicionalmente. Não desejava outra coisa neste mundo senão agradar ao Senhor, tanto na saúde como na enfermidade, nas adversidades e contratempos como nas graças, bênçãos e faustos acontecimentos.

    Eram-lhe indiferentes os cargos e trabalhos. Só queria servir e obedecer.

    Praticava a estreitíssima pobreza franciscana. Possuía unicamente o remendado hábito que o cobria, o rosário que rezava diariamente e um livro de práticas espirituais. Até disto estava desapegado só o usando por necessidade.

    Do convento de Arrizafa passou logo para outros conventos da Ordem, entre eles o de São Francisco de Ubeda. Como era muito devoto da Santa Cruz, diz tradição que lavrou aqui, a cinzel, uma cruz numa das colunas do pórtico da igreja, para que os fiéis devotos que visitassem aquele lugar a venerassem.

    Foi sobretudo modelo de caridade, como veremos mais adiante.

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  • SÃO DIOGO REALIZA EM SEVILHA UM GRANDE MILAGRE

    Diz o P. José lsorna, franciscano, numa frase feliz, que "por onde passa Frei Diogo florescem os milagres como as rosas na primavera". Assim não deve causar-nos estranheza que, nas Actas da canonização, se citem nada menos que cento e trinta e cinco milagres comprovados.

    Um deles, e dos mais sonantes, aconteceu em Sevilha:

    Uma mãe tinha um menino de sete anos, que era muito travesso, como costumam ser quase todas as crianças desta idade.

    Fugindo de um merecido castigo, escondeu-se no forno de coser o pão que havia em sua casa. A mãe ignorando que o menino se tinha escondido naquele lugar, acendeu o forno para começar o seu trabalho.

    Às primeiras labaredas, o menino começou a chorar. A mãe reconheceu-o e, sem poder fazer outra coisa, saiu para a rua gritando como uma louca, pedindo auxílio. Neste preciso momento, passava Frei Diogo, que, inteirando-se do sucedido, disse à mulher:

    -Vai à catedral e pede a Nossa Senhora da Antigua que salve o teu filho.

    O santo entrou na casa, dirigiu-se ao forno e, diante de numerosas testemunhas, exclamou:

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    Menino, vem aos meus braços, livre do fogo ...

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  • -Menino. vem aos meus braços, livre do fogo, para

    glória da Rainha do céu e alegria da tua mãe. De repente, apagaram-se as chamas e apareceu

    o menino, contente e feliz, lançando-se nos braços do seu libertador.

    Vão todos à catedral dar graças a Deus e à Santíssima Virgem, e o menino são e salvo, foi entregue à sua terníssima mãe.

    Ainda existe em Sevilha a Rua do Forno, que nos recorda este famoso milagre de São Diogo.

    CONFIANÇA EM DEUS E OUTRAS VIRTUDES DE S ÃO DIOGO

    O Padre Estêvão de Sanlúcar precisou de fazer uma viagem a Sanlúcar de Barrameda e acompanhou-o Frei Diogo.

    Saíram muito cedo de Sevilha e, ao meio dia, chegaram à povoação de Los Palácios, onde, não sabemos porquê, não se alimentaram o suficiente.

    Bem depressa sofreram as consequências, pois sentiram-se desfalecer. Sobretudo o Padre Estêvão encontrava-se muito esgotado, sem forças para acabar a jornada. Frei Diogo animava-o dizendo:

    - Eia, Padre, confiemos no Senhor, pois Ele mesmo nos há-de alimentar.

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    Viram à margem do caminho uma toalha com pão, peixe, vinho e fruta ...

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  • Com efeito, dali a pouco, viram à margem do caminho uma toalha com pão, peixe, vinho e fruta. E, não vendo nenhuma pessoa, por aquelas paragens, exclamaram:

    - Bem, podemos comer, pois sem dúvida foi a Divina Providência que nos preparou esta refeição.

    Comeram e deram graças a Deus que assim lhes permitiu chegar felizmente a Sanlúcar.

    Para alcançar a divina misericórdia, São Diogo praticava as maiores penitências.

    Sabe-se que, mais de uma vez, se lançou a um tanque de água gelada para apagar o fogo da sua concupiscência.

    Costumava levar consigo uma cruz de pau para ter sempre presente a recordação da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo.

    Disciplinava-se, jejuava e rezava pelas benditas Almas do Purgatório, em especial quando sabia que alguém tinha morrido sem ter recebido os últimos sacramentos. Então redobravam os sufrágios por aquela alma.

    Costumava, pela manhã, aspergir com água benta as sepulturas da igreja. Certa ocasião viu como se levantavam dos sepulcros as almas daqueles que ainda estavam retidos no Purgatório e lhe diziam:

    -Para mim a água benta! Para mim! Para mim!

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    VAI COMO MIS SIONÁRIO PARA AS ILHAS CANÁRIAS

    Em companhia do Padre João de Santorcaz, Frei Diogo foi enviado a missionar as Ilhas Canárias, descobertas pelos espanhóis no princípio do século XV.

    Embora ainda não fosse sacerdote, São Diogo foi nomeado Guardião do Convento de Betencuria, na ilha de Ferteventura.

    Aceitou a nomeação com humildade. Algo fundamental o animava: morrer mártir pela fé de Jesus Cristo naquelas ilhas.

    Podemos imaginar com que zelo trabalharia para ganhar almas para Deus, pois, em muito pouco tempo, os nativos daquelas ilhas abraçaram com alegria a verdadeira religião.

    Como Superior, foi modelo para todos, e muito observante da Santa Regra e dos costumes da Comunidade.

    Para que não pudessem imputar-lhe a ele o desleixo de algum dos seus súbditos, Deus operou um milagre. Esqueceu-se o sacristão uma tarde de tocar as Ave Marias, mas os sinos do convento deram só por si as nove badaladas, podendo assim os religiosos rezar as preceituadas orações à Virgem.

    Um dia, estando a comer tâmaras de uma palmeira, partiu os dentes com um dos caroços. Para que a

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    Foi um Superior exemplar e um apóstolo infatigável com grande desejo do martírio.

    outros não sucedesse o mesmo, pediu ao Senhor que aquela palmeira, dali em diante, só desse tâmaras sem caroço. Assim aconteceu. Esta palmeira conservou-se na horta do convento até ao século XVIII sendo motivo para muitos comentários.

    Teve conhecimento de que na Grande Canária era mais difícil a pregação do Evangelho e que, portanto, mais fácil a consecução do martírio. Decidiu ir para lá mas os ventos de uma horrível tempestade desviaram o barco obrigando-o a refugiar-se de novo em Fuerteventura, vendo, nesse facto, que a vontade de Deus era que permanecesse nesta ilha.

    Cumprida a sua missão nas Canárias, S. Diogo regressou à Península.

    EM ROMA FAZ DE ENFERMEIRO

    O Papa Nicolau V publicou um Jubileu Geral para o Ano Santo de 1450, e, na festa do Pentecostes, propunha-se canonizar São Bernardino de Sena, o Apóstolo do nome de Jesus.

    Por este motivo e também por ter sido convocado o Capítulo Geral da Ordem, acudiram a Roma quatro mil franciscanos de todo o mundo.

    Entre eles destacava-se, como astro de primeira grandeza, o nosso glorioso São Diogo, que tinha feito

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  • a viagem acompanhado por outro santo religioso, Frei Alonso de Castro.

    Tendo percorrido, a pé e descalços, Espanha, o sul da França e grande parte da, Itália, chegaram à Cidade Eterna e hospedaram-se no Convento de Aracelli.

    Poucos dias depois da sua chegada, declarou-se a peste em Roma, devido à ingente multidão de peregrinos e à pouca higiene que se observava naqueles tempos.

    Um dos primeiros contagiados foi o seu companheiro, Frei Afonso, que foi atendido por Frei Diogo com o máximo carinho.

    Também cuidava de outros enfermos, com muita caridade por certo, pelo que os superiores fixaram o seu olhar no humilde andaluz e lhe deram o cargo de enfermeiro mor.

    Os empestados aumentavam de dia para dia, mas também se pôde comprovar que os alimentos e os remédios se multiplicavam prodigiosamente, coisa tanto mais estranha quanto se sabia que não só em Roma mas também no convento escasseavam.

    A sua compaixão para com os membros doentes do Corpo de Cristo, chegou até ao heroísmo. Certo dia surpreenderam-no a beijar as chagas de u m doente da lepra. Ele para simular disse:

    - É assim como se cura esta enfermidade! Aquele leproso sarou, como tantos outros enfer-

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    O seu companheiro, Frei Afonso, atingido pela peste, foi por ele carinhosamente tratado.

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  • mos, que ficaram a dever a saúde à sua atenção e orações.

    Ao fim de três longos meses de estadia em Roma, decidiu regressar a Espanha.

    RETIRA-SE PARA O CONVENTO DE LA SALCEDA

    Após a sua longa permanência em Roma, sentiu o Servo de Deus grandes ânsias de solidão e silêncio, pelo que pediu aos Superiores que o destinassem a algum convento de Retiro.

    Enviaram-no para o convento de Nossa Senhora de La Salceda, na Alcarria, em Tendilla de Guadalajara, primeiro convento da Ordem em Espanha.

    Exerceu ali o ofício de hortelão, procurando com grande esmero que a horta produzisse toda a espécie de plantas e hortaliças para consumo da comunidade, cuidando sobretudo dos viveiros na primavera.

    Mas os coelhos do monte entravam na horta e estragavam e comiam as novidades. Até que um dia os surpreendeu e eles, em vez de fugir, ficaram quietos a olhar para S. Oiogo como quem espera uma reprimenda.

    O santo hortelão batia-lhes carinhosamente com o cordão, enquanto lhes dizia:

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    Manou uma copiosa nascente que ficou conhecida como a "Fonte de S. Diogo".

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  • Vou castigar-vos, seus glutões, para não destruirdes as pobres hortaliças de que se alimentam os meus irmãos, os servos do Senhor.

    E desde aquele dia não se viram mais coelhos em toda a horta.

    Contava o Santo aos frades, com graça andaluza, que, com o castigo que lhes dera, já se tinham emendado.

    Escasseava também a água na horta. E várias vezes os religiosos tinham suplicado ao Santo que alcançasse do céu a graça de uma nascente.

    Não se fez esperar muito tempo. E assim manou uma copiosa nascente que, desde então, ficou conhecida com o nome de "Fonte de São Diogo". Corre a fama de que as águas dessa fonte operaram maravilhas com os que padeciam de qualquer doença.

    Foram notórias as suas frequentes lutas com o demónio, das quais sempre saiu vencedor ao pronunciar alguma jaculatória.

    Os religiosos conheciam muito bem o seu dom de oração e contemplação, assim como a fama de que o santo gozava e que se ia difundindo por toda a parte.

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    ÚLTIMOS ANOS EM ALCALÁ

    No ano de 1456, chegou São Diogo ao Convento de Santa Maria de Jesus, em Alcalá de Henares, que tinha sido fundado por D. Afonso Carrillo, Arcebispo de Toledo.

    Para que o Santo pudesse dedicar-se tranquilamente ao trato íntimo com Deus, mandou levantar na horta uma capela de,cM�ada' à Nossa Senhora. Al

    'i o viram

    muitas vezes s'i1spenso. no ar, todo arrebatado e absorto I

    nas coisas celestiais. . . �

    Exer;ceu plimeiro o ofício de hortelão. As pombas, pardais e outras aves atrevidas, vinham com toda a naturalidade, comer às suas mãos os grãos que lhes oferecia.

    Neste convento deixou, ao morrer, e durou até à exclaustração de 1835, uma videira que se chamou "Videira de São Diogo", cujas uvas, comidas com devoção, operaram muitos milagres.

    Depois foi porteiro do convento. Praticou largamente a caridade com os necessitados. É muito conhecido o milagre das rosas.

    O Superior tinha-lhe proibido que desse excessivas esmolas aos pobres uma vez que prejudicavam as necessidades da comunidade.

    Um dia de Inverno encontrou-se com Frei Diogo que ia a caminho da portaria ocultando algo na aba do hábito.

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  • la a caminho da portaria ocultando algo na aba do hábito.

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    Ao aproximar-se para beijar a mão do Padre Guardião, este perguntou-lhe:

    - Que embrulho é esse que levas tão escondido no hábito?

    - São rosas, Padre Guardião - respondeu Frei Diogo, desdobrando o hábito e mostrando vários ramos de rosas frescas.

    O Superior, interpretando o milagre, disse-lhe: -Bem, querido Frei Diogo, coloca essas flores aos

    pés da Virgem Imaculada. E, desde aquela hora, permitiu-lhe que desse aos

    pobres todas as esmolas que quisesse.

    DEVOTO DO SANTÍS S IMO SACRAMENTO

    Sentia uma extraordinária devoção ao Santíssimo Sacramento. Diariamente ajudava a todas as missas que podia. Recebia o Senhor na Sagrada Comunhão sempre que lho permitiam e aconselhava os outros a comungarem com frequência, mas recomendando-lhes que o fizessem com fé viva, com pureza de consciência, com humildade reverente, fervorosa caridade e recta intenção.

    O tempo em que as suas ocupações o deixavam livre, passava-o junto do sacrário. Ali adorava a Jesus sacramentado, umas vezes prostrado em terra, outras com os braços em cruz.

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  • Adorava a Jesus sacramentado, prostrado em terra ...

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    Dizem os seus biógrafos que, quando ajudava às missas com o turíbulo ou fazia de turiferário em qualquer outra função, saía do seu corpo uma fragância tão esquisita que, vencendo o odor do incenso, não deixava dúvida nos religiosos da altíssima comunicação que experimentava a sua alma com Jesus sacramentado.

    Isto era causa de grande edificação para os frades e para todas as pessoas que se davam conta do facto que com isso ficavam confortadas elevando o seu espírito para Deus.

    Outra maravilha observada no santo aconteceu depois da sua morte.

    Muitas vezes viram que o seu cadáver se levantava do sepulcro e adorava o Santíssimo Sacramento no momento da elevação da hóstia e do cálice nas missas que se celebravam diante dos seus restos mortais.

    Testemunha disto foi o Venerável Padre Pedro de Saavaedra, jesuíta. Devotíssimo de São Diogo, tinha-o tomado como seu especial padroeiro.

    Costumava ouvir missa quase diariamente na sua capela e muitas vezes viu como o santo, no momento da consagração, adorava as sagradas espécies percebendo ao mesmo tempo um odor suavíssimo, que se expandia por todo o recinto.

    É um milagre que nos demonstra a grande devoção de São Diogo à Divina Eucaristia e quanto agradava ao Senhor o culto que sempre lhe tinha tributado o seu querido filho e amigo São Diogo.

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  • AMOR FILIAL À MÃE DE DEUS

    A devoção que tributava à Santíssima Virgem Maria não era menor à que consagrava a Jesus sacramentado.

    Esta devoção tinha-lhe sido inculcada pelos seus progenitores, desde pequeno, pois já a trazia consigo quando vestiu o hábito franciscano.

    Todos os milagres que fazia procurava sempre que fossem atribuídos à poderosa intercessão da Rainha do Céu.

    Valia-se para isso de um estratagema muito engenhoso que consistia em mandar todos os seus favorecidos rezar primeiramente diante de uma imagem de Maria, depois ungia o doente com azeite da lâmpada que ardia diante da veneranda imagem e quando o doente se curava, o que era quase sempre, este acreditava que era por intercessão directa da Santíssima Virgem e não pelos méritos de São Diogo.

    Assim o fez em Roma, quando da peste de 1450. Assim em Sevilha, onde muito promoveu por este meio a devoção a Nossa Senhora da Antigua. Assim também em Alcalá no convento de Santa Maria de Jesus.

    A imagem titular deste convento não agradava à generalidade dos frades. Por isso, o arcebispo de Toledo decidiu que um bom artista fizesse uma nova escultura, o mais bela que pudesse.

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    Professava uma singular devoção a Nossa Senhora.

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  • O escultor não quis comprometer-se a tanto até ao dia em que Frei Diogo lhe prometeu que ia pedir ao Senhor e à Santíssima Virgem pelo feliz êxito do seu trabalho.

    Testemunho de que as orações, cilícios e penitências de Frei Diogo foram escutadas pelo Altíssimo foi a prodigiosa imagem que o artista apresentou à consideração da comunidade e de muitos fiéis que assistiam àquele acto.

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    Todos a admiravam e Filipe li chegou a dizer que

    era a mais bela imagem de Maria que tinha visto em todos os seus Reinos.

    DITOSA MORTE DE SÃO DIOGO

    São Diogo sofreu muito durante toda a vida. Mesmo nos últimos dias apareceu-lhe no pulso esquerdo um abcesso que o fez padecer dores indizíveis.

    A febre tinha-o debilitado visivelmente. Ao chegar a sua última hora, com o cordão posto ao pescoço, pediu perdão à comunidade, e, beijando a cruz que tinha na mão, exclamou.

    -"Doce lenho, doces cravos, que sustentastes peso tão doce! ó cruz, só tu foste digna de sustentar o Senhor e Rei dos céus!"

    Ditas estas palavras, voou a sua alma para a eternidade. Era sábado, dia 12 de Novembro de 1463.

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    Antes de expirar, disse: "Doce lenho, doces cravos que sustentastes peso tão doce!"

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  • Passados cinco dias após a sua morte foi tirado privadamente da sepultura, facto que se divulgou pelo seguinte milagre:

    Álvaro de Gaa, Mordomo do Arcebispo de Toledo, tinha um filho de três anos, gravemente doente que ele tinha encomendado a S. Diogo. No momento exacto de ser descoberto o seu corpo, o menino gritou:

    -Papá, papá, leva-me a ver o santo pois ele curou--me e está a chamar-me.

    O pai supunha que o filho sonhava ou delirava e respondeu-lhe:

    -Meu filho, já não podemos ver o Santo, pois morreu há dias e enterraram-no.

    -Não, papá, ele está vivo e curou-me e chamou-me com a mão para que o vá ver.

    Como o menino chorava, levou-o ao convento e disse:

    -Olha, meu filho, a sepultura onde enterraram Frei Diogo.

    - Frei Diogo não está enterrado porque eu vejo--o! Tem uma cruz de ouro ao peito e outra de pau aos pés.

    Acreditou o pai, e convencido da realidade, saiu para a rua gritando o que fez com que acorresse uma grande multidão.

    Durante seis meses esteve o Santo exposto à veneração dos fiéis. O seu corpo conserva-se incorrupto.

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    ELEVADO À HONRA DOS ALTARES

    Continuou São Diogo fazendo prodígios depois da sua morte, de tal maneira que antes de um ano, puderam apresentar ao Arcebispo de Toledo, cem milagres autenticados, mas só um século depois foi elevado os altares.

    Entre os seis milagres aprovados pela Sagrada Congregação dos Ritos para a sua canonização, o mais famoso é o seguinte:

    O Príncipe O. Carlos, filho de Filipe 11 estudava em Alcalá de Henares no ano de 1562.

    Brincando nas escadas do palácio do Arcebispo, onde estava hospedado, fez um grande golpe na cabeça, pelo qual ficou tão gravemente doente que, após lhe terem aplicados todos os remédios possíveis, os médicos deram-no como perdido.

    Como o Príncipe era muito devoto de S. Diogo, pediu que trouxessem o seu sagrado corpo até junto de si, até ao seu quarto. Tocou-lhe com a mão, pedindo-lhe, com grande devoção que o curasse.

    Despediu-se o cortejo e o Príncipe, em sonhos, viu São Diogo vestido com o seu hábito e com a cruz na mão. Com grande ternura disse-lhe:

    - Príncipe, confia em Deus, que sararás. Despertou o Príncipe, chamou os médicos e estes.

    constatando que estava completamente são, exclama-ram:

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    O princípe, em sonhos, viu S. Diogo vestido com o seu hábito e com a cruz na mão .•.

    -Milagre! Milagre! O Príncipe já está bom! Este milagre correu logo pela Espanha, pela Europa

    e pela América incentivando em todos grande devoção a São Diogo.

    O Rei, D. Filipe, e o Príncipe, D. Carlos, fizeram todo o possível para que se iniciasse a Causa da Canonização, que ficou concluída 25 anos depois. O Papa Sixto V, em 2 de Julho de 1588, festa da Visitação de Nossa Senhora, inscreveu São Diogo no catálogo dos santos.

    O Papa Inocêncio XI mandou celebrar a sua festa no dia 13 de Novembro.

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