Shoko Suzuki Ceramica e Tradicao

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    SHOKO SUZUKI: cermica e tradio

    Copyright:Instituto Arte na Escola

    Autor deste material:Tarcsio Tatit Sapienza

    Reviso de textos:Soletra Assessoria em Lngua Portuguesa

    Diagramao e arte final: Jorge Monge

    Autorizao de imagens:Ludmila Picosque Baltazar

    Fotolito, impresso e acabamento:Indusplan Express

    Tiragem: 200 exemplares

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    (William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

    INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

    Shoko Suzuki: cermica e tradio / Instituto Arte na Escola ; autoria de Tarcsio

    Tatit Sapienza ; coordenao de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. So

    Paulo : Instituto Arte na Escola, 2005.

    (DVDteca Arte na Escola Material educativo para professor-propositor ; 22)

    Foco: LA-8/2005 Linguagens Artsticas

    Contm: 1 DVD ; Glossrio ; Bibliografia

    ISBN 85-98009-23-7

    1. Artes - Estudo e ensino 2. Artes - Tcnicas 3. Cermica 4. Suzuki,

    Shoko I. Sapienza, Tarcsio Tatit II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque,

    Gisa IV. Ttulo V. Srie

    CDD-700.7

    Crditos

    MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

    Organizao:Instituto Arte na Escola

    Coordenao: Mirian Celeste Martins

    Gisa Picosque

    Projeto grfico e direo de arte: Oliva Teles Comunicao

    MAPA RIZOMTICO

    Copyright: Instituto Arte na Escola

    Concepo: Mirian Celeste Martins

    Gisa Picosque

    Concepo grfica:Bia Fioretti

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    DVD

    SHOKO SUZUKI: cermica e tradio

    Ficha tcnica

    Gnero:Documentrio com depoimentos da artista em sua casa/ateli.

    Palavras-chave:Cermica; ritual; forma; harmonia; estticaoriental; procedimentos tradicionais.

    Foco:Linguagens Artsticas.

    Tema:O trabalho e a vida da ceramista Shoko Suzuki.

    Artista abordado:Shoko Suzuki.

    Indicao:A partir da 5asrie do Ensino Fundamental.

    Direo:Cac Vicalvi.

    Realizao/Produo:Rede SescSenac de Televiso, So Paulo.

    Ano de produo:2000.

    Durao:23.

    Coleo/Srie:O mundo da arte.

    Sinopse

    Neste documentrio, passeamos pela casa/ateli da ceramistaShoko Suzuki, em So Paulo. A artista, de origem japonesa,fala da presena da cermica em sua infncia, dos preconcei-tos que enfrentou ao decidir ser ceramista, da deciso de vir aoBrasil, inspirada por um documentrio sobre a criao deBraslia, e de como se sentiu acolhida no pas. Suzuki fala deseu processo de criao e mostra suas obras, comentadas tam-

    bm pelo crtico de arte Jacob Klintowitz e familiares.Acompanhamos seus gestos ao amassar o barro, ao tornear aspeas, ao juntar cobrinhas, ao cortar e alisar para dar acaba-mento. Seus gestos, que gravam desenhos em sua superfcie,pintam, cobrem de verniz preparado por ela mesma, e o ritualda queima nos convidam para conhec-la melhor.

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    Trama inventiva

    Falar sem palavras. Falar a si mesmo, ao outro. Arte, lingua-gem no-verbal de fora estranha que ousa, se aventura a to-car assuntos que podem ser muitos, vrios, infinitos, do mundodas coisas e das gentes. So invenes do persistente ato cri-ador que elabora e experimenta cdigos imantados na articula-o de significados. Sua riqueza: ultrapassar limites processu-ais, tcnicos, formais, temticos, poticos. Sua ressonncia:

    provocar, incomodar, abrir fissuras na percepo, arranhar asensibilidade. A obra, o artista, a poca geram linguagens oucruzamentos e hibridismo entre elas. Na cartografia, estedocumentrio impulsionado para o territrio das LinguagensArtsticascom o intuito de desvendar como elas se produzem.

    O passeio da cmeraA necessidade de uma equipe com tantos profissionais para pro-duzir este documentrio, como possvel ler nos crditos, fica claraquando o assistimos e percebemos a quantidade de recursos uti-lizados para nos introduzir no universo de criao da artista.

    Na montagem do documentrio, encontramos intercalados: de-poimentos da prpria artista e de familiares; comentrios do crti-

    co de arte Jacob Klintowitz; registros de Shoko Suzuki nos diver-sos momentos da criao em cermica; trechos de narrao; gra-vaes passeando por sua casa/ateli e por suas peas; filmagensde Braslia; fotos do Japo e de exposies da artista.

    Na primeira parte, que dura 10, conhecemos Suzuki amassan-do o barro, torneando, falando de seus primeiros contatos coma cermica na infncia, de sua inspirao e de como veio do

    Japo ao Brasil.Acompanhamos a ceramista, na segunda parte que dura 6,dando acabamento s peas, gravando desenhos, pintando eenvernizando suas peas. Percebemos como o prazer e a atitu-de de meditao se integram a seu trabalho.

    Na ltima parte, tambm com 6, conhecemos o forno da

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    ceramista, ouvimos seus familiares e acompanhamos a dedicadaparticipao de todos no ritual de queima das peas.

    O documentrio traz pistas para iniciar proposies pedaggi-cas diversas: em Processo de Criao,a potica pessoal, os ri-tuais, a herana cultural; emForma-Contedo,harmonia e equi-lbrio, forma e textura; em Saberes Estticos e Culturais, filoso-fia da arte, a esttica oriental; em Conexes Transdisciplinares,geografia e migrao, religio e zen budismo, qumica e a trans-formao da argila em cermica, histria, a 2aGuerra Mundial e

    Braslia; em Materialidade,matria, ferramentas e procedimen-tos tradicionais da cermica; e emMediao Cultural, aartistae o crtico de arte.

    O registro precioso dos processos de criao de Shoko Suzukilevou escolha da cermica enquanto meio tradicional de Lin-guagens Artsticascomo foco central deste material.

    Sobre Shoko Suzuki(Tquio, Japo, 1928)

    A cermica parece que uma parte de meu corpo. No posso ficarsem ela,(...) me responde, me parece assim, um universo que sintodentro do barro.

    Shoko Suzuki

    Os gestos desta sensvel ceramista parecem conversar intima-mente com a argila, com movimentos determinados e precisos.Para o crtico de arte Jacob Klintowitz1 , o percurso de sua cri-ao especial:

    Ela prepara um grupo de peas, cuida da forma e da inciso na forma,leva ao forno, recolhe a fornada, examina criticamente e guarda comdelicadeza. Neste percurso h alguma coisa de muito especial, umaimpregnao do gesto, mover-se para cumprir uma misso sempre

    da mesma maneira, com o mesmo cuidado e ateno. No tarefaprofana. O ritual da criao do barro tem semelhana com o mito dacriao. O homem barro e foi criado pela ao do Criador.

    A ao criadora e os rituais sempre estiveram presentes emShoko Suzuki que nasce no Japo, em 1928, e inicia sua carrei-ra como ceramista em 1955, expondo em Tquio. Insatisfeitacom sua situao de mulher e ceramista na sociedade japone-

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    sa da poca declara: desde menina eu pensava que o lugarpara mim no era o Japo, deveria existir um outro.

    Em 1961, ao assistir na tv um documentrio sobre o Brasil, de-cide de forma ousada e intempestiva sua mudana para o pas.O que mais a tocou foi a viso de algo novo e extraordinrio,Braslia: pensei que, se um pas fazia um projeto daqueles nomeio de um deserto, eu tinha que ir l.

    Muda-se para o Brasil em 1962, vindo de Tquio ao porto de Santosnuma viagem de 39 dias. Comenta que, ao entrar por aquele bra-o de mar, sentiu-se como que recebida por uma grande me. Aqui,se casa com o pintor e desenhista Yukio Suzuki que se mudarapara o pas no mesmo ano. Inicialmente, alugam uma casinha depau-a-pique em uma fazenda de Mau, nos arredores de So Paulo.Nela, dispem de lenha para o fogo, poo para a gua e terra paraprocessar. Depois, mudam para a casa da Granja Viana em SoPaulo, que conhecemos neste documentrio, onde desenvolve,desde ento, sua trajetria artstica.Ela mesma constri seu forno noborigama em 1966 e, no anoseguinte, mostra seus trabalhos no jardim de sua casa, realizan-do sua primeira individual no pas. Muitas outras se sucedem.

    Passaram-se mais de 20 anos antes da artista realmente conhe-cer a cidade que inspira toda essa revoluo em sua vida: a opor-

    tunidade vem em 1984, na forma de uma exposio individual naFundao Centro Cultural do Distrito Federal. Em 2003, aos 74anos, Shoko Suzuki realiza no Museu da Casa Brasileira umaretrospectiva de seus 50 anos de carreira como ceramista.

    Em todo o seu percurso, em suas obras, sua potica pessoal desvelada pelo crtico de arte Klintowitz:

    Shoko Suzuki trabalha com a forma pura, elaborada para existir como

    uma pea tridimensional. Uma escultura em barro. Nesta forma, pen-sada sobriamente, ela faz incises. a marca pessoal. A interfern-cia no corpo. E a colocao de um gesto anmico e vital. (...) marca oseu trabalho com o ritmo de sua respirao. Uma forma perfeita quecontm uma marca nica e pessoal. A cermica tratada com a reve-rncia ancestral e assinalada, ao mesmo tempo, com a individualida-de tpica da arte contempornea.

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    Reverncia e respeito de quem sabe que h um universo den-tro do barro e de quem diz, em frente ao seu forno: o que eu

    fao no mais japons. Shoko Suzuki, a poeta das formasessenciais, para alm de qualquer territrio.

    Os olhos da arteArte meditao: uma forma de contemplar o mundo atravs da ao.Experiment-lo e entrar em comunho com ele at a transcendncia.O instante artstico como o da iluminao, um momento de integrao

    csmica, atravs do qual o homem faz sua prpria integrao interior:liberta-se do tempo para viver a eternidade do presente e dialogar coma natureza mais ntima ou a essncia de cada coisa.

    Katsuko Nakano2

    Integrao entre corpo e obra, harmonia entre o indivduo e seutrabalho, processo natural feito com carinho. Tudo isso influiem toda a obra e consiste na parte mais importante do traba-

    lho - sentir e viver a pea -, a integrao do artista com suaobra3 . So essas idias que alimentam a cermica de ShokoSuzuki, marcada pela herana do oriente. L, como comentaJacob Klintowitz: a cermica a primeira das artes. (...) NoBrasil, a sua atuao contribuiu muito para a elevao do con-ceito da cermica como arte maior. (...) contribuiu para colocara cermica como uma manifestao criativa de alta reflexo4.

    Como uma das formas de arte mais antigas, a cermica nascena pr-histria, na descoberta do barro que endurecia aqueci-do pelas fogueiras rodeadas pelas pequenas comunidades. Elaprecisa de pouco: a cermica existe onde h gua, rvores ebarro, diz Suzuki.

    A linguagem que nasce da terra pede tempo, espera e seoferece para um moldar-se s mos que dialogam com suamaterialidade. O preparo da argila, a modelagem e a quei-ma so momentos desse dilogo, como nos fala a ceramistaDora Algodoal5 :

    O ceramista descobre o que a plasticidade vagarosamente, prepa-rando argila e observando sua transformao. (...)

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    Quase todo o trabalho de mo-delagem feito enquanto a ar-gila est mida. (...) O desejo

    do ceramista, amadurecido du-rante o tempo de preparao domaterial vai se manifestar atra-vs da modelagem, (...) recrian-do as formas e conferindo-lhessignificado. Existem vrias tc-nicas de modelagem - a molivre ou usando-se um torno (...)atravs de sua rotao, a argi-

    la recebe energia que dirigidapelas mos do ceramista. Asmos pressionam o material,que no torno estica-se comouma borracha. (...)

    As peas depois de secas vosofrer sua transformao maisradical. Para que argila setransforme em cermica, ela

    deve ser queimada numa tem-peratura mnima de 500 C, (...)ela vai se tornar densa e dura esua cor e textura vo se modifi-car de maneira irreversvel. (...)A prpria argila pode ser colo-rida, ou pode-se usar um esmal-te, que uma cobertura vtrea

    composta de minerais pulverizados. Cada pea pede um tipo de trata-mento de sua superfcie (...) poder ser queimada mais de uma vez, emdiferentes temperaturas, que podem chegar at 1350C.

    Sem chegar etapa da queima, a argila no se torna cermica.Somente aps o batismo do fogo, a pea adquire a durabilida-de que encantou Shoko Suzuki na infncia, conforme seu rela-to no incio do documentrio. Emoo que descreve: abre-se oforno aps um ou dois dias. Este o momento mais angustian-te e preocupante do processo. Veremos se o resultado satisfatrio ou no. uma sensao que poder ser extrema-mente gratificante ou frustradora6 .

    Todo esse esforo braal, entretanto, quase esquecido quan-do vemos a harmonia, a delicadeza e a elegncia formal dascermicas de Suzuki. A linguagem nica e pessoal, a sua cali-grafia artstica pode ser reconhecida sem assinatura. As for-

    Shoko Suzuki - Terra,1990

    Cermica de alta temperatura, 43 x 43 x 33 cm.

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    mas esfricas, ciln-

    dricas, ovides - pen-

    sadas como volumes, eas superfcies das

    grandes pinturas flo-

    rais s incises depura-

    das e minimalistas in-

    corporam tradio e

    ousadia, em um resul-

    tado artstico absoluta-mente contemporneo:

    uma grande ceramista,que concedeu ao Brasil,o privilgio de inclu-laem sua histria da arte7.

    O processo de criao de Shoko Suzuki, sua reverncia natu-

    reza, de onde tira o barro, a gua, a madeira e o fogo, nosmostram a cermica para alm de suas tcnicas: o tempo deespera, o ritual, o silncio, as formas que nascem do rodopiardo torno, o germinar das sementes traduzido em pontinhos ondenascem pequenas flores, o toque do pincel, a magia da queima.Com toda a minha mo eu queria que a pea falasse, que te-nha um sentido de calor. Assim, ela nos ensina a dialogar com

    a natureza mais ntima ou a essncia de cada coisa.

    O passeio dos olhos do professorConvidamos voc a ler este documentrio, antes de planejarsua utilizao. A proposta iniciar um dirio de bordo,um ins-trumento de registro dos rumos trilhados por seu pensar peda-

    ggico, a ser retomado e desenvolvido durante todo o proces-so de trabalho junto aos alunos. Recomendamos que voc as-sista ao documentrio mais de uma vez e que suas impressespossam ser anotadas com os meios com que tiver mais afinida-de: escrita, desenho, colagem ... A pauta do olhar que sugeri-mos a seguir pode ajud-lo no registro inicial. Fica a seu critrioconsult-la antes, na primeira vez ou no.

    Shoko Suzuki-Aldeia, 2003

    Cermica de alta temperatura, 15 x 15 x 35 cm.

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    Que aspectos da obra, do trabalho e da vida de Shoko Suzukiatraem mais sua ateno?

    O que o documentrio desperta em voc?Quais os conhecimentos sobre os processos e procedimentosartsticos e tcnicos relativos cermica que o documentriolhe oferece?

    possvel perceber, nas obras e processos expostos, as re-ferncias feitas pela narradora e pelo crtico de arte em re-

    lao filosofia oriental e harmonia?O que imagina que os alunos gostariam de ver no DVD? Oque causaria atrao ou estranhamento?

    Qual o foco que voc daria ao trabalho em sala de aula, apartir deste documentrio?

    Como imagina aproveitar, na sala de aula, a estrutura dodocumentrio: sua diviso em trs partes, a intercalao dedepoimentos, narrao, filmagens da artista trabalhando?

    O seu modo singular de percepo e anlise se revelar a par-tir desses registros e da escolha do foco de trabalho. Quaisquestes voc incluiria numa pauta do olhar para o passeio dosolhos dos seus alunos por este documentrio?

    A pauta no precisa ser trabalhada com os alunos como umquestionamento verbal: o contato deles com suas questes podeocorrer por meio das diversas propostas para aprender-ensinar arteque voc formular. Suas respostas tambm podem ser no ver-bais, expressas no desenvolvimento de seu processo de trabalho.

    Percursos com desafios estticos

    Conforme destacamos no mapa, consideramos o foco Lingua-gens Artsticas- meios tradicionais: cermica, um enfoquerelevante no documentrio, a ser retomado em suas proposi-es pedaggicas.

    A seguir, apresentamos alguns possveis percursos de trabalho quepercebemos como potencialmente impulsionadores de projetos

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    para o aprender-ensinar arte. Os caminhos sugeridos no preci-sam ser seguidos linearmente, voc est convidado a traar a sua

    prpria rota: escolha por onde comear, onde passear com seusalunos, em que partes permanecer mais tempo, o que descartar.

    O passeio dos olhos dos alunos

    Estas sugestes tm a inteno de sugerir modos de convocar osalunos para assistirem ao documentrio despertos para a refle-

    xo sobre a cermica como linguagem artstica e, animados pelasaes expressivas, a conversar e socializar sua apreciao.

    Investigar as formas da natureza

    Uma expedio em praas e parques do bairro, buscando diver-sos tipos de plantas e elementos naturais, pode ser geradora deregistros dos diferentes tipos de troncos, folhas, flores, frutos,sementes que encontrarem. Recursos variados como decalcar

    texturas com lpis de cera, desenhos de natureza maisesquemtica, etc., podem ser realizados. Seria especialmenteinteressante que estudassem tambm uma paineira.

    Trazidos para a sala de aula ou no prprio ambiente da pes-quisa, problematize os resultados, observando as formas or-gnicas e referncias geomtricas. Os alunos estaro maissensveis e atentos s formas propostas por Shoko Suzuki?Recomendamos que vejam a primeira parte do documentrio.A pauta dos alunos

    Com lpis e papel na mo e olhos atentos, pea para que osalunos anotem os aspectos que mais interessaram e que gos-tariam de discutir sobre o documentrio, exibido por intei-ro. Durante a discusso, retome a sua prpria pauta do olhar

    e verifique o quanto os aspectos levantados pelos alunoscorrespondem s suas suposies iniciais. Problematize ou-tros aspectos e pense com os alunos sobre as possibilida-des para seguir estudando a linguagem da cermica.

    Contato com o oriente

    O texto 11 do Tao Te King, o livro de Lao Ts8 que funda-

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    qual FOCO?

    qual CONTEDO?

    o que PESQUISAR?

    Zarpando

    ferramentasprocedimentos

    procedimentos tradicionaisda cermica

    torno artesanal,forno artesanal

    Materialidade

    potica da materialidade

    elementos da natureza

    natureza da matria

    matrias tradicionais: argila, esmalte, verniz

    agentes

    artista, crtico de arte

    MediaoCultural

    Forma - Contedo

    elementos davisualidade

    rel

    da

    SaberesEstticos eCulturais

    esttica e filosof

    criadores

    histria da arte

    LinguagensArtsticas

    meiostradicionais

    cermica

    potncias criadoras

    Processo deCriao

    ao criadora potica pessoal, ritual

    herana cultural

    ConexesTransdisciplinares

    arte, cinciae tecnologia

    qumica, processos de transformao

    arte e cinciashumanas

    histria, 2 Guerra Mundial,a construo de Braslia,migrao, zen-budismo, taosmo

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    menta o taosmo, pode ser uma brecha para a entrada nodocumentrio, se voc estiver trabalhando com alunos das

    ltimas sries do Ensino Fundamental II:Trinta raios convergem para o centro da rodamas o vazio entre elesque faz o veculo andar.

    Modela-se a argila para fabricar o jarromas do vazio centralque depende sua utilizao.

    Uma casa perfurada por portas e janelas

    e ainda o vazioque nos possibilita a habitao.

    O ser d as possibilidadesmas pelo no ser que as utilizamos.

    A descoberta do vazio em outras coisas e situaes, vendo-o com mais destaque do que a matria que o cerca, podegerar proposies para que observem e desenhem os es-

    paos entre os objetos. Juntamente com a apresentao dostrabalhos, exiba a segunda parte do documentrio, que aju-dar a ampliar a discusso. O diagrama do tai chi, os con-ceitos de yin e yang interessam aos alunos? O que eles gos-tariam de conhecer mais? um bom momento para ver orestante do documentrio?

    Desvelando a potica pessoalO desafio proposto neste percurso orientar e motivar os alunospara uma atitude de pesquisa sobre seu prprio modo de expressona linguagem visual, ao investigar processos e procedimentos arts-ticos e tcnicos da cermica enquanto criam uma srie de traba-lhos, vivendo a experincia ritualstica do dilogo com a argila.

    As proposies a seguir so sugestes para que os alunos es-colham ou transformem, mas todas devem ser iniciadas por umperodo de experimentao, quando a qualidade da matria vaisendo vivenciada (veja em Ampliando o olhar). A idia quevoc possa acompanhar as suas produes, que sero depoismostradas a toda a classe. Ser interessante ver o percurso decriao de cada aluno.

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    Partindo de cobrinhas

    Um pequeno texto do ceramista Nakano9 pode ser o ponto

    de partida para a criao de diversos objetos utilitrios ouno, utilizando a mesma tcnica descrita por ele:

    Na maioria dos meus trabalhos, utilizo a tcnica das cobrinhas, a maisantiga e rudimentar, sem a interveno de ferramentas, utilizandoapenas as mos. Esse processo milenar, utilizado em todas as cer-micas primitivas desde a pr-histria, ainda a mais conhecida. amais trabalhosa e demorada, pois so rolinhos que vo se superpondode acordo com a forma a ser dada, costurados (emendados e alisa-

    dos), na sua parte interna e externa. Mas essa a tcnica que, se-gundo minha experincia, oferece as mais amplas possibilidades e aque mais coloca o homem em interao com a argila.

    Partindo de formas orgnicas ou geomtricas

    Formas arredondadas e ovais ou retilneas e angulosas po-dem ser os fios condutores de uma srie de produes coma argila. A busca de harmonia, o vazio e o cheio, as curvas

    e/ou retas, as superfcies recriadas feitas com pontas di-versas, experimentadas em vrias peas, revelam as esco-lhas pessoais e indicam caminhos para a potica prpria decada aluno.

    Tanto na secagem, como na queima das peas, importantealertar os alunos para os riscos de quebra e imprevistosincontrolveis. Como aponta Klintowitz: a abertura do forno,

    uma cerimnia to prezada pelo ceramista envolve a curiosida-de. (...) O artista sabe que o acaso faz parte do processo cria-tivo e que ele coloca em ao foras inesperadas.10

    Ampliando o olharVisitar um local de produo de cermica

    Provavelmente haver em sua cidade um arteso local, umaassociao de ceramistas ou uma empresa que trabalhe comcermica. Uma visita planejada pode ser preparada com com-binados para cercar o que ser visto e com o levantamento dasperguntas que os alunos gostariam de ver respondidas, tantoem relao aos procedimentos, quanto ao processo de criaodas peas. Um relatrio com anotaes, impresses e as no-

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    vas perguntas pode ser retomado em classe. O que a visitaprovocou? Por outro lado, a visita tambm pode iniciar uma

    parceria, pois nem sempre as escolas tm condies deinfraestrutura adequadas para sozinhas proporcionarem aosalunos a realizao de um trabalho em cermica.

    O olhar das mos

    A experincia de tocar a argila de olhos fechados coloca naponta dos dedos e nas palmas das mos a sensibilidade paraperceber forma, temperatura, textura, resistncia,maleabilidade, fragilidade. Para isso, um pedao de argilado tamanho de uma laranja, por exemplo, pode ser ofereci-do aos alunos com os olhos fechados ou vendados. Olhan-do para as suas aes, tire sugestes para que exploremessa experincia ao mximo. Depois, ainda de olhos fecha-dos, pea para que faam uma pequena escultura. S de-pois que ela estiver j bem delineada que eles podem abriros olhos e termin-la. Uma nova observao dos trabalhosprontos, percebendo os processos de experimentao e decriao, pode lev-los anlise da variedade de formas etexturas. O carter experimental da atividade pode fazer comque os trabalhos no sejam guardados aps a exposio emclasse, podendo retornar ao saco plstico de argila para setransformar em matria-prima novamente.

    Se os alunos quiserem guardar, ser importante um lentoprocesso de secagem, com as peas cobertas em plstico,secando de dentro para fora. Depois, podem ser pintadascom guache e at envernizadas, mas os alunos devem sa-ber que no este o processo da cermica e que as peaspodem se quebrar com facilidade.

    Acervo (temporrio) de cermicaSo raros os museus ou instituies que tm um acervo depeas de cermica. Se tiver um em sua cidade, voc poderprogramar uma visita. Mas, ser sempre muito interessan-te pedir para que os alunos tragam alguma pea de cermi-ca de casa. O que traro? Peas utilitrias, enfeites de de-corao, esculturas, imagens religiosas? Quais as histrias

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    das peas? Como poderia ser feita uma curadoria para ex-por este acervo que seria temporrio? Toda a comunidade

    poderia se envolver nesta exposio.

    Conhecendo pela pesquisa

    O professor de qumica pode contribuir para o estudo da trans-formao de argila em cermica e da criao de esmalte e deverniz. Suzuki d algumas pistas: para a pintura, uso geral-

    mente xido de ferro, xido de cobalto preto e xido de cobre;ento fao a mistura em um almofariz. Depois de bem mistu-rados, adiciono goma de algas (Porphyra e Gigartina) para fi-xar a tinta, de acordo com cada tipo de obra.11 A oxidao uma outra ao importante que ocorre durante a queima. Oque os alunos podem compreender desses processos?

    Para que a argila se torne cermica, o forno fundamental. Apesquisa sobre a histria da cermica e os diversos tipos defornos pode ser feita, no s nos livros e na internet, mas naconsulta aos ceramistas locais. Como vimos no documentrio,Shoko trabalha com um noborigama, forno construdo em 1966,com tijolos e quatro compartimentos, que utilizado at hoje.Uma apresentao das pesquisas como se fosse um noticiriode tv pode motivar os alunos para a divulgao de suas desco-bertas e das novas dvidas que surgirem.O oriente est presente em sua cidade? possvel localizarcom os alunos objetos, pessoas, empresas e instituies queestejam vinculados a este universo, como associaes deimigrantes japoneses ou chineses; restaurantes orientais;academias de arte marcial; filmes; mangs (revistas emquadrinho japonesas); instituies culturais, etc. A religioe a filosofia oriental (zen-budismo, taosmo, yin e yang), oikebana (arte de arranjar as flores); a caligrafia, a tradioem xilogravura que influenciou Van Gogh e Monet so algu-mas das possveis linhas de pesquisa.

    Visitas, a busca de objetos, pesquisas na internet, contatocom pessoas nascidas no oriente ou descendentes podem ofe-

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    recer um maior conhecimento sobre as vrias culturas orien-tais e a produo artstica tradicional e contempornea. A

    noo de oriente enquanto territrio e enquanto criaosimblica do ocidente ser um bom tema para debate.

    Apesar de sua longa presena, muitas vezes a cermica considerada uma arte menor devido aos preconceitosadvindos da arte acadmica. Picasso foi um dos artistas quevalorizou a cermica, revitalizando a pequena cidade deVallauris, na Riviera Francesa, onde morou de 1948 a 56,

    conhecida hoje por sua cermica e pelos museus de cer-mica e de Picasso (l est o grande painel Guerra e paz,pintado na antiga capela romnica do sculo 12). Assimcomo ela, quais outras cidades so conhecidas por sua ce-rmica? A Ilha de Marajoara, o Vale do Jequitinhonha sobons exemplos para que os alunos investiguem mais, apre-sentando as suas descobertas em um mapa-mndi, indican-

    do as cidades e exemplos de suas cermicas.Pequenas placas de argila podem ser feitas com o rolo deesticar massa. Recortadas em formas ousadas, elas preci-sam secar cobertas por plstico, sem tomar sol ou vento parano rachar, numa superfcie plana. Quando estiverem maisconsistentes e ainda maleveis, os alunos podem pesquisartexturas e ferramentas para marcar, escavar, cortar, imprimir

    texturas de tecidos, desenhar, etc. Se houver possibilidade,cada placa, depois de seca, pode ser colocada dentro de umacaixa aberta, com boa vedao, para que seja coberta comgesso, que fcil de preparar. O gesso esquenta e, quandotudo estiver bem seco, no bloco duro de gesso, a matriz deargila deixar suas marcas de forma e textura.

    Amarraes de sentidos: portflioO portflio pode ser um apoio para que o aluno perceba o sen-tido do que estudou, reveja os contedos trabalhados e reflitasobre seu processo de aprendizagem.

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    O ideal que os alunos sejam esclarecidos sobre este instru-mento de avaliao, desde o incio do curso, organizando-o jun-

    tamente com a realizao dos percursos educativos propostos.Assim, ele poder ser percebido como uma amarrao doscontedos estudados, afastando o risco de virar apenas maisuma atividade.

    Por exemplo, inspirado no seu dirio de bordo, proposto em Opasseio dos olhos do professor, voc pode propor que cada alunofaa um dirio, anotando o aprendizado em sua disciplina por

    meio de textos, desenhos, colagens, etc.

    Valorizando a processualidade

    A avaliao que acontece durante todo o processo tem suaconcluso no momento da apresentao do portflio e sua dis-cusso com a classe.

    O que os alunos percebem que aprenderam?

    Onde houve transformaes?

    O aprendizado ocorre em dilogo com o trabalho desenvol-vido pelos alunos e com todo o repertrio de arte com que jtiveram contato. As transformaes podem ser percebidas

    em relao ao trabalho do prprio aluno e no pela compara-o de seu resultado com o de seus colegas. No um con-curso. A percepo da aprendizagem, o que ficou de maisimportante, deve ser evidenciada, assim como as lacunas eas idias para novos projetos.

    Como professor-propositor, o que voc percebe que apren-deu com este projeto?

    Quais os novos caminhos para sua ao pedaggica foramdescobertos nesta experincia?

    Seu dirio de bordo aponta para rumos inexplorados?

    O projeto germinou novas idias em voc?

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    Glossrio

    Argila O barro bruto que recolho deixo ao ar livre, sofrendo a ao do sol,chuva e sereno. Quanto mais tempo ficar exposto melhor ser. Depois de seco,eu o coloco na gua para que se dissolva. O barro peneirado mais adequadopara ser trabalhado. Por ltimo, adiciono (...) caulim, (...) e, s vezes, quartzo.Cada barro bsico tem caractersticas diferentes, por isso cada frmula (...) mudada de acordo com a sua qualidade. (...) Uma maneira antiga de sabercomo o barro ficar pressionar o polegar nele: se o dedo no grudar, sinalde plasticidade adequada. Um modo de verificar se o barro racha mais que onormal est em se fazer uma argola completa, ligada nas extremidades, para

    constatar o nmero de rachaduras. E para verificar a sua resistncia tempe-ratura deve-se queim-lo e observar o resultado. Fonte: SUZUKI, Shoko.Processo de uma ceramista. In: Cermica:arte da terra. So Paulo: Callis,1987, p. 21.

    Cermica O fascnio que a cermica exerce sobre o homem comeacom o seu material. Ela feita de barro. E de barro que feita nossacasa, o planeta. a nossa base. onde colocamos nossos ps e nos liga-mos com a realidade e nos sentimos confortveis. A Terra o nosso mais

    tradicional abrigo, que nos d origem. (...) A cermica constituda por quatroelementos. A terra, a gua, o ar e o fogo. So os elementos que a Antigui-dade clssica acreditava compor as realidades fsica e espiritual. Destamaneira, o ato de fazer a cermica, esta arte ancestral, evoca no homem, demaneira simblica, o mito essencial da criao do mundo e da espcie hu-mana. O ar-sopro, a terra-barro, a gua e o fogo. Fonte: KLINTOWITZ,Jacob. Artistas da cermica brasileira.So Paulo: Razes Artes Grficas,1985 (Volkswagen do Brasil).

    Costurar o barro Para que as partes do trabalho no se soltem duran-te a secagem, necessrio costurar, isto , fazer ranhuras com um garfoou palito nas partes que sero unidas e passar barbotina (argila diluda nagua em consistncia de creme). Juntar as partes fazendo uma pequenapresso e alisar a emenda com o dedo ou esteca at que ela desaparea.Fonte: TATIT, Ana; MACHADO, Maria Silvia M. 300 propostas de artesvisuais.So Paulo: Edies Loyola, 2003, p. 170.

    Esttica oriental O oriente nos mostra sobre as mais diversas formas

    (religio, arte, filosofia, prticas) que o universo e o homem constituem umanica e mesma realidade, ao mesmo tempo instvel, inconstante e indivisvel.(...) Sou o ar que respiro, o alimento que absorvo, as sensaes que experi-mento, as palavras que registro ... sou o barro que modelo. Fonte: NAKANO,Katsuko. Terra fogo homem.Aliana Cultural Brasil-Japo, 1989, p. 24.

    Forno noborigama os primeiros fornos criados pelos seres humanos foramprovavelmente cavados em barrancos. No Oriente Mdio, foi desenvolvido o

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    forno no sentido vertical, trazido para a cultura ocidental e ainda hoje usadoem cermicas artesanais. No Extremo Oriente, aos fornos foi privilegiado o

    sentido horizontal: o primeiro forno construdo chamou-se de anagama, isto, de uma cmara s; depois veio o forno de tubo, com uma cmara s, pormcomprida; e, finalmente, o forno de cmaras separadas, noborigama. Fonte:FIENNES, Jeremmy. Fornos a combusto. In: GABBAI, Mirian B. Berman.(org.). Cermica: arte moderna. So Paulo: Callis, 1987, p. 130.

    Harmonia Antes de voc comear uma composio tudo pode aconte-cer, h possibilidades infinitas. No momento em que algum fez a primeiralinha, ele j deu uma orientao. A segunda linha (...) de algum modo ouacompanha ou contradiz, (...) h uma relao entre tudo que voc faz. (...)uma forma expressiva (...) um momento de adequao, quando as for-mas so justas (...), onde tudo se tornou significativo, onde nada falta, eonde qualquer coisa que voc queira ainda introduzir seria demais. Fon-te: OSTROWER, Fayga. Depoimento registrado no vdeo: O Universo daarte, produzido para tv pela Rede SescSenac de Televiso em 1998.

    Plasticidade A plasticidade a caracterstica principal da argila, o que fazcom que o material mantenha uma certa forma dada durante o trabalho, atsua secagem total. Fonte: ALGODOAL, Dora. O processo da cermica. In:Arte Litoral Norte 6:cermica contempornea. Ubatuba: Fundao de Arte eCultura de Ubatuba, 1989, p. 4.

    Yin e Yang (Tai Chi) O equilbrio entre essas duas energias estabelece aharmonia tanto no homem como no universo. Tambm a cermica nasce doequilbrio dessas duas energias. Ela utiliza como matria-prima a combinaoTerra/gua, ambas yin, que resulta no elemento moldvel e receptivo: o bar-ro. Sobre ele atua, durante todo o processo, a energia yang do Ar e do Fogo.(...) O ceramista lida incessantemente com polaridades: as energias conser-

    vadoras intensivas da terra e as energias manipulativas e expansivas do Fogo;a plasticidade da argila e a volubilidade do Fogo; a horizontalidade da Terra eda gua (que esto relacionadas com a gravidade) e a verticalidade do fogo(que leve, sobe e se espalha). Cabe ao ceramista a manuteno do equil-brio entre essas duas polaridades que est em atuao contnua e recproca.Fonte: NAKANO, Katsuko. Terra fogo homem.Aliana Cultural Brasil-Japo,1989, p. 71 e 73.

    BibliografiaALGODOAL, Dora. O processo da cermica. In: Arte Litoral Norte 6:

    Cermica contempornea. Ubatuba: Fundao de Arte e Cultura deUbatuba, 1989.

    DOCZI, Gyrgy. O poder dos limites: harmonias e propores na nature-za. So Paulo: Mercrio: 1990.

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    GABBAI, Miriam B. Birmann. Cermica:arte da terra.So Paulo: Callis, 1987.

    KLINTOWITZ, Jacob. Artistas da cermica brasileira. So Paulo: Razes

    Artes Grficas, 1985 (Volkswagen do Brasil).NAKANO, Katsuko. Terra fogo homem. So Paulo: Aliana Cultural Brasil-

    Japo, 1989.

    OSBORNE, Harold. Esttica e teoria da arte. So Paulo: Cultrix, 1978.

    VALLADARES, Clarival do Prado e SALLES, Vicente. Artesanato brasi-leiro. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1986.

    Seleo de endereos sobre arte na rede internet

    Os sites abaixo foram acessados em 31 maio 2005.

    CERMICA. Disponvel em: .

    ___. Disponvel em: .

    CERMICAS de Pablo Picasso. Disponvel em: .

    SUZUKI, Shoko. Disponvel em: .

    ___. Disponvel em: .___. Disponvel em: .

    Notas1 KLINTOWITZ, Jacob. A cermica de Shoko Suzuki: a bela recuperaodo mito, 1984 (texto que acompanhava obras da ceramista).2 Katsuko NAKANO. Terra fogo homem, p. 23 e 24.3 SUZUKI, Shoko. Processo de uma ceramista.In: Cermica: arte da ter-ra, p. 22.4 Jacob KLINTOWITZ. A cermica de Shoko Suzuki:a bela recuperaodo mito,1984.5 Dora ALGODOAL. O processo da cermica. In: Arte Litoral Norte 6:Cermica contempornea, p. 4.6 Op. cit.Shoko Suzuki, p. 25.7 Fonte: . Acesso em 31mai. 2005.8 TSE,Lao. Tao Te Ching. Braslia: UNB, 1969, p. 44.9 Katsuko NAKANO. Terra fogo homem, p. 37 e 38.10 Jacob KLINTOWITZ. Artistas da cermica brasileira, p. 7 e 8.11 Op. cit.Shoko Suzuki, 24.

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