SIGATOKA NEGRA OCORRÊNCIA A Sigatoka Negra, causada … · material suficiente para implantação...
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SIGATOKA NEGRA
A
SINTOMASCARACTERÍSTICOS DA DOENÇA
Sigatoka Negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, Morelet, forma perfeita de Paracercospora
fijiensis, é uma doença que destrói as folhas das bananeiras, impedindo a planta de respirar e elaborar fotoassimilados para seu sustento e levando-a à morte antes mesmo de o cacho da banana estar pronto para ser colhido.
A Sigatoka Negra é muito mais agressiva e destrutiva que a Sigatoka Amarela, pois além de infectar as folhas novas ataca também as folhas velhas da bananeira.
Em fevereiro de 1998, a doença foi identifi-cada e reconhecida oficialmente como estabe-lecida no Brasil, no estado do Amazonas.
! Descoloração em forma de pontos ou estrias na cor "café" entre as nervuras secundárias da segunda a quarta folha, a partir da vela, observadas somente na face inferior das folhas.
! Estrias pretas, observadas somente na face superior da folha.! Lesões negras na face superior da folha,
contrastando com as de cor marrom na face inferior, podendo avançar para todas as folhas da
planta.
A Sigatoka Negra está atacando bananais de sete estados do Norte e Centro-Oeste brasileiro, e mais recentemente do estado de São Paulo (Vale do Ribeira e Planalto Paulista), impedindo a comercialização dos produtos desses estados para o resto do país.
O transporte de frutas, mudas e partes da bananeira são, juntamente com o vento e a chuva, os principais meios de disseminação dessa doença. Atualmente a doença ocorre nos seguintes estados: Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará, Mato Grosso e São Paulo.
Temperaturas altas (23 a 30°C) e umidade relativa maior que 80% são condições climáticas ideais para o desenvolvimento do fungo. O período crítico vai de novembro a março.
Sem o devido controle, pode ocorrer a destruição de toda a produção nas áreas atacadas. No estado do Amazonas, principalmente em cultivares de bananas Maçã, Prata e Nanica, há a necessidade de cerca de 24 aplicações de fungicidas, inviabilizando comercial-mente o produto. Na Costa Rica e no México o controle só é possível com 35 a 40 pulverizações anuais.
No estado de São Paulo, que apresenta um inverno mais frio e seco, provavelmente não se deve utilizar a mesma quantidade de pulverizações dos estados do Norte do país, mas será necessário aumentar o con-trole, o que poderá elevar muito o custo de produção.
Uma das alternativas viáveis para a convivência com a Sigatoka Negra é o plantio de variedades resis-
OCORRÊNCIA
ALTERNATIVAS PARA PRODUÇÃO
tentes, apesar de estas não apresentarem os frutos com o mesmo sabor das bananas consumidas atual-mente.
Mesmo com a utilização de variedades resistentes, é necessário aprimorar os tratos culturais para se conseguir resultados satisfatórios.
! FHIA 18 (seleção de Honduras - Prata híbrida) suscetível ao Mal-do-Panamá
! FHIA 1 (seleção de Honduras - Prata híbrida)
! Caipira (Yangambi Km 5)
! Thap Maeo (tipo Mysore)
! Figo
* Indicadas principalmente para mini e pequenos produtores (Fonte: Embrapa Manaus).
! O agricultor, comerciante e transportador não devem trazer qualquer tipo de material de regiões onde a doença é uma realidade.
! Os produtores devem instalar viveiros com variedades resistentes para testar o mercado e ter material suficiente para implantação de futuras lavouras comerciais.
! A Secretaria de Agricultura e Abastecimento estará disponibilizando, por meio do FEAP/Banagro, linha de crédito para plantio de áreas com variedades
VARIEDADES RESISTENTES*
ALERTA PARA O ESTADO DE SÃO PAULO
resistentes, atendendo, assim, mini e pequenos produtores do estado de São Paulo.
! Adquira mudas certificadas, dando preferência a mudas produzidas em laboratório.
! Realize o controle rigoroso da Sigatoka Amarela, utilizando os fungicidas de forma correta.
! Realize tratos culturais como: desfolha freqüente, controle de plantas daninhas, desbaste e espaçamento adequado no plantio.
! Mantenha o bananal adubado adequadamente, principalmente em relação aos níveis de matéria orgânica e de potássio.
! Observe a sanidade do bananal, procurando imediatamente o técnico de seu município em caso de suspeita de ocorrência de sintomas parecidos ao da Sigatoka Negra.
! Utilize caixarias com possibilidade de desinfecção eficiente ou descartáveis.
! NÃO transporte mudas, frutas, folhas ou quaisquer outras partes de bananeira das regiões afetadas e sem certificado de origem (CFO). Denuncie essa infração às autoridades competentes.
! NÃO utilize, durante o transporte, folhas de bananeira como material protetor de frutas, caixas e cargas de banana.
EVITE A SIGATOKA NEGRA
CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DISPONÍVEIS PARA O BANANICULTOR PAULISTA
CULTIVARES SIGATOK A AMAREL ASIGATOKA
NEGRAMAL DO PAN AMA MOKO BROCA NEMATÓIDE RESISTENTE DESPENC. CICLO ALTURA PESO/ CACHO SUBGRUPO
MYSORE AAB Resistente Resistente Resistente Suscetível Tolerante Tolerante Muito Alta 300 3,5-5,0 15 a 30 PRATA e *(MAÇÃ)
THAP-MAEO AAB Resistente Resistente Resistente Suscetível Tolerante Tolerante Muito Alta 300 3,5-5,0 15 a 30 PRATA e (MAÇÃ)
YANGAMBI KM 5 – CAIP IRA AAA Resistente Resistente Resistente Suscetível Tolerante Tolerância - Suscetível Radopholus Alta 260 2,5-4,0 15 a 40 PRATA H** (OURO) FRUTO
FIGO Resistente Resistente Resistente Suscetível Baixa Tolerância Média Tolerância Média 250 3,0-4,0 12 a 18 FIGO C
OURO AA Suscetível Tolerante Resistente Suscetível Média Tolerância Média Tolerância Média 200 2,5-4,0 8 a 15 OURO C
FHIA 1 AAAB Resistente Resistente Tolerante Suscetível Média Tolerância Tolerante Baixa Tolerância Frio 250 2,5-4,0 20 a 30 PRATA H**
FHIA 2 AAAA Resistente Resistente Resistente Suscetível Baixa Tolerância Baixa Tolerancia Baixa 250 2,5-3,5 20 a 30 CAVENDISH H** NANICÃO
FHIA18 AAAB Moderadamente Suscetível Resistente Tolerante Suscetível Média Tolerância Média Tolerância Baixa 353 2,5-4,0 20 a 40 PRATA H**
GALIL 18 AAAB Moderadamente Suscetível Resistente Tolerante Suscetível Média Tolerância Média Tolerância Baixa - 2,5-4,0 20 a 40 PRATA H**
PIONE IRA AAAB Resistente Não Determinado Tolerante Suscetível Média Tolerância Tolerante Baixa - 2,5-4,0 10 a 30 PRATA H**
PRATA ZULU AAB Resistente Resistente Suscetível Suscetível Baixa Tolerância Tolerante Muito Alta 300 3 ,0-4,0 20 a 25 PRATA
NANICÃO – IAC 2001 Resistente Tolerante Resistente Suscetível Baixa Tolerância Baixa Tolerância Média - 2,5-4,0 20 a 45 CAVENDISH NANICÃO
EM AVALIAÇÃO
PELIPITA (PACOVAN ) AABB Resistente Resistente Resistente Suscetível Baixa Tolerância Média Tolerância Muito Alta 350 3,0-4,0 20 a 40 FIGO C H**
PRATA KEN (PACOVAN ) AAAB Resistente Resistente Resistente Suscetível Média Tolerância Baixa Tolerância Alta 421 3,0-5,0 15 a 30 PRATA H** (PACOVAN)
FHIA 21 AAAB Resistente Resistente Resistente Suscetível Suscetível Tolerante Alta 258 3,0 a 5,0 15 a 30 TERRA H**
MARAVILH A AAAB Resistente Resistente Tolerante Suscetível Média Tolerância - Alta - 2,5-4,0 20 a 30 PRATA H**
PRECIOSA AAAB Resistente Resistente Tolerante Suscetível Média Tolerância - Média - 3,0-5,0 15 a 25 PRATA H** (PACOVAN)
TROPICAL AAAB Resistente Suscetível Tolerante Suscetível Média Tolerância - Média - 2,5-4,0 16 a 25 MAÇÃ H**
GARANTIDA ST 4208 Resistente Resistente Resistente Suscetível - - - - - 20 PRATA
CAPRICHOSA PV 4202 Resistente Suscetível Tolerante Suscetível - - - - - 21 PRATA
H** - Híbrido C - CultivarELABORAÇÃO: Eng.º Agr.º LUIZ A. C. PENTEADO; Eng.º Agr.º EDSON S. NOMURA ; Oficial de Apoio Agrop. EDMILSON D. MUNIZ
FungicidasMarca
ComercialCT IS Dose
Sistêmicos
Triazóis
Difeconazol Score I 7 0,4 l/ha
EpoxiconazolSopram125 CE
III 3 0,4-0,5 l/ha
Flutriafol Impact III3 1,0-1,5 l /ha
60 2 ml / planta
Propiconazol Juno III 1 0,4 l/ha
TetraconazolDomark100 CE
II 3 1,0 l/ha
Estrobilurinas
Piraclostrobin Comet II 3 0,4 l/ha
Triazóis + Estrobirulinas
Epoxiconazol +Piraclostrobin
Opera II --- 0,5 l/ha
Protetores (Contato)
Ditiocarbamatos
Mancozeb Penncozeb IV 21 1,9-2,5kg
Vondozeb IV 21 1,8-2,5kg
CONTROLE QUÍMICO
I - Extremamente tóxicoII - Muito TóxicoIII - Medianamente tóxicoIV - Pouco tóxico
CT - Classe ToxicológicaIS - Intervalo de Segurança (período carênciate). Intervalo de tempo (dias) entre a última aplicação e a colheita
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Engenheiro Agrônomo Luiz Antonio de Campos PenteadoCATI Regional de Registro/SAATel.: (13) 3821-3444E-mail: [email protected]
Engenheiro Agrônomo Antonio RangelCATI Regional de Avaré/SAATel.: (14) 3733-1977E-mail: [email protected]
Engenheiro Agrônomo Luís Alberto SaesPólo Regional de Desenvolvimento Sustentável dos Agronegócios do Vale do Ribeira - APTA/SAATel.: (13) 3856-1656E-mail: [email protected]
Engenheiro Agrônomo Gerson Augusto Gelmini - Grupo de Defesa Sanitária Vegetal - Coordenadoria de Defesa Agropecuária/SAATel.: (19) 3241-4700 - Ramal 2250 - CampinasE-mail: [email protected]
Fotos
Engenheiro Agrônomo
SIGATOKA NEGRA
Banana-maçã Mato Grosso
Banana-prata-anã Manaus - AM
Banana-nanicaRondônia
Banana-da-terra ( Farta Velhaco ) - Acre
Sintomas emPrincipais
Cultivares
Editado e impresso pelo Centro de Comunicação Rural (CECOR) - SAA/CATIAv. Brasil, 2.340 - CEP 13073-001 - Caixa Postal 960 - CEP 13001-970 - Campinas, SP, Brasil
Tel.: (19) 3743-3858 - Telefax: (19) 3241-7191 - Site: www.cati.sp.gov.br
Recomendações
Sigatoka Negra
1) Eliminação de todas as bananeiras sem
tratamento e/ou abandonadas;
2) Tratos culturais:
! corte de folhas atacadas;
! solo com boa drenagem;
! controle das plantas invasoras;
! adubação equilibrada, segundo análise
de solo e foliar;
! manutenção da cultura desbastada;
! tratamento de pós-colheita das frutas.
3) Dimensionamento da área da cultura;
4) O controle terá que ser feito em
conjunto (por bairro, por microbacias ou
até por município).Todos devem
pulverizar a cultura com o mesmo grupo
químico ou princípio ativo.
5) Deverá priorizar a alternância de grupo
químico ou princípios ativos para evitar
a resistência do fungo aos fungicidas;
6) Monitoramento da doença através de
leitura das lesões nas folhas tem que
ser realizado em todas as propriedades
por pessoas capacitadas;
7) Produtores sem condições econômicas
de realizar as pulverizações devem
plantar variedades tolerantes, apesar
dos problemas da aceitação dessas
frutas pelo mercado consumidor;
8) O uso de mais de 150 litros de óleo por
hectare por ano, não é recomendado, o
que sugere a redução do uso de óleo
Banana-da-terra (Farta Velhaco) - Acre
Banana-nanica - Rondônia
Banana-nanica - Vale do Ribeira