Silagem de peixe alternativa para ração artesanal

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Silagem de peixe alternativa para ração artesanal Silagem de peixe alternativa para ração artesanal Dr. Eduardo Gianini Abimorad Pesquisador Científico APTA – Votuporanga [email protected] Dr. Eduardo Gianini Abimorad Pesquisador Científico APTA – Votuporanga [email protected]

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Silagem de peixe alternativa para ração artesanalDr. Eduardo Gianini AbimoradPesquisador CientíficoAPTA – [email protected]

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Silagem de peixealternativa para ração artesanal

Silagem de peixealternativa para ração artesanal

Dr. Eduardo Gianini AbimoradPesquisador Científico

APTA – [email protected]

Dr. Eduardo Gianini AbimoradPesquisador Científico

APTA – [email protected]

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O que é silagem?

Silagem ���� Ensilar = Conservar

Princípio da conserva ���� redução do pH (acidificação)

Tipos de Silagens: Biológica, Ácida e Enzimática

Matérias-primas ���� subprodutos da atividade aquícola

� Resíduos do processamento

� Peixes pequenos e espécies de baixo valor

� Descartes da comercialização (atacado e varejo)

� Fauna acompanhante

� Resíduos do processamento

� Peixes pequenos e espécies de baixo valor

� Descartes da comercialização (atacado e varejo)

� Fauna acompanhante

fermentação anaeróbicadigestão enzimática (endógena) digestão ácida e enzimática

(endógena e/ou exógena)

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Utilização de ácidos paraconservar alimentos: apósa 2ª guerra mundial.

Década de 60:

Polônia e Dinamarca

Utilização de Silagem depeixes para aves e suínos,incorporada a ração comocomplemento proteico.

A silagem de peixe não é um processo tão novo!

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Silagem de peixe - Processo

Ensilado de pescado - processo de acidificar a “massatriturada”, deixando-a livre da ação dos microrganismospatogênicos, que terminam deteriorando o produto.

Tecnologia simples e não implica a utilização demaquinários específicos.

Entretanto...

Receitas e cuidados a serem seguidos;

Dificuldades.

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Silagem de peixe em ração artesanal para tilápia-do-NiloPesq. Agropec. Bras., v.44, n.5, p.519-525, maio 2009

Objetivos:Aproveitamento de resíduos;

Fonte de nutrientes de alta qualidade;

Redução de custos.

Comparar...em relação a uma ração comercial:

Desempenho zootécnico;

Custo de arraçoamento;

Composição corporal;

Qualidade da água.

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2070 juvenis de tilápia do Nilo revertidos com peso médio inicial de 83g.

2 tratamentos (rações) e 3 repetições (seis viveiros)

Viveiros de aproximadamente 230 m2 e profundidade média de 1,1 m.

Densidade de estocagem 1,5 peixes/m².

Alimentação:

porcentagem da biomassa (tabela de arraçoamento)

3 vezes ao dia.

Material e métodos

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Confeccionada na propriedade

Resíduo da filetagem de Zouido (Geophagus surinamensis)

Estocada em caixas d’água de 300 L.

Após triturado ���� 1% ácido Sulfúrico e 1% ácido Fórmico.

Custo da silagem:

Taxa de licença para aquisição dos ácidos;

Compra dos ácidos;

Frete para busca de resíduos;

Mão de obra; energia eletrica; depreciação do triturador e das caixas d’água (proporcional ao tempo de uso)

A Silagem...

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Monitoramento da qualidade da água

Oxímetro YSI – modelo 55

O2D e TºC.

Disco de Secchi – Transparência

Coletas de água:

Entrada e saída dos viveiros

Inicio/meio/final do período experimental

Quantificação do nitrogênio e fósforo do abastecimento e efluentes dos viveiros (balanço de nutrientes)

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Após os resultados de conversão alimentar,calculados os custos de arraçoamento com asdiferentes rações (R$/kg de peixe).

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Tabela 1. Composição das rações experimentais e dos ingredientes utilizados na formulação da ração artesanal.

Composição proximal (%) (1) Ração

Artesanal (2) Ração

Comercial Silagem de peixe

Farelo de algodão

Farelo de soja

Milho Calcário

Matéria seca (MS) 48,8 89,0 20,0 88,0 89,9 88,5 89,0 Proteína bruta (PB) 15,3 28,0 6,6 38,8 45,4 8,4 0 Extrato etéreo (EE) 4,8 3,0 6,5 1,8 2,0 4,0 0 Fibra bruta (FB) 3,0 8,0 0 1,2 7,6 2,2 0 Extrativo não nitrogenado (ENN) 19,0 40,0 1,4 29,4 28,8 72,6 0 Matéria mineral (MM) 6,7 10,0 5,5 6,2 6,1 1,3 89,0 Cálcio (Ca) 1,33 1,8 0,99 0,24 0,32 0,04 34,2 Fósforo (P) 0,50 0,6 0,72 0,34 0,19 0,08 0 Energia bruta (kcal kg-1) (3) 2226 3813 1039 3630 4263 3953 0 Preço (R$ kg-1) 0,34 1,02 0,11 0,76 0,90 0,51 0,14 (1) Valores expressos na matéria seca original. (2) Composição Ração Artesanal: 58% silagem de peixe, 18% farelo de algodão, 7% farelo de soja, 15% milho e 2% calcário. (3) Energia Bruta (EB) calculada pelos seguintes índices: 5,65 kcal g-1 PB; 9,35 kcal g-1 EE; e 4,15 kcal g-1 (ENN+FB). Para fins de comparação, o valor de MS da ração artesanal foi transformado de 48,8 para 89% e os níveis dos nutrientes passaram a ser: 27,8% PB, 8,8% EE, 5,5% FB, 34,7% ENN, 12,2% MM, 2,43% Ca e 0,92% P; o conteúdo de EB passou a ser 4.105 kcal kg-1; e o preço passou a ser R$ 0,63 kg-1.

Ração artesanal:

58% silagem de peixe18% farelo de algodão7% farelo de soja15% milho 2% calcário

Ração artesanal = 48% MSRação comercial = 89% MS

Fornecimento: 1,8 kg / 1 kg

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Tabela 2. Valores médios (± erro padrão) de Desempenho produtivo e composição corporal de tilápias do Nilo alimentadas com ração artesanal à base de silagem de peixe e ração comercial em viveiros escavados. Parâmetros Ração comercial Ração artesanal Valor de p CV (%)

Desempenho produtivo Peso inicial (g) 82,55±2,55 83,57±1,56 0,7486ns 4,41 Peso final (g) 384,12±4,70 399,23±9,07 0,2134ns 3,20 Sobrevivência (%) 88,82±1,72 90,76±1,19 0,4065ns 3,34 Consumo (g) 554,62±9,07 550,22±12,61 0,7912ns 3,44 GP (g) 304,30±6,15 320,17±10,10 0,2511ns 4,64 CAA 1,82±0,02 1,72±0,08 0,2779ns 5,51 TCE (% por dia) 1,06±0,01 1,07±0,02 0,4713ns 2,67 CVP (%) 9,65±1,23 6,91±0,28 0,0956ns 18,64

Composição corporal (g por 100g de amostra úmida) Umidade 68,74±0,52 67,31±0,23 0,0657ns 1,02 Proteína 18,01±0,32 17,54±0,34 0,3755ns 3,20 Lipídios 9,30±0,26a 6,46±0,28b 0,0017** 5,91 Cinzas 5,55±0,29 4,92±0,03 0,1595ns 6,74

Sugere-se que a relação carboidrato/lipídios na ração artesanal, assim como suacomposição em ácidos graxos, pode estar mais adequada às necessidadenutricionais da tilápia.

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Custo de arraçoamento:

Ração comercial: R$1,83 – R$1,89Ração artesanal: R$1,03 – R$1,17

Redução média de R$0,78 / kg de peixe produzido

≈ 42% de economia.

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Figura 1. Transparência da água (cm) nos viveiros escavados de criação de tilápias do Nilo alimentadas com ração artesanal à base de silagem de peixe (■) e ração comercial (�). Cada ponto representa a média de três viveiros.

0

10

20

30

40

50

60

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23

Semanas

Tra

nsp

arê

nci

a (

cm)

Artesanal

Comercial

Observação visual: cor da águaViveiros que receberam ração comercial: parda (marrom)Viveiros que receberam ração artesanal: esverdeado (presenças defitoplantons)

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Figura 2. Oxigênio dissolvido (mg L-1) na água dos viveiros escavados de criação de tilápias do Nilo alimentadas com ração artesanal à base de silagem de peixe (■) e ração comercial (�). Cada ponto representa a média de três viveiros. A linha pontilhada representa o limite mínimo (5 mg L-1) estabelecido pelo CONAMA.

2

3

4

5

6

7

8

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23

O2D

(m

g/L

)

Semanas

Artesanal

Comercial

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Figura 3. Balanço de fósforo total (µg/L) na água de viveiros escavados de criação de tilápias do Nilo alimentadas com ração artesanal à base de silagem de peixe (■) e ração comercial (□). Cada barra representa a média de três viveiros (±erro padrão). A linha pontilhada representa a tendência da temperatura da água.

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400

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23

T (

ºC)

PT

g/L

)

Semanas

Comercial Artesanal Temperatura

163 µg/L

294 µg/L

202 µg/L

Limite máximo 50 µg/L (CONAMA 357/2005)

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Figura 4. Balanço de nitrogênio total (mg/L) na água de viveiros escavados de criação de tilápias do Nilo alimentadas com ração artesanal à base de silagem de peixe (■) e ração comercial (□). Cada barra representa a média de três viveiros (±erro padrão). A linha pontilhada representa a tendência da temperatura da água.

15

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25

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29

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23

T (

ºC)

NT

(mg

/L)

Semanas

Comercial Artesanal Temperatura

T °C

���� T °C ���� ���� Crescimento ���� ���� Consumo ���� ���� Aporte de Nutrientes

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Conclusões

O uso da ração artesanal a base de silagem de resíduo de filetagemde pescado para criação de tilápia do Nilo em viveiros escavadosreduz em aproximadamente 42% o custo de arraçoamento, semprejuízo no desempenho produtivo.

As tilápias alimentadas com a ração artesanal apresentam menoresteores de lipídios corporais.

O fornecimento da ração artesanal sem processamento piora aqualidade da água.

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Considerações

Ração não processada

Grumos úmidos: dissolução de nutrientes na água

Fósforo Total: Ração artesanal (0,92%), Ração Comercial (0,60%)

O que fazer?

Processar a ração (peletizar)

Secar???

Custo??? (Peletizadora � não pode incluir muita silagem)

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Etapas da Produção de Silagens de Peixe

Matéria-prima

SubstratoMicrooganismo

Fungiostático

Ácido orgânicoÁcido inorgânico

Adição de ácidos ou bactérias e substrato

SILAGEM FERMENTADA

SILAGEM ÁCIDA

Moagem

Exemplos de Ácidos:Orgânicos: Fórmico, Acético e Cítrico.Inorgânico: Sulfúrico, Fosfórico e Clorídrico.

Exemplos de Ácidos:Orgânicos: Fórmico, Acético e Cítrico.Inorgânico: Sulfúrico, Fosfórico e Clorídrico.

Mistura de ácidos é recomendada

Mistura de ácidos é recomendada

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Equipamentos e utensílios para o processamento de silagem

Moedor boca 22 Moedor boca 98 Moedor boca 114

Bombona 100L Baldes de 20L

Page 23: Silagem de peixe alternativa para ração artesanal

Produção de silagem ácida

Moagem do resíduo

Silagem Ácida – 7 diasde estocagem

Silagem ÁcidaHomogeneização

Adição de ácidosResíduo Moído

Page 24: Silagem de peixe alternativa para ração artesanal

Produção de silagem biológica (fermentada)

Moagem do resíduo

Silagem Fermentada7 dias de estocagem

Silagem Fermentada

Adição de ácido sórbico

Adição de melaço

Resíduo Moído

Adição de iogurte

Homogeneização

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Produção de silagens biológicas

pH⇒⇒⇒⇒ 4,86 pH⇒⇒⇒⇒ 4,78 pH⇒⇒⇒⇒ 5,16

Matéria-prima (80% da capacidade total

do silo – 143,80Kg)

Moagem

2,5% iogurte vencido – 4Kg7,5% melaço – 12Kg

0,125% ácido sórbico – 0,2Kg

Silagem fermentadaSF_I

Homogeneização mecânica

Matéria-prima (80% da capacidade total

do silo – 143,80Kg)

Moagem

2,5% soro de queijo – 4Kg7,5% melaço – 12Kg

0,125% ácido sórbico – 0,2Kg

Homogeneização mecânica

Matéria-prima (80% da capacidade total

do silo – 143,80Kg)

Moagem

2,5% EM – 4Kg7,5% melaço – 12Kg

0,125% farelo de trigo – 0,2Kg

Homogeneização mecânica

Silagem fermentadaSF_S

Silagem fermentadaSF_EM

Efficient Microrganisms produto experimental, produzido pela Fundação Mokiti Okada

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Produção de silagens ácidas

pH⇒⇒⇒⇒ 4,21 pH⇒⇒⇒⇒ 4,17pH⇒⇒⇒⇒ 4,31

Matéria-prima (100% da capacidade total

do silo – 195,75Kg)

Moagem

1% ácido fórmico – 2L1% ácido sulfúrico – 2L

0,125% ácido sórbico – 0,25Kg

Silagem ácidaSA_Fr/S

Homogeneização mecânica

Matéria-prima (100% da capacidade total

do silo – 190Kg)

Moagem

2% ácido fosfórico – 4L3% ácido acético – 6L

Silagem ácidaSA_Fs/A

Homogeneização mecânica

Matéria-prima (100% da capacidade total

do silo – 192Kg)

Moagem

1% ácido sulfúrico – 2L3% ácido acético – 3L

Silagem ácidaSA_S/A

Homogeneização mecânica

Fungiostático

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40 a 60% de água

ou produtos úmido:

Silagem de peixe, Sangue, Frutas, etc.

Secar em estufas ou no sol

Ou fornecer úmido

APÓS MOAGEM E MISTURA

Utilização da silagem em ração artesanal

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Utilização da silagem em ração artesanal

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�Matéria prima de boa qualidade

�Boa moagem (� da superfície de contato)

�Aquisição dos ácidos (Exército e Policia Federal)

�Cuidados no manejo com ácidos

�Processar a ração

�Secar a ração

�Alimentação (caso de tanques rede)

Dificuldades

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