Silva, andré a pecuária de corte brasileira e o desenvolvimento das exportações de carne bovina ...

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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS SESAL FACULDADE DE ALAGOAS FAL CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR ANDRÉ DOS SANTOS SILVA A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E O DESENVOLVIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA: CASO GRUPO JBS-FRIBOI MACEIÓ - AL 2006 ANDRÉ DOS SANTOS SILVA

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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS – SESAL

FACULDADE DE ALAGOAS – FAL

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO

EXTERIOR

ANDRÉ DOS SANTOS SILVA

A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E O DESENVOLVIMENTO DAS

EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA: CASO GRUPO JBS-FRIBOI

MACEIÓ - AL

2006

ANDRÉ DOS SANTOS SILVA

A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E O DESENVOLVIMENTO DAS

EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA: CASO GRUPO JBS-FRIBOI

Monografia apresentada à Faculdade de Alagoas – FAL, como requisito parcial para a obtenção do grau de Administrador de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior.

ORIENTADOR: Prof. Esp. Breno Ferreira de Araújo

MACEIÓ - AL

2006

ANDRÉ DOS SANTOS SILVA

A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E O DESENVOLVIMENTO DAS

EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA: CASO GRUPO JBS-FRIBOI

Monografia apresentada à Faculdade de Alagoas como requisito parcial para a obtenção do grau de Administrador de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior.

Aprovada em: ____/____/____.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Prof. Esp. Breno Ferreira de Araújo Professor Orientador

____________________________________ Prof. Esp. Emídio José Bezerra de Morais

Examinador

____________________________________

Prof.ª. Ms. Valéria Pedrosa de Lima Examinadora

AGRADECIMENTOS

Ao corpo docente da Faculdade de Alagoas, em especial do curso de Comércio

Exterior.

Ao meu orientador e amigo, Prof. Esp. Breno Ferreira de Araújo, que tanto me ajudou

para que hoje eu tivesse conhecimentos que dignificam minha graduação.

Ao querido amigo Prof. Esp. Emídio José Bezerra de Morais por sua amizade e

atenção ao meu trabalho.

À Prof.ª. Ms. Valéria Pedrosa de Lima por ter dado sua atenção e seu carinho com o

meu trabalho.

Ao Prof. Pitágora Pereira pelas palavras de incentivo dados em sala de aula para que

hoje eu concretize esse trabalho acadêmico.

Ao empresário e amigo José Batista Júnior que com sua história empreendedora

chamou minha atenção para a capacidade de conquistar e ser bom naquilo que se faz.

Aos meus amigos (as) em geral e aos mais presentes nesses anos acadêmicos como

Adriana Nogueira, Andreza Baclyze, Paulo Sérgio e Rafael Venceslau

Aos amigos Éder Antunes e Gabriel Leonel pelo apoio dado a esse trabalho

acadêmico.

Aos amigos do curso de Administração com habilitação em Comércio Exterior que

tanto me acolheram e mostraram o verdadeiro sentido de ser eu mesmo.

A empresária e amiga Sonia Delfino por ter me mostrado que poderia conseguir muito

mais nesses últimos anos e tornar-me o profissional que hoje sou.

Ao amigo Otinho, da Fluminense Representações por sua atenção a meu trabalho.

“Tudo tem seu tempo até certas manifestações mais vigorosas e originais entram.

Em voga ou saem da moda. Mas, a sabedoria tem uma vantagem: é eterna”.

Baltasar Gracían

SILVA, André A Pecuária de Corte Brasileira e o desenvolvimento das exportações de carne bovina: Caso Grupo JBS-Friboi. Trabalho de conclusão apresentado à Sociedade de Ensino Superior de Alagoas – SESAL. Maceió, 2006.

RESUMO

O Brasil, entre tantos outros países que desenvolvem a cadeia produtiva da carne bovina, tem se preocupado nesse processo de forma planejada estrategicamente, e graças a isso conquista consumidores do mundo inteiro. Mostrando sua capacidade inovadora de fazer agronegócio, focado na utilização de recursos naturais e tecnológicos que aumentam ainda mais a rentabilidade do criador e de toda a cadeia. O cruzamento de raças, pecuária orgânica, técnicas de engorda do rebanho, que resulta no abate precoce de novilhos, tudo isso mostra a visão atual da pecuária nacional que está estruturada em pilares que traduzem esse crescimento: planejamento, tecnologia e compromisso com o consumidor final. Tudo isso torna nosso produto reconhecido por sua qualidade, aumentando cada vez mais nossa competitividade internacional. O resultado desses investimentos está nas exportações que a cada ano aumentam, como as do Grupo JBS-FRIBOI que apresentam ao mundo um Brasil onde a atividade de pecuária de corte se fortalece cada vez mais.

Palavras-chave: Pecuária de corte, Crescimento, Exportação de carne bovina.

SILVA, André A Pecuária de Corte Brasileira e o desenvolvimento das exportações de carne bovina. Caso Grupo JBS-Friboi. Trabalho de conclusão apresentado à Sociedade de Ensino Superior de Alagoas – SESAL. Maceio, 2006.

ABSTRACT

Brazil, between many other countries that develop the beef´s productive chain, has concerned itself in this process with a strategically planed form, and thankful to this, has conquering consumers of the entire world, showing his innovative capacity of doing agribusiness, focus on the utilization of technological and natural resources that increases even more the rentability of the creator and of all the chain. The crossing of races, organic livestock farming, flock´s fatting technioques, that results in a early counts of caves, showing the present vision of the national livestock farming that is structured in pikes that translates that growth: planning, technology and commitment with the final consumer. Everything makes our product recognized by its quality, increasing more and more our international competitiveness. The result of those investments is in the exportations that, each year increases, just like the ones of the JBS-FRIBOI´s Group, that shows the world a Brazil where the cut livestock farming activity is fortified more and more.

Keyworks: Cattle of cut, Growth, Exportation of bovine meat.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Gado Nelore e sua chegada ao Brasil........................................................27

Figura 2- Vista geral do sistema de produção orgânica ...........................................40

Figura 3- Animais em pasto manejado dentro dos princípios de produção orgânica –

................................................................................................................................. 42

Figura 4 -Gráfico : Exportações brasileiras de carne bovina, segundo a agregação –

De valor 1997-2005................................................................................................. 52

Figura 5 -Caminhão transportando animais para abate .......................................... 58

Figura 6 -Carne bovina: risco de contaminação ...................................................... 63

Figura 7 -Logomarca do Grupo Friboi Ltda ..............................................................65

Figura 8- 1º Hambúrguer orgânico do Brasil ............................................................75

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Rebanho bovino brasileiro.........................................................................22

Tabela 2- Comércio exterior de carne bovina resfriada e congelada em toneladas –

Brasil 1997-2005 .....................................................................................................55

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIEC – Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne.

APEX-BRASIL – Agência de Promoção às Exportações

DAS – Secretaria da Defesa Agropecuária

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FEICORTE – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne

MAPA – Ministério da Agricultura , Pecuária e Abastecimento

MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

SIC – Serviço de Informação da Carne

SIF – Serviço de Inspeção Federal

SIRB – Sistema Integrado de Rastreabilidade Bovina

SISBOV – Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação Bovina e Bubalina

SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................14

CAPÍTULO 1– A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA............................................17

1.1 HISTÓRICO..........................................................................................................17

1.2 PRINCIPAIS REGIÕES DA BOVINOCULTURA DE CORTE NO BRASIL.............19

1.3 PRINCIPAIS RAÇAS BOVINAS DE CORTE DA PECUÁRIA NACIONAL.............23

1.4 NELORE : A RAÇA DOS PASTOS BRASILEIROS E SUAS CARACTERÍSTICAS

....................................................................................................................................25

CAPÍTULO 2 – A QUALIDADE DA CARNE BOVINA BRASILEIRA..........................28

2.1 O PASTO BRASILEIRO E SUA IMPORTÂNCIA NA QUALIDADE DA CARNE.....28

2.2 A RASTREABILIDADE DO GADO E SUA IMPORTÂNCIA NOS MERCADOS.....29

2.3 A PECUÁRIA ORGÂNICA...................................................................................36

2.4 A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO COMERCIAL PARA A CARNE BOVINA

BRASILEIRA E OS FRIGORÍFICOS NO MERCADO INTERNACIONAL ...................43

CAPÍTULO 3 – O CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA ......50

3.1 OS ENTRAVES ENFRENTADOS PELOS FRIGORÍFICOS DE CARNE BOVINA

BRASILEIRA..............................................................................................................55

3.1.1 A LOGÍSTICA DOS FRIGORÍFICOS EXPORTADORES DO BRASIL................56

3.1.2 A FEBRE AFTOSA ...........................................................................................59

3.1.3 A DOENÇA DA VACA LOCA ...........................................................................62

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO.........................................................................64

4.1 GRUPO JBS-FRIBOI LTDA.................................................................................64

4.2 DIVISÃO AGROPECUÁRIA, CARNES E TRANSPORTES DO GRUPO JBS-FRIBOI.......................................................................................................................66 4.2.1 AGROPECUÁRIA DO GRUPO JBS-FRIBOI....................................................66

4.2.2 CARNES IN NATURA, INDUSTRIALIZADAS E EM CONSERVA DO GRUPO

JBS-FRIBOI ...............................................................................................................69

4.2.3 TRANSPORTES DO GRUPO JBS-FRIBOI, UMA CONQUISTA LOGÍSTICA

PARA ATENDER MERCADO NACIONAL E

INTERNACIONAL.............................................................................................................

...............................................................................................................................69

4.3 A QUALIDADE DA CARNE EXPORTADA PELO GRUPO JBS-FRIBOI................70

4.4 O CRESCIMENTO EXTERNO GRUPO JBS-FRIBOI .........................................73

4.5 ORGANIC BEEF, A CARNE DO FRIBOI QUE É “ESPECIAL POR

NATUREZA”...............................................................................................................74

CONCLUSÃO ...........................................................................................................77

REFERÊNCIAS ........................................................................................................79

INTRODUÇÃO

A carne é o alimento que vem acompanhando a evolução da

espécie humana desde a época de seus primórdios. O homem que antes era

vegetariano passou a experimentar a carne e a incrementou definitivamente em

seus hábitos alimentares ao longo dos anos.

Os primeiros nacos de carne consumidos pelo homem foram

“in natura” o que por sua vez levava a espécie humana primitiva a degustar

qualquer animal que cruzasse à sua frente, visto que a iguaria já havia

conquistado seu paladar.

O presente trabalho visa mostrar a pecuaristas, empresários

de vários setores, principalmente aqueles ligados à cadeia produtiva da carne,

estudantes e amantes da carne e sua atividade de produção, os fatores que

envolvem a pecuária nacional desde a sua inserção no Brasil até seu

desenvolvimento que culminou com o sucesso das exportações .

Os recursos naturais disponíveis como água potável,

extensão territorial para criação de bovinos aliados à aplicação de

investimentos tecnológicos e estudos focados na rentabilidade de pecuaristas e

frigoríficos fortaleceu a pecuária nacional.

As regiões Sudeste e Centro-Oeste despontaram como

grandes protagonistas na criação de bovinos e organizaram de forma

estratégica suas atividades garantindo um potencial diferenciado diante das

demais regiões brasileiras e criaram uma nova maneira de se fazer

agronegócio. Uma agropecuária que busca alternativas de crescimento e

favorece o desenvolvimento regional com reconhecimento nacional e

internacional.

O país usa de estudos genéticos e origina novas raças a

partir de cruzamentos genéticos das raças já existentes e trazidas de outros

países através de empresas de pesquisa governamentais como a Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA.

Medidas de sanidade têm sido fortalecidas através de apoio

do Governo Federal e criadores na busca de proteger os rebanhos contra

doenças que venham a impedir a competitividade e a posição de destaque que

hoje nos confere, rastreabilidade de animais e certificação tem sido adotado

por cada criador no sentido de criar um histórico de cada animal a ser abatido.

A imagem do gado nacional tem sido respeitada por

compradores do mundo inteiro e a carne brasileira hoje é reconhecida como

um produto saudável e de qualidade insuperável.

No Capítulo I, a pecuária nacional é contada desde a sua

iniciação em terras brasileiras até seu desenvolvimento nas regiões Norte,

Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, como também seus melhoramentos

genéticos com destaque para a raça Nelore, conhecida como a maior raça

comercial do Brasil.

No Capítulo II, a qualidade da carne brasileira é analisada

desde a preocupação dos criadores com questões sanitárias como a

prevenção de doenças que podem comprometer o desenvolvimento do gado

nacional até a rastreabilidade dos animais e a certificação de cada um deles.

Essa qualidade é reconhecida internacionalmente e a promoção comercial da

carne brasileira desponta como diferencial que garante o crescimento das

exportações assim como a criação de novos produtos reconhecidos

internacionalmente como a produção de carne orgânica.

No Capítulo III, o crescimento das exportações da carne

brasileira é abordado de forma clara e apresenta a preocupação que se deve

ter para garantir esse crescimento focando objetivos no fortalecimento da

cadeia como um todo, não esquecendo da logística como um dos grandes

gargalos do agronegócio brasileiro assim como a análise minuciosa das

doenças bovinas.

O Capítulo IV, reforça todo o conteúdo trabalhado nos

capítulos anteriores demonstrando um caso de sucesso do maior frigorífico

exportador nacional .

O Grupo JBS-FRIBOI que aliado a um planejamento

estratégico bem projetado junto a uma gestão eficiente que estuda mercados,

qualidade e fortalecimento de colaboradores, clientes, acionistas e o

consumidor final lhe garante hoje mais de 120 países que apreciam a carne

brasileira espalhada nos 5 continentes.

CAPITULO 1. A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA

1.1 HISTÓRICO

A pecuária de corte no Brasil teve o inicio de suas atividades logo no

período colonial século XVI, momento em que foram trazidos os primeiros

rebanhos de Cabo Verde nas expedições de exploração que eram realizadas

pelo território nacional. Os primeiros registros desta introdução foram

realizados onde hoje se localiza o estado da Bahia. Já no século XVII, a

presença de outros animais era registrada na capitania de São Vicente.

A atividade de tração para movimentação dos moinhos nos engenhos de

cana-de-açúcar era onde estava localizada a força do rebanho daquela época,

além de servir de transporte e alimentação dos escravos. Através do

desenvolvimento açucareiro houve expansão de novas terras e o processo de

interiorização teve seu inicio dando origem assim a um crescimento marcante

dos rebanhos nas regiões onde hoje se encontram os estados de Goiás, Minas

Gerais, Pernambuco e Maranhão.

Na região Sul do país, mais precisamente no atual estado do Rio Grande

do Sul, se desenvolveu a atividade pecuária baseada no uso de pastagem

nativa para alimentação do gado.

Somente entre os séculos XVII e XIX é que houve um verdadeiro “boom”

no crescimento de animais vindos do continente europeu que logo se

adaptaram às regiões sulistas do país. O gado zebuíno foi introduzido no Brasil

no século XIX e logo adquiriu uma boa adaptação nas regiões Sudeste e

Centro-Oeste, fazendo do Brasil assim até os dias de hoje o maior criador de

rebanho comercial zebuíno do planeta.

O gado brasileiro sempre se alimentou de pasto verde o que por sua vez

foi diretamente influenciado pela introdução de gramíneas do gênero

Braquiárias que mais tarde garantiriam o sucesso da bovinocultura brasileira.

Mesmo regiões com solo em estado de precariedade fértil para criação

de animais bovinos, como o presente nos estados de Minas Gerais, São Paulo

e Goiás, conseguiram, graças às braquiárias, ser introduzidos na história de

sucesso da pecuária nacional.

Logo após as duas guerras mundiais, no século XX, o rumo da pecuária

levou o Brasil a despertar a consciência de que um país rico em extensão de

terras e um pasto de dar inveja em muitas potências econômicas poderia se

transformar num dos maiores fornecedores de carne bovina do mundo.

Com ajuda de programas de incentivos, inclusive financeiros, por parte da

política do Estado foram criados meios que levaria o gado zebuíno e a

branquiária para regiões como o Norte e o Centro-Oeste que logo mais se

tornariam zonas denominadas como de expansão da agropecuária brasileira.

1.2 PRINCIPAIS REGIÕES DA BOVINOCULTURA DE CORTE

NO BRASIL

A extensão territorial do Brasil é um dos principais fatores que contribui

para a criação do gado em várias regiões, sendo sua dimensão diferenciada de

região para região.

Graças a essa extensão para se adquirir dados precisos sobre o real

tamanho do rebanho brasileiro das raças existentes nos pastos espalhados

pelo país é algo difícil, uma vez que estas informações seriam mais precisas se

houvesse uma regionalização precisa da pecuária nacional.

O que assegura, mesmo que parcialmente, os dados das principais

regiões de bovinocultura no país é fruto de um trabalho fundamentado em

bases de uma regionalização parcial. Em destaque encontra-se o Estado do

Mato Grosso do Sul e logo depois é de grande expressão também na pecuária

nacional a participação dos estados de Minas Gerais e Mato Grosso.

Não existe uma regionalização oficial da pecuária nacional. De acordo com um trabalho realizado pelos pesquisadores da Embrapa, Zenith João Arruda e Yoshihiko Sugai (1994), foi-se estabelecido bases de uma regionalização a qual identifica 44 regiões de produção de pecuária bovina: cinco no Noroeste do país, cinco no Norte, nove no Nordeste, onze no Centro-Oeste, nove no Sudeste e cinco no Sul”. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CARNE, 2003).

Devemos ressaltar que apesar desses estados se destacarem na

pecuária brasileira os demais estados brasileiros são de grande importância

para a criação de rebanho, quando enfrentamos qualquer problema que venha

a provocar embargo à carne brasileira. Se isso ocorrer em algum desses

estados de grande participação estaremos comprometidos na competitividade

do cenário global de exportação de carnes, uma vez que nossos principais

compradores partem do principio de que um foco de febre aftosa no Mato

Grosso é motivo de embargo à carne vinda de qualquer canto do país mesmo

que seja de uma área não afetada.

Cada região possui sua importância no papel do país exportador de carne

bovina, o trabalho de planejamento em controle da sanidade e o planejamento

de políticas que incrementam a criação de um rebanho sadio são prioridades.

A participação de cada estado brasileiro é primordial para o sucesso das

exportações no mercado internacional, visto que concorrentes como Estados

Unidos, Austrália, Argentina e Uruguai trabalham de forma acirrada pela

conquista da posição privilegiada como hoje confere ao Brasil.

Apesar da grande participação de regiões como a Centro-Oeste, Sul e

Sudeste o crescimento da produção de grãos tem sido elevados nos últimos

anos levando os pecuaristas a procurarem regiões fronteiras onde as terras se

encontram em preço mais baixo.

Isso tem resultado num crescimento da pecuária em regiões como Norte e

Nordeste.

Outro fator de extrema importância é o avanço da agricultura sobre as áreas de pastagens nestes dois últimos anos. Isso pode ser explicado basicamente pela boa perspectiva, principalmente para os grãos, para os anos que se seguem. Isso pode ser observado como o rebanho, em número, vem se comportando não só em crescimento total (apenas de 0,03% sobre 2002), mas também entre as regiões pecuárias. Em outras palavras, o rebanho diminuiu nas regiões Centro-Oeste (-0,09%), Sul (-1,13%), Sudeste (-0,65%) e cresceu na região Nordeste (0,33%) e principalmente na região Norte (2,34%)”. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CARNE, 2003).

Na Tabela 1, a seguir, é possível avaliar o rebanho brasileiro no período de

1995 a 2004. Efetivo por estado e por “cabeças”

REBANHO BOVINO BRASILEIRO

Brazilian Cattle Herds By State

Regiões 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004**

NORTE 17.406.208 17.877.893 18.483.192 19.215.590 19.912.045 20.795.868 21.804.516 22.873.981 23.516.208 23.930.299

RO 3.906.273 4.059.232 4.184.958 4.345.825 4.536.653 4.801.066 5.075.053 5.347.232 5.472.292 5.482.115

AC 847.126 890.225 929.479 971.209 1.009.948 1.045.396 1.094.946 1.150.938 1.204.188 1.254.378

AM 739.140 753.126 773.955 799.633 824.626 855.555 916.660 979.495 1.039.185 1.094.893

RR 414.482 420.308 427.893 439.606 448.280 457.711 472.658 490.820 507.957 512.448

PA 6.180.179 6.307.262 6.626.332 6.959.706 7.396.938 7.875.186 8.406.025 8.916.456 9.272.183 9.627.654

AP 63.764 63.187 62.196 62.511 63.837 67.217 69.924 74.032 79.143 83.106

TO 5.255.243 5.384.553 5.478.379 5.637.101 5.631.763 5.693.737 5.769.250 5.915.008 5.941.260 5.875.705

NORDESTE 23.240.704 22.710.264 22.355.740 22.040.813 22.618.472 23.551.183 24.552.913 25.022.829 25.025.664 25.278.878

MA 3.945.687 3.869.281 3.834.361 3.778.114 3.900.120 4.055.182 4.226.688 4.361.712 4.433.905 4.477.060

PI 1.670.754 1.630.852 1.588.806 1.553.190 1.582.146 1.645.073 1.721.497 1.788.991 1.834.213 1.873.761

CE 2.495.221 2.407.788 2.318.182 2.244.067 2.281.287 2.348.577 2.410.172 2.414.444 2.379.950 2.414.249

RN 963.448 952.261 941.553 933.991 955.333 991.242 1.015.276 1.009.452 988.529 986.586

PB 1.382.328 1.355.011 1.322.189 1.293.477 1.318.748 1.374.884 1.439.328 1.457.883 1.450.254 1.454.837

PE 1.935.049 1.955.122 1.880.319 1.823.833 1.846.123 1.875.227 1.984.789 2.014.366 1.994.617 1.996.262

AL 973.659 949.545 927.975 910.190 924.647 954.575 974.248 976.465 963.204 962.238

SE 951.169 927.183 901.032 886.316 916.708 952.491 979.339 972.439 946.773 953.088

BA 8.923.389 8.663.220 8.641.322 8.617.636 8.893.359 9.353.932 9.801.575 10.027.077 10.034.219 10.160.798

SUDESTE 36.294.318 35.796.513 35.535.162 35.972.084 35.444.731 35.447.256 35.623.072 35.858.049 35.535.754 34.840.961

MG 20.143.138 19.931.634 20.018.111 20.269.464 19.820.883 19.900.163 20.206.390 20.443.015 20.307.126 19.922.779

ES 1.787.212 1.733.004 1.712.971 1.748.654 1.742.929 1.734.259 1.717.743 1.714.530 1.687.331 1.655.887

RJ 1.824.986 1.788.914 1.779.224 1.789.726 1.761.579 1.758.794 1.767.692 1.790.112 1.820.074 1.872.466

SP 12.538.983 12.342.961 12.024.856 12.164.240 12.119.339 12.054.040 11.931.247 11.910.392 11.721.223 11.389.829

SUL 26.257.516 25.731.479 25.280.709 25.237.400 25.342.767 25.489.765 25.783.299 25.932.798 25.496.089 24.729.895

PR 9.871.035 9.650.718 9.465.215 9.382.976 9.438.913 9.428.940 9.535.100 9.593.705 9.448.977 9.154.773

SC 3.131.265 3.055.197 3.023.263 2.945.925 2.915.573 2.948.805 3.018.226 3.072.990 3.049.609 2.983.546

RS 13.255.216 13.025.564 12.792.231 12.908.499 12.988.282 13.112.020 13.229.974 13.266.103 12.997.504 12.591.575

C.OESTE 50.859.431 50.718.860 51.112.573 52.646.773 53.309.696 55.095.312 56.011.527 57.565.053 57.448.804 56.051.331

MS 19.941.653 19.556.304 19.295.641 19.639.594 19.982.019 21.146.685 21.154.718 21.077.008 20.450.484 19.509.548

MT 14.275.196 14.839.499 15.648.178 16.525.968 16.906.990 17.575.165 18.431.279 19.688.432 20.337.174 20.250.424

GO 16.553.542 16.237.660 16.084.715 16.397.042 16.337.314 16.283.628 16.334.547 16.708.053 16.569.773 16.201.034

DF 89.040 85.397 84.040 84.169 83.372 89.835 90.983 91.560 91.373 90.325

BRASIL 154.058.176 152.835.009 152.767.377 155.112.661 156.627.711 160.379.385 163.775.328 167.252.710 167.022.519 164.831.365

Fonte: FNP Consultoria (Estimativa)

* Efetivo do Rebanho existente em 31 de dezembro de cada ano. ** Projeção

As informações já refletem os resultados do Censo Agropecuário do IBGE de 1995/1996 com os dados ajustados nos últimos 10 anos.

1.3 PRINCIPAIS RAÇAS BOVINAS DE CORTE DA PECUÁRIA

NACIONAL

Como o gado brasileiro a cada ano cresce mais, a variedade de raças

existentes nos pastos é enorme. A raça mais representativa no Brasil é a

zebuína, com destaque para a Nelore. Anos e anos de seleção desta raça

renderam ao Brasil o direito de tornar-se exemplo de desenvolvimento deste

material genético.

Entre as raças zebuínas importantes do Brasil, também está a raça Gir,

que logo após ter sido cruzada com uma raça holandesa originou uma raça

híbrida de aptidão voltada pra produção de carne e leite que se denomina

Girolando. As raças Guzerá e Brahman após terem sido cruzadas com outras

raças deram origem às raças Santa Gerturdes, Braford e Barngus.

Um dos fatores cruciais que levou os criadores brasileiros a adaptarem a

raça zebuína no Brasil foi sua capacidade de se adaptarem a lugares rústicos e

com clima em condições tropicais, típico do Brasil e por possuírem grande

capacidade de aproveitar alimentos grosseiros.

As raças zebuínas apresentam um rendimento da carcaça bem menor e

precocidade sexual bem menor diferente das raças taurinas existentes com

grande expressão na região Sul do país, além dessas vantagens produz uma

carne mais magra, pelo fato de serem adaptáveis a regiões com sistemas de

produção extensivos de baixo custo.

Existem as raças de origem europeia, as taurinas, se adaptam a um clima

mais ameno como o clima dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e

Paraná. Nesses estados destacam-se as raças Hereford, Aberdeen, Angus,

Charolesa, Marchigiana, Chianina, Simental, Caracu, Limousin e outras.

A produtividade existente nas raças de origem taurinas com a rusticidade

das raças zebuínas foi submetida a cruzamentos genéticos que geraram novas

adaptações raciais como a Canchin (raça brasileira originada a partir do

cruzamento da raça Charolesa com a Nelore), Santa Gertrudes (raça que se

originou a partir da raça taurina Shorthorn e a zebuína Brahman) e Brangus

(cruzamento da taurina Angus com a zebuína Brahman).

Existem ainda as chamadas raças sintéticas que surgem como uma

resposta à demanda de novas necessidades de produção, adaptação e de

mercado, são obtidas a partir do cruzamento de inúmeras raças com

aprimoramento através de seleção. Assim como as demais raças fica difícil

saber números precisos do rebanho das raças sintéticas existentes no Brasil,

uma vez que os dados da pecuária do país são desatualizados segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a não ser as associações

de criadores que possuem controle apenas sobre os nascimentos de animais

registrados.

Apesar desta grande quantidade de raças e seus variados cruzamentos

raciais existentes no país muitos frigoríficos optam por animais da raça nelore

por possuírem características essenciais para a carne consumida pelo mercado

interno e por compradores exigentes espalhados pelo mundo inteiro.

Isso garantiu à raça seu destaque no mercado internacional como sendo a

raça mais importante dos pastos brasileiro e responsável pelo sucesso de

nossas exportações que a cada ano vem aumentando, garantindo ao Brasil o

primeiro lugar no “ranking” dos grandes exportadores de carne bovina.

1.4 NELORE: A RAÇA DOS PASTOS BRASILEIROS E SUAS

CARACTERÍSTICAS.

A Nelore, maior raça de zebuínos existente no Brasil, chegou em meados

de 1868 em Salvador na Bahia e cerca de 10 anos depois o suíço Manoel

Ubelhal Lemgruber, criador do Rio de Janeiro, depois de conhecer o nelore em

um zoológico de Hamburgo, na Alemanha encomendou um casal para o Brasil,

depois em 1883 o mesmo senhor Lemgruber fez mais duas importações da

raça dando origem a uma linhagem de grande conhecimento.

Joaquim Carlos Travassos em 1907, muito engajado no processo de

introdução de zebuínos no Brasil logo após a chegada de um lote de animais

da Índia fizera uma previsão da importância do nelore no Brasil:

O import

ador conseguiu, desta vez, adquirir também alguns repro

dutores da notável raça Nelore ou Ongole, que mais tard

e, quando tivermos uma seleção inteligente, desenvolvid

as todas suas boas qualidades poderá ser considerada a

melhor raça para os paises tropicais.

Em um país tropical como o Brasil era necessário uma raça de zebuíno

que se adapta-se às mudanças climáticas, logo os criadores perceberam que o

Nelore, zebuíno da espécie indicus era um animal que conseguia superar as

adversidades do clima e geografia brasileira como regiões geográficas não

totalmente planas, rochosas, clima seco, frio enfim era o animal ideal para as

perspectivas do criador, o Nelore teve e tem uma adaptação muito boa às

condições tropicais brasileiras, possuindo assim a capacidade de aproveitar

alimentos grosseiros em sua alimentação diária.

A capacidade do animal de resistência aos parasitas também é um fator

importante para sua criação, uma vez que seus pêlos impedem e dificultam

penetração de insetos pequenos na pele e conseqüentemente fixação. A pele

do Nelore quando exposta ao calor produz uma secreção oleosa que dificulta a

ação de insetos sugadores, seus pêlos também ajudam o processo de troca

com o meio ambiente.

Graças às suas glândulas sudoríparas o Nelore possui uma resistência

forte ao calor o que lhes confere uma grande diferença das demais raças para

criação em regiões expostas ao grave problema da seca como as regiões

Norte e Nordeste.

Dentre as raças de criação de corte existentes no Brasil o Nelore se

destaca por suas características que se enquadram melhor nos padrões do

mercado como porte médio, ossadura fina, leve, porosa e menor proporção de

cabeça, patas e vísceras resultando excelente rendimento para processos

industriais.

A precocidade dos animais garantem à carcaça distribuição homogênea da

cobertura de gordura, o que valoriza a carcaça no mercado, a cobertura ajuda

a evitar que quando resfriada a carne, ocorra o encurtamento das fibras, a

padronização dessas carcaças otimiza a estrutura das indústrias e agrega

valores aos cortes. Ver Figura 1,a seguir.

Figura 1 : Gado Nelore e sua chegada ao Brasil

Fonte: www.nelore.org.br

A tendência do consumidor mundial hoje é para as carnes magras e a

carne Nelore tem como características principais o sabor e seu baixo teor de

gordura.

CAPÍTULO 2. A QUALIDADE DA CARNE BOVINA BRASILEIRA

Hoje somos o maior exportador de carne bovina existente no mercado

mundial, apesar do consumo de carne brasileira não ser tão grande no

mercado interno nossa qualidade é reconhecida por brasileiros e consumidores

dos mais variados países .

Em tempos de competitividade, medidas e recursos disponíveis que

elevem a qualidade do produto devem ser bem explorados a fim de que

contribuam para aumentar o valor do produto a ser exportado ou consumido no

mercado doméstico.

A qualidade da carne brasileira hoje é possível graças à disposição de

recursos naturais disponíveis aos nossos criadores e técnicas de

melhoramento na criação, como cruzamento de raças, rastreabilidade dos

animais, certificação, uma boa gestão de medidas sanitárias, cooperação do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), junto com

criadores, associações e a Agência de Promoção Comercial às Exportações

(APEX –BRASIL).

2.1 O PASTO BRASILEIRO E SUA IMPORTÂNCIA NA

QUALIDADE DA CARNE

As pastagens são de extrema importância para a composição nutritiva da

carne, especialmente para o animal de cria, não esquecendo que a

suplementação alimentar em pastos e o confinamento em pequenas

proporções ajudam na competitividade.

Também é através da pastagem que a maior fonte de nutrientes se

localiza para os animais sendo assim de grande importância para o

desenvolvimento de um rebanho sadio.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias

(EMBRAPA), das pastagens que mais se cultivam no Brasil 80 a 90% são de

capins do gênero braquiárias, conhecidas como pasto de pisoteio. As

braquiárias, assim como o gado, Nelore, são resistentes às condições

climáticas do Brasil, desfavoráveis e imprevistas como geadas, secas e calor

intenso.

Conhecido como “boi verde” nosso rebanho tem conquistado admiração

de consumidores globais, uma vez que grandes criadores mundiais como

Austrália e Estados Unidos estão habituados com práticas de confinamento dos

animais, já nossos rebanhos são criados em pastos extensos além de porções

de suplementos minerais que resulta numa carne com qualidade respeitada

pelos consumidores que se tornam cada vez mais exigentes.

2.2 A RASTREABILIDADE DO GADO E SUA IMPORTÂNCIA

NOS MERCADOS

Consumidores do mundo inteiro estão preocupados com a qualidade que

o produto exportado possui, e se tratando de um produto de origem animal

esses cuidados se tornam mais importantes, visto que a saúde do consumidor

é que está em questão. Vemos surtos de doenças, como a gripe aviária,

levantar embargos à carne de frango por exemplo, e a população parar de

consumir o produto por medo de doenças epidemiológicas. Com a carne

bovina não é diferente: os cuidados de rastreabilidade aumentam o valor do

produto pela tecnologia aplicada e nos torna mais competitivos uma vez que

surtos de febre aftosa têm ocorrido em rebanhos de grandes concorrentes.

A grande preocupação hoje é o consumidor final do produto, a grande

propaganda seja ela no mercado interno ou externo é a qualidade que o

produto vai apresentar na mesa do consumidor.

Não devemos esquecer que como os países consumidores do mercado

externo nos avaliam de forma regionalizada, um foco de febre aftosa ou de

doença da vaca louca já é um bom motivo para embargar nossa carne de

forma geral e dar início a grandes perdas de mercado.

Para correr atrás das perdas que tivemos com embargos à nossa carne

bovina com relação a doenças como Vaca Louca, Febre Aftosa e outras é

necessário o planejamento dos gestores públicos em políticas bem

estruturadas em medidas sanitárias e adoção de métodos que possam

identificar o animal desde seu nascimento até seu processamento e consumo

na mesa dos consumidores.

Através da rastreabilidade a cadeia produtiva que se estabelece na

criação, processo e consumo de carne bovina torna o processo mais

transparente e competitivo diante de outros países concorrentes. O

envolvimento abrange todos e consequentemente passa a existir um certo

compromisso no que diz respeito ao planejamento sanitário dos rebanhos para

que não ocorra o que há alguns anos atrás custou ao Brasil perdas

significativas no âmbito do mercado internacional.

Analisando em forma de cadeia a rastreabilidade podemos dizer que o

produtor a usa como umas das ferramentas principais de uma gestão mais

eficiente com resultados satisfatórios, o governo garante a sanidade e a

qualidade do produto tanto internamente quanto externamente, as empresas

ficam garantidas de estarem oferecendo um produto com íntegra qualidade e

certificação e o consumidor final a segurança de adquirir um produto com

qualidade e certificação de origem o que rende ao produto maior aceitação no

mercado.

Internacionalmente a rastreabilidade tem sido uma das grandes

exigências feita pelos mercados compradores de carne., consequentemente o

país que não atender a esta imposição feita por compradores certamente

deixará de competir no mercado externo deixando o espaço para outros países

concorrentes .

A rastreabilidade é o primeiro passo para atender as

novas demandas dos consumidores do mundo todo, que se t

ornam cada vez mais exigente quanto à qualidade e à ino

cuidade dos alimentos. O número único dentro do sistema

de controle nacional e a identificação individual dos

animais por marca a fogo, por tatuagem, por brinco ou p

or microchips é somente a primeira etapa do processo de

rastreabilidade. A sua implantação, porém, está varian

do de país para país, de acordo com os hábitos alimenta

res dos consumidores e com a sua classificação no merca

do mundial como importador ou exportador. Também são di

ferentes as razões pelas quais os indivíduos, as empres

as e os governos estão exigindo a implantação de mecani

smos que têm um objetivo único fundamental: a segurança

alimentar da população. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CARN

E, 2003)

Para atender a demanda dos consumidores internacionais a

rastreabilidade tem se tornado de grande importância no que se diz respeito a

qualidade da carne uma vez que ela processa as etapas de identificação,

registro e monitoramento individualmente de todos os bovinos nascidos no

mercado doméstico ou importados além de agregar valor ao produto uma vez

que produto rastreado reflete mais atenção a todos os processos que envolvem

a cadeia da atividade pecuária desde o animal antes da porteira da fazenda até

o prato do consumidor.

Segundo BEZERRA, (2001, p.43), Hoje, a carne exportada segue um

modelo de rotulagem com informações sobre a procedência (no caso, o país) ,

endereço e localização do abatedouro , carimbo de inspeção do Serviço de

Inspeção Federal - SIF, tipo de produto (carne resfriada com osso,por

exemplo), tipo de corte (filé etc.), data de abate, prazo de validade, sexo do

animal, idade etc., com os quais é possível delimitar o grupo de fornecedores.

A rastreabilidade de carne bovina nas exportações tornou-se uma

exigência dos mercados internacionais, através da rastreabilidade os países

compradores da carne bovina brasileira terão acesso a informações sobre o

animal desde sua cria, engorda e processamento o que individualiza cada

processo e deixa nítido a rigorosidade com relação a sanidade da carne

exportada. Hoje Paises da União Européia querem identificar por exemplo a

causa primária de um eventual problema sanitário constatado num corte

exportado para alguns de seus países membros.

A União Européia exigiu de seus países exportadores de carne a

rastreabilidade da carne até a data limite de janeiro de 2001 porém, o Brasil

pediu uma nova data para se adequar às normas de rastreamento.

Segundo o Boletim Agropecuário da Universidade Federal de Lavras

(UFLA), localizada em Minas Gerais em 09 de Janeiro de 2002 através da

Instrução Normativa nº. 01 do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento foram instituídos o Sistema Brasileiro de Identificação e

Certificação de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV), através desta medida se

inicia a rastreabilidade no Brasil.

Dentro da cadeia produtiva, alguns setores, como frigoríficos e pontos de comercialização, já estão identificando seus produtos como meio de rastrear e dar mais confiabilidade ao que é fornecido. Várias outras ações e avaliações para garantir sabor, qualidade e vantagens financeiras para o país já estão acontecendo. A rastreabilidade oficial do governo visa também a ampliar esses cuidados para dentro da propriedade onde nasce o produto, para também agregar ganhos financeiros ao produtor que fornecerá uma carne de melhor qualidade, comprovadamente desde a sua origem (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS, 2002).

Gerenciado pela Secretaria da Defesa Agropecuária (DAS), o SISBOV

expede instruções complementares necessárias para a implantação do

sistema. As ações são executadas por entidades certificadoras sendo que a

adesão a este sistema será voluntária, porém um cronograma já fora

estabelecido para que todo rebanho do Brasil esteja inserido até dezembro de

2007.

A Instrução Normativa nº. 1, trata da questão de marcação do animal da

seguinte maneira: o pecuarista pode optar por marcação do animal por

tatuagem a fogo ou aplicação de dispositivos internos ou externos que

identificam e monitoram individualmente cada animal (brincos, chips eletrônicos

auriculares, ruminais, umbilicais etc.) lembrando que estes devem estar

aprovados e autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento. Segundo este mesmo boletim agropecuário da Universidade

Federal de Lavras, os pecuaristas tiveram que se adaptar À realidade da

rastreabilidade por prazos determinados pelo mercado europeu, conforme

abaixo:

1. Junho de 2002 - Propriedades que exportam para a União Européia;

2. Dezembro de 2003 - Exportadores para outros países;

3. Dezembro de 2005 - Todas nos estados livres de febre aftosa ou em

processo de declaração

4. Dezembro de 2007 – Todas as demais propriedades.

Essa implantação do sistema deve ganhar maior rapidez quando foram

credenciadas empresas como a Embrapa e entidades que poderão fazer a

certificação da origem dos animais como o Grupo Planejar que oferece o

Sistema Integrado de Rastreabilidade Bovina - SIRB.

O SIRB sistema de informação que pertence a Planejar Informática e

Certificação Ltda., com sede em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil serve

como ferramenta de rastreabilidade para os pecuaristas que querem adequar-

se às exigências da Comunidade Econômica Europeia que desde 2002 só

importa carne rastreada.

As exigências feitas pelo SISBOV, são plenamente atendidas pelo SIRB,

o que garante ao pecuarista a certeza de participar de um sistema que oferece

as condições de cumprimento das etapas que cercam o processo de

certificação de origem.

Para utilização do SIRB o pecuarista deve estar munido de recursos que

facilitam o manejo do programa seja através de sindicatos rurais ou

computadores ligados à internet. O sistema permite a identificação individual de

cada animal e seu respectivo controle desde o nascimento até o abate

registrando as ocorrências existentes.

São fornecidos brincos dos “Kits” de Identificação que seguem as normas

da Comunidade Econômica Europeia, gravados a laser e com uma numeração

sequencial.

O rastreamento pode ser desde o nascimento do animal, Rastreabilidade

de Origem ou ao passo que os animais são inscritos no SIRB em outras etapas

de suas vidas, Rastreabilidade Parcial. Na Rastreabilidade de Origem o

pecuarista num prazo de até 30 dias deve identificar o animal nascido,

anotando seu dia de nascimento, sexo e número de brinco na planilha do

produtor . Antes do desmame o pecuarista deve solicitar a visita de um técnico

do sistema para validar os dados coletados pelo criador. O técnico informa ao

SIRB os dados da visita e inclui os dados do animal no sistema o que resulta

na rastreabilidade. Daí então todas as ocorrências realizadas como venda,

transferência, ocorrências nutricionais e sanitárias estarão registradas.

A sanidade da carne bovina hoje está mais em evidência do que nunca

e cabe aos pecuaristas se adequarem às normas de rastreabilidade usufruindo

assim de maior qualidade de seus rebanhos, garantindo maior satisfação às

unidades de processamento e o maior beneficiado de todo este processo de

qualidade, o consumidor.

Toda essa qualidade da carne nacional elevou a imagem no exterior

apesar de todos os entraves enfrentados e deu início ao processo de inovação

na busca de novos mercados como a carne orgânica bovina que desperta o

interesse de consumidores internacionais.

2.3 A PECUÁRIA ORGÂNICA

A realidade da pecuária hoje busca inovar acompanhando os avanços da

tecnologia em vários aspectos até a concretização da responsabilidade

ambiental que se encontra em evidência na cabeça do consumidor do mundo

inteiro.

Observamos hoje no mercado internacional uma acentuada procura por carne ecologicamente produzida. Na Argentina milhares de hectares de campo já estão dedicados a este tipo de produção, em especial para o mercado europeu, o que permite supor que também no Brasil existe um mercado potencial para carne certificada como oriunda de produção orgânica (CRIAR E PLANTAR, 1998).

Muito se tem falado em gestão focada na preservação do meio ambiente

e consequentemente a preocupação na continuidade do bem-estar da

população. Reforçando assim a responsabilidade socioambiental, as empresas

têm se engajado em projetos que visam o desenvolvimento sustentável, e na

bovinocultura não é diferente, o criador através do sistema orgânico de

produção adota tecnologias que usam de forma sustentável os recursos

produtivos, preservando e ampliando a biodiversidade do ecossistema local,

conservação do solo, da água e do ar.

Tudo isso é possível graças à eliminação de insumos artificiais tóxicos,

como os agrotóxicos, uso da manipulação genética e qualquer outra substância

que venha a prejudicar a população ou o meio ambiente. Isso demonstra que

as tendências que envolvem o pecuarista atualmente não são diferentes das

que regem as grandes empresas processadoras de carne bovina.

Segundo informações do “site” Criar e Plantar (www.criareplantar.com.br),

entre os principais fatores que contribuíram e contribuem para o aumento da

procura por alimentos orgânicos, podemos citar: o aumento do conhecimento

científico dos efeitos dos agrotóxicos e medicamentos no ser humano, no

animal e no meio ambiente, de formas alternativas de produção e a maior

divulgação deste tipo de informação, o impacto causado pela doença da “vaca

louca” na Inglaterra e os seus desdobramentos a nível mundial e a grande

rejeição em relação aos produtos agrícolas transgênicos.

Hoje não precisa apenas ser um grande pecuarista, mas, um pecuarista

com olhos voltados para as tendências que norteiam as ações dos gestores. O

mercado é competitivo e os nichos de mercado estão ai para serem

conquistados, cabe ao pecuarista adaptar-se às exigências que as unidades de

processamento conseguem assimilar e correr atrás das adaptações.

A gestão ambiental e logo a preocupação dos agentes da cadeia de

produção de carne bovina com a responsabilidade socioambiental aumenta

ainda mais nossa competitividade no mercado internacional, onde os

compradores visam a preocupação que os fornecedores têm em preservar o

meio ambiente e sua preocupação com o bem estar da população que esta

inserida neste contexto.

A visão da pecuária orgânica deve ter uma natureza holística, entendendo

que o ambiente como um todo onde está se dando a produção animal é parte

intrínseca desta e afeta o resultado, logo esta só será orgânica se estiver em

harmonia com o referido ambiente.

Aspectos sociais também estão inseridos no contexto, pois a fazenda que

pretende aderir ao sistema de produção orgânica de carne segue as normas

técnicas de uma empresa certificada junto ao Poder Público que exige a

freqüência de todas as crianças da fazenda matriculados em uma escola,

respeito às leis trabalhistas e jamais permitir o trabalho infantil em suas

propriedades.

No Brasil, graças à sua grande extensão territorial e a grande diversidade

de pastos junto com os animais criados com adaptação tem garantido um

grande potencial para atender às exigências dos organismos internacionais,

tornando-se assim o maior produtor e exportador de carne bovina orgânica do

mundo.

O consumo de carne orgânica tem crescido a cada ano, seja em países

desenvolvidos ou em desenvolvimento, aumentando assim as perspectivas de

conquista do mercado interno e externo, isso impulsiona o Brasil a conquistar

esses mercados consumidores.

A sociedade, nos países mais desenvolvidos e mais recentemente nos países em desenvolvimento, como o Brasil, tem cada vez mais buscado consumir alimentos orgânicos. No Brasil, a demanda por orgânicos tem crescido 10% ao ano. Mundialmente, a procura por esses produtos tem aumentado entre 20 e 30%. Este crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo fato dos preços dos produtos orgânicos no mercado serem, em média, 30% mais elevados do que aqueles dos produtos convencionais. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CARNE, 1998).

Os principais fatores que decorrem para o sucesso da pecuária orgânica

estão inseridos na tecnologia desenvolvida nos processos dos sistemas

agroecológicos (orgânicos), pastagens e controle de proliferação de pragas e

doenças. O solo é de grande importância para o inicio dos processos, pois é

através dele que a pastagem terá sua composição nutritiva garantida o que

renderá ao animal maior capacidade de atender aos requisitos do abatimento

futuro. Veja a seguir, na figura 2.

Figura 2 Vista Geral do sistema de produção orgânica. Fonte: www.sic.org.br

A qualidade é aliada ao equilíbrio da fertilidade do solo como a

manutenção dos níveis de matéria orgânica, promoção da atividade biológica,

reciclagem de nutrientes e intervenção controlada sem destruição de recurso

natural.

Esses fatores são de grande importância para a sustentabilidade da

propriedade reforçando a ideia de que na produção orgânica a saúde animal

está diretamente ligada à saúde do solo.

O pasto do “boi orgânico” não recebe a presença de qualquer agrotóxico

ou composto orgânico e é adubado a partir do esterco depositado pelo próprio

animal no pasto o que garante a ausência de substâncias que venham a

comprometer a saúde dos consumidores.

Os medicamentos utilizados são homeopáticos, usam a fitoterapia e

acumputura contra parasitas, são proibidos os antibióticos, porém a vacina

contra a febre-aftosa é obrigatória, uma vez que o governo federal com relação

a vacinas que garantem a sanidade do rebanho trabalha de forma acirrada em

cada região brasileira junto a criadores .Veja abaixo, na figura 3.

Figura 3. Animais em pasto manejado dentro dos princípios de produção orgânica

Fonte: www.sic.org.br

O manejo do rebanho deve ser feito em instalações (estábulos)

adequadas ao conforto e saúde dos animais, acesso facilitado à água e

pastagem, além de um espaço adequado para a movimentação. O número dos

animais também deve ser analisado pelo criador, pois uma superlotação pode

afetar os padrões comportamentais.

Em síntese, a qualidade de vida do animal tem profunda relação com a possibilidade de o animal adoecer. Assim, um animal que é confinado com grande concentração de indivíduos, espaço limitado para locomoção, sem possibilidade de expressar seus modos naturais de comportamento, fica profundamente perturbado, sujeito a manifestações de estresse e sistema imunológico. Como qualquer individuo nessas condições, os animais ficam mais propensos a doenças. Além de ajudar no equilíbrio técnico e ecológico da propriedade, a produção animal contribui eficazmente na geração de renda. (CRIAR E PLANTAR, 1998).

O transporte desses animais deve ser realizado com total

responsabilidade evitando qualquer brutalidade ao animal e o abatedouro deve

estar o mais próximo possível das propriedades considerando também um

tempo de descanso para os animais que devem ser insensibilizados antes de

abatidos.

Segundo informações do site Sistema de Informação da Carne (SIC), o

transporte e abate desses animais deve ser o mais calmo e apropriado possível

e o deslocamento do animal até o abatedouro não pode exceder oito horas.

Caso isso ocorra ele poderá apresentar justificativas e esclarecer o que será

feito para minimizar o estresse no animal.

A pecuária orgânica está em expansão no Brasil e no mundo cabe ao

Governo investir nos criadores e o Brasil despertar para esse nicho de mercado

que cresce e requer a atenção de todos que estão envolvidos na pecuária de

corte nacional.

2.4 A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO COMERCIAL PARA A

CARNE BOVINA BRASILEIRA E OS FRIGORÍFICOS NO

MERCADO INTERNACIONAL.

Na conquista de mercados internacionais não importa somente ser um

grande líder em um segmento seja ele de “commodities” ou de produtos com

alto valor agregado. É necessário o planejamento estratégico para alcançar de

forma audaciosa e competitiva o mercado a ser explorado. A comercialização

de bens e serviços atualmente se processa em ambientes complexos e

instáveis o que requer maior conhecimento do mercado onde o produto será

inserido.

É importante uma análise minuciosa da situação interna da empresa e os

fatores externos que interagem com ela, que por sua vez são importantes na

competitividade do produto ou serviço que será destinado ao exterior, e que

pode interferir no sucesso das exportações: sejam as tarifas, cotas,

regulamentações sanitárias ou de segurança, enfim todos esses fatores que

impulsionam o acesso ao mercado devem ser avaliados.

Traçar informações dos países onde se deseja exportar, levantamento de

acordos, leis e regulamentação para exportação de carnes no mercado

internacional, análise dos dados estatísticos, catálogos de empresas

concorrentes, acesso a jornais, revistas e periódicos também é essencial para

maior conhecimento do mercado aonde se deseja atuar. Com estas análises

ficam mais perceptíveis ao exportador quais as oportunidades de negócio que

ele pode encontrar nesse competitivo mercado de exportação de carne bovina.

Esses dados são importantes para que o exportador consiga ter alcance a

quais são os países concorrentes, identificação de clientes com potencial de

compras e o conhecimento de logística e distribuição.

Quando o exportador consegue o acesso a esses dados e planeja de

forma estratégica sua inserção no mercado é a hora de investir em seu

potencial para conquistar novos compradores e garantir sua consolidação no

mercado externo e fortalecimento de sua empresa no mercado nacional e

internacional através de boas medidas de promoção comercial.

O comércio exterior brasileiro de carne bovina nos últimos anos vem

vivenciando momentos de grandes vitórias, e isto impulsionam cada vez mais

os frigoríficos, associações de criadores e de indústrias de exportação de carne

bovina a investirem cada vez mais em ações de caráter promocional que visam

aumentar ainda mais a participação no mercado internacional de carne bovina.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),

têm participado de cada processo desse crescimento como sendo o principal

responsável pela atual estrutura administrativa do comércio exterior brasileiro

criando meios de promoção, distribuição e divulgação da imagem dos produtos

brasileiros através da Agência de Promoção de Exportações do Brasil – APEX

– BRASIL, que auxilia os empresários brasileiros através de projetos de

políticas promocionais no exterior.

Através da APEX-BRASIL a participação em feiras internacionais, missões

internacionais, projetos compradores e vendedores, têm crescido a cada ano

tornando nossos produtos conhecidos internacionalmente não só pelo preço

competitivo mas, pela qualidade que eles apresentam nos tornando grandes

concorrentes no mercado internacional. No mercado de exportações de carnes

bovina vários frigoríficos brasileiros têm participado de feiras internacionais de

alimentos, “workshops”, palestras, missões comerciais e churrascos regados a

caipirinha em vários cantos do mundo.

As feiras internacionais são encaradas pelos frigoríficos brasileiros como

uma das principais preocupações para aquele que quer promover seu produto

no exterior. Através dessas participações pode-se constatar o mercado em que

está inserido o produto, a aceitação dos compradores, o fortalecimento da

marca, a análise de outras empresas concorrentes e seus diferenciais, além da

oportunidade de concretização de novos contratos de venda com compradores

em potencial.

As feiras comerciais constituem em oportunidade de aproveitamento ótimo em relação custo/beneficio, se a empresa planejar cuidadosamente sua participação no mercado pretendido. Para isso, é necessário fazer um levantamento minucioso das variáveis que podem conduzir a uma tomada de decisão adequada. (EXPORT NEWS, 2001).

A participação de frigoríficos em feiras internacionais tem reforçado ainda

mais a imagem da carne bovina brasileira no exterior. A ANUGA, maior feira

internacional de alimentos que ocorre na Alemanha tem contado com a

participação de vários frigoríficos brasileiros em seus “stands” de expositores.

Segundo a ANUGA na edição de 2005 que aconteceu em Colônia, na

Alemanha, durante os dias 08 a 12 de Outubro além da APEX-BRASIL que

também promoveu os produtos brasileiros na área de alimentação também

participaram os frigoríficos Friboi Ltda, Bertin Ltda, Frigorífico Margen Ltda,

Frigorífico Mercosul Ltda, Marfrig Ltda dentre outros.

A participação em feiras de nível nacional também é importante para os

frigoríficos, pois através delas é perceptível a competitividade dos concorrentes

internos, seus projetos de melhoramento genético, avaliação de rebanhos dos

frigoríficos concorrentes, investimentos, participação no mercado interno e

externo, inovação e catálogo de produtos.

Na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne - FEICORTE,

realizada nos dias 20 a 24 de Junho de 2006 no Centro de Exposições

Imigrantes em São Paulo, criadores, indústrias de processamento,

pesquisadores e universitários tiveram acesso a informações sobre pecuária de

corte nacional, palestras por pesquisadores renomados nas áreas de zootecnia

e agronomia sobre melhoramento genético e leilões, além da participação dos

maiores frigoríficos exportadores do país.

A participação em feiras de nível internacional levou a Associação

Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) junto com a APEX-

BRASIL a criarem um selo de qualidade, o “Brazilian Beef” que

internacionalmente hoje reflete a qualidade que a carne brasileira conquistou

pelo mundo inteiro.

As associações comerciais também têm seu papel importante na

promoção comercial da carne bovina, através de “workshops”, churrascos,

jantares e palestras. As associações comerciais como a Associação Brasileira

de Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), destacam a qualidade da carne

bovina brasileira, seus diferenciais diante dos concorrentes existentes no

mercado, além de facilitar a comunicação entre o Ministério da Agricultura e o

associado.

No mês de Setembro do ano de 2006 uma outra feira internacional provou

o gosto da carne brasileira: foi a WORLD FOOD MOSCOU que aconteceu nos

dias 26 a 29 de Setembro e contou com participação de associados da ABIEC

em parceria com a APEX-BRASIL.

Segundo a ABIEC, os principais frigoríficos associados participaram nos

dias 22 a 26 de Outubro de 2006 da Feira Internacional de Alimentos, SIAL-

PARIS que ocorreu em Paris na França numa parceria entre associados e a

APEX-BRASIL, os frigoríficos apresentaram seus produtos num estande da

associação a compradores de vários países.

Todos os meios de comunicação são de extrema importância para a

promoção comercial da carne bovina brasileira no exterior, porém o que mais

tem se destacado na divulgação é a “internet”.

Através dela os frigoríficos têm colocado à disposição de compradores do

mundo inteiro seu institucional, produtos, segmentos de atuação e contato com

seus clientes dos mais diversos continentes. Isso faz deste meio de

comunicação uma arma eficiente na busca de competitividade na exposição da

qualidade dos produtos, estrutura, o comprometimento com a responsabilidade

socioambiental, a disponibilidade de produtos, a consolidação da marca e

conquista da fidelidade de novos compradores.

A internet representa uma chave para troca de informações e desenvolvimento do comércio eletrônico. Para alcançar mercados globais pela internet, as empresas devem adotar uma estratégia de negócios sólida, combinada com a flexibilidade de questionar as práticas tradicionais. Este é o desafio real para as empresas que se utilizam da internet, independente de onde estejam localizadas. (EXPORT NEWS, 2001).

A globalização levou os frigoríficos a correrem atrás de canais de

comunicação que aumentassem sua capacidade de divulgação de qualidade e

promoção pelo mundo e a rede mundial de computadores ajudou com

eficiência nesse processo.

A obtenção de informações sobre mercados também pode ser adquirida

através da internet, que é uma fonte rica de dados sobre clientes, mercados e

principalmente os concorrentes dos frigoríficos espalhados pelo mundo inteiro.

Catálogos e “Folders”, exemplos de exportação indireta, também são

grandes veículos usados na promoção comercial, pois através deles os

compradores terão acesso a dados do frigorífico, os produtos que ele vende, os

benefícios e as características que diferenciam o produto ofertado por eles,

além de informações sobre seus principais fornecedores ou clientes que por

sua vez deixam a imagem da empresa mais segura diante de novos

consumidores no mercado internacional.

CAPITULO 3. O CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE

CARNES BOVINAS BRASILEIRA.

O Brasil assume a primeira posição nas exportações de carne bovina no

mundo e demonstra para os concorrentes internacionais sua capacidade de

produção e abate que se concentra em seus pastos, seu rebanho melhorado

geneticamente e na modernização que os frigoríficos nacionais assumiram nos

últimos anos, adquirindo maquinário de alta tecnologia e investindo em mão-

de-obra especializada em agronegócios, mais precisamente em pecuária de

corte e genética.

A realidade do país hoje é uma potência em fazer agronegócios no

mercado de carnes e o resultado disto está nos índices de crescimento das

exportações que a cada ano se superam.

O agronegócio brasileiro se tornou nos últimos anos um grande atrativo no setor mundial de produção de alimentos. Com um produto Interno Bruto de 2004, em U$S 154,91537 bilhões, referente à participação da agropecuária - segundo a Confederação Nacional da Agricultura-CNA, (2005) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo -CEPEA/USP, (2005), setores do agronegócio nacional como o complexo de carnes e soja, vem desempenhando papeis importantes na pauta de exportações do país e injetando novos dividendos para a balança comercial. (REVISTA ELETRÔNICA DE VETERINÁRIA, 2005)

O agronegócio representa para o Brasil uma das atividades mais rentáveis

existentes e um dos principais setores em crescimento do país, refletindo assim

a sua importância para os mercados externos e tornando o país uma potência

reconhecida internacionalmente. Para chegar nessa realidade muitas áreas

foram reestruturadas e os componentes da cadeia produtiva desde o criador,

unidades de processamento e consumidor foram peças fundamentais na

história dessa mudança do quadro no agronegócio nacional.

Para nos tornarmos competitivos aumentamos a qualidade da carne, a

quantidade de produção, investimos em segurança alimentar, sanidade,

qualidade das carcaças, rastreabilidade dos animais, bovinocultura em

sistemas de caráter não agressivo à saúde humana ou ao meio ambiente,

participação do Governo Federal na fiscalização das fazendas para contenção

da Febre-Aftosa e demais doenças que acometem o gado e promoção

comercial acirrada da carne brasileira no exterior elevando ainda mais nossa

competitividade.

A pecuária de corte no Brasil hoje representa bem mais que criadores de

gado em fazendas espalhadas pelo interior do Brasil. Com a atual realidade a

pecuária passou a ser uma atividade para gestores que devem planejar de

forma eficiente cada processo que envolve sua produção, caso contrário o

processo de comercialização tanto interna como externamente ficará suspenso,

isso se praticado legalmente.

Os grandes concorrentes do mercado internacional do agronegócio como

EUA, Austrália, Índia, Nova Zelândia, Argentina, Canadá, Rússia, Japão,

México,Coréia, apesar de apresentarem grandes expectativas de produção não

andam tão quanto o Brasil que a cada ano supera ainda mais suas exportações

deixando os integrantes desta cadeia cada vez mais otimistas com a atual

situação de maior exportador de carne bovina brasileira, segundo dados do

MDIC.Veja na figura 4, abaixo:

Figura 4. Exportações brasileiras de carne bovina, segundo a agregação de valor, 1997-2005.

Fonte: elaborado pelo IEA a partir de dados básicos do SECEX/MDIC.

Com as exigências dos consumidores, atualmente, o Brasil teve que

modificar-se radicalmente nas últimas décadas para assumir a posição atual

que lhe confere. Estamos em uma cadeia produtiva e para adquirirmos um

bom desempenho seja ele nacional ou internacional devemos estar atentos a

cada ferramenta que envolve este complexo processo.

As mudanças ocorridas são frutos das exigências dos consumidores

espalhados pelo mundo inteiro que consomem nossa carne, e não devem ser

encaradas como um aumento da complexidade de produção mas como uma

oportunidade de abertura de mercado e conquista de novos consumidores.

As conquistas adquiridas são uma resposta do engajamento de criadores

e seus colaboradores na busca de uma qualidade de reconhecimento da carne

nacional, porém deve-se estar atento a possíveis eventualidades como focos

de febre-aftosa que comprometem não só a região onde fora detectada o foco

mas o país como um todo acarretando perda de mercado para concorrentes

uma vez que estamos inseridos numa cadeia e qualquer eventualidade nesse

processo pode comprometer todo andamento rentável da produção.

A pecuária de corte é o segmento no setor de carne em que a integração formal entre empresas rurais e agroindústria é menos avançada. Questões estruturais e históricas da produção nesse setor dificultam esta integração. Entretanto, a importância do relacionamento mais eficiente entre os componentes deste complexo de produção pode ser comprovada pelos efeitos sentidos por todos os elementos da cadeia na questão, por exemplo, da febre aftosa. A impossibilidade de exportação em certas regiões penaliza desde os fabricantes de ração, passando pelos produtores chegando até aos setores de transporte e embalagem, ou seja, este problema que ocorre em propriedades rurais diminui a rentabilidade de praticamente toda a cadeia de produção. (REVISTA ELETRÔNICA DE VETERINÁRIA, 2005)

O crescimento das exportações está diretamente ligado à preocupação

que se tem com o fluxo desta cadeia produtiva, a gerência dos insumos, a

obtenção de investimentos tecnológicos na pecuária, como o melhoramento

genético. O gado que antes passava quatro anos para estar com a carcaça

pronta para abate hoje com as tecnologias adotadas com apenas 2 anos já

pode ser abatido garantindo redução de custos com o animal, carcaça boa de

abate e uma quantidade de carne proveitosa para o consumidor que se torna

mais exigente.

As inovações nas fazendas como a aquisição de “softwares” que auxiliam

na gestão do pecuarista garante um planejamento bem estrutura daquilo que

ocorre dentro das porteiras, obtenção de um rebanho com maior qualidade de

carcaça garante ao pecuarista destaque diante das unidades de

processamento, que são os frigoríficos. Atualmente até concurso de carcaças

entre fazendeiros que abastecem grandes frigoríficos estão ocorrendo no

centro-oeste do Brasil.

Parcerias estão sendo firmadas entre pecuaristas e frigoríficos para

viabilizar maiores contratos entre criador e abatedor. Como todos se encontram

em uma cadeia produtiva a cooperação entre eles torna a atividade mais

rentável e é isto que vem ocorrendo em vários cantos do país.

O crescimento da carne bovina congelada e resfriada também tem

crescido de forma eficiente durante os últimos anos conforme mostra a tabela

2, abaixo.

Ano Exportação var.% Importação var.% Saldo var.%

1997 59.418 - 125.419 - -66.001 -

1998 93.277 56,98 92.029 -26,62 1.248 101,89

1999 169.310 81,51 56.626 -38,47 112.684 8.930,13

2000 215.651 27,37 70.293 24,14 145.358 29,00

2001 400.832 85,87 34.613 -50,76 366.220 151,94

2002 466.377 16,35 63.266 82,78 403.111 10,07

2003 671.424 43,97 52.205 -17,48 619.220 53,61

2004 992.623 47,84 44.263 -15,21 948.360 53,15

2005 1.151.419 16,00 42.324 -4,38 1.109.095 16,95

Tabela 2 - Comércio exterior de carne bovina resfriada e congelada, em toneladas, Brasil, 1997- 2005

Fonte: elaborado pelo IEA a partir de dados básicos do SECEX/MDIC.

3.1 OS ENTRAVES ENFRENTADOS PELOS FRIGORÍFICOS

EXPORTADORES DE CARNE BOVINA BRASILEIRA.

Apesar de todo o sucesso das exportações brasileiras de carne bovina,

graças ao engajamento de todos os envolvidos na cadeia de produção da

carne de corte, existem gargalos que precisam ser administrados com bastante

agilidade e estratégias para que a posição ocupada atualmente pelo país não

venha a ser tomada por outros concorrentes.

O Governo tenta viabilizar o agronegócio, o pecuarista se organiza em

cooperativas para se fortalecer e as unidades de processamento criam

parcerias entre pecuaristas para que o produto final chegue com qualidade na

mesa do consumidor com preços competitivos, mas a logística, a tributação

interna, os subsídios de alguns países concorrentes, as quotas de

comercialização, a sanidade animal como o controle acirrado de focos da Vaca

Louca e a Febre aftosa precisam ser estudados com objetividade pelos

pecuaristas e Governo Federal, agentes importantes da cadeia de produção,

para que nossa capacidade de competir seja resguardada e garantida por

muitos anos , garantindo rentabilidade e geração de divisas para o Brasil.

3.1.1 A LOGÍSTICA DOS FRIGORÍFICOS EXPORTADORES DO

BRASIL.

Um dos maiores entraves enfrentado pelo Brasil na continuidade de

posição privilegiada nas exportações de carne bovina depende essencialmente

dos canais de escoamento dessa produção. As estradas que levam o produto

ao porto e sua infraestrutura desempenha um papel de extrema importância no

processo de exportação.

Na logística de ca

rne bovina, devem ser notadas as características partic

ulares do produto, que requerem critérios rigorosos não

apenas na escolha do transporte como também nas condiç

ões da movimentação. Além disso, existe a questão do tr

ansporte da indústria até os portos de exportação, evid

enciando a importância da logística na cadeia, pois a q

ualidade do transporte interfere diretamente no produto

final. A necessidade de uma logística eficiente é visí

vel tanto para o gado transportado em pé quanto para o

já abatido em caminhões refrigerados. (INSTITUTO DE ECO

NOMIA AGRÍCOLA, 2005)

Os frigoríficos conseguiram enxergar que dentro da cadeia produtiva

todos são responsáveis pela rentabilidade do negócio em que estão envolvidos

e a criação de estratégias que visam fortalecer ainda mais cada processo

dessa cadeia é de extrema importância para a continuidade do sucesso tanto

no mercado interno quanto no externo.

Mesmo com o engajamento de cada peça do processo da cadeia

produtiva ainda existem gargalos que dificultam o contínuo sucesso das

exportações brasileiras como a infraestrutura existente no país para o

deslocamento da carne, seja a exportada ou a comercializada no mercado

interno se deparam com uma falta de estrutura acarretando aumento de custos

e perda de competitividade.

Ou seja, assim como qualquer outro segmento do agronegócio brasileiro a

pecuária de corte sofre com falta de infraestrutura e consequentemente

logística de transportes, problemas como falta de rodovias em estado favorável

ao tráfego de veículos, a falta de infraestrutura dos portos para cargas que

precisam ser refrigeradas e falta de contêineres são problemas que interferem

de forma direta na produção e na qualidade da carne exportada. Veja figura 5,

abaixo:

Figura 5. Caminhão transportando animais para abate Fonte: Grupo Independência Alimentos, 2005.

Na logística realizada pela cadeia que produz carne bovina, se devem

levar em consideração as características do produto transportado que segue

regimes criteriosos de qualidade que vai desde o caminho do gado ao

frigorífico e dos frigoríficos aos portos onde serão escoadas as carnes para os

consumidores espalhados pelo mundo inteiro, a qualidade do transporte

interfere na integridade do produto inteiro. A necessidade de um bom

transporte é importante tanto para o gado em pé nos carros até os frigoríficos

quanto para o transporte dos cortes em caminhões refrigerados.

Nos frigoríficos a logística de transporte vai desde a descarga do gado em

suas unidades de processamento para serem abatidos até seu deslocamento

ao mercado interno ou externo preservando sua maciez e suculência.

Para garantir sua posição de destaque pelo mundo os frigoríficos se

reestruturaram e hoje tentam derrubar os obstáculos existentes para a

exportação de carne bovina. Quanto mais próximo o abatedouro estiver do

frigorífico menor é o estresse do gado facilitando a obtenção de carnes nos

moldes exigidos pelos consumidores internacionais, ressaltando que quanto

mais o transporte desses animais é demorado maior será a perda de peso dele

acarretando maximização de prejuízos para o pecuarista e abatedor.

Na logística das exportações de carne bovina nacional os frigoríficos estão

atuando como agentes capacitadores, viabilizando saídas para que o

crescimento dure mais anos, investindo em frotas de carretas frigorificadas e

armazéns focados na cadeia de frios que se instalam em portos e facilita o

escoamento.

3.1.2 A FEBRE AFTOSA

Os focos da doença representam para o Brasil perda de mercado e baixa

na competitividade adquirida através dos preços e da qualidade que o produto

nacional adquiriu ao longo dos anos pelo mundo.

A febre aftosa representa uma importante ameaça para o bem estar da população, devido ao seu impacto sobre a economia nacional de diversos países, onde o comércio com o exterior e estabilidade, dependem diretamente da confiabilidade dos alimentos de origem animal, que devem ser oriundos de animais isentos desta enfermidade, demonstrando a estreita relação que existe entre saúde pública, o ambiente e o bem estar socioeconômico. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CARNE, 1999).

Em vários estados brasileiros a campanha de vacinação de bovinos,

suínos, ovinos e caprinos está sendo divulgada com rigor pelo Governo Federal

e Estadual a fim de conter os focos da doença que são considerados

verdadeiras catástrofes para criadores e principalmente exportadores do país.

Como os países compradores de carne bovina brasileira em sua maioria

analisam o mercado brasileiro de carne bovina de forma generalizada, qualquer

foco da doença já põe em risco todo o trabalho de exportação de carne do

país.

A febre aftosa é considerada uma doença altamente contagiosa que

atinge animais de casco fendido, sejam eles bovinos, caprinos, ovinos ou

suínos e dá-se em todas as idades, independente do sexo do animal, raça e

clima. O vírus é vinculado pelo ar, pela água e alimentos, apesar de ser

sensível ao calor e à luz. A doença é produzida por pelo menos seis tipos de

vírus classificados como A, O,C,SAT-1,SAT-2 e SAT-3, sendo que os três

últimos foram isolados na África e os demais apresentam ampla disseminação.

O principal problema deste entrave para a pecuária de corte nacional não

está somente focada na morte dos animais , mas principalmente nos prejuízos

de ordem econômica que atingem os pecuaristas, desde os pequenos aos

grandes. As propriedades que têm animais doentes são interditadas e as

exportações da carne e dos produtos derivados torna-se difícil. A doença

também provoca aborto nos animais e infertilidade.

Os animais que contraem a doença podem adquirir com facilidade outras

doenças por conta da fraqueza que apresentam. Sendo uma doença

extremamente infecciosa o vírus se instala principalmente nos líquidos das

vesículas que se formam na língua do animal e nos tecidos moles em torno de

suas unhas. O sangue também apresenta uma grande quantidade do vírus nos

animais contagiados.

O poder do vírus é destruidor, ele pode passar da baba do animal para

pastos, alojamentos e lugares onde ele passar comprometendo todo o

rebanho. Pode ter resistência durante meses em carcaças congeladas ,

principalmente medula óssea. O vírus ainda pode durar tempos na forragem

ensilada, farinha de ossos, couros e fardos de feno.

O animal infectado pela doença apresenta febre, diminuição de apetite e o

têm dificuldade de se locomover por conta do aparecimento de vesículas que

se rompem e dão origem a aftas na língua, lábios, gengivas e entre o casco

que logo depois se rompem e expelem um liquido transparente ou turvo. A

produção de leite cai nas fêmeas e a produtividade também.

A saliva aumenta e fios de baba caem de sua boca, a mortalidade da

doença é baixa nos adultos e grande nos jovens, quando sobrevivem

geralmente apresentam lesões cardíacas irrecuperáveis bem como perda das

tetas nas fêmeas, ocasionando ao pecuarista perda de produção .

A vacina de febre aftosa acontece de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de

idade do animal e garante ao rebanho a continuidade de produtividade e

fortalecimento da cadeia produtiva como um todo e do país que controla sua

sanidade e não perde mercado.

Cada embargo à carne brasileira bovina exportada reflete ao país perdas

consideráveis de mercado que atrasa nosso crescimento e reduz a

competitividade no mercado internacional. O Governo tem se engajado no

controle dos animais seja através de campanhas de vacinação, com palestras

aos pecuaristas e fiscalização dos rebanhos espalhados por todos os estados

federativos.

3.1.3 A DOENÇA DA VACA LOCA

No mês de fevereiro de 2001 o governo canadense acusou o Brasil de

focos da doença da vaca louca o que por sua vez embargou a exportação da

carne comprometendo a imagem do produto no mercado internacional isso

rendeu ao Brasil perdas irreversíveis no setor.

Mas na verdade eram interesses políticos que estavam por trás desses

embargos, uma vez que a doença da vaca louca em terras brasileiras nunca

fora detectada.

A doença é conhecida como Encefalopatia Bovina Espongiforme e ataca o

sistema neurológico do boi adulto comprometendo sua sanidade e a saúde

pública dos consumidores.

Estudos relatam que a doença surgiu da ração para o gado preparada a

partir de carcaça de ruminantes e que os processos que utilizaram esse

procedimento entre 1981-1982 poderiam ser a causa adicional da doença.

Países como Alemanha e Inglaterra vivem com o fantasma da Vaca Louca

entre seus rebanhos contribuindo assim para a imagem duvidosa da qualidade

do produto entre os consumidores mundial aumentando ainda mais nossa

capacidade de competição, uma vez que o gado brasileiro não é habitualmente

alimentado em confinamento, o que eleva as probabilidades de contaminação,

visto o uso de rações a partir de carcaças como a farinha de osso.

A doença transforma o cérebro do gado em uma espécie de “esponja”

comprometendo seus movimentos e o comportamento do animal que quando

está em desenvolvimento da doença começa a roçar nas paredes

comprometendo sua pele e adoecendo rapidamente.

Nos seres humanos a doença pode dar origem a outra doença de

natureza neurológica denominada Creutzfeldt-Jacob que compromete o

cérebro humano e é transmitida através da carne infectada. Veja na figura 6,

abaixo:

Figura 6. Carne bovina: risco de contaminação Fonte: IQSC-USP-Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo.

CAPITULO 4. ESTUDO DE CASO

4.1 GRUPO JBS-FRIBOI LTDA.

A história da empresa começa com José Batista Sobrinho, conhecido

como Zé Mineiro, e seu irmão, Juvensor, que na cidade de Anápolis (GO)

compravam bois para revender a frigoríficos. Anos mais tarde, em 1953, juntos

eles abrem um açougue chamado de Casa de Carne Mineira, onde através

deste empreendimento passaram a entender melhor o complexo mercado da

carne bovina que compreende desde o melhor peso e o melhor preço.

No ano de 1957 junto com a inauguração de Brasília, Zé Mineiro com sua

visão empreendedora percebe a oportunidade de expandir ainda mais seus

negócios e junto com cinco funcionários estabelece um dos primeiros

abatedouros da região.

Logo, eles passam a abater de 25 a 30 bois por dia e fornecer carne para

as construtoras que construíam a capital federal do país.

Em 1962, Zé Mineiro aluga um abatedouro em Luziânia (GO), cidade

situada a 50 km de Brasília elevando a produção para 55 cabeças de boi

abatidas por dia dando inicio ao processo de comercialização para com os

açougues que nasciam na cidade. Eram os primeiros passos que estavam

sendo dados na busca da conquista do mercado interno.

Passados alguns anos, mais precisamente em 1969, um matadouro

industrial de Formosa foi adquirido e logo aumentaram os abates para 120

cabeças por dia, Zé Mineiro e seus irmãos neste mesmo ano batizam a

empresa com o nome Friboi, sugestão de um fornecedor de equipamentos e

amigo, o senhor Mário Nassiute, com o objetivo de deixar a categoria de

matadouro para entrar nos frigoríficos. Em 1970 um pintor chamado Wilson cria

a logomarca do grupo. Veja Figura 7, abaixo:

Figura 7. Logomarca do Grupo Friboi Ltda. Fonte: www.jbs.com.br.

No ano de 1980 adquire uma graxaria, indústria que extrai gordura dos

bois abatidos, na cidade de Luziânia (GO). Com isso inicia o processo de

aproveitamento dos subprodutos dos bovinos como o sebo, couro, tripas,

sangue, chifres, casco para produção de sabão, detergentes e sabonetes.

Nasce ai em 1985, através da visão de Zé Mineiro e José Batista Junior, seu

filho mais velho a fabricação do sabão em barra Minuano.

No inicio a produção só atendia à região Centro-Oeste, mas, logo depois

junto com a aquisição de novas máquinas, foi expandida a distribuição e a

criação de novos produtos como detergentes, desinfetante, amaciante, sabão

de coco em pó, tudo isso como resultado da atuação no setor da pecuária e

suas vertentes.

O Grupo inicia suas atividades exportadoras no ano de 1997 atuando com

carnes in natura com cerca de 70 cortes, dos tradicionais aos cortes nobres e

adquire a Unidade Barra das Garças (MT) com a opção de compra do

Frigorífico Mouran, em Andradina (SP), sendo oficializada em 1999, tornando a

cidade um marco na expansão para São Paulo.

Logo no ano de 2000 a empresa que já havia começado a atuar no setor

de subprodutos de bovinos lança o sabonete Albany, que entre 150 marcas

nacionais comercializadas ocupa a quarta posição em pouco tempo de

lançamento.

A logística é um dos grandes entraves para os frigoríficos exportadores

nacionais e pensando nisso no ano de 2003 é criada a frota de busca do grupo,

a Transportadora de Andradina, que permite levar 42 bois por unidade,

aumentando a produção e preservando a qualidade e características do

produto durante a sua distribuição. Elevando a marca do grupo à excelência

entre tantos gargalos enfrentados por muitos concorrentes nacionais na área

logística.

Atualmente o Grupo JBS-FRIBOI está presente em mais de cem países

nos cinco continentes. Possui cerca de 19.660 funcionários, mais de 20 filiais e

abate e processa 17.400 bovinos por dia.

Todo esse crescimento garantiu ao Grupo JBS-FRIBOI a conquista de

novos mercados e a competência de atuação em diversas culturas espalhadas

por todo o mundo. Em 2005 o Grupo adquire a Swift Argentina

(www.swift.com.ar) , resultado de sua visão estratégica, tornando-se a primeira

multinacional brasileira do setor de carne bovina e aumentando seu portfólio de

produtos com a marca Cabana Lãs Lilás e Patle.

A internacionalização do Grupo JBS-FRIBOI, eleva a condição da

empresa que é Ltda., para S/A, e que em breve por atuar em tantos mercados

também passará a ser denominado como Grupo JBS, iniciais do fundador do

grupo, senhor José Batista Sobrinho.

Apesar do cenário conturbado que o setor enfrentou em 2005, com focos

de febre aftosa, o Grupo JBS conseguiu aumentar suas vendas, planejando

suas ações e mantendo sua atuação pulverizada em diversas regiões do Brasil,

o que permitiu a flexibilidade de remanejar suas produções.

O Grupo JBS-FRIBOI é hoje líder no mercado nacional e o maior

exportador brasileiro de carne bovina. É ainda considerado o maior frigorífico

da América Latina e está entre os quatro maiores do mundo.

4.2 DIVISÃO AGROPECUÁRIA, CARNES E TRANSPORTES

DO GRUPO JBS-FRIBOI.

O Grupo JBS-FRIBOI possui divisões de atuação que vão deste o pasto

onde se encontra sua matéria-prima na obtenção de produtos e subprodutos

até sua distribuição estratégica que consequentemente reflete na qualidade de

seus produtos.

4.2.1 AGROPECUÁRIA DO GRUPO JBS-FRIBOI

O Grupo JBS-FRIBOI atua com excelência de produtos, a Unidade

Agropecuária, é responsável pelo estabelecimento de políticas para seleção e

compra de gado da melhor qualidade.

Nas fazendas Eldorado e Larga da Macaúba, que abrigam matas nativas

e espécimes da região do Centro-Oeste brasileiro, estruturam-se políticas e

procedimentos padrões para a seleção e compra de gado visando a melhor

matéria-prima.

A rastreabilidade e a alta tecnologia de pecuária, com o sistema de

engorda e acabamento de forma 100% natural, conferem melhores padrões de

carcaça e acabamento, resultando em mais qualidade e produtividade.

4.2.2 CARNES IN NATURA, INDUSTRIALIZADAS E EM

CONSERVA DO GRUPO JBS-FRIBOI.

No setor de carnes o grupo, na categoria carne in natura, produz e

comercializa cortes tradicionais e nobres que levam as marcas Friboi, Organic

Beef, Maturatta e Cabaña Lãs Lilás.

Na linha de industrializados, o grupo possui ainda as marcas Swift, Anglo,

Sola (produtos Taya, Kitut, Carioca e Fluminense) e Bordon. Entre outra como

mortadela, almôndega, salsicha, fiambre, carne bovina cozida ao molho .

Na exportação, os produtos são comercializados com marcas

customizadas para cada cliente ou com marcas próprias , como Friboi e

Mouran, nas linhas de: Roast Beef With Gravy, Stewed Steak, Cubed Beef,

Corned Beef e Beef Extract.

4.2.3 TRANSPORTES DO GRUPO JBS-FRIBOI, UMA

CONQUISTA LOGÍSTICA PARA ATENDER O MERCADO

NACIONAL E INTERNACIONAL.

O inicio e o final do processo produtivo depende da eficiência em logística.

Por isso, a Unidade de Transportes tem o objetivo de garantir o cumprimento

de metas e o compromisso da empresa com a qualidade e, para isso, conta

com modernos veículos.

É responsável por garantir a preservação da qualidade do gado durante o

transporte, sem geração de estresse ou contusões, e a característica do

produto em sua distribuição com temperaturas adequadas. Também cuida dos

custos e da economia de escala para otimizar a operação.

Frotas próprias com caminhões de dois pavimentos, a chamada “frota de

busca” , transporta até 42 bois por unidade, aumentando de forma significativa

a produtividade. Uma frota de caminhões frigoríficos atende o mercado

brasileiro e uma frota de caminhões para transporte de contêineres é destinada

à exportação.

A logística é um dos fatores mais explorados por qualquer empresa seja

qual for o ramo de atuação em que ela esteja inserida. Saber honrar seus

compromissos com clientes e garantir a integridade dos produtos é um dos

grandes obstáculos que devem ser superados para garantir à empresa a

certeza de conquista de novos clientes e fidelização no mercado.

4.3 A QUALIDADE DA CARNE EXPORTADA PELO GRUPO

JBS-FRIBOI

Para garantir a qualidade do produto final, o Grupo JBS-Friboi conta com

um eficiente controle de procedência (produtos selecionados, cadastrados e

rigorosos processos de seleção de animais), transporte (cuidados especiais de

embarque e desembarque), e produção industrial com cuidados de higiene.

Salas climatizadas permitem a manipulação ideal das carnes ,

posteriormente enviadas para câmaras de resfriamento ou congelamento com

temperatura controlada por um sistema totalmente computadorizado. De

brincagem à comercialização, passam por modernos processos de

industrialização, conservação e transporte.

Como complemento aos acompanhamentos de sanidade e rastreabilidade

da matéria-prima, moderno laboratórios e técnicos experientes acompanham a

continuidade da qualidade e a conformidade do produto padrão.

Todos os processos pesquisados e testados constantemente dão a

certeza da plena cerificação de qualidade monitorada dos produtos e inspeção

SIF.

A busca pela qualidade na produção de seus cortes garantiu ao grupo sair

na frente e firmar-se como o primeiro frigorífico brasileiro a implementar

ferramentas de gestão de qualidade nas suas fazendas fornecedoras de

animais , o QUALITY FARMS.

O Quality Farms Visa preparar os produtores para o Eurep-Euro-Retailer

Produce - EurepGAP e Good Agricultural Pratice - GAP e adquirir animais

certificados.

O documento normativo é baseado nas boas práticas agrícolas. O objetivo

é assegurar integridade, transparência e harmonia dos padrões globais. Os

alimentos devem ser produzidos respeitando a saúde, segurança e bem-estar

dos funcionários além de cuidados com os animais e o meio-ambiente.

A tendência é que mercados, principalmente externos, busquem cada vez

mais produtos com a certeza de terem sido produzidos dentro das mais estritas

normas e padrões de qualidade e ética aceitos mundialmente.

O Grupo JBS-FRIBOI disponibiliza hoje uma equipe de profissionais

capacitados para orientar e treinar os pecuaristas para que possam requisitar a

certificação. As fazendas pré-selecionadas são contatadas e, quando aceitam

participar do programa Friboi Quality Farms, passam por uma pré-auditoria e

iniciam-se os trabalhos para adequação. O EurepGAP é uma ferramenta de

gestão que apresenta informações sobre pontos fortes da propriedade e pontos

que precisam de mais atenção . Assim, possibilita um planejamento eficiente,

remanejamento de recursos e alocação de ganhos, fortalecendo o negócio.

Com este programa de qualidade o grupo busca unir forças em prol do

fornecimento de carnes produzidas de modo ético e profissional. O Programa

Quality Farms faz com que o produto brasileiro seja competitivo no mercado,

agregando valor aos produtos, garantindo qualidade aos clientes e satisfação

do consumidor final.

Isso tem garantido lugar de destaque para a carne nacional no exterior ,

medidas que reforçam cuidados especiais a cada processo desta minuciosa

cadeia produtiva.

4.4 O CRESCIMENTO EXTERNO DO GRUPO JBS-FRIBOI

A empresa cresceu com base na sua política de expansão, investimento

na profissionalização da equipe e em processos tecnológicos capazes de

levarem o melhor da carne brasileira para o mercado externo. Com instalações

e processos plenamente adequados ao exigente mercado internacional, o

grupo hoje exporta para os 5 continentes, respeitando a cultura e hábitos

religiosos de determinadas regiões. Para exemplificar a empresa atende de

maneira agressiva desde 2000 as normas religiosas exigidas por Israel de

abate e preparo de carne .

Nesse caso, produz a carne Kosher, onde o animal não pode sofrer

nenhum tipo de atordoamento (morte cerebral). O gado deve ser abatido com

uma faca bem afiada, isto porque a morte deve ser instantânea para que o

animal não sofra, e em seguida o sangue deve ser totalmente retirado.Outro

exemplo, é a exportação para o Irã com a produção de carne halal, que segue

as mesmas normas muçulmanas.

Atualmente o grupo visa consolidar a sua presença e fidelizar clientes em

paises de grande expressividade como os que fazem parte da Comunidade

Européia, mas também adota como estratégia o aumento de sua participação

em outras regiões como o Iraque, Costa do Marfim, Ilhas Comoros, Ilhas

Maldivas e Kiribati.

Para ampliar a relação com os mercados e clientes internacionais, o

Grupo JBS-FRIBOI conta ainda com escritórios próprios no Chile, Egito, Rússia

e Inglaterra, oferecendo suporte necessário nas principais cidades de

relacionamento fora do país.

Para o mercado internacional o Grupo trabalha com marcas

customizadas, para cada um de seus clientes ou marcas próprias como o Friboi

e Mouran, nas seguintes linhas: Roast Beef Wilh Gravy, Stewed Steak, Cubed

Beef, Corned Beef e Beef Extract.

Para finalizar o processo de exportação, a empresa considera a logística

um fator fundamental , pois a preservação da qualidade dos produtos depende

desta fase. Com isso, o Grupo atribui atenção especial a esta etapa da

exportação, pois dependendo do destino utiliza linhas regulares de exportação

e em casos específicos recorre ao envio multimodal.

4.5 ORGANIC BEEF, A CARNE DO FRIBOI QUE É “ESPECIAL

POR NATUREZA”.

Seguindo a tendência de produtos ecologicamente corretos, em outubro

de 2004, o Grupo JBS-FRIBOI foi pioneiro ao lançar a Linha Organic Beef

Friboi, conhecida pelo slogan “especial por natureza”. É composta por 15

opções especiais de corte de carne in natura embalados a vácuo e um de

congelado, provenientes de gado orgânico. O animal é alimentado em pastos

adubados organicamente e criado com cuidados especiais. Quando

necessário, são tratados com homeopatia por veterinários especialistas. Como

resultado, todo este processo dá origem a bifes mais macios e suculentos.

Nesta linha de carnes do grupo também está o primeiro hambúrguer

orgânico do Brasil, o Hambúrguer Orgânico do Friboi. Veja figura 8 a seguir.

Figura 8. 1º Hambúrger orgânico do Brasil Fonte: www.jbs.com.br

Para garantir a procedência do animal, foram firmadas as parcerias com a

Associação Brasileira dos Produtores de Animais Orgânicos – ASPRANOR, e o

Instituto de Biodinâmica - IBD.

O objetivo deste lançamento é estar presente em todos os nichos de

mercado relacionados ao produto carne bovina. O Grupo JBS é a única

empresa no mercado nacional que produz carne orgânica, produzidas para o

consumidor atento com a saúde, qualidade de vida e preservação do meio

ambiente.

CONCLUSÃO

É importante ressaltar que para um país se tornar referência numa cadeia

produtiva seja ela qual for e consequentemente conquista de mercado interno e

externo como resultado de sua dedicação ao desenvolvimento desta cadeia, é

necessário a adoção de um planejamento estratégico que estude cada etapa

do processo em que ocorre a atividade.

Não se deve levar em consideração somente aquele que cria e que

abastece as unidades de processamento e sim os elementos que estão

inseridos desde o momento antes de entrar na fazenda como a aquisição de

insumos, tecnologia, mão-de-obra especializada, o momento em que isto é

inserido na fazenda como o cruzamento de raças, melhoramento genético,

melhor obtenção de carcaça de bovinos até os processos logísticos como

infraestrutura.

A infraestrutura é fator determinante na pecuária de corte nacional pois, é

através dela que o criador conduz o rebanho para abate nos frigoríficos e dos

frigoríficos são destinados à mesa do consumidor final garantindo a

confiabilidade e qualidade de um produto que é reconhecido

internacionalmente.

Fortalecimento de todos os envolvidos na cadeia também deve ser

ressaltado pois, a cooperação entre todos aumenta a capacidade na solução

de problemas que interferem na continuidade da posição privilegiada em que

hoje se encontra o Brasil

O Brasil hoje se encontra com previsões otimistas de exportação, além de

possuir um dos rebanhos mais respeitados por sua qualidade e sanidade, se

destacando como o maior produtor de carne bovina do mundo.

Países concorrentes que antes ocupavam posição de destaque hoje

enfrentam problemas com a sanidade da carne o que resulta em perda de

mercado. Para que continuemos na frente é necessário apoio do Governo

Federal junto com associações de criadores na busca por solução que

busquem viabilizar cada vez mais a erradicação da febre aftosa e de outras

doenças que possam comprometer o rebanho nacional e sua produtividade.

O mundo consome carne bovina brasileira e para manter essa posição

precisamos continuar melhorando, estruturando e pensando cada vez mais que

nascemos para o agronegócio, porém para nos mantermos como líder de

mercado precisa de comprometimento.

A pecuária brasileira de corte e o desenvolvimento das exportações de

carne bovina é a resposta de um país que vem organizando suas atividades

pecuaristas, realizando estudos tecnológicos com a ajuda de empresas como a

Embrapa, aplicando noções de administração dentro de suas fazendas e

conscientizando que hoje não basta apenas ser criador mas tem que ser

criador-gestor para competir internacionalmente .

REFERÊNCIAS

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