Sílvia Alexandra da Costa Marinholvia... · O documento aqui apresentado expõe o Relatório de...

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janeiro de 2014 Sílvia Alexandra da Costa Marinho UMinho|2014 Sílvia Alexandra da Costa Marinho Universidade do Minho Instituto de Educação Relatório de Estágio. O nível de desempenho motor na ginástica dos estudantes do Ensino Profissional. Um estudo exploratório no 12º ano Relatório de Estágio. O nível de desempenho motor na ginástica dos estudantes do Ensino Profissional. Um estudo exploratório no 12º ano

Transcript of Sílvia Alexandra da Costa Marinholvia... · O documento aqui apresentado expõe o Relatório de...

  • janeiro de 2014

    Slvia Alexandra da Costa Marinho

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    Relatrio de Estgio. O nvel de desempenho motor na ginstica dos estudantes do Ensino Profissional. Um estudo exploratrio no 12 ano

  • Relatrio de Estgio apresentado com vista obteno do grau de Mestre em Ensino de Educao Fsica nos Ensinos Bsico e Secundrio (Decreto-Lei n74/2006 de 24 de Maro e Decreto-Lei n43/2007 de 22 de Fevereiro).

    Trabalho realizado sob a orientao do

    Prof. Doutor Csar Augusto Meira de S

    Universidade do MinhoInstituto de Educao

    janeiro de 2014

    Slvia Alexandra da Costa Marinho

    Relatrio de Estgio. O nvel de desempenho motor na ginstica dos estudantes do Ensino Profissional. Um estudo exploratrio no 12 ano

  • iii

    AGRADECIMENTOS

    Aproveito este espao para me dirigir a todos aqueles que de uma forma ou de outra

    influenciaram o desenvolvimento desta etapa acadmica, s quais dirijo este trecho como forma

    de agradecimento.

    Ao meu supervisor Professor Doutor Csar S e Professora Doutora Beatriz Pereira

    pelo sentido crtico e orientao que me prestaram.

    Ao Professor Cooperante Alexandre Ribeiro, pelo apoio, disponibilidade e sentido crtico.

    A todos os Professores do Grupo de Educao Fsica e da Escola, que me acolheram,

    enquadraram e ajudaram em tudo que necessitei.

    Aos meus colegas de estgio Joana Alves, Ana Silva e Hugo Silva, com quem partilhei,

    construi e vivenciei aprendizagens muito significativas.

    Aos alunos da escola, que me possibilitaram vivenciar momentos que para sempre vou

    recordar.

    Aos meus pais, irmos, restante famlia e Ana, pela pacincia e apoio que me

    prestaram ao longo de todo este percurso.

    A todos aqueles que de alguma forma contriburam par a realizao deste trabalho.

    A todos deixo o meu muito obrigado!

  • iv

    Resumo

    O presente documento procura descrever, analisar e refletir todo o percurso da prtica

    de ensino supervisionada realizada ao longo do ano letivo 2012/2013, enquanto professora

    estagiria de Educao Fsica, numa Escola Secundria situada em Viana do Castelo. Ao longo

    deste trabalho enuncia-se detalhadamente o processo de ensino-aprendizagem, bem como o

    desenvolvimento pessoal, profissional e de investigao.

    Sendo a Educao Fsica uma disciplina curricular obrigatria no sistema educativo

    portugus e a ginstica uma matria nuclear presente nos vrios anos e ciclos de estudo,

    julgamos importante uma ateno especial a esta modalidade, at pela sua especificidade, e s

    repercusses motoras que ela tm tido nos estudantes. O objetivo principal deste estudo foi

    verificar se os alunos que frequentam o 12ano de escolaridade do Ensino Profissional possuam

    as competncias motoras adequadas ao referido ano e, por consequncia, identificar o nvel de

    desempenho motor dos estudantes ao nvel da Ginstica de Solo e Aparelhos relativamente ao

    que seria suposto terem j consolidado ao nvel do 10 e 11 ano. A amostra por convenincia

    foi constituda por 15 alunos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 16 e os 20

    anos. Os resultados deste estudo permitem constatar que em sentido geral em todas as

    competncias motoras observadas, 64% dos estudantes atingem um nvel considerado de

    sucesso, enquanto 36% no atinge o referencial mnimo. Quando os resultados so observados

    mais pormenorizadamente verifica-se que a maioria obteve resultados negativos (abaixo de 2.5)

    em 3 das 8 competncias motoras analisadas, ao passo que acima de 2.5 surgem em 5 das 8

    das analisadas. Separando as duas modalidades da Ginstica observadas chega-se concluso

    que a amostra obteve uma mdia de resultados positivos em 4 dos 5 elementos observados na

    Ginstica de Aparelhos, ao passo que na Ginstica de solo s conseguiram obter uma mdia

    positiva em 1 dos 3 elementos observados, revelando uma marca muito clara de que as

    competncias motoras na Ginstica de Solo no foram aprendidas nem consolidadas nos anos

    transatos.

    Palavras-Chave: Educao Fsica; Prtica de Ensino Supervisionada; Programa de Educao

    Fsica; Ensino Profissional.

  • v

    Abstract

    The present document intends to describe, analyse and reflect on the whole supervised

    teaching process, during 2012/2013, as a trainee teacher in a secondary school in Viana do

    Castelo. This study entails, in detail, the complete learning-teaching process, as well as the

    personal, professional and research development.

    As Physical Education is an obligatory curriculum subject in the Portuguese school

    system and gymnastics is part of the program in the various years and cycles of studies, we think

    special attention to this modality is important, even for its specificness and the motor

    repercussions it has had on students. The main objective of this study was to verify if the

    students that attend the twelfth year of the Professional Education had the required motor skills

    and consequently, identify the motor skills level of the students as to Floor and Apparel

    Gymnastics based on what they should have already consolidated in the tenth and eleventh year.

    The sample by convenience was made up of 15 male students, between 16 and 20. The results

    of this study allows us to assume that in a general sense in all the motor skills observed, 64% of

    the students reached the success level, while 36% didnt reach the minimum required. When the

    results are observed in detail we notice that most of the students had negative results (below 2.5)

    in 3 of 8 motored skills analysed, where as above 2.5 appear in 5 of 8 studied. Separating the

    two modalities of gymnastics observed, we reach the conclusion that the study had a positive

    average result in 4 of 5 elements observed Gymnastics Apparel whereas in Gymnastics Floor,

    they only reached a positive average of 1 in 3 elements observed, revealing a clear mark that

    the motor skills in Gymnastics Floor were not acquired in the previous years.

    Key words: Physical Education; Supervised Teaching Process; Education Programme.

  • vi

    ndice

    1) INTRODUO ........................................................................................................................ 1

    2) INTERVENO PEDAGGICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ............................................ 2

    2.1) Enquadramento Pessoal ........................................................................................................ 3

    2.2) Enquadramento Institucional .................................................................................................. 5

    2.3) Turmas de interveno........................................................................................................... 7

    3) REA 1 ORGANIZAO E GESTO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM ........................................... 9

    3.1) Conceo............................................................................................................................ 10

    3.2) Planeamento ....................................................................................................................... 11

    3.3) Realizao .......................................................................................................................... 13

    3.4) Avaliao ............................................................................................................................ 17

    4) REA 2: PARTICIPAO NA ESCOLA E RELAO COM A COMUNIDADE ........................................ 21

    4.1) Atividades Realizadas ........................................................................................................... 22

    4.2) Outras Atividades ................................................................................................................. 23

    5) FORMAO E INVESTIGAO EDUCACIONAL EM EDUCAO FSICA ............................................ 25

    5.1) Introduo .......................................................................................................................... 26

    5.2) Enquadramento Cientifico .................................................................................................... 28

    5.3) Objetivos ............................................................................................................................. 34

    Geral ..................................................................................................................................... 34

    Especficos ............................................................................................................................. 34

    5.4) Metodologia ........................................................................................................................ 34

    Opes de carter metodolgico .............................................................................................. 34

    Caraterizao do contexto escolar ............................................................................................ 34

    Caraterizao da amostra ....................................................................................................... 35

    Instrumentos de recolha de dados ........................................................................................... 35

    Procedimentos estatsticos ...................................................................................................... 41

    Software utilizado para tratamento de dados ............................................................................. 41

    5.5) Apresentao e discusso de resultados ................................................................................ 42

    Dados obtidos atravs do questionrio aplicado ........................................................................ 42

    Dados obtidos atravs da avaliao das competncias motoras observadas ................................ 46

    Anlise dos nveis de execuo realizados por exerccio ............................................................. 47

    Ginstica de Aparelhos Minitrampolim ................................................................................... 47

  • vii

    Ginstica de Aparelhos Boque .............................................................................................. 48

    Anlise das medidas de todas as competncias motoras ........................................................... 50

    Perceo da Amostra Vs Resultados Obtidos ............................................................................. 51

    Situaes analticas Vs Sequncia ............................................................................................ 52

    6) CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................ 56

    7) BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 58

    8) ANEXOS .................................................................................................................................... 60

  • viii

    ndice de tabelas

    Tabela 1 Habilidades motoras na ginstica de solo avaliadas de forma analtica .....................................38

    Tabela 2 Habilidades motoras na ginstica de solo avaliadas em sequncia...........................................38

    Tabela 3 Habilidades motoras na ginstica de aparelhos no minitrampolim ...........................................40

    Tabela 4 Habilidades motoras na ginstica de aparelhos no boque. .......................................................40

    Tabela 5 Minitrampolim - Salto de Vela ..................................................................................................47

    Tabela 6 Minitrampolim - Meia Pirueta ..................................................................................................47

    Tabela 7 Minitrampolim - Salto Engrupado ............................................................................................48

    Tabela 8 Aparelhos Boque .................................................................................................................48

    Tabela 9 Boque - Salto Entre-mos ........................................................................................................48

    Tabela 10 Sequncia ............................................................................................................................49

    Tabela 11 Mdias de todas as competncias motoras observadas .........................................................50

    Tabela 12 Rolamento frente Engrupado em situao de sequncia .....................................................52

    Tabela 13 Rolamento frente Engrupado em situao analtica .............................................................52

    Tabela 14 Rolamento frente Engrupado em situao de sequncia .....................................................53

    Tabela 15 Roda em situao analtica ...................................................................................................53

  • ix

    ndice de Figuras

    Figura 1- Normas de Referncia ...........................................................................................20

    Figura 2-Distribuio em frequncia das idades da amostra ..................................................35

    Figura 3 - Diagrama da metodologia aplicada no estudo ........................................................36

    Figura 4 - Percentagem de estudantes que gostam de EF .....................................................42

    Fig. 5 -Percentagem de alunos que tiveram EF no 1 Ciclo 42

    Fig.6 -Percentagem de alunos que tiveram EF no 2 e 3 Ciclo .............................................42

    Figura 7- Perceo do desempenho motor na disciplina de EF ..............................................43

    Figura 8- Percentagem de frequncia de aulas de Ginstica de Solo por anos .......................43

    Figura 9- Percentagem de frequncia de aulas de Ginstica de Aparelhos .............................44

    Figura 10- Perceo do desempenho motor na Ginstica de Solo ..........................................45

    Figura 11- Perceo do desempenho motor na Ginstica de Aparelhos .................................45

    Figura 12 - Percentagem de sucesso e insucesso em todas as capacidades motoras

    observadas ..........................................................................................................................46

    Figura 13 - Perceo dos alunos na Ginstica de Solo..51

    Figura 14 - Resultados obtidos na Ginstica de Solo..51

    Fig 15 - Perceo dos alunos na Ginstica de Aparelhos . ..51

    Fig 16 - Resultados obtidos na Ginstica de Aparelhos ..........................................................51

  • x

    ndice de anexos

    Anexo 1 - Planeamento anual ................................................................................................................60

    Anexo 2 - Planeamento Mdulo de Ginstica de Aparelhos .....................................................................62

    Anexo 3 Plano de aula Badminton ......................................................................................................65

    Anexo 4 Cartaz de divulgao Seminrio ............................................................................................69

    Anexo 5 Cartaz de divulgao Remo Indor ..........................................................................................70

    Anexo 6 Cartaz de divulgao Tribol ...................................................................................................71

    Anexo 7 Quadro competitivo do torneio Tribol .....................................................................................72

    Anexo 8 Pedido de autorizao aos encarregados de educao ..........................................................73

    Anexo 9 Questionrio .........................................................................................................................74

    Anexo 10 Exemplo da Grelha de Observao Focada ..........................................................................77

  • 1

    1) INTRODUO

    O documento aqui apresentado expe o Relatrio de Estgio que se insere na Prtica de

    Ensino Supervisionado, pertencente ao Mestrado de Ensino de Educao Fsica para os Ensinos

    Bsicos e Secundrio da Universidade do Minho. A Prtica de Ensino Supervisionada representa

    uma etapa de formao desenvolvida em regime de superviso pedaggica que constitui o

    culminar de uma formao que habilita profissionalmente para o desempenho de todas as

    atividades inerentes funo profissional de um Professor de Educao Fsica do ensino Bsico

    e Secundrio.

    Este relatrio aborda vrios parmetros, nomeadamente, o Enquadramento Pessoal

    onde exponho as minhas expetativas pessoais e profissionais, o Enquadramento Institucional

    com a caraterizao da escola e respetivas infraestruturas e a caracterizao das turmas que me

    foram atribudas e a Realizao da Ptica de Ensino Supervisionada que se divide por trs

    distintas reas, a saber: Organizao e Gesto do Ensino e da Aprendizagem (rea 1) onde

    descrita a organizao e gesto do ensino e aprendizagem a nvel da conceo, planeamento,

    realizao e avaliao; Participao na Escola e Relao com a Comunidade (rea 2), com uma

    aluso participao na escola e relao com a comunidade, onde reato as atividades

    organizadas pelo ncleo de estgio onde estive inserida e outras atividades que procurei

    desenvolver e colaborar; Trabalho de Investigao e Desenvolvimento Profissional (rea 3).

    No final so ainda apresentadas as Consideraes Finais, onde se reflete sobre o meu

    desenvolvimento pessoal, profissional e de investigao, seguido das Referncias Bibliogrficas e

    Anexos.

    Este o resultado visvel de todo o trabalho educativo que realizei ao longo do ano letivo

    j referido, com duas turmas do 11 e 12 do Ensino Profissional entre o ms de Setembro de

    2012 e o ms de Maio de 2013, perfazendo um total de mais de 13 horas semanais.

  • 2) INTERVENO PEDAGGICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

  • 3

    2.1) Enquadramento Pessoal

    A prtica de ensino supervisionada realizada ao longo do ultimo ano letivo foi o espelho

    de todo um percurso acadmico, j h muito iniciado. Contudo tenho plena conscincia que

    ainda existe um imenso caminho de constante formao a percorrer ao longo da minha vida.

    O gosto pela atividade fsica e pelo Desporto esteve sempre presente ao longo de toda a

    minha vida. Enquanto criana aproveitava todos os tempos livres para brincar, principalmente no

    recreio da escola com os meus amigos, ou na rua e na praia com familiares, sempre de uma

    forma ldica, onde jogava futebol, voleibol, andava de bicicleta, nadava e realizava outros jogos

    que envolviam movimento.

    Ao longo de todo o meu percurso escolar procurei sempre estar envolvida em

    experiencias desportivas quer em eventos de desporto escolar, quer em torneios de futebol,

    basquetebol e voleibol das quais muitas vezes para alm de participante tambm estive

    envolvida na organizao.

    Mais recentemente, aos dezoito anos, ingressei no desporto federado, nomeadamente

    no futsal como guarda-redes, contando j com trs convocatrias para representar a seleo de

    futsal feminino da Associao de Futebol de Viana do Castelo. Para alm do papel de atleta fui

    tambm responsvel pela formao da primeira equipa que representei.

    No que diz respeito ao meu percurso acadmico, aps ter terminado o Ensino

    Secundrio ingressei na licenciatura de Desporto e Lazer onde vivenciei tambm muitas

    experincias desportivas. Todas estas vivncias durante estes anos de formao levaram-me a

    perceber que o que realmente queria era seguir a vertente de ensino para assim poder transmitir

    todos os conhecimentos e valores que fui adquirindo at ento. Como tal de forma a

    complementar a minha licenciatura e para poder realmente ser professora de Educao Fsica

    ingressei no Mestrado de Ensino de Educao Fsica nos Ensino Bsico e Secundrio.

    Desde que me aventurei neste percurso, tive sempre a conscincia da responsabilidade

    que me estava atribuda e da importncia de desenvolver um trabalho srio e empenhado na

    escola secundria onde fui inserida, onde estive responsvel pela lecionao de duas turmas do

    Ensino Profissional. Na minha atividade como professora estagiria estive sempre ciente do peso

  • 4

    que a escola e, em particular de cada professor tem no desenvolvimento pessoal, intelectual,

    social, afetivo e moral de cada aluno.

    Durante todo o perodo de estgio tudo fiz para ser uma professora competente,

    reflexiva, inovadora e trabalhei sempre em prol das necessidades e dos interesses das minhas

    turmas. A partir de diferentes mtodos pedaggicos procurei facultar situaes didtico-

    metodolgicas significativas e realmente eficazes. Para isso contei com a coordenao do meu

    professor orientador, e cooperao importantssima por parte do meu professor cooperante.

    Fez parte das minhas aspiraes, desenvolver todos os nveis de competncias relativas

    ao saber ser, saber estar e, principalmente, saber ensinar como futura profissional. No

    passado, no presente e no futuro, o professor assumiu, assume e assumir grande

    responsabilidade na sua qualidade de ativista profissional do desenvolvimento geral e

    harmonioso das crianas e jovens (Bento, 1989, pg 9).

  • 5

    2.2) Enquadramento Institucional

    A Escola Secundria de Monserrate situa-se na freguesia de Monserrate, concelho e

    distrito de Viana do Castelo, escola esta que atravessa j trs sculos de atividades ligadas

    formao e educao de jovens e adultos do Alto Minho.

    Recentemente foi intervencionada pela empresa Parque Escolar, para a recuperao dos

    corpos existentes, destinados a salas de aula convencionais, de forma a otimizar a esttica,

    trmica e acstica do edifcio. Para alm disso, a interveno contemplou a edificao de trs

    novos elementos independentes, interligados entre si, e com fortes ligaes ao edifcio j

    existente. O primeiro corpo ocupado pelo refeitrio e pelo bar. O piso superior foi reservado

    instalao de gabinetes para professores e salas de reunio. O segundo volume constitui o

    edifcio destinado aos servios administrativos e, no andar superior, s instalaes da gesto.

    Estes servios so complementados pelo Centro de Novas Oportunidades e Formao de

    Professores. O espao destinado Biblioteca/Centro de Aprendizagem foi, pela sua importncia,

    constitudo como unidade autnoma, privilegiando a possibilidade de utilizao por parte da

    comunidade.

    A Escola em questo, suporta timas condies para a prtica de Educao Fsica pois o

    antigo ginsio foi adaptado para auditrio, tendo sido projetado, em sua substituio, um

    polivalente dotado de balnerios prprios, este que no decorrer das aulas dividido em dois

    espaos, um que ocupa 2/3 deste e outro ocupando 1/3, existindo ainda um campo de jogos

    exterior e um pequeno ginsio. A escola tambm dotada de um vasto leque de material

    desportivo, a ser utilizado quer no decorrer das aulas quer no Desporto Escolar, abrangendo um

    grande nmero de modalidades desportivas. de referir que todos estes espaos e materiais

    encontram-se em muito boas condies. Contudo, ao nvel da Ginstica existem poucos

    materiais, essencialmente no que diz respeito Ginstica de aparelhos. A Escola Secundria de

    Monserrate tem ainda uma parceria com as Piscinas do Atlntico podendo as suas instalaes

    ser utilizadas no processo de ensino-aprendizagem.

    As antigas oficinas foram reconvertidas e adaptadas a novos conceitos e a novas

    tecnologias. No mesmo sector foram colocados os laboratrios destinados s reas de Biologia,

    Geologia, Fsica e Qumica. Os servios facultados que a escola oferece comunidade escolar

  • 6

    so os Servios de apoio logstico que compreendem o bar, o refeitrio e a reprografia, os

    Servios administrativos e os Servios de apoio psicolgico, pedaggico e didtico.

    No que diz respeito oferta educativa no Ensino Regular a escola leciona os cursos de

    Artes Visuais, Cincias e Tecnologias, Cincias Scio Econmicas e Lnguas e Humanidades. Em

    relao ao Ensino Profissional apresenta uma vasta oferta de cursos, sendo eles Anlise

    Laboratorial, Animao Scio Cultural, Comrcio, Desenho de Construo Civil, Design de

    Equipamento, Gesto, Gesto de Equipamentos Informticos, Gesto Desportiva, Gesto do

    Ambiente, Instalaes Eltricas, Eletromecnica, Mecatrnica, Multimdia e Turismo Ambiental.

    Esta oferece tambm CETs (Curos de Especializao Tecnolgica na rea de Gesto de Turismo

    e Redes, tendo tambm Ensino Noturno e de Educao e Formao para Adultos.

  • 7

    2.3) Turmas de interveno

    Ao longo da minha prtica de ensino supervisionada fiquei responsvel por lecionar duas

    turmas do Secundrio do Ensino Profissional.

    Uma das turmas que me foi atribuda pertencia ao 11 ano do curso Tcnico de

    Manuteno Industrial- Eletromecnica e era constituda por dezanove alunos, todos do sexo

    masculino, com idades compreendidas entre os quinze e os dezoito anos.

    Segundo os dados obtidos atravs do Inqurito Socio biogrfico cedido no Conselho de

    Turma todos os alunos desta residem numa rea relativamente prxima escola, no mximo at

    17 km. Estes so provenientes de famlias de condio mdia-baixa. No que respeita ocupao

    dos tempos livres, grande parte dos alunos passa-o a ver televiso, ouvir msica, a jogar

    consola, nas redes sociais, a sair com os amigos e a praticar desporto. Uma grande parte deles

    no revela grandes expectativas em relao ao prosseguimento de estudos. A grande maioria

    pensa em procurar um emprego na rea aps a concluso do Ensino Secundrio.

    Ao longo do ano letivo a turma revelou ser um pouco problemtica pois tinha cerca de 4

    elementos desestabilizadores que por muitas vezes perturbam o bom funcionamento das aulas.

    Em todas as reunies do grupo de professores pude constatar que nas outras disciplinas os

    alunos revelavam um comportamento igual ou pior que no decorrer das minhas aulas, como tal

    em todas as 4 reunies ao longo do ano o comportamento da turma foi avaliado como no

    satisfatrio. Segundo algumas informaes dadas pela Diretora de Turma muitos destes alunos

    tinham problemas familiares, o que acabava por se revelar no seu comportamento. Como tal fui

    procurando estratgias para melhorar o ambiente na aula e consequentemente o desempenho e

    motivao da turma, o que penso que consegui fazer com algum sucesso. Para alm das

    estratgias a serem utilizadas nas aulas procurei tambm conversar com os alunos mais

    problemticos fora do contexto de aula o que acabou por ser muito importante e os resultados

    foram surgindo nas aulas.

    Apesar do comportamento de alguns alunos a turma revelou ser bastante homognea e

    com uma grande disponibilidade motora para as aulas de Educao Fsica, o nvel da turma

    acabou por ser bom.

  • 8

    A segunda turma que me foi atribuda pertencia ao 12 ano do curso Tcnico de Gesto

    de Equipamentos Informticos e era constituda por dezasseis alunos, todos do sexo masculino,

    com idades compreendidas entre os dezasseis e os vinte anos.

    Segundo os dados obtidos atravs do Inqurito Socio biogrfico cedido no Conselho de

    Turma todos os alunos desta residem numa rea relativamente prxima escola, no mximo at

    11 km. Estes so provenientes de famlias de condio mdia-baixa. No que respeita ocupao

    dos tempos livres, grande parte dos alunos passa-o a ver televiso, ouvir msica, a jogar

    consola, nas redes sociais, a sair com os amigos e a praticar desporto. Uma grande parte deles

    no revela grandes expectativas em relao ao prosseguimento de estudos. A grande maioria

    pensa em procurar um emprego na rea aps a concluso do Ensino Secundrio. Apenas dois

    alunos mostram uma tendncia para ingressar no Ensino Superior.

    Ao longo do ano letivo foi-me possvel perceber que toda a turma era muito homognea

    e com uma grande disponibilidade motora para as aulas de Educao Fsica, o nvel desta

    acabou por ser bom. Quanto ao comportamento penso que foi sempre bastante positivo, apesar

    de ter alguns alunos que poderiam destabilizar as aulas fui encontrando estratgias para

    solucionar esses casos.

  • 3) REA 1 ORGANIZAO E GESTO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

  • 10

    atravs do Processo Ensino Aprendizagem que o docente constri uma identidade

    profissional, a partir neste que surge o desenvolvimento do conhecimento e da ao como

    professor(a), ou seja, este processo a base do exerccio da profisso docente.

    3.1) Conceo

    No processo ensino-aprendizagem h sempre um caminho a seguir entre um ponto de

    partida e um ponto de chegada, assim natural que seja necessrio verificar se o trajeto est a

    decorrer em direo meta inicialmente pretendida, ou se porventura alguns alunos pararam

    por no saber qual o caminho ou por terem enveredado por um errado (Ribeiro, 1999). Neste

    sentido, o planeamento e respetivas alteraes a este so tarefas imprescindveis, no processo

    ensino-aprendizagem.

    Apesar de na minha prtica de ensino supervisionada ter lecionado duas turmas do

    Ensino Profissional e o programa apresentar algumas alteraes em relao ao programa do

    Ensino Regular as orientaes metodolgicas gerais relativas aplicao do presente programa

    so, necessariamente, coincidentes com as enunciadas nos restantes programas quanto lgica

    e princpios do projeto curricular da Educao Fsica e da elaborao do plano de turma. Embora

    pese a sua especificidade decorrente, nomeadamente, ao nvel da organizao modular (que

    idntica planificao das unidades didticas do ensino regular). Estando ciente que um ensino

    sustentado e planeado fundamental, o primeiro passo a tomar para lecionar com sucesso

    conhecer na ntegra os Programas Nacionais de Educao Fsica.

  • 11

    3.2) Planeamento

    Segundo Vasconcellos et al.(2002, p80) o planeamento:

    pode ser concebido como processo que envolve a prtica docente no cotidiano escolar, durante

    todo o ano letivo, onde o trabalho de formao do aluno, atravs do currculo escolar, ser

    priorizado. Assim, o planeamento envolve a fase anterior ao incio das aulas, o durante e o depois,

    significando o exerccio contnuo da ao-reflexo-ao, o que caracteriza o ser educador

    No decorrer da minha prtica pedaggica procurei recorrer a 3 nveis de planificao

    distintos, sendo eles a planificao anual, planificao modelar e planos de aula. Para poder

    planificar a estes nveis tentei ter sempre em ateno os objetivos do programa, os materiais e

    espaos disponveis, as necessidades, interesses e nvel de desenvolvimento motor das minhas

    turmas, diminuindo desta forma a improvisao e qualquer tipo de imprevisto.

    Na fase de planeamento anual foi necessrio adequar as diretrizes que regulam

    determinados aspetos da elaborao do Plano de Turma, particularmente, quanto composio

    do currculo dos alunos, no quadro da carga horria prevista e estruturao e durao dos

    mdulos. Para tal a organizao dos horrios uma condio de garantia de qualidade e eficcia

    no que diz respeito Educao Fsica que no pode ser negligenciada, caso contrrio pode

    condicionar e muito o desenvolvimento dos alunos, designadamente, ao nvel da sua Aptido

    Fsica e dos efeitos para a Sade. A distribuio dos mdulos dever ser a mais equilibrada

    possvel ao longo de todos os trs anos do curso, garantindo desta forma que os alunos tenham

    uma prtica continuada e sistemtica ao longo da sua formao. O nmero de sesses

    semanais, em cada ano do curso e a forma como estas so distribudas ao longo da semana so

    um dos aspetos crticos na organizao dos recursos temporais. Para que a aplicao do

    programa fosse eficiente deveria haver a garantia de duas sesses de Educao Fsica por

    semana, com um tempo til de 45 minutos, isto em dias no consecutivos. O que na verdade

    no aconteceu na escola onde me encontrei a lecionar, devido organizao dos horrios e ao

    grande nmero de turmas existentes. Quanto a isso e como professora estagiria no pude fazer

    mais nada para alm de transmitir ao grupo de Educao Fsica o que realmente deveria ter sido

    feito.

    Para resolver este problema existiria a necessidade do grupo de Educao Fsica

    colaborar com os rgos responsveis da escola, de forma a encontrarem a melhor soluo para

  • 12

    a organizao dos horrios de Educao Fsica, garantindo dessa forma as condies

    necessrias plena realizao da mesma. Neste contexto educativo a meu ver estritamente

    necessrio, que os alunos adquiram as competncias essenciais que lhes permitam um estilo de

    vida ativo, que passa pela promoo da autonomia na realizao de atividade fsica, de acordo

    com preceitos metodolgicos mais corretos.

    Quanto s decises da composio curricular, e segundo as indicaes presentes no

    programa, deveriam ser garantidas em conjunto, por mim e pelos meus alunos, selecionando

    assim no plano da turma as matrias que compem o seu currculo (mdulos relativos s

    atividades fsicas), escolha essa que deve ser e foi condicionada de modo a garantir o

    desenvolvimento de competncias diversificadas. Esta escolha deveria ocorrer aps o perodo de

    avaliao inicial onde os alunos experimentam as atividades que a escola lhes pode oferecer

    segundo o programa. O que tambm no aconteceu na escola onde me encontrei a lecionar, os

    alunos escolheram sim, os mdulos relativos s atividades fsicas, porm no existiu um perodo

    de avaliao inicial devido ao nmero reduzido de aulas destinados ao Ensino Profissional.

    Relativamente aos restantes mdulos, as competncias foram trabalhadas essencialmente em

    contexto prtico, dando especial destaque ao desenvolvimento da aptido fsica e promoo de

    sade.

    A gesto temporal e responsabilidade de deliberao pedaggica dos diferentes mdulos

    cabem tambm a ns professores, esta que depende das condies que a escola nos oferece,

    das caractersticas das turmas, da avaliao inicial que deveria ser realizada e das nossas

    opes pedaggicas. A lecionao de mais do que um mdulo em simultneo naturalmente

    aconselhvel, na linha dos princpios que orientam a disciplina de Educao Fsica, e tambm

    devido rotao nos diferentes espaos disponveis na escola, que neste caso eram 4. O nvel

    de especificao de cada matria , apenas, uma referncia para o professor, embora deva

    corresponder sempre norma para a definio do sucesso dos alunos em cada mdulo. Com

    efeito, se a avaliao inicial o permitisse, o professor podia selecionar desde logo nveis mais

    adequados, e porventura mais exigentes de objetivos de desenvolvimento dos alunos, no plano

    de turma, de acordo com as suas caractersticas (possibilidades) e a sua estratgia pedaggica.

    Porm isso s foi feito aps a primeira aula de cada mdulo, ao invs de uma primeira fase de

    avaliao inicial nas primeiras semanas de aulas.

  • 13

    A aula assume-se como o ponto de convergncia do pensamento e da ao do docente,

    para uma melhor organizao dessa , a meu ver, fundamental a realizao de um plano de

    aula (anexo 3), este foi o cerne do meu trabalho dirio e da reflexo que segui aps cada aula.

    Este foi trabalhado e discutido conjuntamente com os meus colegas de estgio, professor

    orientador e professor cooperante, para que fosse realmente til e de fcil leitura e perceo.

    3.3) Realizao

    Aps a fase de conceo e de planeamento, surge a fase da realizao, onde a teoria

    adquirida se procura colocar em prtica. As aprendizagens dos alunos esto muito dependentes

    da interveno pedaggica, ou seja, da instruo, da gesto, da disciplina e do clima de aula,

    mas tambm das capacidades e competncias que o professor demonstra para criar contextos

    de aprendizagem mais favorveis.

    No incio do processo de ensino-aprendizagem e nomeadamente na primeira aula foi

    minha inteno criar e definir regras, rotinas e princpios que orientaram a prtica, fazendo com

    que os alunos se sentissem parte integrante da organizao da aula. No decorrer das aulas

    procurei criar um clima favorvel aprendizagem, sendo flexvel e emanando, na grande maioria

    das vezes, capacidade de adaptao face ao imprevisto. Foi tambm minha inteno adequar os

    exerccios s reais capacidades dos alunos, selecionando as estratgias pedaggicas que achei

    mais pertinentes promoo de melhores aprendizagens e elevado tempo de empenhamento

    motor. O mais importante do trabalho do professor a meu ver o sucesso educativo e formativo

    dos seus alunos, e para atingir esse objetivo, fiz uso, sempre que possvel, da demonstrao e

    da diferenciao pedaggica, dividindo os alunos por nveis ou grupos homogneos. Quanto

    minha colocao estratgica no espao de aula durante o decorrer da prtica pedaggica a meu

    ver foi tambm muito importante, uma vez que me permitiu ter o total controlo visual da turma,

    e assim, incentivar os no executantes, e detetar execues incorretas fazendo uso do feedback

    pedaggico. Procurando que esse fosse seletivo, pertinente, nunca indiscriminado, e direcionado

    consoante as caractersticas dos alunos.

    No Ensino Profissional refora-se tambm a ideia de que todas as situaes didtico-

    metodolgicas devero ser inclusivas, estas devero tambm proporcionar muito tempo de

  • 14

    prtica de atividade fsica com significado e qualidade, correspondendo s expectativas de

    aperfeioamento pessoal do aluno sem nunca deixarem de ser desafiantes. Estas devem ser

    agradveis, variadas, e lecionadas num ambiente pedaggico que proporcione sobretudo a

    Educao para a Cidadania. No seu conjunto, a atividade do aluno deve ser de moderada a

    intensa constituindo-se como carga fsica que permita a elevao do nvel funcional de todas as

    capacidades motoras. Nos cursos profissionais, esta caracterstica assume uma grande

    importncia, o que exigiu da minha parte uma ateno especial, de forma a minimizar os efeitos

    da reduo da carga curricular da Educao Fsica.

    Os Mdulos que lecionei s turmas que me foram atribudas ao longo deste estgio

    foram Andebol, Badmnton, Ginstica, Futsal, Natao, Dana, Aptido Fsica e um mdulo de

    natureza terica.

    O Mdulo de Andebol, lecionado turma do 11 ano foi planificado para dez blocos de

    noventa minutos. O que est previsto no Programa para o 11 ano o nvel introdutrio de uma

    modalidade coletiva, porm aps uma primeira aula de transmisso de conhecimentos e

    avaliao diagnstica cheguei concluso, em conjunto com o professor cooperante, que toda a

    turma j se encontrava num nvel mais avanado. Como tal o planeamento passou a ser

    orientado para o nvel elementar. Este mdulo sofreu algumas alteraes no decorrer do ano

    letivo devido alterao do horrio da turma, rotaes dos espaos e condies climatricas o

    que acabou por dificultar o meu planeamento inicial. Contudo penso que apesar das muitas

    dificuldades que percebi ter na lecionao da modalidade de andebol, uma vez que ao longo da

    minha formao acadmica nunca ter tido qualquer tipo de contedo direcionado para esta,

    consegui atingir os objetivos mnimos.

    Para o Mdulo de Badmnton (nvel introdutrio), lecionado turma do 11 ano, ficaram

    destinadas seis blocos de noventa minutos. Porm devido semana da ESM ao Vivo teve de

    ser retirado um destes blocos. Ao longo deste mdulo e uma vez que a turma era bastante

    problemtica tive de planear as aulas de forma a que estas fossem realmente produtivas. Para

    tal, na fase inicial da aula, quando estes trabalhavam em pares, foi necessrio retirar a raquete a

    um dos elementos quando estes se encontravam a exercitar situaes jogadas, para que assim

    realizassem realmente aquilo que era pretendido, caso contrrio estes partiam para jogo 1x1.

    Com esta estratgia proporcionei aos alunos exerccios em que exercitassem constantemente a

    posio base e as deslocaes em passo cassado uma vez que no tinham a raquete, de forma

  • 15

    a receber o volante. Com esta e outras estratgias penso que consegui atingir os objetivos

    esperados e denotou-se na turma uma grande evoluo, quer na prtica da modalidade, quer no

    comportamento apesar das poucas aulas destinadas ao mdulo.

    No Mdulo de Ginstica de Aparelhos (nvel introdutrio) lecionado ao 11 ano foram

    lecionados 6 blocos de 90 minutos. Porm ao longo do decorrer deste Mdulo foram realizadas

    duas aulas de apoio aos alunos com maiores dificuldades. No planeamento deste e tendo em

    conta os espaos e os materiais disponveis penso ter encontrado as melhores solues de

    forma a proporcionar turma uma boa transmisso e consolidao dos exerccios. Atravs de

    diversas progresses pedaggicas realmente significativas de certa forma motivadoras para a

    turma.

    J no Mdulo de Ginstica Acrobtica (nvel introdutrio) lecionado ao 12 ano foram

    lecionados sete blocos de noventa minutos. Contudo inicialmente estava previsto que seriam

    lecionadas apenas seis aulas, a deciso de aumentar o nmero de aulas para a realizao do

    mdulo deveu-se sobretudo s dificuldades evidenciadas por grande parte da turma. Este foi

    sem dvida o mdulo mais complicado de lecionar, penso que deveria ter sido bem mais

    exigente com a turma. Foram vrias as aulas em que se notou falta de empenho por parte de

    diversos alunos. Como tal penso que deveria ter estabelecido objetivos atingveis em cada uma

    das aulas, como por exemplo partes da coreografia final (ex: duas figuras de pares seguidas de

    um elemento de ligao e uma figura de trio). Na avaliao sumativa ficou provada a falta de

    empenho de alguns alunos e excesso de descontrao. Finalizado este mdulo e com aquilo que

    j referi, como professora estagiria penso que deveria ter exigido mais da turma e de mim

    mesma em cada uma das aulas lecionadas.

    O Mdulo de Futebol (nvel elementar) lecionado ao 12 ano foi planificado para doze

    aulas de noventa minutos. No final deste, foi notrio o sucesso e uma grande evoluo quer por

    parte dos alunos quer por minha parte. Quanto planificao, penso que todos os objetivos

    definidos estavam de acordo com o ano e a turma. No que diz respeito minha interveno

    pedaggica neste mdulo, penso que a turma correspondeu minha dinmica, o que facilitou

    imenso na organizao e gesto das aulas. Esta modalidade foi to motivadora para os alunos

    como para mim. A forma como planifiquei as aulas tambm foi fulcral para tal sucesso, pois

    procurei sempre que os exerccios estimulassem a competitividade e tivessem organizaes

    semelhantes, alterando apenas as condicionantes e os objetivos.

  • 16

    No mdulo de Natao (nvel introdutrio) lecionado turma do 12 ano foram

    lecionados seis blocos de noventa minutos. Concluda a lecionao deste mdulo senti-me

    realmente muito satisfeita uma vez que se notou uma grande evoluo em todos os alunos. Nas

    primeiras aulas foi possvel perceber que muitos destes tinham realmente imensas dificuldades

    neste meio, o que deixou de acontecer ao longo do Mdulo, excluindo um aluno, aluno este que

    faltou a algumas das aulas. Como o nvel da turma era muito baixo ao incio do Mdulo foram

    abordadas essencialmente as diferentes fases da adaptao ao meio aqutico. No decorrer

    deste fui observando uma grande evoluo sobretudo ao nvel da propulso. Quanto nica

    tcnica abordada, a tcnica de crol, foi tambm notria a evoluo de muitos dos elementos da

    turma, embora os restantes no tivessem atingido o mnimo pretendido que fez com que a

    avaliao deste Mdulo fosse essencialmente focada nas fases de adaptao ao meio aqutico.

    de referir que os intervalos entre as aulas foram muito grandes o que dificultou em muito a

    aprendizagem correta da tcnica de nado e at mesmo da adaptao ao meio aqutico, mas

    que apesar disso foi um Mdulo muito positivo uma vez que proporcionou aos alunos uma

    vivncia diferente das que esto habituados.

    Para o mdulo de Dana foram destinadas trs aulas de noventa minutos para a turma

    do 12ano e 4 aulas de noventa minutos para a turma do 11 ano.

    Em conjunto com o professor cooperante ficou determinado que para este mdulo seria

    abordada a modalidade de Zumba. Uma vez que tnhamos conhecimento das caractersticas das

    duas turmas achamos que seria a melhor soluo. Neste mdulo foram transmitidas aos alunos

    algumas noes bsicas de ritmo, tempos musicais, e alguns passos bsicos. O Zumba uma

    atividade fsica aerbica com movimentos de dana e coreografias que misturam uma srie de

    ritmos latinos e internacionais. As coreografias por mim apresentadas foram uma mistura de

    salsa, electro merengue e reggaeton. Estas permitiram que os alunos mantivessem realmente

    uma grande concentrao, participao e um alto nvel de empenhamento motor ao longo de

    todas as aulas. De realar que a turma do 11 ano teve mais dificuldades no decorrer deste

    mdulo uma vez que alguns alunos mostraram-se muito reticentes nas duas primeiras aulas.

    Apesar disso os resultados obtidos em ambas as turmas foram muito positivos, existindo uma

    grande evoluo em todos os alunos apesar das poucas aulas lecionadas no decorrer do

    Mdulo.

  • 17

    O mdulo de Aptido Fsica esteve presente em quase todas as aulas de ambas as

    turmas. Foi minha inteno desenvolver um trabalho continuado ao longo do ano letivo. A prtica

    de exerccio fsico s benfica quando provoca uma adaptao, para isso, o exerccio tem de

    atingir um determinado nvel de intensidade necessrio para produzir alteraes na aptido

    fsica, como tal procurei determinar uma boa relao entre a intensidade e o volume dos

    exerccios propostos. Este mdulo apenas foi avaliado na turma do 12 ano, tal como indica o

    programa. Comparando os resultados obtidos na bateria de testes do Fitnessgram no incio e no

    final do ano letivo foi notria a evoluo da grande maioria dos alunos.

    Finalmente no que diz respeito realizao do Mdulo Terico, foi dinamizado um

    seminrio sobre Atividade Fsica/Contextos de Sade. Este foi pensado e organizado de forma a

    ir de encontro aos temas presentes no Programa do Ensino Profissional. A presena neste

    Seminrio foi obrigatria e na aula seguinte de maneira a avaliar os alunos neste foi realizado

    um questionrio/mini teste cerca do que foi abordado na palestra com o tema referente ao

    ano em que os alunos estavam a frequentar.

    3.4) Avaliao

    A avaliao vivenciada em grande parte das escolas constitui o principal instrumento de

    sustentao da organizao e planeamento do trabalho escolar. Segundo Pacheco (1998) o

    conceito avaliar refere-se atribuio de um juzo de valor sobre a propriedade de um processo

    para a aferio da qualidade do seu resultado. Contudo, a compreenso do processo de

    avaliao do processo ensino/aprendizagem tem sido pautada pela lgica da mensurao, isto

    , associa-se o ato de avaliar ao de medir os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Na

    instituio em que me encontrei a desenvolver a prtica de ensino supervisionada, os critrios de

    avaliao (por mdulo) do Ensino Profissional foram definidos da seguinte forma, Domnio Motor

    (70%) e Domnio Scio afetivo (30%).

    A minha inteno passava por recorrer s diferentes funes pedaggicas da avaliao

    sendo elas a diagnstica, a formativa e a sumativa, contribuindo assim para a sua regulao e

    permitindo tomar medidas ainda em tempo til para favorecer o progresso e a aprendizagem de

    todos os alunos. Porm como j referi anteriormente devido ao nmero reduzido de aulas o

  • 18

    processo de avaliao inicial teve de ser esquecido, mesmo contra a minha vontade, pois penso

    que esta indispensvel para poder elaborar da melhor forma o plano de turma. A avaliao

    inicial teria como objetivos fundamentais diagnosticar as dificuldades e limitaes dos alunos

    face as aprendizagens previstas e prognosticar o seu desenvolvimento. Uma avaliao com este

    propsito serviria para situar os alunos em relao aos programas de educao fsica. Nesta os

    alunos deveriam ser confrontados com todas as matrias de educao fsica selecionadas, tendo

    por referncia o programa nacional de E.F e as adaptaes que o departamento de E.F efetuar

    aquando da elaborao do seu projeto educativo da escola. Seria ento destinado um perodo de

    quatro a cinco semanas para que eu pudesse recolher o mximo de dados sobre as turmas que

    me foram atribudas. O contexto onde esta ocorreria deveria ser idntico a aula de educao

    fsica dita normal, onde o ensino e aprendizagem so caractersticas fundamentais, num clima

    de permanente desafio e no apenas um perodo onde os alunos so examinados. O plano anual

    da turma s deveria ser realizado aps o perodo da avaliao inicial e, a especificidade de cada

    um das suas etapas s deve ocorrer apos avaliao da etapa de ensino-aprendizagem anterior.

    No decorrer das aulas e dos diferentes mdulos e na avaliao Formativa foram

    constantemente recolhidas as informaes relativas a dificuldades e/ou progressos dos alunos,

    dessa forma adquiri referncias, para assim diagnosticar os fatores que estavam na origem das

    dificuldades de aprendizagem dos alunos. Apos a deteo dessas dificuldades procurei sempre,

    em conjunto com o professor cooperante, adaptar as metodologias de ensino e aprendizagem de

    acordo com a interpretao das informaes recolhidas.

    No final de cada mdulo recorri avaliao sumativa, de forma a determinar se os

    objetivos previstos foram alcanados, medindo e classificando as aprendizagens de cada aluno.

    A avaliao Sumativa regeu-se pelos objetivos do ciclo formativo e pelos objetivos das matrias

    que estruturam os mdulos os quais explicitam os aspetos em que deve incidir a apreciao dos

    alunos nas situaes apropriadas. Os objetivos enunciaram tambm, as qualidades que me

    permitiram interpretar os resultados da observao e elaborar uma apreciao representativa

    das caractersticas evidenciadas pelos alunos. Assim, os objetivos do ciclo formativo constituram

    as principais referncias no processo de avaliao dos alunos, incluindo o tipo de atividades em

    que devem ser desenvolvidas e demonstradas atitudes, conhecimentos e capacidades, comuns

    s reas e especficas de cada uma delas. Considera-se, pois, que o reconhecimento do sucesso

    representado pelo domnio/demonstrao de um conjunto de competncias que decorrem dos

  • 19

    objetivos do ciclo de formao. O grau de sucesso ou desenvolvimento do aluno em Educao

    Fsica corresponde qualidade revelada na interpretao prtica dessas competncias nas

    situaes caractersticas (inscritas na prpria definio dos objetivos, e.g. jogo 5x5, percurso,

    composio, etc.).

    Os critrios de avaliao estabelecidos pela escola e pelo(s) professor(es) permitiram

    determinar, concretamente, esse grau de sucesso. Constituem, portanto, regras de

    qualificao da participao dos alunos nas atividades selecionadas para a realizao dos

    objetivos e do seu desempenho nas situaes de prova, expressamente organizadas pelo

    professor para a demonstrao das qualidades visadas. Surgem tambm as Normas de

    Referncia para o Sucesso na Educao Fsica, referenciados no Programa Nacional do Ensino

    Profissional que tm o propsito de tornar mais claras, visveis e coerentes as condies

    genricas de obteno da classificao de 10 valores em cada mdulo, as quais devero ser

    consideradas nos critrios e parmetros de avaliao a definir pelo(s) professor(es) a nvel de

    escola. Os mdulos a lecionar indicados so os seguintes:

  • 20

    Figura 1- Normas de Referncia

    Para alm de tudo isto, procurei como professora, esforar-me por ser credvel, reflexiva,

    exigente e imparcial em todos os processos de avaliao.

  • 4) REA 2: PARTICIPAO NA ESCOLA E RELAO COM A COMUNIDADE

  • 22

    Este ponto retrata a minha relao como professora estagiria com a escola, com a

    comunidade escolar e com a comunidade local onde est inserida a escola.

    Como vim a constatar ao longo deste estgio, o papel o professor no se resume

    somente a lecionar aulas, existem outras responsabilidades inerentes a esta profisso. Como

    professora estagiria, apoiada pelo Departamento de Educao Fsica e pela restante

    comunidade escolar, tive a responsabilidade de participar e dinamizar atividades que

    promovessem a atividade fsica associada a hbitos de vida saudvel. Assim, tive a oportunidade

    de participar em inmeras atividades, no s como cooperante mas tambm como

    organizadora, juntamente com os meus colegas de estgio, pelo que irei aqui dar destaque a

    algumas delas.

    4.1) Atividades Realizadas

    Para a semana da ESM ao Vivo conjuntamente com os restantes colegas do ncleo de

    estgio decidimos organizar trs atividades. Ao longo do dia 3 de abril de 2013, na Aula Magna,

    foi dinamizado o seminrio Atividade Fsica/Contextos de Sade, organizado pelo Ncleo de

    Estgio de Educao Fsica. Para tal foram muitas as tarefas que tivemos de realizar com meses

    de antecedncia, quer para contactar os oradores, arranjar o espao para este, tratar do

    catering, organizar as turmas a assistir ao seminrio, entre muitas outras tarefas.

    Um dos principais objetivos deste seminrio passava por sensibilizar a comunidade

    escolar para a relao entre a atividade fsica, a aptido fsica e a sade, e da importncia da

    aptido fsica no desenvolvimento das capacidades coordenativas. Mas o principal objetivo

    passava por proporcionar a realizao do Mdulo Terico da disciplina de Educao Fsica no

    ensino profissional.

    A primeira palestra, com o ttulo Suporte Bsico de Vida: uma necessidade de sade,

    contou com a presena da Enfermeira Cristina Pereira (Hospital Privado de Viana), que

    transmitiu numerosa assistncia conhecimentos sobre suporte bsico de vida como forma de

    preveno de situaes de emergncia em que surja uma vtima em paragem

    cardiorrespiratria.

  • 23

    O orador da segunda palestra foi o Professor Mrio Simes (docente no Instituto

    Politcnico de Viana de Castelo), que abordou a temtica Intensidade do exerccio vs efetividade

    e novas metodologias, salientando a importncia da utilizao de mtodos de treino de alta

    intensidade (HIT, Fora, Crossfit) para a melhoria da condio fsica e morfolgica, em contraste

    com o treino clssico (aerbio).

    Por ltimo, o Professor Csar Chaves (docente no Instituto Politcnico de Viana de

    Castelo) apresentou a conferncia Ainda ests sentado? Como o sedentarismo prejudica os

    jovens, apontando o sedentarismo como um importante fator de risco para a sade e referindo

    algumas consequncias da inatividade fsica, assim como formas de as prevenir.

    Para essa mesma semana foi organizado um torneio Tribol (Torneio de Jogos

    Desportivos Coletivos, Futsal GR+3x3+GR; Voleibol 4x4, Basquetebol 3x3). Este que contou com

    a inscrio de 12 equipas de 10 elementos, envolvendo grande parte da comunidade escolar e

    que levou centenas de alunos s bancadas do pavilho para assistir ao invento. Este decorreu

    sem qualquer tipo de incidentes e em simultneo organizamos tambm atividades de Remo

    Indoor. Os objetivos desta atividade extra eram a divulgao e captao de alunos para a

    modalidade Remo e a participao da comunidade escolar numa atividade fsica alternativa.

    Destaco que para estas trs atividades apenas eu e a minha colega Joana Alves que

    demonstramos interesse e trabalhamos realmente na sua organizao, enquanto os restantes

    dois colegas praticamente apenas deram a cara no dia do invento.

    4.2) Outras Atividades

    Ao longo do estgio para alm das atividades organizadas, fiz questo de colaborar em

    outras atividades organizadas pela escola, e no Desporto Escolar.

    No dia 12 de Dezembro de 2012 realizou-se o Corta Mato Escolar, este que contou com a

    presena de centenas de participantes quer da escola organizadora quer de uma escola de

    Segundo e Terceiro Ciclo que tambm se aliou a esta. A minha participao na organizao

    deste evento passou por no dia anterior sua realizao me deslocar at ao local e ajudar na

    definio do percurso onde passei horas a espetar estacas, colocar fitas e a tapar buracos para

  • 24

    que os alunos no se lesionassem. No dia da prova tive de me deslocar mais cedo para a escola

    pra proceder distribuio de alguns dorsais e no decorrer desta estive responsvel pela

    alterao de uma das fitas do percurso, fita essa por onde eram controladas as diferentes

    distncias a percorrer nos diferentes escales. Foi tambm da minha responsabilidade controlar

    se os participantes cometiam transgresses que os pudessem levar desclassificao. Apesar

    dos aguaceiros que se faziam sentir a prova decorreu da melhor forma possvel no existindo

    nenhum problema, de assinalar que no existiu nenhum tipo de atrasos terminando hora

    prevista.

    No que diz respeito ao Desporto Escolar eram vrias as ofertas que a escola oferecia,

    sendo elas o Goalbal, a Natao, Badminton, Voleibol Feminino, Tiro com Arco, Basquetebol

    Feminino, Futsal Feminino e Masculino, Tnis de Mesa, Esgrima e Tnis.

    A minha participao nestas atividades passou por cooperar semanalmente nos treinos de

    Tnis de Mesa, onde ajudei na realizao destes e onde me responsabilizei pelo material

    utilizado. Porm a minha principal atividade passou por auxiliar nos treinos de Futsal Feminino e

    Masculino, onde fui a responsvel pelo trabalho especfico nos treinos dos guarda-redes. Para tal

    deslocava-me escola duas vezes por semana propositadamente para treinar os 5 guarda-redes

    existentes, sendo trs do sexo masculino e duas do sexo feminino. De referir que sempre que se

    realizaram competies procurei acompanhar as equipas. Nesta tarefa foram vrios os elogios

    que fui recebendo por parte do professor responsvel pelo Futsal no Desporto Escolar, segundo

    este o meu trabalho foi muito produtivo e a evoluo dos 5 guarda-redes que treinei ao longo do

    ano escolar foi a prova clara disso.

  • 5) FORMAO E INVESTIGAO EDUCACIONAL EM EDUCAO FSICA

  • 26

    O nvel de desempenho motor na ginstica dos estudantes do Ensino Profissional. Um

    estudo exploratrio no 12 ano.

    5.1) Introduo

    O presente documento pretende expor o trabalho de investigao que tem como ttulo

    O nvel de desempenho motor na ginstica dos estudantes do Ensino Profissional. Um estudo

    exploratrio no 12 ano. A Educao Fsica uma disciplina curricular obrigatria no sistema

    educativo portugus e possui uma vital importncia no desenvolvimento integral das crianas e

    adolescentes. Dentro dos vrios objetivos gerais que persegue e competncias motoras que os

    estudantes devero adquirir, a ginstica sendo uma matria nuclear presente nos vrios anos e

    ciclos de estudo, pela especificidade que encerra, dever merecer uma ateno especial. Os

    programas de Educao Fsica apresentam uma estrutura vertical, compostos por objetivos por

    ciclo, tanto mais complexos quanto maior o ciclo de aprendizagem. importante que os

    objetivos no final de cada um dos ciclos de cada etapa educativa sejam cumpridos para que o

    aluno possa passar ao ciclo seguinte com as aprendizagens adquiridas e, de certa forma,

    consolidadas, pois caso isso no acontea pode pr em causa as aprendizagens futuras dos

    alunos.

    O objetivo principal deste estudo passa por verificar se os alunos que frequentam o

    12ano de escolaridade do Ensino Profissional atingiram as competncias motoras essenciais ao

    nvel da Ginstica de Solo e Aparelhos dos anos anteriores de escolaridade.

    A amostra por convenincia constituda por 15 alunos, de uma das turmas das quais

    me encontrava a lecionar. Este estudo est dividido em quatro partes, a saber: na primeira faz-se

    a reviso da literatura, de seguida explicitam-se os objetivos do estudo, para de seguida se

    apresentar as opes de carter metodolgico, a caraterizao do contexto escolar, da amostra,

    os instrumentos de recolha de dados, os procedimentos estatsticos utilizados para o tratamento

    dos dados e por fim, analisa-se e discute-se os resultados encontrados, bem como se

    apresentam as concluses finais.

    Este estudo surgiu fundamentalmente da necessidade de esclarecer algumas dvidas

    que foram surgindo ao longo da prtica de ensino supervisionada, uma vez que no decorrer das

  • 27

    aulas de Ginstica de ambas as turmas lecionadas foram bastante notrias as dificuldades

    evidenciadas pelos alunos. Desta forma, os resultados encontrados neste estudo podero servir

    de base e reflexo para, entre outros, os docentes desta escola para que, tambm entre outras

    coisas, possam desenvolver uma planificao plurianual (por ciclo) mais rigorosa e por

    consequncia uma planificao anual mais eficaz e direcionada para o desenvolvimento integral

    dos alunos ao nvel da Ginstica.

  • 28

    5.2) Enquadramento Cientifico

    Uma das principais responsabilidades inerentes escola passa pelo desenvolvimento

    social e formativo dos cidados contribuindo para o desenvolvimento pessoal e coletivo no

    sentido fsico, intelectual, afetivo e social, integrando o sujeito na comunidade como membro

    ativo e participativo (Azevedo et al.,2011, 1). A Educao Fsica, como disciplina curricular, tem

    um papel fundamental no desenvolvimento dos indivduos para que estes alcancem uma

    harmonia e vrios nveis, principalmente ao que ao domnio motor diz respeito.

    Os Programas Nacionais para a disciplina de Educao Fsica focam-se particularmente

    na atividade fsico-motora pedagogicamente orientada para o desenvolvimento multilateral e

    harmonioso do aluno e nos seus valores educativos. Estes, tem na sua origem uma conceo

    ecltica, com uma larga extenso de atividades (Fsicas Desportivas, Rtmicas Expressivas,

    Explorao da Natureza e Jogos Tradicionais e Populares). A Ginstica surge nos Programas

    Nacionais de Educao Fsica como uma das suas atividades nucleares. Esta integra as

    Atividades Fsicas Desportivas, tendo como subgrupos: Solo, Aparelhos, Acrobtica, (PNEF,

    1991, PNEF (Reviso), 2001). Dessa forma verifica-se na Ginstica um certo ecletismo, com os

    Programas a contemplarem um alargado leque de disciplinas o que a torna uma modalidade

    relevante e o seu alto valor formativo e educativo concedem-lhe um carcter de base,

    colaborando para a formao multilateral dos alunos.

    Segundo Bom (1990), verifica-se que nos Programas de Educao Fsica surgem os

    seguintes princpios ou caractersticas:

    Prescritivos, apresentando o padro ou orientao principal do ensino, admitindo

    ainda assim vrias possibilidades e alternativas, permitindo dessa forma incluir entre outras

    as diferenas individuais e a capacidade de deciso do professor;

    Lentos, isto , os programas progridem lentamente ao longo da escolaridade;

    Organizados verticalmente, ou seja, apresentam uma lgica vertical de progresso, de

    ano para ano de ensino e de um ciclo para outro ao longo da escolaridade (o que acaba por no

    acontecer no Ensino Secundrio Profissional uma vez que o nvel de dificuldade

    substancialmente mais baixo que no Ensino Secundrio Regular);

  • 29

    Flexveis, permitindo adaptar-se os objetivos do programa, avanando ou recuando em

    funo das caractersticas dos alunos, dos recursos disponveis e das opes do prprio

    professor.

    O contedo de cada uma das matrias encontra-se especificado em trs nveis:

    Introduo, que apresenta as bases e o modelo cultural de cada atividade fsica;

    Elementar, que se apresenta como um modelo formalizado de princpios e regras;

    Avanado, que corresponde ao nvel superior, que poder ser atingido no quadro da

    disciplina de Educao Fsica (PNEF, 1991, PNEF (Reviso), 2001).

    Cada nvel traduz assim a atividade representativa de um determinado grau de

    competncia prtica de interpretao dos contedos nas diferentes matrias do programa

    (Metas de aprendizagem, 2012).

    Os autores dos Programas (Bom et al., 1990), consideram do 5 ao 9 ano o bloco

    central ou estratgico do desenvolvimento das matrias na sua forma caracterstica. Segundo

    os mesmos autores, neste perodo deveriam consumar-se as conquistas alcanadas no I Ciclo.

    O 9 ano, dedicado reviso das matrias, devendo completar-se o conjunto de

    objetivos do 3 Ciclo.

    Quanto ao Ensino Secundrio, o 10 ano, apresenta predominantemente um carcter de

    revises e o 11 e 12anos, funcionam com um regime de opes pelas matrias onde os

    alunos pretendam aperfeioar-se. Neste contexto, a Ginstica no exceo.

    O Ensino Profissional um dos percursos do nvel secundrio de educao, caracterizado

    por uma forte ligao com o mundo profissional, onde a aprendizagem realizada valoriza o

    desenvolvimento de competncias para o exerccio de uma profisso, em articulao com o setor

    empresarial local. Estes cursos tm uma estrutura curricular organizada por mdulos, o que

    permite maior flexibilidade e respeito pelos ritmos de aprendizagem doa alunos e o plano de

    estudos inclui trs componentes de formao, sendo elas a Sociocultural, a Cientfica e a

    Tcnica.

  • 30

    O Programa Nacional de Educao Fsica Cursos Profissionais de Nvel Secundrio

    (2004), define como elenco modular para o 10 ano o nvel Introduo da Ginstica de Solo e o

    nvel Introduo de um aparelho da Ginstica de Aparelhos, para o 11 ano estabelece o nvel

    Elementar da Ginstica de Solo e o nvel de Introduo de outro aparelho da Ginstica de

    Aparelhos. Assim, segundo o Programa Nacional de Educao Fsica Cursos Profissionais de

    Nvel Secundrio (2004) no final do 11 ano de escolaridade de na Ginstica de Solo os alunos

    do Ensino Profissional devero ser capazes de cooperar com os companheiros nas ajudas e

    correes que favoream a melhoria das suas prestaes, garantindo condies de segurana

    pessoal e dos companheiros, e colaborar na preparao, arrumao e preservao do material.

    Devem tambm elaborar, realizar e apreciar uma sequncia de habilidades no solo (em

    colches), que combinem, com fluidez, destrezas gmnicas, de acordo com as exigncias

    tcnicas indicadas, designadamente: Cambalhota frente, Cambalhota frente saltada,

    Cambalhota retaguarda, Pino de braos, Roda, Avio, Posies de flexibilidade sua escolha,

    Saltos, voltas e afundos. No que diz respeito Ginstica de Aparelhos exigido aos alunos que

    cooperem com os companheiros nas ajudas, paradas e correes que favoream a melhoria das

    suas prestaes, garantindo condies de segurana, pessoal e dos companheiros, e colaborem

    na preparao, arrumao e preservao do material. Estes devem realizar, aps corrida de

    balano e chamada a ps juntos no trampolim (Reuther ou sueco) e chegando ao solo em

    condies de equilbrio para adotar a posio de sentido, os seguintes saltos: Salto de eixo no

    boque, Salto entre-mos no boque ou plinto transversal. No mini-trampolim, aps corrida de

    balano, chamada com elevao rpida dos braos e receo equilibrada no colcho de queda,

    realizam os seguintes saltos: Em extenso (vela), Engrupado, Meia pirueta vertical.

    A grande influncia e importncia das Capacidades Fsicas Condicionais e Coordenativas

    nas aprendizagens em Ginstica, so defendidas por diversos autores.

    Martin (1999), diz-nos que o desenvolvimento das capacidades condicionais e

    coordenativas so um apoio na aprendizagem das tcnicas e habilidades em qualquer

    modalidade desportiva. Segundo este autor o perodo dos 9 aos 12 anos um timo perodo de

    aprendizagem, onde os jovens demonstram uma maior capacidade de aprendizagem motora. Na

    Ginstica, de acordo com o desenvolvimento intelectual, motor e scio afetivo da criana a que

    acresce as caractersticas dos perodos sensitivos de desenvolvimento inicia-se desde cedo,

  • 31

    recebendo uma carga mais significativa do 3 ao 7 ano, mantendo-se, contudo como matria

    de ensino durante toda a escolaridade (Bom et al., 1990).

    Raposo (1999), reconhece que as Capacidades Motoras (Condicionais e Coordenativas)

    so condies essenciais para o desenvolvimento da tcnica e da qualidade do gesto motor. Este

    diz-nos por exemplo que a fora nas suas vrias expresses fator necessrio a inmeras

    aprendizagens e que no caso da flexibilidade, uma boa amplitude de segmentos indispensvel

    na realizao de inmeros exerccios em modalidades em que a constituinte tcnica o fator

    principal no rendimento desportivo, abrangendo neste caso a Ginstica.

    Moreira & Arajo (2004), referenciam a relevncia e a influncia da preparao fsica,

    das capacidades motoras e de vivncias antecedentes na aprendizagem dos saltos nos

    trampolins elsticos. Consideram tambm que a velocidade, a fora e a flexibilidade so das

    mais importantes capacidades motoras para a prtica de Ginstica.

    Tambm a metodologia de ensino dos elementos tcnicos em ginstica surge como um

    aspeto importantssimo no ensino da modalidade. Contempla necessariamente vrios aspetos e

    fatores os quais devem ser tidos em conta na abordagem das diferentes matrias no solo,

    Aparelhos e Acrobtica.

    Para Arajo (2002), o ensino da ginstica est ligado a dois problemas: a aprendizagem

    das tcnicas da forma mais correta e a segurana dos alunos e professor. Nas questes de

    segurana, a ajuda material nas situaes de aprendizagem e a interveno do professor ou de

    um ajudante destacada, sugerindo neste contexto, trs tipos de ajudas: impulso, manipulao

    e parada.

    Os diversos aspetos referidos e desenvolvidos, permitem-nos enquadrar a Ginstica nos

    Planos Nacionais de Educao Fsica, percebendo a importncia das Capacidades Condicionais

    e Coordenativas na perspetiva do seu contributo para as aprendizagens dos alunos e da

    determinao de uma metodologia de ensino que possa promover o sucesso na abordagem da

    Ginstica no mbito das aulas de Educao Fsica na escola.

    No que diz respeito aos resultados propriamente ditos a deliberao do que separa um

    aluno apto de um no apto na Educao Fsica tem de estabelecer pressupostos que conjeturem

    a grande multiplicidade de condies das escolas, as distintas capacidades dos alunos e a

  • 32

    prpria filosofia do programa quanto sua gesto e eventual disparidade das matrias que

    compem o currculo. Na realidade, no sendo possvel, nem desejvel, garantir o mesmo

    currculo a todos os alunos , porm desejvel que se procure estabelecer um patamar no qual

    se possam inserir todos os alunos, que demonstrem possuir as competncias essenciais

    promovidas por esta rea disciplinar. Em 2001, introduziu-se uma componente no currculo de

    Educao Fsica muito relevante, que mais tarde foi generalizada para as outras reas

    disciplinares, sendo ela as Normas de Referncia para o Sucesso em Educao Fsica. No fundo,

    estas metas por ciclo vm retificar uma falha que existia no Sistema Educativo Portugus.

    Segundo o Programa Nacional de Educao Fsica Cursos Profissionais de Nvel

    Secundrio, (2004) a desigualdade de condies de trabalho nas diferentes escolas ,

    seguramente, um dos fatores que mais tem contribudo para a dificuldade sentida pelos

    profissionais em conferir s questes da avaliao um carcter mais adequado s exigncias

    que a disciplina lhes coloca. A continuada adaptao a essas condies de trabalho, atravs de

    uma gesto local dos programas, tem possibilitado encontrar as solues mais adequadas e

    adaptadas a cada realidade. Todavia, tem tambm determinado uma imensa diversidade no

    currculo dos alunos, o que, no deixando de ter algumas vantagens, tem vindo tambm a

    complexificar a congruncia no percurso de desenvolvimento dos alunos no decorrer de toda a

    sua escolaridade. Esta situao, tem vindo lentamente a atenuar-se, devido a uma melhoria

    progressiva das condies oferecidas aos alunos e aos professores. Surge ento, cada vez mais

    um percurso que permite avaliar com uma maior confiana as questes diretamente

    relacionadas com a avaliao dos alunos e com a definio do que se considera um aluno com

    sucesso na disciplina de Educao Fsica.

    O artigo 8 da Lei 48/86, de 14 de Outubro, ao estabelecer as bases do sistema

    educativo, estabelece, no seu nmero dois, que a articulao entre ciclos obedece a uma

    sequencialidade progressiva, conferindo a cada ciclo a funo de completar, aprofundar e

    alargar o ciclo anterior, numa perspetiva de unidade global do ensino bsico. A Ginstica

    introduz-se desde o 1. ciclo, recebendo uma carga mais significativa do 3. ao 8. ano, pois

    esse o perodo mais favorvel (em termos de desenvolvimento motor e caractersticas

    morfolgicas) para aceder a nvel elevado de desempenho e de aprendizagem das habilidades

    mais complexas nesta rea (Metas da aprendizagem, 2011, p. 29). Assim, desenha-se um bloco

    estratgico, do 5. ao 9.anos. neste bloco que se estabelece o tratamento das matrias na

  • 33

    sua forma caraterstica, na sequncia das atividades e conquistas realizadas no 1. ciclo. Alm

    disso, aqui que se garante o tratamento do conjunto de matrias de Educao Fsica (toda a

    extenso), antecipando o modelo flexvel, de opes dos alunos ou turmas, preconizado para o

    ensino secundrio. O 9. ano dedicado reviso das matrias, aperfeioamento e/ou

    recuperao dos alunos, tendo por referncia a realizao equilibrada e completa do conjunto de

    competncias previstas para o 3. ciclo. O 5. ano cumpre a mesma funo em relao ao 1

    ciclo, alm de assegurar as bases de desenvolvimento posterior. Anteriormente, no 1. ciclo,

    estabelece-se a formao das competncias fundamentais em cada rea da Educao Fsico-

    motora, quer atravs de formas tpicas de infncia (atividades ldicas e expressivas infantis),

    quer em prticas que favoream no s o desenvolvimento nos domnios social e moral, mas

    tambm preparem as crianas para as atividades fsicas caratersticas das etapas seguintes. No

    secundrio, o 10. ano (do Ensino Regular) tem, predominantemente, o carter de

    revises/reforo, no sentido de os alunos no s poderem avanar em determinadas matrias

    (ou experimentar atividades alternativas), mas tambm para compensar ou recuperar os

    alunos/turmas em reas em que revelam mais dificuldades.

    Com tudo isto parece-me importante analisar se os adolescentes no final do 11 ano

    atingiram as metas presentes no Programa de Educao Fsica para o Ensino Profissional e

    assim perceber se o seu percurso escolar at ento foi realmente eficaz.

  • 34

    5.3) Objetivos

    Geral

    Verificar o nvel de desempenho motor na ginstica dos alunos do Ensino Profissional do

    12 ano de escolaridade.

    Especficos

    Verificar as aprendizagens motoras dos alunos ao nvel da Ginstica de Solo e Aparelhos

    e relaciona-las com as competncias motoras essenciais definidas pelo currculo

    nacional para esta modalidade, procurando constatar se as competncias essenciais

    foram atingidas.

    Comparar as competncias motoras essenciais avaliadas em sequncia com as

    avaliadas separadamente, isto , por elemento gmnico.

    Identificar as percees dos alunos acerca das competncias motoras que julgam

    possuir em relao ginstica e procurar compar-las com os resultados obtidos.

    5.4) Metodologia

    Opes de carter metodolgico

    Para este estudo optamos por utilizar uma estratgia metodolgica de tipo quantitativa.

    Segundo Miranda (2008), a investigao quantitativa carateriza-se pela atuao nos nveis de

    realidade e apresenta como objetivos a identificao e apresentao de dados, indicadores e

    tendncias observveis. Este tipo de investigao mostra-se geralmente apropriada quando

    existe a possibilidade de recolha de medidas quantificveis de variveis e inferncias a partir de

    amostras de uma populao.

    Caraterizao do contexto escolar

    A escola onde se realizou o estudo localiza-se em Viana do Castelo. A maioria dos alunos

    provm de um meio urbano e semi-urbano, sendo a maioria pertencentes a famlias de nvel

  • 35

    socioeconmico mdio e mdio-baixo. A escola possui condies favorveis realizao do

    estudo, pois possui um ginsio equipado com colches, plintos e minitrampolins. Estas

    condies foram fundamentais para a realizao do estudo.

    Caraterizao da amostra

    A amostra por convenincia foi constituda por 15 alunos de nacionalidade Portuguesa,

    residentes no concelho de Viana do Castelo, sendo todos eles do sexo masculino, do 12 ano de

    escolaridade do Ensino Profissional, com idades compreendidas entre os 16 e os 20 anos.

    Figura 2-Distribuio em frequncia das idades da amostra

    Instrumentos de recolha de dados

    De forma a obter a melhor resposta aos objetivos estabelecidos os instrumentos

    utilizados passaram por um inqurito (anexo 9) atravs de um questionrio e pela observao

    sistemtica diferida, atravs de uma grelha de observao focada (anexo 10).

    O questionrio aplicado aps validao estava dividido em trs partes, sendo que a

    primeira parte era composta por perguntas de resposta aberta apenas para identificao do

    inquirido. Na segunda parte deste, as questes estavam direcionadas para a relao com a

    disciplina de Educao Fsica por fim as questes abordavam a relao com a modalidade de

    Ginstica. As questes presentes nas ltimas duas partes do questionrio eram do tipo

    fechado. Dessa forma os inquiridos apenas podiam assinalar resposta(s) mediante as vrias

    opes que lhe foram apresentadas. Dentro dessa classe das respostas fechadas identificavam

  • 36

    trs categorias, resposta nica, resposta mltipla e por escala. Esta opo foi tomada para que o

    tratamento de dados fosse facilitado pela codificao e normalizao da informao.

    Na fase de observao foi realizado um conjunto de exerccios critrio gmnicos, por

    elemento e em sequncia. Para a realizao posterior de uma anlise cuidada foi criada uma

    grelha de observao focada composta por um conjunto de itens a ser avaliados atravs de uma

    escala de competncias essenciais para o 10 e 11 ano na Ginstica de Solo e Aparelhos, para

    que assim verifica-se o nvel em que se encontram os alunos, se as atingiram ou no.

    Para se proceder s filmagens do conjunto de exerccios critrio foram solicitadas

    autorizaes direo da escola e aos encarregados de educao dos alunos (anexo 8). A figura

    3 representa o resumo da metodologia aplicada no estudo.

    Figura 3 - Diagrama da metodologia aplicada no estudo

    Os exerccios critrio foram gravados com duas cmaras, colocadas em diferentes

    ngulos, de forma a obter imagens para a melhor anlise dos resultados.

    Os exerccios critrio na ginstica de solo foram aplicados em dois momentos distintos

    sendo que no primeiro momento foram gravadas trs destrezas na ginstica de solo

    separadamente, de forma analtica, mais precisamente o rolamento frente engrupado,

    rolamento frente saltado e a roda. No segundo momento foram gravadas sete destrezas

    atravs de uma sequncia gmnica, sendo elas o rolamento frente engrupado, avio, apoio

    facial invertido, meia pirueta, rolamento retaguarda, ponte e roda.

    Posteriormente procedeu-se gravao dos exerccios critrio na ginstica de aparelhos,

    onde se iniciou com mini trampolim com a seguinte ordem de exerccios: salto de vela; meia

  • 37

    pirueta; salto engrupado. No final foram gravados dois e exerccios no boque, sendo eles o salto

    ao eixo e o salto entre mos.

    Em cada momento de avaliao cada aluno teve duas tentativas para realizar o

    exerccio critrio, na anlise dos resultados foi considerada apenas a melhor tentativa.

    As gravaes foram realizadas no ginsio da escola. De referir que antes de dar inicio ao

    teste, os alunos foram esclarecidos dos seus objetivos e a forma como este se deveriam realizar.

  • 38

    Tabela 1 Habilidades motoras na ginstica de solo avaliadas de forma analtica

    1. ROLAMENTO FRENTE ENGRUPADO

    Apoiar bem as palmas das mos no solo, largura dos ombros, com os dedos bem afastados; Fletir a cabea, juntando o queixo ao peito; Apoiar a nuca no solo; Fletir os membros inferiores, mantendo-os unidos; Terminar na posio vertical, com o corpo em extenso e em equilbrio, mesma direo do ponto

    de partida.

    2. RODA

    Dar incio ao movimento com um p frente do outro; Avano de um dos MI e afundo lateral; Balano enrgico do MI de trs que se encontra em extenso; Apoio alternado das mos na linha do movimento; Impulso da perna de chamada (perna da frente); MS e tronco alinhados na vertical dos apoios; Na trajetria area, os MI realizam o mximo afastamento possvel e em extenso completa; No contacto ao solo o apoio dos ps alternado na linha do movimento.

    Tabela 2 Habilidades motoras na ginstica de solo avaliadas em sequncia

    1. ROLAMENTO FRENTE ENGRUPADO

    Apoiar bem as palmas das mos no solo, largura dos ombros, com os dedos bem afastados; Fletir a cabea, juntando o queixo ao peito; Apoiar a nuca no solo; Fletir os membros inferiores, mantendo-os unidos; Terminar na posio vertical, com o corpo em extenso e em equilbrio, mesma direo do ponto

    de partida.

    2. AVIO

    Membros inferiores em completa extenso; Grande afastamento dos membros inferiores; Ligeira inclinao do tronco frente (mas sem flexo; arredondamento das costas); Cabea levantada, olhar dirigido em frente, tonicidade geral elevada.

    3. APOIO FACIAL INVERTIDO

    Iniciar na posio de afundo frontal; Balano do MI de trs em extenso e no prolongamento do tronco; Colocao das mos largura dos ombros, com dedos bem afastados e voltados para a frente; Olhar dirigido para as mos; Hiperextenso e repulso dos MS; Alinhamento vertical dos segmentos corporais com extenso mxima do corpo.

  • 39

    4. MEIA PIRUETA

    Alinhamento vertical dos segmentos corporais com extenso mxima do corpo; Terminar voltado para o lado oposto.

    5. ROLAMENTO RETAGUARDA

    Desequilbrio retaguarda; Queixo ao peito; Colocao das palmas das mos no solo, ao lado da cabea, cotovelos unidos, os dedos

    orientados para trs; Manuteno das pernas unidas passagem da bacia pela vertical dos ombros; Repulso de braos.

    6. PONTE

    Membros superiores e inferiores em extenso completa; Palmas das mos completamente apoiadas no solo e viradas para a frente; Elevao significativa da bacia; Empurrar com os ps tentado estender completamente as pernas e, com isso, forar a colocao dos

    ombros numa linha perpendicular ao apoio das mos no solo (ou atrs).

    7. RODA

    Dar incio ao movimento com um p frente do outro; Avano de um dos MI e afundo lateral; Balano enrgico do MI de trs que se encontra em extenso; Apoio alternado das mos na linha do movimento; Impulso da perna de chamada (perna da frente); MS e tronco alinhados na vertical dos apoios; Na trajetria area, os MI realizam o mximo afastamento possvel e em extenso completa; No contacto ao solo o apoio dos ps alternado na linha do movimento.

  • 40

    Tabela 3 Habilidades motoras na ginstica de aparelhos no minitrampolim

    1. SALTO DE VELA

    Corrida de balano, pr-chamada a um p e chamada a dois ps; Elevar o corpo verticalmente em completa extenso; MI unidos em extenso e MS em elevao superior; Bacia em retroverso durante a fase area; Terminar em equilbrio e com o olhar dirigido em frente.

    2. MEIA PIRUETA

    Corrida de balano, pr-chamada a um p e chamada a dois ps; Iniciar a rotao no ponto mais alto da trajetria area; Manter os MS em cima e em extenso; Manter os MI em extenso e unidos; Terminar em equilbrio e voltado no sentido contrrio ao da chamada.

    3. SALTO ENGRUPADO

    Corrida de balano, pr-chamada a um p e chamada a dois ps; No ponto mais alto do voo, flexo dos MI, levando os joelhos ao peito; Manter o tronco na posio vertical com o olhar dirigido para a frente; Extenso do corpo antes da receo; Terminar em equilbrio e com o olhar dirigido em frente.

    Tabela 4 Habilidades motoras na ginstica de aparelhos no boque.

    1. SALTO AO EIXO

    Corrida de balano, pr-chamada a um p e chamada a dois ps no reuther; Subida da bacia elevada em retroverso e colocao das mos no centro do aparelho; Repulso do aparelho (M.S.) seguida do afastamento dos M.I., com o tronco ligeiramente inclinado

    frente; Terminar em equilbrio e com o olhar dirigido em frente.

    2. SALTO ENTRE MOS

    Corrida de balano, pr-chamada a um p e chamada a dois ps no reuther; Elevao da bacia acima do nvel dos ombros; Repulso dos M.S no momento em que apoia as mos no plinto, projetando os ombros e o peito para

    cima; Flexo dos M.I; Terminar em equilbrio e com o olhar dirigido em frente.

  • 41

    Para uma melhor avaliao dos exerccios como j referido anteriormente foi utilizada

    uma grelha de observao focada que contm as habilidades motoras atrs apresentadas nas

    tabelas 1,2,3e 4. A sua avaliao foi dividida em quatro nveis:

    1 No executa;

    2 Executa com muita dificuldade;

    3 Executa com algumas imperfeies;