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SILVIO ADELINO SILVEIRA
DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO E DISPOSIÇÃO DE RESIDUOS SÓLIDOS EM
UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE E PRO POSIÇÃO DE
PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS
CANOAS, 2014
SILVIO ADELINO SILVEIRA
DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO E DISPOSIÇÃO DE RESIDUOS SÓLIDOS EM
UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE E PRO POSIÇÃO DE
PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS
Dissertação apresentada à banca examinadora do Programa de Pós-Graduação em Avaliação de Impactos Ambientais do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Avaliação de Impactos Ambientais.
Orientadora: Profª. Dra.Cristiane Oliveira Rodrigues
Coorientador: Prof. Dr. Sydney Sabedot
CANOAS, 2014
SILVIO ADELINO SILVEIRA
DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO E DISPOSIÇÃO DE RESIDUOS SÓLIDOS EM
UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE E PRO POSIÇÃO DE
PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS
Dissertação apresentada à banca examinadora do Programa de Pós-Graduação em Avaliação de Impactos Ambientais do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Avaliação de Impactos Ambientais.
Aprovado pela banca examinadora em 18 de dezembro de 2014.
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________ Profª. Dra.Cristiane Oliveira Rodrigues
Orientadora - UNILASALLE
____________________________________________ Prof. Dr. Rubens Müller Kautzmann
UNILASALLE
____________________________________________ Prof. Dr. Sydney Sabedot
Co-orientador - UNILASALLE
____________________________________________ Profª. Dra. Ana Cristina Cúria
UFRGS
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Rubens Müller Kautzmann e ao Prof. Dr. Silvio Roberto Taffarel que
acreditaram no meu potencial e contribuíram com suas indicações para o meu ingresso no
Mestrado em Avaliação de Impactos Ambientais.
Ao Prof. Dr. Sydney Sabedot pelas suas observações e orientações na banca de
qualificação que contribuíram para a melhoria do meu trabalho e para a minha formação.
A Prof.ª Dr.ª Ana Cúria, que enriqueceu este trabalho com suas contribuições na banca
de defesa e também no compartilhamento de dados e referências.
A minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Cristiane Oliveira Rodrigues, pela confiança,
paciência, incentivo e que sempre esteve presente e disposta a esclarecer as diversas dúvidas
que tive e também me ajudar em todas as dificuldades encontradas neste período de pesquisa
e desenvolvimento do trabalho.
Aos colegas de mestrado, que compartilharam suas experiências profissionais e
acadêmicas.
Aos professores, funcionários e alunos da instituição de ensino onde realizei minha
pesquisa pela atenção e valiosa colaboração.
A minha esposa e filha, que contribuíram muito, compreendendo as minhas ausências,
nervosismos e, principalmente, me apoiaram nos momentos difíceis.
RESUMO
A preocupação com a gestão dos resíduos sólidos industriais, desde a sua geração até a
disposição final, é notória e crescente em diversas organizações. Assim, há o desafio
constante na busca por práticas adequadas de disposição dos resíduos, partindo,
principalmente, do controle de geração dos mesmos. Neste contexto, o presente trabalho
objetiva identificar, através da realização de um diagnóstico ambiental, as fontes de geração
dos resíduos sólidos de uma instituição de ensino profissionalizante, bem como, classificar e
quantificar tais resíduos, assim como as práticas de coleta e disposição final, visando à
proposição de ferramentas para o desenvolvimento de procedimentos para um Sistema de
Gestão Ambiental (SGA). Nesse estudo, foram realizados levantamentos em documentos
oficiais da instituição, bem como visitas técnicas e obtenção de dados técnicos, teóricos e
práticos relacionados, principalmente à forma de descarte, coleta, transporte interno e
disposição temporária até a destinação final. Adicionalmente, os dados e informações foram
tratados e, com base nas normas e legislações vigentes, foram desenvolvidos procedimentos
de gestão ambiental com posterior aplicação prática dos mesmos na instituição estudada.
Através da identificação e análise das práticas adotadas em seu atual sistema de gestão
ambiental criou-se, portanto, procedimentos específicos direcionados para a padronização de
tais práticas. A coleta seletiva, o gerenciamento dos resíduos sólidos, as atividades específicas
de usinagens, os objetivos e metas, bem como a minimização dos possíveis impactos
ambientais gerados pela instituição foram os temas contemplados pelos procedimentos
definidos. Além disso, com a revisão realizada na legislação atual identificou-se
oportunidades de melhorias também nas instalações atuais relacionadas às técnicas de
descarte, transporte e acondicionamento temporário dos resíduos e melhorias foram
implantadas pela instituição. Dentro deste contexto, o presente trabalho criou um diagnóstico
ambiental da instituição, que contribui para a literatura da área, bem como para suporte de
implementação de programas de educação ambiental de forma contínua para esclarecer e
sensibilizar os usuários de tais locais sobre a responsabilidade e a co-responsabilidade socio-
ambiental, possibilitando, principalmente, uma estrutura para um futuro Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) orientado pela Norma ISO 14001.
Palavras-chave: Resíduos sólidos, Diagnóstico Ambiental, Impactos Ambientais,
Procedimentos Ambientais.
ABSTRACT
The concern with the management of industrial solid wastes since their generation till the
final disposal is evident and growing in many organizations. Thus, there is a constant
challenge in the search for appropriate waste disposal practices, based mainly on the control
of the generation of the waste. In this context, this work aims to identify, through the
realization of an environmental assessment, the sources of solid waste generation in an
Institution of Vocational Education, as well as classify and quantify such waste and the
practices of collection and disposal, aiming to propose tools for the development of
procedures for an Environmental Management System (EMS). In this study, surveys in
official documents of the institution, as well as technical visits and obtaining technical,
theoretical and practical data related were performed, mainly the form of disposal, collection,
transport and temporary internal layout to final destination. In addition, data and information
have been treated and, based on standards and legislations, environmental management
procedures were developed with subsequent practical application of them in the institution
studied. Through the identification and analysis of the current practices in the environmental
management system of that institution were created specific procedures targeted for
standardization of such practices. The selective collection, the solid waste management,
besides the specific activities of machining operations, objectives and goals, minimizing
potential environmental impacts generated by the institution, were the topics covered by the
defined procedures. Furthermore, with the review conducted under present law improvement
of opportunities in existing facilities also related to disposal techniques, transport and
temporary packaging waste were identified and improvements were suggested and even
implemented by the institution. In this context, the present work criated an environmental
diagnostics, has indicated the points needed to implement environmental education programs
on an ongoing basis, to clarify and raise awareness about the institution's responsibility and
environmental responsibility of each one for a future deployment guided by an EMS ISO
14001.
Keywords: Solid Waste, Environmental Assessment, Environmental Impacts, Environmental
Procedures.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Sistema de Gestão Ambiental........................................................................... 28
Figura 2 – Formas dos cavacos: (a) Fita, (b) helicoidal, (c) espiral, (d) lascas................. 34
Figura 3 – Laboratório de ensino do CETEMP................................................................. 34
Figura 4 – Laboratório de pesquisa do CETEMP.............................................................. 35
Figura 5 – Oficina do curso técnico em mecânica do CETEMP....................................... 35
Figura 6 – Fluxograma da metodologia de diagnóstico da geração dos resíduos no
CETEMP............................................................................................................................
37
Figura 7 – Oficina do pavilhão 1 – oficina de retificação do CETEMP............................ 38
Figura 8 – Pavilhão 2 - oficina de usinagem CNC do CETEMP...................................... 39
Figura 9 – Pavilhão 3 - oficina de usinagem convencional do CETEMP.......................... 39
Figura 10 – Pavilhão 4 – oficina de usinagem convencional do CETEMP....................... 40
Figura 11 – Fluxograma de entradas, operações e saídas dos processos de geração de
resíduos sólidos para seleção dos parâmetros de caracterização dos resíduos..................
41
Figura 12 – Conjuntos de coletores internos no CETEMP................................................ 44
Figura 13 – Conjuntos de coletores externos no CETEMP............................................... 44
Figura 14 – Rótulos utilizados para a identificação de resíduos........................................ 45
Figura 15 – Coletores sobre rodas na oficina de usinagem no CETEMP.......................... 45
Figura 16 – Central de resíduos com características de inflamabilidade localizado na
área externado CETEMP...................................................................................................
46
Figura 17 – Local para os resíduos recicláveis na área externa do CETEMP................... 47
Figura 18 – Local para os resíduos metálicos (cavacos) na área externa do CETEMP..... 47
Figura 19 – Carro transportador na área externa do CETEMP.......................................... 48
Figura 20 – Quantidade de cavacos gerados...................................................................... 58
Figura 21 – Recipiente confeccionado em metal na oficina de usinagem......................... 59
Figura 22 – Recipiente confeccionado em plástico na oficina de usinagem CNC do
CETEMP............................................................................................................................
60
Figura 23 – Desenho esquemático da central de resíduos................................................. 61
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação de resíduos sólidos segundo a NBR 10004............................... 21
Tabela 2 – Principais fatos relacionados à evolução da questão ambiental....................... 26
Tabela 3 – Número de certificações ISO 14001 no mundo e no Brasil............................. 30
Tabela 4 – Etapas do ciclo PDCA e os requisitos da norma ISO 14001:2004.................. 31
Tabela 5 – Cores da coleta seletiva de resíduos................................................................. 43
Tabela 6 – Origem e classificação dos resíduos da instituição estudada........................... 49
Tabela 7 – Gerenciamento de resíduos sólidos.................................................................. 51
Tabela 8 – Súmula com os principais itens da central de resíduos.................................... 62
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE – Associação Brasileira de Grupos de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
CODRES – Código de Resíduos
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
EIA – Estudos de Impacto Ambiental
FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler
FISPQ – Ficha de Informação de Segurança sobre produtos Químicos
FURB – Universidade Regional de Blumenau
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia
IQ/UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro
IQ/UFRJ – Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro
IQ/UFRGS – Institutos de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
IQ/USP – Universidade de São Paulo
ISO – International Organization for Standardization
NBR – Norma Brasileira
ONU – Organização das Nações Unidas
RIMA – Relatórios de Impactos sobre o Meio Ambiente
PDCA – Plan, Do, Check, Act
PGA – Plano de Gestão Ambiental
PGRS – Programa de Gestão de Resíduos Sólidos
PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos
SGA – Sistema de Gestão Ambiental
UCB – Universidade Católica de Brasília
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
UNICAMP – Universidade de Campinas
UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UNIVATES – Universidade do Vale do Taquari
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
1.1 Objetivos............................................................................................................. 17
1.1.1 Objetivo geral....................................................................................................... 17
1.1.2 Objetivos específicos............................................................................................ 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 19
2.1 Os resíduos sólidos e seus impactos ambientais.............................................. 19
2.2 A evolução da questão ambiental sobre os resíduos sólidos........................... 24
2.3 Gestão dos resíduos sólidos em um SGA.......................................................... 28
2.4 Gestão de resíduos sólidos................................................................................. 32
2.5 Estudo de caso: Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão (CETEMP) 34
3 MET ODOLOGIA .............................................................................................. 37
3.1 Identificação das práticas de coleta e disposição dos resíduos sólidos
metálicos..............................................................................................................
37
3.2 Caracterização dos resíduos sólidos metálicos da instituição........................ 40
3.3 Desenvolvimento de procedimentos e práticas de gestão............................... 42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................... 43
4.1 Diagnóstico das práticas e disposição............................................................... 43
4.2 Caracterização dos resíduos sólidos da instituição......................................... 48
4.3 Desenvolvimento de procedimentos de gestão ambiental............................... 50
4.3.1 Planilhas de gestão ambiental............................................................................. 50
4.3.1 Procedimentos de gestão ambiental..................................................................... 58
5 CONCLUSÕES.................................................................................................. 64
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................ 66
REFERÊNCIAS................................................................................... 67
APÊNDICE A – Ferramenta utilizada para controle de pesagem do
cavaco..................................................................................................................
73
APÊNDICE B – Legislações associadas ao estudo.......................................... 74
APÊNDICE C – Procedimento de Meio Ambiente (PA-001): Coleta
Seletiva de Resíduos...........................................................................................
75
12
APÊNDICE D – Procedimento de Meio Ambiente (PA-002): Cuidados
com o Meio Ambiente nos processos de usinagem de componentes..............
79
APÊNDICE E - Procedimento de Meio Ambiente (PA-003):
Gerenciamento dos resíduos industriais..........................................................
82
APÊNDICE F - Procedimento de Meio Ambiente (PA-004): Avaliação dos
Aspectos e Impactos Ambientais e definição dos objetivos e metas..............
92
13
1 INTRODUÇÃO
Há algumas décadas, a geração de poluentes foi compreendida como uma
consequência inevitável dos processos industriais, provocando ao longo do tempo impactos
ambientais em algumas regiões e, consequentemente, influenciando a qualidade de vida de
diversas comunidades. Dentre os principais fatores que provocam tais problemas pode-se citar
a geração, classificação e disposição final inadequada dos resíduos sólidos. Em muitos casos,
a disposição inapropriada destes resíduos constitui desperdícios em termos de materiais, água
e energia nas instalações industriais, demonstrando a necessidade de tratamento e disposição
segura para evitar impactos ambientais (GOSSEN, 2005).
A falta ou precariedade da gestão de resíduos sólidos destaca-se entre os problemas
que concorrem para a crise ambiental comprometendo os sistemas naturais, sociais e
econômicos, bem como a saúde ambiental e humana. Os sistemas naturais são afetados pelo
fato dos resíduos sólidos terem sua origem a partir dos recursos naturais, os quais são
esgotáveis (mesmo que a percepção humana seja contrária) e devido à carga excessiva destes
resíduos que são lançados no meio ambiente, gerando assim diversos tipos de impactos. A
percepção de que os recursos naturais são infindáveis, bem como o desconhecimento da
capacidade de suporte dos sistemas naturais, desencadearam e aceleram a cultura do
desperdício e a transformação de recursos naturais em resíduos. Tal cenário, associado a uma
população mundial prevista para o ano 2020 de oito bilhões de habitantes a degradação
ambiental é atualmente um assunto de extrema importância e urgência. No final da década de
1980, impulsionadas pelos problemas causados por acidentes, pelos crescentes custos de
controle da poluição e também pelo aumento da demanda das pressões sociais com os
movimentos ambientalistas, as organizações iniciaram programas de prevenção e de gestão
ambiental acerca dos resíduos sólidos metálico-oleosos (OLIVEIRA e SILVA, 2007).
Historicamente, em virtude da percepção dos desequilíbrios ambientais, que foram
crescendo ao longo dos anos, a sociedade e as organizações vêm apresentando maior
preocupação com a conservação da qualidade ambiental. Essa preocupação gerou a
necessidade da implantação de alternativas de instrumentos de gestão ambiental com
diferentes enfoques a fim de implantar a visão do desenvolvimento sustentável com
disposições seguras dos resíduos sólidos gerados. Da mesma forma, nas últimas décadas,
pode-se afirmar que o cenário mundial de avanços tecnológicos enfatiza assuntos relacionados
à preservação ambiental. A gestão ambiental, portanto, se tornou também uma ferramenta de
modernização e competitividade para as organizações. Cada vez mais, as organizações estão
14
incorporando em seus projetos aqueles relacionados com a questão ambiental, implicando
necessidades de mudanças significativas nos padrões de produção, comercialização e
consumo. É fundamental, portanto, uma relação harmônica com o meio ambiente, mediante a
adoção de práticas de controle sobre os processos produtivos e o uso de recursos naturais
(CAMPOS e MELO, 2007; SEIFFERT, 2010).
Nessa direção, emerge a demanda de empresas em busca de um SGA que possa ser
aplicado no gerenciamento e controle das ações das empresas sobre o ambiente,
principalmente no que tange ao processo da geração e controle dos seus resíduos sólidos.
Associado a importância da gestão ambiental e do desenvolvimento sustentável, desafio e
objeto de discussão contemporâneo, o novo comportamento das empresas está provocando o
redirecionamento do setor produtivo, tanto na definição das suas ações a serem tomadas nos
processos existentes como na concepção de novos produtos. As organizações passam a focar
na fonte dos problemas, saindo do modelo “fim de tubo” e seguindo na busca da “produção
limpa”, um novo conceito que busca desenvolver a conscientização e inserção da questão
ambiental no desenvolvimento e na realização dos processos e produtos existentes (GOSSEN,
2005; SEIFFERT, 2009).
A gestão ambiental, portanto, vem ganhando um espaço crescente no meio
empresarial. O desenvolvimento da consciência ecológica, em diferentes camadas e setores da
sociedade mundial, acaba por envolver também, o setor da educação. Isto porque se pode
afirmar que toda atividade humana gera resíduos como subproduto. Assim, a geração de
resíduos não acontece somente nas indústrias de extração ou de transformação (ainda que em
termos de volume gerado e periculosidade elas estejam em primeiro lugar). Dessa forma, no
âmbito das instituições de ensino superior, das escolas de ensino fundamental e médio, das
escolas técnicas e dos institutos e pesquisa, também temos a geração de resíduos sólidos, de
grande diversidade e potencial poluidor, embora em volume reduzido (VAZ et al., 2009).
Furiam e Gunther (2006) afirmam que os resíduos sólidos gerados nas Instituições de
ensino, englobam, além daqueles classificados com resíduos sólidos urbanos, alguns resíduos
classificados como industriais e até aqueles classificados como resíduos de serviços de saúde.
Vaz et al. (2009), afirmam que as instituições de ensino brasileiras (neste caso as de ensino
superior) estão sim preocupadas com o gerenciamento dos resíduos, desenvolvendo
programas externos de reciclagem, controles no consumo de água, energia e descartes dos
resíduos líquidos gerados, etc. Outras instituições apresentam certificações da Norma ISO
14.001 ou estão em processo de certificação, pois, também são observados grandes problemas
para a implantação dessa norma ou de um sistema de gestão devido à falta de visão sistêmica
15
nas Instituições. Ainda segundo esses autores, as dificuldades enfrentadas são, por exemplo, a
falta de comprometimento da direção, que por sua vez, ocasiona problemas com a
manutenção dos devidos procedimentos, não permitindo haver uma continuidade da iniciativa
desse sistema de gerenciamento ambiental.
No Brasil, Nolasco et al. (2006) afirmaram que as experiências em Sistemas de Gestão
Ambiental, vêm sendo realizadas na última década em muitas instituições de ensino superior
podendo-se citar como exemplo a Universidade de Campinas (UNICAMP), a Universidade
Regional de Blumenau (FURB), a Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES), o Instituto
de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ/UFRJ), a Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar), a Universidade Católica de Brasília (UCB), bem como os Institutos de
Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IQ/UFRGS), da Universidade de
São Paulo (IQ/USP) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IQ/UERJ).
A primeira Universidade no Brasil a implantar um SGA e certificá-lo dentro dos
padrões da Norma ISO 14.001foi a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), no
Rio Grande do Sul, por intermédio do projeto Verde Campus, aprovado no ano de 1997. O
projeto iniciou-se através do trabalho de um grupo de funcionários da universidade que
desenvolveu questões ambientais como a coleta de lixo, o consumo de água e a preservação
de áreas verdes. No ano de 2002 foi aprovado o projeto de busca da certificação ambiental do
campus e iniciou-se uma nova etapa, de modo que em dezembro de 2004 recebeu a
certificação ISO 14001, o qual atesta que a instituição cumpre todas as normas para reduzir o
impacto de suas atividades sobre o ambiente natural (UNISINOS, 2014).
Nesta mesma linha, as atividades relacionadas a um SGA na USP, iniciaram em 1994
e, em 2012 foi criada a Superintendência de Gestão Ambiental buscando promover a
sustentabilidade ambiental em suas unidades educacionais, embasada nos princípios de
desenvolvimento de ações de conservação dos recursos naturais, promoção de um ambiente
saudável e do uso racional de recursos visando à sustentabilidade. Ainda no ano de 2009, esta
instituição criou o Grupo de Trabalho de Gerenciamento de Resíduos (GT Resíduos) que tem
como objetivo estruturar as diretrizes de gerenciamento de resíduos sólidos e líquidos
perigosos dentro das suas unidades (USP, 2014).
No caso da UNICAMP, as atividades em gestão ambiental iniciaram em 2001, através
da criação de um programa de gerenciamento de resíduos perigosos com consequente criação,
em 2006, do Grupo de Gestor Ambiental (GGA), responsável pela gestão dos resíduos
perigosos da instituição. Este trabalho, porém, deu origem a um desdobramento mais
abrangente tornando os procedimentos de gestão dos resíduos, parte integrante de um SGA. A
16
proposta e consolidação desse sistema ocorreu em maio de 2007, de modo que os resíduos
nesta instituição são inicialmente coletados, depositados e triados e, posteriormente, recebem
uma destinação final controlada (UNICAMP, 2014).
Outro trabalho interessante nesta área foi desenvolvido pela FURB, que, reconhecendo
a importância da proteção ambiental e da economia dos recursos naturais globais e também
visando à melhoria contínua da qualidade de vida atual e futura, desenvolveu práticas
ambientais a partir do ano 2000, implementou o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos
(PGRS) com um conjunto de ações para minimizar a geração de resíduos sólidos nas
atividades administrativas, de ensino, pesquisa e extensão, mantendo permanentemente um
Sistema de Gestão Ambiental para monitorar todas estas atividades (BORTOLOSSI, ALVES
e ZANELLA, 2008).
No mesmo ano de2000, a UNIVATES também implementou o Programa Interno de
Separação de Resíduos (PISR), com o objetivo de sensibilizar a comunidade acadêmica para a
questão dos resíduos, desenvolvendo uma visão crítica e voltada para a redução na geração de
resíduos e aumento da reutilização e reciclagem dos materiais (GONÇALVES, 2011).
Da mesma forma, o IQ/UFRJ iniciou suas atividades relacionadas à gestão ambiental
em 2002, implantando um projeto de educação ambiental de coleta seletiva e a reciclagem de
seu lixo, visando ampliar esta experiência para toda comunidade acadêmica e adjacências.
Além deste projeto de educação ambiental, a UFRJ incentiva os discentes na realização de
projetos de pesquisa relacionados à reciclagem química da reciclagem com o intuito de
repassar técnicas e conhecimento à sociedade (UFRJ, 2014).
Adicionalmente, a UFRGS implantou o seu SGA, realizando, inicialmente, o
diagnóstico sobre os resíduos gerados e suas diferentes destinações nos seus departamentos.
Neste contexto, o curso de Engenharia de Materiais implementou no ano de 2004 o Sistema
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos (SGRSU) com ações de diminuição do
consumo de água e energia. Já o IQ/UFRGS, iniciou em 2002 atividades do Centro de Gestão
e Tratamento de Resíduos Químicos (CGTRQ), com a finalidade de ser uma entidade de
vanguarda, dedicada à produção e à divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos
na área de gestão de resíduos químicos e de segurança química. No ano de 2011, atendendo as
orientações do seu SGA, esta instituição implantou uma nova sistemática de recolhimento do
resíduo produzido no ambiente do IQ, bem como novas práticas de classificação, coleta e
rotulagem dos mesmos (UFRGS, 2014).
Embora com todos estes desenvolvimentos na busca de procedimentos de gestão
ambiental, ainda existem barreiras para as instituições de ensino implantar um SGA. De
17
acordo com Vaz et al. (2009), os principais desafios estão relacionados à falta de informação
da sociedade sobre práticas sustentáveis, a não valorização do meio ambiente por diversos
colaboradores das Instituições, bem como, a não percepção das mesmas como uma fonte
potencial de poluição.
Dessa forma, a motivação do presente trabalho surgiu diante de todas as considerações
descritas aliadas ao objetivo da instituição de ensino investigada de promover melhorias
ambientais como base para o desenvolvimento de um futuro Sistema de Gestão Ambiental
(SGA) e ao fato de o autor fazer parte do quadro de colaboradores da mesma instituição e
atuar profissionalmente na área de gestão ambiental. Neste contexto, o trabalho, inicialmente,
apresenta uma discussão acerca da evolução no processo de gestão ambiental a partir de uma
visão crítica da área de estudo, seguindo para uma contextualização da gestão ambiental no
ambiente atual das organizações, onde atualmente emerge a demanda por implementações e
certificações de SGA. Ainda é abordada, a caracterização dos resíduos sólidos, fontes
geradoras e impactos ambientais gerados pelos mesmos, seguida pela apresentação do estudo
de caso da instituição de ensino profissionalizante investigada. Complementarmente, a
metodologia aplicada na realização dessa pesquisa é apresentada com as etapas realizadas
para a construção do diagnóstico ambiental e dos procedimentos ambientais com base nas
normas e legislações vigentes, sendo finalizada pelas discussões dos resultados e conclusões
acerca do estudo realizado.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
O objetivo geral do presente trabalho é avaliar as práticas de geração e disposição de
resíduos sólidos em uma instituição de ensino profissionalizante, visando à proposição de
procedimentos de gestão ambiental com base nas normas e legislações vigentes.
1.1.2 Objetivos específicos
O presente trabalho tem como objetivos específicos:
• Caracterizar a geração de resíduos sólidos metálicos da instituição, identificando
as fontes, as quantidades e os tipos de composição dos materiais;
18
• Realizar um diagnóstico de disposição aplicado aos resíduos sólidos metálicos
gerados;
• Desenvolver procedimentos de gestão ambiental, visando o estabelecimento de
rotinas para coleta e disposição apropriada dos resíduos sólidos gerados nas
atividades da instituição.
19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Os resíduos sólidos e seus impactos ambientais
Em toda a história, sabe-se que o homem gera e deposita seus resíduos de duas
maneiras: diretamente no solo e/ou através da queima. Tais métodos foram completamente
aceitáveis pelas sociedades existentes, entretanto, atualmente, esta prática permanece na
grande maioria dos casos devido à sua praticidade. Porém, a sociedade moderna, os órgãos
ambientais e as organizações vêm criticando e exigindo novas formas de controle. Dentro
deste contexto, uma nova consciência ambiental vem gerando um nível crescente de
exigências nos municípios, setores metalúrgico/siderúrgico, mineral e demais indústrias, sob
os aspectos de programas de gestão das emissões atmosféricas, efluentes líquidos e resíduos
sólidos. Em se tratando da gestão de resíduos sólidos, a resposta a essas exigências direciona a
necessidade de formas de minimização através do controle de geração, coleta,
acondicionamento e destinação final dos resíduos (ROCHA et al., 2012).
De acordo com Barbosa (2009), resíduos sólidos é a denominação técnica do lixo, o
qual é considerado o resultante das diversas atividades humanas ou ao material considerado
imprestável ou irrecuperável pelo usuário, seja papel, papelão, restos de alimentos, vidros,
embalagens plásticas, entre outros. Segundo Barros (2012), ao se fazer referência à expressão
resíduos sólidos deve-se inicialmente recordar uma palavra anteriormente muito utilizada para
o que se entende, atualmente, como sobras indesejáveis de determinada atividade, ou seja, a
palavra lixo. Ainda, segundo esta autora, a palavra lixo fora e ainda é muito empregada, a
despeito de sua utilização coloquial não encerrar em seu significado a possibilidade de
reaproveitamento, reutilização ou reciclagem deste material. Já para Dias (2009), a cultura do
lixo deve desaparecer para dar lugar à cultura dos resíduos sólidos, considerando resíduos
sólidos a matéria-prima a ser reaproveitada. Na visão de Pires (2009), os resíduos sólidos
também podem ser definidos como materiais heterogêneos resultantes das atividades humanas
e da natureza, podendo ser qualquer lixo orgânico ou inorgânico, proveniente de esgotos,
despejos industriais ou qualquer material rejeitado por mineração ou agricultura, sendo
consideradas as substâncias em estado sólido, líquido, semissólido ou gasoso.
A norma técnica brasileira NBR 10.004 (ABNT, 2004) define os resíduos sólidos
como resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades da comunidade,
de origem industrial, doméstica hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição, os
lodos provenientes de sistemas de tratamento de águas gerados em equipamentos e instalações
20
de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornam
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água ou exijam para isso
soluções técnicas e economicamente inviáveis, face à melhor tecnologia disponível.
De acordo com a Política Estadual de Resíduos Sólidos do Estado do Rio Grande do
Sul, estabelecida pela Lei Estadual nº 14.528, os mesmos são definidos como material,
substância, objeto ou bem descartado, resultante de atividades humanas em sociedade, cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados
sólidos ou semissólidos, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis, em face da melhor
tecnologia disponível (JARDIM et al.2012; BRASIL, 2014).
A classificação dos resíduos sólidos, assim como sua definição, também possui várias
abordagens na literatura, pois segundo Philippi et al. (2004), a classificação pode levar em
consideração a origem dos resíduos como industriais, urbanos, de serviços de saúde, de
portos, de aeroportos, de terminais rodoviários e ferroviários, agrícola e entulho. Entretanto, a
classificação adotada no Brasil é a orientada pela NBR 10.004 (ABNT, 2004), que tem como
objetivo classificar os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à
saúde pública, para que os mesmos possam ser gerenciados adequadamente. Adicionalmente,
tais resíduos sólidos apresentam riscos de acordo com sua fonte de geração, sendo oriundos,
principalmente, dos processos produtivos, nas unidades industriais, mas podem ser
encontrados também nos resíduos sólidos domésticos e comerciais. A classificação dos
resíduos sólidos, de acordo a NBR 10.004 (ABNT, 2004), ocorre em função da presença de
certas substâncias perigosas, conforme descrito na Tabela 1, a seguir.
21
Tabela 1 – Classificação de resíduos sólidos segundo a NBR 10004
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
Classe I – perigosos
Aqueles, que em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, ou ainda apresentem características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
Classe II – não perigosos Aqueles que não se enquadram na classificação de perigosos e nem na de inertes.
Classe II A – não Inertes
São aqueles que têm propriedades tais como: biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água.
Classe II B – Inertes
Aqueles que em contato com água destilada ou deionizada não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, à exceção dos padrões de aspecto, cor, turgidez e sabor - contato estático ou dinâmico - à temperatura ambiente e conforme teste de solubilização, segundo a NBR 10006.
Fonte: ABNT, 2004.
Assim, com o objetivo de padronizar, em nível nacional, a classificação dos resíduos,
a ABNT (2004) estabeleceu, além da NBR 10.004 (Resíduos Sólidos – Classificação) mais
três normas que visam caracterizar os resíduos de acordo com sua periculosidade. São elas:
• NBR 10.005 - Lixiviação de Resíduos – Procedimento.
• NBR 10.006 - Solubilização de Resíduos – Procedimento.
• NBR 10.007 - Amostragem de Resíduos – Procedimento.
Os resíduos sólidos de origem industrial são aqueles gerados nos processos produtivos
e instalações industriais que englobam uma diversidade de indústrias e processos produtivos,
assim como resíduos não associados à atividade fim da indústria. Nesse sentido, torna-se
essencial a sua classificação conforme a NBR 10.004, além do conhecimento do processo
industrial que deu origem ao resíduo, visando ao correto gerenciamento das diversas etapas,
incluindo o transporte interno até a destinação final.
Dentro desta classificação, destacam-se os resíduos sólidos industriais que apresentam
potencial impacto ao meio ambiente. Neste sentido, a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) define resíduos industriais como aqueles gerados nos processos produtivos e
instalações industriais, incluindo grande quantidade de material perigoso, que necessita de
tratamento especial devido ao seu alto potencial de impacto ambiental, principalmente, os
danos e riscos à saúde (BARROS, 2012; BRASIL, 2010).
De acordo com a Resolução 313 do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA), resíduo sólido industrial é todo resíduo que resulta de atividades industriais e
22
que se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso (quando contido) e líquido (cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da
melhor tecnologia disponível), sendo inclusos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle
de poluição (BRASIL, 2002).
Considerando o potencial de poluição, Philippi et al. (2004) afirmaram que os resíduos
sólidos industriais variam entre 65 e 75% do total de resíduos gerados em regiões mais
industrializadas, sendo a responsabilidade pelo manejo e destinação desses resíduos sempre
da empresa geradora. Assim, no que diz respeito às responsabilidades, dependendo da forma
de destinação, a empresa prestadora de serviço pode ser co-responsável, como por exemplo,
quando um resíduo industrial é destinado a um aterro, a responsabilidade passa a ser também
da empresa que gerencia o aterro.
Apesar de a legislação brasileira caracterizar o gerador como o responsável pela
destinação de seus resíduos, a grande escassez de informações, bem como de alternativas
disponíveis para esse fim faz com que algumas indústrias deem pouca atenção para tal
responsabilidade. Vale ressaltar também que 88% dos municípios brasileiros não possuem
nenhuma espécie de controle sobre os resíduos industriais gerados e, em se tratando da
disposição final dos resíduos sólidos, 43% dos municípios brasileiros ainda se utilizam da
disposição final dos seus resíduos sólidos em aterros controlados e/ou lixões, prática
considerada inadequada em virtude da falta de controle dos impactos ambientais causados ao
meio ambiente (SISINNO, 2006; ABRELPE, 2012).
Este cenário faz com que, no Brasil, de forma geral, possa se afirmar que as empresas
ainda consideram o gerenciamento de resíduos como uma atividade secundária dentro do seu
processo produtivo, de modo que planejar e definir uma estrutura ambiental interna que dê
suporte às etapas do processo de desenvolvimento de um produto, serviço ou até mesmo de
uma atualização tecnológica, às vezes não é visto como um fator decisivo de sucesso para
essas organizações (PHILIPPI et al., 2004). Entretanto, por outro lado, o desenvolvimento de
novas práticas tem sido considerado como uma grande necessidade de mercado, de modo que
muitas empresas mostram avanços em criações e implantações de SGA. Este fato tem origem
na percepção de que os resíduos sólidos terem sua origem a partir do uso dos recursos
naturais, os quais são esgotáveis.
Neste contexto, o levantamento de aspectos ambientais, é a etapa do planejamento
mais complexa e importante na implantação de um SGA dentro das organizações, pois
23
caracteriza-se e atua como uma base para todo o restante do sistema. As empresas, portanto,
devem identificar e avaliar os aspectos e impactos ambientais decorrentes de suas atividades,
produtos e serviços (CAVALINI, 2008).
Assim, entende-se por aspecto ambiental “um elemento das atividades ou produtos ou
serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente” e por impacto
ambiental qualquer modificação do meio ambiente adversa ou benéfica, que resulte dos
aspectos ambientais mencionados. A identificação dos aspectos e impactos ambientais ocorre
considerando-se todas as entradas e saídas dos processos, podendo compreender a avaliação
desde o fornecimento da matéria-prima até o reflexo do produto final no cliente. O processo
deve ser avaliado considerando as condições normais, anormais e emergenciais de operação
(ISO, 2014).
Após determinação dos aspectos e impactos ambientais, é necessário identificar a
significância dos mesmos. Ainda de acordo com a norma ISO (2004), a significância do
aspecto ambiental está associada à classificação do impacto ambiental como significativo, ou
seja, se houver um ou mais impactos significativos associados ao aspecto, esse aspecto
passará a ser significativo e deverá ser administrado pela organização. Para os aspectos
significativos devem ser atribuídos controles através de ações que reduzam seus efeitos ao
meio ambiente, minimizando ou eliminando a probabilidade da ocorrência de um impacto
ambiental. A referida norma não determina uma metodologia para a avaliação dos aspectos e
impactos ambientais, mas sugere alguns critérios para determinação da sua significância.
Para tal, considera fatores ambientais como abrangência, severidade, probabilidade, e
frequência do impacto. Assim, de um modo geral, Epelbaum (2005) resume que a
identificação de aspectos e a avaliação de impactos ambientais podem ser efetuadas através de
etapas como levantamento dos processos e atividades envolvidas; identificação dos aspectos
ambientais; identificação dos impactos ambientais; avaliação da significância dos impactos
ambientais e definição de ações de gerenciamento.
A partir de tais considerações, é possível observar que qualquer aspecto ambiental
significativo que não possua conformidade total em seus controles e que gerará um impacto
ambiental, necessita de ações de gerenciamento para estabelecer medidas para que os
controles inexistentes ou insuficientes sejam implementados para que tenhamos assim a
conformidade do aspecto ambiental (CAVALINI, 2008).
É imprescindível, portanto, a preocupação e aplicação de um gerenciamento adequado
dos resíduos sólidos industriais e que o mesmo contemple todas as esferas envolvidas (público
e privado), tornando-se primordial o estabelecimento de um sistema de gestão que garanta
24
opções de destinação e tratamento viáveis. Estas iniciativas visam permitir que tais ações
proporcionem a melhoria da situação ora vigente e a diminuição dos riscos associados ao
destino inadequado dos resíduos sólidos gerados nas organizações e que acabam se tornando
impactos ao meio ambiente.
Além da importância desses fatos, as empresas também vêm vivenciando uma nova
realidade que é o aumento da fiscalização acerca da exigência da regulamentação ambiental
que vem se tornando cada vez mais restritiva ao longo das últimas décadas. Isso torna
evidente uma intensificação da pressão sobre as organizações que não podem mais deixar as
ações ambientais em segundo plano, sob pena de perder espaço em um mercado cada vez
mais competitivo. Dessa forma, a tendência na criação e implementação de práticas de gestão
ambiental nas instituições torna-se cada vez mais presente e necessárias, tendo em vista que
suas atividades envolvem a utilização de recursos naturais e, consequente geração de resíduos
sólidos que geram impactos ambientais significativos (aqueles que apresentam riscos de danos
ao meio ambiente) quando não manipulados e dispostos adequadamente (SEIFFERT, 2010;
NELMA, 2010).
2.2 A evolução da questão ambiental sobre os resíduos sólidos
A abordagem das questões ambientais são algumas vezes relacionadas ao modismo
dos séculos XX e XXI, sendo que, o assunto ganhou muita visibilidade a partir da década de
1960, onde, ameaças globais, como a degradação da camada de ozônio e o aquecimento do
planeta, incluíram a questão ambiental na lista das grandes questões internacionais. Somente
na segunda metade do século XX que se deu início a um movimento global, o qual culminaria
em inúmeros encontros, conferências, tratados e acordos assinados por diversos países do
mundo. Nesse momento também, as comunidades começaram a ter uma maior participação
através das organizações não governamentais ambientalistas. Este movimento global foi
impulsionado pela intensificação do crescimento econômico mundial, fenômeno que agrava
os problemas ambientais fazendo com que os mesmos comecem a aparecer com muito mais
visibilidade para amplos setores da população, principalmente, dos países desenvolvidos.
Aparecendo como um reflexo dos impactos ambientais provocados pelo surgimento da
Revolução Industrial (DIAS, 2009; BRASIL, 2011).
A década de 1970 foi marcada por muitos acontecimentos importantes, como a
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente que ocorreu em Estocolmo no ano de
1972, com a participação de 113 países. Essa Conferência reconheceu a importância do
25
gerenciamento ambiental e o uso da avaliação ambiental como uma ferramenta de gestão e
representou um grande passo para o conceito de desenvolvimento sustentável. Esta década
também se caracterizou pelo surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, o qual
admite a utilização dos recursos naturais, porém sem comprometer a utilização desses
mesmos recursos para as gerações futuras. Os Estados Unidos também deixam este período
marcado para as questões ambientais ao exigir a realização de Estudos de Impacto Ambiental
(EIA), como uma necessidade para a aprovação de empreendimentos potencialmente
poluidores (BORGES, 2007; MOURA, 2008).
Já na década de 1980, mais precisamente no ano de 1983, a Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), como reflexo do aumento crescente das
preocupações ambientais, criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CMMAD), presidida pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem
Brundtland, com o objetivo de examinar as relações entre o meio ambiente e o
desenvolvimento visando apresentar propostas viáveis. Em 1987, através da CMMAD, ocorre
a publicação do informe Brundtland, denominado Nosso Futuro Comum. Esse relatório
vincula estreitamente economia e ecologia e estabelece com muita precisão o eixo em torno
do qual se deve discutir o desenvolvimento, formalizando assim o conceito de
desenvolvimento sustentável. Nesse período ainda é preciso um destaque para o surgimento
de leis (em grande parte dos países) que regulamentam a atividade industrial no que se refere
à poluição decorrente dos seus processos de manufatura. Ainda nessa década teve-se um
enorme avanço no formalismo da realização de Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de
Impactos sobre o Meio Ambiente (EIA-RIMA), através da realização de audiências públicas e
aprovações dos licenciamentos ambientais em diferentes níveis de organizações do governo
(BORGES, 2007; MOURA, 2008).
No final da década de 1990 e no início do século XXI, o meio ambiente ocupava um
espaço privilegiado na agenda global, tendo se tornado assunto quase que obrigatório nos
inúmeros encontros internacionais. Não há dúvida de que foi um período de intensos debates,
atividades, fóruns, e encontros que resultaram em um consenso mundial acerca dos perigos
aos quais que o planeta estava exposto caso se mantivesse o modelo de crescimento até então
em vigor. Um dos eventos importantes deste período foi a Conferência das Nações Unidas
para o meio Ambiente e Desenvolvimento (conhecida também como Rio-92), realizada no rio
de Janeiro no ano de 1992, a qual marca o início da fase atual das discussões ambientais sobre
a gestão ambiental global. Este evento contou com a participação de 178 países e teve a
aprovação de documentos referentes os problemas socioambientais em nível mundial, dentre
26
eles a Agenda 21. Tal documento é uma das principais contribuições desta fase, pois
apresenta recomendações específicas para os vários níveis de atuação, do internacional ao
organizacional (sindicatos, empresas, ONG’s, instituições de ensino e pesquisa, etc.), sobre
assentamentos humanos, erradicação da pobreza, desertificação, água doce, oceanos,
atmosfera, poluição e outras questões socioambientais (BORGES, 2007; MOURA, 2008;
DIAS, 2009).
Outro grande evento que marcou a discussão acerca dos problemas ambientais foi o
Protocolo de Kyoto, realizado e aprovado no ano de 1997. O protocolo de Kyoto foi um
grande avanço em termos de gestão ambiental, não apenas pela aplicação de metas, como
também, por ter criado mecanismos para implementá-las. Com o início do século XXI temos
também o destaque que diz respeito ao lado empresarial. Ou seja, as organizações de um
modo geral, através da chegada das normas da série ISO 14000 (referentes à gestão
ambiental) vêm se motivando a investirem em melhorias ambientais, por meio da
implementação de SGA, bem como um maior cuidado quanto aos seus processos de
fabricação (BARBIERI, 2007; SEIFFERT, 2009). Na Tabela 2 é apresentado um resumo dos
principais fatos relacionados à evolução da questão ambiental.
Tabela 2 - Principais fatos relacionados à evolução da questão ambiental
Ano Acontecimento Observação
1962 Publicação do livro Primavera Silenciosa (Silent Spring).
Livro publicado por Rachel Carson que teve grande repercussão na opinião pública e expunha os perigos do inseticida DDT.
1968 Criação do Clube de Roma
Organização informal cujo objetivo era promover o entendimento dos componentes variados, mas interdependentes que formam o sistema global.
1968 Conferência da Unesco sobre a conservação e uso racional dos recursos da biosfera
Nessa reunião, em Paris, foram lançadas as bases para a criação do programa: Homem e Biosfera (MAB).
1971 Criação do programa MAB da UNESCO
Programa de pesquisa no campo das Ciências Naturais e Sociais para a conservação da biodiversidade para a melhoria das relações entre homem e Meio Ambiente.
1972 Publicação do livro Os limites do crescimento
Informe apresentado pelo Clube de Roma no qual previa que as tendências que imperavam até então conduziriam a uma escassez catastrófica dos recursos naturais.
1972 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia
A primeira manifestação dos governos de todo o mundo com as consequências da economia sobre o meio ambiente. Um dos resultados do evento foi à criação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA).
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1980 I Estratégia Mundial para a formação
Adotado um plano de longo prazo para conservar os recursos biológicos do planeta. No documento aparece pela primeira vez o conceito de desenvolvimento sustentável.
1983 É formada pela ONU a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD)
Presidida pela Primeira - Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, objetivava examinar as relações entre meio ambiente e desenvolvimento e apresentar propostas viáveis.
1987 Publicação do informe Brundtland, da CMMAD, o “Nosso Futuro Comum”
Um dos mais relevantes sobre a questão ambiental e o desenvolvimento. Vincula economia e ecologia, estabelece discussões acerca do desenvolvimento e formaliza o conceito de desenvolvimento sustentável.
1991 II Estratégia Mundial para a Conservação: “Cuidando da Terra”
Adotado um plano mais abrangente que o anterior, baseado agora no informe Brundtland, onde preconiza o reforço dos níveis políticos e sociais para a construção de uma sociedade mais sustentável.
1992 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou Cúpula da Terra
Realizada no RJ. Abordou novas perspectivas globais e definiu mais concretamente o modelo de desenvolvimento sustentável. Aprovação da Declaração do Rio e mais quatro documentos, entre os quais a Agenda 21.
1997 Rio + 5 Realizado em New York, teve como objetivo analisar a implementação do Programa da Agenda 21.
2000 I Foro Mundial de âmbito Ministerial – Malmo (Suécia)
Aprovação da Declaração de Malmo, que examina as novas questões ambientais para o século XXI.
2002 Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio + 10
Realizada em Johanesburgo, procurou examinar se foram alcançadas as metas estabelecidas pela Conferência do Rio – 92 e serviu para que os Estados reiterassem seu compromisso com os princípios do Desenvolvimento sustentável.
Fonte: Adaptado de Dias (2009).
Dentro deste contexto histórico acerca da evolução ambiental, destaca-se a contínua
geração e descarte dos resíduos sólidos, pois desde o início da humanidade, as populações
utilizam plantas nativas, animais e minerais, transformando-os em alimentos, objetos,
vestuários e outros produtos. Há alguns anos, não havia preocupação em relação aos resíduos
excedentes dos processos de transformação industrial, que eram simplesmente rejeitados. Tal
comportamento se mostrou razoável durante muito tempo, pois o ambiente se encarregava de
absorver e neutralizar boa parte destes resíduos. Dessa forma, os impactos causados ao
sistema ambiental pelos materiais descartados eram praticamente insignificantes e facilmente
controlados. Atualmente, contudo, o descarte de resíduos gerados se torna cada vez mais
problemático devido, principalmente, ao aumento da população mundial e ao
desenvolvimento de equipamentos e processos industriais que multiplicaram a capacidade
produtiva, incentivando o consumismo (NELMA, 2010).
28
Assim, observa-se que os resíduos provenientes das atividades industriais crescem em
importância no cenário ambiental, resultantes de vários tipos de processos operacionais,
representando uma produção de milhões de toneladas por dia em todo o mundo. Da mesma
forma, destaca-se a importância da reciclagem e da correta destinação dos resíduos,
principalmente, devido ao grande período necessário para sua decomposição, pois materiais
lançados em diversas formas e em grande quantidade não são reconhecidos e absorvidos pelo
meio ambiente em um curto prazo de tempo. Neste contexto da evolução da consciência
ambiental, surgiram também as melhorias de práticas corporativas visando o desenvolvimento
e a aplicação de sistemas de gestão ambiental (COELHO, 2011).
A adoção e aplicação de um SGA faz com que a organização consiga perseguir e
alcançar vários objetivos e metas. Donaire (2009), afirma que a melhoria contínua no
desempenho ambiental é o resultado alcançado pelas empresas quando é adotado um SGA.
Tal resultado, de acordo com este autor, é decorrente da execução das etapas que formar um
SGA, conforme Figura 1.
Figura 1 – Sistema de Gestão Ambiental
Fonte: Adaptado de Donaire, 2009.
2.3 Gestão dos resíduos sólidos em um SGA
As organizações interessadas em equacionar seu envolvimento com a questão
ambiental necessitaram incorporar em seu planejamento estratégico e operacional uma
adequada sintonia com objetivos ambientais. Esta prática foi alcançada com o SGA que é um
método pelo qual a organização obtém informações sobre a interação dos seus processos e o
meio ambiente, a fim de garantir sua responsabilidade em atender as exigências das leis
ambientais, bem como demonstrar adequadamente seu compromisso com a questão
ambiental. De acordo com Campos e Melo (2007), os principais modelos para a
implementação de um SGA são:
29
• Responsible Care: Programa desenvolvido pela Canadian Chemical Producers
Association – CCPA, surgido no Canadá em 1984 e implantado em diversos países a
partir de 1985, encontra-se atualmente em mais de 40 países com indústrias químicas;
• Norma Britânica BS 7750: iniciou-se em 1991, e teve sua primeira publicação em
junho do mesmo ano com a formação de um comitê técnico no British Standards
Institution (BSI);
• Eco-Management and Audit Scheme (EMAS): Sistema Europeu de Eco-Gestão e
Auditorias. Foi adotado pelo Conselho da UE em junho de 1993, e é aberto à
participação voluntária das empresas desde abril de 1995;
• NBR ISO 14001: norma do conjunto ISO 14000 que especifica os requisitos de tal
Sistema de Gestão Ambiental, tendo sido redigida de forma a aplicar-se a todos os
tipos e portes de organizações, não estabelecendo requisitos absolutos para
desempenho ambiental.
Dentre estes métodos, podemos destacar a ISO (International Organization for
Standardization) que é uma organização internacional, fundada em 23 de fevereiro de 1947,
sediada em Genebra na Suíça, que elabora normas internacionais. Tornou-se mundialmente
conhecida e passou a integrar os textos de administração através da ISO 9000 (conjunto de
normas que se refere ao Sistema de Gerenciamento da Qualidade). Em Outubro de 1996, a
ISO publicou as cinco primeiras normas da série 14000, que foram divulgadas pela ABNT,
em português: as normas ISO 14001 e 14004 sobre Sistemas de Gestão Ambiental e as
normas ISO 14010, 14011 e 14012 sobre auditorias ambientais (GOYA, 2007; COSTA,
2012).
O conjunto de normas ISO 14000 fornece às organizações ferramentas de
gerenciamento para o controle de seus aspectos ambientais e para a melhoria de seu
desempenho ambiental. Seiffert (2009), também enfatiza que a normas ISO 14000 colaboram
para a gestão ambiental estabelecendo padrões e tornando-a mais uniforme, eficiente e eficaz.
Afirma ainda que, dessa forma, os envolvidos no processo de gestão ambiental ficam mais
confiantes aumentando o desempenho ambiental, bem como atendendo as exigências ao
cumprimento das leis. Diante de tais vantagens a norma da série ISO 14001 tem-se
apresentado como um novo elemento no cenário estratégico das organizações que
demonstram, por razões estratégicas, um aumento expressivo na adesão, conforme mostrado
na Tabela 3.
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Tabela 3 – Número de certificações ISO 14001 no mundo e no Brasil
Data Nº de certificações no
mundo
% de
crescimento
médio anual
Nº de
certificações no
Brasil
% de
crescimento
anual (Brasil)
Dez. / 1998 7.887 77,9 88 39,7
Dez. / 1999 14.106 78,9 165 87,5
Dez. / 2000 22.897 62,3 330 100,0
Dez. / 2001 36.464 59,3 350 6,1
Dez. / 2002 49.440 35,6 900 157,1
Dez. / 2003 64.996 31,5 1.008 12,0
Dez. / 2004 89.937 38,4 1.800 78,6
Dez. / 2005 111.162 23,6 2.061 14,5
Dez. / 2006 128.211 15,3 2.447 18,7
Dez. / 2007 154.572 20,6 1.872* não calculado*
Fonte: ISO, 2014. * Houve mudanças na metodologia em relação aos anos anteriores.
No ano de 2010 foram mais de 250 mil certificados, fortemente concentrados na
Europa e no leste asiático. No Brasil, a adoção da ISO 14001 vem aumentando continuamente
nos últimos anos, indicando amadurecimento das questões ambientais empresariais na direção
de uma gestão sustentável. Na última pesquisa, realizada em 2010, o país destacou-se entre os
10 países com maior aumento no número de certificações, aparecendo na sétima colocação,
com 1488 certificações (ISO, 2014).
A ISO 14001 é baseada na metodologia conhecida como PDCA1 (Plan, Do, Check,
Act), ou seja, planejar, executar, verificar e agir. O PDCA, de acordo com Epelbaum (2006),
pode ser brevemente descrito como:
• Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os resultados
em concordância com a política ambiental da organização.
• Executar: Implementar os processos.
• Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a política ambiental,
objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os resultados.
• Agir: Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema da gestão
ambiental. 1Todas as normas da gestão têm como base o ciclo PDCA, criado na década de 1930 por Walter A. Stewart para efeito da gestão da qualidade, e que passou a ser utilizado para outros propósitos tornando-se uma espécie de modelo padrão de gestão para implementar qualquer melhoria de modo sistemático e contínuo.
31
Desta forma, para que a organização possa assegurar o sucesso e, por conseguinte, a
obtenção dos benefícios e vantagens da implementação do SGA, com base na ISO 14001,
deve-se adotar a norma como ferramenta diretora e seguir os passos do ciclo com
comprometimento e disciplina. Para tanto, a Norma ISO 14001:2004 define requisitos para
um SGA, não definindo níveis de desempenho que uma organização necessita atender, mas
sim a uma série de requisitos de planejamento, operação, controle e melhoria de resultados
ambientais. Assim, organizações de mesma atividade e porte podem ter a certificação em ISO
14001 e apresentarem desempenhos ambientais diferentes, por exemplo. A Tabela 4 mostra os
requisitos da norma ISO 14001 inseridos no ciclo PDCA.
Tabela 4 – Etapas do ciclo PDCA e os requisitos da norma ISO 14001:2004
Ciclo do PDCA Etapas do PDCA Significado da etapa
Requisitos da norma ISO 14001:2004
P Plan
Planejar Estabelece objetivos.
4.3 Planejamento.
4.3.1 Aspectos ambientais.
4.3.2 Requisitos legais e outros.
4.3.3 Objetivos metas e programa(s).
D Do
Executar Implementar
os processos.
4.4 Implantação e operação.
4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades.
4.4.2 Competência, treinamento e conscientização.
4.4.3 Comunicação.
4.4.4 Documentação.
4.4.5 Controle de documentos.
4.4.6 Controle operacional
4.4.7 Preparação e resposta à emergência.
C Check
Verificar Monitorar e
medir resultados.
4.5 Verificação.
4.5.1 Monitoramento e medição.
4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros.
4.5.3 Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva.
4.5.4 Controle de registros.
4.5.5 Auditoria interna.
A Action
Agir Melhoria contínua.
4.6 Análise pela administração.
Fonte: Adaptado da norma ISO 14001, 2004.
A ISO 14001, portanto, é um dos padrões mais utilizados pelas organizações, pois
aumenta a chance, de reduzir seus impactos ambientais em relação a organizações que não
optam pela mesma, o que se torna um diferencial na busca pela gestão ambiental. Nesse
ponto, cita-se a importância do SGA nas empresas para que se tenha um desempenho positivo
no gerenciamento dos resíduos sólidos, tendo em vista a importância dos mesmos no que se
32
refere à probabilidade de impactos ambientais. A falta de gestão de resíduos destaca-se entre
os problemas que colaboram para a problemática ambiental e que compromete os sistemas
naturais, sociais e econômicos, bem como a saúde ambiental e humana. Pode-se dizer que a
gestão de resíduos sólidos (dentro do SGA) refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais
da questão, envolvendo fatores administrativos, gerenciais, econômicos e ambientais.
Relaciona-se também ao processo que compreende a segregação, a coleta, a manipulação, o
acondicionamento, o transporte, o armazenamento, o transbordo, o tratamento, a reciclagem, a
comercialização e a destinação final dos resíduos sólidos (POTOSKI e PRAKASH, 2002;
POMBO e MAGRINI, 2008).
Os princípios norteadores da Norma 14001 devem ser adotados, a fim de que a
empresa alcance excelência na qualidade do produto e na área ambiental com o
gerenciamento de seus resíduos. A gestão destes resíduos deve obedecer a uma sequência de
ações, partindo das prioridades: eliminação ou redução da geração na fonte, passando pela
reciclagem e tratamento até chegar à opção da disposição final. De acordo com Spósito
(2008), o gerenciamento de resíduos deve começar com um levantamento de todas as entradas
e saídas do processo produtivo:
• Preenchendo com fidelidade um inventário de todos os resíduos gerados pelo processo
e em todo o ambiente empresarial;
• Criando procedimentos para coleta, tratamento, armazenamento e transporte de
resíduos dentro da empresa;
• Definido a destinação a ser dada a cada tipo de resíduo.
Pode-se afirmar que para a organização alcançar suas metas estabelecidas na gestão
ambiental é necessário planejar e conquistar várias etapas. Conforme Seiffert (2010), para
transformar os requisitos norteadores da norma ISO 14001 em materialização da gestão
ambiental é necessário à realização de alguns elementos, principalmente: elaboração de um
diagnóstico atual da situação problema, definição dos objetivos e finalmente a visualização do
prognóstico, ou seja, os cenários alternativos de onde se quer chegar.
2.4 Gestão de resíduos sólidos
Os resíduos sólidos variam entre 65 e 75% do total dos resíduos gerados nas regiões
mais industrializadas, apresentando características diferentes e classificação como resíduos
perigosos (Classe I) e resíduos não inertes ou não perigosos (Classe II). No ano de 2002, a
Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), órgão ligado à Secretaria do Meio
33
Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, realizou um Inventário Nacional de Resíduos
Sólidos Industriais, onde coletou informações sobre geração, características, armazenamento,
transporte e destinação em algumas atividades industriais (metalúrgica, curtume, mecânica,
química, alimentar, madeira, borracha, plásticos e diversos) com base nos dados
disponibilizados nas planilhas trimestrais preenchidas junto a 2.192 empresas nos processos
de licenciamento ambiental (FEPAM, 2003). Estes dados mostraram que a quantidade de
resíduos gerados foi de 2.363.886 t/ano, sendo 189.203 t/ano (8%) classe I e 2.174.682 (92%)
classe II. O estudo foi desenvolvido em 2.192 indústrias gaúchas divididas por setores
industriais. Dentre as atividades analisadas, foi observado que aquelas do setor metal
mecânico, entretanto, destacam-se pela geração de resíduos classe I, principalmente, devido às
etapas de usinagem para promover formas, acabamentos e dimensões apropriadas às peças
metálicas. Além disso, o uso de fluidos de corte neste processo é comum, pois o emprego do
mesmo preserva as ferramentas, minimiza a geração de calor durante o processo, auxilia na
remoção dos cavacos e, geralmente, melhora a eficiência do sistema produtivo. No entanto,
quando estes fluídos se tornam resíduos associados aos cavacos metálicos, tornam estes um
resíduo perigoso (classe I). Assim, os cavacos são resíduos intrínsecos ao processo de
usinagem dos metais e podem ser reciclados como sucata, porém, quando impregnados de
fluido de corte, apresentam baixo valor agregado devido a sua contaminação que exigem
maiores cuidados para disposição adequada (CASTRO, 2010). Em Instituições que trabalham
com práticas de manipulação de peças metálicas, portanto, os principais resíduos associados
são os cavacos que podem aparecer com diferentes classificações.
De acordo com Silva (2008), os cavacos podem ser classificados por tipos e formas
como cavaco contínuo, de cisalhamento ou de ruptura. O cavaco contínuo é formado na
usinagem de materiais dúcteis como o aço inoxidável e apresenta lamelas justapostas em
disposição contínua, não havendo distinção nítida entre as lamelas. Já o cavaco de
cisalhamento apresenta lamelas justapostas distintas, sendo formado em condições de
diminuição da resistência do material no plano de cisalhamento, devido ao aumento da
deformação, à heterogeneidade da estrutura metalográfica, ou as vibrações externas que
conduzem às variações de espessura do cavaco. Por fim, o cavaco de ruptura é constituído de
fragmentos retirados da peça usinada, sendo formado na usinagem de materiais frágeis ou de
estrutura heterogênea, tais como o ferro fundido ou latão, podendo, portanto, adquirir diversas
formas, tais como: fita, espiral e lascas. Esses diversos tipos de cavacos apresentam formas
distintas, de acordo com o processo de fabricação. A Figura 2 mostra resíduos de cavacos em
suas diferentes formas.
34
Figura 2 – Formas dos cavacos: (a) Fita, (b) helicoidal, (c) espiral, (d) lascas
Fonte: Silva, 2008.
2.5 Estudo de caso: Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão (CETEMP)
A organização estudada foi a instituição de ensino profissionalizante Centro
Tecnológico de Mecânica de Precisão (CETEMP), complexo educacional e tecnológico
mantido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). O CETEMP foi
inaugurado em 1983 e está sediado no município de São Leopoldo, Rio Grande do Sul,
ocupando aproximadamente 10.000 m2 de área construída. Esta instituição atua na capacitação
de recursos humanos e na prestação de serviços tecnológicos às indústrias da região com
ênfase para os setores de metal mecânica, siderurgia, petroquímica, celulose e
eletroeletrônica, promovendo cursos técnicos e de aperfeiçoamento profissional, assessoria
técnica e tecnológica, serviços laboratoriais e de pesquisa aplicada aos processos de
desenvolvimento e inovação. Atualmente, a instituição dispõe de laboratórios de ensino
(Figura 3), laboratórios de pesquisa e prestação de serviços especializados (Figura 4).
Figura 3 – Laboratório de ensino do CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
35
Figura 4 – Laboratório de pesquisa do CETEMP
Fonte: SENAI (2014)
A instituição também disponibiliza espaços pedagógicos adequados para as práticas
educacionais referentes aos cursos técnicos de Mecânica, Eletrônica, Segurança do Trabalho e
Automação Industrial, além de cursos de qualificação, de iniciação e de aperfeiçoamento
profissional (Figura 5). Na área de serviços, desenvolve projetos ondemand que são estudos
personalizados e encomendados pelas indústrias para a geração de novos produtos e processos
industriais. Também realiza consultorias e presta serviços na área de medição, calibração e
ensaios, com acreditação dos órgãos competentes, dentre eles o Instituto Nacional de
Metrologia (INMETRO). Com base nesta estrutura, o centro possui 117 funcionários e 30
prestadores de serviço e atende aproximadamente 2.400 alunos por semestre.
Figura 5 – Oficina do curso técnico em mecânica do CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
36
O CETEMP possui um Sistema de Gestão em Qualidade (SGQ) baseado na ISO
9001:2008. A Segurança e Saúde Ocupacional mantêm a certificação através do atendimento
aos requisitos da OHSAS 18001:2007, bem como gerencia suas atividades de laboratório
através da manutenção da ISO IEC 17025. Embora com esta estrutura, o CETEMP ainda não
possui um SGA certificado em suas instalações, sendo esta uma necessidade real e notória
para o sucesso nas questões ambientais. Atualmente essa instituição possui um grupo de
trabalho denominado Grupo Sócio Ambiental (GSA), que realiza atividades e campanhas
voltadas para a garantia da sustentabilidade das atividades que são desenvolvidas por
colaboradores e voluntários da organização.
Adicionalmente, o CETEMP planeja uma ampliação das suas instalações, para o ano
de 2015 com a criação do Instituto SENAI de Inovação (ISI). Sendo prevista a construção de
novos prédios com estruturas apropriadas para a prática das novas atividades que serão
pesquisas de desenvolvimento de projetos para as indústrias.
37
3 METODOLOGIA
A metodologia do presente projeto foi composta pelas etapas de identificação das
práticas de coleta e disposição dos resíduos sólidos, caracterização e classificação dos
resíduos sólidos gerados, e desenvolvimento de procedimentos ambientais.
O fluxograma (Figura 6) ilustra a metodologia descrita, bem como as considerações
realizadas em cada etapa.
Figura 6 – Fluxograma da metodologia de diagnóstico da geração dos resíduos no CETEMP
INSTITUIÇÃO ESTUDADA
Definição dos objetivos e metas
Priorização do resíduo a ser estudado
Caracterização do processo gerador
Matérias-primas e insumos
Definição do plano de amostragem
Pontos de coleta e tipos de recipientes
Caracterização Física e Química e
classificação
Classe I – perigososClasse II A – não inertes
Classe II B - inertes
Definição da metodologia para o
estudo
Detalhamento da caracterização
Análise dos resultados
Fonte: Produzido pelo autor (2014).
3.1 Identificação das práticas de coleta e disposição dos resíduos sólidos metálicos
A avaliação das práticas de coleta e disposição dos resíduos foi inicialmente realizada
a partir de uma análise documental para obter informações relativas aos dados conceituais
sobre os resíduos sólidos e as relações entre indivíduos e a organização, bem como as
38
interferências destes com o meio ambiente. Posteriormente, esta etapa foi complementada
com a realização de visitas técnicas para observação e registro do manejo dos resíduos nos
diferentes setores e espaços, bem como a geração diária, o descarte e o transporte final dos
mesmos. Nesta etapa foram realizadas observações e registros das práticas nas áreas
administrativas e de manufatura, onde residem as oficinas técnicas, divididas e localizadas em
quatro pavilhões. Considera-se que tais oficinas são os locais mais importantes do presente
estudo, tendo em vista que é onde ocorre uma geração expressiva de resíduos sólidos
metálicos. O levantamento de dados foi realizado, portanto, nos seguintes locais:
• Pavilhão 1: abriga uma oficina (Figura 7 - retificação) que apresenta em sua estrutura
física sala de aula máquinas, equipamentos e ferramentas. As atividades educacionais
são por meio de aulas teóricas e práticas. As aulas práticas são realizadas com
atividades de retificação plana, cilíndrica (interna e externa), afiação de ferramentas,
balanceamento de rebolos e eletroerosão.
Figura 7 – Oficina do pavilhão 1 – oficina de retificação do CETEMP
Fonte: SENAI (2014)
• Pavilhão 2: neste ambiente também se encontra uma oficina (Figura 8 – oficina de
usinagem com controle numérico computadorizado - CNC - do CETEMP) que
apresenta em sua estrutura física sala de aula, máquinas, equipamentos e ferramentas.
As atividades educacionais são por meio de aulas teóricas e práticas. Nas aulas
práticas são realizadas atividades típicas de processo de usinagem com a utilização de
máquinas de comando numérico (CNC) e os processos aplicados são torneamento e
fresagem.
39
Figura 8 – Pavilhão 2 - oficina de usinagem CNC do CETEMP
Fonte: SENAI (2014)
• Pavilhões 3 e 4: Nestes dois ambientes (Figuras 9 e 10 – oficinas de usinagem
convencional) também existem as salas de aula, máquinas, equipamentos e
ferramentas, sendo as aulas práticas executadas de maneira convencional, porém com
a diferença de aplicação do processo típico de usinagem com torneamento e fresagem
manual e sem recursos dos computadores, havendo neste caso maior geração de
resíduos metálicos (cavacos).
Figura 9 – Pavilhão 3 - oficina de usinagem convencional do CETEMP
.
Fonte: SENAI (2014).
40
Figura 10 – Pavilhão 4 – oficina de usinagem convencional do CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
As pesagens da totalidade dos resíduos gerados nos locais estudados (oficinas
localizadas nos pavilhões) foram realizadas durante os meses de abril, maio e junho/2014,
pois são os meses onde as atividades práticas alcançam a maior presença de alunos e,
consequentemente, maior geração dos resíduos. Além disso, os resíduos foram avaliados nas
terças e sextas-feiras, conforme determinado pelo setor responsável pela coleta dos resíduos
na instituição. Assim, neste período foram realizadas coletas dos cavacos que estavam
acondicionados nos coletores e posteriormente foram realizadas as pesagens dos mesmos em
uma balança digital (marca/modelo: Filizola/PersonalLine). Para registrar as informações das
pesagens dos resíduos (cavacos) foi utilizada uma planilha de controle específica para cada
pavilhão (Apêndice A).
3.2 Caracterização dos resíduos sólidos metálicos da instituição
Nesta etapa da pesquisa foram identificadas todas as entradas (matérias-primas,
insumos, energias), as operações/etapas (desde a criação do projeto até o acabamento final da
peça produzida) e as saídas (emissões, resíduos, efluentes) dos processos de geração dos
resíduos com posterior construção de um fluxograma para governar a caracterização dos
resíduos, conforme Figura 11.
41
Figura 11 – Fluxograma de entradas, operações e saídas dos processos de geração de resíduos
sólidos para seleção dos parâmetros de caracterização dos resíduos
Fonte: Produzido pelo autor (2014).
Através da elaboração e análise deste fluxograma, um plano de caracterização foi
construído e executado no período de 12 semanas (entre abril e junho de 2014), utilizando-se
procedimentos de coletas com posterior pesagem e classificação de acordo com a NBR
10.004 (ABNT, 2004), bem como com as codificações estabelecidas pelos órgãos ambientais
estaduais, como é o caso do Código dos Resíduos (CODRES), estabelecido pela fundação
ambiental do estado do Rio Grande do Sul (FEPAM, 2014). Devido às diferentes
características (quantitativas e qualitativas) dos resíduos oriundos de distintas atividades
geradoras, foram consideradas nesta etapa a taxa de geração dos resíduos, as atividades
42
geradoras e suas matérias-primas e insumos associados, bem como as características físicas e
químicas, conforme metodologia descrita na legislação vigente.
3.3 Desenvolvimento de procedimentos e práticas de gestão
Todos os dados obtidos nas etapas descritas nas seções 4.1 e 4.2 foram organizados em
planilhas e quadros de controle de acordo com a natureza, características e classe dos resíduos
gerados em todas as atividades da instituição, visando construir documentos de gestão que
posteriormente possam ser analisados para proposição de novas práticas ambientais. Para o
desenvolvimento de tais procedimentos, foram inicialmente identificadas as legislações
associadas ao estudo, conforme Apêndice B.
Com base nas normas e legislações apresentadas no Apêndice B, os principais
parâmetros e medidas relativas aos processos da instituição serão selecionados para avaliação.
Adicionalmente, o desenvolvimento de tais ferramentas será denominado Gerenciamento de
Resíduos Sólidos (GRS) que é composta por uma planilha de controle para cada resíduo
gerado, utilizada para a definição de todas as etapas do gerenciamento. Estas planilhas foram
constituídas pelas seguintes informações: o tipo de resíduo, a classe - de acordo com a NBR
10.004 (ABNT, 2004), o código CODRES – código de resíduos (FEPAM, 2014), tipo de
coleta seletiva, forma de acondicionamento e armazenamento, unidade de medida de geração,
bem como tipo e opções de destinação final.
43
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Diagnóstico das práticas e disposição
Os resíduos gerados nas áreas administrativas da instituição são, normalmente,
segregados e acondicionados em coletores adequados ao volume e tipo de resíduo, conforme
as cores estabelecidas pela Resolução 275 do CONAMA, demonstrado na Tabela 5.
Tabela 5 – Cores da coleta seletiva de resíduos
COR RESÍDUO
Azul Papel/papelão
Vermelho Plástico
Verde Vidro
Amarelo Metal
Preto Madeira
Laranja Resíduos perigosos
Branco Resíduos de serviços de saúde
Roxo Resíduos radioativos
Marrom Resíduos orgânicos
Cinza Resíduos não recicláveis
Fonte: BRASIL (2001).
Os coletores de resíduos são disponibilizados e organizados de modo a propiciar o
descarte correto de cada tipo de material, sendo divididos em coletores internos (Figura 12) e
coletores externos (Figura 13).
44
Figura 12 – Conjuntos de coletores internos no CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
Figura 13 – Conjuntos de coletores externos no CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
Os resíduos com características de inflamabilidade (têxteis, papéis e outros materiais
que possam estar contaminados com tintas, óleos, graxas e solventes) são descartados e
mantidos em coletores de segurança especiais que reduzem os vapores perigosos e promovem
a auto extinção das chamas em caso de combustão, os quais são armazenados na central de
resíduos. Adicionalmente, os coletores de resíduos são identificados por meio de rótulos
específicos ao tipo de resíduo, conforme mostrado na Figura 14.
45
Figura 14 – Rótulos utilizados para a identificação de resíduos
Fonte: SENAI (2014).
Já para os resíduos industriais metálicos (cavacos) são adotados coletores sobre rodas
(Figura 15) para transporte e disposição.
Figura 15 – Coletores sobre rodas na oficina de usinagem no CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
Tais coletores apresentam dificuldades para evitar o excesso de resíduo armazenado. A
seta em amarelo nos indica a ausência de identificação do resíduo de acordo com a legislação
vigente.
Os resultados da identificação destas práticas permitiram observar que a coleta e
disposição dos resíduos sólidos aplicados até o momento na instituição apresentavam-se de
forma eficiente, porém ainda necessitando melhorias, principalmente, com o desenvolvimento
de um plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), incluindo etapas de capacitação,
coleta seletiva, forma de operação do depósito de resíduos, forma de utilização e
46
preenchimento do manifesto de transporte de resíduos e preenchimento do controle mensal de
resíduos sólidos. Neste caso, em especial com relação ao descarte dos resíduos metálicos, foi
observada a necessidade de melhorias dos recipientes de coleta e transporte. A falta de
identificação com a classificação do resíduo, bem como, a probabilidade de contaminação do
solo ficava evidente nas oficinas onde os mesmos eram produzidos e descartados. Assim,
foram evidenciadas necessidades de melhoria de procedimentos nestas etapas de coleta,
transporte e disposição para garantir a qualidade ambiental nos espaços físicos da instituição
e, em especial, a necessidade de padronização dos sistemas de coleta e transporte.
Adicionalmente, foi possível evidenciar que a forma de disposição temporária dos
resíduos até a sua destinação final ainda necessita de práticas de gestão, pois os resíduos são
dispostos em espaços específicos, denominados central de resíduos (Figuras 16 e 17), e que
necessitam de reestruturação baseada em uma gestão ambiental. Também foi evidenciado que
os resíduos sólidos recicláveis, os resíduos metálicos (perfis, latas, etc.) e também aqueles
com características de inflamabilidade ainda necessitam melhorias de disposição, pois o
primeiro e o segundo tipo de resíduos são acondicionados em uma central (Figura 17), o
terceiro tipo de resíduo em outra, (Figura 16) ambas apresentando a necessidade de melhorias.
Já os resíduos metálicos (cavacos) são encaminhados para um container a céu aberto, coberto
apenas por lona de plástico (Figura 18).
Figura 16 – Central de resíduos com características de inflamabilidade localizado na área
externado CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
1
2
3
4
47
Os resíduos com características de inflamabilidade (setas 2 e 3) apresentam, de forma
aleatória, a devida rotulagem de acordo com a legislação. Entretanto, todos os recipientes
devem ser rotulados. A seta 1 indica a placa de sinalização com a informação de “proibido
fumar” e a seta 4 alerta para os riscos à saúde através do contato com os olhos e pele.
Figura 17 – Local para os resíduos recicláveis na área externa do CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
Os resíduos recicláveis encontram-se em uma central de resíduos onde os mesmos
tem contato direto com o solo, conforme indicado com as setas na Figura 18. Esta central
também não possui nenhuma identificação.
Figura 18 – Local para os resíduos metálicos (cavacos) na área externa do CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
48
Os resíduos metálicos (cavacos) são armazenados em containeres a céu aberto
dispostos em contato direto com o solo (Figura 18). Uma lona de polivinil é utilizada para
cobrir os resíduos e prevenir o contato com a chuva, porém este método ainda apresenta
falhas, ocorrendo a possibilidade de lixiviação de metais para o do solo.
Com relação ao transporte dos resíduos sólidos metálicos, é utilizado um carro
transportador manual (Figura 19) confeccionado em uma plataforma de madeira com pneus
de borracha onde são transportados recipientes de plástico e pás de alumínio. O mesmo é
utilizado para o deslocamento entre o local de geração e o armazenamento temporário.
Figura 19 – Carro transportador na área externa do CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
Diante de tais considerações, ficou evidenciado que o transporte e o depósito de
resíduos da instituição não atendiam as normas NBR 12.235 e NBR 11.174 (ABNT, 1990;
ABNT, 2012), requerendo o desenvolvimento de procedimentos de gestão ambiental para
estas atividades e, portanto, demonstrando mais uma vez a importância do desenvolvimento
deste trabalho.
4.2 Caracterização dos resíduos sólidos da instituição
Os resultados obtidos na caracterização dos resíduos sólidos da instituição são
mostrados na Tabela 6 através da classificação com base na sua origem, classe e produção
mensal.
49
Tabela 6 – Origem e classificação dos resíduos da instituição estudada
DESCRIÇÃO
(IDENTIFICAÇÃO) ORIGEM CARACTERIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
GERAÇÃO MÊS
Sucata de metais ferrosos. Processo produtivo Classe I – Perigoso 0,5 t
Sucata de metais não ferrosos (latão, etc.)
Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,2 t
Resíduo de papel, papelão. Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,2 t
Resíduo de madeira (restos de embalagens, pallets, etc.).
Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,1 t
Resíduo plástico (filmes e pequenas embalagens)
Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,1 t
Óleo de corte e usinagem. Processo produtivo Classe I – Perigoso 0,05 t
Óleo contaminado em isolação ou refrigeração.
Processo produtivo Classe I – Perigoso 0,05 t
Papel higiênico. Processo produtivo e
administrativo Classe IIA – Não Inerte 0,02 t
Resíduo têxtil contaminado (panos, estopas, etc.)
Processo produtivo Classe I – Perigoso 0,01 t
Resíduo de materiais cerâmicos Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,005 t
Areia de fundição (não fenólica). Processo produtivo Classe I – Perigoso 0,001 t
Resíduos eletrônicos. Processo produtivo e
administrativo Classe IIA – Não Inerte 0,001 t
Pós metálicos. Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,001 t
Resíduo de varrição não perigoso Processo produtivo e
administrativo/escritório Classe IIA – Não Inerte 2,5 m³
Resíduo de restaurante (restos de alimentos)
Cantina / restaurante Classe IIA – Não Inerte 0,7 m³
Resíduo gerado fora processo industrial (embalagens, escritório).
Escritório / administrativo Classe IIA – Não Inerte 0,4 m³
Material contaminado com óleo. Processo produtivo Classe I – Perigoso 0,25 m³
Resíduo de espumas. Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,1 m³
Óleo lubrificante usado (contaminado).
Processo produtivo Classe I – Perigoso 0,025 m³
Isopor. Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,02 m³
Equipamentos de proteção individual – EPI
Processo produtivo e administrativo
Classe I – Perigoso 0,01 m³
Sais de tratamento térmico. Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 0,001 m³
Acumuladores de energia (baterias, pilhas e assemelhados).
Processo produtivo e administrativo
Classe I – Perigoso 50 un
Lâmpadas fluorescentes (vapor de mercúrio ou sódio).
Processo produtivo e administrativo
Classe I – Perigoso 50 un
Resíduo plástico (bombonas). Processo produtivo Classe IIA – Não Inerte 2 un
Fonte: Produzido pelo autor (2014).
50
Com base nos dados da Tabela 6, foi possível observar que os resíduos metálicos
(ferrosos e não ferrosos) destacam-se pela quantidade gerada ao mês, representando a maior
quantidade de resíduo gerado na instituição com aproximadamente uma tonelada ao mês. A
dificuldade de realizar a coleta seletiva e o acondicionamento temporário correto destes
resíduos, bem como a sua potencialidade de causar impactos ambientais significativos,
comprova a importância do estudo e desenvolvimento de procedimentos de gestão para a
qualidade ambiental destas atividades. Este fato decorre porque a instituição ainda não possui
uma metodologia de capacitação voltada para a educação ambiental para que os alunos
aprendam a descartar tais resíduos metálicos de forma adequada. Consequentemente, como
este resíduos possuem resquícios de óleos diversos (oriundos dos processos de manufatura),
eles apresentam riscos de impactos ambientais (contaminação do solo, água, etc.). Outros
fatores relevantes são as condições desfavoráveis dos recipientes de coleta temporária, do
transporte interno dos resíduos e do local de armazenamento (central de resíduos).
4.3 Desenvolvimento de procedimentos de gestão ambiental
4.3.1 Planilhas de gestão ambiental
As ferramentas desenvolvidas a partir de planilhas eletrônicas aplicadas em campo
propiciaram a organização e sumarização de dados relativos aos resíduos, proporcionando um
sistema eficiente de registro e consulta sobre os tipos de resíduos, bem como suas
classificações e quantificações. As planilhas desenvolvidas, bem como os dados obtidos nos
estudos anteriores, estão consolidados e demonstrados na Tabela 7, os quais foram
apresentados separadamente para melhor tratamento e ênfase aos resíduos metálicos que
representam a maior porção da geração de resíduos da instituição.
51
Tabela 7 – Gerenciamento de resíduos sólidos
RESÍDUO
COLETA SELETIVA
FORMA DE ACONDICIONA-
MENTO ARMAZENA-MENTO
UNI-DADE
DESTINAÇÃO FINAL
IDENTIFICAÇÃO
CLA
SS
E
CO
DR
ES
CÓ
DIG
O
ON
U
DESTINAÇÃO OPÇÃO DE
DESTINATÁRIO
RESÍDUO DE RESTAURANTE Ex.: sobra de alimentos, casca borra
de café e outros. II A A0010
Coletor plástico identificado
como resíduo orgânico.
Saco plástico de cor marrom.
Área fora da unidade / Coletor no passeio
público. kg Aterro sanitário municipal. SL AMBIENTAL S.A
RESÍDUO ORGÂNICO
Guardanapos, papel toalha, papel higiênico.
II A A0010
Coletor plástico identificado
como resíduo orgânico.
Saco plástico de cor marrom.
Área fora da unidade / coletor no passeio
público. kg Aterro sanitário municipal. SL AMBIENTAL S.A
RESÍDUO ORGÂNICO Ex.: resíduos de jardim e terra dos
ensaios de biodegradabilidade, compostagem e toxicidade.
II A A0010 kg Incorporado ao solo
(compostagem). Área da unidade / jardim.
ÓLEO ALIMENTÍCIO USADO II A A0010
Bombona plástica identificada como óleo alimentício
usado.
Cantina. l Reprocessamento/re-ciclagem externos.
ECOLÓGICA
SUCATA DE METAIS FERROSOS
Ex.: Cavacos e limalhas. I A0040
Coletores de identificados
como
sucata de metais ferrosos.
Caixa metálica
identificada como
sucata de metais ferrosos.
Depósito de Resíduos. kg Reprocessamento/re-ciclagem externos.
3R Reciclagem de Resíduos.
52
RESÍDUO
COLETA SELETIVA
FORMA DE ACONDICIONA-
MENTO ARMAZENA-MENTO
UNI-DADE
DESTINAÇÃO FINAL
IDENTIFICAÇÃO
CLA
SS
E
CO
DR
ES
CÓ
DIG
O
ON
U
DESTINAÇÃO OPÇÃO DE
DESTINATÁRIO
SUCATA DE METAIS NÃO FERROSOS
Ex.: latas, pedaços de peças, chapas e artefatos.
II A A0041
Coletores plásticos de cor
amarela identificados
como
Metal.
Latas de refrigerante: saco plástico de cor
amarela.
Outros: caixa de metal identificada como sucata de
metais não ferrosos.
Depósito de Resíduos. kg Reprocessamento/re-ciclagem externos.
3R Reciclagem de Resíduos.
TAMBORES DE METAL VAZIOS, NÃO
CONTAMINADOS II A A0051 A granel Depósito de Resíduos. Peça
Devolução ao fornecedor/cliente.
PAPEL E PAPELÃO Ex.: Papel, papelão, material
impresso, jornal, embalagens e outros papéis limpos.
II A A0060
Coletores plásticos de cor
azul, identificados como papel.
Saco plástico de
cor azul. Depósito de Resíduos. kg
Reprocessamento/re-ciclagem externos.
3R Reciclagem de Resíduos.
PLÁSTICO – BOMBONAS VAZIAS, NÃO
CONTAMINADAS II B A0070 A granel. Depósito de Resíduos. Peça
Devolução ao fornecedor/cliente.
Clientes, proprietários do material.
PLÁSTICO Ex.: copos, garrafas, potes, baldes vazios e outras embalagens não contaminadas, filmes, amostras,
corpos de prova e material paletizado.
II B A0071
Coletores de cor vermelha,
identificados como plástico.
Saco plástico de
cor vermelha. Depósito de Resíduos. kg
Reprocessamento/re-ciclagem internos.
Laboratório de reciclagem da Unidade.
Reprocessamento/re-ciclagem externos.
3R Reciclagem de Resíduos.
53
RESÍDUO
COLETA SELETIVA
FORMA DE ACONDICIONA-
MENTO ARMAZENA-MENTO
UNI-DADE
DESTINAÇÃO FINAL
IDENTIFICAÇÃO
CLA
SS
E
CO
DR
ES
CÓ
DIG
O
ON
U
DESTINAÇÃO OPÇÃO DE
DESTINATÁRIO
BORRACHA Ex.: Resíduos de amostras (placas, solados, pneus, bicos e outros) e
matéria-prima de borracha.
II A A0080
Coletores de cor cinza,
identificados como borracha.
Sacos de ráfia. Depósito de Resíduos. kg
Reprocessamento/re-ciclagem internos.
Laboratório de reciclagem da Unidade.
Central de Resíduos Sólidos Industriais.
Fundação FUNRESOLI.
Fundação
PRÓAMBIENTE.
PNEUS DE BORRACHA II A A0089 A granel Depósito de Resíduos. Peça Devolução ao
fornecedor/cliente. Clientes, proprietários do
material.
ESPUMA Ex.: Resíduos de amostras (placas, corpo
de prova), não contaminados. II A A0083
Coletores de cor cinza,
identificados como resíduo
classe II.
Sacos plásticos de cor cinza.
Depósito de Resíduos. kg Central de Resíduos Sólidos
Industriais.
Fundação FUNRESOLI.
Fundação
PRÓAMBIENTE.
VIDRO Ex.: vidrarias e frascos de reagentes, vazios e não
contaminados. II B A0071
Coletores plásticos de cor
verde, identificados como vidro.
Saco de ráfia. Depósito de Resíduos kg Reprocessamento/re-ciclagem externos.
RECIVIDROS.
ÓLEO LUBRIFICANTE USADO
Ex.: óleos minerais, automotivos e industriais.
I F0030 3082
Bombona plástica, identificada como óleo lubrificante
usado.
Depósito de Resíduos, sobre palete de
contenção. l Rerrefino.
IPS
Lwart.
54
RESÍDUO
COLETA SELETIVA
FORMA DE ACONDICIONA-
MENTO ARMAZENA-MENTO
UNI-DADE
DESTINAÇÃO FINAL
IDENTIFICAÇÃO
CLA
SS
E
CO
DR
ES
CÓ
DIG
O
ON
U
DESTINAÇÃO OPÇÃO DE
DESTINATÁRIO
SOLVENTES CONTAMINADOS
Ex.: Thinner, querosene e outros. I F0044 Nota3)
Frascos de origem
identificados com o nome do
solvente e o rótulo solvente
usado.
Frascos de origem identificados com o
nome do solvente e o rótulo "solvente
usado".
Depósito de Resíduos, dentro de armário corta-
fogo. l
Reprocessamento/re-ciclagem externos.
Multisolv
IPS
Recycle.
RESÍDUOS DE LABORATÓRIOS
INDUSTRIAIS
Ex.: Cinzas, fibra de vidro, cadinhos, filtros, lã de vidro, sílica, cilindros e pastilhas, têxteis, papel toalha, tubos de pirólise, ponteiras,
pincéis, espumas, algodão, plástico e outros materiais contaminados.
I K0210 3077
Coletores plásticos com
rótulo de
cor laranja, identificados
como
Resíduo classe I.
Bombona plástica identificada como
Resíduo classe I.
Depósito de Resíduos. kg Central de Resíduos Sólidos
Industriais.
Fundação FUNRESOLI.
Fundação
PRÓAMBIENTE. LIXAS
Lixas contaminadas ou com fenol na composição.
I X029 3077
EPI CONTAMINADO
Luvas de borracha, máscaras, calçados e outros.
I X026 3077
RESÍDUO TÊXTIL CONTAMINADO
Ex.: estopas, trapos e outros materiais contaminados com óleos,
graxas, solventes e tintas.
I F0042 3077
Coletores plásticos com tampa, com rótulo de cor
Bombona plástica com sistema de
fechamento, portando
Depósito de Resíduos.
kg Coprocessamento em
forno de cimento.
Fundação PROAMBIENTE.
55
RESÍDUO
COLETA SELETIVA
FORMA DE ACONDICIONA-
MENTO ARMAZENA-MENTO
UNI-DADE
DESTINAÇÃO FINAL
IDENTIFICAÇÃO
CLA
SS
E
CO
DR
ES
CÓ
DIG
O
ON
U
DESTINAÇÃO OPÇÃO DE
DESTINATÁRIO
PAPEL CONTAMINADO
Resíduos de papel e papelão contaminados com tintas e
solventes. I X020 3077
laranja e símbolo de
risco, identificados
como
Resíduo classe I com perigo de inflamabili-
dade.
símbolo de risco, identificada como
Resíduo classe I com perigo de
inflamabilidade.
PLÁSTICO CONTAMINADO
Filmes, sacos plásticos e cartelas de PVC contaminadas com tinta tintas
e solventes. I X025 3077
TINTAS
Resíduos de tintas e borras base solvente
I K780 3077
RESÍDUOS DE PRODUTOS QUÍMICOS
Adesivos, tintas, resinas, catalisadores, insumos químicos
para polímeros.
I K2010 Nota3)
Caixas plásticas, identificados como
resíduos de produtos químicos.
Depósito de resíduos, separados de acordo com
a compatibilidade química.
kg
Devolução ao fornecedor/cliente
Clientes, proprietários do material
Reprocessamento/re-ciclagem internos.
Laboratório de reciclagem da Unidade
Central de Resíduos Sólidos Industriais.
Fundação FUNRESOLI 1)
ACUMULADORES DE ENERGIA
Ex.: pilhas e baterias I K0072 3077
Bombona plástica
identificada como
pilhas e baterias.
Depósito de Resíduos. Peça Devolução ao fornecedor. Nos pontos comerciais.
56
RESÍDUO
COLETA SELETIVA
FORMA DE ACONDICIONA-
MENTO ARMAZENA-MENTO
UNI-DADE
DESTINAÇÃO FINAL
IDENTIFICAÇÃO
CLA
SS
E
CO
DR
ES
CÓ
DIG
O
ON
U
DESTINAÇÃO OPÇÃO DE
DESTINATÁRIO
LÂMPADAS FLUORESCENTES Vapor de mercúrio ou sódio
I K0106 3077
Caixas de origem ou fardos com as
lâmpadas embaladas individualmente em papel ou papelão.
Depósito de Resíduos. Peça Descontaminação e
reciclagem.
Fundação PROAMB
Brasil Recicle Ltda 2
LÂMPADAS FLUORESCENTES
QUEBRADAS
Vapor de mercúrio ou sódio
I K0106 3077 Bombona lacrada identificada como
lâmpadas quebradas. Depósito de Resíduos. Peça
Descontaminação e reciclagem.
Fundação PROAMB
Brasil Recicle Ltda 2
RESÍDUOS ELETRÔNICOS Ex.: componentes eletroeletrônicos.
I X038 3077
Bombona plástica resíduo
eletroeletrô-nico.
Saco plástico de
cor laranja. Depósito de Resíduos. kg
Reprocessamento/re-ciclagem externos.
REVERSE
OTSER.
MERCÚRIO METÁLICO I F0050
Frasco de vidro, com tampa rosqueável,
portando símbolo de risco, Identificada
como mercúrio metálico.
Laboratório de origem. kg Reprocessamento/re-ciclagem externos.
INCOTERM.
RESÍDUOS DA CONTRUÇÃO CIVIL NÃO PERIGOSOS
Classes A, B, C e D
I
II A
II B
A definir, quando da geração, conforme os resíduos Classe II já especificados acima.4)
NOTAS:
1) Não deverão ser destinados tintas, adesivos ou outros produtos químicos que possuam características de inflamabilidade.
2) Condicionado a autorização de envio de resíduos para fora do Estado emitida pela FEPAM.
3) Consultar a Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) fornecida pelo fabricante do produto usado pela empresa.
4) No momento em que houver a realização de alguma obra (construção ou demolição) de grande porte, os resíduos deverão ser previamente identificados e
57
RESÍDUO
COLETA SELETIVA
FORMA DE ACONDICIONA-
MENTO ARMAZENA-MENTO
UNI-DADE
DESTINAÇÃO FINAL
IDENTIFICAÇÃO
CLA
SS
E
CO
DR
ES
CÓ
DIG
O
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U
DESTINAÇÃO OPÇÃO DE
DESTINATÁRIO
elaborado um Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, conforme determina a Resolução CONAMA Nº 448, de 19 de janeiro de 2012.
5) CODRES – códigos de resíduos de acordo com a planilha da FEPAM (FEPAM, 2014).
Fonte: Produzido pelo autor (2014)
58
Com base nos dados apresentados na Tabela 7, é possível observar que os resíduos
metálicos (ferrosos e não ferrosos) destacam-se pela quantidade gerada alcançando em torno
de 700 kg ao mês. Sendo que os metais ferrosos (cavacos) representam a maior quantidade de
resíduo gerado na instituição com aproximadamente 510 kg ao mês. A Figura 20 detalha a
geração destes resíduos nos meses de abril, maio e junho nos pavilhões avaliados (meses onde
encontra-se o pico de geração de tais resíduos na instituição).
Figura 20 – Quantidade de cavacos gerados
0
100
200
300
400
500
600
1 2 3 4 Todos
Mas
sa d
e ca
vaco
, kg
Pavilhão
Abril Maio Junho
Fonte: Produzido pelo autor (2014)
É importante salientar que os pavilhões 3 e 4 destacam-se no gráfico com números
expressivos, quando comparados aos pavilhões 1 e 2, ao fato de abrigarem as oficinas de aulas
práticas de usinagem pesada, onde o processo de transformação da matéria prima gera um
número elevado de resíduos (cavacos). Os pavilhões 1 e 2 geram menos cavacos porque as
aulas práticas trabalham somente os acabamentos finais do produto final.
4.3.2 Procedimentos de gestão ambiental
Com base em todos os resultados obtidos nos estudos anteriores (diagnóstico), o uso
das planilhas e tabelas, a melhoria do sistema de coleta e armazenamento dos resíduos
metálicos e o projeto de uma nova central de armazenamento dos resíduos gerados, bem como
o foco com base nas legislações e normas vigentes, proporcionou o desenvolvimento de
59
procedimentos ambientais. Neste contexto, a aplicação das planilhas de campo e as tabelas de
classificação tiveram um papel significativo no que diz respeito a gestão dos resíduos através
da padronização de dados de identificação, classificação e quantificação dos resíduos gerados.
Tais planilhas e tabelas permitiram a criação de métodos e processos relevantes para a
instituição, pois indicam a possibilidade de continuidade de desenvolvimento para a
proposição futura de um SGA.
Adicionalmente, com base no diagnóstico realizado percebeu-se a de necessidade de
melhorias nos recipientes de coleta e transporte dos resíduos metálicos, principalmente,
devido à alta probabilidade de impactos no solo. Assim, foram realizadas ações de melhorias
na identificação, confecção e instalação de novos recipientes com devidas identificações,
conforme demonstrado nas Figuras 21 e 22, visando atender a legislação vigente e minimizar
os possíveis impactos ambientais.
Figura 21 – Recipiente confeccionado em metal na oficina de usinagem
Fonte: SENAI (2014).
Na Figura 21 pode-se observar a identificação do resíduo através da implementação da
rotulagem padrão, bem como a presença de um saco plástico como alternativa primária de
contenção do óleo impregnado no cavaco gerado, seguido pela estrutura de madeira como
barreira secundária para impedir qualquer tipo de escape do óleo.
60
Figura 22 – Recipiente confeccionado em plástico na oficina de usinagem CNC do CETEMP
Fonte: SENAI (2014).
A Figura 22 mostra outro recipiente implementado contendo uma adaptação ideal ao
componente da máquina que dispensa o cavaco gerado, melhorando o desempenho do
armazenamento temporário desse resíduo contaminado.
Da mesma forma, norteado pelos procedimentos de gestão relacionados à disposição
dos resíduos, conforme atendimento às normas NBR 12.235 e NBR 11.174 (ABNT, 1990;
ABNT, 2012), surgiram mais oportunidades de melhorias que resultaram no desenvolvimento
do projeto de uma central de resíduos, conforme apresentado na Figura 23.
61
Figura 23 – Desenho esquemático da central de resíduos
Fonte: SENAI (2014).
Este projeto considerou uma edificação coberta, bem ventilada e piso de concreto com
impermeabilização, sistema de isolamento que impeça o acesso de pessoas não autorizadas ao
local (fechamento com paredes, portas ou grades) e sinalização de segurança para identificar a
instalação para os riscos de acesso ao local. Também foi contemplado um sistema de proteção
contra incêndio (extintores de incêndio, sistema de aterramento para o armário de inflamáveis
e kit de emergência para contenção de derramamentos de líquidos). Da mesma forma, foram
considerados itens de sinalização das áreas para o armazenamento dos diferentes tipos de
resíduos, bacias de contenção para captação de respingos ou vazamentos (uso de pallets de
contenção e bacias de contenção em armários) e iluminação, inclusive para situação de
emergência. A Tabela 8 apresenta uma súmula dos principais itens deste projeto.
62
Tabela 8 – Súmula com os principais itens da Central de Resíduos
SIGLA DESCRIÇÃO
CA1 Container aramado 1º nível: metal ferroso
CA4 Container aramado 1º nível: metal não ferroso
CA7 e CA10 Container aramado 1º nível: vidro
CA13 Container aramado 1º nível: madeira
CA2 e CA5 Container aramado 2º nível: borracha
CA8, CA11 e CA14 Container aramado 2º nível: papel e papelão
CA3 Container aramado 3º nível: espuma
CA6, CA9 e CA12 Container aramado 3º nível: plástico
CA15 Container aramado 3º nível: eletrônico
ESTANTE 1º nível: produtos químicos
ESTANTE 2º nível: lâmpadas inteiras embaladas em suas caixas de origem
ESTANTE 3º nível: lâmpadas quebradas embaladas em bombonas com tampa
ESTANTE 3º nível: pilhas e baterias quebradas embaladas em bombonas com tampa
B1 e B2 Bombona plástica: resíduo classe I com características de inflamabilidade
C1 e C2 Container plástico: resíduo classe I
PALLET Pallet de contenção: óleos lubrificantes
ARMÁRIO IN Armário corta-fogo: solventes halogenados e não halogenados
E Extintores de incêndio
Fonte: SENAI (2014).
É importante salientar que na ferramenta de GRS (quadro de gerenciamento dos
resíduos sólidos) a sugestão de destinação final dos resíduos segue as exigências da legislação
vigente, ou seja, está condicionada ao licenciamento ambiental das empresas ou instituições
(identificadas no quadro de GRS como destinatários). Entretanto, em função da constante
evolução na atualização da legislação ambiental, bem como, do término nos prazos de
autorizações dos órgãos ambientais para as empresas que recebem os resíduos para destinação
final, é necessário realizar verificações mensais acerca da legalidade do licenciamento
ambiental de tais destinatários dos resíduos, observando o cumprimento das condições e
restrições estabelecidas nas suas respectivas licenças de operações.
O funcionamento adequado desse sistema de acondicionamento e destinação final
depende de um controle interno, pois no momento do envio dos resíduos para a sua destinação
final, os mesmos devem ser registrados (quantidade e destinação final) em uma planilha
específica. Esta planilha, assim como os demais registros construídos, deverá estar inserida
63
nos procedimentos ambientais construídos no presente estudo (Apêndices C, D, E e F),
padronizando e otimizando melhorias no sistema de gestão atual da instituição.
O Apêndice C apresenta um procedimento ambiental (PA) que visa à padronização
dos métodos e ações executadas na coleta seletiva da instituição. Já o Apêndice D mostra um
PA dedicado exclusivamente ao tratamento dos resíduos sólidos metálicos (cavacos) com foco
na geração dos resíduos dos processos de usinagem nas oficinas da instituição. O
gerenciamento dos resíduos industriais é tratado de maneira aprofundada no Apêndice E, pois
compõem todos os tipos de resíduos gerados, desde a sua geração até a destinação final. Por
fim, o Apêndice F apresenta uma metodologia padronizada na avaliação dos aspectos e
impactos ambientais, bem como determina os objetivos e metas para que a instituição consiga
identificar oportunidades de melhorias, com a consequente melhoria de seu desempenho
ambiental.
Estes procedimentos ambientais foram elaborados considerando a necessidade de
padronização dos processos existentes e futuros acerca das ações ambientais da instituição.
Essa necessidade de padronização foi identificada durante o trabalho de pesquisa de campo,
onde foi observada a ausência de padrão de processo, ou seja, muitas ações diferentes eram
realizadas para as mesmas atividades. Assim, a identificação das oportunidades de melhorias,
foram submetidas a uma escolha levando em consideração a potencialidade de danos
ambientais e atendimento a legislação. Através destes procedimentos, foi possível alcançar
uma padronização do processo de coleta seletiva, desde o aprofundamento no resíduo com
maior potencialidade de dano ambiental (cavacos) até o gerenciamento de todos os resíduos
da instituição, bem como, a implementação de uma metodologia objetiva de classificação dos
aspectos e impactos ambientais.
64
5 CONCLUSÕES
• O presente trabalho possibilitou a construção de um diagnóstico ambiental dos
resíduos sólidos na instituição de ensino profissionalizante CETEMP através de um
levantamento e avaliação de dados e práticas de geração e disposição de resíduos
sólidos nas suas instalações. Neste caso, foi possível identificar que os resíduos das
áreas administrativas e também aqueles com características de inflamabilidade eram
segregados e dispostos adequadamente. Em contraste, o descarte dos resíduos sólidos
metálicos (cavacos) ainda necessitava melhorias nos recipientes de coleta e transporte,
principalmente, no que se referia à identificação, classificação, acondicionamento e
informações sobre possíveis impactos ambientais associados. Assim, as ações práticas
de mudança de recipientes com novas identificações, a aplicação de um sistema de
coleta móvel, a caracterização e classificação de todos os resíduos sólidos da
instituição, a indicação de um projeto inovador para a nova central de resíduos, bem
como, a criação procedimentos ambientais específicos promoveram muitas melhorias
e contribuíram no cenário de gestão ambiental da instituição.
• Todos os resíduos sólidos da instituição foram identificados, bem como as suas
fontes geradoras, quantidades geradas e os tipos de composição de cada material. Isto
foi possível através da criação e aplicação de uma planilha denominada
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (GRS), que além da caracterização, padronização
de coletores, acondicionamento e armazenamento dos resíduos, sugere a destinação
final dos mesmos, de acordo com a legislação vigente. Além disso, através do estudo
foi constatado um total de resíduos sólidos gerados por mês na instituição de 1,3t (um
mil e trezentos quilos), sendo, aproximadamente 0,51t (39%) classificados como
Classe I – Perigoso, sendo os resíduos metálicos os mais representativos com uma
geração total de, aproximadamente, 200 kg/mês.
• O desenvolvimento de procedimentos de gestão ambiental possibilitou os resultados
obtidos na caracterização das fontes e dos principais resíduos gerados. O
Procedimento de Meio Ambiente (PA-001): Coleta Seletiva de Resíduos padronizou
os métodos e ações executadas na coleta seletiva da instituição, possibilitando ampliar
a reciclagem dos resíduos e também reduzir ou eliminar os impactos ambientais. O
Procedimento de Meio Ambiente (PA-002): Cuidados com o Meio Ambiente nos
processos de usinagem de componentes padronizou o tratamento disponibilizado aos
resíduos sólidos metálicos (cavacos) gerados nas atividades de usinagem nas oficinas
65
da instituição, visando, além do cumprimento legal, a melhoria na logística de coleta e
transporte interno dos resíduos. O Procedimento de Gerenciamento dos Resíduos
Industriais (PA-003) padronizou as ações referentes a geração, coleta, manuseio,
destinação temporária e destinação final dos resíduos, incluindo o controle da
documentação obrigatória (planilhas, formulários, manifestos, licenças, etc.),
monitoramento e mensuração de todos os resíduos gerados mensalmente. Por fim, o
Procedimento de Coleta Seletiva (PA-004): Avaliação dos Aspectos e Impactos
Ambientais e Definição dos Objetivos e Metas padronizou a avaliação dos aspectos e
impactos ambientais, estabelecendo e mantendo critérios para identificar e avaliar os
impactos ambientais, bem como, especificar os objetivos para o meio ambiente e suas
respectivas metas, promovendo um trabalho proativo na identificação e controle de
seus aspectos e impactos. Este procedimento também estabeleceu que, anualmente,
sejam criados programas de gestão de meio ambiente para definição das
responsabilidades, os meios e os prazos para atingir os objetivos e metas ambientais.
• Diante de todos os resultados obtidos, acredita-se que o presente trabalho contribui
de forma significativa para a literatura voltada para o desenvolvimento e aplicação da
gestão ambiental dentro das instituições de ensino com ênfase para a promoção de
uma série de ações, procedimentos e ferramentas geradas a partir de um amplo
diagnóstico ambiental. Além disso, o trabalho possibilitou o incentivo de mudanças
com um alcance de melhorias ambientais no meio educacional promoveu,
principalmente, uma base sólida para o desenvolvimento de um futuro SGA orientado
pela Norma ISO 14001 na instituição, conforme grande interesse da instituição
investigada.
66
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
O presente trabalho apresenta como sugestão de trabalhos futuros:
• O desenvolvimento de um estudo visando identificar o total cumprimento e aplicação
dos documentos desenvolvidos nesta pesquisa, visando avaliar a eficiência dos
procedimentos criados na presente pesquisa, bem como mensurar seus resultados,
orientando quanto à necessidade ou não da criação de novos procedimentos,
instruções de trabalho, formulários padronizados e/ou melhorias destes para que o
CETEMP, com base na ISO 14001, alcance os requisitos legais para a implantação
de um SGA.
• A realização de um estudo na instituição identificando possíveis ações sustentáveis no
ambiente coletivo e também de forma individual. Um exemplo dessas ações pode ser
o desenvolvimento e aplicação de um projeto de Educação Ambiental (EA) a partir
de práticas de transferência de conhecimento e atividades nos setores administrativos
e de salas de aulas e oficinas do CETEMP, visando, sobretudo a aprendizagem e a
mudança de comportamento dos funcionários, professores e estudantes. Acredita-se
que a continuidade deste trabalho, na visão da educação ambiental, contribuirá de
forma efetiva para um modelo de sustentabilidade socioambiental requerido pelo
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e almejado pelo CETEMP.
67
REFERÊNCIAS
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68
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69
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73
APÊNDICE A – Ferramenta utilizada para controle de pesagem do cavaco
1 2 3 4
1ª 4 10 57 49 120
2ª 3 8 65 55 131
3ª 6 6 50 35 97
4ª 2 6 61 55 124
1ª 2 6 70 60 138
2ª 0 10 75 50 135
3ª 3 12 63 55 133
4ª 2 10 72 60 144
1ª 0 8 86 58 152
2ª 2 5 75 60 142
3ª 3 12 60 53 128
4ª 3 10 80 40 133
PLANILHA PARA CONTROLE DE PESAGEM DO CAVACO - ANO 2 014
ABRIL
MAIO
JUNHO
kg / PavilhãoSemana
MÊS Total Total / mês
472
550
555
Fonte: Produzido pelo autor (2014).
74
APÊNDICE B – Legislações associadas à planilha
REFERÊNCIA PRINCIPAIS DISPOSIÇÕES
BRASIL, 2014 Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e dá outras providências.
ABNT, 2012 Transporte terrestre de produtos perigosos.
BRASIL, 2012 Altera a Resolução CONAMA Nº 307/2002.
BRASIL, 2011 Altera a Resolução CONAMA Nº 307/2002.
ABNT, 2010 Transporte terrestre de resíduos.
BRASIL, 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
BRASIL, 2010 Controle da disposição final de resíduos classe I com características de
inflamabilidade no solo.
BRASIL, 2009 Aprova o Manifesto de Transporte de Resíduos e dá outras providências.
BRASIL, 2008 Estabelece os limites máximos para chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu
gerenciamento ambientalmente adequado.
BRASIL, 2005 Estabelece novas diretrizes para o recolhimento e destinação de óleo lubrificante
usado ou contaminado.
ABNT, 2004 Resíduos sólidos – classificação.
BRASIL, 2004 Altera a Resolução CONAMA Nº 307/ 2002.
BRASIL, 2004 Sobre a co-disposição de resíduos sólidos industriais em aterros de resíduos sólidos
urbanos no RS.
BRASIL, 2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gestão de resíduos da
construção civil.
BRASIL 2001 Estabelece código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na
identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas
para a coleta seletiva.
BRASIL, 1997 Dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas, lâmpadas fluorescentes e
baterias de telefone celular.
BRASIL, 1993 Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos.
ABNT, 1992 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
BRASIL, 1992 Considera a coleta seletiva e a reciclagem do lixo como atividades ecológicas, de
relevância social e de interesse público.
ABNT, 1990 Armazenamento de resíduos classes II – não inertes e III – inertes.
Fonte: Produzido pelo autor (2014).
75
APÊNDICE C – Procedimento de Meio Ambiente (PA-001): Coleta Seletiva de Resíduos
1 OBJETIVO
Este procedimento contém diretrizes que serão adotadas pela
_____________________________________, visando estabelecer e manter procedimentos
para Coleta Seletiva de Resíduos.
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
Aplica-se à coleta seletiva de resíduos.
3 DISTRIBUIÇÃO
Deve ser distribuído a todos os departamentos da instituição.
4 DOCUMENTOS RELACIONADOS
Neste procedimento foram relacionados os seguintes documentos:
� Resolução CONAMA 275/2001 - Estabelece código de cores para os diferentes tipos
de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como
nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
� Lei 9.921/1993 - Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo 247,
parágrafo 3º, da Constituição do Estado, e dá outras providências.
� Lei n° 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre
as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
instrumentos econômicos aplicáveis. Brasília, 2010.
� NR 25 - Dispõe sobre Resíduos Industriais.
76
5 DEFINIÇÕES
Para fins deste procedimento foram adotadas as seguintes definições:
5.1 Coleta seletiva
É um sistema de coleta especial de materiais separados, voltado para facilitar a
reciclagem futura do mesmo. A reciclagem necessita que o resíduo seja coletado, selecionado
e tratado de maneira adequada. Separam-se os materiais em recipientes próprios para cada
tipo de resíduo. Para facilitar a identificação dos recipientes suas cores foram padronizadas:
vermelha, para o plástico; azul para papéis e papelões; amarela para metais; verde para o
vidro; marrom para a matéria orgânica e resíduo de varrição; cinza para resíduos
contaminados com produtos químicos e preto para madeira.
5.2 Coleta segregativa
É a separação dos resíduos no momento de descartá-los. Os resíduos são segregados e
acondicionados de acordo com as normas e com o destino que irão receber.
5.3 Reciclagem
É o reaproveitamento do resíduo. Na reciclagem a matéria-prima é reaproveitada para
novos produtos, reduzindo o volume de resíduo a ser disposto.
5.4 Resíduo sólido
Resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos
ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face
à melhor tecnologia disponível.
77
5.5 Resíduo orgânico
É qualquer resíduo vegetal ou animal procedente da manipulação, preparação e do
servir os alimentos. Em geral, são materiais orgânicos decomponíveis, originados em
refeitório, papel higiênico e guardanapos.
5.6. Resíduo reciclável
É qualquer resíduo que permita o seu reaproveitamento em processo produtivo, tais
como: papel, papelão, madeira, plásticos, borracha, latas, metais, vidros, garrafas, etc.
5.7 Central de resíduos
Para efeito deste procedimento, entende-se por Central de Resíduos como sendo o
local destinado à estocagem provisória de resíduos.
6 RESPONSABILIDADES
Compete a todas as áreas da instituição a fiel observância das recomendações contidas
neste procedimento, zelando pelo cumprimento das mesmas junto aos seus departamentos.
7 METODOLOGIA
7.1 Código de cores para identificação de embalagens dos resíduos
MATERIAL A SER COLETADO COR
Papel e papelão Azul
Madeira Preto
Resíduos não recicláveis Cinza
Metais Amarelo
Plásticos Vermelho
Vidros Verde
Resíduos perigosos Laranja
Resíduos orgânicos Marrom
78
Os resíduos devem ser separados na origem de modo a facilitar a triagem e reciclagem
dos mesmos. Para tanto, deve-se proceder da forma descrita abaixo:
• Em cada setor há diferentes recipientes de coleta, identificados por cores.
• A retirada de resíduos dos setores será de responsabilidade da área de manutenção, que
fará o recolhimento dos materiais e os mesmos serão encaminhados para a Central de
Resíduos.
8 CUIDADOS DE MEIO AMBIENTE
As pessoas envolvidas na execução dos trabalhos da coleta seletiva devem ter
conhecimento dos aspectos ambientais de suas atividades bem como dos perigos que lhes
possam agredir a sua segurança e saúde. Quanto à movimentação de equipamentos, manuseio
de materiais e matéria-prima, deverão ser executadas com a utilização dos EPI’s adequados,
com a finalidade da preservação da integridade física do funcionário.
9 ELABORAÇÃO
Documento elaborado por
____________________________________________________________________.
10 APROVAÇÕES
Devem aprovar este documento as alçadas responsáveis pelos departamentos abaixo
relacionados:
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
11 REVISÕES EFETUADAS
REVISÃO DATA ALTERAÇÃO
00 xx/xx/xx Emissão
01
79
APÊNDICE D – Procedimento de Meio Ambiente (PA-002): Cuidados com o Meio
Ambiente nos processos de usinagem de componentes
1 OBJETIVO
Estabelecer os cuidados com o meio ambiente a serem adotados na realização das
atividades de usinagem de componentes.
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
Aplicam-se as atividades do processo de usinagem de componentes na área das
oficinas.
3 DISTRIBUIÇÃO
Deve ser distribuído aos departamentos de Compras, Manutenção e Recursos
Humanos.
4 DOCUMENTOS RELACIONADOS
PA - 003: Gerenciamento de Resíduos Industriais.
5 DEFINIÇÕES
Para fins deste procedimento foram adotadas as seguintes definições:
� Cavaco: resíduo resultante da usinagem de peças de ferro fundido ou de aço, e ou
barras de aço.
� Matéria-prima: barras de aço.
� Central de resíduos: local destinado à estocagem provisória de resíduos.
6 ATIVIDADES DO SETOR DE USINAGEM
Observar e seguir normas, instruções e procedimentos relativos a materiais e
equipamentos usados na área de trabalho.
80
6.1 Sucata de metais
a) Separar cavacos das peças e ou restos de matéria-prima.
b) Deixar escorrer o óleo do cavaco (em máquinas que usam óleo de corte integral)
antes de colocar no recipiente padrão para transporte do mesmo.
c) Colocar as sobras de matéria-prima em caixa padrão separada.
d) Transportar a sucata para a central de resíduos conforme PA – 0001 (Gerenciamento
de Resíduos Industriais).
6.2 Lubrificação das máquinas
a) Manter o carrinho com as bombonas de óleo bem identificadas e vedadas.
b) Evitar derramamento de óleo, caso ocorrer remover com pá e/ou lavar com água e
sabão usando vassouras de material absorvente.
c) Requisitar óleos na somente quando necessário para completar as bombonas.
6.3 Complementação e troca de óleos
a) Transportar e manusear o óleo com muito cuidado para evitar tombamento ou queda
da embalagem.
b) Para transportar óleo hidráulico e/ou de corte, usar embalagens com tampa e abrir
somente no momento de colocar o óleo no reservatório da máquina.
c) Em caso de derramamento de óleo, proceder conforme subitem 6.2 “b”.
d) Em caso de descarte, colocar o óleo em tonéis, identificá-los conforme PA - 001
(Gerenciamento de Resíduos Industriais) e enviá-los para a Central de Resíduos.
6.4 Complementação e troca de óleo solúvel
a) Transportar o óleo com cuidado para não tombar a embalagem.
b) Manter as embalagens fechadas até o momento de abastecer os reservatórios.
c) Adicionar bactericida em dose mínima, quando necessário.
81
6.5 Embalagens de óleo, tinta e produtos químicos
a) Devolver as embalagens, após o uso, para a Central de Resíduos.
6.6 Resíduos provenientes das retíficas
a) Colocar, em embalagem identificada, rebolos gastos ou quebrados juntamente com
os filtros de tecido, pó de metal e rebolo e enviar para a Central de Resíduos.
7 CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE
As pessoas envolvidas nas operações devem ter conhecimento dos aspectos
ambientais de suas atividades para que qualquer dano ao meio ambiente seja evitado quando
da execução das mesmas.
8 ELABORAÇÃO
Documento elaborado por
____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
9 APROVAÇÕES
Devem aprovar este documento as alçadas responsáveis pelos departamentos abaixo
relacionados:
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
10 REVISÕES EFETUADAS
REVISÃO DATA ALTERAÇÃO
0 0 x x / x x / x x E m i s s ã o
0 1
82
APÊNDICE E – Procedimento de Meio Ambiente (PA-003): Gerenciamento dos
resíduos industriais
1 OBJETIVO
Este procedimento contém diretrizes que serão adotadas pela instituição, visando
estabelecer e manter procedimentos para o gerenciamento dos seus resíduos.
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
Aplica-se ao gerenciamento de resíduos sólidos.
3 DISTRIBUIÇÃO
Deve ser distribuído a todos os departamentos da instituição.
4 DOCUMENTOS RELACIONADOS
Neste procedimento foram relacionados os seguintes documentos:
� Lei n° 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre
as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
instrumentos econômicos aplicáveis;
� Lei Nº 14.528, de 16 de abril de 2014. Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos
e dá outras providências;
� Lei 9.921/1993 – Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo
247, parágrafo 3º, da Constituição do Estado, e dá outras providências;
� NR 25: Dispõe sobre Resíduos Industriais;
� NBR 10.004/2004 - Resíduos sólidos – Classificação;
� NBR 10.005/2004 - Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos
sólidos;
� NBR 10.006/2004 - Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos
sólidos;
83
� NBR 10.007/2004 - Amostragem de resíduos sólidos;
� NBR 11.174/1990 – Armazenamento de resíduos classes II - Não inertes e III –
inertes;
� NBR 12.235/1992 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos;
� PA - 001 - Coleta Seletiva de Resíduos.
5 DEFINIÇÕES
Para fins deste procedimento foram adotadas as seguintes definições:
5.1 Resíduos Sólidos
Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da
comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
5.2 Resíduo reciclável
É qualquer resíduo que permita o seu reaproveitamento em processo produtivo, tais
como: papel, papelão, madeira, plástico, borracha, lata, metal, vidro, garrafa, etc.
5.3 Resíduo sólido perigoso
Aquele resíduo que apresenta periculosidade, conforme definido no item 3.2 da
ABNT NBR 10004, ou características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade conforme ABNT NBR 10004 ou que conste nos anexos A e B da
mesma. É todo o resíduo sólido, não passível de tratamento convencional, que por suas
propriedades físicas, químicas e/ou características infectocontagiosas, apresentam
periculosidade efetiva ou potencial à saúde humana e/ou ao meio ambiente, requerendo
84
cuidados especiais quanto ao condicionamento, acondicionamento, coleta, transporte,
armazenamento e destinação final.
5.4 Resíduo não-inerte
Aquele que não se enquadra nas classificações resíduos classe I (Perigosos) ou
resíduos classe II B (Inertes), conforme ABNT NBR 10004. Os resíduos classe II A – não
inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
5.5 Resíduo sólido inerte
Qualquer resíduo que, quando amostrado de forma representativa, segundo a ABNT
NBR 10007, e submetido a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada,
à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiver nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se
aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da ABNT NBR 10004. É aquele
resíduo sólido não biodegradável, insolúvel em água e de difícil reação nas condições de
temperatura e pressão ambiente, que são gerados no processamento industrial. Compreende os
resíduos provenientes de escavações, demolições, entulhos e similares.
5.6 Central de Resíduos
Para efeito deste procedimento, entende-se por Central de Resíduos como sendo o
local destinado à estocagem provisória de resíduos.
5.7 MTR
Manifesto de Transporte de Resíduos.
5.8 Licença de operação
Licença de Operação: documento expedido pelo órgão ambiental do estado
autorizando o funcionamento das atividades industriais.
85
5.9 FEPAM
Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler, órgão ambiental
estadual.
5.10 Destinatário
Pessoa jurídica responsável pelo tratamento e/ou disposição final dos resíduos
gerados na instituição.
6 RESPONSABILIDADES
Compete a todas as áreas da instituição a fiel observância das recomendações
contidas neste procedimento, zelando pelo cumprimento das mesmas junto aos seus
departamentos.
6.1 Fonte Geradora
Compete às fontes geradoras dos resíduos:
� minimizar a sua geração;
� segregar corretamente;
� acondicionar, conforme definido no item 8.4 deste procedimento;
� identificar os resíduos;
� encaminhar à Central de Resíduos.
6.2 Setor de Qualidade e Meio Ambiente
Cabe ao Setor de Qualidade e Meio Ambiente:
� caracterizar e classificar os resíduos gerados na empresa;
� definir a forma de acondicionamento, identificação e local de armazenamento
temporário;
� solicitar emissão de nota fiscal dos resíduos, quando necessário;
� aprovar os destinatários de resíduos;
� manter arquivadas as cópias das Licenças dos destinatários de resíduos;
86
� emitir o MTR dos resíduos perigosos antes de ser efetuada a retirada dos resíduos da
empresa;
� acompanhar e monitorar todas as saídas e estoques dos resíduos da empresa;
� encaminhar toda a documentação necessária aos órgãos ambientais conforme
legislação vigente;
� verificar a eficácia das atividades acima e providenciar ações, junto aos envolvidos,
em caso de resultados insatisfatórios;
� requisitar aos destinatários de resíduos, cujas atividades exijam Licença Ambiental, a
documentação necessária (Licença de Operação, Licença para Transporte, etc.).
7 CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE
As pessoas envolvidas nas operações devem ter conhecimento dos aspectos
ambientais de suas atividades para que qualquer dano ao meio ambiente seja evitado quando
da execução das mesmas.
8 ETAPAS DO GERENCIAMENTO
8.1 Segregação
A separação correta e criteriosa é uma etapa fundamental no gerenciamento de
resíduos, pois permite o tratamento diferenciado e racionalização de recursos. A separação
deve ser realizada no local de origem, sendo que os resíduos que possam gerar condições
perigosas, quando combinados, devem manter-se afastados. Deve-se evitar misturar resíduos
líquidos com resíduos sólidos.
8.2 Manuseio
As pessoas envolvidas com o manuseio de resíduos devem ter conhecimento dos
aspectos ambientais de suas atividades.
87
8.3 Movimentação
Os resíduos serão retirados dos setores pela área de manutenção e serviços e devem
ser registrados em planilha específica, conforme modelo abaixo.
Tipo de resíduo Unidade de medida
Saldo (estoque)
Entrada Saída Destinação Saldo
(estoque) mês/ano mês/ano Responsável: _____________________________
Data: _____/_____/_____
8.4 Acondicionamento
O acondicionamento depende de cada tipo de resíduo, forma de tratamento e/ou
disposição final e tipo de transporte utilizado. Devem ser observados alguns critérios mínimos
para a forma de acondicionamento como material de construção compatível com os resíduos,
estanqueidade, resistência física a pequenos choques, durabilidade, compatibilidade com os
equipamentos de transporte em termos de forma, volume e peso. Não se devem colocar
rejeitos líquidos em tambores com tampas removíveis. O container para acondicionamento de
resíduos deve estar em bom estado de conservação e com a devida identificação.
8.5 Armazenamento
Na escolha do local onde o resíduo vai ficar depositado temporariamente até seu
tratamento e/ou destino final, deve-se levar em consideração que o risco de contaminação
ambiental seja mínimo, que o acesso seja fácil para os equipamentos de transporte, e que
sejam eficientes a impermeabilização do piso e a drenagem para a rede de efluentes para o
tratamento.
88
8.6 Transporte
O transporte deve ser realizado por empresa devidamente habilitada (licença de
transporte).
8.7 Tratamento e/ou Disposição final
São processos que alteram as características, composição ou propriedades do resíduo
de forma a torná-lo menos tóxico, reduzir seu volume ou destruí-lo totalmente. A definição da
forma de tratamento e/ou disposição final adequada a cada tipo de resíduo deve levar em
consideração a legislação vigente, a minimização dos impactos ambientais, as tecnologias
disponíveis, a classe do resíduo, a quantidade gerada e os aspectos econômicos. Para aqueles
resíduos cuja geração não pode ser evitada, a reutilização industrial ou a venda para recuperar
como matéria-prima deve ser priorizada.
8.8 Resíduos gerados
IDENTIFICAÇÃO FORMA DE ACONDI-
CIONAMENTO
ARMAZENAMENTO DESTINAÇÃO
FINAL
RESÍDUO DE RESTAURANTE
- - Aterro sanitário municipal
RESÍDUO ORGÂNICO Saco plástico de cor marrom
Área fora da unidade / Coletor no passeio
público
Aterro sanitário municipal
ÓLEO ALIMENTÍCIO USADO
Bombona plástica identificada como óleo
alimentício usado
Cantina Reprocessamento/reciclagem externos
SUCATA DE METAIS Caixa metálica
Identificada como
SUCATA DE METAIS FERROSOS
Depósito de Resíduos Reprocessamento/reciclagem externos
SUCATA DE METAIS NÃO FERROSOS
Latas de refrigerante: saco plástico de cor
amarela
Outros: caixa de metal identificada como sucata de metais não ferrosos
Depósito de Resíduos Reprocessamento/reciclagem externos
TAMBOR de metal vazio, não contaminado
A granel Depósito de Resíduos Devolução ao fornecedor/cliente
89
PAPEL E PAPELÃO Saco plástico de cor azul Depósito de Resíduos Reprocessamento/reciclagem externos
PLÁSTICO - bombona vazia, não contaminada
A granel Depósito de Resíduos Devolução ao fornecedor/cliente
PLÁSTICO Ex.: copo, garrafa, pote, balde vazio e outras embalagens não
contaminadas
Saco plástico de cor vermelha
Depósito de Resíduos Reprocessamento/reciclagem Internos.
Reprocessamento/reciclagem externos
BORRACHA Sacos de ráfia Depósito de Resíduos Reprocessamento/reciclagem Internos.
Central de Resíduos Sólidos Industriais
PNEU DE BORRACHA A granel Depósito de Resíduos Devolução ao fornecedor/cliente
ESPUMA Sacos plásticos de cor cinza
Depósito de Resíduos Central de Resíduos Sólidos Industriais
VIDRO Saco de ráfia Depósito de Resíduos Reprocessamento/reciclagem externos
ÓLEO LUBRIFICANTE USADO
Bombona plástica, identificada como óleo
lubrificante usado
Depósito de Resíduos, sobre palete de contenção
Rerrefino
SOLVENTE CONTAMINADO
Frasco de origem identificada com o nome
do solvente e o rótulo
Depósito de Resíduos, dentro de armário corta-
fogo
Reprocessamento/reciclagem externos
RESÍDUO DE LABORATÓRIO
INDUSTRIAL
Ex.: Cinza, fibra de vidro, cadinho, filtro, lã de vidro,
etc.
Bombona plástica identificada como resíduo classe I
Depósito de Resíduos Central de Resíduos Sólidos Industriais
LIXAS
EPI CONTAMINADO: Luva de borracha, máscara, calçado
e outros.
RESÍDUO TÊXTIL CONTAMINADO
Bombona plástica com sistema de fechamento,
portando símbolo de risco, identificada como resíduo classe I - resíduo
com perigo de inflamabilidade
Depósito de Resíduos Coprocessamento em forno de
cimento
PAPEL CONTAMINADO
PLÁSTICO CONTAMINADO
TINTA Resíduo de tinta e borra base
solvente
Bombona plástica com sistema de fechamento,
portando símbolo de risco, identificada como
Depósito de Resíduos Coprocessamento em forno de
cimento
90
resíduo classe I - resíduo com perigo de inflamabilidade
RESÍDUO DE PRODUTO QUÍMICO
Bombona plástica com sistema de fechamento,
portando símbolo de risco, identificada como
resíduo classe I
Depósito de Resíduos Reprocessamento/re-ciclagem internos
Central de Resíduos Sólidos Industriais
ACUMULADOR DE ENERGIA
Bombona plástica identificada como pilhas
e baterias
Depósito de Resíduos Devolução ao fornecedor
LÂMPADA FLUORESCENTE
Caixa de origem ou fardo com as lâmpadas
embaladas individualmente em papel ou papelão.
Depósito de Resíduos Descontaminação e reciclagem
LÂMPADA FLUORESCENTE
QUEBRADA
Bombona lacrada identificada como
lâmpadas quebradas
Depósito de Resíduos Descontaminação e reciclagem
RESÍDUO ELETRÔNICO Saco plástico de cor laranja
Depósito de Resíduos Reprocessamento/reciclagem externos
MERCÚRIO METÁLICO Frasco de vidro, com tampa rosqueável,
portando símbolo de risco, identificada como
mercúrio metálico
Laboratório de origem Reprocessamento/reciclagem externos
RESÍDUO DA CONTRUÇÃO CIVIL NÃO
PERIGOSO Classes A, B e C
A definir, quando da geração, conforme os resíduos Classe II.
RESÍDUO DA CONTRUÇÃO CIVIL NÃO
PERIGOSO Classe D
A definir, quando da geração, conforme os resíduos Classe II.
9 ELABORAÇÃO
Documento elaborado por
____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
10 APROVAÇÕES
Devem aprovar este documento as alçadas responsáveis pelos departamentos abaixo
relacionados:
91
____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
11 REVISÕES EFETUADAS
REVISÃO DATA ALTERAÇÃO
00 xx/xx/xx Emissão
01
92
APÊNDICE F – Procedimento de Meio Ambiente (PA-004): Avaliação dos Aspectos e
Impactos Ambientais e definição dos objetivos e metas
1 OBJETIVO
Este procedimento contém diretrizes que serão adotadas pela
_______________________________________, visando estabelecer e manter critérios para
identificar os aspectos, examinar e avaliar os impactos ambientais, diretos e indiretos, da
instituição, bem como para especificar os objetivos para o meio ambiente e suas respectivas
metas.
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
Aplica-se à identificação, exame e avaliação dos impactos ambientais, bem como
definição de objetivos e metas para o meio ambiente.
3 DISTRIBUIÇÃO
Deve ser distribuído a todos os departamentos da instituição.
4 DOCUMENTOS RELACIONADOS
Neste procedimento foram relacionados os seguintes documentos:
� PA - 003 Gerenciamento de Resíduos Industriais.
5 DEFINIÇÕES
Para fins deste procedimento foram adotadas as seguintes definições:
5.1 Aspecto ambiental
Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização os quais podem
interagir com o meio ambiente. Um aspecto ambiental significativo é um aspecto ambiental, o
93
qual tem ou pode ter um impacto ambiental significativo. Exemplos: óleo lubrificante, líquido
refrigerante, solventes, borra de tinta, etc.
5.2 Avaliação dos aspectos ambientais
Uma avaliação documentada da importância ambiental dos aspectos das atividades,
produtos e serviços da organização (existentes e planejadas).
5.3 Cadastro dos aspectos ambientais
Uma listagem dos aspectos ambientais significativos, conhecidos ou suspeitados, das
atividades, produtos e serviços da organização.
5.4 Impacto ambiental
Qualquer mudança no meio ambiente, benéfica ou adversa, totalmente ou
parcialmente resultante das atividades, produtos ou serviços da instituição.
5.4.1 Indireto
É o impacto resultante de atividades relacionadas:
� à extração de matérias-primas fornecidas por outras organizações;
� outros negócios nas quais a instituição investe os seus recursos;
� ao uso, devido ou indevido ou disposição dos produtos da instituição;
� ao uso, devido ou indevido das dependências e equipamentos da instituição por
terceiros ou prestadores de serviço.
5.4.2 Direto
É todo e qualquer impacto que não se enquadra na definição de impacto indireto.
5.4.3 Adverso
É o impacto resultante de atividades que causam danos ao meio ambiente.
94
5.4.4 Benéfico
É o impacto resultante de atividades que causam benefícios ao meio ambiente.
5.5 Impacto Controlado
Refere-se ao impacto cujas consequências estão controladas através de:
� Aprovação de processos e de equipamentos planejados;
� Monitoramento e controle de características relevantes de processo;
� Existência de procedimento e/ou instruções de trabalho documentado para aquisição
de atividades de subcontratadas, assegurando que os fornecedores atendam aos
requisitos da Política de Meio Ambiente, a eles aplicáveis;
� Existência de procedimento e/ou instrução de trabalho documentado, definindo a
maneira de conduzir a atividade, quer seja pelos próprios empregados ou pelos que
estejam agindo em seu nome;
� Existência de planos de manutenção e de inspeção de equipamentos;
� Existência de tecnologias de controle ambiental;
� Experiência comprovada do trabalhador.
5.6 Impacto não controlado
É todo e qualquer impacto que não se enquadra na definição de impacto controlado.
5.7 Filtro de significância
São critérios pelos quais os impactos ambientais moderados e críticos devem ser
avaliados. O resultado desta análise permite a classificação destes impactos em significativos
ou não significativos.
5.8 Meio antrópico
Compreende os aspectos referentes aos seres humanos e suas inter-relações políticas,
sociais, econômicas, bem como questões de saúde, segurança e uso de recursos naturais,
conforme Tabela 1.
95
Tabela 1 – Meio antrópico
Alteração da saúde e segurança dos trabalhadores
INDICADOR DE
SAÚDE/SEGURANÇA
Alteração da saúde e segurança dos trabalhadores e pessoas
envolvidas
Alteração da saúde e segurança dos vizinhos
Alteração do nível de emprego
INDICADOR ECONÔMICO
Alteração do nível de renda dos trabalhadores
Alteração do nível de renda do município
Alteração da infraestrutura
Alteração na cultura e educação
INDICADOR SOCIAL Alteração no lazer
Alteração na infraestrutura
Alteração na dinâmica populacional
5.9 Meio biológico
Compreende a fauna e a flora marinha, aquática, terrestre e atmosférica, conforme
Tabela 2.
Tabela 2 – Meio biológico
Alteração do nº de espécies da fauna (extinção, etc.).
FAUNA
Alteração do nº de indivíduos da fauna.
Alteração da saúde dos indivíduos da fauna.
Alteração das relações ecológicas (comportamento).
FLORA
Alteração do nº de espécies da flora (extinção, etc.).
Alteração da saúde dos indivíduos da flora (doenças, pragas).
Alteração da paisagem (fragmentação de ecossistemas).
5.10 Meio físico
Compreendem recursos naturais tais como água, ar, solo e outros, conforme Tabela 3.
96
Tabela 3 – Meio físico
ÁGUA Alteração da qualidade da água de corpo receptor (pH, DQO, etc.)
Alteração de regime hidrológico
Alteração da qualidade do ar (particulados, visibilidade, etc.)
AR/ATMOSFERA Alteração da camada de ozônio
Chuva ácida
Efeito estufa
Alteração da qualidade do solo (empobrecimento, etc.)
SOLO/ÁGUA SUBTERRÂNEA Alteração da qualidade da água subterrânea
Alteração do uso do solo
RECURSO NATURAL
Alteração do uso de recursos naturais. Indisponibilidade para outros usos (água, energia, matéria-prima, etc.)
Alteração da paisagem (impacto visual positivo ou negativo)
5.11 Partes interessadas
Aquelas com algum interesse nos aspectos ambientais das atividades, produtos e
serviços da instituição. Entre estas, estão incluídas aquelas que exercem o controle ambiental
legal sobre a instituição, pessoal da instituição, investidores e seguradores, clientes e
consumidores, órgão certificador, ONG’s e público em geral.
5.12 Situação anormal
Envolve circunstâncias pertinentes a paradas e partidas de processo. Inclui-se nesta
categoria situações como testes, manutenções ou irregularidades esporádicas na forma de
funcionamento do processo.
5.13 Tecnologia de controle ambiental
Tecnologia utilizada para eliminar, minimizar ou controlar um impacto adverso ao
meio ambiente.
97
5.14 Temporalidade
Classificação relacionada ao período de tempo em que a atividade que gerou o efeito
ambiental ocorreu.
� Passado: abrange aspectos ambientais decorrentes de atividades realizadas no passado.
� Presente: abrange aspectos ambientais relacionados às atividades atuais da instituição.
� Futuro: abrange aspectos ambientais relacionados às atividades futuras da instituição.
5.15 Risco indireto
É o risco resultante de atividades relacionadas:
� a extração de matérias-primas fornecidas por outras organizações;
� outros negócios nos quais a organização investe os seus recursos;
� ao uso devido ou indevido ou disposição dos produtos da organização;
� ao uso devido ou indevido das dependências e equipamentos da organização por
terceiros ou prestadores de serviço.
5.16 Risco direto
É todo e qualquer risco que não se enquadra na definição do risco indireto.
5.17 Legislação aplicada
Tipo de legislação específica, diretamente relacionada às atividades exercidas pela
instituição.
6 RESPONSABILIDADES
Compete a todas as áreas da instituição a fiel observância das recomendações
contidas neste procedimento, zelando pelo cumprimento das mesmas junto aos seus
departamentos.
98
7 METODOLOGIA PARA MEIO AMBIENTE
7.1 Sistemática para identificação dos aspectos ambientais, exame e avaliação dos
impactos ambientais
A avaliação e o registro dos aspectos ambientais constituem-se numa das bases para
o estabelecimento dos objetivos e metas da instituição juntamente com outros componentes
como os requisitos legais e reguladores, os requisitos financeiros, operacionais e
administrativos da instituição, bem como as considerações das partes interessadas. O estudo
dos impactos ambientais deve ser feito por uma equipe multidisciplinar. Devem ser
envolvidos técnicos das principais áreas da instituição e os mesmos deverão receber
treinamento específico sobre a metodologia a ser utilizada.
7.1.1 Identificação
� Relacionar as atividades e/ou subatividades e/ou operação da área, conforme sequência
do processo.
� Realizar o levantamento dos aspectos ambientais contemplando as situações normal,
anormal e de risco, conforme a temporalidade (presente, passada e futura).
� Identificar o aspecto ambiental da atividade/subatividade/operação, descrevendo o
maior número possível de informações sobre o mesmo, de forma resumida. Exemplo:
concentração, vazão, fluxo, fonte geradora, local, tipos de substâncias, etc.
� Descrever as manifestações do impacto ambiental nos meios físico, biológico e
antrópico, explicitando, quando possível, as características destas manifestações.
� Identificar as manifestações dos impactos ambientais supondo que não exista nenhuma
forma de controle destes impactos, exceto aquelas que desempenham função
essencial de processo.
7.1.2 Exame
O exame também é realizado supondo-se que não existe nenhuma forma de controle
dos impactos ambientais. Examinar os impactos identificados, de acordo com os seguintes
critérios:
99
a) Incidência
Efeito Código
Direto Dir.
Indireto Ind.
b) Tipo
Classificação Símbolo
Benéfico Ben.
Adverso Adv.
c) Escala
Abrangência Descrição Pontuação
Local Limites instituição 1
Regional RS 2
Global Nacional / Internacional 3
d) Severidade
Grau de Intensidade Descrição Pontuação
Baixo Degradação moderada, danos menores, é compensável ou controlável.
1
Médio Degradação crítica, danos substanciais. 2 Alto Séria degradação do sistema, perda do
sistema. 3
e) Probabilidade de ocorrência
Chance Estimada Descrição Pontuação
Baixo É improvável que ocorra durante a vida útil das instalações
1
Médio É provável que ocorra ao menos uma vez durante a vida útil das instalações
2
Alto É esperado que ocorra ao menos uma vez durante a vida útil das instalações
3
100
f) Duração
Manifestação Descrição Pontuação
Esporádico Disperso, raro, acidental 1
Periódico Que se repete em intervalos regulares, que manifesta certos fenômenos ou sintomas em horas ou dias certos
2
Contínuo Em que não há interrupção 3
Somar as pontuações obtidas para o impacto ambiental em análise e considerar
o valor do somatório conforme o seguinte critério:
Classificação Código Pontuação
Desprezível D 4 a 7
Moderado M 8 a 10
Crítico C 11 e 12
7.1.3 Avaliação
Avaliar o impacto ambiental de acordo com os filtros de significância relacionados a
seguir:
Código Critério de significância Detalhamento do Critério
A
Legislações
Federais, Estaduais e Municipais Licença de Operação
B
Normas/Referências Nacionais e
internacionais
ABNT, USEPA, SCAN, etc.
C
Compromissos, Princípios e
Políticas e da instituição
Política da Matriz, Atuação Responsável, Desenvolvimento
Sustentável, etc.
D
Partes Interessadas
Comunidade local, funcionários,
ONG´s, etc.
Deve-se classificar como significativo o impacto ambiental moderado ou crítico que
se enquadra em qualquer um dos filtros de significância, bem como o impacto ambiental
desprezível que se enquadra no filtro de significância A, considerando-se exclusivamente a
legislação aplicada. O impacto ambiental o qual não incidir nenhum filtro de significância
101
deve ser registrado na matriz de avaliação de aspectos ambientais e armazenado no banco de
dados.
Também deve-se considerar as formas de controle já implementadas pela instituição
para o impacto ambiental significativo e avaliar a necessidade de implementação de novas
tecnologias de controle ambiental. Nesta etapa verifica-se também se o impacto ambiental
avaliado como significativo (moderado ou crítico) requer ou não medidas de controle.
Caso o impacto ambiental não necessite de medidas de controle, o mesmo deve ser
registrado na matriz de avaliação de aspectos ambientais e armazenado no banco de dados.
Aqueles considerados como “requerendo medidas de controle” é porque não possuem
controle ou se possuem, são insuficientes e/ou ineficientes.
7.1.4 Registro dos aspectos e impactos
O registro dos impactos ambientais deve ser feito através do banco de dados que
ficará à disposição, no setor de qualidade da instituição para qualquer parte interessada.
8 OBJETIVOS E METAS DE MEIO AMBIENTE
O conjunto de informações geradas nos itens anteriores deve servir de base para a
definição dos objetivos e metas.
8.1 Considerações Gerais
Os objetivos e metas devem atender aos seguintes itens:
� requisitos legais e outros requisitos;
� aspectos ambientais e riscos significativos;
� requisitos financeiros, operacionais e comerciais;
� visão de partes interessadas;
� opções tecnológicas;
� compatibilidade com a política de meio ambiente.
Sempre que possível devem ser quantificados através de indicadores de desempenho
e com prazos definidos para atingi-los.
102
8.2 Critérios de Priorização
Os objetivos de meio ambiente e suas respectivas metas devem ser priorizados na
seguinte ordem:
1º) Buscar o atendimento à legislação e regulamentos;
2º) Os impactos ambientais significativos críticos devem ter prioridade em relação
aos moderados;
3º) Os impactos ambientais e significativos sem controle devem ter prioridade em
relação aos que possuem controle.
9 PROGRAMAS DE GESTÃO DE MEIO AMBIENTE
São estabelecidos anualmente programas de gestão de meio ambiente para definir as
responsabilidades, os meios e os prazos para atingir os objetivos e metas ambientais.
10 ANÁLISE E REVISÃO
As análises e revisões dos aspectos ambientais devem ser realizadas a cada três anos
ou quando houver mudanças significativas nas atividades / subatividades / operações da área
detectadas nas auditorias internas.
11 ELABORAÇÃO
Documento elaborado por
____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
12 APROVAÇÕES
Devem aprovar este documento as alçadas responsáveis pelos departamentos abaixo
relacionados:
____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.