Simbolismo na Europa A Morte do escavador, de Carlos Schwabe, 1890.

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Simbolismo na Europa A Morte do escavador, de Carlos Schwabe, 1890

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Simbolismo na Europa

A Morte do escavador, de Carlos Schwabe, 1890

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• Nasceu na França com o nome de decadentismo, dado pela elite parnasiana;

• As camadas da sociedade que ficaram à margem do processo de avanço tecnológico e científico do capitalismo do século XIX tenderam ao misticismo e ao espiritualismo;

Ninfas aquáticas (Peixes prateados), de Gustave

Klimt, 1899

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• Os poetas desse movimento reagiram à fórmula estética parnasiana;

• Não defendiam uma unidade de métodos, e sim de ideias;

• Baseavam-se no subjetivo, no pessoal, na sugestão e no vago;

• Eram conhecidos como “malditos” ou “decadentes”;

• Ignoravam a opinião pública, desprezavam o prestígio social e literário;

Lúcifer, de Franz Stcuk, 1890

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• Eram pessimistas e individualistas;

• Rejeitavam o exagerado valor que era dado ao materialismo cientificista;

• Exprime desgosto pelas soluções racionalistas e mecânicas;

• A função da palavra não seria mais de compreensão racional, e sim de evocação das sensações; A aparição, de Gustave

Moreau, 1875

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Baudelaire

• É o pai do Simbolismo francês;• Substituiu o idealismo romântico pelo

mal-estar das cidades, pelo choque do feio, dos temas sujos e doentios.

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Embriaguem-se(Charles Baudelaire)

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.

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Rimbaud

• Escreveu toda sua obra entre os 15 e os 20 anos de idade;

• Foi apadrinhado por Verlaine, a quem tinha enviado alguns poemas;

• Desistiu da literatura após completar a obra Iluminações;

• Passou contrabandear armas na África e no Oriente Médio.

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A eternidade(Arthur Rimbaud)

De novo me invade.Quem? – A Eternidade.É o mar que se vaiComo o sol que cai.

Alma sentinela,Ensina-me o jogoDa noite que gelaE do dia em fogo.

Das lides humanas,Das palmas e vaias,Já te desenganasE no ar te espraias.

De outra nenhuma,Brasas de cetim,O Dever se esfumaSem dizer: enfim.

Lá não há esperançaE não há futuro.Ciência e paciência,Suplício seguro.

De novo me invade.Quem? – A Eternidade.É o mar que se vaiCom o sol que cai.

Moça, de Odilon Redon

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Verlaine

• Estreou na revista Parnasse Contemporain;

• A partir da influência de Baudelaire, seus poemas adquirem traços simbolistas;

• Ao sofrer críticas a respeito de seu poema “Arte poética”, torna-se conhecido no meio literário.

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Arte poética(Paul Verlaine)

Antes de qualquer coisa, músicae, para isso, prefere o Ímparmais vago e mais solúvel no ar,sem nada que pese ou que pouse.E preciso também que não vás nuncaescolher tuas palavras em ambiguidade:nada mais caro que a canção cinzentaonde o Indeciso se junta ao Preciso.São belos olhos atrás dos véus,é o grande dia trêmulo de meio-dia,é, através do céu morno de outono,o azul desordenado das claras estrelas!Porque nós ainda queremos o Matiz,nada de Cor, nada a não ser o matiz!Oh! O matiz único que ligao sonho ao sonho e a flauta à trompa.Foge para longe da Piada assassina,do Espírito cruel e do Riso impuroque fazem chorar os olhos do Azule todo esse alho de baixa cozinha!

Toma a eloquência e torce-lhe o pescoço!Tu farás bem, já que começaste,

em tornar a rima um pouco razoável.Se não a vigiarmos, até onde ela irá?

Oh! Quem dirá os malefícios da Rima?Que criança surda ou que negro louco

nos forjou esta joia barataque soa oca e falsa sob a lima?

Ainda e sempre, música!Que teu verso seja um bom acontecimento

esparso no vento crispado da manhãque vai florindo a hortelã e o timo...

E tudo o mais é só literatura.

Mulheres no túmulo – Maurice Denis

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My Imortal - Evanescence

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O Vento(Rodrigo Amarante)

Posso ouvir o vento passar,assistir à onda bater,mas o estrago que faza vida é curta pra ver...Eu pensei..Que quando eu morrervou acordar para o tempoe para o tempo parar:Um século, um mês,três vidas e maisum passo pra trás?Por que será?... Vou pensar.- Como pode alguém sonharo que é impossível saber?- Não te dizer o que eu pensojá é pensar em dizere isso, eu vi,o vento leva!- Não sei maissinto que é como sonharque o esforço pra lembraré a vontade de esquecer...

O vento vai dizerlento o que virá,e se chover demais,a gente vai saber,claro de um trovão,se alguém depoissorrir em paz.Só de encontrar...

E isso por quê?Diz mais!Uh... Se a gente já não sabe maisrir um do outro meu bem entãoo que resta é chorar e talvez,se tem que durar,vem renascido o amorbento de lágrimas.Um século, três,se as vidas atrássão parte de nós.E como será?