Simón Bolívar String Quartet · A partir da composição das partituras de bailado Panambí...

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19:00h — Grande Auditório 5 SETEMBRO 2016 SEGUNDA Simón Bolívar String Quartet simón bolívar string quartet © harald hoffmann

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19:00h — Grande Auditório

5 SETEMBRO 2016SEGUNDA

Simón Bolívar String Quartet

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Duração total prevista: c. 1h 45 min.Intervalo de 20 min.

5 DE SETEMBROSEGUNDA19.00h — Grande Auditório

Simón Bolívar String Quartet

Alejandro Carreño Violino

Boris Suárez Violino

Ismel Campos Viola

Aimon Mata Violoncelo

Alberto GinasteraQuarteto para Cordas n.º 1, op. 20

Allegro violento ed agitatoVivacissimoCalmo e poeticoAllegramente rustico

Dmitri ChostakovitchQuarteto para Cordas n.º 8, em Dó menor, op. 110

Largo –Allegro molto –Allegretto –Largo –Largo

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Johannes BrahmsQuarteto para Cordas n.º 1,em Dó menor, op. 51 n.º 1

AllegroRomanze: Poco adagioAllegretto molto moderato e comodoAllegro

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Alberto GinasteraBuenos Aires, 11 de abril de 1916Genebra, 25 de junho de 1983

A partir da composição das partituras de bailado Panambí (1936) e Estancia (1941), ambas lidando com a vida argentina e incluindo uma forte componente folclórica, e até ao final dos anos 1950, o compositor argentino Alberto Ginastera estabeleceu uma firme reputação como compositor de referência. Juntamente com Heitor Villa-Lobos e Carlos Chávez, viria a tornar-se num dos mais célebres compositores da América do Sul.A produção musical de Ginastera foi dividida pelo próprio compositor em três períodos estilísticos. No período inicial (1934-48), ou do “nacionalismo objetivo”, as suas obras são impressionistas, mas fortemente influenciadas pelo ideal nacionalista, apoiando-se nas melodias e ritmos de dança argentinos. Ao longo do seu período intermédio (1948-58) o compositor expandiu o âmbito da tonalidade e, embora mantendo-se fiel às raízes nacionais, evoluiu no sentido da recriação do folclore de forma mais estilizada e abstrata. Este período definiu-o como “nacionalismo subjetivo”, nele tendo despontado obras como as Variaciones concertantes (1953) ou o Concerto para Harpa (1956). Nas suas obras mais tardias, ou pertencentes ao período “neoexpressionista” (1958-83) explorou e apurou

a utilização dos idiomas de vanguarda. Os seus dois primeiros quartetos exclusivamente para cordas datam do princípio e do fim do período intermédio.Os quartetos de Ginastera exigem um elevado nível de virtuosismo dos intérpretes. Dinâmicas extremas, utilização de harmónicos e de ritmos sincopados constantes requerem um grande rigor e coordenação. Datado de 1948, o notável Quarteto n.º 1, op. 20, começa de forma decidida e declamatória, encadeando numa melodia veemente, enunciada sobre acordes percutidos. Em estilo de dança estilizada, o segundo tema é rude e marcado. O desenvolvimento permanece agitado e a recapitulação conduz a uma coda que repõe a declaração inicial. O segundo andamento é um ágil scherzo, inundado de figurações nervosas e invulgares efeitos sonoros. O terceiro andamento, ao jeito de um noturno, quebra o ambiente agressivo com uma melodia lírica no primeiro violino, progredindo melancólico e dissonante. A obra termina com um tenso, mas fulgurante, rondó final, inspirado nas danças tradicionais argentinas.

miguel martins ribeiro

Quarteto para Cordas n.º 1, op. 20

composição: 1948estreia: Buenos Aires, 24 de outubro de 1949duração: c. 21’

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Dmitri ChostakovitchSão Petersburgo, 25 de setembro de 1906Moscovo, 9 de agosto de 1975

No conjunto das obras de Dmitri Chostakovitch, a par das 15 sinfonias, avulta uma importante série de 15 quartetos para cordas. Porém, ao contrário das sinfonias, os quartetos não se posicionam ao longo de todo o percurso criativo do compositor. Foram compostos ao longo de 36 anos, entre 1938 e 1974, e a sua natureza intimista contribuiu para que o compositor lhes concedesse um caráter mais biográfico. Os principais eventos ocorridos na sua vida parecem ter encontrado ressonância nestas obras, comummente divididas em dois grupos, correspondentes ao período intermédio e ao período final. Os primeiros onze quartetos, apesar de ostentarem uma linguagem reconhecidamente individual, constituem um grupo bastante heterogéneo a vários níveis.O Quarteto n.º 8, op. 110, o mais popular de todos os quartetos de Chostakovitch, foi composto em 1960, em três dias, durante uma visita a Dresden, uma experiência que o fez recordar as vítimas do fascismo e da guerra, a quem dedicou a obra. No entanto, o quarteto está também saturado de referências ao próprio compositor, nomeadamente através de autocitações e do uso recorrente do motivo DSCH (na notação musical alemã: Ré,

Mi bemol, Dó, Si natural), com o qual pretendia representar-se a si mesmo, o que sugere que a obra continha também um significado íntimo. Trata-se de uma música trágica e austera, que evoca sentimentos obscuros e melancólicos. O Largo inicia-se de forma lamentosa, com o motivo DSCH tratado de forma canónica, o que conduz a uma elegia calma e contemplativa. Esta intemporalidade é interrompida por um Allegro molto que retrata de forma selvagem e impiedosa a brutalidade da guerra. O motivo DSCH surge aqui em velocidades diversas, por vezes como acompanhamento de si próprio. Já no Allegretto, assume a aparência de uma sardónica e bem-humorada melodia de valsa. Com o Largo seguinte o compositor terá pretendido evocar um bombardeamento aéreo. Depois de um bordão que sustenta o clímax emocional da obra, há uma referência ao Dies irae e os três instrumentos mais graves entoam solenemente a melodia de um hino fúnebre russo. O Largo final baseia-se em material exposto no início, atingindo o desespero antes de se dissipar com dignidade num silêncio paralisado.

luís miguel santos

Quarteto para Cordas n.º 8,em Dó menor, op. 110

composição: 1960estreia: Leninegrado, 2 de outubro de 1960duração: c. 21’

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Johannes BrahmsHamburgo, 7 de maio de 1833Viena, 3 de abril de 1897

Grande impulsionador da música de câmara no período romântico, Johannes Brahms manifestou, ao longo de toda a sua vida, um interesse vincado nos géneros convencionais da sonata para violino e piano e do quarteto para cordas, bem como noutras formações menos comuns, entre as quais o quarteto com piano, o sexteto para cordas e a sonata para clarinete e piano. No domínio do quarteto para cordas, deixou três exemplos magistrais, os Quartetos op. 51 (n.º 1, em Dó menor, e n.º 2, em Lá menor) a que se junta o derradeiro Quarteto em Si bemol maior, op. 67.Numa época em que Brahms tomava plena consciência do papel decisivo que exercia como continuador por excelência da valorosa tradição austro-germânica de Haydn, Mozart e Beethoven, o profundo respeito e veneração pelos modelos estabelecidos por estes grandes compositores chegou até, numa primeira fase,a demovê-lo de ir mais longe na procura de novas fronteiras formais e estilísticas para géneros tão representativos como o quarteto para cordas e a sinfonia. Foi, pois, com sentido de profunda responsabilidade que Brahms deu início aos primeiros esboços dos Quartetos para Cordas

op. 51, os quais remontam ao início da década de 1850, quando o compositor conheceu Robert e Clara Schumann e passou a frequentar a residência de ambos. Há notícia, logo então, de tentativas diversas, por parte do jovem Brahms, no sentido de fixar um idioma tributário da escola de Viena, no seio da qual o quarteto era tido como distinto convívio entre cavalheiros que sabiam expor os seus pontos de vista em conversa sem ousarem sobrepor-se uns aos outros. A mesma reputação de equilíbrio e de austeridade veio a ser confirmada pelos autógrafos definitivos das obras, finalizados dezassete anos após a morte de Robert Schumann (1856). No verão de 1873, Brahms reuniu-se com Clara Schumann para assistir à primeira execução das duas obras, em privado, tendo os dois intérpretes encerrado o evento com a versão para piano a quatro mãos das recém-concluídas Variações sobre um tema de Haydn. A estreia pública do Quarteto op. 51 nº 1 teve lugar em Viena,a 11 de Dezembro de 1873, pelo Hellmesberger Quartett, formação liderada pelo violinista Joseph Hellmesberger e que em muito contribuiu paraa divulgação coeva dos quartetos de Beethovene Schubert.

Quarteto para Cordas nº 1,em Dó menor, op. 51 nº 1

composição: 1865-1873estreia: Viena, 11 de dezembro de 1873duração: c. 33’

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O extremo rigor formal e a densidade de escrita polifónica estão patentes, desde logo, no primeiro andamento do Quarteto op. 51 n.º 1. Sobre uma exposição de sonata convencional, Brahms introduz três temas contrastantes, o primeiro dos quais possui um recorte melódico entrecortado, no sentido ascendente, profundamente original. É o mote inicial para uma textura conturbada, plena de interações rítmicas e melódicas entre os quatro protagonistas, como se estivéssemos, de facto, perante uma troca de argumentos em tom sério. O segundo andamento Romanze: Poco adagio, cultiva um pathos que não deixa de ser contido, mas que liberta alguma espontaneidade na forma como as harmonias se encadeiam e sugerem diferentes estados de alma. É o poderoso Brahms dos mais genuínos afetos humanos, os quais raramente se desvelam em parcos compassos, antes se sucedem paulatinamente, mercê de uma teia complexa de inter-relações motívicas e harmónicas,

da qual depende o seu impacto emocional último na mente do ouvinte. Em terceiro lugar, Brahms posiciona um invulgar Allegro molto moderato e comodo, herdeiro direto do scherzo beethoveniano,mas moldado à luz de uma conceção profundamente pessoal, sobretudo ao níveldos efeitos harmónicos de claro-escuro.O trio do andamento introduz um motivo evocador de uma dança popular, com um ritmo característico (Un poco più animato). Os últimos andamentos dos Quartetos op. 51 são declarações inflamadas de sentimentos e predisposições, para os quais concorrem todas as possibilidades técnicas e expressivas dos instrumentos participantes. No caso do Allegro do Quarteto op. 51 n.º 1, os violinos dominam o essencial do discurso temático e conduzem o andamento a um clímax emocional ímpar, apoiados pelos restantes intervenientes.

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Simón Bolívar String Quartet

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O Simón Bolívar String Quartet é constituído por solistas da Orquestra Sinfónica Simón Bolívar da Venezuela e foi criado no seio da Fundação Musical Simón Bolívar. A sua constituição foi impulsionada pela vontade de explorar a música de câmara e os seus benefícios artísticos, não só em função dos músicos do quarteto, mas estendendo tambémo seu alcance, nomeadamente junto das crianças e dos jovens que desenvolvem a sua atividade musical no âmbito da fundação liderada por José Antonio Abreu. O Simón Bolívar String Quartet apresentou-se em concertos por toda a Venezuela, nas Américas, na Europa e na Ásia, tendo também participado em projetos educativos e eventos comunitários. Tem atuado em muitas salas de prestígio internacional como o Walt Disney Concert Hall em Los Angeles, o Walter Reade Theater do Lincoln Center em Nova Iorque, o Southbank Centre e o Wigmore Hall em Londres, a Philharmonie Berlin, o Musikverein em Viena, o Palau de la Música Catalana em

Barcelona, ou o Museu Rainha Sofia em Madrid. Apresentou-se também em importantes festivais como os de Edimburgo e Salzburgo.O Simón Bolívar String Quartet tem colaborado regularmente com importantes artistas como Gustavo Dudamel, Claudio Abbado ou Simon Rattle. Participou em cursos de aperfeiçoamento com o Cuarteto Latinoamericano, o Berlin Philharmonic String Quartet, o Chilingirian String Quartet, Donald Weilerstein (Cleveland String Quartet), András Keller (Keller String Quartet) e Ulyses Ascanio, violinista fundadorda Orquestra Juvenil da Venezuela. Um dos projetos do Simón Bolívar String Quartet visao desenvolvimento de uma rede de quartetos de cordas na Venezuela e na América do Sul, como objetivo de divulgar a música de câmara entreas crianças e os jovens na América Latina.O primeiro CD do Simón Bolívar String Quartet foi lançado em 2013 pela Deutsche Grammophon, contendo obras de Ginastera, Dvorák e Chostakovitch.ˇ

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BANCODE CONFIANÇA.

O BPI foi reconhecido como a marca bancáriade maior confiança em Portugal, de acordocom o estudo Marcas de Confiança que as Selecções do Reader’s Digest organizam há 16 anos em 10 países. O nível de confiançado BPI subiu de 39% para 46%, registandoo melhor resultado alguma vez alcançado em todo o sistema financeiro português desdeo lançamento do estudo em 2001. O BPI agradece este voto de confiança e tudo fará para continuar a merecê-lo.

25%2º Banco

10%3º Banco

46%

BPI é Marca de Confiança na Banca pelo 3º ano consecutivo.

Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidadeque o atribuiu.

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direção criativaIan Anderson

design e direção de arteThe Designers Republic

design gráficoAh–hA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentraçãodos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

tiragem200 exemplares

preço2€

Lisboa, Setembro 2016

BANCODE CONFIANÇA.

O BPI foi reconhecido como a marca bancáriade maior confiança em Portugal, de acordocom o estudo Marcas de Confiança que as Selecções do Reader’s Digest organizam há 16 anos em 10 países. O nível de confiançado BPI subiu de 39% para 46%, registandoo melhor resultado alguma vez alcançado em todo o sistema financeiro português desdeo lançamento do estudo em 2001. O BPI agradece este voto de confiança e tudo fará para continuar a merecê-lo.

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