Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no ... · Eixo temático: Teoria e Prática da...

13
Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul Método científico e interdisciplinaridade: Como fazer uma ciência interdisciplinar nacional? Panorama da Ciencia Interdisciplinar no Brasil Marie-Anne Stival Pereira e Leal Lozano Universidade Federal de Santa Catarina, [email protected] Mara Coelho de Sousa Lago Universidade Federal de Santa Catarina, [email protected] Eixo temático: Teoria e Prática da Interdisciplinaridade 1. Introdução Por mais contemporâneo que soe a palavra interdisciplinaridade, pensar sobre seu sentido não é algo tão recente assim na história da humanidade. Segundo a socióloga e antropóloga Maria Cecilia de Souza Minayo (2010) as discussões epistemologicas sobre seus conceitos e suas definições acontecem desde a Grécia Antiga, quando os filósofos procuravam determinar as idéias de Uno e de Múltiplo, mostrando que a Filosofia, a Matemática, as Letras e as Artes deveriam compor a formação de um intelectual. Minayo acredita que a visão interdisciplinar foi em grande parte corrompida pelas concepções da Ciência Moderna a partir do século XIX com o pensamento de Descartes (e portanto cartesiano) de compreender as mais diferentes questões de modo compartimentado, colocando a ideia da impossibilidade de se estudar um sistema como um todo. Ao pensar a complexidade, o antropólogo, sociólogo e filósofo pensador da complexidade, Edgar Morin (1996) fala que nada está realmente isolado no Universo e que tudo está em relação, não somente uma parte estaria no todo, como também o todo está em cada parte. E ainda, que apesar da singularidade e individualidade que cada parte concentra em si, as partes que a compoem também contém o todo. O que Morin propõe é quebrar esse paradigma cartesiano, de partes desintegradas entre si que ao se juntarem formam um todo, mas um todo que não está presente em suas partes. O todo para Morin é mais do que a simples soma de suas partes. Mais ainda, é menos que a soma das partes pois impõe constrições e inibições às partes que o formam. O todo é então, como diria o autor, mais e menos que a soma de suas partes. Não somente minhas memórias e meus registros enquanto pesquisadora serão traduzidas naquilo que falo, relato e analiso, ainda mais: sao também parte do próprio contexto em que me insiro. Um produto do meio. Um meio que também está no que produzo culturalmente. Minha reflexão enquanto pesquisadora também não foge dessa lógica. A maneira como percebo o mundo enquanto pesquisadora social é também reflexo de como apreendi esse mundo. Resta-nos o cuidado na hora de transpor o que observamos enquanto

Transcript of Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no ... · Eixo temático: Teoria e Prática da...

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

Método científico e interdisciplinaridade: Como fazer uma ciência interdisciplinar nacional?

Panorama da Ciencia Interdisciplinar no Brasil

Marie-Anne Stival Pereira e Leal Lozano Universidade Federal de Santa Catarina, [email protected]

Mara Coelho de Sousa Lago

Universidade Federal de Santa Catarina, [email protected]

Eixo temático: Teoria e Prática da Interdisciplinaridade

1. Introdução

Por mais contemporâneo que soe a palavra interdisciplinaridade, pensar sobre seu sentido não é algo

tão recente assim na história da humanidade. Segundo a socióloga e antropóloga Maria Cecilia de Souza

Minayo (2010) as discussões epistemologicas sobre seus conceitos e suas definições acontecem desde a

Grécia Antiga, quando os filósofos procuravam determinar as idéias de Uno e de Múltiplo, mostrando que a

Filosofia, a Matemática, as Letras e as Artes deveriam compor a formação de um intelectual. Minayo

acredita que a visão interdisciplinar foi em grande parte corrompida pelas concepções da Ciência Moderna a

partir do século XIX com o pensamento de Descartes (e portanto cartesiano) de compreender as mais

diferentes questões de modo compartimentado, colocando a ideia da impossibilidade de se estudar um

sistema como um todo.

Ao pensar a complexidade, o antropólogo, sociólogo e filósofo pensador da complexidade, Edgar

Morin (1996) fala que nada está realmente isolado no Universo e que tudo está em relação, não somente

uma parte estaria no todo, como também o todo está em cada parte. E ainda, que apesar da singularidade e

individualidade que cada parte concentra em si, as partes que a compoem também contém o todo. O que

Morin propõe é quebrar esse paradigma cartesiano, de partes desintegradas entre si que ao se juntarem

formam um todo, mas um todo que não está presente em suas partes. O todo para Morin é mais do que a

simples soma de suas partes. Mais ainda, é menos que a soma das partes pois impõe constrições e inibições

às partes que o formam. O todo é então, como diria o autor, mais e menos que a soma de suas partes.

Não somente minhas memórias e meus registros enquanto pesquisadora serão traduzidas naquilo que

falo, relato e analiso, ainda mais: sao também parte do próprio contexto em que me insiro. Um produto do

meio. Um meio que também está no que produzo culturalmente. Minha reflexão enquanto pesquisadora

também não foge dessa lógica. A maneira como percebo o mundo enquanto pesquisadora social é também

reflexo de como apreendi esse mundo. Resta-nos o cuidado na hora de transpor o que observamos enquanto

2

ciência e o que apreendemos nessa experiência de vida enquanto sujeitos. O presente artigo procura traçar de

que modo a interdisciplinaridade vêm sendo construída na pesquisa científica nacional, tentando verificar

ainda de que modo os pesquisadores procuram tratar seus objetos de estudo de modo interdisciplinar e quais

tematicas estão dialogando entre si no cenário atual da pesquisa no país.

1.1 A complexidade da interdisciplinaridade

Por mais contemporâneo que soe a palavra interdisciplinaridade, pensar sobre seu sentido não é algo

tão recente assim na história da humanidade. A socióloga e antropóloga Maria Cecilia de Souza Minayo

(2010) explica que as discussões sobre seus conceitos e suas definições acontecem desde a Grécia Antiga,

quando os filósofos procuravam determinar as idéias de Uno e de Múltiplo, mostrando que a Filosofia, a

Matemática, as Letras e as Artes deveriam compor a formação de um intelectual. Minayo acredita que a

visão interdisciplinar foi em grande parte corrompida pelas concepções da Ciência Moderna a partir do

século XIX com o pensamento de Descartes (e portanto, cartesiano) de compreender as mais diferentes

questões de modo compartimentado, colocando a ideia da impossibilidade de se estudar um sistema como

um todo.

A idéia de articulação de saberes e sua aproximação com a realidade da vida ressurge fortemente

somente no século XX, sobretudo a partir da crise paradigmática dos anos 1960, quando todos paradigmas

científicos tradicionais passar a ser questionados. Do final dos anos 1960 até o momento atual se fortaleceu a

idéia de questionar e ultrapassar o saber compartimentado nas pesquisas sociais, criando espaço assim para a

criação de uma possível interdisciplinaridade. Mas o que seria essa interdisciplinaridade? Como poderíamos

defini-la? Realmente é difícil definir interdisciplinaridade. A filósofa Olga Pombo (2007) fala que definir

interdisciplinaridade nos dias de hoje é uma tarefa difícil e tanto quanto ingrata. Ninguém pode definir

concretamente do que se trata o conceito e não existe uma verdade absoluta a seu respeito.

Ao pensar a complexidade, o antropólogo, sociólogo e filósofo pensador da complexidade, Edgar

Morin (1996) fala que nada está realmente isolado no Universo e que tudo está em relação, não somente

uma parte está no todo, como também o todo está na parte. E ainda, que apesar da singularidade e

individualidade que cada parte concentra em si, alguma parte dela também contém o todo. O que Morin

propõe é quebrar esse paradigma cartesiano, de partes desintegradas entre si que ao se juntarem formam um

todo, mas um todo que não está presente em suas partes. O todo para Morin é mais do que a simples soma de

suas partes. Mais ainda, é menos que a soma das partes pois impõe constrições e inibições às partes que o

formam. O todo é então, como diria o autor, mais e menos que a soma de suas partes.

Julie Thompson Klein (1990), estudiosa das ciências interdisciplinares, esclarece a confusão que

eventualmente se faz a respeito da interdisciplinaridade na ciência – ela não é multidisciplinar, nem

tampouco pluridisciplinar. Para Klein, ser multidisciplinar seria então algo relacionado com a simples adição

de ciências e não a integração, como pressupõe a interdisciplinaridade. São ecléticas, diferentes, porém não

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

se interagem, não se mesclam, se misturam, não são afetadas uma pelas outras. A pensadora demonstra ainda

como o uso da multidisciplinaridade nas academias é frequente e como seu uso acaba por delimitar bastante

o conhecimento possível de ser ampliado. Para a autora, é a interdisciplinaridade a possibilidade de integrar

maior os conhecimentos das diversas ciências de modo cooperativo, e ainda de fazer isso aceitando novas

possibilidades que este tipo de interação acaba por concluir.

A interdisciplinaridade e sua amplitude é dissecada pela autora, que traz quatro noções básicas para

tentar definir a multiplicidade de definições que podemos compreender a interdisciplinaridade e sua

aplicação na ciência: (1) A interdisciplinaridade pode ser emprestada, uma pseudo interdisciplinaridade que

se limita a apenas pegar emprestado algum método utilizado em outra ciência que não a sua, os chamados

métodos interdisciplinares; (2) A interdisciplinaridade também pode ocorrer com o próposito imediato de

resolver problemas, não se preocupando em alcançar um corpo unificado de conhecimento, mas apenas

resolver alguma questão em particular, o chamado problema interdisciplinar; (3) O conhecimento

significativo que existe entre as ciências próximas é também chamado de interdisciplinaridade de borda

(border interdisciplinarity), de limite, de vizinhança. Ambas contribuem para esse conhecimento criado entre

os limites que separam estas ciências, mas ainda não existe um corpo unificado de conhecimento comum a

ambas; Esse tipo de interdisciplinaridade de limite é terreno fértil para o posterior surgimento de uma (4)

interdisciplinaridade estrutural, onde os conhecimentos de distintas ciências se fundem e formam um corpo

estruturado de conhecimento a um novo tipo de conhecimento (KLEIN, 1999).

Olga Pombo traz à tona também diferentes aportes para se pensar a interdisciplinaridade (a

antropologia, a metodologia, a epistemologia e a ecologia), demonstrando mais uma vez a multiplicidade de

sentidos que a interdisciplinaridade consegue e permite abarcar. A interdisciplinaridade é pensada enquanto

programa antropológico no qual o ser humano se revela como a “fonte absoluta de todas as ciências”

(POMBO, 2007; p. 18), vendo então todas ciências como ciência humanas, tendo sempre o humano como

objeto primordial de seus estudos. De um ponto de vista metodológico, a interdisciplinaridade é

compreendida como um mecanismo de regulação na emergência de novas disciplinas, uma maneira de diluir

as fronteiras entre disciplinas e estabelecer novos discursos possíveis. É importante verificar que o programa

metodológico não vê a interdisciplinaridade do mesmo modo que o programa epistemológico, enquanto o

primeiro procura estabelecer o dialógo de disciplinas, este último estaria mais visado na criação de uma

nova disciplina que buscasse a integração das diversas ciências naturais e sociais.

Refletindo sobre a complexidade, Edgar Morin nos questiona sobre como separar o pesquisador da

ciência que produz, sendo este parte instrínseca à esse todo, “como separar o mundo que conhecemos das

estruturas do nosso conhecimento?”, e responde afirmando que pesquisador deve estar atento também a si

próprio enquanto resolve observar o todo, ou ainda “deve situar-se a si mesmo ao mundo em que está, para

tratar de compreender o mundo totalmente alheio que vai estudar (MORIN, 1996, p.280)”, encarando o

4

mundo numa perspectiva paralaxe interdisciplinar, como explicaremos a seguir sobre a ciencia e pesquisa

interdisciplinar que esta se constituindo no país.

2. Procedimentos Metodológicos

A estudiosa da Informação e da Ciência da Informação, Martha Silvia Martinez Silveira Berbert, e a

biblioteconomista estudiosa da Informação, do Documento e das Tecnologias Intelectuais, Nanci Elizabeth

Oddone, vêem a comunicação científica como uma forma de transferência de informação e construção do

conhecimento que nasce da necessidade tanto de se procurar conhecer os avanços da ciência como da de

comunicar à comunidade os achados e resultados de pesquisas e/ou estudos dos diversos temas da ciência

(SILVEIR e ODDONE, 2005).

Produto da cooperação entre a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Sãolo Paulo),

o BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), e entre

instituições nacionais e internacionais relacionadas com a comunicação científica e editores científicos, a

coleção SciELO (SCIELO e BIREME, 2005) é composta por periódicos científicos que produzem quase

que exclusivamente artigos resultantes de pesquisa científica original assim como demais contribuições

originais expressivas para a área específica de cada periódico. A rede Scielo conta atualmente com 1.066

periódicos, 30.113 fascículos, 443.014 artigos e 9.739.962 citações, tendo em sua coleção publicações não

somente do Brasil, como também da Africa do Sul, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha,

Mexico, Portugal e Venezuela; e estão desenvolvendo parcerias com Dados sobre a Bolívia, Paraguai, Peru e

Uruguai (SCIELO, 2013).

O artigo em questão se utilizará primordialmente de uma reflexão teórica acerca dos possíveis usos

dos métodos interdisciplinares no se fazer pesquisa interdisciplinar no país. A partir de uma Análise de

Conteúdo realizado em um levantamento de artigos científicos indexados pela ScIELO utilizando os termos

de pesquisa ciência interdisciplinar e pesquisa interdisciplinar, este artigo pretendeu verificar de que

maneira a interdisciplinaridade vêm sendo construída na pesquisa científica nacional, tentando verificar

ainda de que modo os pesquisadores procuram tratar seus objetos de estudo de forma interdisciplinar,

demonstrando ainda quais temáticas estão dialogando entre si no cenário atual da pesquisa no país.

Laurence Bardin (2009), professora de Psicologia na Universidade de Paris, vê a Análise de

Conteúdo como um concreto e operacional método de investigação, como um conjunto de técnicas de

análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

mensagens. Bardin esclarece ainda que a análise de resultados é resultante de associação de palavras e

procura estabelecer o método e as técnicas para se realizar a análise: (1) a organização da análise; (2) a

codificação de resultados; (3) as categorizações; (4) as inferências; e, por fim, a (5) informatização da

análise das comunicações. Para analisar as trajetorias interdisciplinares que a ciência e a pesquisa no país

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

traçam, a Análise de Conteúdo foi utilizada segundo a metologia proposta por Bardin (2009) e seus

resultados são expostos na ultima seção deste trabalho.

3. Justificativa do eixo escolhido.

A escolha do eixo Teoria e Prática da Interdisciplinaridade se relaciona com a importância da

discussão interdisciplinar no cenário da pesquisa no país, revelando alguns diálogos inter-ciências que estão

sendo estabelecidos e os métodos mais frequentemente utilizados. A idéia do artigo é tentar desvelar as

relações que estão sendo construídas na ciência nacional, procurando perceber de que modo a pesquisa e

seus pesquisadores estão efetivamente sendo parte de uma complexidade interdisciplinar do fazer ciência no

país.

O presente estudo procurou demonstrar como a complexidade científica interdisciplinar nacional está

sendo efetivamente sendo construída sob a perspectiva da paralaxe, traçando assim alguns roteiros que estão

sendo construídos pela ciência, revelando não somente a complexidade das interações que estão pouco a

pouco sendo estabelecidas, mas também o modo como as mesmas estão se constituindo no cenário atual da

ciência brasileira. A importância deste artigo está no levamento das conexões que estão sendo realizadas, nos

diálogos que as ciências estão determinando e nos modos de se fazer ciência interdisciplinar no país,

demonstrando não somente as conexões que estao sendo estabelecidas, mas tambem os diálogos e

consolidação de um campo eminentemente interdisciplinar.

4. A Paralaxe e os Resultados Encontrados

O filósofo Eder Klaus (2001) é enfático ao demonstrar que a sociologia do conhecimento percebe

que a idéia de uma sociedade que aprende é também uma construção social aprendida: um senso comum

ensinado, repetido e decorado no social; e ainda, que para compreender como as sociedades aprendem é

preciso entender também porque o fazem e porque nem sempre fazem uso daquilo que aprenderam. O autor

diz ainda que para entender como a sociedade aprende é preciso investigar como os indivíduos aprendem,

tomando a história como uma “miríade de ações individuais” (KLAUS, 2001; p. 7), uma sociedade que

socializa seus membros inculcando neles normas e valores.

É o que fala a teoria do agir comunicativo de Habermas, um teoria em que a evolução dos sistemas

sociais é explicada com referência às orientações dos atores individuais em suas ações, considerando assim

que o conhecimento sobre o desenvolvimento humano revelará a capacidade humana de desenvolver suas

potencialidades graças à linguagem. A evolução cultural seria então um resultado das capacidades de

aprendizagem individual, interagindo assim os níveis individuais e sistemicos do desenvolvimento.

6

O modelo tradicional é visto por Klaus como demasiado hierárquico que por sua vez não conseguiria

compreender esse tipo de aprendizado. A sugestão do autor seria então o abandono dessa idéia de que os

indivíduos aprendem e a generalização da idéia de que alguns ensinam outros o que deve ser aprendido, uma

idéia de teoria de ação social, de interação social não mais de indivíduos competentes para tanto, mas sim de

subjetividades que evoluem em intenções e em relações. Essa teoria sugere que aprendizado se daria não

entre as relações individuais, mas entre as relações sociais, aquilo que efetivamente as pessoas

compartilham. Uma teoria relacional que vê as relações que os indivíduos estabelecem como algo essencial

ao aprendizado, um modo mais contínuo e igualitário de se compreender o desenvolvimento do mesmo.

Klaus traz assim uma reflexão acerca do aprendizado coletivo, percebendo a cultura moderna como um

resultado de discussão coletiva, de argumentação coletiva,de acordos e normas coletivas (2001, p.9). O

aprendizado deixa então de poder ser explicado pelo individual para se transformar numa consequência da

coordenação social do processo de aprendizado individual.

Mas então como surgiriam os significados compartilhados e como os conhecimentos garatiriam que

todos tivessem exatamente a mesma comprrensão dele? Talvez seja isso o que o filósofo e crítico literário

Slavoj Zizek (2008) procura transmitir com sua idéia de paralaxe, seria a postura de Kant que Zizek resgata

no texto de Kojin Karatani (2003, citado por ZIZEK, 2008; p. 1), a possibilidade de vislumbrar as coisas

nem com o “próprio ponto de vista nem do ponto de vista dos outros, mas encarar a realidade que é exposta

por meio da diferença (paralaxe)”. A idéia da paralaxe seria o fato de que o próprio isolamento produz seu

objeto, é preciso perceber as relações que se estabelecem e as diferenças que conversam entre si. O

aprendizado é algo relacional e coletivo, mas algo que surge muito mais na diversidade das diferenças

possíveis e não num mero mimetismo social. As idéia dialogam e permanecem dialogando, se misturam e se

transformam em novas idéias, em novas relações e, por que não?, em novos conhecimentos.

O presente estudo procurou demonstrar como a complexidade científica interdisciplinar nacional está

sendo efetivamente sendo construída sob a perspectiva da paralaxe, traçando assim alguns roteiros que estão

sendo construídos pela ciência no país revela não somente a complexidade das interações que estão pouco a

pouco sendo estabelecidas, mas também o modo como as mesmas estão se constituindo no cenário atual da

ciência brasileira. A importância deste artigo está no levamento das conexões que estão sendo realizadas, nos

diálogos que as ciências estão determinando e nos modos de se fazer ciência interdisciplinar no país.

Foram analisados 245 artigos na base de dados da Scielo, utilizando como palavra-chave na pesquisa

os termos ciência interdisciplinar e pesquisa interdisciplinar. O levantamento de artigos inicial somava 292

artigos, mas devido a repetições dos mesmos na base esse número foi reduzido para 245 artigos, que

posteriormente foi novamente reduzido para 219, ao eliminarmos da pesquisa todos os artigos produzidos

anteriormente a 2003, tendo então considerado como período da pesquisa todos os artigos encontrados nesta

base de dados a partir desses dois termos no período compreendido entre os anos de 2003 a 2013.

A partir de uma categorização e agrupamento dos artigos por temáticas similiares (sendo artigos que

tratavam de temáticas interdisciplinares, muitos foram agrupados em mais de uma categoria temática), os

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

artigos foram agrupados num conjunto de 38 categorias temáticas, a saber: administração, alimentação,

antropologia, arquitetura, artes, biologia, ciências da informação, ciências sociais, comunicação,

contabilidade, contextos rurais, direito, discurso e linguística, economia, educação, engenharia de produção,

epistemologia, esportes e educação física, estudos de gênero, estudos sobre criança e infância, estudos

indígenas, estudos sobre a velhice, estudos sobre deficiência, estudos sobre raça, ética e bioética, filosofia,

física, geografia e geologia, história, matemática, medicina e saúde, meio ambiente, políticas públicas,

psicologia e psicanálise, racionalidades, redes, secretariado, sociologia, técnica, teologia, violência.

Dispomos na Tabela 1 abaixo, as principais tematicas e disciplinas que estas categorias estão estabelecendo

diálogo interdisciplinar, através de suas formas de relatar ciência e pesquisa em seus campos de estudo.

Temática Quantidade de Artigos

Temas e Disciplinas Relacionadas

Administração 25 Antropologia, Ciências da Informação, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Comunicação, Contabilidade, Economia, Educação, Engenharia da Produção, Epistemologia, Estudos de Gênero, Estudos sobre a Deficiência, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Psicologia e Psicanálise, Sociologia.

Alimentação 7 Antropologia, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Educação, Estudos de Raça, Estudos Indígenas, Estudos sobre a Velhice, Filosofia, Geografia e Geologia, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Políticas Públicas, Psicologia e Psicanálise, Sociologia.

Antropologia 25 Administração, Alimentação, Ciências da Informação, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Discurso e Linguística, Educação, Epistemologia, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de Gênero, Estudos Indígenas, Ética e Bioética, Filosofia, Medicina e Saúde, Modernidade, Psicologia e Psicanálise, Racionalidades, Saúde Coletiva, Sociologia, Violência, Técnicas, Teologia.

Artes 8 Antropologia, Ciências, Ciências da Informação, Comunicação, Educação, Estudos Indígenas, Ética e Bioética, Filosofia, História, Medicina e Saúde, Modernidade, Psicologia e Psicanálise.

Biologia 11 Administração, Ciências, Ciências da Informação, Discurso e Linguística, Epistemologia, Física, História, Matemática, Meio Ambiente, Psicologia e Psicanálise, Química, Sociologia.

Ciências da Informação

28 Administração, Antropologia, Artes, Biologia, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Comunicação, Discurso e Linguística, Educação, Epistemologia, Estudos sobre a Velhice, Filosofia, Física, História, Matemática, Medicina e Saúde, Psicologia e Psicanálise, Redes, Sociologia.

Ciências Sociais 23 Administração, Alimentação, Antropologia, Comunicação, Contextos Rurais, Economia, Educação, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de Gênero, Estudos de Raça, Filosofia, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Modernidade, Psicologia e Psicanálise, Saúde Coletiva, Sociologia, Violência.

Comunicação 12 Artes, Ciências, Ciências da Informação, Discursos e Linguística, Educação,

8

Epistemologia, Geografia e Geologia, História, Meio Ambiente.

Contabilidade 3 Administração, Ciências Sociais.

Contextos rurais 3 Alimentação, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Estudos da Criança e da Infância, Estudos Indígenas, Geografia e Geologia, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Sociologia.

Direito 3 Administração, Educação, Epistemologia, Ética e Bioética, Filosofia, Relações Internacionais, Sociologia, Violência.

Discurso e Linguística 10 Antropologia, Ciências, Ciências da Informação, Ciências Sociais, Comunicação, Educação, Epistemologia, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de Gênero, Filosofia, História, Psicologia e Psicanálise, Modernidade, Sociologia.

Economia 2 Administração, Ética e Bioética, Filosofia, Meio Ambiente, Racionalidades, Sociologia, Teologia.

Educação 76 Administração, Antropologia, Artes, Biologia, Ciências da Informação, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Comunicação, Direito, Discurso e Linguística, Epistemologia, Ética e Bioética, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de Gênero, Estudos Indígenas, Filosofia, Física, Geografia e Geologia, História, Matemática, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Psicologia e Psicanálise, Química Redes, Sociologia.

Engenharia de produção

2 Administração, Epistemologia, Psicologia e Psicanálise.

Epistemologia 69 Administração, Alimentação, Antropologia, Biblioteconomia, Biologia, Ciências, Ciências da Informação, Ciências Naturais, Ciências Sociais, Complexidade, Comunicação, Direito, Discursos e Linguística, Educação, Engenharia da Produção, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de Gênero, Ética e Bioética, Filosofia, Física, História, Matemática, Meio Ambiente, Medicina e Saúde, Modernidade, Psicologia e Psicanálise, Química, Racionalidade, Redes, Secretariado, Sociologia.

Esportes e Educação Fisica

1 Antropologia, Ciencias da Informação, Estudos sobre a Velhice.

Estudos de Gênero 16 Administração, Antropologia, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Educação, Estudos da Criança e da Infância, Estudos Indígenas, História, Medicina e Saúde, Psicologia e Psicanálise, Saúde Coletiva, Sexualidade, Sociologia, Violência.

Estudos da Criança e da Infância

12 Antropologia, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Contextos Rurais, Educação, Epistemologia, Estudos de Gênero, Filosofia, Medicina e Saúde, Pedagogia, Psicologia e Psicanálise, Sociologia, Violência.

Estudos Indígenas 5 Antropologia, Artes, Educação, Epistemologia, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de Gênero, Estudos sobre a Velhice, Geografia e Geologia, História, Meio Ambiente, Psicologia e Psicanálise.

Estudos sobre a Velhice

8 Administração, Alimentação, Antropologia, Ciências da Informação, Ciências Sociais, Educação, Esportes e Educação Fisica, Estudos de Gênero, Estudos Indígenas, Filosofia, Medicina e Saúde, Psicologia e Psicanálise, Sociologia.

Estudos sobre Deficiência

4 Administração, Ciências Sociais, Ciências Humanas, Educação, Estudos da Criança e da Infância, Filosofia, Medicina e Saúde, Psicologia e Psicanálise, Redes, Sociologia.

Estudos sobre Raça 2 Antropologia, Ciências Sociais, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

Gênero, Estudos Indígenas, Medicina e Saúde, Sociologia.

Ética e Bioética 18 Antropologia, Ciências, Direito, Discurso e Linguística, Economia, Educação, Epistemologia, Filosofia, História, Medicina e Saúde, Racionalidade, Sociologia, Teologia.

Filosofia 12 Antropologia, Artes, Biologia, Ciências, Economia, Educação, Ética e Bioética, Física, História, Matemática, Medicina e Saúde, Modernidade, Psicologia e Psicanálise, Química, Racionalidades, Sociologia, Teologia.

Física 7 Biologia, Ciências, Ciências da Informação, Discurso e Linguística, Educação, Epistemologia, Geografia e Geologia, História, Matemática, Medicina e Saúde.

Geografia e Geologia 8 Biologia, Comunicação, Contextos Rurais, Educação, Estudos Indígenas, Física, Medicina e Saúde, Meio Ambiente.

História 21 Administração, Antropologia, Artes, Biologia, Ciências, Ciências da Informação, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Comunicação, Discurso e Linguística, Educação, Epistemologia, Estudos da Criança e da Infância, Estudos de Gênero, Estudos Indígenas, Ética e Bioética, Física, Filosofia, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Psicologia e Psicanálise, Química, Redes, Sociologia, Teologia.

Matemática 5 Biologia, Ciências, Ciências da Iinformação, Educação, Epistemologia, Física, Medicina e Saúde.

Medicina e Saúde 100 Administração, Alimentação, Antropologia, Arte, Biologia, Ciências da Informação, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Comunicação, Contexto Rural, Educação, Epistemologia, Estudos da Criança e da Infância, Estudos da Deficiência, Estudos da Velhice, Estudos de Gênero, Estudos de Raça, Ética e Bioética, Filosofia, Física, História, Matemática, Meio Ambiente, Políticas Públicas, Psicologia e Psicanálise, Redes, Saúde Coletiva, Sociologia, Trabalho, Técnica, Violência.

Meio Ambiente 18 Administração, Alimentação, Artes, Biologia, Ciências, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Contextos Rurais, Comunicação, Educação, Epistemologia, Estudos Indígenas, Filosofia, Geografia e Geologia, História, Medicina e Saúde, Políticas Públicas, Psicologia e Psicanálise, Sociologia.

Políticas Públicas, 7 Administração, Alimentação, Antropologia, Ciências Sociais, Educação, Estudos de Gênero, Estudos Indígenas, Filosofia, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Psicologia e Psicanálise, Redes, Saúde Coletiva, Sociologia.

Psicologia e Psicanálise

41 Administração, Antropologia, Artes, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Comunicação, Discurso e Linguística, Educação, Epistemologia, Esportes e Educação Física, Estudos de Gênero, Estudos sobre a Velhice, Ética e Bioética, Filosofia, História, Medicina e Saúde, Meio Ambiente, Modernidade, Sociologia, Técnica, Violência.

Racionalidades 2 Administração, Economia, Ética e Bioética, Sociologia, Teologia.

Redes 4 Ciências da Informação, Ciências Sociais, Educação, História, Sociologia.

Secretariado 1 Epistemologia.

Sociologia 21 Administração, Antropologia, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Comunicação, Contabilidade, Contextos Rurais, Direito, Economia, Educação, Estudos da Criança

10

e da Infância, Estudos sobre a Velhice, Estudos de Gênero, Filosofia, Geografia e Geologia, Meio Ambiente, Medicina e Saúde, Modernidade, Psicologia e Psicanálise, Saúde Coletiva, Violência.

Técnica 4 Administração, Antropologia, Educação, Ética e Bioética, Filosofia, Medicina e Saúde.

Teologia 4 Antropologia, Ciências, Economia, Ética e Bioética, Filosofia, Racionalidades, Sociologia.

Violência 5 Antropologia, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Direito, Estudos de Gênero, Medicina e Saúde, Modernidade, Psicologia e Psicanálise, Relações Internacionais, Saúde Coletiva, Sociologia, Terrorismo.

Tabela 1: Quantidade de artigos por temática caracterizados como ciência e pesquisa interdisciplinar na Scielo e principais temáticas e disciplinas que se relacionam.

No Gráfico 1, podemos verificar que as áreas que mais se destacam por publicar artigos na Scielo

que buscam trabalhar a ciência e a pesquisa interdisciplinar no país são as áreas de Medicina e Saúde (100

artigos), Educação (76 artigos), Epistemologia (69 artigos) e Psicologia e Psicanálise (41 artigos), sendo

ainda a alta incidência de artigos científicos interdisciplianres também nas áreas da Administração (25

artigos), Antropologia (25 artigos), Ciências da Informação (28 artigos), Ciências Sociais (23 artigos),

História (21 artigos) e Sociologia (21 artigos). É ainda significativa a contribuição interdisciplinar em outras

temáticas mais inovadoras de estudo tais como: Ética e Bioética (18 artigos), Meio Ambiente (18 artigos),

Estudos de Gênero (16 artigos), Comunicação (12 artigos), Estudos da Criança e da Infância (12 artigos),

Filosofia (12 artigos) e Biologia (11 artigos).

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

Grafico 1: Incidencia de artigos caracterizados como ciencia e pesquisa interdisciplinar na Scielo separados por tematicas. Fonte:

Autora (2013).

O presente estudo procurou demonstrar como a complexidade científica interdisciplinar no país está

sendo efetivamente sendo construída sob a perspectiva da paralaxe, traçando assim alguns roteiros que estão

sendo construídos pela ciência brasileira, revelando não somente a complexidade das interações que estão

pouco a pouco sendo estabelecidas, mas também o modo como as mesmas estão se constituindo no cenário

atual da ciência. A importância deste artigo está no levamento das conexões que estão sendo realizadas, nos

diálogos que as ciências estão determinando e nos modos de se fazer ciência interdisciplinar no país,

demonstrando não somente as conexões que estao sendo estabelecidas, mas tambem os diálogos e

consolidação de um campo eminentemente interdisciplinar.

AdministracaoAlimentacaoAntropologia

ArtesBiologia

Ciencias da informacaoCiencias Sociais

ComunicacaoDiscurso e Linguistica

EducacaoEpistemologia

Estudos de Genero Estudos sobre Crianca e Infancia

Estudos Indigenas Estudos sobre a Velhice

Etica e BioeticaFilosofia

FisicaGeografia e Geologia

HistoriaMatematica

Medicina e SaudeMeio Ambiente

Politicas PublicasPsicologia e Psicanalise

Sociologia

0 20 40 60 80 100 120

257

256

1128

2312

1076

6916

125

818

1278

215

10018

741

21

12

Grafico 2: Numero de publicacos sobre ciencia e pesquisa interdisciplinar disponiveis na Scielo. Fonte: Autora (2013).

O Gráfico 2 demonstra ainda como são relevantes os dados relativos às incidências da produção

científica interdisciplinar por ano, sendo de significativa importância o presente artigo perceber ainda que só

a partir de 1987 comecaram a aparecer publicações na base de dados sobre pesquisa e ciência

interdisciplinar, notadamente sobre Medicina e Saúde, Epistemologia e Educação, áreas em que atualmente

se consolidam cada vez mais como eminentemente interdisciplinares em suas publicações na ScIELO. Há

um aumento gradativo na quantidade de publicações com temáticas e métodos interdisciplinares de pesquisa,

demonsrando a atual complexidade do mundo e dos modos de se fazer pesquisa no país.

5. Referências

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009.

KLAUS, Eder. As sociedades aprendem, mas o mundo é difícil de mudar. Lua Nova: Revista de Cultura e

Política. n. 53. São Paulo, 2001. p. 5 – 28.

KLEIN, Julie Thompson. An Interdisciplinary Lexon. IN: KLEIN, Julie Thompson. Interdisciplinarity:

History, Theory, and Practice. Detroit: Wayne State University Press, 1990.

MINAYO, Maria Cecília de Sousa. Disciplinaridade, interdisciplinaridade e complexidade. Emancipação.

v.10 (2). 2010. p. 435 – 442.

MORIN, Edgar. Epistemologia da Complexidade. IN: SCHNITMAN, D.F. (Org.). Novos paradigmas,

cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996, p. 274 – 289.

POMBO, Olga. Epistemologia da Interdisciplinaridade. Conferência proferida no Colóquio

“Interdisciplinaridade, Humanismo e Universidade”, promovido pela Catedra Humanismo Latino.

Disponível em: <http://www.humanismolatino.online.pt>. Porto, 2007.

SCIELO. Site. Disponivel em: <http://www.scielo.org/php/index.php?lang=pt> Acesso: 29/09/2013.

Ano

1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015

1 11 12 33 55 34 109 1722 1813 1818 3046 16

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

SCIELO. / BIREME (org.). Guia do Modelo SciELO. São Paulo : BIREME / OPAS / OMS, 2005.

Disponível em: <http://bvsmodelo.bvsalud.org/download/scielo/SciELO-1-GuiaModelo-pt.pdf>. Acesso em:

29/09/2013.

SILVEIRA, Martha Silvia Martinez; ODDONE, Nanci Elizabeth. Livre acesso à literatura científica:

realidade ou sonho de cientistas e bibliotecários? In Proceedings CINFORM - Encontro Nacional de Ciência

da Informação V, Salvador - Bahia. 2004 Disponível em:

<http://dici.ibict.br/archive/00000572/01/Livre_acesso_%C3%A0_literatura_cient%C3%ADfica.pdf>.

Acesso em: 29/09/2013.

ZIZEK, Slavoj. A visão em Paralaxe. Tradução de Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo, 2008. p.

433 – 502.