Simulação e análise da circulação de ar nos Setores Estruturais em Curitiba, Paraná

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Simulação e análise da circulação do ar nas avenidas estruturais em Curitiba, Paraná Francisco Bemquerer Costa Rasia [email protected] Orientador: Prof. Dr. Eduardo Leite Krüger [email protected] Mestrado | QualiNicação | 15 de Setembro de 2010

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Dissertação de mestrado - QualificaçãoPrograma de Pós-Graduação em Tecnologia da Universidade Federal Tecnológica do ParanáLinha de pesquisa: Tecnologia & Desenvolvimento

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Simulação  e  análise  da  circulação  do  ar  nas  avenidas  estruturais  em  Curitiba,  Paraná

Francisco  Bemquerer  Costa  Rasia  [email protected]:  Prof.  Dr.  Eduardo  Leite  Krü[email protected]

Mestrado  |  QualiNicação  |  15  de  Setembro  de  2010

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1.Considerações  iniciais

2.Aspectos  teóricos  e  históricos

3.Aspectos  Nísicos

4.Qualidade  do  ar  na  legislação  ambiental  brasileira

5.Métodos  e  equipamentos

6.Circulação  de  ar  nos  setores  estruturais

7.Conclusões  preliminares

Adendo:  simulações  no  intervalo  ū=0,01  a  0,30  m/s

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Sumário

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1.  Considerações  iniciais

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Considerada  um  laboratório  de  inovação  em  projeto  e  gestão  urbanos,  Curitiba  ganhou  o  título  de  “capital  ecológica”  no  início  dos  anos  1990.

Entretanto,  a  ausência  de  novos  investimentos  em  seu  sistema  de  transporte  de  massa,  o  bom  desempenho  da  economia  brasileira,  a  expansão  horizontal  da  cidade  favorecem  o  rápido  crescimento  da  frota,  que  já  ultrapassa  1.2  mi  de  veículos.

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Sobre  Curitiba

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O  Plano  Preliminar  de  Urbanismo,  de  1965,  direcionou  o  crescimento  urbano  de  Curitiba  ao  longo  de  quatro  eixos  estruturais,  sistemas  trinários  caracterizados  pela  concentração  de  infraestrutura  de  transporte  de  massa,  vias  de  tráfego  rápido  de  veículos  e  alta  densidade  de  ocupação,  com  uso  misto  residencial  e  comercial.  Embora,  em  anos  recentes,  novos  polos  de  urbanização  tenham  surgido  em  Curitiba,  a  importância  das  vias  estruturais  como  elementos  direcionadores  do  crescimento  urbano  ainda  se  mantém.

Às  vésperas  de  completar  quarenta  anos,  esses  importantes  elementos  da  paisagem  curitibana  são  fruto  da  discussão  arquitetônica  e  urbanística  modernista,  que  muito  inNlui  o  planejamento  da  cidade  a  partir  dos  anos  1960.  

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Sobre  esse  estudo

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Sobre  esse  estudo

Esse  estudo  propõe  a  avaliação  dos  padrões  urbanísticos  vigentes  nas  vias  estruturais  à  luz  das  novas  ferramentas  de  projeto  e  simulação  e  das  preocupações  correntes  quanto  à  sustentabilidade,  salubridade  e  garantia  da  qualidade  de  vida  dos  usuários  e  habitantes  desses  setores.  

Compõe  também  esse  estudo  um  olhar  sobre  o  Setor  Especial  Nova  Curitiba  (o  Ecoville),  um  novo  eixo  de  adensamento  e  desenvolvimento  urbano  onde  se  realizou  uma  conformação  espacial  similar  à  originalmente  proposta  para  os  Setores  Estruturais.

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Para  esse  estudo,  foi  escolhido  o  modelo  ENVI-­‐met,  desenvolvido  por  uma  equipe  da  Univesidade  de  Mainz,  Alemanha.  

Como  ferramenta  preditiva,  o  modelo  simula,  entre  outros  parâmetros:  turbulência,  Nluxo  ao  redor  e  entre  ediNícios,  dispersão  de  partículas.  Trata-­‐se  de  uma  ferramenta  gratuita  (freeware).

Procurou-­‐se,  em  um  primeiro  momento,  veriNicar  a  viabilidade  do  modelo  como  ferramenta  de  análise,  e,  em  um  segundo  momento,  a  analisar  a  inNluência  da  ocupação  urbana  sobre  a  dispersão  de  poluentes,  em  áreas  do  Setor  Estrutural  e  do  Setor  Especial  Nova  Curitiba.

Sobre  esse  estudo

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2.  Aspectos  teóricos  e  históricos

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Urbanização  e  urbanismo  modernista

Não  é  possível  pensar  a  história  do  urbanismo  e  da  arquitetura  dos  séculos  XIX  e  XX  sem  passar  pela  história  das  idéias  do  Movimento  Moderno  e  sua  crítica;  é  nessa  discussão  que  se  encontra  a  gênese  das  idéias  do  planejamento  de  Curitiba  e  dos  Setores  Estruturais.

Segundo  Danni-­‐Oliveira,  tanto  o  Plano  Agache  (anos  1940)  quanto  a  iniciativa  seguinte,  o  Plano  Serete  (anos  1960),  constituem  projetos  de  planejamento  Niliados  aos  ideais  progressistas  da  Carta  de  Atenas.

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Urbanização  e  urbanismo  modernista

O  plano  Serete  incorpora  a  crítica  ao  modernismo  ao  mesmo  tempo  em  que  celebra  seus  procedimentos  e  métodos

Fala-­‐se  de  um  modernismo  humanista,  que  pretende  retomar  certa  medida  de  escala  humana  e  celebrar  o  poder  aglutinador  da  cidade.

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Trajetória  dos  Setores  Estruturais

O  Plano  Preliminar  foi  sancionado  em  1966,  e  estão  entre  suas  principais  diretrizes:  

•  Uso  e  ocupação  diferenciados  do  solo;  •  Mudança,  do  sentido  radial  de  expansão,  para  uma  conNiguração  linear  a  partir  de  eixos  estruturais  que  integrariam  sistema  de  transportes  e  uso  do  solo;  

•  A  criação  de  uma  paisagem  urbana  típica  de  Curitiba.  Apoiava-­‐se  no  tripé  “sistema  viário,  uso  do  solo  e  transporte  de  massa”.

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Trajetória  dos  Setores  Estruturais

Fonte:  Campos,  2005,  p.  52

Sistema  trinário  -­‐  planta

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Trajetória  dos  Setores  Estruturais

Fonte:  Campos,  2005,  p.  55

Sistema  trinário  -­‐  perNil

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Trajetória  dos  Setores  Estruturais

A  proposta  inicial  previa  o  adensamento  dos  eixos  estruturais  com  uma  limitação  para  a  ocupação  do  solo:  o  Plano  impunha  o  limite  de  três  edi)ícios  por  quadra,  com  recuos  em  relação  aos  limites  do  terreno;  as  áreas  remanescentes  seriam  ocupadas  com  parques,  jardins  e  áreas  de  lazer,  constituindo  as  Torres  Residenciais.

Porém,  as  pressões  por  maiores  densidades  de  ocupação  resultaram  no  abandono  da  concepção  de  Torres  Residenciais  e  adoção  do  Plano  Massa,  na  década  de  1970.

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Trajetória  dos  Setores  Estruturais

No  ano  2000,  a  Lei  9.800/00  institui  o  afastamento  lateral  de  H/6.  Campos  ressalta  que,  com  essa  medida,

“ao  invés  de  serem  reduzidos  os  coe)icientes  ou  as  taxas  de  ocupação,  foram  alterados  os  afastamentos  das  divisas,  que  passaram  determinados  pela  altura  da  construção  dividida  por  seis  (H/6),  o  que  deverá  de)inir  uma  nova  con)iguração  na  ocupação  do  Setor  Estrutural”  (CAMPOS,  2005,  p.  72).  

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Trajetória  dos  Setores  Estruturais

No  Setor  Especial  Nova  Curitiba  (Ecoville)  é  utilizado  um  expediente  semelhante  de  cálculo  do  afastamento  lateral:  este  é  facultado  para  até  dois  pavimentos,  ou  deve  corresponder  a  H/5  acima  de  dois  pavimentos.

Apesar  dos  projetos  que  conscientemente  se  voltam  para  dentro,  ignorando  o  espaço  público,  no  Ecoville  se  realizou  em  parte  a  proposta  original  para  os  Setores  Estruturais:  as  torres-­‐jardim  isoladas  em  meio  ao  verde.  

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3.  Aspectos  Físicos

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O  clima  da  cidade

Entre  os  efeitos  da  urbanização  sobre  o  clima  da  cidade:

•Transformação  da  superNície,  ocasionando  alterações  no  balanço  de  radiação  e  alteração  das  características  aerodinâmicas:  as  superNícies  urbanas  são  mais  rugosas,  causando  maior  fricção  e  afetando  a  velocidade  dos  ventos  locais;

•Os  sistemas  de  drenagem  eliminam  rapidamente  a  água  da  chuva.  Menos  água  incorpora-­‐se  ao  solo,  e  as  taxas  de  evaporação  urbanas  são  menores  que  as  rurais;  

•As  atividades  urbanas  liberam  substâncias  contaminantes;

•Geração  de  calor  dito  tecnógeno,  dissipado  de  veículos,  equipamentos,  instalações,  indústrias.

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O  clima  da  cidade

Para  Romero,  o  vento  é  o  elemento  climático  mais  alterado  pela  urbanização,  mas  também  o  mais  passível  de  controle  através  do  desenho  urbano.  Segundo  a  autora,  

“a  orientação  das  ruas  com  relação  à  direção  dos  ventos,  o  tamanho,  a  altura  e  a  densidade  dos  edi)ícios,  assim  como  a  distribuição  dos  edi)ícios  altos  entre  os  baixos,  etc.  têm  um  grande  impacto  nas  condições  urbanas  do  vento”  (ROMERO,  2001,  p.  92).

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Poluição  do  ar  na  camada  limite

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A  poluição  atmosférica  pode  ter  origem  natural  (incêndios  Nlorestais,  erupções  vulcânicas,  tempestades  de  areia)  ou  ser  ocasionada  pela  ação  humana,  Seja  qual  for  sua  origem,

Os  poluentes  são  substâncias  que,  sob  certas  condições,  podem  ser  nocivos  a  seres  humanos,  vida  animal  e  vegetal,  microorganismos  ou  aos  materiais,  ou  que  podem  interferir  na  qualidade  de  vida  ou  usufruto  de  edi)ícios  e  paisagens  (OKE,  1978,  p.  268,  tradução  livre).

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Fonte:  Adaptado  de  OKE,  1978,  p.  268

Progresso  dos  poluentes  na  atmosfera

Poluição  do  ar  na  camada  limite

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4.  Qualidade  do  ar  na  legislação  ambiental  brasileira

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Legislação  ambiental  brasileira

Cabe  ao  CONAMA  estabelecer,  através  de  resoluções,  os  diferentes  parâmetros  para  monitoramento  e  preservação  do  meio  ambiente.

Em  1989,  foi  instituído  o  Programa  Nacional  de  Controle  da  Qualidade  do  Ar  –  PRONAR  –,  concebido  como  um  instrumento  de  gestão  ambiental,  cuja  estratégia  básica  é  limitar  as  emissões  por  tipos  de  fontes  e  poluentes,  sendo  os  padrões  de  qualidade  do  ar  ações  complementares  de  controle.  

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Substância Padrão  primário(µg/m3)

Padrão  secundário(µg/m3)

Partículas  totais 240 150

Fumaça 150 100

PM10 150 150

SO2 365 100

CO 40.000 40.000

O3 160 160

NO2 320 190

Padrões  de  qualidade  do  ar

Fonte:  Adaptado  de  IAP,  2009

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Poluentes  e  qualidade  do  ar  na  RMC

O  monitoramento  da  qualidade  do  ar  na  Região  Metropolitana  de  Curitiba  teve  início  em  1985,  com  cinco  estações  de  coleta.  Atualmente,  esse  trabalho  é  realizado  pelo  Instituto  Ambiental  do  Paraná  (IAP)  em  parceria  com  as  instituições  e  empresas  responsáveis  pela  manutenção  das  estações  de  monitoramento.

Em  2008,  o  sistema  contava  com  13  estações  de  monitoramento.

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5.  Métodos  e  equipamentos

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Abordagem  preditiva

Foi  adotada  uma  abordagem  preditiva  das  condições  de  vento  e  sua  inNluência  sobre  a  dispersão  de  poluentes.

O  modelo  ENVI-­‐met  é  a  peça  central  de  um  processo  de  simulação  que  envolve  dados  de  diversas  fontes:  climáticos  (INMET  e  UWYO,  além  das  próprias  medições  in  loco),  características  de  desenho  urbano  e  ocupação  do  solo  (obtidos  da  PMC,  fotos  de  satélite  e  levantamento  in  loco)  e  inventário  de  tráfego.

Essa  abordagem  permite  a  avaliação  de  cenários  tendenciais  e  alternativos  de  desenvolvimento;  todos  os  resultados  das  simulações  devem  ser  compreendidos  como  indicadores  de  tendências.

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Fluxo  de  trabalho

O  processo  de  modelagem  envolve  três  linhas  de  trabalho:

-­‐  Geometria

-­‐  Dados  climáticos

-­‐  Inventário  de  tráfego

Resumido  em  Nluxograma  (Figura  4.1,  p.  104)

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Method  and  model  workNlow

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Uma  folha  de  levantamento  em  campo,  criada  a  partir  da  planta  cadastral.

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Geometria

Modelagem  no  software  Eddi

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Dados  climáticos

O  modelo  foi  calibrado  através  da  comparação  entre  velocidades  de  vento  médias  medidas  em  campo  e  aquelas  preditas  nas  simulações.  Medições  foram  feitas  em  pontos  localizados  dentro  dos  cânions  urbanos  estudados.

Foram  realizadas  duas  campanhas  de  medição,  a  primeira  entre  os  meses  de  janeiro  e  setembro  de  2009,  dedicada  ao  Estudo  Piloto,  e  a  segunda  teve  início  em  dezembro  de  2009  encerrou-­‐se  em  abril  de  2010  e  foi  dedicada  ao  estudo  nas  vias  estruturais.  Cada  campanha  empregou  uma  conNiguração  de  instrumentos  distinta,  resumidas  no  quadro  4.2,  p.  120.

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Dados  climáticos

Estação  meteorológica  (conNiguração  1)  em  dois  pontos  de  monitoramento  da  R  XV  de  Novembro

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Fluxo  de  trabalho  -­‐Dados  climáticos

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Estação  meteorológica  (conNiguração  2)  -­‐  (a)  e  (b)  Av  Sete  de  Setembro;  (c)  e  (d)  Ecoville

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Calibração

As  velocidades  médias  de  vento  a  2,1m  de  altura  (na  etapa  de  Estudo  Piloto)  e  a  3  e  5m  de  altura  (no  estudo  do  setor  estrutural)  foram  selecionadas  como  variáveis  de  interesse.

Devido  à  natureza  turbulenta  do  Nluxo  de  vento  dentro  da  subcamada  de  rugosidade,  a  direção  do  vento  nesta  altura  foi  ignorada,  pois  a  velocidade  de  média  de  vento  (ū)  é  a  variável  mais  importante  para  a  dispersão  de  poluentes  em  áreas  urbanas  de  acordo  com  o  modelo  proposto  por  Oke  (1978).

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Calibração

Comparação  entre  velocidades  médias  de  vento  medidas  e  preditas,  resultados  iniciais  para  a  região  central  (a)  Ponto  3  (b)  Ponto  10

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Calibração

Comparação  entre  velocidades  médias  de  vento  medidas  e  preditas,  resultados  para  a  região  central  após  ajuste  (a)  todas  as  velocidades  de  entrada  (b)  

somente  velocidade  de  entrada  menor  que  2  m/s

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Calibração

Comparação  entre  velocidades  médias  de  vento  medidas  e  preditas  -­‐  Ecoville

Comparação  entre  velocidades  médias  de  vento  medidas  e  preditas  -­‐  Sete  de  Setembro

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Inventário  de  tráfego

Foi  adotado  um  método  indireto  para  a  determinação  do  perNil  horário  de  tráfego,  a  partir  de  dados  históricos  de  pressão  sonora  (BORTOLI,  2002),  contagens  de  tráfego  in  loco  nos  horários  de  pico,  e  uma  equação  de  Calixto  (2002)  para  a  predição  de  ruído  de  tráfego  a  partir  do  volume  de  veículos  e  a  porcentagem  de  veículos  pesados.

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Fluxo  de  trabalho  -­‐  Inventário  de  tráfego

Sete  de  Setembro  (a)  Composição  da  frota  (b)  PerNil  horário  de  tráfego

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6.  Circulação  de  ar  nos  Setores  Estruturais

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Seleção  dos  pontos  de  interesse

Foram  analisados  dois  trechos  representativos:  um  do  Setor  Estrutural  Sul  e  um  do  Setor  Especial  Nova  Curitiba.

Tanto  os  Setores  Estruturais  quando  o  Setor  Especial  Nova  Curitiba  encontram-­‐se  me  variados  graus  de  adensamento  e  consolidação.  Foram  selecionadas  áreas  bem  consolidadas  e  representativas  da  ocupação  deNinida  pela  legislação.

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Seleção  dos  pontos  de  interesse

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Seleção  dos  pontos  de  interesse

Ponto  P8  -­‐  Av  Sete  de  Setembro

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Seleção  dos  pontos  de  interesse

Ponto  P3  -­‐  Ecoville

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Cenários  de  simulação

Mês Cenário ū  (m/s)

Março Atual-­‐Leste 3,10

Atual-­‐Sudeste 3,10

Junho Atual-­‐Leste 2,60

Atual-­‐Nordeste 2,60

Atual-­‐Leste  Mínimo 0,30*

Atual-­‐Nordeste  Mínimo 0,30*

Dezembro Atual-­‐Leste 3,80

Atual-­‐Sudeste 3,80

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Resultados  -­‐  Av  Sete  de  Setembro  

Mês Cenário ū  (m/s) NOx  Média(µg/m3)

NOx  Máxima(µg/m3)

Março Atual-­‐Leste 1,39 65 176

Atual-­‐Sudeste 1,39 61 190

Junho Atual-­‐Leste 1,17 73 193

Atual-­‐Nordeste 1,17 69 198

Atual-­‐Leste  Mínimo 0,30 376 1162

Atual-­‐Nordeste  Mínimo 0,30 349 1096

Dezembro Atual-­‐Leste 1,71 54 139

Atual-­‐Sudeste 1,71 50 157

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Resultados  -­‐  Av  Sete  de  Setembro  

A  média  das  máximas  concentrações  simuladas  sob  condições  de  vento  mínimo  é  de  1129  µg/m3.  Ao  se  aplicar  o  coeNiciente  de  25%  para  a  relação  NO2/NOx,  obtem-­‐se  a  concentração  estimada  de  282  µg/m3  de  NO2,  92  unidades  acima  do  limite  secundário  para  a  concentração  do  poluente.

As  manchas  de  mais  alta  concentração,  distribuem-­‐se  ao  longo  dos  cânions  L  e  N  e,  de  maneira  mais  localizada,  no  cânion  O,  em  um  ponto  de  estrangulamento  do  cânion  e  grande  intensidade  de  Nluxo  de  veículos.

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Resultados  -­‐  Av  Sete  de  Setembro  

Concentração  simulada  de  NOx  a  2,40  m,  às  18h00  (a)  Cenário  Junho  Atual-­‐Leste  Mínimo  (b)  Cenário  Junho  Atual-­‐Nordeste  Mínimo  (c)  Escala

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Resultados  -­‐  Av  Sete  de  Setembro  

Concentração  simulada  de  NOx  a  2,40  m,  às  18h00  (a)  Cenário  Março  Atual-­‐Leste  (b)  Cenário  Março  Atual-­‐Sudeste                      (c)  Escala

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Resultados  -­‐  Av  Sete  de  Setembro  

A  comparação  de  concentrações  simuladas  de  poluente,  entre  o  SE  e  as  ZR-­‐4  lindeiras,  sugere  que  a  combinação  de  tráfego  intenso  com  o  adensamento  cria  um  “eixo  de  poluição”  sobreposto  ao  Eixo  Estrutural.

Sete  de  Setembro  -­‐  pontos  nas  vias  transversais

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Resultados  -­‐  Av  Sete  de  Setembro  

Comparação  entre  as  concentrações  simuladas  de  NOx  nos  pontos  em  ZR-­‐4  e  SE

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Resultados  -­‐  Av  Sete  de  Setembro  

Trajetória  de  partículas  a  2,40  m  (a)  ventos  de  Leste  (b)  ventos  de  Nordeste  

(c)  ventos  de  Sudeste

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Resultados  -­‐  Ecoville

Mês Cenário ū  (m/s) NOx  Média(µg/m3)

NOx  Máxima(µg/m3)

Março Atual-­‐Leste 1,11 22 118

Atual-­‐Sudeste 1,11 20 90

Junho Atual-­‐Leste 0,93 23 131

Atual-­‐Nordeste 0,93 21 102

Atual-­‐Leste  Mínimo 0,30 123 697

Atual-­‐Nordeste  Mínimo 0,30 114 514

Dezembro Atual-­‐Leste 1,36 18 100

Atual-­‐Sudeste 1,36 17 75

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Os  resultados  da  simulação  de  dispersão  de  NOx  para  o  Ecoville  apresentam  resultados  muito  mais  favoráveis  que  aqueles  encontrados  para  a  região  da  Av.  Sete  de  Setembro.  

Dentre  os  oito  cenários,  os  valores  mais  elevados  para  a  concentração  média  e  máxima  de  NOx  foram  encontrados  no  cenário  Atual-­‐Leste  Mínimo.  Nesse  cenário,  a  concentração  máxima  simulada  foi  de  697  µg/m3;  aplicando-­‐se  o  coeNiciente  de  25%,  estima-­‐se  que  a  concentração  de  NO2  seja  de  174  µg/m3,  16  unidades  abaixo  do  limite  secundário.

As  simulações  apontam  a  tendência  de  ligeiro  aumento  das  concentrações  médias  sob  condições  de  vento  Leste,  em  comparação  com  os  cenários  de  vento  Nordeste  e  Sudeste.  

Resultados  -­‐  Ecoville

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Concentração  simulada  de  NOx  a  2,40  m,  às  18h00  (a)  Cenário  Junho  Atual-­‐Leste  Mínimo  (b)  Cenário  Junho  Atual-­‐Nordeste  Mínimo  (c)  Escala

Resultados  -­‐  Ecoville

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Concentração  simulada  de  NOx  a  2,40  m,  às  18h00  (a)  Cenário  Março  Atual-­‐Leste  (b)  Cenário  Março  Atual-­‐Sudeste                      (c)  Escala

Resultados  -­‐  Ecoville

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Segundo  as  simulações,  a  morfologia  adotada  no  Setor  Especial  Nova  Curitiba  interfere  menos  sobre  os  Nluxos  de  vento,  que  são  praticamente  desvinculados  da  forma  e  orientação  dos  cânions  urbanos.  

As  trajetórias  simuladas  são  similares  para  as  três  direções  de  vento  –  Leste,  Nordeste  e  Sudeste  –  não  sendo  visível  a  formação  de  vórtices  ou  áreas  de  estagnação.

As  simulações  destacam  o  efeito  da  maior  permeabilidade  gerada  pela  adoção  do  afastamento  lateral  de  H/5  e  o  modelo  de  “torres  residenciais”,  e  conNirmam  as  avaliações  de  Romero  (2009)  e  Danni-­‐Oliveira  (2009)  dos  potenciais  efeitos  benéNicos  desse  modelo  de  torres  isoladas  sobre  a  circulação  de  ar  entre  ediNícios.

Resultados  -­‐  Ecoville

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Resultados  -­‐  Ecoville

Trajetória  de  partículas  a  2,40  m  (a)  ventos  de  Leste  (b)  ventos  de  Nordeste  

(c)  ventos  de  Sudeste

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7.  Conclusões  preliminares

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Pergunta  1:  as  condições  de  ventilação  nos  Setores  Estruturais  são  su)icientes  para  a  garantia  de  salubridade  e  controle  da  exposição  dos  moradores  às  substâncias  nocivas?

De  maneira  geral,  nos  cenários  com  vento  não  mínimo,  a  dispersão  de  poluentes  nos  Setores  Estruturais  é  adequada.  Nas  situações  de  vento  mínimo  a  dispersão  é  severamente  prejudicada,  com  aumentos  signiNicativos  das  concentrações  média  e  máxima  do  poluente  estudado  e  formação  de  extensivas  manchas  de  alta  concentração  ao  longo  dos  cânions.  

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Conclusões  preliminares

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Pergunta  2:  há  diferença  de  qualidade  ambiental  entre  o  Ecoville  e  os  Setores  Estruturais?

As  simulações  apontaram  diferenças  quantitativas  e  qualitativas  nas  condições  de  ventilação  e  dispersão  de  poluentes.

Os  valores  médios  e  máximos  para  a  concentração  do  poluente  no  Setor  Estrutural  são  mais  elevados  que  os  encontrados  para  o  Ecoville,  em  todos  os  cenários.

Através  das  simulações  percebeu-­‐se  também  que  a  morfologia  urbana  do  Ecoville  é  mais  permeável  aos  Nluxos  de  ar,  aumentando  o  contraste  entre  as  áreas  de  máxima  concentração  de  poluente  e  a  concentração  média  para  o  trecho  simulado.

Conclusões  preliminares

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Pergunta  3:  o  afastamento  de  H/6  melhoraria  as  condições  de  ventilação  e  dispersão  de  poluentes  nos  Setores  Estruturais?

Pergunta  4:  a  adoção  do  afastamento  de  H/6  reduziria  o  contraste  entre  os  SE  e  as  ZR-­4  lindeiras?

Essas  duas  questões  serão  abordadas  na  próxima  etapa  do  estudo,  através  da  simulação  de  cenários  alternativos  de  urbanização.

Conclusões  preliminares

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As  simulações  sugerem  ainda  a  formação  de  um  eixo  de  poluição  ao  longo  do  eixo  estrutural  da  Sete  de  Setembro,  veriNicado  através  da  comparação  entre  as  concentrações  simuladas  nos  pontos  transversais  localizados  em  ZR-­‐4  e  SE.

A  diferença  entre  essas  áreas  é  somente  de  zoneamento  (que  se  expressa  através  de  maiores  densidades  de  ocupação),  o  que  sugere  que  a  maior  densidade  de  ocupação  nos  Setores  Estruturais  é  prejudicial  à  circulação  do  ar,  ventilação  de  retirada  de  poluentes  oriundos  do  tráfego  de  veículos  no  eixo  estudado.  Esse  é  um  ponto  a  esclarecer  e  detalhar  através  da  comparação  com  o  cenário  alternativo  H/6.

Conclusões  preliminares

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Adendo:  simulações  no  intervalo  ū=0,01  a  0,30  m/s

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Durante  o  estudo  das  vias  estruturais,  numa  tentativa  de  traçar  gráNicos  de  relação  entre  concentração  de  NOx  e  a  velocidade  do  vento,  foi  constatado  o  comportamento  anômalo  do  modelo  ENVI-­‐met  quando  a  velocidade  do  vento  se  aproxima  de  zero.

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Adendo

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Adendo

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Adendo

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Obrigado.slideshare.net/chicorasia