Sinais Vitais e Exame Físico
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SINAIS VITAIS E EXAME FÍSICO
EXAME FÍSICO
ConceitoO exame físico é o conjunto de técnicas e manobras utilizados pelos profissionais de saúde com o intuito avaliar as condições físicas do paciente, identificando precocemente quaisquer alterações.O exame físico tem que ser feito no sentido céfalo-caudal (indo da cabeça para os pés), pode ser geral ou focal e se divide em quatro etapas: inspeção, ausculta, palpação e percussão. Essas técnicas podem ser aperfeiçoadas com paciência, prática e perseverança.
Inspeção: exige a utilização do sentido da visão. Tem como objetivos detectar dismorfias, distúrbios do desenvolvimento, lesões cutâneas, presença de catéteres e tubos ou outros dispositivos.
Palpação: obtenção do dado através do tato e da pressão (para regiões mais profundas do corpo). Identifica modificações na estrutura, espessura, consistência, volume e dureza.
Percussão: através de pequenos golpes, é possível escutar sons. Cada estrutura tem um som característico. Os sons obtidos podem ser: maciço (onde o local tocado é "duro", pode indicar hemorragia interna ou presença de secreções), timpânico (indica presença de ar).
Ausculta: procedimento que detecta sons do organismo, só que diferente da percussão, esse procedimento usa aparelhos para auxílio, por exemplo o estetoscópio.
SEQUÊNCIA PARA EXAME FÍSICOEstado geralNível de consciência Estado de hidrataçãoMucosas e pele Estado de nutrição Sinais vitais Presença de edema Movimentos voluntários Cabeça Região cervicalTórax AbdômenMembros superiores Região genital e analMembros inferiores
ESTADO GERALEstado geral bomEstado geral regularEstado geral ruimEstado geral Grave
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
Consciente – responsivo Sonolento – quando não requisitado, dorme Obnubilado – sonolento + desorientado. Torporoso ou Estupor – somente abre os olhos
com estímulo doloroso.Coma Superficial – não abre os olhos com
estímulos dolorosos mas emite alguma resposta.Coma Profundo – sem resposta a estímulos
dolorososComa com Decorticação Coma com Descerebração
HIDRATAÇÃO E NUTRIÇÃOQuanto a hidratação:
Hidratado: turgor e elasticidade da pele preservados;Desidratado: ressecamento da pele, com descamação
presente.
Quanto a NutriçãoEstado nutricional normal: peso adequado para idade e
tipo físicoDesnutrido: apresenta diminuição do peso corporal normalObeso: apresenta aumento do peso corporal normalCaquético: desnutrição com enfraquecimento geral das
funções vitais
PELE E MUCOSASNas mucosas devemos observar:
Coloração (hipocoradas, hipercoradas, cianose, e icterícia)
Umidade Presença de lesões
Na pele devemos observar:ColoraçãoTexturaTemperatura Turgor Elasticidade Alterações de corLesões Cicatrizes
EDEMA E MOVIMENTO VOLUNTÁRIOS
No edema observar:LocalizaçãoCaracterísticasSinais flogísticos
Nos movimentos observar:DeambulaDeambula com auxilio Acamado pouco dependenteAcamado totalmente dependente
Cabeça
Região Cervical
Tórax
Abdômen
Membros Superiores
Região genital e anal
Membros Inferiores
SINAIS VITAISConceitoSinais vitais recebem este nome por serem os mesmos relacionados com a própria existência da vida, são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal, estes são utilizados na prática diária para o auxílio do exame clínico e destacam-se pela sua importância são eles: a pressão arterial, o pulso, a temperatura corpórea, a respiração e batimento cardíaco.As alterações da função corporal geralmente se refletem nos sinais vitais e podem indicar enfermidade.
AbreviaçõesSinais Vitais : SSVV Temperatura ou Temperatura Axilar: T ou TAXPulso: P Batimentos Cardíacos: BCRespiração: R Pressão ou Tensão arterial: PA ou TAHemoglucoteste: HGTGraus Celsius: °CBatimento por Minuto: BpmIncursões por Minuto: IpmMilímetros de Mercúrio: mmHgMiligramas por Decilitros: mg/dl
TEMPERATURA
Conceito A temperatura corporal é o equilíbrio entre a produção e a perda de calor do organismo, mediado, pelo centro termo-regulador. Pode ser verificada na região axilar, inguinal, bucal, auricular ou retal. A axilar é a forma utilizada no Brasil (embora menos fidedigna).
Valores de ReferênciaTemperatura axilar: 35,8 °C – 37,5 ºCTemperatura oral: 36,3°C – 37,4°CTemperatura retal: 37°C – 38°C
TerminologiaAfebril: ausência de elevação da temperatura.Febrícula: 37,5º C a 37,7º C.Febril ou hipertermia: a partir de 37,8º C.Hiperpirexia: a partir de 41º C.Hipotermia: temperatura abaixo do normal.
Contra-indicaçõesFurunculose axilar, pessoas muito fracas ou magras.
Observação Não deixar o paciente sozinho com o termômetro.
PROCEDIMENTO
Lavar as mãos;Explicar ao paciente o que vai ser feito;Fazer desinfecção do termômetro com o algodão embebido
em álcool a 70% e certificar-se que a coluna de mercúrio está a baixo de 35o C;
Enxugar a axila do paciente (a unidade abaixa a temperatura da pele, não dando a temperatura real do corpo);
Colocar o termômetro com reservatório de mercúrio no côncavo da axila, de maneira que o bulbo fique em contato direto com a pele;
Pedir o paciente para comprimir o braço em encontro ao corpo, colocando a mão no ombro oposto;
Após 5 minutos, retirar o termômetro, ler e anotar a temperatura;
Fazer desinfecção do termômetro em algodão embebido em álcool a 70% e sacudí-lo cuidadosamente até que a coluna de mercúrio desça abaixo de 35o C (usar movimentos circulares= força centrífuga);
Lavar as mãos.
PULSOConceitoÉ a onda de expansão e contração das artérias, resultante dos batimentos cardíacos. Na palpação do pulso, verifica-se freqüência, ritmo e tensão. O número de pulsações normais no adulto é de aproximadamente 60 a 80 batimentos por minuto .As artérias mais comumente utilizadas para verificar o pulso: temporal, carótida, braquial, radial, femoral, poplítea, pediosa.
Valores de ReferênciaRecém-nascido = 120 bpm4 anos = 100 bpmAdolescente/adulto = 90 bpmAdulto – 18 anos : 75 bpm (mulher) e 70 bpm (homem);Adulto – 65 -80 bpm (mulher) e 60-70 (homem)
Terminologia Normosfigmia: pulso normal.Taquisfigmia: pulso acima da faixa normal.Bradisfigmia: pulso abaixo da faixa normal.Pulso filiforme, fraco, débil: termos que indicam redução da
força ou volume do pulso periférico.Pulso irregular: os intervalos entre os batimentos são
desiguais.Pulso dicrótico: dá a impressão de 2 batimentos.
Observação Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria
pulsação pode ser confundida com a pulsação do paciente;Aquecer as mãos para verificar o pulso;Em caso de dúvida, repetir a contagem;Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode
impedir de sentir os batimentos do pulso.
PROCEDIMENTOLavar as mãos;Explicar ao paciente o que vai ser feito;Manter o paciente confortável (deitado ou
sentado). O braço apoiado na cama, mesa ou colo e com a palma voltada para cima;
Colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria, fazendo leve pressão, suficiente para sentir a pulsação;
Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem;
Contar as pulsações durante 1 minuto;Se necessário, repetir a contagem;Anotar no papel;Lavar as mãos.
BATIMENTO CARDÍACOConceitoBatimento Cardíaco se refere ao número de vezes que o coração bate por minuto. Na verificação dos batimentos cardíacos verifica-se frequência e ritmo.
Valores de Referênciafreqüência normal: 60-100 bpm;freqüência abaixo do normal: < 60 bpmfrequencia acima do normal: > 100 bpm
Terminologia
Normocardio: batimentos normaisTaquicardia: aumento dos batimentos cardíacosBradicardia: diminuição dos batimentos cardíacos
PROCEDIMENTO
Lavar as mãos;Limpar as olivas com álcool a 70%;Posicionar as olivas nos ouvidos;Colocar a campana do estetoscópio no quinto
espaço intercostal, na linha media;Auscultar por alguns momentos antes de iniciar a
contagem;Contar os batimentos durante um minuto;Se necessário repetir a contagem;Anotar no papel;Limpar as olivas com álcool a 70%;Lavar as mãos.
RESPIRAÇÃOConceitoÉ o ato de inspirar e expirar promovendo a troca de gases entre o organismo e o ambiente. A freqüência respiratória normal do adulto oscila entre 16 a 20 respirações por minuto. Em geral, a proporção entre freqüência respiratória e ritmo de pulso é, aproximadamente de 1: 4. Ex: R=20 / P=80.
Valores de Referência Respiração normal: 16 a 20 Ipm.Aumento da frequência respiratória: acima de 20IpmDiminuição da frequência respiratória: abaixo de 16Ipm
Terminologia Eupneia: respiração normal Taquipnéia ou polipnéia: aumento da respiração acima do
normalBradipnéia : diminuição do número de movimentos respiratórios.Apnéia: parada respiratória. Ortopnéia: respiração facilitada em posição vertical.Respiração ruidosa, estertorosa: respiração com ruídos.Respiração laboriosa: respiração difícil, envolve músculos
acessórios.Respiração sibilante: com sons que se assemelham a assovios.Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que
aumenta e diminui, com período de apneia.Respiração de Kussmaul: inspiração profunda, seguida de
apnéia e expiração suspirante. Característica de acidose metabólica (diabética) e coma.
Dispneia: dor ou dificuldade ao respirar (falta de ar).
ObservaçãoNão permitir que o paciente fale,Não contar a respiração logo após esforços do
paciente.Como a respiração, em certo grau, está sujeito ao
controle involuntário, deve ser contada sem que o paciente perceba: observar a respiração procedendo como se estivesse verificando o pulso.
PROCEDIMENTO
Deitar o paciente ou sentar confortavelmente.Observar os movimentos de abaixamento e
elevação do tórax. Os 2 movimentos (inspiração e expiração) somam um movimento respiratório.
Colocar a mão no pulso do paciente a fim de disfarçar a observação.
Contar durante 1 minuto.Anotar no papel.Lavar a mão.
PRESSÃO ARTERIALConceitoÉ a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. A pressão (PA) ou tensão arterial (TA) depende da força de contração do coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência dos vasos.Ao medir a PA consideramos a pressão máxima ou sistólica que resulta da contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre assim que o coração relaxa.
Valores de ReferênciaNormal: <130 / <85Normal limítrofe: 130-139/ 85-90Hipertensão leve: 140-159/ 90-99Hipertensão moderada: 160-179/ 100-109Hipertensão grave: > 179/ >109
TerminologiaNormotensão: PA na média (≤120/80)Hipertensão: PA acima da média (mais de
140/90).Hipotensão: PA inferior a média (menos de
100/60).PA convergente: quando a sistólica e a diastólica
se aproximam (Ex: 120/100).PA divergente: quando a sistólica e a diastólica se
afastam ( Ex: 120/40).
ObservaçãoSendo necessário verificar a PA a intervalos periódicos, o
manguito pode ficar no braço, sem compreensão;Em caso de dúvida, ou sendo necessário repetir a
verificação, esvaziar completamente o manguito antes de fazer novamente a medida.
Embora geralmente seja utilizado o manguito padrão, para uma medição correta da PA, a largura e o comprimento da bolsa inflável do manguito deve ser 40% da circunferência do braço e o comprimento deve ser 80% da mesma circunferência.
Deve-se palpar o pulso radial antes de inflar o manguito para detectar a sistólica pelo desaparecimento do pulso, a fim de evitar leitura errônea.
Além de anotar os valores da sistólica e diastólica é recomendado anotar a posição do paciente e o braço em que foi realizado a medida.
PROCEDIMENTOSExplicar ao paciente sobre o cuidado a ser
executado;Lavar as mãos;Manter o paciente deitado ou sentado, com o
braço comodamente apoiado ao nível do coração;Deixar o braço descoberto, evitando compressão;Colocar o manguito 2 cm acima da prega do
cotovelo, (fossa cubital) prendendo-o sem apertar demasiado, nem deixar muito frouxo.
Não deixar as borrachas se cruzarem devido aos ruídos que se produzem.
Colocar o manômetro de modo que fique bem visível.
Localizar com os dedos a artéria braquial na dobra do cotovelo.
Colocar o estetoscópio no ouvido (curvatura voltada para frente) e o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial.
Palpar o pulso radial. Fechar a válvula de ar e insuflar rapidamente o manguito até o desaparecimento do pulso radial. (pressão sistólica)
deve-se inflado 20-30mmHg acima do ponto de desaparecimento do pulso radial.
Apoiar o diafragma do estetoscópio e abrir a válvula vagarosamente.
Observar no manômetro o ponto em que são ouvidos os primeiros batimentos ou sons de KorotKoff (pressão sistólica).
Observar o ponto em que o som foi ouvido por último ou sofreu uma mudança nítida (pressão diastólica) desaparecimento dos sons de KorotKoff.
Retirar todo o ar do manguito, removê-lo e deixar o paciente confortável.
Anotar os valores.Lavar as mãos.Colocar o material em ordem. Limpar as olivas
auriculares com algodão embebido a álcool.
Quando se tem o conhecimento não existem dúvidas e sim a certeza de que podemos salvar vidas
OBRIGADO