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Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do Sul Perfil da Atividade de Produção e Industrialização de Suínos no Rio Grande do Sul

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Sindicato da Indústria de Produtos Suínosno Estado do Rio Grande do Sul

Perfil da Atividade de

Produção e Industrialização de Suínos

no Rio Grande do Sul

Estudo elaborado por Valmor Marchetti (economista) para o Sindicato da Indústria de

Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do Sul.

Outubro / 2001.

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Índice Geral

1 Introdução 42 Panorama mundial da produção de suínos e a inserção do Brasil 43 Produção de Carnes suína no Brasil – uma visão de conjunto 104 RS: Produção e exportação 155 Tecnologia de produção 176 Produtividade 197 Meio ambiente 218 Organização da produção 229 Perfil do produtor 2410 Remuneração do produtor 2711 Mercado e margens praticadas pelo varejo 2912 Processamento 3013 Regiões produtoras – RS 3214 Níveis de colesterol e comportamento do consumidor 3715 Importância da suinocultura para a geração de emprego e o crescimento 38

Referências 40Apêndice 1. RS: Preços de suíno vivo, milho e farelo de soja (jan/95 a set/01)Apêndice 2. Vendas de suínos por micro região, em 1996 (Censo IBGE)

Índice de Tabelas

Tabela 1 Consumo mundial de carne suína, de frango e bovina (mil toneladas/ano) 5Tabela 2 Consumo mundial de carne suína, de frango e bovina (percentual) 5Tabela 3 Consumo per capita de carne suína em países selecionados 6Tabela 4 Exportações mundiais de carne suína – principais países exportadores 7Tabela 5 Importações mundiais de carne suína – principais países importadores 8Tabela 6 Produção mundial de carne suína por país 9Tabela 7 Brasil: Produção de carne suína, de frango e bovina, 1990 a 1999 10Tabela 8 Brasil: Consumo per capita de carne suína, de frango e bovina 11Tabela 9 Brasil: Produção de suínos por região 13Tabela 10 Brasil: Participação relativa na produção de suínos por região 13Tabela 11 Brasil: Efetivo rebanho de suínos por região 14Tabela 12 Brasil: Exportações de carne suína, 1989 a 2000 14Tabela 13 Destino das exportações brasileiras de carne suína, 1999 e 2000 15Tabela 14 Região Sul: Abate de suínos para fins comerciais sob inspeção Fed e Est 15Tabela 15 Participação relativa na produção de suínos dos Estados da Região Sul 16Tabela 16 RS: Exportações de produtos de suínos, 1992 a 2000 17Tabela 17 Indicadores de produtividade: anos 60, em 1995 e na atualidade 20

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Tabela 18 Metas de produtividade provável em uma década 20Tabela 19 RS: Número de granjas e matriz por empresa integradora 22Tabela 20 RS: Número de estabelecimentos e área por estratos de área 25Tabela 21 RS: Condição das propriedades dos produtores de suínos 25Tabela 22 RS: Distribuição do rebanho por extrato de área – Censo de 1985 26Tabela 23 RS: Distribuição do rebanho por extrato de área – Censo de 1996 26Tabela 24 SC: Distribuição do rebanho por extrato de área – Censo de 1996 27Tabela 25 PR: Distribuição do rebanho por extrato de área – Censo de 1996 27Tabela 26 Mark-up médios de produtos de origem suína e de frango –out/94-set/95 29Tabela 27 Mark-up médios de produtos de origem suína e de frango –Set/98-ago/99 30Tabela 28 RS: Capacidade instalada e abate de suínos dos estabelecimentos em 2000 31Tabela 29 SC: Número de abate de suínos e aves pelos estabelecimentos em 2000 32Tabela 30 RS: Número de suínos vendidos por estrato de área – Censo de 1996 33Tabela 31 RS: Produção de suínos por meso e microrregião – Censo de 1996 34Tabela 32 RS: Principais municípios produtores de suínos, entre 1995 a 2000 35Tabela 33 RS: Produção de suínos por meso e microrregião em 2000 33Tabela 34 Comparação do teor de colesterol nas diferentes carnes 38Tabela 35 Capacidade de geração de empregos devido a um aumento da demanda 39

Índice de Gráficos

Gráfico 1 Brasil: produção de carne suína, de frango e bovina, 1990 a 1999 11Gráfico 2 Brasil: Índice de consumo per capita de carne suína, de frango e bovina 12Gráfico 3 Abates de suínos para fins comerciais, 1993 a 2000 (RS, SC e PR) 16Gráfico 4 Relação de kg de suíno para adquirir um kg de milho 28

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1. Introdução

Este estudo foi elaborado por iniciativa do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado

do Rio Grande do Sul. Ele tem por objetivo atualizar as informações sobre a atividade de

produção de suínos destacando, especialmente, os pontos fortes e fracos da suinocultura

gaúcha, suas vantagens competitivas e perspectivas de crescimento.

O estudo apresenta, inicialmente, um panorama da suinocultura mundial realçando a

inserção do Brasil nesse âmbito (seção 2). A seção 3 mostra uma visão do conjunto da

suinocultura no Brasil. As demais seções (de número 4 até 14) referem-se ao Rio Grande do

Sul, nas quais são examinadas, entre outras, as questões sobre: produção, exportação,

tecnologia de produção, produtividade, meio ambiente, a organização da produção, o perfil e a

remuneração do produtor, o mercado e o processamento.

2. Panorama mundial da produção de Suínos e a inserção do Brasil

A importância da carne suína em âmbito mundial pode ser observada em duas dimensões: em

relação à fonte de proteínas de origem animal, e em relação ao consumo per capita.

Dada a capacidade de reprodução e a facilidade de criação de suínos, e também a

possibilidade de que o suíno poder ser produzido em áreas pequenas propriedades, esta é uma

das principais atividades a ser implementada, visando à produção de proteínas de origem

animal para atender as necessidades crescentes da população mundial.

Como fonte de proteína de origem animal, a carne suína lidera o ranking de consumo,

segundo estatísticas da FAO e USDA. No ano de 1999, o consumo mundial de carnes (levando

em conta somente as carnes de origem de suíno, de frango e bovina), alcançou a cifra de 165,4

milhões de toneladas.

A carne de maior consumo mundial em 1999 foi a carne suína, que alcançou 77,1

milhões de toneladas, sendo seguido pela carne bovina, com 49,0 milhões de toneladas, e em

terceiro lugar, o consumo de carne de frango, com 39,6 milhões de toneladas [Tabela 1].

A composição do consumo sofreu alterações, entre 1992 e 2000, notando-se uma

elevação da participação da carne de frango e a redução da carne bovina. A carne bovina

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manteve a sua participação, em torno de 46% do total das proteínas de origem animal (Tabela

2).

Tabela 1. Consumo mundial de carne suína, de frango e bovina (mil toneladas/ano)Anos Carne Suína Carne de Frango Carne Bovina Total1992 68.665 30.312 50.874 149.8511993 70.069 30.788 48.269 149.1261994 71.541 32.311 48.565 152.4171995 75.553 35.166 49.051 159.7701996 69.655 37.489 48.391 155.5351997 72.111 36.517 49.481 158.1091998 75.489 37.489 49.032 162.010

1999 * 77.128 39.606 49.007 165.7412000 ** 77.513 41.025 49.157 167.695

Fonte: USDA, ABEF e Associação Paulista de Avicultura* Dados preliminares. ** Previsão

Tabela 2. Consumo mundial de carne suína, de frango e bovina (percentual do total)Anos Carne Suína Carne de Frango Carne Bovina Total1992 45,82 20,23 33,95 100,00 1993 46,99 20,65 32,37 100,00 1994 46,94 21,20 31,86 100,00 1995 47,29 22,01 30,70 100,00 1996 44,78 24,10 31,11 100,00 1997 45,61 23,10 31,30 100,00 1998 46,60 23,14 30,26 100,00

1999 * 46,54 23,90 29,57 100,00 2000 ** 46,22 24,46 29,31 100,00

Em relação ao consumo per capita de carne suína, a maioria dos países industrializados

revela consumo per capita elevado. A Tabela 3 apresenta o consumo per capita de carne suína

de 29 países selecionados, entre eles o Brasil. A Dinamarca exibe o nível mais elevado, com

consumo de 73,3 kg/h/ano; República Tcheca, Espanha e Bélgica/Luxemburgo, com consumo

entre 60 e 70 kg/h/ano, no ano de 2000. Ouve elevação do consumo per capita, entre os anos de

1991 e 2.000, em muitos países, principalmente na Dinamarca, Espanha, Bélgica/Luxemburgo,

Alemanha, Áustria, Irlanda e Suécia.

Entre os países latinos, Brasil e México apresentam consumo per capita relativamente

baixo, em torno de 10 kg/habitante/ano, nos anos de 1999 e 2.000.

O ranking do consumo per capita da Tabela 3 pode ser tomado como um argumento

contra o preconceito ao consumo da carne e produtos de origem suína, usualmente manifestado

nos países latinos, incluindo o Brasil, dado que os países mais desenvolvidos econômica e

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socialmente mostram consumo per capita várias vezes superiores ao dos dois países latinos

mencionados. Isto é válido também para os países que buscam na importação a oferta adicional

de carnes e produtos suínos, como é o caso de Alemanha, Japão, Itália, França, entre outros.

Tabela 3. Consumo per capita de carne suína em países selecionados, em kg/habitante/anoPaíses 1991 1995 1998 1999 * 2000 ** % Variação

2000/1991Dinamarca 64,8 74,1 71,1 73,2 73,3 13,1 República Tcheca 67,1 64,9 66,2 67,7 66,7 (0,6)Espanha 49,6 54,0 60,6 65,6 65,5 32,1 Bélgica/Luxemburgo 50,1 54,4 54,2 55,7 62,3 24,4 Alemanha 48,5 54,8 55,8 57,4 57,4 18,4 Áustria 51,3 56,3 57,2 57,7 57,1 11,3 Holanda 43,3 44,2 44,8 48,7 45,5 5,1 Hong Kong 40,8 54,4 54,9 46,0 44,8 9,8 Irlanda 38,1 37,9 43,1 41,6 42,8 12,3 Taiwan 38,8 40,2 44,3 43,6 42,6 9,8 Polônia 52,5 38,6 38,5 40,1 39,9 (24,0)Suécia 31,4 35,8 37,5 38,5 38,8 23,6 França 37,0 35,8 36,0 37,2 38,2 3,2 Itália 31,4 33,6 35,9 36,3 36,5 16,2 Canadá 32,4 31,9 31,2 32,6 33,6 3,7 Suíça 39,8 35,2 32,2 31,6 31,6 (20,6)Portugal 25,0 35,3 30,8 31,1 31,1 24,4 Estados Unidos 29,4 30,6 30,7 31,3 30,2 2,7 China 21,1 30,1 29,2 29,5 30,1 42,7 Reino Unido 24,3 22,8 25,7 24,6 23,5 (3,3)Austrália 17,8 19,4 18,8 18,8 18,9 6,2 Japão 16,8 16,7 16,6 16,6 16,6 (1,2)Ucrânia 27,5 15,9 14,2 14,2 14,3 (48,0)Romênia 27,6 17,5 15,2 15,0 13,5 (51,1)Filipinas 10,6 10,4 11,6 12,5 12,8 20,8 Rússia 24,6 17,4 12,8 12,5 12,0 (51,2)Cingapura 35,9 31,9 28,1 13,9 11,2 (68,8)México 9,9 10,5 10,4 10,3 10,1 2,0 Brasil *** 7,3 8,7 9,3 9,6 10,1 38,4 * Dados preliminares. ** Previsão*** Em relação ao Brasil, mantêm-se nesta tabela os números da USDA, que são levemente diferentes dos apresentados mais adiante (Seção 3).Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

A maioria dos países listados na Tabela 3 elevou o seu consumo per capita, entre os

anos 1991 e 2000. As exceções mais importantes são a Rússia, Cingapura e Ucrânia, que

apresentaram decréscimo elevado de consumo per capita.

Em termos de crescimento do consumo per capita, o Brasil vem demonstrando uma das

maiores mudanças positivas mostrando uma progressiva elevação desse indicador: O percentual

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de variação do consumo per capita do Brasil foi 38,4%, entre 1991 e 2000, superado apenas

pela China, com 42,7%.

Com efeito, Brasil e China, conforme ficará evidente com as análises que seguem, são

os dois mais promissores países a crescerem na produção de carne suína. Os fatores que

favorecem a esse objetivo são: i) a existência de áreas enormes e maior facilidade para

contornar problemas ambientais; ii) o mercado interno em crescimento, captado no aumento

expressivo do consumo per capita; iii) a tradição na produção de suínos; e iv) a elevada e

crescente produção de grãos.

Pode-se apontar outro indicador da importância da carne suína no mundo: através do

comércio internacional de seus produtos, que é bastante expressivo. As Tabelas n. 4 e n. 5

relacionam os principais países exportadores e importadores, respectivamente. As principais

evidências podem ser resumidas no que segue:

Tabela 4. Exportações mundiais de carne suína – Principais países exportadores (mil toneladas/ano)1

Países 1991 1995 1998 1999 * 2000 **Dinamarca 967 1.132 1.256 1.350 1.391Holanda 1.012 1.050 1.075 1.038 1.080Canadá 270 357 432 550 610França 252 506 535 575 593Estados Unidos 128 357 557 572 544Bélgica/Luxemburgo 435 560 575 300 422Alemanha 254 199 342 300 300Reino Unido 80 158 230 223 201Polônia 21 81 222 120 150Irlanda 66 88 129 132 133China 268 230 164 100 100Itália 60 72 87 90 92Brasil 17 29 74 77 80Hungria 144 54 75 70 75Suécia 20 19 39 33 21Taiwan 324 381 3 5 5Demais países 325 243 611 690 820

Total 4.643 5.516 6.406 6.225 6.617* Dados preliminares. ** PrevisãoFonte: USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

1) As exportações anuais alcançam cerca de 6,6 milhões de toneladas e representam

aproximadamente 8,5% da produção mundial.

1 Obs. sobre o Brasil: mantém-se nesta tabela os números da USDA. Contudo o volume das exportações brasileiras de carne suína é muito diferente desses números (ver seção 4).

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2) Alguns países revelam-se exportadores expressivos, dado que exportam grande parcela de

sua produção. Com base no último ano da Tabela 4, pode-se identificar nessa situação, a

Dinamarca (que exporta 1.391 toneladas, cerca de 80% da sua produção), Holanda (exporta

1.080 toneladas, cerca de 67% da sua produção), Canadá (exporta 610 toneladas representando

37% da sua produção), e França (exporta 593 toneladas, cerca de 25% da sua produção).

3) A participação do Brasil no comércio exterior de carne suína, segundo os dados da USDA da

Tabela 4, é de 80 mil toneladas (exportações), que representa de 1,2% do mercado mundial.

4) Como principais destacam-se: Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido, França e Estados

Unidos.

Tabela 5. Importações mundiais de carne suína – Principais países importadores(mil toneladas/ano)

Países 1991 1995 1998 1999 * 2000 **Alemanha 822 1.080 1.125 1.130 1.130Japão 590 829 721 814 814Itália 554 616 771 700 710Reino Unido 489 473 499 491 496França 444 446 459 443 435Estados Unidos 351 301 319 375 363Rússia 262 454 375 350 350Hong Kong 226 160 252 221 231Holanda 72 111 145 120 130México 40 30 97 110 120Polônia 60 47 59 40 50Canadá 15 27 63 45 40Demais países 423 468 830 873 762

Total 4.348 5.042 5.715 5.712 5.631* Dados preliminares. ** Previsão. Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Completando as informações, a Tabela 6 mostra o ranking dos países produtores de

carne suína no mundo. A produção mundial em 1999 foi de 78,1 milhões de toneladas. A China

ocupa o primeiro lugar, alcançando a produção de 36,7 milhões de toneladas, sendo seguida

pelos Estados Unidos, com 8,4 milhões de toneladas e a Alemanha, com 3,8 milhões de

toneladas. O Brasil2 é o sexto maior produtor produzindo 1,7 milhões de toneladas, em 1999.

O crescimento da produção de carnes de origem de suíno foi de 15,79% de 1991 a ao de

2000, conforme a Tabela 6. Quanto deverá crescer nos próximos anos? A expectativa da FAO,

2 Esta Seção 2 apresenta dados que têm como fontes instituições internacionais, como USDA e FAO. Os números para o Brasil não são necessariamente os mesmos que instituições brasileiras, como o IBGE, divulgam. Mesmo havendo divergências entre as fontes internacionais e brasileiras,a foram mantidos os números divulgados por aquelas, para manter o mesmo critério de apuração e comparação. Na Seção 3, específica sobre o Brasil, os números poderão ter correções.

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em trabalho publicado em 19983, é de que a produção deva aumentar em ritmo de 1,95% ao

ano, ou seja, 21,5% nesta década.

Tabela 6. Produção mundial de carne suína por país, em mil toneladas

Países 1991 1995 1998 1999 * 2000 **%

Variação2000/1991

China 24.523 36.484 36.180 36.788 37.890 54,5 Estados Unidos 7.257 8.096 8.623 8.716 8.463 16,6 Alemanha 3.813 3.604 3.811 3.888 3.885 1,9 Espanha 1.877 2.175 2.672 2.824 2.909 55,0 França 1.918 2.145 2.300 2.350 2.335 21,7 Brasil 1.150 1.450 1.663 1.742 1.836 59,7 Dinamarca 1.272 1.457 1.632 1.701 1.720 35,2 Canadá 1.096 1.276 1.330 1.525 1.620 47,8 Holanda 1.591 1.623 1.717 1.700 1.602 0,7 Polônia 1.966 1.580 1.700 1.700 1.580 (19,6)Itália 1.340 1.345 1.412 1.425 1.425 6,3 Rússia 3.190 1.865 1.510 1.485 1.400 (56,1)Japão 1.483 1.322 1.285 1.283 1.280 (13,7)Reino Unido 984 1.017 1.246 1.181 1.100 11,8 Filipinas 690 754 933 980 1.036 50,1 Taiwan 1.126 1.233 892 870 890 (21,0)Ucrânia 1.421 807 700 710 715 (49,7)Outros Países 10.785 7.870 7.284 7.293 6.451 (40,2)Total mundial 67.482 76.103 76.890 78.161 78.137 *** Dados preliminares. ** PrevisãoFonte: USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

A distribuição mundial da produção favorece aos países em desenvolvimento: o

percentual de 60% da produção encontra-se nesses países, e 40% é realizada nos países

industrializados. A crescente preocupação com o aumento da poluição também deverá

favorecer o crescimento futuro da produção em países em desenvolvimento, dado que alguns

países desenvolvidos, como a Holanda, Dinamarca e Estados Unidos, os quais se destacam por

produção e exportações elevadas, inclinam-se a limitar a produção, devido à preocupação com

a preservação ambiental.

China e Brasil surgem como países emergentes que podem tirar proveito dessa

mudança, em parte já capitalizada entre 1991 e 2000. Os dados da Tabela 6 mostram que Brasil

obteve o maior crescimento de produção de carne suína, com o percentual de variação de

59,7% no período, seguido pela Espanha e China, com variação próxima de 55%. As principais

3 FAO (1998) Agriculture Towards 2010 (mencionado por Roppa, 1999).

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variações negativas ficaram por conta da Rússia, com queda de 56,1%, e da Ucrânia, com

redução de 49,7%.

3. Produção de carne suína no Brasil – Uma visão de conjunto

As três fontes principais de proteínas de origem animal no Brasil (carne de suíno, de frango e

bovina) somaram 13,9 milhões de toneladas, em 1999, sendo a carne bovina a de maior

participação, com 6,5 milhões de toneladas [Tabela 7]. No ano de 1999, a carne bovina

representava 46,9% da produção de total de carnes, a carne de frango, 39,7%, e a carne suína,

13,4%.

Ocorreu uma mudança da estrutura de participação dessas três carnes anos 90: de uma

maneira sistemática, observou-se a redução da participação da carne bovina como fonte de

proteínas cedendo espaço para a carne de frango e, em menor proporção, para a carne suína.

De 1990 a 1999, a participação da carne bovina caiu de 61,1% para 46,9%; a

participação da carne de frango aumentou de 26,6% para 39,7%; e a participação da carne suína

aumentou de 12,3% para 13,4% [Tabela 7 e Gráfico 1].

Tabela 7. Brasil: Produção de carne suína, de frango e bovina, 1990 a 1999. (toneladas por ano)

Anos Produção anual em toneladas Composição percentualCarne Suína Carne de Frango Carne Bovina Total Suína Frango Bovina Total

1990 1.050.000 2.267.358 5.213.580 8.530.938 12,3% 26,6% 61,1% 100%1991 1.315.708 2.521.911 5.811.667 9.649.286 13,6% 26,1% 60,2% 100%1992 1.486.851 2.726.992 6.196.181 10.410.024 14,3% 26,2% 59,5% 100%1993 1.501.966 3.134.998 6.010.740 10.647.704 14,1% 29,4% 56,5% 100%1994 1.555.406 3.411.026 6.021.040 10.987.472 14,2% 31,0% 54,8% 100%1995 1.897.925 4.050.449 6.466.942 12.415.316 15,3% 32,6% 52,1% 100%1996 1.751.661 4.051.561 6.862.534 12.665.756 13,8% 32,0% 54,2% 100%1997 1.614.580 4.460.925 6.410.969 12.486.474 12,9% 35,7% 51,3% 100%1998 1.671.825 4.498.186 6.500.633 12.670.644 13,2% 35,5% 51,3% 100%1999 1.860.623 5.526.044 6.522.345 13.909.012 13,4% 39,7% 46,9% 100%Fontes: IBGE e ABEF.

Gráfico 1. Brasil: produção de carne suína, de frango e bovina, 1990 a 1999

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(participação percentual)

De 1991 a 2000, o consumo per capita dos três tipos de carnes em foco passou de 60,64

kg/habitante/ano para 78,24 kg/habitante/ano [Tabela 8]. A carne de frango apresentou maior

crescimento do consumo per capita, que se elevou de 14,96 para 26,7 kg/habitante/ano; o

consumo per capita da carne suína evoluiu de 7,68 para 10,64 kg/habitante/ano, enquanto que o

da carne bovina passou de 38,0 para 40,9 kg/habitante/ano. O Gráfico 2 permite visualizar a

evolução para os três tipos de carne iniciando com a mesma base 100 em 1991. O consumo per

capita da carne suína aumentou em 38,5%, nos anos 90; o aumento observado para a carne de

frango foi de 78,4% e para a carne bovina foi de 15,5%.

Tabela 8. Brasil: consumo per capita de carne suína, de frango e bovina (kg/habitante/ano)

Anos CarneSuína

Carne deFrango

CarneBovina Total

1991 7,68 14,96 38,0 60,641992 7,96 15,74 39,4 63,101993 8,31 17,87 37,2 63,381994 8,46 19,06 37,5 65,021995 9,23 23,21 40,7 72,441996 9,56 22,05 42,8 73,691997 9,26 23,83 39,2 72,291998 9,98 23,98 38,5 72,461999 10,70 24,40 36,9 76,702000 10,64 26,70 40,9 78,24

Fontes: ABEF e Associação Paulista de Avicultores

Gráfico 2. Brasil: Índice de consumo per capita de carne suína, de frango e bovina(1991 = 100)

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Fonte: Tabela 8.

Em relação ao consumo per capita de carne de suínos, uma característica observada é a

que o consumo não é uniforme entre as regiões do país. A Região Sul, que foi colonizada por

imigrantes alemães, italianos, poloneses, ucranianos e que possui um grande número de

frigorífico do país, mostra o consumo per capita de 19 kg/ano. As demais regiões mostram

consumos per capita menores: Sudeste: 15,4 kg/ano, Centro-Oeste: 12,0 kg/ano, Nordeste: 5,5

kg/ano e Norte: 3,5 kg/ano.

O crescimento do consumo per capita de carne suína no Brasil é atribuído,

principalmente, a quatro razões: i) maior oferta de carne in natura em cortes pequenos; ii)

sensível melhora da qualidade da carne (foi a carne que mais melhorou entre as de origem

suína, frango e bovina); iii) redução real dos preços aos consumidores; e iv) a percepção de que

a carne suína não tem mais colesterol que as demais.

Em relação aos demais países do Mercosul, o Uruguai apresenta consumo per capita

similar ao do Brasil (10,2 kg/habitante/ano), enquanto que o da Argentina é de 7,7

kg/habitante/ano. Na América Latina, apenas o Chile mantém consumo per capita superior ao

do Brasil, cerca de 15,5 kg/habitante/ano.

A produção brasileira de leitões, segundo o IBGE, que inclui a produção de leitões para

consumo doméstico, foi de 28,2 milhões de cabeças, no ano de 2.000 [Tabela 9]. A Região Sul

é a maior produtora, contribuindo com 14,3 milhões de cabeças.

Tabela 9. Brasil: Produção de suínos por região (cabeças por ano)Regiões 1991 1995 1998 1999 * 2000 **

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Região Norte 2.415.676 2.787.819 1.634.076 1.523.284 1.603.419Região Nordeste 6.254.552 5.845.990 5.273.811 4.509.328 4.709.463Região Sudeste 5.017.716 5.110.214 4.290.315 4.713.575 5.039.729Região Centro Oeste 2.700.628 2.801.830 2.279.648 2.463.274 2.575.524Região Sul 8.594.247 11.533.147 12.753.185 13.765.785 14.343.629. Paraná 2.587.208 3.577.305 3.985.277 4.333.376 4.562.368. Santa Catarina 2.960.240 4.050.376 4.571.221 4.919.972 5.103.546. Rio Grande do Sul 3.046.799 3.905.466 4.196.687 4.512.437 4.677.715Total 24.982.819 28.078.700 26.231.035 26.975.246 28.271.764Fonte: IBGE

O exame da Tabela 9 mostra que a produção de suínos no Brasil, entre 1991 e 2.000,

passou de 24,9 milhões para 28,2 milhões de cabeças. O aumento verificado foi, nitidamente,

garantido pelo aumento da produção da Região Sul, que passou de 8,5 milhões, em 1991, para

14,3 milhões de cabeças, no ano de 2.000. Deve-se ter em conta que estes números informados

pelo IBGE refere-se ao total da produção de suínos incluindo a produção para consumo

doméstico.

A participação de cada região na produção total está mostrada na Tabela 10, na qual se

observa que a Região Sul ampliou sua participação, no decorrer da década, passando de 34,4%

(em 1991) para 50,7% (em 2.000) do total produzido. Os três Estados da Região Sul mostraram

crescimento de participação. As demais regiões, contudo, apresentaram participação relativa

decrescente.

Tabela 10. Brasil: Participação relativa na produção de suínos por região (% sobre o total)Regiões 1991 1995 1998 1999 * 2000 **

Região Norte 9,7% 9,9% 6,2% 5,6% 5,7%Região Nordeste 25,0% 20,8% 20,1% 16,7% 16,7%Região Sudeste 20,1% 18,2% 16,4% 17,5% 17,8%Região Centro Oeste 10,8% 10,0% 8,7% 9,1% 9,1%Região Sul 34,4% 41,1% 48,6% 51,0% 50,7%. Paraná 10,4% 12,7% 15,2% 16,1% 16,1%. Santa Catarina 11,8% 14,4% 17,4% 18,2% 18,1%. Rio Grande do Sul 12,2% 13,9% 16,0% 16,7% 16,5%Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Fonte: Elaborada com base na Tabela 9.

O rebanho de suínos totalizou cerca de 30,1 milhões de cabeças, em 1999, sendo que

14,7 milhões estão localizados na Região Sul. A Tabela 11 mostra a evolução do efetivo

rebanho de suínos desde 1991 e agrupado por região. De forma similar com o que ocorreu com

a produção de suínos (Tabelas 9 e 10), o crescimento do rebanho aconteceu de forma

expressiva na Região Sul e decaiu nas demais regiões, entre 1991 e 2.000.

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Tabela 11. Brasil: Efetivo rebanho de suínos por região (cabeças)Regiões 1991 1995 1998 1999 * 2000 **

Região Norte 3.034.828 3.447.914 1.964.445 1.859.383 1.943.326Região Nordeste 7.764.572 7.222.583 6.223.826 5.474.686 5.683.620Região Sudeste 5.761.438 5.840.458 4.845.804 5.284.176 5.625.948Região Centro Oeste 3.151.211 3.233.543 2.574.590 2.762.441 2.878.324Região Sul 9.507.504 12.560.739 13.748.998 14.766.998 15.356.043. Paraná 2.903.409 3.904.166 4.304.318 4.656.374 4.891.658. Santa Catarina 3.229.766 4.402.965 4.920.242 5.270.157 5.456.412. Rio Grande do Sul 3.374.329 4.253.608 4.223.807 4.840.467 5.007.973Total 29.219.553 32.335.337 29.357.032 30.147.684 31.487.261Fonte: IBGE.

As exportações brasileiras de carne suína tiveram forte crescimento, entre 1989 e 2.000:

a quantidade exportada passou de 11,3 mil toneladas para 127,8 mil toneladas (Tabela 12). Isso

significa um crescimento médio anual de 24,6%. Acompanhando tal crescimento, o percentual

da produção do Brasil de carne suína comprometida com a exportação elevou-se de 1,25%, em

1990, para 6,87%, no ano de 2.000.

Tabela 12. Brasil: Exportações de carne suína, 1989 a 2000.Ano Quantidade

(toneladas)Valor

US$ mil (FOB)Índice de

Quantidade1989 = 100

Índice de valor

1989 = 100

Preçomédio

US$/kg

Percentualda

produção1989 11.324 19.776 100 100 1,75 nd1990 13.129 22.055 115,9 111,5 1,68 1,25%1991 17.312 29.863 152,9 151,0 1,72 1,16%1992 44.481 74.420 392,8 376,3 1,67 2,99%1993 34.771 61.976 307,1 313,4 1,78 2,32%1994 32.317 57.787 285,4 292,2 1,79 2,08%1995 36.457 91.653 321,9 463,5 2,51 1,92%1996 64.364 130.091 568,4 657,8 2,02 3,67%1997 63.827 148.047 563,6 748,6 2,32 3,95%1998 81.565 153.802 720,3 777,7 1,89 4,88%1999 87.287 122.748 770,8 620,7 1,41 4,69%

2000 * 127.883 171.851 1.129,3 869,0 1,34 6,87%Fonte: Abipec* Estimativa.

O preço médio por kg da carne suína exportada oscilou significativamente, no período

compreendido entre 1989/2000: foi de US$ 1,75/kg nos primeiros anos, acima de US$ 2,00/kg,

nos anos 1995/97, atingindo US$ 2,51/kg na máxima em 1995, e caiu para US$ 1,34 no último

ano. É difícil apontar uma razão específica para a oscilação do preço. Uma justificativa poderá

residir na composição da carne suína exportada; por exemplo: nos anos de maior preço

específico, as exportações poderiam estar concentradas em cortes mais nobres; nos anos de

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menor preço, em carcaças inteiras, como no ano de 2.000, com o início de importação por parte

da Rússia, como compradora de carcaças.

A Tabela 13 apresenta os principais países importadores de carne suína, nos anos de

1.999 e 2.000, na qual se observa a presença da Rússia como um comprador novo, que surge a

partir do ano de 2000. Mas os principais importadores são Argentina e Hong Kong.

As exportações brasileiras de carne de suínos representaram 6,8% da produção do país e

foram o equivalente a 2,2% das exportações mundiais. Esses percentuais são ainda baixos,

comparados com países europeus que são grandes produtores e exportadores, o que dá margem

para o Brasil orientar o crescimento desse setor voltado para as exportações.

Tabela 13. Destino das exportações brasileiras de carne suína, em 1999 e 2000

Países Quantidade (t) Valor (US$ mil)1999 2000 1999 2000

Argentina 33.665 36.597 51.151 58.886Hong Kong 40.200 49.506 52.021 58.389Uruguai 7.496 5.627 10.392 7.744Rússia 0 23.274 0 30.027Outros 5,927 12.880 9.182 16.805Total 87.287 127.883 122.748 171.851Fonte: Abipecs.

No ano de 2000, a Rússia surgiu como um novo importador de carnes suínas. Esse país

buscou nas importações o suprimento dessa proteína, em razão da forte queda da sua produção

(ver Tabela n. 6). A Rússia importou, em 2000, 350 mil toneladas de carne suína (Tabela 5).

4 RS: Produção e exportação

Tendo por foco a produção comercial, segundo dados do Sindicato da Indústria de

Produtos Suínos, o Estado do Rio Grande do Sul abateu 3,8 milhões de cabeças no ano de

2.000. A Tabela 14 apresenta a evolução da produção gaúcha, de 1993 a 2.000, juntamente com

a produção dos Estados de Santa Catarina e Paraná.

Tabela 14. Região Sul: Abates de suínos para fins comerciais, sob Inspeção Federal e Estadual1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

RS 2.450.818 2.693.305 3.063.726 3.563.615 3.041.360 3.587.884 3.816.248 3.809.102 SC 4.494.584 4.851.057 5.437.035 5.949.949 5.518.598 5.907.688 5.910.737 5.974.445 PR 1.630.180 1.742.296 2.042.564 2.431.144 2.447.396 2.416.181 2.567.288 2.571.960 Soma 8.575.582 9.286.658 10.543.325 11.944.708 11.007.354 11.911.753 12.294.273 12.355.507 Fonte: Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no RGSul.

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O Estado de Santa Catarina lidera a produção, com quase seis milhões de cabeças,

gerando 48,4% do total da região no ano de 2.000 (Tabela 15). Observou-se pequena mudança,

no decorrer da década, da importância relativa de cada Estado, na produção de suínos: Rio

Grande do Sul aumentou de 28,6% para 30,8%; Paraná também mostrou aumento na produção,

passando de 19,0% para 20,8%, compensando-se redução da participação de Santa Catarina, de

52,4% para 48,4%.

Tabela 15. Participação relativa na produção de suínos dos Estados da Região Sul, 1993 a 2.0001993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

RS 28,6% 29,0% 29,1% 29,8% 27,6% 30,1% 31,0% 30,8%SC 52,4% 52,2% 51,6% 49,8% 50,1% 49,6% 48,1% 48,4%PR 19,0% 18,8% 19,4% 20,4% 22,2% 20,3% 20,9% 20,8%Soma 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Fonte: Tabela 14.

Gráfico 3. Abates de suínos para fins comerciais, 1993 a 2000 - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná (número de cabeças por ano)

As exportações de carnes e produtos de origem suína, do Rio Grande do Sul, por sua

vez, estão indicadas na Tabela 16. Elas superaram 29 mil toneladas, no ano de 2000, somando

US$ 42,6 milhões.

As exportações gaúchas representam cerca de 25% das exportações brasileiras.

Tabela 16. Rio Grande do Sul: Exportações de produtos de suínos, 1992 a 2000 (kg e US$ mil)Ano Quantidade Valor Índice de Índice de Preço %

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(kg) US$ mil (FOB) Quantidade1992 = 100

valor1992 = 100

médioUS$/kg

Valor RS/Valor Brasil

1992 8.507.908 15.357,1 100,0 100,0 1,81 20,64%1993 8.571.746 18.377,9 100,75 119,67 2,14 29,65%1994 7.555.326 15.858,5 88,80 103,26 2,10 27,44%1995 5.354.264 14.077,4 62,63 91,67 2,63 15,36%1996 13.842.248 27.822,9 162,70 181,17 2,01 21,39%1997 14.544.571 33.743,4 170,95 219,73 2,32 22,79%19981999 19.799.892 31.142,5 232,72 202,79 1,57 25,37%2000 29.396.027 42.663,6 345,51 277,81 1,45 24,83%

Fonte: Ministério da Indústria e Comércio - SECEX/DPPC [disponível em: www.porkworld.com.br]

5. Tecnologia de Produção

A tecnologia de produção envolve Agroindústrias e produtores integrados, em diversas fases da

produção: melhoramento genético, produção de reprodutores, produção de leitões e terminação.

Essa tecnologia teve início, no Rio Grande do Sul, nos anos oitenta e foi continuamente

aperfeiçoada garantindo também um continuado crescimento da produtividade (esta última

questão será examinada na seção 6).

O melhoramento genético é realizado em Granjas Núcleo e Granjas Multiplicadoras, em

geral de propriedade das Agroindústrias integradoras. As Granjas Núcleo tem por finalidade o

melhoramento genético das raças e a produção de fêmeas puras para as Granjas

Multiplicadoras, e machos para as unidades de produção de leitões. As Granjas Multiplicadoras

visam a produção de fêmeas híbridas para as unidades de produção de leitões e o cruzamento

de raças. A seleção dos melhores reprodutores, machos e fêmeas, incorporando alto potencial

genético, assegura o aumento continuado de índices de produtividade. A avaliação genética é

parte desse processo de seleção, mediante informações de genealogia dos suínos avaliados, ou

testes de desempenho.

Outra prática que está sendo incorporada à produção de suínos é a inseminação artificial.

Esta técnica está apresentando inúmeras vantagens como: utilizar reprodutores machos

geneticamente superiores, através do qual permite melhor aproveitamento nas carcaças

desejáveis, melhor conversão alimentar e melhor taxa de crescimento dos suínos a serem

produzidos para o abate; elevar o percentual de fecundação; otimizar as instalações e reduzir os

gastos de investimentos nas unidades produtoras de suínos, por reduzir os investimentos em

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reprodutores machos; maior segurança sanitária, reduzindo os riscos de doenças; reduz custos

de operação nas unidades de produção de suínos.

O Rio Grande do Sul dispõe, na atualidade, de centrais de inseminação artificial de

suínos (as CIAS, como são conhecidas), em Estrela, Santa Rosa e Erechim.

As fases seguintes da produção de leitões envolvem os produtores integrados às

Agroindústrias, em um sistema de produção conhecido por granjas de três ciclos, ou também

desmame precoce segregado.

As principais vantagens advindas do sistema de desmame precoce segregado dizem

respeito aos pontos a seguir enumerados, e que são importantes como contribuição ao aumento

da produtividade [ver seção 5 – Produtividade]:

Melhora do ganho de peso nas fases de creche, recria e principalmente na terminação. Melhora a conversão alimentar. Aumenta a taxa de leitões/porca/ano, pela redução do período de lactação. Reduz a mortalidade na terminação. Reduz o tempo pra chegar à idade de abate. Melhora o percentual de músculo na carcaça. Melhora a qualidade dos testes de desempenho genético (resultados mais uniformes

pelo uso de animais livres de doenças). Reduz a necessidade de uso de medicamentos. O sistema é flexível em eliminar eventuais contaminações (surtos de doenças, por

exemplo) nas creches e terminações, pelo uso do sistema todos dentro – todos fora, nessas fases.

Esse modelo de produção de leitões compreende:

1) Unidades de Produção de Leitões de 21 dias (UPL 21 dias): esta unidade produz leitões que

são segregados aos 21 dias, pesando em média 6 kg, e destinadas às unidades creches.

2) Unidades de Creches: As creches realizam o crescimento dos leitões desmamados, por 7

semanas (de 21 a 70 dias). Aos 70 dias os leitões são encaminhados às unidades de terminação,

pesando em média 30 kg.

3) Unidades de Terminação de Leitões (UTL): As UTLs terminam os leitões, dos 71 a 161 dias

(entre 10 e 23 semanas) entregando os leitões às Agroindústrias com peso médio de 100 kg.

A assistência técnica e o vínculo dos produtores integrados com as Agroindústrias são

aspectos distintivos desse sistema: o produtor integrado tem acesso ao material genético de boa

qualidade, às novas tecnologias, a rações adequadas aos reprodutores e aos leitões em cada fase

de seu desenvolvimento; o produtor integrado conta com a garantia de ter o comprador de sua

produção, o que é feito pela Agroindústria integradora.

O melhoramento genético, a assistência técnica das Agroindústrias integradoras aos

integrados e o sistema de produção em granjas de três ciclos têm permitido elevado nível de

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sanidade, evitando doenças como leptospirose, rinite atrófica, parvovirose, tuberculose,

brucelose e aujeski. O elevado nível de sanidade foi desenvolvido pela prática de: vazio

sanitário; avaliação e vacinação; exame sorológico; tratamento de efluentes; controle de ratos,

moscas e pássaros; controle de aceso de pessoas e veículos.

6. Produtividade

Os incrementos da produtividade são o principal fator de criação de vantagem competitiva na

produção de proteínas de origem animal, através da qual consegue-se a redução custos e a

melhora da qualidade. A tecnologia desempenha cada vez mais um papel de grande

importância nesse processo. Sucessivos melhoramentos tecnológicos têm levado à redução da

taxa de conversão, à redução do tempo para o crescimento e a terminação do suíno, à redução

da espessura de gordura na carcaça, ao aumento do número de partos e de nascimentos por

fêmea, entre outros indicadores.

Várias frentes de desenvolvimento de conhecimentos colaboram para a elevação da

produtividade, entre elas: o melhoramento genético, novos medicamentos, melhoramentos

quanto à ração e à nutrição, ao manejo, às instalações e ao ambientes nos quais a produção é

realizada.

No âmbito do melhoramento genético, o grande impulso da atividade aconteceu com os

cruzamentos e a seleção entre linhagens de mesma espécie ou entre diferentes raças. A idéia

subjacente aos processos de cruzamento e seleção era a de que não seria possível concentrar

todas as virtudes em um mesmo animal. O melhoramento genético foi conduzido para que as

fêmeas fossem prolíferas e leiteiras e os machos produtores de carne magra.

Na atualidade, as principais técnicas que estão sendo aprimoradas pelos geneticistas para

melhorar a produtividade são:

i) Inseminação artificial e técnicas de seleção. O sistema de seleção conhecido por BLUP opera

com melhor qualidade de informações, tendo em conta não somente os dados individuais, mas

também os de seus familiares, e com isso apresenta melhor capacidade de prever o desempenho

dos descendentes.

ii) Transferência de embriões. Tecnologia em aprimoramento, pois apresenta ainda elevado

custo (requer cirurgia).

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iii) Sexagem do sêmen. Esta técnica permite a produção de leitegadas com predominância do

sexo desejado, só machos ou só fêmeas, ou ainda uma composição desejada. Atualmente, a

técnica também está sendo aprimorada, mas ainda apresenta limitações.

iv) Clonagem. Esta técnica irá permitir a obtenção de cópias idênticas de indivíduos

geneticamente superiores.

A próxima tabela informa a evolução dos indicadores da produtividade entre os anos 60,

1995 e na atualidade.

Tabela 17. Indicadores de produtividade: anos 60, em 1995 e na atualidade

Indicador de Produtividade Média da décadade 60

Melhores Granjas em 1995

Melhores Granjas na atualidade

Partos por porca/ano 1,70 2,35 2,40Leitões terminados/porca/ano 12,2 23,5 26Dias para atingir 100 kg 196 161 147Ganho de peso diário (g) 511 690 700Conversão alimentar (:1) 3,40 3,00 2,70Espessura do toucinho (mm) 27,9 15,5 14,0Carne carcaça (%) 46,9 56,0 57,0

Observa-se a melhora significativa de todos os indicadores de produtividade, entre os

anos sessenta em relação à atualidade. Os indicadores da Tabela 17 mostram claramente os

efeitos da elevação da produtividade, entre eles: maiores benefícios com os mesmos recursos e

também maior qualidade. Por exemplo: uma mesma matriz produzia 12,2 leitões por anos nos

anos 60 e atualmente produz 26; para se obter um kg de ganho no peso do leitão era necessário

3,4 kg de ração em 60, mas atualmente 2,70 kg. Em termos de qualidade, um ganho

significativo foi a redução da espessura de toucinho, que foi reduzida de 27,9 mm para 14,0

mm, entre os anos 60 e a atualidade.

O andamento das pesquisas em genética, nutrição, manejo e medicamentos dão a

esperança de elevar a produtividade sistematicamente. Uma expectativa para os indicadores é a

apresentada na próxima tabela.

Tabela 18. Metas de produtividade provável em uma décadaIndicador de Produtividade Fonte 1 Fonte 2

Partos por porca/ano 2,6 2,4Leitões terminados/porca/ano 30 30Dias para atingir 100 kg 125 n.iGanho de peso diário (g) 800 1.310Conversão alimentar (:1) 2,20 2,00Espessura do toucinho (mm) 10,0 10,2Carne carcaça (%) 60% 62%n.i.: não informado. Fonte 1: Rodrigo de Almeida , Médico Veterinário, MSc. Fonte 2: www.porkworld.com.br

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Uma característica importante da produtividade relaciona-se com a diferença do

indicador entre produtores integrados e produtores não integrados. O produtor integrado,

recebendo a assistência técnica da Agroindústria integradora, a transferência da tecnologia, do

material genético, da ração e de medicamentos, consegue acompanhar a elevação da

produtividade, ao passo que o produtor autônomo não.

7. Meio ambiente

O meio ambiente é outra preocupação presente em todas as fases de produção de suínos. O

desenvolvimento da suinocultura nas últimas duas décadas trouxe a produção de grandes

quantidades de dejetos, transformando-se em fonte poluidora dos mananciais de água. A

suinocultura enfrenta esse problema de duas maneiras, não excludentes: a primeira, mediante

instalações próprias nas unidades de produção; a segunda, através de aprimoramentos

relacionados à nutrição dos suínos.

Em relação às instalações, os dejetos são coletados em lagoas de decantação, que são

impermeabilizadas e interligadas por condutores abertos, que funcionam como o princípio de

vasos comunicantes, através de sifões, por onde repassam a porção líquida para a lagoa

seguinte. Em geral são empregadas quatro lagoas, que cumprem as funções seguintes:

1a. lagoa: realiza a coleta de todos os dejetos, líquidos ou sólidos.

2a. lagoa: realiza a purificação por decantação.

3a. lagoa: continua a purificação, também por decantação.

4a. lagoa: obtém-se água limpa.

Os dejetos são retirados integralmente em intervalos que pode variar de 30 a 90 dias,

dependendo das necessidades das culturas, e são destinados à adubação de lavouras próximas

das criações. O transporte é realizado por caminhões tanques, tratores com sistema de

espalhamento e, em locais vizinhos, por bombeamento mecânico ou declividade. As principais

culturas a serem beneficiados são: milho, soja, trigo, erva-mate, pastagens cultivadas, pastagens

perenes e pomares. A aplicação é superficial, para melhor incorporação ao solo. A incorporação

dos dejetos ao solo contribui para a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do

terreno, contribuindo para o aumento da produção e a produtividade agrícola.

As propostas relacionadas à nutrição, por sua vez, abrangem pesquisas que envolvem a

busca da melhoria da eficiência alimentar e do aumento da produtividade por produtor, que

estão diretamente relacionadas à redução da quantidade de dejetos produzidos. Nesse propósito

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incluem-se pesquisas para: melhorar o conhecimento das exigências nutricionais dos suínos

dando atenção ao genótipo, sexo e demais fatores que afetam o consumo de ração; formular

dietas com maior precisão; utilizar alimentos com nutrientes de alta digestibilidade, entre

outras.

8. Organização da produção

A produção comercial de suínos no Rio Grande do Sul, em sua grande parcela, é coordenada

por Agroindústrias, as quais integram produtores, prestam a assistência técnica, fornecem

rações e medicamentos e garantem a aquisição da produção. A maioria das Agroindústrias

integradoras também se ocupa com o melhoramento genético. Através delas as novas

tecnologias de produção, novos materiais genéticos e outros conhecimentos tecnológicos são

difundidos aos integrados. Este processo faz com que o produtor integrado tenha,

sistematicamente, produtividade superior ao do produtor independente, além da segurança em

questões de mercado e assistência técnica. Este sistema integrado de produção também permite

maior regularidade na produção.

Os produtores integrados às empresas e às cooperativas integradoras, e em alguns casos

essas diretamente, possuem, ao todo, 4.498 unidades de produção contendo 142.188 matrizes

fêmeas. A próxima tabela mostra esta posição em dezembro de 2000.

Tabela 19. Rio Grande do Sul: Número de granjas e matrizes por empresa integradora, em dezembro de 2000.

Empresas /Localidade

Número de Granjas N. deMatrizesUPL UT Parceria C.C. G. Repr. Soma

Chapecó Santa Rosa 36 98 11 65 2 212 10.100

Coop. Reg. Sananduva 198 165 0 295 1 659 6.292

PerdigãoMarau 82 123 170 472 2 849 18.826

CotigroGet. Vargas 6 106 0 580 1 693 7.821

CotrijuíS.L.Gonzaga 19 132 0 305 0 456 5.444

CosuelEncantado 120 65 257 320 9 771 16.342

Continua

22

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ContinuaçãoEmpresas /Localidade

Número de Granjas N. deMatrizesUPL UT Parceria C.C. G. Repr. Soma

SadiaTrês Passos 207 0 240 213 2 662 28.808

CotrelErechim 156 517 0 2.200 5 2.878 22.717

LanguiruTeotônia 93 0 158 48 3 352 3.038

FrangosulAna Rech 38 515 0 0 1 554 22.800

TOTAL 955 1.721 836 4.498 26 8.086 142.188Soma: Cooper. 592 985 415 3.748 19 5.809 61.654Soma: Outras 363 736 421 750 7 2.277 80.534Obs.: UPL: Unidade Produtora de Leitões. UT: Unidade de Terminação. C.C.: Ciclo Completo. G.Repr.: Granja de Reprodutores (Núcleo e Multiplicadoras).Fonte: Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do Sul.

O número de matrizes vem crescendo: eram 132.741 em janeiro de 2000, elevando-se

para o número mencionado de 142.188 em dezembro desse mesmo ano, e para 144.841 em

posição de junho de 2.001.

A organização da produção de suínos no Estado do Rio Grande do Sul, assim como nos

outros dois Estados da Região Sul, Santa Catarina e Paraná, assenta-se sobre a integração com

produtores, havendo certa dispersão de tamanho entre eles, conforme a Agroindústria

integradora. No global, cada granja possui em média 17,5 matrizes. Contudo, o número médio

de matrizes por granja é 11 nas Cooperativas, e 35 nas demais empresas.

As características de produção de outros países que são grandes produtores diferem em

relação às da Região Sul. Por exemplo: Nos Estados Unidos, a produção está apoiada em mega

projetos, que se orientam para a produção com o objetivo de elevar as exportações. Na Europa,

em especial na França, Espanha, Alemanha, Polônia e Dinamarca, a principal questão da

produção é o meio ambiente, que se apresenta como limitante ao aumento da produção. Na

China, que é o maior produtor, a produção de suínos se assenta, em grande maioria (cerca de

três quartos da produção), como uma atividade familiar e ainda de baixa produtividade.

A experiência dos Estados Unidos chama a atenção pela redução do número de

produtores, sendo substituídos por projetos enormes: Em 1970, havia 900.000 criadores em

atividade nos Estados Unidos, número que caiu para 114.000 em 1999. A expectativa de que

esse número se reduza ainda mais, para cerca de 40.000 até o ano de 2003.4

A experiência norte-americana faz ressaltar as vantagens do modelo adotado na Região

Sul. Este modelo, operando com Agroindústria integradora e produtores integrados, une as

4 Conforme: www.porkworld.com.br.

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vantagens dos grandes projetos, ao permitir desenvolver e acompanhar a evolução da

tecnologia pela Agroindústria integradora, ao mesmo tempo que a produção se realiza por

grande número de produtores (integrados), dando-lhes, assim, a oportunidade de permanecerem

na atividade, ao mesmo tempo que têm acesso à tecnologia em evolução, o que não aconteceria

se atuasse de forma independente.

Ainda mais: ass granjas de produção de leitões são formadas, em grande número, em

condomínio, no qual participam vários produtores. Assim, um pequeno produtor poderá buscar

no condomínio maior incentivo para a produção, do que teria isoladamente, mantendo-o na

atividade. Adicionalmente, o produtor integrado tem a garantia de compra de sua produção, por

parte da Agroindústria integradora, que lhe permite maior segurança e margem a seu favor.

Através da integração, os avanços tecnológicos e os ganhos de produtividade são transformados

em melhor remuneração aos produtores integrados.

9. Perfil do Produtor

São poucas as informações disponíveis sobre o perfil dos produtores, no sentido de informar

tipo e tamanho das propriedades e pessoal ocupado. As informações mais recentes referem-se

ao Censo Agropecuário do IBGE, que foi realizado em 1996.

Uma importância sempre destacada para a suinocultura é a possibilidade de ser uma

atividade rentável em pequenas e médias propriedades. A pequena e média propriedades são

propriedades típicas das regiões de maior produção de suínos, no Estado do Rio Grande do Sul,

razão pela qual a suinocultura é uma alternativa atrativa de ocupação. Esta condição também

está sendo observada para os Estados de Santa Catarina e Paraná.

O Censo Agropecuário do IBGE de 1996 revela esta constatação para o Estado do Rio

Grande do Sul. A Tabela 20 resume o levantamento, informando o número de estabelecimentos

por estratos de área e a área correspondente. Conforme esse levantamento, o Rio Grande do Sul

possui 85,7% dos estabelecimentos produtivos distribuídos em áreas de até 50 ha; a soma

dessas propriedades representa 24,4% da área total. A existência de alto número de

estabelecimentos de tamanhos médios, nas faixas de áreas de 5 a 10 ha, de 10 a 20 h e de 20 a

50 ha (Tabela 20), mostram que os produtores souberam tirar proveito desta condição,

ocupando-se da suinocultura. Com efeito, como se verá a seguir (Tabela 21 e 22), mais de 80%

da produção de suínos do Estado tem origem em propriedades de até 50 ha.

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Tabela 20. Rio Grande do Sul: Número de estabelecimentos e área por estratos de áreas, conforme Censo Agropecuário do IBGE de 1996.

Estratos de Áreas (ha)

Estabelecimentos Área

Número % na faixa

% acumulada

Área(ha)

% na faixa

% acumulada

0 a 1 7.886 1,8% 1,8% 3.120 0,0% 0,0%1 a 2 12.515 2,9% 4,8% 15.987 0,1% 0,1%2 a 5 50.342 11,7% 16,5% 162.849 0,7% 0,8%5 a 10 79.935 18,6% 35,1% 561.443 2,6% 3,4%10 a 20 118.205 27,5% 62,6% 1.636.651 7,5% 10,9%20 a 50 99.146 23,1% 85,7% 2.929.833 13,4% 24,4%50 a 100 27.554 6,4% 92,1% 1.861.909 8,5% 32,9%100 a 200 14.349 3,3% 95,5% 1.974.216 9,1% 42,0%200 a 500 11.600 2,7% 98,2% 3.572.702 16,4% 58,3%500 a 1000 4.778 1,1% 99,3% 3.268.175 15,0% 73,3%1000 a 2000 2.234 0,5% 99,8% 3.049.351 14,0% 87,3%mais de 2000 838 0,2% 100,0% 2.764.649 12,7% 100,0%

Total 429.382 100,0% ** 21.800.885 100,0% **Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, disponível em: www.sidra.ibge.gov.br [Acesso em: 07/outubro/01].

Para o Estado do Rio Grande do Sul, em termos de efetivo rebanho de suínos,

aproximadamente 90% dos produtores são proprietários das terras. Em proporção bem menor

aparecem as condições de arrendatário (3,8%), parceiro (2,8%) e de ocupante (3,5%) [ver

Tabela 21].

Tabela 21. Rio Grande do Sul: condição das propriedades dos produtores de suínos de acordo com efetivo rebanho (número de cabeças)

Condição da propriedadedo produtor

Número decabeças

% do total

Proprietário 3.536.439 89,9%Arrendatário 148.511 3,8%Parceiro 111.894 2,8%Ocupante 137.001 3,5%Soma 3.933.845 100,0%Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, disponível em: www.sidra.ibge.gov.br [Acesso em 07/outubro/01].

Processando a produção de suínos por estrato de área, de acordo com os Censos

Agropecuários do IBGE, as duas próximas tabelas mostram a distribuição do rebanho por área,

de acordo com os levantamentos do IBGE de 1985 e de 1996. Pelo Censo de 1985, o percentual

de 51% do rebanho de suínos estava distribuído entre propriedades de até 20 ha, e o percentual

de 83,5% do rebanho estava compreendido em propriedades de até 50 ha (Tabela 22).

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Tabela 22. Rio Grande do Sul: Distribuição do rebanho por extrato de área, conforme Censo Agropecuário do IBGE de 1985

Estratos de área(ha)

Rebanho(cabeças)

% sobre ototal

%acumulado

0 – 10 893.619 21,1% 21,1%10 – 20 1.261.970 29,9% 51,0%20 – 50 1.370.497 32,5% 83,5%50 – 100 374.392 8,2% 91,7%100 – 200 149.511 3,5% 95,2%

mais de 200 202.285 4,8% 100,0%Total 4.252.275 100,0% **

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1985.

Onze anos após, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE de 1996, pequena

alteração foi observada, apresentando um percentual maior do rebanho em propriedade maiores

de 50 ha. Cerca de 49% do rebanho estava alocado em propriedades de até 20 ha, e o percentual

de 80,2% em propriedades de até 50 ha (Tabela 23).

Tabela 23. Rio Grande do Sul: Distribuição do rebanho por extrato de área, conforme Censo Agropecuário do IBGE de 1996

Estratos de área(ha)

Rebanho(cabeças)

% sobre ototal

%acumulado

0 – 10 884.187 22,4% 22,4%10 – 20 1.044.668 26,5% 48,9%20 – 50 1.236.011 31,3% 80,2%50 – 100 366.548 9,3% 89,5%100 – 200 135.620 3,4% 92,9%

mais de 200 276.811 7,1% 100,0%Total 3.943.845 100,0% **

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, disponível em: www.sidra.ibge.gov.br [Acesso em 07/outubro/01].

A presença de pequenas e médias propriedades nesta atividade também está sendo

observada para os Estados de Santa Catarina e Paraná, mas apresentando alguma diferença em

relação do Estado gaúcho. No caso de Santa Catarina (Tabela 24), o percentual do rebanho em

propriedade de até 50 ha. é quase o mesmo do Rio Grande do Sul (próximo a 80%), mas

naquele Estado há um percentual maior entre 20 e 50 ha, do que no Estado gaúcho.

O Estado do Paraná (Tabela 25), por sua vez, mostra uma percentual de 70,2% do

rebanho de suínos, em propriedades de até 50 ha, que é um número menor que o observado

para Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. O Paraná apresenta, em conseqüência, percentual

maior do rebanho que os outros dois Estados em área de 100 a 200 ha e mais de 200 ha.

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Tabela 24. Santa Catarina: Distribuição do rebanho por extrato de área, conforme Censo Agropecuário do IBGE de 1996

Estratos de área(ha)

Rebanho(cabeças)

% sobre ototal

%acumulado

0 – 10 778.269 17,2% 17,2%10 – 20 1.170.897 25,8% 43,0%20 – 50 1.651.741 36,4% 79,4%50 – 100 576.974 12,7% 92,1%100 – 200 164.292 3,6% 95,7%

mais de 200 193.345 4,3% 100,0%Total 4.535.518 100,00% **

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, disponível em: www.sidra.ibge.gov.br [Acesso em 07/outubro/01].

Tabela 25. Paraná: Distribuição do rebanho por extrato de área, conforme Censo Agropecuário do IBGE de 1996

Estratos de área(ha)

Rebanho(cabeças)

% sobre ototal

%acumulado

0 – 10 967.235 24,0% 24,0%10 – 20 825.778 20,5% 44,5%20 – 50 1.035.687 25,7% 70,2%50 – 100 468.599 11,6% 81,8%100 – 200 305.896 7,6% 89,4%

mais de 200 422.877 10,6% 100,0%Total 4.026.072 100,00% **

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, disponível em: www.sidra.ibge.gov.br [Acesso em 07/outubro/01].

10. Remuneração do produtor

Os preços recebidos pelos produtores permitem margem a seu favor, que é maior quanto maior

for a sua produtividade em termos de conversão alimentar. Isto é, há um prêmio a favor do

produtor mais eficiente. Esse aspecto pode ser visualizado nas duas fases de produção expostas

a seguir – de recria (Unidades-Creche) e de terminação (Unidade de Terminação).

i) Remuneração do produtor integrado pela recria – Unidades-Creche:

O crecheiro recebe da Agroindústria integradora o leitão de 21 dias (desmame precoce)

com peso médio de 6 kg, mais ração, e entrega o leitão criado com peso médio de 24 kg, cerca

de 6 semanas após. O seu ganho é proporcional ao peso acrescido (18 kg) e a conversão em

termos de peso de ração por peso de peso acrescido. Quanto maior a conversão, isto é, quanto

menor ração empregar por peso acrescido, maior será o seu percentual de ganho.

ii) Remuneração do produtor integrado pela terminação – Unidade Terminação:

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O Terminador recebe da Agroindústria integradora o leitão criado (fase anterior), com

24 kg de peso médio, e a ração e devolve com peso médio de 100 kg, 13 semanas após, em

média. A sua remuneração é proporcional ao peso acrescido (76 kg em média) e a conversão

alimentar. Como na fase anterior, quanto maior a conversão, isto é, quanto menor ração

empregar por peso acrescido, maior será o seu percentual de ganho.

Fica evidente nos critérios de remuneração acima expostos a vantagem para o produtor

integrado: ele não precisa investir recursos na aquisição dos leitões e da ração. Adicionalmente,

tem a assistência técnica da integradora. Esse arranjo de produção permite ao produtor uma

remuneração real e maior segurança. A segurança advém do ganho determinado em relação à

conversão, isto é, o produtor não corre o risco das oscilações de preços tanto do suíno, quando

das matérias primas utilizadas na alimentação, em especial milho e soja.

Para se ter uma idéia das oscilações dos preços do suíno vivo e do milho, o Gráfico 4

mostra a quantidade de peso de suíno para adquirir um quilo de milho, entre janeiro de 1995 e

junho de 2001.

Gráfico 4. Quilos de suíno para adquirir um quilo de milho, jan/95 a jul/01.

Fonte: Apêndice n. 1 (com base em informações da FEE/RS).

Nesse período, um kg de milho correspondia, entre a relação mínima e a máxima, de

0,10 a 0,22 kg de suíno. Assim sendo, caso não existente a remuneração por conversão, como é

praticado na interação, o produtor teria que administrar a oscilação mostrada no Gráfico 4,

podendo ter em muitos períodos comprometido o seu ganho real.

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11. Mercado e Margens praticadas pelo Varejo

No mercado interno, as informações contidas nas seções 2 e 3 indicam espaço para o

crescimento, pois o consumo per capita de carnes de suínas no Brasil é cerca de um terço do

norte-americano e cerca de um sexto de vários países europeus (Alemanha, Espanha, Áustria e

Dinamarca, por exemplo).

Dado existir no Rio Grande do Sul, e em outros Estados do Brasil também, tradição e

condições para a produção de maior quantidade suínos, o baixo consumo per capita do Brasil

não é uma questão de oferta reduzida, mas provavelmente um fato atribuído à imagem negativa

que a carne suína ainda mantém junto ao consumidor brasileiro. O baixo consumo deve-se,

também, aos altos preços praticados no varejo.

Os altos preços praticados no varejo resultam, em grande proporção, das margens de

ganho defendidas pelos empreendimentos varejistas. Em dois estudos realizados pelo IEPE –

Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS5 foram apuradas as margens de ganhos

computadas pelos estabelecimentos varejistas em Porto Alegre, comprovando essa constatação.

As duas próximas Tabelas resumem as conclusões do estudo, mostrando os mark-up

médios para os produtos de origem de suínos, de bovinos e de frango.

A primeira tabela (de n. 26) mostra que os acréscimos de preços praticados pelos

supermercados, em relação aos preços de compra das Agroindústrias, para produtos de origem

de suínos, no período out/94 e set./95, foram significativamente superiores aos praticados em

relação aos preços de frango (esse estudo não computou o mark-up para carnes de bovinos). As

carnes de suínos tiveram acréscimo médio de preço de 67,38%, embutidos de 76,65%,

enquanto que o frango inteiro, de 21,55%.

Tabela 26. Mark-up médios de produtos de origem de suínos e de frango, em Porto Alegre, entre out./94 e set./95

ProdutosPreços médios de

venda da Agroindústria (R$/kg)

Preços médios pagos pelos consumidores

(R$/kg)

Mark-up do Varejo

( % )Carnes de suínos (cortes) 2,79 4,67 67,38Embutidos de suínos 3,34 5,90 76,65Outros produtos suínos 2,21 4,28 93,67Frango inteiro 1,16 1,41 21,55Fonte: "Suinocultura: Importância para o Rio Grande do Sul", IEPE/UFRGS, março/96.Obs.: Mark-up: acréscimo de preços sobre os preços de compra

5 O primeiro em março/96, intitulado: "Suinocultura: Importância para o Rio Grande do Sul", e o segundo em outubro/99, com o titulo: "Mark-up praticado pelos supermercados nos produtos de origem suína, bovina e de frango, em Porto Alegre".

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A Tabela 27 mostra o mesmo cálculo para outro período, de set./98 a ago./99,

mantendo-se elevados os acréscimos de preços para os produtos de origem suína.

O estudo do IEPE/URGS assinala que a redução do mark-up, em relação ao período

anterior (da tabela acima) é aparente, pois os supermercados vieram a adotar inúmeras práticas

para manter suas margens, sem aparecer nos preços de venda das agroindústrias e de compra

dos consumidores. Entre essas práticas incluem-se o que é conhecido por rapel (percentual das

vendas em favor dos supermercados, como desconto das duplicatas), e por enxoval (entregas

adicionais por parte das Agroindústrias, para promoções em aniversários e inaugurações de

lojas), além de repositores e degustadores pagos pelas Agroindústrias, mas trabalhando nas

instalações dos supermercados. Computando esses ganhos adicionais dos supermercados, o

mark-up se eleva a aproximadamente ao que era praticado anteriormente.

Tabela 27. Mark-up médios de produtos de origem de suínos, de bovinos e de frango, em Porto Alegre, entre set./98 e ago./99

Preços médios de venda da

Agroindústria (R$/kg)

Preços médios pagos pelos consumidores

(R$/kg)

Mark-up do Varejo

( % )

Carnes de suínos (cortes) 3,24 4,61 42,0Embutidos de suínos 2,92 4,80 64,7Outros produtos suínos 3,42 5,77 68,7Carnes de bovinos (cortes) 3,86 4,90 26,9Frango inteiro 1,12 1,47 31,7Fonte: "Mark-up praticado pelos supermercados nos produtos de origem suína, bovina e de frango, em Porto Alegre", IEPE/UFRGS, outubro/99.Obs.: Mark-up: acréscimo de preços sobre os preços de compra

12. Processamento

Os estabelecimentos de processamento, no Estado do Rio Grande do Sul, mostram

configuração diversa da existente em Santa Catarina. Naquele Estado, o processamento está

bastante concentrado em pouco grandes grupos, enquanto que no Rio Grande do Sul está

distribuído em cerca de 20 estabelecimentos.

Os estabelecimentos gaúchos estão relacionados na Tabela n. 24, a seguir. A capacidade

instalada de abate nesses estabelecimentos é de 19.120 suínos por dia, aproximadamente

4.600.000 suínos por ano, tendo em conta 240 dias de operação por ano. Assim, o abate de 3,6

milhões de suínos no ano de 2.000 comprometeu 79% da capacidade instalada.

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Tabela 28. Rio Grande do Sul: Capacidade instalada e abate de suínos dos estabelecimentos frigoríficos do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000 (cabeças)

Estabelecimento Município Cabeças/Dia

Abate no ano de 2000

Avipal S/A Avicultura e Agropecuária Lajeado 1.000 502.703 Chapecó Cia Indl Alimentos Santa Rosa 2.300 445.955 Sadia Concórdia S/A Ind. Com. Três Passos 1.500 444.886 Perdigão Agroindustrial S/A Marau 1.300 437.314 Frangosul S/A Agroavicola Industrial Ana Rech 1.400 424.661 Coop. Trit. de Erechim Ltda Erechim 1.400 305.667 Coop. Suinocultores de Encantado Ltda Encantado 1.400 284.142 Central Agroind. Coop. Alto Jacuí Sarandi 600 214.058 Coop. Reg. Sananduva de Carnes e Deriv. Sananduva 500 106.454 Coop. Trit. Getúlio Vargas Ltda Estação 750 100.833 Coop. Reg. Trit. Serrana Ltda São Luiz Gonzaga 600 94.277 Agroavícola Rizzi Ltda Mato Castelhano 750 90.440 Sino dos Alpes Alimentos Ltda Bom Retiro do Sul 320 47.841 Baumhardt Irmãos S/A Santa Cruz do Sul 300 27.938 Coop. Reg. Suinocultores Caí Superior Ltda Harmonia 300 27.706 Frigorífico Bassanense S/A Nova Bassano 1.600 21.486 Indústria Ibirubense S/A Ibirubá 400 20.598 Coop. Reg. Castilhense Deriv. Ltda Julio de Castilhos 1.600 18.235 Com.Transp.Carnes Formighieri Ltda Passo Fundo 100 1.468 Alibem Comercial Ltda Santo Ângelo 1.000 (*)

TOTAL   19.120 3.616.662

Fonte: Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do SulObservação: (*) Estabelecimento desativado no ano de 2000.

Entre os estabelecimentos processadores há nove cooperativas que possuem ao todo

capacidade para abater 7.150 suínos dor dia, cerca de 37,4% da capacidade de abate do Estado.

Uma característica típica do processamento de carnes suínas é a diversificação da

produção, dado o grande número de produtos industrializados ou embutidos produzidos nesta

atividade. Na atualidade, cerca de 20% da produção é comercializada in natura; o percentual de

80% restante da produção é industrializado ou empregado em embutidos, gerando vários cortes

salgados, temperados, defumados e vários tipos de embutidos, como mortadela, salsicha,

salsichão, lingüiças, salames, copa, presuntos, apresuntados, e variações desses.

Entre os frigoríficos gaúchos predomina uma tecnologia comparável aos frigoríficos

europeus. Entretanto, as plantas médias de seus concorrentes de Santa Catarina são maiores, o

que permite a esses últimos maiores ganhos de escala. O abate de suínos no Estado de Santa

Catarina está concentrado em cinco grupos de grande porte, os quais abatem e processam quase

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seis milhões de suínos por ano. Esses grupos são: Perdigão Agroindustrial S.A., Sadia S.A.,

Chapecó Cia. Industrial de Alimentos, Frigorífico Seara S.A., Cooperativa Central Oeste

Catarinense Ltda. (Aurora) e Frigorífico Sulriosulense S.A.

Operam ainda em Santa Catarina, três frigoríficos de menor porte: Fricasa Alimentos

S.A., Frigorífico Gumz S.A. e Bugiu Agropecuária Ltda. – Ecogriforífico (este abate somente

descartes). Muitos desses grupos abatem também aves (composição indicada na Tabela 29).

Tabela 29. Santa Catarina: Número de abate de suínos e de aves pelos estabelecimentos frigoríficos, no ano de 2000 (cabeças)

Estabelecimento Município Abate de Suínos Abate de Aves

Seara Alimentos S.A. Itajaí 881.996 103.775.531Chapecó Cia. Industrial de Alimentos Chapecó 414.687 17.352.163Cooperativa Central Oeste Catarinense Ltda. Chapecó 1.412.269 55.524.601Frigorífico Riosulense S.A. Rio do Sul 777.916 1.650.770Perdigão Agroindustrial S.A. Herval do Oeste 468.283 16.116.648Perdigão Agroindustrial S.A. Videira 737.091 86.259.221Sadia S.A. Concórdia 1.058.720 50.333.135Fricasa Alimentos Canoinhas 80.332 0Frigorífico Gumz S.A. Jaraguá do Sul 143.151 0Chapecó Cia. Industrial de Alimentos Xaxim 0 5.110.271Macedo Koerich S.A. São José 0 15.686.854Perdigão Agroindustrial S.A. Capinzal 0 127.246.005Sadia S.A. Chapecó 0 51.719.858 Soma 5.974.445 530.775.057Fonte: Sindicarne – Sindicato da Indústria de Carnes do Estado do Santa Catarina.

13. Regiões produtoras – RS

A produção de suínos é uma atividade que se viabiliza em pequenas e médias propriedades,

aspecto já foi abordado na seção 9 – Perfil do Produtor. Este enfoque é retomado nesta seção

para dar a conhecer a produção de suínos no Rio Grande do Sul por tamanhos de áreas, e

também por microrregiões do Estado.

A base dos dados é o Censo Agropecuário do IBGE de 1996. As informações dessa base

de dados foram organizadas para compor o Apêndice n. 2. Um resumo desse apêndice consta

das duas próximas tabelas.

A Tabela 30 apresenta o número de suínos vendidos por estrato de área, de acordo com

o Censo Agropecuário do IBGE de 1996 (os números do IBGE incluem a produção não-

comercial). Os dados da tabela confirmam a idéia de que as áreas pequenas e médias são as de

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maior produção de suínos: o percentual de 79,1% dos suínos comercializados refere-se a áreas

de até 50 ha. As áreas de 10 a 50 ha concentram 56,3% da produção total. As grandes áreas, por

sua vez, mostram proporção pequena de produção de suínos: as propriedades com mais de 200

ha produzem menos de 8% dos suínos.

Tabela 30. Rio Grande do Sul: Número de suínos vendidos por estrato de área das propriedades de produção, conforme Censo Agropecuário do IBGE de 1996.

Estratos de Áreas(ha)

Número de Suínos

por estrato

Número de Suínos

acumulado

% por faixa de área % acumulado

0 a 1 83.357 83.357 1,6 1,61 a 2 205.241 288.598 4,0 5,62 a 5 367.651 656.294 7,1 12,75 a 10 514.029 1.170.278 9,9 22,710 a 20 1.260.106 2.430.384 24,4 47,020 a 50 1.658.652 4.089.036 32,1 79,150 a 100 488.799 4.577.835 9,5 88,6100 a 200 184.449 4.762.284 3,6 92,2200 a 500 203.023 4.965.307 3,9 96,1500 a 1000 55.835 5.021.142 1,1 97,21000 a 2000 112.506 5.133.648 2,2 99,4mais de 2000 33.059 5.166.707 0,6 100,0

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, disponível em: www.sidra.ibge.gov.br [Acesso em 07/outubro/01].

A Tabela 31 mostra a produção por Microrregião do Estado do Rio Grande do Sul (em

número de 35), que foram agrupadas em sete Meso-regiões, também conforme o Censo

Agropecuário do IBGE de 1996.

Deve-se ter em conta que esse levantamento do IBGE processa a produção de suínos

para fins comerciais (inspeção federal e estadual) e também os destinados ao próprio consumo.

Assim sendo, o total não é o mesmo da soma de abate sobe inspeção federal, do SIPS.

(Tabela 31 na próxima página).

Tabela 31. Rio Grande do Sul: produção de suínos por meso e microrregião, deacordo com o Censo Agropecuário do IBGE de 1996.

Meso e Micro Regiões RS: Cabeças % s/total Noroeste Rio-Grandense: 3.088.341 59,8%

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Santa Rosa – RS 362.751 7,0%Três Passos – RS 291.133 5,6%Frederico Westphalen – RS 318.640 6,2%Erechim – RS 713.511 13,8%Sananduva – RS 230.219 4,5%Cerro Largo – RS 218.315 4,2%Santo Ângelo – RS 75.121 1,5%Ijuí – RS 164.575 3,2%Carazinho – RS 186.986 3,6%Passo Fundo – RS 359.896 7,0%Cruz Alta – RS 91.356 1,8%Não-Me-Toque – RS 55.623 1,1%Soledade – RS 20.215 0,4% Nordeste Rio-Grandense: 825.617 16,0%Guaporé – RS 500.262 9,7%Vacaria – RS 41.899 0,8%Caxias do Sul – RS 283.456 5,5% Centro Ocidental Rio-Grandense: 49.261 1,0%Santiago – RS 17.965 0,3%Santa Maria – RS 20.193 0,4%Restinga Seca – RS 11.103 0,2% Centro Oriental Rio-Grandense: 757.675 14,7%Santa Cruz do Sul - RS 129.647 2,5%Lajeado-Estrela - RS 615.683 11,9%Cachoeira do Sul - RS 12.327 0,2% Metropolitana de Porto Alegre: 252.771 4,9%Montenegro – RS 128.531 2,5%Gramado-Canela – RS 29.260 0,6%São Jerônimo – RS 4.572 0,1%Porto Alegre – RS 73.863 1,4%Osório – RS 5.573 0,1%Camaquã – RS 10.972 0,2% Sudoeste Rio-Grandense: 37.843 0,7%Campanha Ocidental – RS 28.909 0,6%Campanha Central – RS 5.252 0,1%Campanha Meridional – RS 3.682 0,1% Sudeste Rio-Grandense: 155.217 3,0%Serras de Sudeste – RS 7.364 0,1%Pelotas – RS 130.085 2,5%Jaguarão – RS 13.985 0,3%Litoral Lagunar – RS 3.783 0,1%

SOMA 5.166.707 100,0%Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, disponível em:

www.sidra.ibge.gov.br. [Acesso em 07/outubro/01].

Em relação à produção e abate comercial de suínos, no ano de 2000 a oferta foi suprida,

por 320 municípios do Rio Grande do Sul. Os municípios que produziam mais de 20.000

cabeças por ano estão listados na Tabela 32 e são em número de 53, somando 2.046.084

cabeças no ano de 2000 (aproximadamente 55% do total abatido).

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Tabela 32. Rio Grande do Sul: Principais municípios produtores de suínos, entre 1995 e 2000 (cabeças por ano)

Municípios 1995 1996 1997 1998 1999 2000

Santa Rosa 97.072 96.369 72.072 95.260 109.823 101.363 Arroio do Meio 32.314 61.710 65.299 76.242 83.279 85.199 Itaqui 38.148 62.640 56.330 70.765 73.074 73.424 Santo Cristo 90.743 82.187 77.854 85.702 74.504 72.719 Boa Vista do Buricá 34.542 60.474 56.100 66.636 64.638 70.662 Encantado 33.898 43.301 43.882 44.555 49.531 63.097 Erechim 70.685 45.268 42.384 45.740 57.199 62.560 Cerro Largo 86.008 87.527 59.024 68.324 56.355 58.454 Teutônia 35.625 40.231 43.039 48.208 48.559 58.147 Três Passos 32.155 36.302 32.057 33.974 39.840 55.716 Capitão 6.837 18.387 25.279 36.444 45.954 55.063 Aratiba 31.413 65.029 48.740 56.583 56.530 54.416 Ibiruba 14.781 6.220 17.572 32.655 29.568 49.973 Sananduva 42.353 45.902 37.574 36.672 40.455 48.425 Casca 42.095 50.172 48.500 44.991 49.149 48.385 Roca Sales 30.884 39.477 31.775 40.612 40.100 46.351 Imigrante 23.157 28.024 31.881 39.560 38.864 43.974 Serafina Correa 50.277 42.343 42.819 54.724 47.441 43.662 Palmitinho 9.027 13.817 11.496 15.080 30.325 40.905 Não Me Toque 16.340 13.591 25.568 38.464 36.838 40.829 Nova Prata 9.317 23.299 29.464 40.122 42.099 38.940 Barao do Cotegipe 18.094 38.076 34.984 39.202 36.782 36.983 Estrela 16.768 20.988 23.206 27.746 27.030 36.703 Tupandi 19.103 31.533 24.058 28.945 32.551 35.584 Tapera 3.612 23.413 34.137 34.742 31.166 34.665 Paim Filho 39.055 37.170 29.129 38.251 34.465 33.780 Anta Gorda 31.086 32.987 31.422 31.486 36.323 33.662 Humaita 13.909 10.543 11.725 17.614 24.302 33.271 Lajeado 40.573 42.607 33.995 34.562 32.541 31.134 Candido Godoi 24.297 24.707 23.384 27.981 25.912 27.561 Guapore 17.636 15.984 17.761 17.284 24.151 26.922 Nova Alvorada 9.652 9.352 8.952 21.553 23.973 26.332 Colinas 10.025 16.766 18.944 21.352 26.538 24.864 Vila Maria 12.119 16.354 14.021 17.872 20.087 24.840 Marau 34.951 28.892 25.240 30.995 34.986 24.643 Viadutos 26.971 33.848 29.707 28.474 26.322 24.527 União da Serra 7.188 10.439 10.730 12.663 16.392 24.361 Palmeiras das Missões 10.378 16.480 14.425 29.443 33.656 24.079 Harmonia 2.218 2.233 1.792 5.995 13.627 23.142 Getulio Vargas 33.345 34.787 31.363 30.785 29.016 23.120 Continua ...

ContinuaçãoMunicípios 1995 1996 1997 1998 1999 2000

Gaurama 24.315 26.030 18.342 22.448 18.683 23.107 Camargo 18.069 29.004 11.726 19.412 16.071 23.096 Broquier do Marata 124 225 998 4.827 8.727 22.726 Ramos 15.199 18.078 19.404 25.511 24.917 22.543 Nova Bassano 27.004 28.915 25.034 25.165 25.141 22.352 Tres Arroios 20.622 18.006 16.514 18.639 19.547 22.266

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Page 36: Sindicato da Indústria de Produtos Suínos Imagem... · Web viewAnos Carne Suína Carne de Frango Carne Bovina Total 1992 45,82 20,23 33,95 100,00 1993 46,99 20,65 32,37 100,00 1994

Tuparendi 21.558 29.356 24.558 22.979 23.346 22.012 São João da Urtiga 17.593 22.000 17.966 22.119 25.110 21.794 Venâncio Aires 12.967 12.284 23.527 17.385 25.922 21.243 Vila Flores 4.943 12.181 14.375 13.628 16.218 21.203 Ibiaca 21.884 22.894 14.189 13.178 21.565 20.855 Quinze de Novembro 30.434 3.464 977 11.686 19.241 20.404 São Valentim 23.337 21.451 24.404 23.809 27.598 20.046 Soma 1.436.700 1.653.317 1.529.698 1.809.044 1.916.031 2.046.084Fonte: Sindicado da Indústria de Produtos Suínos no Estado do RGSul.Obs.: Municípios com produção maior que 20.000 suínos por ano, no ano de 2000.

A distribuição da produção comercial de suínos do ano de 2000, compreendendo

somente o abate sob inspeção federal, também foi distribuída em microrregiões e mesorregiões.

Esses dados estão apresentados na Tabela 33. Comparando-se com a Tabela 31, observa-se

uma estrutura bastante similar ente o abate SIF (Tabela 33) e o total conforme o IBGE (Tabela

31), para o Rio Grande do Sul.

Tabela 33. Rio Grande do Sul: produção de suínos por meso e microrregião, deacordo com procedência de leitões para abate sob inspeção federal, em 2000.

Meso e Micro Regiões RS: Cabeças % s/total Noroeste Rio-Grandense: 2.000.865 57,9%Santa Rosa – RS 258.881 7,5%Três Passos – RS 275.624 8,0%Frederico Westphalen – RS 166.792 4,8%Erechim – RS 439.986 12,7%Sananduva – RS 191.722 5,5%Cerro Largo – RS 129.419 3,7%Santo Ângelo – RS 43.895 1,3%Ijuí – RS 67.180 1,9%Carazinho – RS 56.770 1,6%Passo Fundo – RS 206.949 6,0%Cruz Alta – RS 57.611 1,7%Não-Me-Toque – RS 92.871 2,7%Soledade – RS 13.165 0,4% Nordeste Rio-Grandense: 555.945 16,1%Guaporé – RS 388.071 11,2%Vacaria – RS 16.776 0,5%Caxias do Sul – RS 151.098 4,4%Continua ...

ContinuaçãoMeso e Micro Regiões RS: Cabeças % s/total

Centro Ocidental Rio-Grandense: 7.563 0,2%Santiago – RS 3.286 0,1%Santa Maria – RS 2.068 0,1%Restinga Seca – RS 2.209 0,1% Centro Oriental Rio-Grandense: 621.661 18,0%Santa Cruz do Sul - RS 58.129 1,7%Lajeado-Estrela - RS 555.886 16,1%Cachoeira do Sul - RS 7.646 0,2%

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Metropolitana de Porto Alegre: 189.321 5,5%Montenegro – RS 166.214 4,8%Gramado-Canela – RS 45 0,0%São Jerônimo – RS 2.871 0,1%Porto Alegre – RS 16.259 0,5%Osório – RS 1.332 0,0%Camaquã – RS 2.600 0,1% Sudoeste Rio-Grandense: 74.109 2,1%Campanha Ocidental – RS 73.929 2,1%Campanha Central – RS 180 0,0%Campanha Meridional – RS 0 0,0% Sudeste Rio-Grandense: 5.557 0,2%Serras de Sudeste – RS 873 0,0%Pelotas – RS 4.684 0,1%Jaguarão – RS 0 0,0%Litoral Lagunar – RS 0 0,0%

SOMA 3.455.021 100,0%Fonte: SIPS-RS (Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do Sul)

14. Níveis de colesterol e o comportamento do consumidor

Uma das alegações freqüente do não-consumidor de carne suína é em relação ao colesterol.

Contudo, a preocupação de que as carnes de origem suína tenham níveis de colesterol elevados

é infundada. A comparação entre cortes das três principais proteínas de origem animal, de

bovinos, de frango e de suínos, resumida na tabela seguinte, aponta as carnes de origem de

suínos tendo os mesmos teores de colesterol que os demais cortes, e em alguns casos até

menos.

Outro aspecto a ressaltar é relacionado à camada de gordura e quantidades de calorias

associadas. A redução da camada de gordura foi uma das principais conquistas dos

melhoramentos tecnológicos, nas últimas décadas. Com a redução da camada de gordura

também se reduziu a quantidade de calorias. Na década de sessenta, a espessura do toucinho era

de aproximadamente 28 mm; nessas circunstâncias, 100 g de carne suína gerava em torno de

400 kcal. Na atualidade, a espessura do toucinho foi reduzida para 14 mm, que implicou na

redução da quantidade de calorias para aproximadamente 200 kcal/100 g.

Tabela 34. Comparação do teor de colesterol nas diferentes carnes.(mg/100g)

Cortes de carnes Colesterolmg/100g

Origem de Suínos: Bisteca 49,00

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Lombo 49,00 Toucinho 54,00 Pernil 50,00Origem de Bovinos: Contra filé 51,00 Coxão duro 56,00 Coxão mole 50,00 Músculo 52,00 Peito 51,00Origem de Frango: Carne inteira 58,00 Carne escura 80,00 Pele de frango 104,00Fonte: Neura Bragagnollo, Instituto de Tecnologia de Alimentos (Itália) [mencionado por Anualpec2000]

15. Importância da suinocultura para a geração de emprego e o crescimento

Um enfoque de análise adicional mostra a importância da suinocultura para a geração de

emprego e para o crescimento. Esta análise quantifica o número de empregos gerados em cada

setor da economia em decorrência de um aumento da demanda.

Em estudo recente do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social6, foi quantificado os empregos gerados a partir de um aumento da demanda final em

cada um dos 42 setores, nos quais a produção da economia brasileira foi dividida, conforme

Matriz de Insumo-Produto do IBGE. O estudo computou os postos de trabalho criados em três

níveis:

1) os empregos diretos, que resultam do aumento da demanda em cada setor;

2) os empregos indiretos, como resultado da demanda em outros setores, estimulados pelo

aumento da produção em dado setor.

3) os empregos gerados em decorrência do efeito-renda, isto é, os empregos que podem ser

gerados em todos os setores, em razão do aumento do consumo que é motivado pelo aumento

da renda dos trabalhadores que obtiveram os empregos diretos e indiretos (itens 1 e 2).

A conclusão desse estudo aponta o setor agropecuário, no qual participa também a

suinocultura, e o setor de abate de animais, dele também participando a suinocultura, como os

mais promissores para a geração de emprego, entre 42 setores da economia brasileira. A Tabela

6 "Modelo de geração de emprego: metodologia e resultados", de outubro de 1999 [Texto para Discussão n. 72].

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35 mostra os dez principais setores geradores de empregos totais, na qual o setor agropecuário

ocupa o segundo lugar, e o setor de abate de animais, o quinto lugar.

Tabela 35. Capacidade de geração de empregos devido a um aumento de um milhão de reais na demanda do produto final do setor (dez principais setores)

Setores Número de EmpregosDiretos Indiretos Efeito-renda Total

1 Artigos do vestuário 118 21 59 1972 Agropecuária 88 25 74 1873 Serviços prestados à família 75 17 59 1514 Indústria do café 7 74 69 1505 Abate de animais 8 74 68 1506 Fábrica de óleos vegetais 2 71 74 1477 Indústria de laticínios 5 67 72 1448 Beneficiamento de produtos vegetais 9 66 66 1419 Madeira e mobiliário 37 38 65 14110 Fábrica de açúcar 11 62 63 136Fonte: Najberg e Marcelo Ikeda (1999, p. 32).

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Referências

FNP Consultoria & Comércio (2000). Anualpec 2000.

IEPE/UFRGS (Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas) (1996). Suinocultura: Importância

para o Rio Grande do Sul. Março/96.

IEPE/UFRGS (Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas) (1999). Mark-up praticado pelos

supermercados nos produtos de origem suína, bovina e de frango, em Porto Alegre.

Outubro/99.

NAJBERG, Sheila e IKEDA, Marcelo (1999). Modelo de geração de emprego: Metodologia e

resultados. Rio de Janeiro: BNDES, Texto para Discussão n. 72.

ROPPA, Luciano (1999). Situação atual e tendências da suinocultura mundial. Mimeo

Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Rio Grande do Sul (1995). Diagnóstico dos

problemas enfrentados pela cadeia de produção suinícola no Estado do Rio Grande do

Sul.

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