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INDÚSTRIA METALMECÂNICA A Revista do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo • Jun/Jul/Ago 2015 • Ano 1 • Nº 1 Setor emprega mais de 25 mil e movimenta R$ 8 bilhões por ano Sustentável Reduza o consumo e mantenha a produtividade Entrevista Manoel Pimenta e os desafios da indústria Especial As novidades da Mec Show 2015 Revista do

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Revista do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo

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INDÚSTRIA METALMECÂNICA

A Revista do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo • Jun/Jul/Ago 2015 • Ano 1 • Nº 1

Setor emprega mais de 25 mil e movimenta R$ 8 bilhões por ano

Sustentável Reduza o consumo e mantenha a produtividade

Entrevista Manoel Pimenta e os desafios da indústria

Especial As novidades da Mec Show 2015

Revista do

4 REVISTA SINDIFER - ES

Editorial

Indústria, mola propulsora para o crescimento do ES

C om um desempenho que impressiona, o setor metalmecânico movimenta mais de R$ 8 bilhões por ano. As 1.320 empresas que integram o segmento pertencem às áreas de metalurgia, fabricação, reparação ou instalação de produtos de metal, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e concedem oportunidades para mais de 25 mil pessoas, sendo fundamentais para a geração de emprego e renda. Veja nesta edição os números

que fazem dessa indústria um destaque para a sociedade e a economia capixabas.

E por falar em oportunidades, a questão da mão de obra especializada é um dos desafios da atividade metalmecânica. Afinal, faltam profissionais capacitados? Os cursos disponíveis atendem à demanda? O que pensam os empresários da área? Confira as respostas para essas e outras indagações.

Nesta primeira edição, eu falo também do impacto do atual cenário econômico para a indústria, da importância da inovação e a relação de dependência econômica entre o PIB estadual e os commodities.

Com recursos naturais cada vez mais escassos e com o alto valor cobrado das indústrias pelo uso da água e energia, é fundamental atuar levando em consideração a sustentabilidade. Saiba como o investimento em equipamentos mais eficazes pode reduzir as contas da sua empresa, sem deixar a produção ser afetada.

E está chegando o principal evento do setor. Não deixe de acompanhar a programação da Feira da Metalmecânica, Energia e Automação – MEC Show, que reunirá 150 expositores e deverá gerar milhões de reais em negócios, com a comercialização de máquinas, produtos e serviços.

Esta edição de estreia traz ainda a importância da qualidade de vida para trabalhadores e seu impacto nas empresas, o perfil do empreendedor Darcy Rodrigues, os grandes eventos realizados no Estado e artigos com especialistas.

Esta é a sua revista. Seja bem-vindo.

Manoel de Souza Pimenta Neto Presidente do Sindifer

Notícias

5Jun/Jul/Ago • 2015

Presidente do SindiferManoel de Souza Pimenta Neto

DIRETORIAAlfredo FrancoAlexandre Magno Debona ZoppéAntônio Ermelindo Ribeiro Falcão de AlmeidaAntonio PrandoCássio Borges Caldeira - São MateusCatia Cecilia Barros dos Reis - São MateusDaives Carlo de Souza AlvarengaDarcy Rodrigues FilhoEtore Selvatici Calallieri - AracruzEugênio José Faria da FonsecaFausto FrizzeraGilmar José MarchesiGilmar Luis Delatorri LeiteGuerino Balestrassi - ColatinaHaroldo Olívio Marcellini BassaIana Paula Borgo Souza - São MateusJacqueline Donateli SimõesJonas Altoé - Cachoeiro de ItapemirimJosé Carlos Pompermaier - LinharesJosé Emilio BrandãoLeonardo Jordão Cereza - Cachoeiro de ItapemirimLucio Dalla Bernardina - ColatinaLuis Soares Cordeiro - Aracruz

Luiz Henrique Pessanha de Sousa - Aracruz

Marco Aurélio Claudio dos Santos - Cachoeiro de Itapemirim

Mario Lucio Longue Mozer - Cachoeiro de Itapemirim

Matheus Pêsso da Silveira

Moysés Dutra de Castro

Paulo José Garayp

Rusdelon Rodrigues de Paula

Wagner Ribeiro Carlete - Cachoeiro de Itapemirim

EQUIPE

Breno Carneiro de Rezende Brotto

(27) 3225-8457 | [email protected]

Rita de Cassia Dillem

(27) 3225-8457 | [email protected]

Jonathan Aguiar da Silva

(27) 3225-8457 | [email protected]

Gerlane Delpupo

(28) 3521-4035 | [email protected]

Mariana Pin

(27) 3264-0734 | [email protected]

Tamiris Intra de Oliveira

(27) 3314-5909 - Iá!Comunicação

Dr. Odair Nossa Sant’ana

Dr. Fábio Jorge Delatorre Leite

(27) 3225-8457 | [email protected]

Diretor: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Cláudia LuzesTextos: Gustavo Costa e Lui Lima Editoração e apoio: Michel Sabarense e Dayanne Lopes Fotografia: Jackson Gonçalves,

Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial Copidesque: Márcia RodriguesColaboraram nesta edição: Odair Nossa Sant’ Ana, Orlando Caliman e Rômulo Oliveira Vargas

SEDERua Dr. João Carlos de Souza, 758 - Ed. Cesar Daher Carneiro Santa Luíza - Vitória/ES - Cep: 29045-410 Telefones: 27 3225-8457 | 27 3225-8821 E-mail: [email protected]

LINHARESAv. Filogônia Peixoto, 728, Aviso - Linhares - Cep: 29901-290 Telefone: 27 3264-0734 E-mail: [email protected]

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIMAv. Domingos Alcino Dadalto, s/n, Trevo do IBC Cachoeiro de Itapemirim Telefone: 27 3251-4035 E-mail: [email protected]

Expediente

Contato: Av. Paulino Müller, 795, Jucutuquara – Vitória/ES CEP 29040-715 | Telefax: (27) [email protected] www.lineapublicacoes.com.br

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Sumário

CAPA08 Setor

metalmecânico mostra sua força

MEC Show: vitrine para bons negócios

Manoel Pimenta

22Gestão Encontrar mão de obra qualificada é um desafio crescente na indústria brasileira. Saiba o ponto de vista das empresas associadas ao Sindifer e de que maneira entidades como o Senai têm trabalhado para formar profissionais para o mercado.

42Sustentabilidade Em tempos em que ser sustentável é uma prioridade, investir em máquinas mais eficientes e em equipamentos que consomem menos água e energia pode ser a solução para reduzir custos sem comprometer a produção.

40Registro O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) investem em um polo que oferece serviços de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) às empresas de segmentos como mineração, metalurgia e siderurgia.

O segmento metalmecânico é um dos mais fortes da indústria capixaba: movimenta um volume superior a R$ 8 bilhões por ano. Conheça os números que revelam as oportunidades criadas para os trabalhadores e a produção que traz desenvolvimento ao Estado.

Julho é o mês da Feira da Metalmecânica, Energia e Automação - MEC Show, evento que traz as principais novidades em produtos e serviços do setor.

O presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, fala sobre produção, competitividade, dependência do Estado quanto às commodities e o caminho que precisa ser percorrido para o crescimento das empresas do setor metalmecânico capixaba.

A logística na industrialização capixaba

Lay-off: alternativa para as empresas enfrentarem a atual crise econômica

Sistemas de gestão da qualidade e indústria automotiva no Estado

Orlando Caliman 12

28

62

Odair Nossa Sant’ Ana

Rômulo Oliveira Vargas

8 REVISTA SINDIFER - ES

EconomiaEconomia

Indústria metalmecânica: números expressam sua importância

Por Gustavo Costa

9Jun/Jul/Ago • 2015 9

Fundamental para a economia capixaba, o setor metalmecânico movimenta mais de R$ 8 bilhões por ano. Confira os números que comprovam a importância dessa atividade como mola propulsora para o Estado.

R elevante para a indústria e a economia do Estado como um todo, o segmento metalmecânico é um dos mais fortes da indústria capixaba: movimenta um volume superior a R$ 8 bilhões por ano. Segundo dados do relatório

elaborado pelo Sistema Findes, por meio do Instituto de Desenvolvimento Educa-cional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), atualmente 1.320 empresas pertencem às áreas de metalurgia, fabricação, reparação ou instalação de produtos de metal, máquinas, aparelhos e materiais elétricos. O levantamento fez uma radiografia do setor, mostrando onde estão, o quanto produzem e qual é o peso que essas indústrias possuem para o Estado. O estudo, inclusive, serve de base para muitas ações do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), sempre focado no crescimento da atividade.

NÚMERO DE EMPRESAS (CNPJ) E EMPREGOS NO ESPÍRITO SANTO

Cnae 2. Descrição

2013

Empresas EmpregosMédia de empregos

por empresas

24 Metalurgia 50 6.742 135

25Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

780 8.314 11

33Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

450 6.638 15

27Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

40 3.400 85

Fonte: Rais 2013/MTEElaboração: Ideies/Sistema Findes

Chama a atenção na pesquisa o grande número de micro e pequenas empresas atuando na transformação de metais, desde a produção de bens até serviços inter-mediários, incluindo máquinas, equipamentos, veículos e materiais de transporte. Na metalurgia, por exemplo, 41 das 50 organizações (82%) são MPEs. Quando se fala dos negócios envolvendo fabricação de produtos de metal (exceto máquinas

“Trata-se de um dos setores mais importantes do Espírito Santo. Há uma variedade grande de empresas, distribuídas de norte a sul do Estado. E continuaremos crescendo”Manoel Pimenta, presidente do Sindifer

10 REVISTA SINDIFER - ES

Economia

e equipamentos), esse dado é ainda maior: de 780 empresas, 764 (98%) são de micro ou pequeno porte. “As MPEs têm uma relevância muito grande no nosso setor. Muitas vezes se fala só naquelas grandes, mas as menores também são fundamentais para manter a cadeia girando”, explicou Manoel Pimenta, presi-dente do Sindifer.

A produção física industrial também foi analisada pelo estudo da Findes. No campo da metalurgia, a variação acumulada no ano até fevereiro, em relação ao mesmo período em 2014 apontou crescimento de 47%. O faturamento total desses empreendimentos subiu 65,6% no período. Outro indicador que chama a atenção é que enquanto a produtividade (fatura-mento total dividido pelas horas trabalhadas) alcançou 79,9%, o custo do trabalho (a massa salarial dividida pela produtividade) caiu -39,3% na comparação com o intervalo antecedente.

EMPREGOSA geração de emprego e renda também é significativa

no ramo metalmecânico. O levantamento apontou que as organizações do segmento abriram 25.094 postos de trabalho no Estado. As que mais empregam estão nas áreas de fabricação de produtos de metal, seguidas das de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Enquanto as do primeiro grupo respondem por 8.314 vagas, as demais geram 6.638. Nesse campo, as companhias consideradas grandes têm forte impacto. Em metalurgia, 4.852 empregos (72% das 6.742 ocupações) estão nas grandes.

Essa porcentagem cresce naquelas que atuam com a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos: 76% são grandes, gerando 2.596 dos 3.400 postos de trabalho nessa área.

A evolução do emprego, com o saldo entre admissões e demissões, aponta incertezas na indústria metalúrgica. Em 2013, o balanço foi de -558 vagas. O cenário melhorou em 2014 (-61) e até fevereiro de 2015 (10), mas a crise dos últimos meses preocupa. “As empresas estão buscando alternativas para manter a mão de obra. Inclusive, apresentamos em um evento do Sindifer opções como o lay-off, próprio para os emprendimentos se adequarem a cenários de retração sem abrir mão de seus talentos de forma definitiva”, disse Pimenta.

A queda também foi observada na indústria de materiais elétricos e comunicações: do saldo positivo de 1.020 empregos em 2013, houve uma redução para 117 em 2014, chegando ao começo de 2015 com um acumulado de -52. “As empresas do setor estão começando a acusar o impacto da crise. Acredito que isso será particularmente sentido nos campos da mineração e rochas. As demais, que trabalham em nível nacional ou produzem para exportação, deverão ser menos atingidas. É algo bem localizado, a expectativa é que essa crise logo passe”, falou o presidente do Sindifer. Na indústria mecânica, o panorama é melhor. Se em 2013, o saldo foi de -3, no ano seguinte houve um salto para 1.197 e, mesmo com a crise, até fevereiro de 2015 foram registradas 542 admissões.

EMPRESAS COMPETITIVAS, PARCERIAS DE RESULTADO

O segmento metalmecânico sempre atendeu às necessidades dos demais. É o que pensa o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo. Segundo ele, o setor se especializou e hoje exporta serviços e produtos. “Além disso, auxilia a inovação em todos os campos industriais capixabas, proporciona integração entre parceiros locais e internacionais, chamando a atenção de companhias

NÚMERO DE EMPRESAS POR PORTE: ESPÍRITO SANTO

Descrição

Micro Pequena Média Grande Total

Empresas % Empresas % Empresas % Empresas % Empresas

Metalurgia 35 70,0 6 12,0 8 16,0 1 2,0 50

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 695 89,1 69 8,9 15 1,9 1 0,1 780

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

401 89,1 37 8,2 10 2,2 2 0,4 450

Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 30 75,0 6 15,0 3 7,5 1 2,5 40

Fonte: Rais/MTEElaboração: Ideies/Sistema Findes

“O fortalecimento da economia e a geração de emprego e renda andam lado a lado”Gilson Pereira, diretor-executivo da Imetame

11Jun/Jul/Ago • 2015

NÚMERO DE EMPREGOS POR PORTE: ESPÍRITO SANTO

Descrição

Micro Pequena Média Grande Total

Empresas % Empresas % Empresas % Empresas % Empresas

Metalurgia 178 2,6 222 3,3 1.490 22,1 4.852 72,0 6.742

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 2.996 36,0 2.473 29,7 2.263 27,2 582 7,0 8.314

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

1.682 25,3 1.357 20,4 1.916 28,9 1.683 25,4 6.638

Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 194 5,7 182 5,4 428 12,6 2.596 76,4 3.400

Fonte: Rais/MTEElaboração: Ideies/Sistema Findes

estrangeiras que buscam locais que atendam a suas necessidades de serviços”, frisou. De acordo com ele, o Governo do Estado atua em conjunto com entidades, federações e empresas para impulsionar cada vez mais o segmento. “Podemos citar o Programa de Competitividade Sistêmica do Espírito Santo, que é o nosso programa de melhorias de gestão; o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, em que a Secretaria de Desenvolvimento participa da discussão sobre a ampliação de oportunidades para fornecedores; o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), apoiado pelo Governo do Espírito Santo, que permite a aproximação dos empresários com novos investimentos no Estado; além dos Contratos de Competitividade, que beneficiam o setor metalmecânico, entre outros, com incentivos fiscais para aumentar a competitividade das empresas capixabas em relação às suas semelhantes de outros estados”, enumerou.

Para Gilson Pereira, diretor-executivo da Imetame, as empresas capixabas têm buscado o crescimento, mesmo com a atual crise econômica, e para isso contam com o apoio do Governo. “O contrato de competitividade criado e revalidado pelo Executivo nos coloca em posição competitiva com outros estados e tem produzido

um efeito propulsor, gerando divisas e concorrência igualitária com outros parques industriais maiores. O fortalecimento da economia e a geração de emprego e renda andam lado a lado. Essa equação pode ser ainda melhor com o apoio do Estado, criando facilidades para outras empresas - alimentos, eletrodomésticos, informática etc - se instalarem no Espírito Santo, elevando o potencial de nossa indústria”, enfatizou.

Para o diretor, o aumento da incerteza no mercado, a diminuição dos investimentos e a variação da moeda foram notórios, freando o consumo. “Por consequência, houve avanço do desemprego e encolhimento da indústria, que hoje passa por um momento delicado, exigindo muitas vezes a adoção de medidas cautelosas para a manutenção de contratos existentes ou ainda a captação de novos contratos, impactando fortemente a receita”, disse.

Mas há espaço para vislumbrar dias melhores, segundo Pereira. “O principal desafio para 2015 é criar novas parcerias, diversificando as áreas de atuação, de forma motivadora e criativa, para alavancar as organizações para os próximos anos, pois entendemos que o ambiente de incerteza se estenderá. O ano de 2014 foi de recuperação em relação a 2013, fechando de forma positiva para a empresa. Para 2015, também temos boas expectativas, porém, mais cautelosas, devido à grande influência das ações governamentais em nosso setor”, falou

Uma das molas propulsoras do desenvolvimento do Espírito Santo, a atividade metalmecânica segue trilhando um caminho pavimentado por investi-mentos, capacitação e qualidade. “Trata-se de um dos setores mais importantes do Espírito Santo. Nós temos um perfil escolarizado de trabalhadores e com nível de salário acima da média. Há uma variedade grande de empresas, distribuídas de norte a sul do Estado. E continuaremos crescendo”, falou Manoel Pimenta. Os números expressivos no decorrer dos anos respaldam a argumentação do presidente do Sindifer e motivam o segmento no rumo das conquistas desejadas.

“Setor se especializou e hoje exporta serviços e produtos”José Eduardo Azevedo, secretário de Estado de Desenvolvimento

Artigo

12 REVISTA SINDIFER - ES

A logística na industrialização capixabaSomente uma boa infraestrutura de conexão com o resto do país e o mundo permitirá a abertura de novas oportunidades e uma maior diversificação da estrutura industrial do Espírito Santo

Orlando Caliman é vice-presidente do ES Ação e diretor do Instituto Futura

A industrialização da economia capixaba, fazendo-se um paralelo em relação ao país, aconteceu tardiamente e num prazo

extremamente curto. Tardiamente, pois somente tem início em meados da década de 1960, quan-do a economia brasileira partia para o seu último estágio do modelo de substituição de importações. Vale lembrar que a industrialização nacional dá os seus primeiros passos ainda na década de 1930, no governo de Getúlio Vargas, principalmente por força das limitações às importações de produtos em razão dos conflitos da Segunda Guerra.

Dois fatores podem ser tomados como detonado-res do processo de industrialização do Espírito Santo. O primeiro deles, de natureza interna, está diretamente ligado à crise aguda da nossa economia agrícola, quase que exclusivamente dependente da cultura do café, que culminou com a erradicação de parte significativa de lavouras, fato que levou à busca compulsória pela alter-nativa industrial como saída do momento desfavorável. O segundo detonador, este sim de grande poder de impacto, sob a denominação de Grandes Projetos, foi o que efetivamente fez mudar o perfil da estrutura produtiva do Estado.

Esses dois vetores, numa combinação de forças internas e externas, e as formas como se desdobraram no tempo, fornecem elementos para compreendermos o estágio atual de nossa industrialização e também em grande parte do que podemos esperar ou projetar para o futuro. É uma trajetória invejável se observarmos a intensidade e a velocidade do processo. Em 1960, o setor industrial respondia por apenas 5% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba. Em 1970, houve um salto para 17%. E hoje chega a representar 39% de toda a riqueza produzida, bem acima da média nacional, que está no entorno de 27%.

A espinha dorsal da industrialização capixaba, sem dúvida, é construída tendo como eixo central a figura da Vale. É a Vale, na sua origem CVRD, que coloca efetivamente a economia local no “jogo” do mercado em escala global, pela combinação em alta eficiência entre produção, ferrovia e porto. O Complexo de Tubarão tem nesse caso, além do seu impacto real, o seu efeito simbólico de destacar a economia capixaba nos cenários nacional e internacional. É o modelo de plataforma logística que ao ser estendido abriu oportunidades para todos os demais grandes projetos: CST/ArcelorMittal, Samarco e Aracruz/Fibria.

Se tomarmos os dados levantados pelo IBGE relativos à transformação industrial para o ano de 2012, por exemplo, vamos ver que esse conjunto de empre-endimentos respondem por algo em torno de 70% do valor total da transformação industrial. Em termos de geração de PIB, estaríamos falando em aproxima-damente 25%.

O efeito escala desses grandes empreendimentos, principalmente para uma economia pequena como a capixaba, tende a ofuscar os avanços que acontecem nos demais segmentos industriais, como moveleiro, agroindústria da fruticultura, rochas ornamentais, metalmecânico – mesmo atualmente em crise severa –, somente para citar alguns deles.

Mas se a logística foi o fator decisivo na con-solidação de grandes complexos industriais no Espírito Santo, que o elevaram à condição de Estado industrial, esta pode ser vista hoje, e principalmen-te no futuro, como a grande ameaça. Somente uma boa infraestrutura de conexão com o resto do país e o mundo permitirá a abertura de novas oportuni-dades e uma maior diversificação da estrutura indus-trial do Espírito Santo.

14 REVISTA SINDIFER - ES

EntrevistaPor Gustavo Costa

15Jun/Jul/Ago • 2015

Manoel Pimenta

“O desenvolvimento de novos produtos e serviços é crucial para as empresas capixabas”

O s desdobramentos do atual momento da economia nacional, a busca pela competitividade, a importância da inovação, a re-lação de dependência econômica entre o Produto Interno Bruto

(PIB) estadual e as commodities, e os desafios para o crescimento das empresas do setor metalmecânico são assuntos abordados por Manoel Pimenta nesta entrevista. Saiba o que pensa o presidente do Sindifer e vice-presidente da Findes a respeito dos rumos da indústria capixaba.

O setor metalmecânico vive um momento em que as empresas locais produzem mais fora do Estado do que para o mercado interno. Por quais razões isso está acontecendo?

Esse grupo de empresas tinha pouca expressão no Estado há 20 anos. Ao longo do tempo e dos trabalhos que fomos realizando com elas, o setor foi crescendo e, ao atingir certa maturidade e padrão de qualidade, passou a prestar serviços para as grandes plantas localizadas aqui, como Vale, Samarco, ArcelorMittal e Fi-bria, entre outras. À medida que continuavam se desenvolvendo, as indústrias perceberam que o Estado já tinha ficado muito pequeno para absorver o nível de produção desejado. Elas começaram a buscar oportunidades em outros estados, e hoje podemos dizer que a maior força de trabalho dessas empresas está em outras regiões. Creio que isso aconteceu pela própria relevância que essas indústrias têm no segmento metalmecânico. Elas viraram referência nacional. Hoje, quando se fala, por exemplo, em montagem de instalações, logo pensam no Espírito Santo. A própria siderurgia, que é muito forte aqui, também é muito conhecida e respeitada lá fora. Então, a explicação está na estrutura, no nível de qualidade que essas em-presas alcançaram. Já empresas de outros setores têm um mercado diferente do metalmecânico. Para muitas empresas que exportam, que trabalham com o mercado internacional, o impacto não é tão grande. A economia capixaba é muito vinculada à economia mundial. Acho que a crise neste momento atinge mais quem trabalha apenas no mercado nacional.

Como tornar o Estado menos dependente de commodities? E qual é o reflexo dessa dependência para as empresas?

Se pensarmos que a relação que o nosso Estado possui com o comércio exterior é o dobro da média nacional, notamos que é difícil cortar essa dependência. Hoje, a relação da economia capixaba com outros estados está em torno de 2%, contra 4% em relação ao mercado internacional. O que precisamos

Entrevista

16 REVISTA SINDIFER - ES

“A interiorização é de grande importância para levar crescimento, emprego e renda para todos os municípios do Espírito Santo”

continuar fazendo é trabalhar com empresas que agreguem tecnologia. Principalmente na área de petróleo e gás, temos percebido que isso é uma realidade.

Como a inovação pode ajudar as indústrias capixabas em um momento que se fala de vácuo após as obras nas grandes empresas do Estado?

Uma empresa inovadora não fica pensando apenas em uma cidade ou no Estado. Ela possui a tendência de querer tra-balhar no cenário nacional e até fora do país. Simplesmente oferecer mão de obra em um momento de crise não é sufi-ciente para ter um diferencial. O desenvolvimento de novos produtos e serviços é crucial para as empresas capixabas. Elas precisam trabalhar fortemente nisso, para fazer cres-cer a renda e as participações nos mercados onde atua ou pretende atuar.

Como enxerga a oferta de cursos oferecidos às indústrias capixabas?

A oferta é grande, mas é preciso melhorar o formato desses cursos e preparar um profissional para o que acontece na indústria. O Sindifer tem trabalhado para, junto com o Senai, discutir o conteúdo de cada curso. É um grande desafio. No caso de curso superior, temos um número de entidades apropriado. Creio que exista uma falha na forma de se trabalhar, e não no número de cursos oferecidos. E isso está na educação básica. Você pega uma pessoa para trabalhar no curso técnico e nota que ela possui uma base de português e

matemática muito ruim. É uma questão estrutural. por esses detalhes

que vemos um americano produzindo quatro vezes mais que um brasileiro, ou um australiano produzindo duas vezes mais. Eles são muito mais preparados, educados, têm conceito de cumprimento de regras muito mais definido.

Então, vejo que isso não é um problema de um setor,

e sim da sociedade.

Como percebe a capacitação de mão de obra realizada hoje no Estado? O que pode melhorar para atender mais adequadamente à indústria?

É uma meta para este ano, em parceria com as entidades específicas e as instituições de ensino, trabalhar o conteúdo oferecido para o nosso pessoal. Queremos sempre ampliar os conhecimentos e a qualificação dos profissionais da indústria no Estado. É, na verdade, algo que já fazemos, mas queremos intensificar ainda mais isso, já que só traz benefícios para todos os envolvidos: indústria, profissionais, entidades. Com uma capacitação melhor, temos bons profissionais, o que resulta em produção de mais qualidade e mais lucro. Com isso, mais pessoas buscam se qualificar. É um círculo de desenvolvimento.

Quais os principais desafios para as empresas associadas ao Sindicato neste ano de 2015?

O principal é conseguir mercado; ter serviço, obra. Depois, é combater esse entrave nacional chamada burocracia. É um grande entrave para a indústria brasileira, e vemos que a cada dia piora mais. O rendimento da indústria cai ano a ano. Enquanto não houver uma reformulação, continuaremos nessa luta, com dificuldades na área tributária e trabalhista. A insegurança jurídica é muito grande. A demanda interna já é pequena; se acrescentamos os tributos, temos uma situação complicada. Trabalhamos só para pagar impostos, essa é uma triste realidade para todos. Cobram impostos e encargos de países de primeiro mundo, mas o retorno é completamente diferente. Falta incentivo para empreender, mas sobram contas e tributos. E ainda há a questão da energia, essencial para a produção, mas caríssima no país.

Quais ações do Sindifer o senhor destacaria no que se refere ao apoio às associadas?

A primeira é o apoio na questão trabalhista. São ações importantes para as empresas e que auxiliam em demandas judiciais e negociações sindicais. Existe hoje uma espécie de “indústria” de ações trabalhistas coletivas contra as nossas empresas. Se todas essas ações fossem dadas como favorá-veis ao sindicato laboral, as empresas teriam que dispor de

17Jun/Jul/Ago • 2015

R$ 50 milhões. É algo absurdo. A empresa começa um con-trato, segue o que determina a lei, mas no meio do trabalho aparece um item novo, e ela precisa se defender em uma ação milionária. Isso não agrega valor nenhum aos nossos produtos e tira competitividade. Outro destaque na atuação do Sindicato é sentido na área de inovação: contamos com dois diretores dedicados a isso. Por meio de congressos, fóruns e outros eventos, debatemos essa questão, fundamental para o crescimento do setor.

Como vê a tendência de interiorização do desenvolvimento no Estado?

É uma necessidade. A indústria na Grande Vitória já está concentrada, é preciso desafogar para outras regiões. Traz benefícios para a logística poder escoar a produção por outros pontos no Estado. Creio que a região de São Mateus, Linhares e Jaguaré ainda se desenvolva bastante nos próximos anos. E torço para que o Sul siga o mesmo caminho. É uma região que conta com industrias consolidadas, mas vejo o Norte em maior destaque neste momento, especialmente com os benefícios fiscais da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A interiorização é de grande importância para levar crescimento, emprego e renda para todos os municípios do Espírito Santo.

Estamos vendo no país um grande debate acerca da PL 4330, que amplia a terceirização do trabalho. Como vê esse projeto? E quais poderiam ser os seus efeitos no setor metalmecânico?

A terceirização é uma condição de trabalho que remonta há 300 anos. É fundamental que tenhamos a terceirização e uma legislação trabalhista bastante flexível. Terceiriza-ção é algo normal em qualquer lugar do mundo, e a resis-tência a isso no Brasil mostra que ainda precisamos avan-çar muito. O projeto só está regularizando o que já existe. A ideia de que precariza a situação do trabalhador é arcaica. A terceirização não tira direito algum. Nossos funcioná-rios estão cada dia mais treinados para evitar acidentes. Nenhuma empresa consegue trabalhar por muito tempo sem cumprir todas as normas de segurança. Então, vejo como algo bom para todos, é preciso acabar com o mito de que o trabalhador brasileiro sairá prejudicado. Se fosse algo ruim,

não seria usada no Canadá, nos Estados Unidos, na Europa, na Austrália. O que precisamos é de competitividade, produtos de qualidade, salários bons, trabalhadores felizes e empresas com estabilidade. É preciso buscar uma política industrial de longo prazo, e não uma situação na qual você não sabe o que acontecerá em três meses.

Como o senhor vê a economia hoje e qual a perspectiva para o próximo ano?

Acho que os próximos dois anos serão muito duros. Não vejo como o Governo possa reverter essa desconfiança. Se houvesse o anúncio de algo organizado e promissor, com certeza os empresários voltariam a investir, mas até agora não é isso o que estamos acompanhando. É preciso uma motivação interna e que dê mais tranquilidade. Em um ano em que países crescem 3,5%, o Brasil pode cair 1,5%. É uma falta de organização da economia. Há casos de empresas que levam meses para serem abertas e quase um ano para receber licença ambiental. Em outro país, com certeza seria diferente.

“Terceirização é algo normal em qualquer lugar do mundo, e a resistência a isso no Brasil mostra que ainda precisamos avançar”

18 REVISTA SINDIFER - ES

Registro

P or meio de seu Centro Internacional de Negócios (CIN-ES), o Sistema Findes realizou, no dia 25 de março, o Seminário Institucional Norwegian

Brazilian Day. Para o evento, o Plenário do Edifício Findes, em Vitória, recebeu representantes do setor metalmecânico e as entidades que compõem o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás. A finalidade da iniciativa foi consolidar o acordo firmado em 2010, e retomado em 2014, entre o Governo do Estado do Espírito Santo e a NCE Subsea – líder mundial em tecnologia de exploração submarina – para o desenvolvimento mútuo do segmento de petróleo de gás do Estado e da Noruega.

Essa parceria prevê desde a elaboração da cooperação entre os empreendimentos de ambos os locais, principalmente entre a pequena e média empresa, até a implementação de ações que busquem o aumento de competitividade dessas organizações, inclusive no cenário internacional. O público-alvo do evento foi o cluster metalmecânico e as

entidades que integram o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás. Foram tratados temas como a promoção tecnológica e o uso de mecanismos de financiamento que beneficiarão as empresas. O seminário foi uma continuidade da missão de empresários e entidades capixabas realizada na Noruega, durante a Feira Offshore Northern Seas (ONS). “Esse acordo visa à articulação de negócios entre empresas capixabas e norueguesas. O CEO da NCE Subsea, Owe Hagesaether, esteve presente, além do encontro na Federação das Indústrias, conheceu o Sindifer, o Ifes, a Ufes e a UVV. O seminário foi excelente, uma grande oportunidade para que empresas e entidades do Estado pudessem tratar da troca de conhecimento e tecnologia”.

A próxima ação será um encontro na cidade de Bergen, na Noruega. “Já estamos articulando a ida de alguns empresários capixabas à Noruega. É algo que vem dando grandes resultados para todos os participantes.”, ressaltou Luiz Alberto de S. Carvalho, vice-presidente do Sindifer.

Norwegian Brazilian Day: evento aconteceu na Findes e consolidou a parceria entre empresas capixabas e norueguesas

Norwegian Brazilian reúne a indústria

Registro

20 REVISTA SINDIFER - ES

Seminário debate estratégias contra crise Com o tema “Cenário Atual e Estratégias em Tempos de Crise”, evento tirou as principais dúvidas das empresas do segmento metalmecânico

O atual panorama econômico tem gerado muitas incertezas nas empresas no que se refere a questões fiscais, trabalhistas e de visão

de mercado. Para ajudar as organizações do setor metalmecânico a atravessar este período de retração, o Sindifer promoveu na sua sede, em Vitória, no dia 2 de junho, o evento “Cenário Atual e Estratégias em Tempos de Crise”. Cerca de 100 pessoas participaram do encontro, que foi aberto pelo presidente do sindicato, Manoel Pimenta. “O nosso objetivo é dar o suporte para que as nossas associadas saibam como agir neste momento de adequação. São dicas importantes, que podem reduzir custos operacionais e dar mais segurança para os empresários”, frisou.

Realizado na sede do Sindifer, evento reuniu cerca de 100 pessoas ligadas ao setor metalmecânico do Estado

“O nosso objetivo é dar o suporte para que as nossas associadas saibam como agir neste momento de adequação. São dicas importantes, que podem reduzir custos operacionais e dar mais segurança para os empresários”Manoel Pimenta, presidente do Sindifer

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O primeiro a palestrar foi Valdemar Cardoso de Andrade, gerente administrativo do Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos (Sicetel). Ele falou sobre “Lay-off: administrando a retração da de-manda”. Trata-se de uma medida usada por muitas empre-sas para baixar seus gastos e proporcionar uma recupe-ração mais ágil da produção quando passar o momento de turbulência do cenário econômico. “O lay-off e outras ferramentas são interessantes recursos que as empresas podem utilizar para preservar postos de trabalho”, disse.

Em seguida, Guilherme Moreira, gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), abordou o tema “Olhando além da crise: o que esperar do cenário econômico brasileiro para os próximos anos”. Ao destacar sua experiência no mercado, o executivo compartilhou com os presentes a importância de se ter paciência e de se encontrar oportunidades nas adversidades. “É hora de pararmos e refletirmos sobre as razões de estarmos enfrentando um momento como o atual. Depois, entender mas para onde vamos quando essa crise passar. E sim, a crise vai passar. Isso é fundamental, já que muitos estão em pânico. É hora de ter calma. Em um passado recente, tivemos o boom das commodities, e se achava que haveria depois o boom do petróleo. Isso não aconteceu. E aí veio a crise. É preciso enxergar além deste período e saber o que fazer a seguir”.

A grande carga tributária, seu impacto na produção e as maneiras de se ter acesso a direitos a partir de tributos pagos foram assuntos debatidos pelo advogado Victor Beli-zário Couto, que palestrou sobre “Recuperação de tributos e créditos fiscais”. “Nosso objetivo é explicitar algumas soluções jurídicas para que as empresas possam enfrentar este momento de crise”, falou ele.

Já as dúvidas sobre questões trabalhistas, admissão de funcionários, demissão, transporte, horas extras e in itine-re, férias e muitas outras foram esclarecidas na palestra “Prevenção de ações trabalhistas”, com o também advo-gado Odair Nossa Sant’Ana. “O Brasil é campeão mundial

em ações trabalhistas. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos têm 75 mil ações por ano e a França, 70 mil. O Brasil registra, anualmente, dois milhões de reclamações trabalhistas. Temos uma legislação precária e paternalista, e as empresas precisam se precaver, para não se tornarem vulneráveis”, alertou.

Fechando o evento, o coordenador-executivo do Pro-grama de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF-ES), Rusdelon Rodrigues, discorreu a respeito de “Perspecti-vas e cenários do mercado”. Em um ranking de compe-titividade, entre 60 países, o Brasil está na 56ª posição. “Essa situação, nós não temos como evitar, já que é gerada por Custo Brasil, questões macroeconômicas, preços das commodities e outras. Mas a produtividade, nós podemos trabalhar. A Federação das Indústrias, em uma parceria com a Câmara da Indústria de Base, tem criado soluções simples, mas eficazes. Existem alternativas para aumentar as nossa produtividade”, frisou

BALANÇOAo final das palestras, o presidente Manoel Pimenta se

disse muito satisfeito com os resultados obtidos. “O evento foi muito importante, por abordar diversos temas que são de interesse das empresas associadas. A visão que todos têm é de uma crise. E, realmente, estamos passando por um momento de ajustes na economia. Mas temos coisas que precisam ser tratadas de forma imediata. Por exemplo, vimos aqui informações jurídicas para defender as em-presas em questões trabalhistas. São coisas que, se o em-presário não souber, perde dinheiro. Além disso, ele pode recuperar certos recursos que pagou a mais para o Gover-no. Depois, ele entendeu como será o cenário econômico do país nos próximos anos e assim poderá se organizar. O balanço do evento foi muito positivo, já que conseguimos juntar em um mesmo momento tantos assuntos diferen-tes. Talvez, para os grandes e médios empresários, esses assuntos sejam rotineiros, mas para empresas menores, ter acesso a essas informações é fundamental, sobretu-do neste período complicado da economia”, concluiu. De acordo com Pimenta, as associadas podem esperar no decorrer do ano outras ações voltadas para a capacitação e o fortalecimento do segmento.

Guilherme Moreira, gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, falou sobre o cenário econômico brasileiro para os próximos anos

O lay-off foi o destaque da palestra de Valdemar Cardoso de Andrade, gerente administrativo do Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos (Sicetel)

Gestão

22 REVISTA SINDIFER - ES

Gestão

Mãos à obra!Indústrias apontam a falta de profissionais capacitados no mercado. Para promover a formação de mão de obra qualificada, o Senai oferece cursos no Estado

Por Gustavo Costa

23Jun/Jul/Ago • 2015

A despeito da crise econômica que assola o país, algumas obras no Brasil seguem criando oportunidades de trabalho. Entretanto, ao mesmo

tempo em que existe a demanda, coloca-se a questão de não haver profissionais qualificados para atender às necessidades de áreas de soldagem no setor metalmecânico. É um cenário onde existem vagas, geradas pelas 1.320 empresas do segmento, mas falta quem possa preenchê-las.

Para Antônio Prando, diretor da Conami Manutenção Industrial, as empresas têm sido impactadas pelo baixo número de profissionais qualificados para as funções que o mercado precisa. “Em razão da crise econômica que estamos acompanhando este ano, até que não tanto, mas em circunstâncias normais, falta, sim, aquele profissional mais capacitado. A empresa acaba tendo muito trabalho para conseguir o funcionário para cada demanda específica. E é um cenário complicado, já que a mão de obra qualificada é de grande importância para se evitar o retrabalho nas empresas. Então, com esse profissional, você ganha em qualidade e produtividade e, ao mesmo tempo, reduz tempo e custos para um determinado serviço”, frisou ele.

De acordo com Prando, por conta dessa dificuldade, muitas vezes é preciso oferecer a qualificação apropriada para a função. “Esta é a realidade: as empresas acabam tendo muitas vezes que treinar o colaborador, que chega sem experiência. Falta uma política para tratar melhor essa questão. Na Conami, fazemos investimentos na capacitação, uma vez que enxergamos como algo fundamental para o processo de produção. E nós entendemos que a manutenção de nossos contratos passa indiscutivelmente por um cuidado especial com a mão de obra”, explicou. Com contratos de manutenção mecânica, revestimentos e serviços em PEAD (polietileno de alta densidade), a Conami tem 90 empregados atualmente, divididos entre os setores administrativo e operacional.

O diretor afirmou ainda que a empresa que não se preocupar com trabalhadores capacitados ficará para trás, perdendo mercado. “Os clientes estão cada vez mais exigentes quanto a qualidade, produtividade e segurança. Quando existem novos projetos de grande porte,

“Existe um grande número de pessoas em busca de emprego, porém um número reduzido de profissionais prontos para o mercado de trabalho”Eduardo Pancini, gerente comercial da Itamil

Gestão

24 REVISTA SINDIFER - ES

existe uma preocupação das tomadoras de serviço em capacitar mão de obra local. Mas para os contratos de manutenção, os serviços de rotina, não temos essa capacitação especializada. Isso precisa melhorar, é uma carência que vejo em nosso mercado. Temos que avançar na integração entre as entidades que promovem os cursos e a indústria. Em relação aos projetos industriais, é tudo muito bem realizado, mas ainda falta investir mais nas rotinas de manutenção. Creio que um grande desafio passa pelo conhecimento das necessidades das empresas. E atender a essas demandas dos diferentes setores”, falou.

Eduardo Pancini, gerente comercial da Itamil Engenharia, Fabricação e Manutenção, partilha do pensamento do colega de setor. “Vemos a falta que a mão de obra especializada faz às empresas. E é algo de extrema importância, já que profissionais qualificados significam mais produtividade e qualidade. E claro, tem ainda a vantagem da agilidade: esses profissionais são contratados e já iniciam suas atividades produzindo. Existe um grande número de pessoas em busca de emprego, porém uma quantidade reduzida de profissionais prontos para o mercado de trabalho. Hoje, o custo Brasil é muito alto, por isso nem todas as empresas podem investir em seus colaboradores”, analisou.

Localizada em Cachoeiro de Itapemirim, a Itamil emprega 108 funcionários entre os setores técnico, administrativo, de qualidade e produção. Para Pancini, a quantidade de cursos disponíveis para as empresas está aumentando em todo o Estado. “A oferta de cursos de formação está melhorando. A maioria dos cursos ainda está na capital, porém hoje, com a atuação de entidades e abertura de universidades públicas e privadas no interior, isso deve ser melhorado, pelo menos a longo prazo”, destacou.

A ATUAÇÃO DO SENAIE falar em formação profissional é falar no Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que ao longo de sua trajetória no Espírito Santo matriculou mais de 1,2 milhão de alunos em seus cursos/programas de iniciação profissional, qualificação profissional, técnicos de nível médio, aperfeiçoamento profissional e no programa de aprendizagem industrial. O Senai é a entidade

responsável pela oferta de qualificação (formação inicial) e aperfeiçoamento. A expectativa é de que mais de 156 mil matrículas sejam disponibilizadas em 2015. Com nove unidades operacionais fixas e um centro de ações móveis, a entidade alcança todo o Estado e 18 áreas industriais, entre as quais a metalmecânica.

Os cursos técnicos, a porta de entrada mais rápida no mercado de trabalho, são práticos, baratos e requisitados pelas empresas. As oportunidades oferecidas vão de soldadores a caldeireiros, passando por mecânicos, montadores, pintores industriais e instrumentistas. A entidade conta ainda com uma modalidade de formação que visa a aperfeiçoar aqueles que já estão inseridos no mundo do trabalho e desejam aprimorar suas técnicas, conhecimentos e saberes. O portfólio dessa modalidade conta cerca de 110 títulos, como Programação em Torno CNC, Lubrificação, Leitura e Interpretação de Desenho, Hidráulica, Pneumática e muitos outros.

Na opinião do gerente da Divisão de Educação Profissional do Sesi-Senai, Zilka Teixeira, uma instituição capaz de promover a formação da força de trabalho especializada é fundamental para o Estado. “Além da preocupação com o saber fazer, necessário aos

DEMANDAS DO SETOR METALMECÂNICO BRASILEIRO:

Ajustador mecânico – Cuida do reparo de peças e equipamentos em metal. Soldador – Responsável pelo processo de soldagem de peças; cuida de um processo de conclusão, acabamento. Mecânico de usinagem - Opera máquinas e ferramentas executando peças conforme desenho ou operando máquinas de usinagem que fazem peças seriadas.Eletricista - Faz a instalação de entrada de energia, de distribuição e de iluminação.Desenhista mecânico – Responsável pelos detalhes e especificações para equipamentos mecânicos e preparação de desenhos, conforme esboços e propostas de projetos de engenharia. Montador – Pode atuar tanto em empresas que fabricam máquinas e equipamentos quanto em montadoras de veículos, ou ainda trabalhando em atividades voltadas para a construção naval e indústrias de metalurgia básica. Ferramenteiro - Fabrica ferramentas utilizadas na área de usinagem. Técnico em elétrica – Cuida das instalações elétricas em qualquer etapa do processo de geração, transmissão ou distribuição de eletricidade. Torneiro mecânico – Produz e faz o acabamento de várias peças por meio de um sistema de rotação que possibilita cortes e modelagens específicas.

“A manutenção de nossos contratos passa indiscutivelmente por um cuidado especial com a mão de obra””Antônio Prando, diretor da Conami

25Jun/Jul/Ago • 2015

alunos e diagnosticado pelo Senai por meio de análises ocupacionais, as ações formativas da entidade visam ao atendimento às demandas industriais, especialmente no tocante à competitividade, bem como a formação de profissionais aptos para o exercício de sua ocupação no mundo do trabalho e na sociedade. A formação profissional é fator de extrema relevância para o desenvolvimento dos trabalhadores e das indústrias, especialmente quando consideramos o uso das novas tecnologias e a necessidade de domínio dos saberes necessários para o desempenho de ocupações industriais”, reforçou.

Ela lembra ainda intrínseca relação do Senai com o setor metalmecânico. “Em 1987, o Senai iniciou a oferta de cursos técnicos de nível médio (Técnico em Instrumentação Industrial), modalidade em que atualmente oferece 17 títulos, dentre eles o de Técnico em Mecânica e o Técnico em Eletrotécnica, que representam juntos grande parte da oferta formativa da modalidade no Estado”, disse.

Com iniciativas como as do Senai, Eduardo Pancini, da Itamil acredita ficar mais fácil lidar com um dos grandes desafios da indústria: desenvolver cursos que possam unir teoria e prática, com maior duração para formação

de profissionais que já saiam preparados para o mercado de trabalho. “Podemos chegar lá unindo o empresariado, entidades e instituições de ensino”. O mercado, de forma geral seria beneficiado por essa união de forças, e os trabalhadores capixabas teriam acesso a oportunidades melhores em suas carreiras.

“As ações formativas da entidade visam ao atendimento às demandas industriais, especialmente no tocante à competitividade”Zilka Teixeira, gerente da Divisão de Educação Profissional do Sesi-Senai

26 REVISTA SINDIFER - ES

Registro

PDF promove encontro entre Samarco e fornecedoras R eunindo representantes de Sistema Findes,

Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), sindicatos, Samarco e prestadoras de

serviços para o setor de mineração, aconteceu no dia 27 de abril um workshop especial no Auditório da Findes. Além do superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; do coordenador executivo do PDF, Rusdelon Rodrigues de Paula; e do gerente da Samarco, Antônio Toledo, o evento contou com a presença de 150 empresários e abriu espaço para que a Samarco pudesse apresentar os investimentos Capex – a serem aplicados em equipamentos e instalações – previstos para os próximos cinco anos. Entre as ações, o destaque é o Projeto Máxima Capacidade (PMC), orçado em cerca de R$ 1 bilhão.

De acordo com Fábio Dias, com o encontro, o PDF novamente criou uma ponte entre uma grande companhia e suas fornecedoras. “A Samarco pontuou os investimentos que pretende fazer e falou sobre as expectativas a respeito dos fornecedores. Essas empresas estiveram presentes, e perce-bemos que todas gostaram muito. Foram feitas perguntas pertinentes, e o clima foi de otimismo. A mineradora mostrou, inclusive, a intenção de participar de novos encontros para

tratar de áreas específicas, criando uma aproximação cada vez maior com o mercado. Foi com certeza um dos melhores eventos do PDF em que já estive”, disse.

Além dos projetos da Samarco, também foram apresen-tadas as iniciativas do PDF e da Câmara das Indústrias de Base e Construção, que divulgou programas na linha de produtividade. “O público gostou muito, e promovemos no final um debate sobre inovação e redução de custos. Queremos dar foco a esses temas e incentivar a abertura para o desenvolvimento de novos produtos e mecanismos que aumentem a competitividade das empresas do Estado. E isso é feito através da qualificação e certificação de empresas, viabilização de negócios por meio de palestras, viagens técnicas e workshops, redução de custos para os clientes e geração de emprego e renda para empresas e trabalhadores capixabas”, ressaltou Lucas Moreira Minete, consultor que realiza um trabalho junto ao PDF.

O Programa tem o apoio de Findes, Sebrae, Movimento Espírito Santo em Ação e Governo do Estado do Espíri-to Santo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes). Para participar, é preciso ser associado a Sindifer, Cdmec, Sindicon, Sindicopes ou Sinaenco.

Workshop reuniu cerca de 150 pessoas no Auditório da Findes

27MAR/ABRIL • 01

Registro

Instituto trará soluções em tecnologia e inovaçãoA s obras de reforma e ampliação do Senai Vitória,

que irão transformar desde a fachada até salas de aulas e laboratórios, reservam um

grande destaque para a indústria metalmecânica: além da nova arquitetura, a unidade vai abrigar o Instituto Senai de Tecnologia (IST). Uma das novidades mais marcantes do Plano de Investimentos do Sistema Findes, o instituto contará com 3250 m² de área construída, com investimento de R$ 16 milhões. O Instituto trará soluções em tecnologia, pesquisa e inovação para o setor metalmecânico, apontando melhorias contínuas nos processos, desenvolvendo produtos e serviços.

A partir da ampliação, a unidade do Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial será ampliada de 10 mil para cerca 15 mil m². Desse total, 600 m² se referem a modernização e ampliação dos laboratórios e oficinas utilizados pelos alunos. O projeto prevê construção de novos espaços pedagógicos na escola e auditório com capacidade para 120 pessoas. “O IST vai contribuir para a formação do perfil da nossa indústria, como foco na prestação de serviços para o setor metalmecânico.

IST chegou para fortalecer o setor metalmecânico

Estamos investindo em inovação, ampliando nossa participa-ção nas cadeias globais, buscando ter mais competitividade e produtos de mais valor agregado”, disse o presidente da Findes, Marcos Guerra.

Artigo

28 REVISTA SINDIFER - ES

Lay-off : alternativa para as empresas enfrentarem a atual crise econômica Para que a empresa possa aplicar o regime de lay-off, é preciso estar com a situação contributiva regularizada perante a Receita Federal, garantindo o pagamento de parte do salário dos empregados afastados pelo FAT

Odair Nossa Sant’ Ana é advogado, sócio do Escritório Sant´Ana & Laporti Advogados Associados e especialista em Direito do Trabalho e Relações Sindicais

A desaceleração do crescimento, o aumento do desemprego e a falta de perspectiva no avan-ço da economia brasileira criam a certeza de

que novos postos de trabalho também serão reduzidos. Diante desse cenário, as empresas estão buscando opções que lhes garantam segurança jurídica para enfrentarem a crise, mas que ao mesmo tempo representem uma diminuição de custo durante certo período.

A alternativa jurídica que as companhias estão encontrando é o lay-off, que nada mais é do que a queda temporária dos períodos normais de trabalho e de salários ou a suspensão temporária do contrato de trabalho do empregado, com duas formas de regimes distintas, sendo a primeira prevista na Lei nº 4.923/65, art. 2º, e a segunda para requalificação de mão e obra, nos termos da CLT, art. 476-A + Lei nº 7.998/90 + Resolução 591 do MT.

Na primeira situação, o empresário poderá optar por encolher, temporariamente, a jornada de seu quadro de funcionários e também seus salários em até 25%, por um intervalo de até três meses, que pode ser prorro-gado se houver concordância das partes. Na segunda, diferentemente da primeira, o contrato de trabalho fica suspenso para que o trabalhador se requalifique nesse período, e o prazo máximo de duração da suspensão é de cinco meses, sendo o mínimo de dois meses, período no qual o empregado se submeterá a frequentar cursos

ou programas de qualificação, sempre oferecidos pelo empregador. Vale salientar que tanto a redução da jornada e salário quanto a suspensão do contrato de trabalho do empregado devem ser objeto de negociação com o sindicato da categoria.

Se a empresa optar por retração de salário e jornada, permanece com a obrigação de pagamento de salários reduzidos. Caso a opção seja pela suspensão do contrato de trabalho para requalificação profissional, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pagará os salários dos empregados, respeitado o limite do teto do seguro-desemprego aplicável à época da suspensão contratual. Durante o período de suspensão contratual é que serão ministrados os cursos de qualificação, nos quais os empregados deverão comprovar presença mínima de 75%, sob pena de não receberem os valores da bolsa paga pelo FAT. Para que a empresa possa aplicar o regime de lay-off, é preciso estar com a situação contributiva regularizada perante a Receita Federal, garantindo o pagamento de parte do salário dos empregados afastados pelo FAT.

Tanto a redução da jornada/salário, quanto a sus-pensão do contrato de trabalho se apresentam como meios eficazes para o trabalhador, por preservar o emprego, como também para o empregador em situ-ação econômica instável passageira, que pode atuar para recuperar sua estabilidade social e econômica enquanto durar tal situação.

Especial

30 REVISTA SINDIFER - ES

Especial

MEC Show movimenta a indústria no Estado

Evento deve reunir 17 mil visitantes e contar com 150 expositores

Por Gustavo Costa

31Jun/Jul/Ago • 2015

MEC Show 2015 – 8ª Feira da Metalmecânica, Energia e AutomaçãoData: 28 a 31 de julho de 2015Novo horário: 15 às 21 horasLocal: Pavilhão de Carapina - Serra - ES – Brasil

SERVIÇO

O Espírito Santo sediará, pelo oitavo ano consecutivo, a Feira da Metalmecânica, Energia e Automação - MEC Show 2015,

programação de destaque do setor e que irá reunir no Parque de Exposições de Carapina, na Serra, entre 28 e 31 de julho, as principais novidades em máquinas, equipamentos, produtos e serviços de 150 expositores para a indústria brasileira. A estimativa dos organizadores é de que o evento atraia cerca de 17 mil visitantes.

Para Manoel Pimenta, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado (Sindifer-ES), trata-se de uma grande vitrine para os lançamentos industriais e para prospecção de clientes e parceiros. “Além de conhecer novos produtos e empresas que estarão expondo pela primeira vez, a MEC Show representa para o público a oportunidade também de agregar conhecimento, estreitar relacionamentos e conscientizar-se quanto à importância da inovação. Neste momento, devemos adquirir expertise para atuar em novos mercados, e isso se dá com conhecimento”, disse.

Já na avaliação de Antônio Falcão, presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), o setor usa momentos como a feira para mostrar que pode competir em igualdade de condições com empresas nacionais e até internacionais. “A MEC Show promove integração entre fornecedores e grandes compradores, estimulando o desenvolvimento e a prática da subcontratação industrial, além de possibilitar a geração de negócios entre as empresas”, enfatizou.

Uma iniciativa do Sindifer-ES e do Cdmec, a exposição tem realização da Milanez & Milaneze, em parceria com VeronaFiere e correalização do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES). Há ainda o apoio da Secre-taria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei).

De acordo com o coordenador da programação, Marcos Milaneze, as atividades seguem atraindo muitas novas empresas, mostrando a força da área metalmecânica. “Além das expositoras tradicionais do segmento, a MEC Show 2015 contará com mais de 20 novas empresas participantes, o que

demonstra sua consolidação no calendário nacional. A participação de novas empresas demonstra claramente que algumas enxergam oportuni-dades nos momentos de incertezas. As indústrias metalmecânicas estão diversificando mercados, lançando novos produtos e buscando atrair mais clientes. Para isso, nada melhor do que participar de uma feira como essa, onde reunimos em um só espaço as principais empresas do segmento, com uma visitação qualificada”, explicou. Segundo Milaneze, o ambiente promove um alto nível de decisão no seu público. “Ano passado, a projeção de negócios futuros foi de R$ 50 milhões, levando em conta as rodadas de negócios e os contatos feitos diretamente nos estandes”, completou.

No entendimento do consultor Durval Vieira de Freitas, uma grande vitrine se abre na ocasião para o mercado regional e nacional. “As empresas estão entendendo a importância de desenvolver produtos para participar do mercado de mineração, siderurgia e celulose, como também estão conscientes da neces-sidade de criar produtos e serviços para atender a setores que estão surgindo, como energia, petróleo e gás. Para o cenário atual, o foco são tecnologias voltadas à operação. Para alcançar novos mercados, as companhias buscam participar dos investimentos de valores elevados, atendidos por fornecedores de outros países”, frisou.

ISA SHOW E DEBATE SOBRE O PETRÓLEO Além de exibir produtos e serviços, o evento traz

uma importante programação paralela, com cursos, palestras, conferências, rodadas de negócios e visitas técnicas. Mas o destaque fica por conta do Seminário e Exposição de Instrumentação, Sistemas, Elétrica e Automação, o ISA Show ES.

A MEC Show 2015 trará ainda a 4ª Conferência da Indústria de Petróleo, Gás e Indústria Naval,

“A participação de novas empresas na feira demonstra que algumas enxergam oportunidades nos momentos de incertezas”Marcos Milaneze, coordenador da MEC Show

Especial

32 REVISTA SINDIFER - ES

Especial

Mec Show 2015: planta da feira

32 REVISTA SINDIFER - ES

Expositor Pavilhão

AMR Assessoria & Treinamento 1

Asten LTDA 1

Ata Sistemas de Identificação Ltda 1

Automaton 1

AutVix Engenharia 1

Branqs 1

CDMEC 1

Compet Engenharia e Consultoria Ltda ME 1

Durag Siena 1

Ecos Segurança Eletrônica 1

Espiral Engenharia 1

Findes 1

Grupo Conex 1

Hidrotécnica Serviços Eirele ME 1

IEPTB - Inst. de Estudos de Protesto de Titulo 1

Insaut 1

Instrumentos Lince 1

ISA Seção Espirito Santo 1

Labmar Analises e Soluções Ambientais 1

Milanez & Milaneze S/A 1

Murrelektronik do Brasil 1

Projects 1

Schenck Process 1

Sebrae es 1

Rede Petro 1

Sesi 1

Senai 1

SINDIFER 1

Survive Training Ltda 1

*Planta e lista de expositores sujeita a alteração

Expositor Pavilhão

Tecnopred Tecnologia Preditiva Ltda. 1

Tpvv Logística Ltda Me 1

Trumpf 1

Usm Industrial & Offshore 1

Westcon 1

Yokogawa América Do Sul 1

Zaruc Tecnologia Ltda- Me 1

Abrafer Comercial Ltda 2

Acr Sistemas Industriais 2

Aesseal 2

Alumetal Placas 2

Asp 2

Balg 2

Bandes 2

Bel Air Pneumática E Hidráulica 2

Biasa 2

Bl Tecnologia 2

Brametal 2

Brasfixo 2

Bvk Engenharia 2

Carleti Equipamentos 2

Expositor Pavilhão

Cedisa 2

Cemaço 2

CGW Brasil 2

Craws Valvulas e Acessórios 2

DBM Sistemas 2

Digi-Tron Balanças 2

DVF 2

EagleBurgmann do Brasil 2

Editora Ipesi 2

Elite Soldas 2

Elpis Informática 2

EPS Brasil 2

Estel Servicos Industriais Ltda 2

Faculdade UCL 2

Fer Ferramentas 2

Fluidvix 2

Freudenberg Filtration Technologies 2

German-tec 2

GM Industrial 2

Grupo FTA 2

33Jun/Jul/Ago • 2015 33

Expositor Pavilhão

Hesidral 2

Hidrauvit Equipamentos Industriais 2

Hiper Entregamos Mix de Materiais Ltda-Me 2

Ibram 2

Imcar S.P.A. 2

Imetame Metalmecânica 2

Intercores 2

Intergerais Comercio Industria e Servicos Ltda 2

Itamil 2

Jetech 2

Expositor Pavilhão

Jevinetwork 2

Klüber Lubrification 2

Loti 2

Lúcio S Rolamentos 2

Metallic 2

Mogai Tecnologia De Informação 2

Netzsch 2

Norpem Comercial Ltda 2

Nutriex 2

Oliveira Retentores 2

Pecroll Automação Pneumática 2

Pentago 2

Perfilados Rio Doce 2

Polaris Informática 2

Powermaq 2

Produtiva Comercio Atacadista de Ferramentas Ltda 2

Raizer Moura Tecnologia 2

Realvix Comércio e Representações 2

Repal Comercial Ltda 2

Expositor Pavilhão

Revista do Aço 2

Revista Maquinas e Metais 2

Revista Siderurgia Brasil 2

Rotec Equipamentos Industriais Ltda 2

Rud 2

Samson 2

Saveli 2

Seal Técnica Vedações Ltda 2

Sindinfo 2

Semin 2

Senior Espírito Santo 2

Sew Eurodrive 2

Expositor Pavilhão

Sideral Tecnologia 2

Silber Do Brasil 2

Smc 2

Solaris 2

Solução Epi 2

Solus Tecnologia 2

Svs Eletromotores 2

Tecnoclean 2

Tecnotextil - Levtec 2

Telemasters 2

Thimer Brasil 2

Tintas Marfim 2

Tyrolit Do Brasil 2

Unistamp 2

Univesp Uniformes 2

Uptime 2

Viferro Ferramentas 2

Vixteam Consultoria & Sistemas 2

Werk-Schott Pneumática 2

Winner Correias e Mangueiras 2

W-Service 2

Ygb 2

Zaganelli Advogados & Associados 2

Zagonel 2

Jun/Jul/Ago • 2015

Especial

34 REVISTA SINDIFER - ES

que promoverá debates sobre os projetos no Espírito Santo e no Brasil. Segundo maior produtor nacional de petróleo e gás, com resultados mais expressivos que os estados do Norte e do Nordeste juntos, o Espírito Santo é responsável por 16% da extração brasileira. Atualmente, a operação no Estado gira em torno de 390 mil barris de petróleo equivalente por dia e cerca de 12 milhões de m³ de gás natural/dia, com sete plataformas em atividade no litoral capixaba.

A programação prevê também a realização de Rodadas de Negócios, promovidas pelo Sebrae-ES, com o intuito de colocar as organizações em contato direto com as grandes compradoras do setor.

Para Durval Vieira de Freitas, a MEC Show ganha ainda mais visibilidade e relevância com esses eventos. “A ISA é uma parceria que procurávamos havia algum tempo. É consti-tuída por empresas de reconhecida competência no Brasil, atuantes na área de automação, e complementa as atividades das empresas do campo metalmecânico, trazendo ganho para todos. Também permite a participação dos fornecedores capixabas em negócios de maior valor e geração de empregos de qualidade, além de mostrar que a união é o melhor caminho para consolidar e fazer crescer os setores”, disse.

Já na Conferência da Indústria de Petróleo, será possível conhecer as previsões de investimentos da Petrobras e da Shell, bem como a experiência sobre parcerias entre empresas brasileiras e americanas, com a participação da Inova. “Pela primeira vez na MEC Show, teremos a presença de um representante da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) falando sobre o tema, a situação atual e as expectativas. No painel da indústria naval, a Jurong e a Imetame abordarão investimentos e demandas. E teremos representantes da Secre-taria de Desenvolvimento Econômico (Sedes) destacando os desafios e oportunidades no Estado”, frisou Durval.

A conferência é um dos pontos altos da programação paralela e já se tornou referência para os profissionais da cadeia de petróleo e gás e da indústria naval do Estado. É essa a opinião do coordenador Marcos Milaneze. “A cada ano, buscamos elaborar mesas-redondas de alto nível, com a participação de pessoas envolvidas diretamente no negócio, com apresentação de projetos e de oportunidades para a indústria metalmecânica. Com certeza, a edição deste ano não será diferente”, garantiu.

Por fim, no último acontecerá o 3º Seminário de Inovação, seguindo a mesma linha das edições anteriores, com casos de sucesso e oportunidades no mercado para as indústrias desen-volverem seus projetos. A expectativa é de que engenheiros das principais petrolíferas apresentem a demanda por bens e serviços para que possam ser desenvolvidos por empresas locais. Dessa forma, haverá incentivo aos projetos inovadores nos pequenos negócios do Espírito Santo, aproveitando a atual capacidade instalada.

Estímulo ao desenvolvimento, apresentação de grandes produtos e serviços, busca de sinergias que promovam o debate de novas tecnologias, capacitação do setor. Isso e muito mais poderá ser conferido na MEC Show, grande momento da área metalmecânica no ano.

“As empresas estão entendendo a importância de desenvolver produtos para participar do mercado de mineração, siderurgia e celulose”Durval Vieira de Freitas, consultor da MEC Show

4ª Conferência Petróleo, Gás e Indústria NavalPainel I - Petróleo e Gás no ESDia: 28 de julhoParceria: Fórum de Petróleo e Gás

• Petrobras: Oportunidades Capex e Opex• Shell: Exploração e Investimentos• Inova: EUA x Brasil – Oportunidades de Negócios

(João Araújo)• Onip: Situação Atual e Perspectivas

(Eloi Fernandez e Fernandez)

Painel II - Indústria NavalDia: 29 de julhoParceria: PDF• Sedes: Desafios e Perspectivas para o ES

(José Eduardo Azevedo)• Estaleiro Jurong• Imetame (Áureo Leal)• Porto Central• Portocel (a confirmar)

Seminário de Energia no ESDia: 30 de julhoParceria: Aspe• Aspe: Situação Atual e Fontes Alternativas• BR Distribuidora: Concessões• BR Distribuidora: Soluções Energéticas• Smart Grid RJ (Maria Paula Martins)

3º Seminário de InovaçãoDia: 30 de julhoParceria: Conptec e Cdmec• Cidade da Inovação:

A Experiência de Santa Catarina• Conptec: C&T no ES (Franco Machado)• Bandes: Inovação e Recursos Disponíveis

(Luiz Paulo Vellozo Lucas)• Petrobras: Cenpes – Inovação e Tecnologia

Caso de Sucesso - Samarco: Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (Denilson de Araújo)

PROGRAMAÇÃO

Registro

36 REVISTA SINDIFER - ES

U ma data para refletir sobre a importância de se prevenir os acidentes, o Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho (28 de abril) foi devidamente lembrado na ArcelorMittal

Cariacica, que realizou diversar ações de conscientização de seus empregados. O evento, conhecido como Dia S, contou com a palestra “Campeões de Segurança”, do consultor organizacional Ton Neumann. Ele abordou a importância de cada colaborador se sentir responsável e buscar evitar riscos no ambiente de trabalho. Já o diretor da Unidade de Cariacica, Fernando Magalhães, destacou a relevância do dia para a empresa. “A segurança para a ArcelorMittal é um valor. O Dia S é bastante significativo, porque é uma data em que todos falam de segurança na empresa. Temos desenvolvido muitos projetos em prol da segurança, modernizando equipamentos e trabalhando para que as pessoas tenham o entendimento de que o principal agente da sua segurança é o próprio profissional”, frisou ele.

O prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia Júnior, o Juninho, esteve presente e afirmou que refletir sobre segurança e saúde dos trabalhadores se mostra enriquecedor sempre. “É importante saber que temos uma empresa que se preocupa com a segurança de seus trabalhadores. Devemos lembrar que embaixo do uniforme existem pessoas”, falou.

O tema é prioritário e encarado com tanta seriedade na ArcelorMittal Cariacica que as ações começaram ainda em 22 de abril, com uma intensa programação, debates de diferentes assuntos em reuniões de

As boas práticas de segurança e saúde foram divulgadas e celebradas na ArcelorMittal Cariacica

equipes, minicurso de combate a incêndio, auditorias de análise preliminar de risco nas áreas, sessões especiais de ginástica laboral, e apresentações de estatísticas de incidentes e saúde.

As medidas de segurança e saúde realizadas por companhias terceirizadas que atuam na ArcelorMittal Cariacica também ganharam destaque durante o Dia S. Foram escolhidas na usina cinco boas práticas executadas por quatro empresas prestadoras de serviço, exibidas por meio de fotos em um grande painel montado no pátio da siderúrgica. Saíram vencedoras PH Transportes, que apresentou uma escavadeira com câmeras laterais e traseiras, proporcionando melhor visibilidade ao operador; e a Portside, que apostou em uma empilhadeira com câmeras e isolante acústico, melhorando a visibilidade no operador, eliminando pontos cegos e diminuindo os riscos de atropelamento e colisão.

“O que estamos praticando hoje, temos que trazer para o dia a dia. Nossa atitude dentro da usina está mudando. Temos envidado esforços variados na área comporta-mental, com psicólogos, com engenheiros de segurança, com médicos. Cada um no seu campo, fazendo a mu-dança acontecer”, finalizou o especialista em Saúde e Segurança da ArcelorMittal Cariacica, Miguel Quintão.

ArcelorMittal Cariacica celebra Dia de Saúde e Segurança

37MAR/ABRIL • 01

Registro

Imetame é referência em valorização da vidaT rabalho de resultados e com foco no bem-estar

de seus colaboradores. Assim opera a Imetame Metalmecânica nos projetos que abraça pelo Brasil.

Em Camaçari, na Bahia, a equipe da empresa foi reconhecida por um cliente pela atuação consciente durante a parada realizada entre os dias 25 e 31 de março na fábrica da BSC. Aproximadamente 90 colaboradores participaram dos trabalhos de manutenção da parte de pressão e periféricos da Caldeira de Recuperação.

O diploma na área de segurança do trabalho foi recebido pela Imetame como reflexo da dedicação e do compromisso dos seus funcionários. ‘‘A união do grupo e a responsabilidade com que o trabalho é exercido fizeram com que tivéssemos ótimos resultados em valorização da vida. A satisfação do cliente quanto à realização das nossas atividades foi gratificante”, disse o assistente de produção Charles de Jesus Passos.

38 REVISTA SINDIFER - ES

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Engelmig é premiada em Minas GeraisA ssociado ao Sindicato das Indústrias

Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer), o Grupo

Engelmig recebeu o prêmio de “Empresa Destaque do Ano”, no ramo de eletrificação, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A premiação foi entregue no dia 21 de maio ao diretor-presidente da empresa, Moisés Pêsso da Silveira, e ao gestor executivo de Operações, Matheus Pêsso da Silveira, em Belo Horizonte. “É com gratidão que recebemos este prêmio, que é motivo de muita honra e orgulho para nós”, disse Matheus, que ganhou ainda a Medalha do Mérito Industrial das mãos do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do presidente da Fiemg, Olavo Machado Júnior.

Com aproximadamente 4 mil funcionários diretos, a Engelmig está classificada hoje como uma das maiores companhias do país no segmento elétrico. Ela é referência em construção e manutenção de linhas de transmissão e subestações, inspeção em linhas de transmissão por robô, serviço técnico-

O gestor de Operações da empresa, Moisés Pêsso, recebeu Medalha do Mérito Industrial

comercial e atendimento emergencial, entre outros. Tem contratos contínuos com nove estados do país e mais de 110 mil quilômetros de linhas de distribuição construídas.

Além da homenagem, 2015 tem se mostrado um ano espe-cial para o Grupo, que comemora, no dia 4 de julho, nada me-nos que 30 anos de história no mercado. “Estamos contentes, pois a premiação veio brindar nosso aniversário”, destacou Matheus. Para o futuro, ele lembra que o objetivo é dar continuidade aos ide-ais da empresa, visando sempre ao compromisso com o resultado, à valorização do trabalhador e à satisfação do cliente.

40 REVISTA SINDIFER - ES

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Ifes e Embrapii investem em polo de metalurgiaO Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) teve

selecionada a sua proposta para a implantação de um polo de inovação na área de metalurgia e materiais,

aprovada na chamada pública 02-2014 da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que é uma organização social credenciada pelo Governo para gerir recursos públicos em ações de políticas públicas de apoio à inovação. O Polo Embrapii Ifes (Peifes) em Metalurgia e Materiais será sediado no Ifes – Campus Vitória, composto por equipes de pesquisadores e laboratórios voltados para essa área.

Ao todo, já estão comprometidos no Peifes, além da infraestrutura do Ifes, R$ 4 milhões do seu orçamento, R$ 3 milhões da Embrapii e R$ 3 milhões pré-garantidos por empresas nacionais, somando R$ 10 milhões na start up. O Campus Vitória aporta ainda cerca de R$ 5 milhões de seu orçamento para obras de melhorias na infraestrutura de laboratórios e na implantação do Centro de Gestão do Polo. “O Peifes vai oferecer serviços de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) às empresas brasileiras do agregado do setor metalmecânico, como mineração, metalurgia, siderurgia, petróleo, gás, energia, construção naval, construção civil pesada e fabricação de máquinas e equipamentos. Como está sediado no Espírito Santo, deverá ter a maior parte das parcerias com indústrias da região. Isso também vai depender da capacidade do ramo metalmecânico capixaba de gerar demandas e se comprometer com investimentos em PD&I. Para tanto,

o Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMEC) já está atuando como parceiro na captação de projetos. Empresas como a Columbia e a TecVix já negociam e executam projetos pré-polo”, destacou o responsável técnico pelo credenciamento do Peifes, professor Tadeu Pissinati Sant’Anna.

Segundo ele, o Polo Embrapii no Ifes será credenciado, inicialmente, por três anos. “Já está comprometida uma subvenção financeira da Embrapii no valor de R$ 3 milhões, a ser empregada para negociação de projetos de PD&I com empresas. Essa cifra poderá ser ampliada durante o período de credenciamento, dependendo da capacidade do Peifes de cumprir as metas estabelecidas e da captação de novas parcerias. Ao final do primeiro período de credenciamento, o polo será avaliado em seu desempenho para o recredenciamento, dessa vez por seis anos, gerando novas captações de subvenção da Embrapii”, disse.

O professor ressalta ainda que o polo oferecerá serviços de pesquisa aplicada em projetos cooperativos de PD&I, envolvendo profissionais do Ifes e de empresas nacionais. “Os desafios a serem priorizados estão nas tecnologias em estágio pré-competitivo, tais como lotes-piloto, plantas-piloto e protótipos de materiais e processos industriais, tanto de melhorias de tecnologias existentes como de novos materiais e processos. Serão oportunidades para as empresas se tornarem mais competitivas, com produtos e processos melhorados e inovadores”, explicou.

Polo terá serviços de PD&I para as empresas do setor metalmecânico

41MAR/ABRIL • 01

Tecvix é finalista em prêmio nacionalL iderada pelo vice-presidente do Sindicato das Indústrias

Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer), Luiz Alberto Carvalho, a empresa capixaba

Tecvix ficou entre as 28 finalistas do Prêmio Nacional de Inovação, na categoria “Inovação Tecnológica”, com o projeto “Tubo para Injeção de Vapor”, idealizado como ferramenta na perfuração de petróleo. A disputa teve mais de duas mil empresas inscritas.

Uma iniciativa da Mobilização Empresarial da Inovação (MEI), com realização da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a premiação tem suporte do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Movimento Brasil Competitivo (MBC).

Luiz Alberto, que é o diretor-presidente da Tecvix, recebeu o prêmio no dia 13 de maio.

De acordo com ele, foram dois anos e meio de desenvolvimento do projeto, que hoje é executado em parceria com a Petrobras, já com a patente registrada. “Estar entre os projetos finalistas em todas as categorias por si só é uma vitória”, diz o industrial. Para ele, os investimentos, o trabalho em equipe e a busca por bons resultados foram fundamentais para a indicação à premiação. “Espero que os empresários vejam o quanto é importante investir em inovação e tecnologia. Quem não se propõe a inovar pode não sobrevier à crise pelo qual estamos passando”, frisou. Na sua opinião, as empresas que esperam ter bons resultados precisam, cada vez mais, investir em inovação. “É durante as crises que surgem as oportunidades”, enfatizou.

Finalistas do Prêmio Nacional deInovação 2015

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Sustentável

42 REVISTA SINDIFER - ES

SustentávelPor Lui Lima

Eficiência, a receita para superar a crise de abastecimento

Investimento em máquinas mais eficientes e em equipamentos que consomem menos água e energia é a saída para economizar sem perder na produção

43Jun/Jul/Ago • 2015

A crise econômica não tem sido a única a preocupar o setor industrial brasi-leiro nos últimos meses. Em 2015,

os quadros desfavoráveis apresentados pelo abastecimento hídrico e pelo fornecimento energético, intimamente ligados um ao outro, deixaram de ser um problema do futuro e se tornaram palpáveis e imediatos para o país e para a indústria. Na raiz do revés, a falta de planejamento e de investimentos, que já dura décadas.

O ano começou com a Região Sudeste passando por uma das piores estiagens de sua história, com efeitos mais evidentes em São Paulo, mas sentidos também nos outros estados, inclusive no Espírito Santo. Mas as condições meteorológicas não são nem de longe as grandes responsáveis pela situação. A falta de chuvas foi apenas o estopim para revelar o real cenário hídrico do Brasil, que apesar de possuir uma das maiores reservas de água doce do mundo, nunca soube administrá-la com competência, seja por parte dos governos estaduais e Federal, seja pelo lado dos consumidores.

A poluição e o assoreamento de rios impor-tantes, assim como a destruição de matas ciliares e nascentes, têm sido práticas comuns há gerações e, juntamente com o desperdício – responsável por jogar fora 37% da água tratada, segundo estudo divulgado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) –, foram itens decisivos para originar a atual crise de abastecimento hídrico. Essa perda de recursos também gera prejuízos enormes – superiores a R$ 8 bilhões por ano, segundo cálculos do Instituto Trata Brasil. Some-se a isso a falta de investimentos na recuperação de rios e na melhora da eficiência no armazenamento, na produção e na distribuição de água, e eis que podemos começar a entender os motivos que levaram ao risco real de racionamento de água em todo o território nacional.

Agravando ainda mais a situação, no país, mais de 68,8% da eletricidade são produzidos pelas

hidrelétricas, de acordo com dados de 2014 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Assim, a falta d’água também afeta diretamente o fornecimento de energia. O gargalo na produção energética, aliás, é uma questão bem conhecida entre os industriais, sendo que investimentos maciços nessa atividade são um desejo de 10 em cada 10 empresários do setor.

A nação é completamente dependente da energia gerada pelas hidrelétricas e, excetuando-se a construção de termelétricas (muito mais caras e poluentes), pouco se fez nas últimas décadas para mudar esse panorama. A aposta principal permaneceu sendo no seu grande potencial hídrico, que, apesar de sua importância, não é cuidado como deveria. Pior: o Brasil não acompanhou com pesquisas as novidades tecnológicas na área, não investe como deveria em fontes alternativas (como a eólica e a biomassa) e praticamente impossibi-lita a entrada de tecnologias como a da energia solar, em função da alta carga de impostos.

Além do que já foi dito, dois fatores conjun-turais agravaram esse quadro ameaçador. Em primeiro lugar, a decisão do Governo Federal de baixar as tarifas de energia elétrica num momento em que seus custos de produção e de transmissão cresciam, incentivando o uso perdulário e gerando um enorme rombo finan-ceiro para as distribuidoras, que tiveram que ser socorridas com dinheiro do Tesouro Nacional.

Em segundo lugar, o atraso em obras de geração e transmissão, que as autoridades tentaram solucionar paliativamente reali-zando leilões de energia em que se privilegiou o menor preço, não se oferecendo taxas de retorno compatíveis com o mercado. Isso, mais a falta de chuvas para abastecer as hidrelé-tricas, responde pelo que pode ser a pior crise energética da história nacional.

DOR DE CABEÇA PARA A INDÚSTRIA

Para a indústria, problemas no abaste-cimento hídrico e energético são uma enorme dor de cabeça. Afinal, o Brasil já

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA POR FONTE NO BRASIL

68,6%Hidráulica

12,1%Gás natural

7%Biomassa

2,6%Nuclear

2,6%Carvão

1,2%Eólica

3,9%Derivados de petróleo

Fonte: Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2014

Sustentável

44 REVISTA SINDIFER - ES

possui a sexta energia elétrica mais cara do planeta, segundo estudo realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), e viu esse ctusto aumentar 60% nos últimos 12 meses – conforme dados de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados em abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, não é possível ter expectativa de cresci-mento sem água e eletricidade.

Só resta uma alternativa: economizar. Mas como fazer isso sem prejudicar a produção? A resposta está em cortar gastos supérfluos e buscar a eficiência em todos os processos. De acordo com Luís Soares Cordeiro, diretor do Sindifer, algumas ações simples realizadas no cotidiano, por exemplo, podem ajudar na obtenção de uma economia substancial de água e de eletricidade no fim do mês. “Existem diversas ações simples que resultam em economia de energia. A adoção de ilumi-nação e ventilação naturais e o aquecimento solar para águas de processo são alguns exemplos de medidas que ajudam a enxugar os gastos”, explica.

Ainda segundo ele, a instalação de timers, fotocélulas e outros dispositivos que evitam lâmpadas acesas desnecessa-riamente; a substituição de lâmpadas comuns pelas de LED; e a escolha de equipamentos de baixo consumo e alta eficiência energética, como motores de alto rendimento e equipamentos mais econômicos, podem fazer toda a diferença para o caixa da empresa. “Também deve ser analisada, levando-se em conta a categoria do consumidor e a relação custo-benefício, a viabi-lidade de instalação de um grupo gerador para substituir a concessionária nos períodos de pico, ou seja, entre 18h e 21h, de segunda a sexta-feira”, afirma Cordeiro.

Investir em motores de alto rendimento pode parecer um conselho fora de contexto num momento de retração econô-mica, em que a maioria das indústrias está pensando em contenção de despesas. Entretanto, a longo prazo, máquinas mais modernas e mais eficientes podem representar uma economia considerável. Além dos altos custos de manutenção, equipamentos ultrapassados apresentam baixo rendimento, onerando significativamente a conta mensal de energia.

Se a opção for por investir em novo maquinário, uma dica importante é dar preferência aos que tiverem classificação A no selo do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). A certificação busca reduzir o consumo de energia elétrica identificando e informando, no selo, o grau de eficiência energética do produto.

EMPRESAS FAZEM O QUE PODEM De acordo com Lúcio Dalla Bernadina, diretor-superinten-

dente da Metalosa, em sua indústria a economia começou com a instalação de um sistema de captação de água de chuva.

“Já trabalhamos com água própria, reutilizada. Como a maior parte é empregada no sistema de resfriamento das máquinas, é possível filtrá-la mais de uma vez para usá-la o máximo de vezes possível”Fausto Frizzera, diretor comercial da HKM

37%

NÚMEROS DO DESPERDÍCIO

da água tratada é jogada fora;

O percentual representa um prejuízo de R$ 8 bilhões por ano.

Fonte: Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos 2013 - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)

São dois tonéis, um de 300 mil e outro de 500 mil litros, que são utilizados para refrigeração de equipamentos e limpeza, deixando a água tratada apenas para o consumo humano. “Conservamos a água captada da chuva em depósito vedado, sem nenhuma luminosidade e com o filtro sendo limpo constantemente”, explica.

Bernadina afirma que a Metalosa utiliza a prática há pelo menos quatro anos e que essa sempre foi uma preocupação da empresa. “Vemos em Colatina o Rio Doce totalmente degradado e assoreado, e isso sempre nos preocupou muito. Por isso, adotamos uma solução prática para economizar água tratada”, revela. E o investimento não foi em vão. Apesar de não saber precisar a economia obtida, ele considerou que o valor tem sido “substancial”, pois o investimento feito na técnica de captação e filtração da água é baixo.

Para poupar energia elétrica, explica, a questão é bem mais complexa. Isso porque o custo referente, como todos sabem, é alto. Para ajudar, foi feita uma parceria com um engenheiro elétrico que já está trabalhando em pesquisas para reduzir os gastos relativos à eletricidade dentro de sua companhia, por meio da troca de equipamentos e do desenvolvimento de tecnologias que reduzam esse consumo.

Outras intervenções envolveram mudanças de compor-tamento. “Nós não trabalhamos nos horários de picos de consumo, como entre 18h e 21h, quando as tarifas são mais altas, e tentamos reduzir o turno noturno. Também estamos trabalhando para identificar quais os pontos de desperdício e mapear onde gastamos mais eletricidade”, ressalta ele, que diz também ter trocado todas as lâmpadas pelas de tecnologia LED, mais econômicas.

A Metalosa estuda ainda ter um gerador próprio. Mas sua “menina dos olhos” é realmente a energia fotovoltaica. Entretanto, o sonho da energia barata e renovável esbarra na atual capacidade de investimento e no custo de impor-tação. “Estive na China e pesquisei empresas que fabricam os equipamentos do gerador fotovoltaico, mas é realmente muito caro. O Governo deveria financiar a importação dessas tecnologias, pois essa é a energia do futuro. Com a intensidade solar que temos no Brasil, estamos desperdiçando tempo e dinheiro ao não investir nessa fonte de energia”, conclui ele.

Para Fausto Frizzera, diretor comercial da HKM, a principal alternativa foi investir na melhora dos equipamentos, trazendo mais tecnologia e eficiência. A empresa também optou por poços artesianos e reutilização da água. “Já trabalhamos com água

45Jun/Jul/Ago • 2015

própria, reutilizada. Como a maior parte da água é empregada no sistema de resfriamento das máquinas, é possível filtrá-la mais de uma vez para usá-la o máximo de vezes possível”, diz. Já no caso da água destinada ao consumo humano, foram adotadas técnicas convencionais para diminuir o desper-dício, como torneiras com limitadores de tempo.

Com relação à energia elétrica, medidas para diminuir o consumo e tornar o negócio ainda mais eficiente passam por um estudo minucioso da planta da indústria, iniciado há mais de dois anos. De acordo com Frizzera, nesse período a HKM conse-guiu aumentar a produção (e, como consequência, a demanda de eletricidade) gastando entre 15% e 20% a menos do que antes. “Para conseguir esse desempenho, contratamos uma empresa

especializada, que fez o estudo e atualizou nosso quadro elétrico. Estamos verificando cada ponto do circuito elétrico para saber onde podemos mudar para economizar mais”, revela.

Uma dessas empresas é a WEG – Eficiência Energética, que entre os principais caminhos para a redução de energia, aponta a modernização de sistemas industriais, com investimento em estruturas de bombeamento, ventilação e refrigeração e torres de resfriamento, ações de rápida implementação que permitem até 60% de redução no consumo.

Além disso, indica a substituição de motores antigos por novos, com tecnologia de alta eficiência, que diminui as perdas de energia elétrica, e também a adequação da dimensão do motor em operação, certificando-se de que os equipamentos que operam por um maior número de horas estejam corretamente dimensionados.

Apesar de os investimentos e de novas práticas serem impor-tantes para manter a produção e, ao mesmo tempo, tornar a operação energeticamente mais eficiente, é imprescindível que haja uma mudança no comportamento dos colaboradores. Por isso, o Sindifer tem realizado diversos fóruns para discutir soluções para a atual crise de abastecimento e orientado os associados sobre medidas para economizar energia e água. “São iniciativas pioneiras, e esperamos contribuir para a adoção de novas práticas sustentáveis e de tecnologias que permitam tornar o consumo muito mais inteligente”, pontua Luis Soares Cordeiro.

Fausto Frizzera concorda que é fundamental conscientizar trabalhadores e seus líderes por meio de campanhas educa-tivas. “É preciso criar uma cultura de usar somente o estrita-mente necessário”. As empresas, a economia brasileira e o planeta agradecem.

“Existem diversas ações simples que resultam em economia de energia. A adoção de iluminação e ventilação naturais e o aquecimento solar para águas de processo são alguns exemplos de medidas que ajudam a enxugar os gastos” - Luís Soares Cordeiro, diretor do Sindifer

46 REVISTA SINDIFER - ES

Registro

Feira Prevenir acontecerá em outubroC onectar, despertar e mobilizar a sociedade para a valorização

da vida, para a prevenção de acidentes e para o aprimoramento das empresas, a fim de que possa melhorar continuamente

seus sistemas e processos de saúde e segurança no trabalho. Esses são os objetivos da 2ª Feira de Saúde e Segurança do Trabalho (Prevenir), que terá como tema “Prevenção integral: valorizando a vida” e que acontecerá entre 6 e 8 de outubro, no Carapina Centro de Eventos, na Serra. Uma iniciativa do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer), a feira é realizada por um comitê, representado por parceiros de peso, como Samarco, Fibria, Petrobras, Chocolates Garoto e Vale. A expectativa dos organizadores é a melhor possível, uma vez que os números da primeira edição foram considerados muito positivos. Em setembro de 2014, a 1ª Prevenir reuniu expositores de renome nacional e movimentou cerca de 10 mil pessoas, em 18 palestras.

Na edição 2015, destaque para a programação técnica no Espaço do Conhecimento, onde serão abordados assuntos de interesse dos profissionais da indústria. Segundo o vice-presidente do Sindifer, Luiz Alberto de Souza Carvalho, o evento deve, mais uma vez, promover o debate sobre a importância da segurança no trabalho, tendo impacto sobre empresários, trabalhadores e jovens que chegarão ao mercado nos próximos anos.

“Segurança é um tema que merece sempre a aten-ção das empresas. Ao cuidar das condições laborais dos seus trabalhadores, elas estão cuidando do bem mais precioso que possuem. E um evento como a Prevenir é uma grande oportunidade de fazer um congraçamento, uma integração entre empresas, entidades, trabalhadores e escolas. Queremos que os temas abordados na programação sejam assi-milados não só por quem está na indústria hoje, mas por aqueles que ainda estão por vir. Tenho certeza de que, a exemplo do que aconteceu no ano passado, o evento deste ano será um sucesso”, falou. Para mais detalhes, acesse o site oficial da feira: prevenires.com.br.

2ª Feira de Saúde e Segurança do Trabalho (Prevenir)Data: 6 a 8 de outubroLocal: Carapina Centro de Eventos, na Serra

SERVIÇO

Registro

48 REVISTA SINDIFER - ES

Engelmig promove treinamento de direção defensivaSempre priorizando a segurança de seus funcionários, a Engelmig Transmissão e Distribuição, que é associada ao Sindifer, iniciou o ano com treinamentos de reciclagem sobre trânsito. Em janeiro, o Departamento de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS) da empresa esteve em Campos e Macaé, no Rio de Janeiro. Já em fevereiro, foram visitadas as unidades de Porto Seguro, Eunápolis, Itamaraju, Teixeira de Freitas e Posto da Mata, na Bahia. No mesmo mês, os instrutores seguiram para o sul do Espírito Santo, nas cidades de Venda Nova do Imigrante, Guarapari, Marataízes e Cachoeiro do Itapemirim. Os assuntos dos treinamentos foram de “Legislação e Circulação de Trânsito” a “Direção Defensiva”, passando por “Causas dos Acidentes e como Evitá-los”, além da apresentação da circular sobre o “Gerenciamento de Tráfego”, que trouxe dados importantes sobre limites de velocidade, responsabilidades do condutor e medidas administrativas.

Mills é a empresa com mais instrutores sêniores IPAF

A Mills Estruturas e Serviços de Engenharia se tornou a empresa com o maior número de instrutores sêniores na Federação Internacional de Plataformas Aéreas (IPAF) no Brasil. Os funcionários Antonio Kleber e Daniel de Matos foram aprovados em entrevista internacional realizada na filial de Osasco (SP). A sabatina foi aplicada pela gerente internacional da entidade, Romina Vanzi, e a partir de agora a Mills passa a contar com três profissionais capacitados para ministrar o treinamento a operadores e supervisores de trabalhos em altura. Sem fins lucrativos, o IPAF promove o uso seguro e eficaz de equipamentos de acesso em alturas no mundo inteiro. A entidade provê consultoria e informação técnica, influenciando e interpretando a legislação e as normas mediante suas iniciativas de segurança e programas de treinamento. “Esse é um grande feito para a unidade de negócios Rental, que conta hoje com três colaboradores instrutores sêniores IPAF. Isso indica que estamos no caminho certo ao promover a segurança nos trabalhos com plataformas aéreas”, frisou Gabriel Esteves, diretor da unidade de negócios Rental.

50 REVISTA SINDIFER - ES50 REVISTA SINDIFER - ES

PesquisaPesquisa

Saúde, chave para a produtividade

Obesidade, tabagismo, hipertensão e sedentarismo são problemas graves para os trabalhadores da indústria. Invista na saúde do seu funcionário e ganhe em competitividade e redução de custos

Por Gustavo Costa

51Jun/Jul/Ago • 2015

U m problema de saúde em todo o mundo, as doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes e patologias

cardiovasculares, são as principais causas de morte e incapacidade. Na indústria, a situação não é diferente, e elas são também as maiores desencadeadoras de perda de produtividade e de aumento dos custos na assistência à saúde. Um estudo feito pelo Sesi-ES em 2006, que ouviu 13.448 trabalhadores da indústria, revelou que 26% eram hipertensos, 12% encontravam-se obesos, 16%, se declaravam fumantes, 14%, sedentários, e 3%, diabéticos. Também foram apontadas pelo levantamento dificuldades de acesso aos serviços odontológicos, levando ao agravamento de problemas existentes que terminam por se transformar em urgências e motivo de falta ao trabalho, além da consequente perda de dentes. Os trabalhadores apresentaram um índice de dentes cariados, obturados e perdidos (CPOD) de 15,2 dentes, considerado muito elevado.

O estudo do Sesi é respaldado por outros mais recentes. Um deles mostrou as categorias que mais se descuidam da saúde. Segundo a consulta, da empresa Sul América Saúde, realizada entre 2010 e 2012 com mais de 41 mil profissionais no Brasil, 64,1% dos entrevistados na indústria de transformação são sedentários, enquanto 56,7% estão obesos ou com sobrepeso. Esses problemas causam não apenas perda de produtividade, como acabam resultando em baixa qualidade de vida. A Univer-sidade de Cambridge também divulgou recentemente números que alertam, por exemplo, que o sedentarismo mata duas vezes mais que a obesidade e o sobrepeso. A pesquisa mostrou que 676 mil dos 9,2 milhões de mortes na Europa em um ano foram causadas pelo seden-tarismo, contra 337 mil provocados pela obesidade.

Com esse conhecimento em mãos, as empresas podem desenvolver ações para controlar e, em alguns casos, prevenir as principais doenças crônicas não transmissíveis que atingem os seus colaboradores. E, mesmo para as patologias já instaladas, é possível, por exemplo, manter a pressão arterial e a glicemia (quantidade de açúcar no sangue) nos níveis desejáveis, o que é capaz de evitar o agravamento de condições como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e perda de visão. E quando se fala em prevenção, um fator que pode ser fundamental é a adoção de um estilo de vida saudável, que traz benefícios em qualquer época da vida. Alimentar-se de forma saudável, praticar atividade física, não fumar e utilizar regularmente os serviços preventivos de saúde reduz a probabilidade de ocorrência de cânceres, doenças cardiovasculares e diabetes.

ATUAÇÃO DO SESI-ESSegundo o diretor regional do Senai-ES e superinten-

dente do Sesi-ES, Luis Carlos de Souza Vieira, ao realizar o diagnóstico de saúde e estilo de vida, as indústrias passam a contar com a informação necessária para dimensionar o problema das doenças crônicas não trans-missíveis e de seus fatores de risco, além da necessidade

de tratamento odontológico entre os seus trabalhadores. De acordo com Vieira, o Sesi tem grande experiência

em auxiliar as empresas com programas que objetivam conscientizar sobre os problemas e estimular a prática da atividade física espontânea. “O Sesi é o precursor do conceito de responsabilidade social. A ideia de qualidade de vida pode ser algo recente, mas a criação do Sesi em 1946 mostra que o indus-trial brasileiro se preocupou com a questão da saúde de seus trabalhadores já naquela época. Essas empresas, inclusive, mantêm essas ações, pagando 1,5% de sua folha para que o Sesi continue atuando na qualidade de vida dos trabalhadores da indústria”, disse Vieira. No Espírito Santo, além de o Sesi contar com uma unidade de Saúde e Segurança na capital, será inaugu-rando este ano unidades para trabalhar com prevenção em Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Serra. Segundo o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, serão unidades nos principais polos do Estado, atuando em questões como exames de admissão e demissão, programas de prevenção de risco de acidentes e muitas outras. “Unificamos as políticas de saúde, segurança, esporte e lazer dentro do conceito de qualidade de vida. Tudo isso leva à produtividade”, explicou Guerra.

Vieira lembrou que o Sesi-ES desenvolve ações como o Indústria Positiva, que busca criar junto às empresas serviços integrados de saúde, com base no diagnóstico completo executado em seus trabalhadores. O programa ajuda a reduzir os afastamentos do trabalho provo-cados por doenças, que atualmente representam em torno de 11% do custo da indústria. Apontando indica-dores “negativos” e oportunizando sua mudança para “positivos”, o Indústria Positiva propõe soluções especí-ficas e prevê o seu acompanhamento, possibilitando alcançar ao mesmo tempo mais saúde para trabalhadores e aumento de produtividade e competitividade.

“O Sesi nos dá um apoio muito grande com palestras e cursos ministrados por profissionais especializados. São orientações que mostram que pequenas ações feitas hoje podem ter grandes resultados lá na frente”Luiz Henrique Pessanha de Sousa, diretor da Vector Bombas

Pesquisa

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Outro programa de destaque é o Sesi Ginástica na Empresa, que atende 84 organizações e aproximadamente 23.500 trabalhadores com sessões de ginástica laboral, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida desses empregados. Realizada por um educador físico, a atividade tem efeitos benéficos na saúde em geral, podendo reduzir a ansiedade e elevar a autoestima.

Já no Programa Mais Saúde, uma equipe de enfer-magem promove o levantamento das condições de saúde, estabelece grupos de risco e atua de forma geral e específica nos temas aderentes, por meio de palestras e campanhas. E o Sesi Desafio Saúde atende diretamente o colaborador oferecendo consultoria, palestras motiva-cionais e informativas, ações físico-esportivas em grupo e individuais, além de orientação a mudanças de hábitos relacionados à alimentação. A mobilização é feita por uma equipe multiprofissional composta por profissionais das áreas de educação física, fisioterapia e nutrição.

O PONTO DE VISTA DAS EMPRESASAs muitas ações realizadas pelo Sesi têm a aprovação

das empresas do setor metalmecânico associadas ao Sindifer. É o caso da Vector Bombas. “O Sesi nos dá um apoio muito grande com palestras e cursos ministrados por profissionais especializados: médicos, dentistas, técnicos. São orientações importantes, que servem para conscien-tizar os funcionários e que mostram que pequenas ações feitas hoje podem ter grandes resultados lá na frente. Com esse trabalho do Sesi, a empresa não fica desguar-necida na questão da saúde e pode se planejar para criar um ambiente de trabalho cada vez melhor. São atividades preventivas e que trazem benefícios para o empregado, que cuida melhor de sua saúde, bem como para a empresa, que ganha em produção. O nosso índice de tabagismo,

por exemplo, é baixíssimo, quase 0%. Funcionário com saúde é funcionário mais feliz e produtivo”, disse Luiz Henrique Pessanha de Sousa, diretor da Vector Bombas.

Antônio Macedo, gerente de RH da GM Manutenção Industrial, comenta que as enfermidades dos trabalhadores e os desdobramentos delas para as indústrias já são conhecidos, gerando ações de prevenção que fazem a diferença. “As doenças crônicas preocupam a GM. Destacamos doenças cardiovasculares, câncer, doença obstrutiva pulmonar crônica e diabete. Também podemos eleger outras que afetam diretamente o ambiente de trabalho, tais como: tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, excesso de sal e álcool. Preocupada com a saúde do seu empregado, a GM oferece a todos um plano de saúde extensivo a seus familiares e, ao longo do ano, desenvolve campanhas de conscientização sobre tabagismo, câncer de mama, câncer de próstata, ginástica laboral e semana da Sipat. Também incentivamos que os empregados façam checkup pelo menos uma vez por ano, bem como que orientem seus familiares a cuidarem também da saúde. Os resultados para quem investe na saúde são positivos: menos afastamentos do trabalho por doença, menos faltas injustificadas, maior satisfação das pessoas e aumento da produtividade”, destacou ele.

Para Macedo, um ambiente de trabalho saudável e harmonioso também exerce boa influência sobre a motivação, a retenção dos talentos, a criatividade e a produtividade dos empregados. “Isso com certeza irá proporcionar melhor desempenho da saúde financeira da empresa também. Buscamos permanentemente melhorar a qualidade de vida no trabalho, promovendo ações para integração social das pessoas, como festejar os aniver-sariantes do mês, receber a visita da família na empresa, compensação de dias-pontes com objetivo de aumentar a folga do empregado e permitir que ele tenha mais tempo e lazer com a família. São iniciativas que facilitam as neces-sidades do empregado, sempre com a premissa de que pessoas mais felizes são mais envolvidas com o trabalho”. A ideia principal, de acordo com o gerente, é conciliar os interesses do empregado com os da empresa. Seja por iniciativa própria ou contando com a grande ajuda de entidades como o Sesi, as empresas capixabas estão cientes de que a saúde é uma das molas propulsoras do crescimento. E com tal importância, é uma área em que os investimentos são sempre bem-vindos e fundamentais.

“Os resultados para quem investe na saúde são positivos: menos afastamentos do trabalho por doença, menos faltas injustificadas, maior satisfação das pessoas e aumento da produtividade”Antônio Macedo, gerente de RH da GM Manutenção Industrial

“Unificamos as políticas de saúde, segurança, esporte e lazer dentro do conceito de qualidade de vida. Tudo isso leva à produtividade”Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

53Jun/Jul/Ago • 2015

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Registro

Acidentes de trabalho são debatidos em evento Com aproximadamente 13 mil acidentes de trabalho registrados por ano, o Espírito Santo se vê em um cenário preocupante para trabalhadores e para as indústrias. Esses acidentes podem ocorrer tanto no local de trabalho quanto no trajeto de ou para a casa, sem contar as doenças adquiridas devido à atividade profissional. Para debater o assunto, empresários de diversos setores participaram do curso “Como lidar com as NRs que mais impactam a indústria”, realizado durante o mês de maio. Uma iniciativa do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), do Centro de Apoio ao Sindicato (CAS) da Findes, o curso apresentou um panorama das normas regulamentadoras de segurança e saúde, como implantá-las nas empresas e como contribuir para o processo de construção e revisão. Gratuito, o curso foi realizado em Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Linhares, São Mateus, Venda Nova do Imigrante, Vila Velha e Vitória.Para Clayton Luiz Castro, consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e palestrante do curso em Vila Velha, uma das formas de a empresa evitar acidentes de trabalho é investir em treinamento e monitorar se os colaboradores estão trabalhando de forma segura. “Esses fóruns que a CNI desenvolve junto com as federações e sindicatos patronais é justamente para capacitar os gestores para uma melhor liderança com relação às questões de prevenção e proteção à saúde. Assim, criamos condições favoráveis para que tenhamos ambientes mais seguros e saudáveis”, frisou ele. A palestra também mostrou para o público a importância do associativismo e de as empresas trabalharem em parceria com sindicatos e entidades.

Findes recebe membros do IBP

Sindifer promove palestra sobre nitretação

Com o objetivo de discutir assuntos como licença ambiental, crescimento sustentável, regularidade de leilões e estabilidade regulatória, o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Manoel Pimenta, e o coordenador do Programa Estadual de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), Rusdelon Rodrigues, reuniram-se na Findes no dia 13 de maio com membros do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), entre eles o presidente da entidade, Jorge M. T. Camargo, o gerente jurídico, Matias Lopes, o diretor do Comitê de Exploração, Claudio Araujo, o gerente-executivo, Antônio Guimaraes, e o gerente de Relacionamento Externo da Petrobras, Marcio de Oliveira. Segundo Pimenta, o objetivo foi discutir os assuntos “no sentido de manter uma regularidade nos benefícios fiscais ao setor”.

Em uma parceria do Sindifer com a Nitrion Brasil, foi realizada no dia 27 de maio a palestra técnica “Tratamento Termoquímico de Superfície – Nitretação”. Cerca de 50 pessoas, entre gestores, empresários e profissionais da indústria, marcaram presença no evento, que aconteceu no auditório do Sindifer, em Santa Lúcia, Vitória. A apresentação ficou por conta do administrador e gerente da Nitrion, Edson Bruch. O objetivo foi esclarecer as dúvidas sobre nitretação, um tratamento termoquímico que tem a característica de aumentar a dureza da superfície e a resistência ao desgaste, à fadiga e à corrosão, melhorando o desempenho dos aços encontrados no mercado.

Para o diretor do Sindifer Daives Alvarenga, encontros como esse servem para integrar o setor e mostrar práticas de sucesso realizadas fora do Estado. “A palestra foi muito boa, com muito conteúdo e informações técnicas que, com certeza, serão úteis. Foi um evento positivo e que agradou a todos. É sempre bom receber empresas de fora, com outra visão e processos, e que possam passar como é o mercado onde estão inseridas. Essa troca de informações é importante”, disse.

55MAR/ABRIL • 01

Registro

Sindifer tem três novas associadasE mpresas de destaque em seus respectivos setores,

a Samarco, a Jurong e a Agrale passaram a fazer parte do grupo de associadas ao Sindifer. As companhias

enviaram em junho toda a documentação necessária e agora podem usufruir das vantagens em pertencer ao Sindicato.

Para Cássio Caldeira, diretor da entidade em São Mateus e região, esses benefícios vão da representatividade e da participação em ações voltadas para o setor metalmecânico até uma maior integração com os outros negócios do segmento. “Principalmente no norte do Estado, que era uma região de maior abrangência da área agrícola, hoje vemos grandes indústrias levando desenvolvimento, emprego e renda. A chegada dessas novas organizações traz oportunidades para os dois lados. As empresas ganham ainda mais visibilidade no mercado, e a tendência é que o Sindicato tenha uma filial também em São Mateus”, frisou ele.

Para o gerente de Recursos Humanos da Agrale, Paulo Ricardo, tão importante quanto ser uma das primeiras montadoras de veículos automotores do Espírito Santo é ingressar no Sindifer em um momento de consolidação de um novo e importante polo industrial brasileiro. “Para a empresa,

que também tem sua trajetória marcada pelo pioneirismo e pela vanguarda, fazer parte da entidade permitirá contribuir decisivamente no desenvolvimento social, econômico e ambiental da comunidade capixaba”, falou.

Paulo Ricardo, gerente de RH da Agrale: empresa poderá contribuir com o desenvolvimento do Estado

Perfil

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C om 40 anos de intenso trabalho e ainda vislumbrando oportunidades, Darcy Rodrigues Filho levou a sua empresa, a Fluid Controls do Brasil,

a um lugar de destaque nacional na distribuição de produtos e componentes para controle, armazenamento, preparação, tratamento e distribuição de fluidos industriais.

Natural de Vitória, o empreendedor, hoje com 72 anos, iniciou sua trajetória como representante comercial. Ele conta que acabou entrando no ramo a partir de uma atenta observação do mercado. “Percebi que, apesar de poucas empresas utilizarem acessórios industriais, havia um potencial muito grande de crescimento da demanda a partir dos anos 70 e 80, com os grandes projetos que se instalaram no Estado. Eu sempre gostei de atuar em áreas técnicas, sair do trivial. E aí comecei a representar produtos como válvulas e conexões”, disse.

Continuando na área, ele se aprofundou nos estudos e descobriu que a válvula de segurança, acessório principal em qualquer instalação, era produzida em grande parte por multinacionais. “Essa importante peça era feita por empresas americanas, alemãs ou inglesas. E quem a fabricava no Brasil não seguia normas. Foi assim que partimos para a fabricação. No começo, sentimos dificuldades. E custamos a identificar o que estaria atrapalhando. Afinal, mesmo com um produto eficaz e bonito, tínhamos dificuldade para vender. Parei para pensar e percebi que os produtos campeões de venda, por serem todos importados, tinham nomes estrangeiros. Por incrível que pareça, isso era um diferencial. Então, resolvi apostar e troquei o nome da empresa. E, assim,

a Impecal se transformou na Fluid Controls do Brasil. E não é que as dificuldades foram quase eliminadas? Partimos então para mudanças mais ousadas. As inovações passaram pelo trabalho de miniaturizar e embelezar as válvulas. O sucesso não parou. Hoje, dominamos esse mercado no Brasil”, comemora o diretor da empresa.

A Fluid Controls atua nas áreas industrial, comercial e de serviços. Só na prmeira, emprega 50 pessoas. A empresa fica localizada em Bairro de Fátima, na Serra. Seu carro-chefe, claro, é a válvula de segurança, sempre com aplicações muito diversificadas. “Ela depende do tipo do fluido, da pressão, a temperatura, da rosca e de outros elementos. Isso faz com que a multiplicação de modelos aconteça. E o segredo é oferecer qualidade, prazo e preço. Entregamos em 11 dias úteis. Os concorrentes brasileiros levam 60 dias, e os estrangeiros, ainda mais, cerca de 200 dias. Isso explica os mais de 800 clientes satisfeitos que temos hoje”, relata Darcy.

O reconhecimento atravessou fronteiras e fez com que a Fluid Controls fosse sondada por cinco empresas estrangeiras. “Essas multinacionais enxergaram o potencial de nossa empresa, o nome que já temos no mercado, o produto diferenciado, os clientes satisfeitos. Essas sondagens nos deixam felizes e mostram que estamos no caminho certo”, pontua.

Para Darcy, um empreendedor precisa oferecer as soluções que o mercado busca e até mesmo antecipar essas demandas. “As dificuldades sempre existem no início dos negócios. Mas os frutos aparecem para quem tem persistência e aproveita as oportunidades que o mercado apresenta”, conclui.

Percepção: Darcy criou uma empresa capaz de aliar preço, qualidade e prazo na produção de válvulas de segurança

Darcy Rodrigues Filho

Diretor da Fluid Controls fala sobre como inovação e estudo do mercado levaram a empresa a um lugar de destaque

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Registro

Palestra aborda setor do petróleo no BrasilO auditório do Sindifer recebeu, no dia 17 de junho,

um evento que mostrou o atual cenário da atividade petrolífera brasileira para as empresas associadas

ao sindicato. A palestra “Diagnóstico do setor de oil & gas no Brasil” foi ministrada pelo diretor-executivo de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia e Petroquímica da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado Neto. Cerca de 65 pessoas ligadas ao segmento metalmecânico estiveram presentes e puderam tirar suas dúvidas sobre o tema. “Agora, o período é de baixa. Mas o petróleo ainda é um bom investimento. Quando este período de incertezas passar, o saldo positivo e as oportunidades irão aparecer, é preciso estar preparado”, enfatizou Neto.

Para o presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, a palestra mostrou a força da área petrolífera e os benefícios que ela

Palestra foi ministrada por Alberto Machado Neto, da Abimaq

pode trazer para vários outros segmentos da indústria do Espírito Santo e do país. “O evento mostrou o quão importante o setor é e ainda será para a economia. As empresas que estiveram na palestra saíram de lá com uma nova visão. A área de petróleo e gás significa grandes oportunidades de negócios para quem souber investir, sobretudo em tecnologia e desenvolvimento de novos produtos”, disse ele.

O dirigente lembrou que a MEC Show deste ano contará com a Conferência da Indústria de Petróleo, que trará as expectativas de investimentos da Petrobras e da Shell, além da experiência sobre parcerias entre empresas brasileiras e americanas. “Teremos a apresentação de 30 casos para esse segmento”, completou Pimenta.

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Agenda

FenasucroA Fenasucro é um dos maiores eventos em tecnologia e intercâmbio comercial para usinas e profissionais no Brasil e em outros 40 países. A feira, que será realizada no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP), cobre os setores de energia, agrocana, fornecedores industriais, processos industriais, transporte e logística. Trata-se de um importante encontro entre os principais fabricantes de produtos, serviços para a agroindústria da cana, equipamentos mecânicos e muito mais.

25 a 28 de agosto

Mac&Tools O Centro de Convenções Goiânia será o palco da Feira de Máquinas e Ferramentas da Indústria MetalMecânica do Cento-Oeste (Mac&Tools 2015). Focada no incremento de novos negócios e na prospecção de clientes, a iniciativa apresentará para empresas do setor de todo o Brasil os últimos lançamentos do mercado que geram resultados positivos e oportunidades para as mais diversas áreas da cadeia produtiva. A programação é uma realização da Guidio´s Feiras e Eventos, empresa paranaense que conta com profissionais atuantes há mais de 13 anos no segmento de feiras técnicas, especialmente nos setores metalmecânico e metalúrgico. Mais informações no site feiramactools.com.br.

11 a 14 de agosto

Cachoeiro Stone FairMuito aguardada por empresas de todo o mundo, a Cachoeiro Stone Fair traz para o Espírito Santo expositores nacionais e internacionais que fazem da feira uma grande oportunidade para a apresentação de novidades em materiais, máquinas, equipamentos e insumos para o segmento de rochas ornamentais. Os negócios firmados durante o evento, claro, também podem beneficiar direta ou indiretamente outros segmentos, como o metalmecânico. A 40ª edição da feira internacional, que acontecerá no Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa, em Cachoeiro de Itapemirim, terá novo horário de funcionamento: todos os dias, entre 14h e 20h, com entrada permitida até as 19h. Confira tudo sobre a feira no endereço www.cachoeirostonefair.com.br. Mais informações na Milanez & Milaneze, pelo telefone (27) 3434-0600.

25 a 28 de agosto

Feira Metalmecânica de MaringáA cidade de Maringá, no Paraná, receberá a 11ª edição da Feira Metalmecânica. Uma grande oportunidade para firmar parcerias e fechar novos negócios, o evento deverá contar com mais de 250 expositores e milhares de compradores, reunidos no Pavilhão de Exposições da cidade. O público poderá conferir o que há de mais moderno em máquinas, ferramentas, soldagem, corte, manutenção, automação, softwares de gestão e engenharia, entre outros destaques. Para saber mais, acesse www.feirametalmecanica.com.br ou ligue para (41) 3075-1100.

29 de julho a 1º de agosto

12ª Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore Com aproximadamente 380 expositores, a Marintec South America - Navalshore é o principal evento de negócios, inovação e integração da comunidade marítima da América Latina. Trata-se do ponto de encontro da indústria naval, que reúne armadores, estaleiros, fabricantes e fornecedores, nacionais e internacionais. Uma promoção da UBM, a feira acontecerá no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ). Mais detalhes no site do evento: www.marintecsa.com.br.

11 a 13 de agosto

30ª Expoman A Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos (Expoman) chega à sua 30ª edição. A principal feira do setor na América do Sul é uma oportunidade para compartilhar tecnologia e conhecimentos de vanguarda, além de criar network para informações sobre o mercado e a concorrência. Mais detalhes no site da Associação Brasileira para Manutenção e Gestão de Ativos (www.abraman.org.br). O evento acontecerá no Expo Dom Pedro, em Campinas (SP).

3 a 7 de agosto

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FebravaA Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar (Febrava) é o principal evento do seu setor e o espaço para troca de experiências, análise de tendências e prospecção de clientes. A 19ª edição disponibilizará ferramentas para que as empresas do segmento possam aumentar suas vendas. O credenciamento deverá ser feito pelo site www.febrava.com.br.

22 a 25 de setembro

30ª MovimatMais de 200 expositores são esperados na 30ª Feira Internacional de Logística (Movimat), evento para estreitar relacionamentos e vendas e para demonstrações de equipamentos, serviços e soluções em logística. Com uma área de 16 mil m², o Pavilhão Branco do Expo Center Norte, em São Paulo, deverá receber cerca de 30 mil pessoas na ocasição. Mais informações pelo site www.expomovimat.com.br.

15 a 17 de setembro

Artigo

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Sistemas de Gestão da Qualidade e indústria automotiva no ESTemos em nossas mãos a decisão de aproveitarmos ou não as chances que surgem com a implantação do setor automotivo em nossa região

Rômulo Oliveira Vargas é engenheiro mecânico, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e Gestão Empresarial, consultor e coordenador técnico SGQF do Prodfor e diretor do Grupo Vitória Engenharia

E m escolas de gestão empresarial e de empre-endedorismo, aprendemos que momentos de crise também são períodos para se aproveitar

as oportunidades que surgem. No Estado do Espírito Santo, temos alguns investimentos no setor automotivo em andamento que estão abrindo novas portas para os ramos empresariais representados pelo Sindifer. Os aportes na atividade automotiva estão inicialmente vinculados às companhias Volare e Agrale, que apresen-taram suas necessidades relacionadas ao suprimento de componentes e serviços, demonstrando essas demandas para as empresas locais. Para que as oportunidades sejam aproveitadas, precisamos estar preparados, o que exige um planejamento adequado dos investimentos que faremos em nossas empresas.

Neste artigo, discorro sobre a necessidade de preparação dos sistemas de gestão da qualidade – SGQ e dos processos operacionais para as requisições do segmento de produção de veículos. No Espírito Santo, tivemos o desenvolvimento de sistemas de gestão da qualidade baseados na ISO 9.001, desde a versão 1987, e nos programas Prodfor, SGQ-TEC e PBQP-H, sem nenhum foco específico no setor automotivo. Em momentos recentes, a ArcelorMittal Tubarão migrou seu padrão de normas para a ISO/TS 16.949, em sua versão mais atualizada, que é específica para SGQs que necessitam cumprir o que estabelece o setor automotivo. Por questões diversas, a empresa não estipulou exigências aos seus fornecedores, como ocorreu anteriormente com relação à ISO 9.001 e que estabelece o Prodfor.

Para se voltarem também para o segmento automotivo, as empresas locais deverão investir na preparação de seus profissionais e na adaptação de seus SGQs para atendimento à norma ISO/TS 16.949, incluindo a implementação de controles estatísticos mais apurados em seus processos produtivos e de metodologias de implantação de melhorias nos produtos e nos processos. Com essa necessidade de ajuste, surge também a oportunidade de serviços de consultoria e treinamentos específicos. As organi-zações e os profissionais relacionados com consultoria e treinamento também precisam se adaptar a esses requisitos, pois raros funcionários no Estado estão preparados para tal.

A região de São Paulo já se encontra preparada para cumprir a ISO/TS 16.949, pelo seu grande número de negócio da área de autopeças. Tive a oportunidade de verificar isso em anos anteriores, quando minis-trava consultoria e aulas pela FGV-RJ naquela região. Algumas dessas empresas já demonstraram interesse por vendas em nossa região.

Temos em nossas mãos a decisão de aproveitarmos ou não as chances que surgem com a implantação do setor automotivo em nossa região, mas alerto para o fato de que precisamos planejar adequadamente, desde já, nossos sistemas de gestão da qualidade, com profissionais e processos para atendimento às normas internacionais desse campo.

Sucesso!