Síndrome Fibromiálgica - Fibromialgia 06/08/2014 · • Supraespinhoso • Segunda costela •...
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IV Curso de Educao Continuada em Fisiopatologia e Tratamento da Dor
Sndrome Fibromilgica - Fibromialgia 06/08/2014
Hazem Adel Ashmawi
2014
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Dados histricos
1900 Edward Gowers Fibrosite 1970 Smythe tender points 1970 Moldofsky Distrbio sono 1980 Yunus Fibromialgia 1988 Vaeroy Substncia P 1990 Wolfe ACR critrios 1992 Bennett GH diminudo 1992 Russel 5HT diminuda 2010 ACR Novos critrios 2010 Estresse Dopamina
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Fibromialgia
Sndrome clnica caracterizada por dor musculoesqueltica difusa, crnica sem outra
causa que explique.
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o paciente deve apresentar:
ndice de dor generalizada (IDG) 7
Escala de intensidade de sintomas (EIS) 5
IDG entre 3 - 6 e EIS 9.
Os sintomas devem estar presentes na mesma intensidade h pelo menos 3 meses.
No h outro diagnstico que explique os sintomas.
Novos critrios diagnsticos da Fibromialgia
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Occipcio
Poro anterior de C5 a C7 (regio anterior)
Trapzio
Supraespinhoso
Segunda costela
Epicndilo lateral
Glteo mximo
Grande trocnter
Face medial do joelho
Critrios diagnsticos (ACR, 1990) Pontos dolorosos
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MSD proximal MSE proximal Cintura escapular D Mandibular D Abdmen
MSD distal MSE distal Cintura escapularE Mandibular E Regio anterior do trocnter D
MID proximal MIE proximal Regio posterior do trax
Pescoo Regio anterior do trocnter E
MID distal MIE distal Lombar Regio anterior do trax
(Wolfe et al., 2010)
Critrios ACR 2010 ndice de dor generalizada
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Fadiga
Sono no reparador
Sintomas cognitivos
0 sem problema
1 - problemas leves ou intermitentes
2 - moderados, frequentemente presentes
3 intensos, contnuos
Critrios ACR 2010 Escala de intensidade de sintomas
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ndice de dor generalizada 7
ndice intensidade dos sintomas 5
ou
ndice de dor generalizada entre 3 e 6
ndice de intensidade dos sintomas for 9
(Wolfe et al., 2010)
Critrios ACR 2010
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Sintomas Associados
Fadiga Sono
Humor
Parestesia
Edema
Rigidez
Cibra
Distrbios de memria
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Fibromialgia um diagnstico positivo e no negativo, de excluso!
Sociedade Canadense de Dor e Sociedade Canadense de Reumatologia, 2013
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Fibromialgia
A FM representa um espectro de intensidade entre os pacientes, alguns apresentam sintomas leves enquanto outros apresentam extremo sofrimento.
Problemas com a fibromialgia
Carter subjetivo dos sintomas
Ausncia de um teste diagnstico (laboratorial ou de imagem)
Resposta modesta ao tratamento
Presena de incapacidades funcionais
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Etiologia e Fisiopatologia da FM
O desenvolvimento da FM afetado por mltiplos fatores:
Estresse psquico
FM aumenta o risco de aparecimento de depresso e ansiedade e vice-versa
Fatores sociais fatores socioeconmicos (transformam-se em estresse psquico?)
Distrbios do sono
Mais de 90% dos pacientes com FM relatam distrbios de sono
Trauma fsico desencadeante
Modo de vida
Baixo nvel de atividade fsica
Sobrepeso
Tabagismo
Consumo excessivo de lcool
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Suscetibilidade gentica No bem definida
Polimorfismo da COMT est relacionado ao aumento da dor, mas no dor generalizada
Polimorfismo do gene do receptor da serotonina HTR2A no est relacionado fibromialgia, mas dor generalizada
Genes do eixo hipotalmico-hipofisrio-adrenal esto associados dor generalizada
Processamento aberrante da nocicepo
Alodnia generalizada Alterao do sistema nervoso sensitivo
Hiperexcitabilidade dos aferentes primrios e secundrios Diminuio dos limiares de ativao dos nociceptores
Perda do controle inibitrio descendente
Etiologia e Fisiopatologia da FM
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Estado de alterao do processamento da dor Alterao na sinalizao inibitria gabargica
Canabinoide
Monoaminrgica
Alteraes na ressonncia magntica funcional
Ocorrem alteraes na fisiologia da dor onde estmulos aferentes sensitivos normais ou incuos passam a serem percebidos como danosos levando expresso de dor
Etiologia e Fisiopatologia da FM
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Em voluntrios saudveis houve um aumento da conectividade entre Crtex cingulado anterior
Amgdala Hipocampo tronco enceflico em
comparao com portadores de FM
(regies envolvidas no sistema supressor descendente de dor)
Crtex bitofrontal (modulao da dor e emoes) tlamo em voluntrios
saudveis e no em FM.
Etiologia e Fisiopatologia da FM
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Epidemiologia
Incidncia na populao 1 a 10%
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Epidemiologia da FM
Prevalncia entre 111%.
30 a 50 anos de idade (???)
Aumenta at a sexta dcada e decresce posteriormente (EUA, Canad, Espanha Finlndia e Brasil).
Em pases com estrutura estria com mais idosos, a prevalncia nas 7a e 8a
dcadas continuam altas.
Sexo feminino 5:1 masculino
Durao de 6 a 7 anos ao chegar a clnica de dor ou reumatologista
Senna et al. Prevalence of rheumatic diseases in Brazil: a study using the COPCORD approach. J. Rheumatol. 31, 594597 (2004).
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McBeth, J. & Mulvey, M. R. (2012) Fibromyalgia: mechanisms and potential impact of the ACR 2010 classification criteria Nat. Rev. Rheumatol. doi:10.1038/nrrheum.2011.216
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Caso clnico
Mulher, 55 anos, trabalha com artesanato, divorciada. Histria da doena atual:
Refere dor em regio cervical, dorsal e ombros h mais de 15 anos. H 5 anos a dor espalhou para regio anterior do peito, coxas, calcanhares e regio lombar.
H 1 ms com dor mais intensa em regio escapular direita, onde palpava um ponto doloroso, com dificuldade de realizar movimentos do membro, acompanhado de sensao de formigamento em mo e antebrao direitos, sem alvio com paracetamol.
Outros sistemas: perodos de desconforto abdominal, dor de cabea, sono de m
qualidade e muito cansao. Sedentria.
Histria familiar: Me: Alzheimer, Irm: depresso, pai faleceu por IAM aos 54 anos.
Psicossocial: divorciada h 5 anos. Mora e cuida da me.
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Caso clnico
Exame fsico
Diminuio da amplitude de movimento: cervical , flexo e extenso lombar
Amplitude de movimento dolorosa. Pontos dolorosos na regio inferior e superior lombar, cervical, inseres subocipitais, regio posterior ombros, regio esternal e epicndilos.
Nenhum dficit: motor, sensitivo, reflexos tendneos, sem evidncia de clnus. Lasgue (-), Valssalva (-).
Exames laboratoriais:
RM coluna cervical discopatia degenerativa c5/6 com abaulamento pequeno, e em c6/7demais eram normais. Rx dorsal :deg.discal com ostefitos anteriores. RM col.Lombar: moderada degenerao discal L4L5 e L5S1 com protuso discal, espao dural e foraminal normais
ENMG razes cervicais e lombares normais
VHS normal
FAN e FR negativos
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Avaliao do paciente com FM
importante que o paciente seja examinado.
Exame fsico normal exceo de dor palpao de grupos musculare
Deve mostrar ausncia de edemas articulares, fraqueza muscular ou achados neurolgicos objetivos.
Expresso de dor ou comportamentos dolorosos podem estar presentes, mas no implicam simulao de sintomas.
Exames subsidirios Hormnios tiroideanos
Hemograma
Provas inflamatrias (VHS e protena C-reativa)
Outros exames a depender de achados clnicos
Solicitao excessiva e repetida de exames laboratoriais e de imagem tm efeito negativo sobre o
bem estar do paciente e podem encorajar a medicalizao.
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Diagnstico diferencial da FM
Mdicos tm receio de errar o diagnstico de doenas mais graves, principalmente quando os sintomas so eminentemente subjetivos.
Doenas que apresentam quadro semelhante ao da FM podem ser agrupadas em, Doenas musculoesquelticas
Doenas reumatolgicas geralmente evoluem com alteraes fsicas e laboratoriais com a evoluo
Doenas neurolgicas Esclerose mltipla Miopatias Neuropatias
Doenas metablicas hipotiroidismo
Doenas psiquitricas Depresso Transtornos de personalidade Abuso medicamentoso com apresentao de sintoma de dor para obteno de analgsicos
Relacionadas a medicamentos Estatinas Inibidores de aromatase bisfosfonatos
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Percepes da paciente com FM
Parece que ningum entende o que acontece comigo.Todo meu corpo doi de uma forma ou outra.Eu tenho que girar de forma muito lenta por que ao
contrrio meu pescoo doi - eu no consigo alcanar as coisas da maneira que alcanava antes.Eu me deito na cama e choro.Meu namorado no sabe mais o
que fazer para mim. Consultei todos os tipos de especialista. Meu neurocirurgio disse que eu no posso fazer uma cirurgia em meu pescoo e
meu clnico no me prescreve mais o analgsico que aliviava um pouco da dor. A nica coisa que eu posso fazer tomar medicao para dor, mas no muda
muito a dor.
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Tratamentos da Fibromialgia
Objetivos do tratamento da fibromialgia:
Tratamento com estratgias multimodais Participao ativa do paciente. Percepo da presena de distrbios psquicos e tratamento Tratatamento individualizado
Reduo de sintomas Melhora funcional Incentivar o auto tratamento combinando melhoras nos hbitos de vida e de aumento
no autocontrole Medicaes devem ser utilizadas com critrio e avaliao de riscos-benefcios
Aumento de funcionalidade e procura de uma vida normal.
Evitar o reforo de comportamentos dolorosos e de incapacidades.
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Como seguir o paciente com Fibromialgia
Tratar o paciente com fibromialgia em nvel de assistncia primria sade.
Encaminhamento ao especialista deve ser reservado aos pacientes com sintomas atpicos ou desafios no manejo dos sintomas.
No h necessidade de confirmao diagnstica por especialista.
Tratamento englobando diversos profissionais de sade produz melhor resultado.
As consultas devem ser mais frequentes no incio do tratamento, assim que possvel tratar o portador como os outros usurios do sistema de sade.
Cuidado com novas queixas excesso de investigao x negligncia com o sintoma.
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Tratamentos da FM
Uso de roupas ntimas feitas de l
Massagem com leo
Estimulao transcraniana
Nutrio intravenosa com micronutrientes
Cartilagem de tubaro
Frutas secas
Comida no industrializada
Aromaterapia
Magnsio
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Tratamentos da FM
Farmacolgico
No farmacolgico
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Tratamento farmacolgico
Antidepressivos Dose diria (mg) Comentrios
Tricclicos Amitriptilina: 12,5 a 25 Nortriptilina: 10 a 25
Melhora dor, sono, fadiga, disestesia
ISRS Fluoxetina : 10 a 20 Sertralina: 25 a 50
Paroxetina:10 a 20
Associao com tricclicos
Ansiedade
Atpicos
Efeito dual
Venlafaxina: 37,5 a 75
Duloxetina: 60 a 120
Depresso associada
neuropatia associada
28 Arthritis Res Ther 2007; 8(4):212-240
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Pregabalina/Ciclobenzaprina
Ciclobenzaprina
Pregabalina
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Pregabalina/Ciclobenzaprina
Ciclobenzaprina Derivado tricclico sem ao antidepressiva
Intensa ao miorrelaxante
Dose entre 5-30 mg/dia
Pregabalina Anticonvulsivante
Ao em subunidade auxiliar 2- de canais de clcio voltagem dependentes
Dose entre 150-600mg/dia
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Tratamentos no farmacolgicos
Condicionamento fsico
Fisioterapia analgesia
Tcnicas de relaxamento
Acupuntura
Reabilitao
Assistncia psicolgica
Balneoterapia
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