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  • ISSN 2177-451X

    Figura 3: Monitorao de T3 usando Redes Neurais.

    fjfjf (tjtjt ) = min [-C(t)(1-IR) + Dj ) + Dj ) + D (IR)] (1+r)- j + fj-fj-f 1 (t -1)(1+r)-(j-(j-( -1) Reter[-C(0)+VRj-VCj-I0I0I )(1-IR) + Dj (IR)] (1+r)- j + [ fj-fj-f 1 (t-1)](1+r)-(j-(j-( -1) Substituir

    Volume 11- n. 2julho-dezembro de 2010

    Figura 4: Monitorao de termopares usando GMDH.

    Figura 3: Monitorao de T3 usando Redes Neurais.

    Figura 2: Modelo Hbrido e Poltica tima de Reposio.Figura 2: Modelo Hbrido e Poltica tima de Reposio

    Web 1.0 Web 2.0Publicao ParticipaoInput output Processo Troughput (Troughput (Troughput PRIMO, 2000)

    Pginas pessoais Weblogs

    Tecnologia Atitude

    Desktop - disco rgido Webtop disco remoto

    Navegador Plataforma web

    Sistemas complexos Interfaces amigveis

    Um - Um Todos Todos

    Sociedade da Informao Sociedade do Conhecimento

    Interao reativa (PRIMO, 2000) Interao mtua (PRIMO, 2000)

    HTML XML

    Hierrquico Heterrquico

    Controle de contedo Construo coletiva e colaborativa autoria

    Re exivo Autnomo

    Tabela 2: Principais caractersticas da Web 1.0 e Web 2.0 (TREIN & SCHLEMMER, 2008, p.4).Artigos

    max Z = - cjikcjikc xjikxjik jikxjikxj=1 i=1/iAJ n

    k=1/kikA

    n

    min Z = cijxijxij ij(i,j)A

  • PRESIDENTE DA REPBLICALus Incio Lula da Silva

    MINISTRO DA EDUCAOFernando Haddad

    SECRETRIO DA EDUCAO PROFISSIONAL E TECNOLGICA

    Eliezer Moreira Pacheco

    REITORArnaldo Augusto Ciquielo Borges

    PR-REITOR DE PESQUISA E INOVAO

    Joo Sinohara da Silva Sousa

    PR-REITORA DE ENSINOLourdes de Ftima Bezerra Carril

    PR-REITOR DE EXTENSOGarabed Kenchian

    PR-REITOR DE ADMINISTRAOYoshikazu Suzumura Filho

    PR-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

    Gersoney Tonini Pinto

  • ISSN 2177-451X

    Sinergia So Paulo v. 11 n. 2 p. 121-240 jul./dez. 2010

    REVISTA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DE SO PAULO

    SEMESTRAL

  • site: http://www.cefetsp.br/edu/prp/sinergiae-mail: [email protected]

    Raul de Souza Pschel tel.: 2763-7679Ademir Silva tel.: 2763-7633/2763-7679

    Rua Pedro Vicente, 625 CanindSo Paulo SP CEP 01109-010

    Contato: nCleo editorial da revista sinergia

    SINERGIA (Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia - So Paulo).

    So Paulo, v.11 n.2, jul./dez., 2010

    Semestral

    ISSN 2177-451X

    1. Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia - So Paulo - Peridicos.

    CDU 001(05)540.6:(81)

    A Revista SINERGIA uma publicao semestral do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia - So Paulo e tem por objetivo a divulgao de todo o conhecimento tcnico, cientfico e cultural que efetivamente se alinhe ao perfil institucional do Instituto Federal - So Paulo.

    Os artigos publicados nesta Revista so de inteira responsabilidade de seus autores.

    proibida a reproduo total ou parcial dos artigos sem a prvia autorizao dos autores.

    EDITORDr. Raul de Souza Pschel

    CONSELHO EDITORIALDra. Ana Lcia Gatti

    Universidade So Judas Tadeu

    Dra. Carla WitterUniversidade So Judas Tadeu

    Dr. Carlos Frajuca - IFSP

    Dra. Diana VieiraInstituto Politcnico do Porto

    Dra. Elza Maria TavaresUnicastelo

    Dra. Geraldina Porto WitterLivre-docente Unicastelo

    Dr. Joo Sinohara S. Sousa - IFSP

    Dr. Leandro OliveiraUniversidade do Minho

    Dr. Marcelo de Almeida Buriti - IFSP

    Dr. Raul de Souza Pschel - IFSP

    Dra. Suely Corvacho - IFSP

    Dra. Vera SocciUniversidade de Mogi das Cruzes

    JORNALISTA RESPONSVELCristine Vecchi/Mtb. 41974/SP

    DIAGRAMAO, ARTE FINAL IMPRESSA E ELETRNICA

    Ademir Silva

    MAPA RELAO DOS CAMPI IFSP

    Fabio Villela

    FOTOS DE CAPA CAMPUS BARRETOS

    Fabio Villela

    APOIO TCNICOKarin Kagi

    PROJETO GRFICO DE CONTRACAPA

    Alessandro Rossi

    REVISOCyntia Regina Fischer (Ingls)

    Raul de Souza Pschel (Portugus)

  • SUMRIO

    EDITORIALRaul de Souza Pschel ......................................................................................127

    Reflexes sobre web 1.0, web 2.0 e web semnticaSiony da Silva ......................................................................................................................129

    O efeito da canonizao de Frei Galvo sobre o turismo em Guaratinguet (SP)Renata Monier/Glauber Eduardo de Oliveira Santos ...................................................................136

    Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentosEder Oliveira Abensur ..........................................................................................................140

    Corao artificial e dispositivos de assistncia circulatria no Brasil e no mundoBeatriz Uebelhart/Pedro Ivo T. C. Antunes/Aron Jos Pazin de Andrade/

    Eduardo Guy Perptuo Bock .................................................................................................151

    Aplicao de um programa computacional algbrico em tema da esttica dos slidosLin Chau Jen .......................................................................................................................156

    Ambiente computacional para ensino de radiologia e diagnstico por imagem: sistema tutor para treinamento de residentes e levantamento de termos tcnicosMarlia Guimares Pinheiro/Jorge Elias Jr ..............................................................................161

    A utilizao de software educacional em sala de aula e a mudana nas atitudes dos alunos em relao matemticaLuiz Gonzaga Xavier de Barros/Marcos Antonio Santos de Jesus/Valter Alves Pequeno .............168

    Sintaxe potica de Os trabalhos e os diasRaul de Souza Pschel ..........................................................................................................176

    Estudo comparativo entre GMDH e redes neurais aplicados na monitorao de sensoresElaine Incio Bueno/Iraci Martinez Pereira Gonalves/Antonio Teixeira e Silva ..............................182

    Comunicao homem-mquina por meio de linguagem natural falada no BrasilGilza Paim Mandelman/Mrcio Abud Marcelino/Marcio Mandelman ...............................................190

  • Estudo das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao setor pblicoMarcelo Bernardino Arajo .....................................................................................................197

    Planejamento e controle da produo: dimenses para sua integrao nas empresas em redesSergio Luiz Kyrillos/Francisco Jos Santos Milreu/Jos Benedito Sacomano/

    Jos Paulo Alves Fusco ..........................................................................................................205

    A implantao do Sistema de Gesto Integrada (SIG) em laboratrios de anlises clnicas e biomdicasPaulo Henrique Lopes Alves/Jos Carlos Nunes Barreto ..............................................................218

    O perfil do educador no Brasil Colnia fase jesuticaJordana Romero Silva Motta ...................................................................................................231

  • EDITORIAL

    Raul de Souza PschelEditor

    Doutor em Comunicao e Semitica pela PUC-SPProfessor do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So Paulo

    Buscando novas solues para problemas advindos de novos parmetros tecnolgicos, produtivos e/ou acadmicos, a revista traz artigos inovadores, sem se descurar da tradio acadmica. Em um leque amplo de trabalhos, o nmero atual comea com Reflexes sobre web 1.0, web 2.0 e web semntica, em que a autora, na continuao de outras de suas pesquisas j publicadas anteriormente em Sinergia, destaca as modificaes pelas quais passa a internet, agora marcada pela participao mais intensa e efetiva do usurio.

    Em O efeito da canonizao de Frei Galvo sobre o turismo em Guaratinguet (SP), estuda-se como e por que houve modificaes e intensificao no turismo da cidade referida nos ltimos anos.

    O trabalho Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos mostra de que forma, por meio de um modelo matemtico, a interao entre Engenharia Econmica, Programao Dinmica e Problema de Roteamento de Veculo auxilia o planejamento de longo prazo, no que diz respeito a uma poltica de reposio de bens de capital.

    Em Corao artificial e dispositivos de assistncia circulatria no Brasil e no Mundo so estudados alguns avanos nos estudos cardiolgicos, mostrando-se o histrico e a caracterizao de dispositivos, tais como o balo intrartico, bem como as bombas axiais, centrfugas e pulsteis.

    O artigo Aplicao de um programa computacional algbrico em tema da esttica dos slidos revela como o CAS (Computer Algebra Systems) no s propicia clculos, como tambm possibilita a manipulao de expresses matemticas na forma simblica, sendo, para o autor, de emprego essencial por parte dos estudantes de Engenharias e de Tecnologia.

    Em Ambiente computacional para ensino de radiologia e diagnstico por imagem: sistema tutor para treinamento de residentes e levantamento de termos tcnicos, fala-se de um sistema tutor em operao pela internet, que auxilia o estudo de casos clnicos de leso focal no fgado, e permite o treinamento quanto interpretao de imagens por parte do mdico residente, assim como o estabelecimento de um lxico que facilita a uniformizao da indexao, alm da recuperao de informao radiolgica.

    O estudo A utilizao de software educacional em sala de aula e a mudana nas atitudes dos alunos em relao matemtica revela que o desempenho dos alunos melhorou com o uso do software Winplot e que no h diferena no desempenho estatisticamente significativo entre os gneros masculino e feminino. Alm disso, demonstrou que, em geral, o corpo discente amplamente favorvel utilizao de computadores em sala de aula.

    O oitavo artigo, Sintaxe potica de Os trabalhos e os dias, discute, sob o signo da analogia, a obra de um dos fundadores da potica ocidental, o grego Hesodo. Para tanto, vale-se principalmente da leitura de Vernant.

    Estudo comparativo entre GMDH e redes neurais aplicados na monitorao de sensores revela como o primeiro apresenta resduos menores que os obtidos com a utilizao de redes neurais. Para tanto, utilizou-se uma base de dados gerada por um modelo terico do reator de pesquisas IEA-R1, situado no IPEN na Cidade Universitria.

    O dcimo trabalho Comunicao homem-mquina por meio de linguagem natural falada no Brasil prope como sistema de interface uma linguagem batizada de brazils (sic), a fim de facilitar o processamento digital de sinais.

  • Estudo das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao setor pblico apresenta passos que permitem maior transparncia contbil, valorizando a tica patrimonial e no meramente a de carter oramentrio.

    A seguir Planejamento e controle da produo: dimenses para sua integrao nas empresas em redes discorre sobre o que capaz de interferir em controle de produo. Para tanto, primeiro faz uma reviso bibliogrfica da questo, depois mostra como se d a rede de operaes e a governana da rede, at chegar proposta de modelo conceitual, que uma evoluo de um anteriormente pensado pelos autores.

    Em A implantao do Sistema de Gesto Integrada (SIG) em laboratrios de anlises clnicas e biomdicas feito um estudo sobre como uma empresa de medicina de sade conseguiu aliar qualidade, meio ambiente e sade ocupacional.

    Esta edio finalizada com O perfil do educador no Brasil Colnia fase jesutica, em que discutida a preocupao que os jesutas tinham com o preparo do professor, bem como so analisados aspectos de tal modelo de ensino.

  • 129Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010

    A internet enquanto espao comercial, de comunicao, informao e aprendizado, est tendo uma grande evoluo. Passamos de um estgio esttico, denominado Web 1.0, para um processo dinmico, caracterizado pela participao do usurio, com a criao de redes sociais e ambientes de colaborao. Esta web denomina-se Web 2.0. A Web 3.0 ou Web semntica surge da evoluo de Web 2.0. Este artigo tem por objetivo refletir a evoluo da web e destacar suas principais caractersticas.

    Palavras-chave: Web 1.0. Web 2.0. Web semntica.

    The Internet as a commercial space of information, communication and learning, has been having a great evolution. We moved from a static stage, called Web 1.0, to a dynamic process, characterized by the participation of the user, with the creation of the social networks, and collaborative environments. This web is called Web 2.0. The Web 3.0 or Semantic Web is the evolution of Web 2.0. This article aims to reflect the evolution of the web, and highlight its main features.

    Keywords: Web 1.0. Web 2.0. Web semantics.

    REFLEXES SOBRE WEB 1.0, WEB 2.0 E WEB SEMNTICA

    Siony da SilvaProfessora aposentada do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So Paulo

    Mestre em Educao

    A internet um espao em constante evoluo. Passamos de um espao denominado Web 1.0 caracterizado pela elaborao de contedos por especialistas, enquanto o usurio realizava leitura e mantinha contatos atravs das tecnologias de informao como chat, e-mail, ou seja, o usurio era passivo para um outro cenrio, de participao, de tal forma que o usurio pode tambm criar, utilizando diversas mdias.

    Assim passamos a incorporar estes recursos em nossas vidas, de forma bem transparente, sem que precisemos conhecer suas caractersticas tcnicas. Precisamos apenas escolher os recursos que melhor se adequem s nossas necessidades de comunicao, de acesso informao, de lazer e aprendizado, sendo este processo dinmico, pois cada vez existem mais recursos disponveis no

    nosso entorno. (SIlVA, 2009, p.27)

    Esse novo espao da web denomina-se Web 2.0, cujo termo busca descrever o atual perodo

    da rede cuja nfase passa da publicao (que caracterizou os primeiros dez anos da web) para a colaborao (PRiMO & SManiOttO, 2006). Dessa forma, o foco da Web 2.0, no est na tecnologia, mas nas pessoas e tambm nos servios de empresas que estas pessoas utilizam.

    A diferena entre a Web 1.0 e a Web 2.0 est no significado das palavras download e upload, ou seja, enquanto na Web 1.0 o usurio baixava contedos que lhe interessavam, na Web 2.0 ele tambm pode enviar arquivos de textos e outras mdias, alm de escrever no texto elaborado por outras pessoas (AlVES, 2008, p. 3). Esta participao do usurio contribui para que uma riqueza cognitiva se estabelea e se expanda em um espao cujo acesso amplo, em tese possvel a todos. A Web 2.0 a web da leitura/escrita [read/write Web]. (MaRinHO et al., 2009 p. 8)

    A seguinte comparao entre a Web 1.0 e Web 2.0, feita por De la Torre (2006, p. 7), enfatiza a participao do usurio como produtor e consumidor de contedos, em um ambiente dinmico que a Web 2.0.

  • 130 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010

    Reflexes sobre web 1.0, web 2.0 e web semntica

    Siony da Silva

    As principais caractersticas da Web 1.0 e Web 2.0 so destacadas na Tabela 2 (TREIN & SCHlEMMER, 2008). Nesta tabela nota-se a participao dos usurios atravs de

    Web 1.0 (1993 2003) Web 2.0 (2003 - )leitura MODO Escrita compartilhada

    Pgina MniMa UniDaDE DE COntEDO Mensagem artigo Post

    Esttico ESTADO Dinmico

    Navegador MODO DE ViSUaliZaO Navegador, leitor de RSS

    Cliente servidor ARQUITETURA Servio Web

    Webmasters EDITORES Todos

    Geeks PROTAGONISTAS Aficionados

    Tabela 1: De la Torre (2006, p. 7).

    Web 1.0 Web 2.0Publicao Participao

    Input output Processo Troughput (PRiMO, 2000)

    Pginas pessoais Weblogs

    Tecnologia Atitude

    Desktop - disco rgido Webtop disco remoto

    Navegador Plataforma web

    Sistemas complexos Interfaces amigveis

    Um - Um todos todos

    Sociedade da Informao Sociedade do Conhecimento

    Interao reativa (PRiMO, 2000) Interao mtua (PRiMO, 2000)

    HtMl XMl

    Hierrquico Heterrquico

    Controle de contedo Construo coletiva e colaborativa autoria

    Reflexivo Autnomo

    Tabela 2: Principais caractersticas da Web 1.0 e Web 2.0 (tREin & SCHlEMMER, 2008, p.4).

    Atualmente os recursos disponibilizados pela Web 2.0 facilitam a participao do

    elaborao de blogs, com utilizao de sistemas amigveis, e, entre outros elementos, a construo coletiva e colaborativa de conhecimentos.

    usurio. Algumas ferramentas ou recursos de software da Web 2.0 so:

    Ferramenta Caracterstica Exemplos de programasAgregadores de Notcias So programas que renem os textos

    dos sites preferidos em uma nica tela e avisam quando novidades so publicadas na internet.

    BloglinesGoogle reader

  • 131Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010

    Reflexes sobre web 1.0, web 2.0 e web semntica

    Siony da Silva

    Ferramenta Caracterstica Exemplos de programas

    Apresentaes Servios que permitem hospedar apresentaes multimdia, public-las e compartilh-las bem como mant-las privadas. Possui opes para selecionar como favoritas as apresentaes de outros usurios, criar contatos, administrar grupos, eventos e controlar as leituras e downloads efetuados. (CATlOGO DE RECURSOS DIDTICOS DE lA WEB 2.0, 2009) (Traduo livre do espanhol)

    SlideshareSlide

    Blog Blogs so meios de comunicao coletivos que promovem a criao e o consumo de informao original e verdadeira e que provocam com muita eficincia a reflexo pessoal e social sobre temas dos indivduos, dos grupos e da humanidade. (SantaMaRa, 2005, p. 3) (Traduo livre do espanhol)

    BloggerWordpress

    Fotos Ferramentas online que permitem que o usurio coloque imagens na web, e que tais imagens possam ser compartilhadas e organizadas em lbuns.

    FlickrPicasa

    Mapas Ferramentas disponveis na web que facilitam a localizao atravs de mapas.

    Google mapsCommunityWalk

    Marcadores sociais Forma de armazenar, classificar e compartilhar enlaces na internet ou intranet.

    DeliciousMister Wong

    Microblog Ferramenta pela qual o usurio envia mensagens curtas (at 140 caracteres).

    TwitterTumbar

    Redes sociais locais na web em que usurios criam suas relaes pessoais e interagem com essas pessoas.

    OrkutFacebook

    Wikis Wik i um s t i o web c r i ado colaborativamente atravs do trabalho de vrios autores. (SantaMaRa, 2005, p. 8) (Traduo livre do espanhol)

    WikispacesWetpaint

    Fonte: A autora.

    Considerando a evoluo da web, bem como a participao do usurio e os recursos oferecidos por este desenvolvimento, muitos dos problemas encontrados na Web 1.0 so resolvidos com a Web 2.0.

    A Tabela 3 destaca alguns problemas e como eles podem ser solucionados pela Web 2.0 (CORMEnZana, 2006).

  • 132 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010

    Reflexes sobre web 1.0, web 2.0 e web semntica

    Siony da Silva

    Embora a evoluo da web tenha proporcionado um cenrio de comunicao, participao e colaborao, continuamos a nos deparar com uma grande quantidade de dados, de tal forma que a busca da informao que desejamos em muitas situaes se torna demorada, e no atende s nossas necessidades.

    Esta web atual sinttica e, dessa forma, possui pginas direcionadas para pessoas, e no para o processamento, sendo seu principal foco a apresentao da informao, e assim o processo de interpretao feito pelo usurio. (lSCIO, 2007)

    Frente a esse problema, surge a Web 3.0 ou Web Semntica, que utiliza uma nova linguagem que permite incorporar informao sobre o significado de cada recurso, assim como sua relao com outros dados disponveis na rede. (lAGO & CaCHEiRO, s/d, p. 2) (Traduo livre do espanhol)

    A web semntica possibilita a pesquisa dos dados de forma mais fcil.

    A web semntica ajuda a resolver os dois grandes problemas atuais que so a sobrecarga de informao e heterogenidade de fontes de informao, e tambm o problema da interoperabilidade. (W3C, 2008) (traduo livre do espanhol).

    lago & Cacheiro (s/d, p. 2), citando Koper, destacam que o propsito da web semntica permitir agentes de software que interpretem os contedos da web para ajudar os usurios a desempenharem suas tarefas.

    Reig (2009) refora a importncia da base de dados e a interoperabilidade na web semntica.

    A web semntica aquela que se constri em linguagem que os computadores possam entender. (...) uma web de dados escritos em formatos interoperveis, de base de dados compatveis que constroem algo como mbitos conceituais globais em toda web. So dados em que os computadores podem interpretar, relacionar com outros, etc, para devolver resultados ou uma experincia

    mais cmoda e satisfatria para o usurio. Para que isso seja possvel, necessrio padres (W3C o encarregado para isso), traduzir conceitos do mundo para cdigos da informtica. (REIG, 2009 p.2) (Traduo livre do espanhol)

    Para que isso ocorra, so utilizados mecanismos que ajudam a converter a web em uma infraestrutura global, de tal forma que seja possvel compartilhar e reutilizar dados e documentos entre diferentes tipos de usurios.

    Problema Soluo WEB 2.0Conhecer as novidades dos sites favoritos Subscrio a feeds com RSS (bloglines)

    Disponibilizar e compartilhar sites favoritos Guardar e etiquetar meus favoritos(del.icio.us)

    Encontrar, criar e compartilhar contedo multimdia

    Imagens (flickr)Vdeos (youtube)Sons (odeo)

    Disponibilizar online meus documentos e aplicaes de trabalho Escritrio virtual (EyeOs, Google Docs)

    Criar e manter uma pgina pessoal Weblog ou Blog (Blogger, WordPress, MVD COM)

    Criar um stio web colaborativo Wiki (wikipedia, WikiSpaces)

    Tabela 3: Alguns problemas e como eles podem ser solucionados pela Web 2.0 (CORMEnZana, 2006).

  • 133Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010

    Reflexes sobre web 1.0, web 2.0 e web semntica

    Siony da Silva

    A nova gerao de formatos est encabeada por XML (Extensible Markup Language) y RDF (Resource Description Framework), incluindo ontologias taxonomias de conceitos com atributos

    e relaes que proporcionam um vocabulrio consensual para definir redes semnticas de unidades de informao interrelacionadas

    que especificaro as regras lgicas para que os

    agentes de software reconheam e classifiquem

    cada conceito. (PEROjO & lEn, 2005, p. 1) (traduo livre do espanhol)

    As principais tecnologias da web semntica so:

    metadados: dados sobre dados; ontologias: ...define os termos que

    sero utilizados para descrever e representar uma rea de conhecimento. As ontologias so utilizadas pelas pessoas, pelas bases de dados e pelas aplicaes que necessitam compartilhar um domnio de informao ... (W3C, 2004)

    Agentes de software: componentes de software capazes de atuar de forma a resolver tarefas em nome do usurio. (GOnalVES, 2007, p. 3)

    lgica.

    lscio (2007) conclui que na web semntica: agentes faro o trabalho pesado, ontologias sero usadas para definio de vocabulrios comuns para os agentes; a troca de informaes entre os agentes poder ser feita com linguagens baseadas em XMl; estratgias de negociao podero ser escritas em lgica

    Embora haja um grande interesse da comunidade acadmica, dos setores pblicos e privados na web semntica como realidade, existem algumas dificuldades como as de consesuar a associao de ideias, j que a percepo de pessoas com relao a algum contedo pode variar, alm do desenvolvimento da Web 3.0 representar alto custo em termos de tempo, esforos e recursos. (FUNDACIN DE lA INNOVACIN BANKINTER, 2007, p. 67)

    As aplicaes para a web semntica permitiro processar, reutilizar e partilhar a informao inteligentemente, com ou sem ajuda humana.

    A web transformar-se- assim numa enorme base de conhecimento compartilhado, constantemente lida e escrita no s por humanos, mas tambm por aplicaes semnticas. (GOnalVES, 2007, p. 72)

    Gonalves (2007, p. 74) destaca que a web semntica uma extenso da web atual, sendo uma evoluo e no uma revoluo da web atual, sendo uma iniciativa liderada pelo W3C

    ... que pretende criar um meio universal para troca de informao, atribuindo significado (semntica) ao contedo dos documentos da web, de modo a que esse significado seja

    compreendido no s por humanos, mas tambm por mquinas. (GOnalVES, 2007, p. 74)

    Embora os recursos tecnolgicos tenham trazido muitos benefcios para a comunicao a distncia e para o aprendizado, o seu emprego tambm tem o lado obscuro caracterizado pela perda de identidade, pelo avano do anonimato, pelo surgimento de novas formas de manipulao, pelo surgimento de novo poder miditico, e pela possibilidade de incrementar o nmero de oportunistas. (CORMEnZana, 2006). Nesse sentido, se torna necessrio o aprendizado do uso destas tecnologias, e a escola o local onde as pessoas aprendem a utilizar tais recursos.

    A web, desde seu surgimento, tem sido utilizada na rea educacional devido sua estrutura no linear. Assim o estudante pode elaborar seu prprio caminho de busca de informao. Outras caractersticas da web a possibilidade de utilizar vrios tipos de mdias (textos, imagens e sons), a existncia de vrias ferramentas de comunicao (e-mail, chats, videoconferncia), a facilidade de participao em ambientes de colaborao, e a formao de redes sociais. Sabemos que a Web 3.0 est em desenvolvimento e, ao ser incorporada na educao, trar grandes benefcios para o aprendizado. Mas para isso necessrio que o aluno saiba utiliz-la e, a

  • 134 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010

    Reflexes sobre web 1.0, web 2.0 e web semntica

    Siony da Silva

    partir das informaes disponibilizadas, seja capaz de transform-las em conhecimento, de forma crtica e responsvel.

    CONSIDERAES FINAIS

    Com a evoluo da internet, passamos da etapa de leitor de contedos (Web 1.0) para a etapa de leitor de contedo e tambm de criador de contedos, de tal forma que no h necessidade de muito conhecimento tcnico para que possamos expressar nossas opinies e sentimentos (Web 2.0). Apesar desse avano, e talvez devido a esse avano tambm, a forma como acessamos a informao em muitas situaes no atende as nossas necessidades. O desenvolvimento da web semntica pode propiciar um novo cenrio de busca de informao e interao com as pessoas.

    A escola, como parte da sociedade, dever ficar atenta a esse desenvolvimento e, para isso, qualificar professores para que eles possam fazer uso dos recursos tecnolgicos em suas atividades didtico-pedaggicas, de tal forma que os alunos se apoderem da tecnologia, e no as utilizem como meros repetidores de informao.

    REFERNCIAS

    AlVES, A. EAD: planejar de olho no sujeito social, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 5 maio 2009.

    CATlOGO DE RECURSOS DIDCTICOS DE lA WEB 2.0, 2009. Disponvel em: . Acesso em: 20 nov. 2009.

    CORMEnZana, F .Web 2.0. Educacin 2.0: usos educativos para las nuevas herramientas web, 2006. Disponvel em: . Acesso em: mar. 2009.

    DE lA TORRE, A. Web Educativa 2.0. In: Edutec. Revista Electrnica de Tecnologa

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    O presente artigo busca analisar os efeitos da canonizao de Frei Galvo sobre a atividade turstica em Guaratinguet (SP), cidade natal do santo. O levantamento realizado contou com pesquisa bibliogrfica, observao in loco e pesquisas qualitativas com representantes de entidades locais dos setores pblico e privado. Os resultados apontam que o impacto da canonizao sobre o turismo no municpio foi significativo.

    Palavras-chave: Turismo religioso. Peregrinao. Desenvolvimento turstico. Guaratinguet (SP).

    This paper aims to analyze the impacts of Friar Galvos canonization over the tourism activity at Guaratinguet (SP), the Saints hometown. Secondary research, direct observation and qualitative interviews with private and public local institutions were conducted. The study found that the canonizations impact on tourism was substantial.

    Keywords: Religion tourism. Pilgrimage. Destination management. Guaratinquet.

    Renata MonierTecnloga em Gesto de Turismo pelo Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So Paulo

    Glauber Eduardo de Oliveira SantosProfessor do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So Paulo

    Doutorando em Economia do Turismo pela Universidade das Ilhas Baleares (Espanha)

    O EFEITO DA CANONIzAO DE FREI GALvO SOBRE O TURISMO EM GUARATINGUET (SP)

    1 INTRODUO

    Antnio de SantAnna Galvo nasceu em 1739, em Guaratinguet (SP). Aos 21 anos ingressou no Noviciado da Provncia Franciscana da Imaculada Conceio, no Rio de Janeiro. Frei Galvo foi ordenado sacerdote em 1762, no Rio de Janeiro, e, em seguida, foi transferido para o Convento de So Francisco, em So Paulo. Em 1774, fundou o Mosteiro da imaculada Conceio da luz, onde veio a falecer no dia 23 de dezembro de 1822. O Mosteiro da luz foi tombado pelo IPHAN em 1938 e ainda hoje abriga a ossada de Frei Galvo.

    No dia 25 de outubro de 1998, Frei Galvo foi beatificado pelo Papa Joo Paulo II, em Roma, dele recebendo o ttulo de Homem da Paz e da Caridade. Em 2000 o Frei recebeu tambm o ttulo de Patrono da Construo Civil no Brasil. De seu processo

    de beatificao constaram 27.800 graas documentadas. Em 11 de maio de 2007, Frei Galvo foi canonizado pelo Papa Bento XVI, em So Paulo, e se tornou o primeiro santo brasileiro (SO FREi GalVO, 2010).

    O presente artigo busca analisar os efeitos dessa canonizao sobre a atividade turstica em Guaratinguet. O levantamento realizado contou com pesquisa bibliogrfica, observao in loco e pesquisas qualitativas com representantes de entidades locais dos setores pblico e privado.

    2 TURISMO EM GUARATINGUET

    O municpio de Guaratinguet est situado no vale do Rio Paraba, s margens da Rodovia Presidente Dutra, em localizao estratgica entre as duas maiores cidades do pas. Sua geografia, composta pelas serras

  • O efeito da canonizao de Frei Galvo sobre o turismo em Guaratinguet (SP)

    Renata Monier/Glauber Eduardo de Oliveira Santos

    137Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 136-139, jul./dez. 2010

    Quebra-Cangalha e Mantiqueira, conta com uma paisagem exuberante entrecortada pelo Rio Paraba. Com aproximadamente 110 mil habitantes, a cidade considerada um polo comercial da microrregio, possuindo indstrias multinacionais e considervel infraestrutura nas reas de sade, educao, segurana, comrcio, meios de alimentao e hospedagem. A cidade possui grande vocao festiva, oferecendo um calendrio repleto de comemoraes profanas e religiosas. Existem grupos folclricos que preservam manifestaes como catira, folia de reis, maculel, capoeira, quadrilha e congada. Por oferecer clima de regio serrana, alm de possuir cachoeiras de guas cristalinas, a oferta turstica de Guaratinguet conta tambm com roteiros de ecoturismo.

    Guaratinguet tem atualmente no setor de turismo uma de suas principais atividades econmicas. O governador de So Paulo, Jos Serra, sancionou a lei n 13.574, de 03 de julho de 2009, que declara o municpio de Guaratinguet como sendo uma Estncia Religiosa, conforme o projeto de lei aprovado pela Assembleia legislativa em 24 de junho de 2009.

    Na oferta turstica de Guaratinguet destacam-se os atrativos histricos e religiosos. A Catedral de Santo Antnio, considerada marco inicial da cidade e tombada como patrimnio histrico municipal, destaca-se por ser o local da iniciao religiosa de Frei Galvo. Foi l que o Frei foi batizado, fez sua primeira comunho e rezou sua primeira missa. A Catedral bem localizada, mas as estreitas ruas do centro da cidade dificultam o trnsito dos nibus, o que chega a causar transtornos em dias de grande visitao. Em frente Catedral existe um Posto de Informaes Tursticas.

    Prximo Catedral est a Casa de Frei Galvo, local onde nasceu o santo. Na Sala das Relquias, alm de telas com fatos relevantes de sua vida, esto fragmentos de seus ossos e batina. O local tambm ponto de distribuio gratuita das plulas de Frei Galvo, minsculos pedaos de papel de arroz contendo um versculo do ofcio da Santssima Virgem e que so considerados

    milagrosos (SO FREi GalVO, 2010). A casa foi reconstruda por iniciativa particular em 1989, sendo tombada pelo municpio em razo de seu valor histrico e de sua arquitetura que conserva o estilo colonial da poca. Este atrativo possui uma boa infraestrutura e se encontra em excelente estado de conservao. Recentemente foi inaugurado um caf e as instalaes da loja que oferece artigos alusivos Frei Galvo foram ampliadas.

    Prximo Casa de Frei Galvo h um complexo onde se localiza a fonte de gua abenoada, a sala dos milagres, o oratrio de Frei Galvo Construtor e o Memorial Frei Galvo. Atualmente esses atrativos esto em bom estado de conservao e contam com atendimento agradvel e hospitaleiro de seus funcionrios, os quais esto sempre dispostos a transmitir informaes pertinentes a Frei Galvo.

    O Seminrio Frei Galvo, instituio para formao franciscana, est localizado em uma chcara a um quilmetro da rodovia Presidente Dutra e abriga, alm de uma capela construda em 1942, um amplo acervo de objetos pessoais do santo. No orfanato Casa Purssimo Corao de Maria situa-se a Gruta de Nossa Senhora de lourdes, destino de romarias em busca da gua que ali brota. Outro atrativo importante a Igreja Nossa Senhora das Graas do Convento Franciscano. Construda em 1936, a igreja foi tombada como monumento histrico municipal e possui grande acervo de bens culturais e religiosos.

    A Fazenda Esperana, na rea rural do municpio, uma associao de fiis reconhecida pela igreja catlica que acolhe jovens do Brasil e de outros pases em busca de recuperao dos mais variados tipos de vcios. A recuperao dos jovens trabalhada por meio de programa baseado na convivncia, trabalho e espiritualidade. Em 2007, a fazenda recebeu o Papa Bento XVI, o qual rezou l uma missa.

    Atualmente, a cidade possui mais de 70 hotis, contando com 2.500 leitos. Por ter um amplo setor de comrcio e pela qualidade dos servios bsicos oferecidos no municpio,

  • 138 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 136-139, jul./dez. 2010

    O efeito da canonizao de Frei Galvo sobre o turismo em Guaratinguet (SP)

    Renata Monier/Glauber Eduardo de Oliveira Santos

    Guaratinguet procurada no s por turistas, mas tambm por moradores de cidades vizinhas, como Aparecida e Potim.

    H um dilogo da prefeitura de Guaratinguet com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de So Paulo) para a liberao de verbas para finalizar o sistema virio em torno da Igreja de Frei Galvo, com o objetivo de pavimentar o acesso a diversos bairros do entorno. A obra dever beneficiar no s a comunidade local, como tambm facilitar o acesso dos turistas, cujo fluxo vem aumentando consideravelmente ultimamente. interessante salientar que, j prevendo o aumento de fluxo de turistas aps a canonizao de Frei Galvo, o governo estadual e a prefeitura de Guaratinguet j reformaram a malha viria das estradas de acesso ao municpio. O custo total destas obras foi de cerca de R$ 1,4 milho.

    A menos de 30 km de Guaratinguet existem dois outros grandes centros de peregrinao que se baseiam na f crist. A cidade de Aparecida sede do Santurio Nacional de Nossa Senhora Aparecida, principal ponto de peregrinao religiosa do Brasil. Em Cachoeira Paulista est a Comunidade Cano Nova, bero de um dos maiores movimentos de evangelizao do pas (CanO nOVa, 2010). Reunindo as trs cidades, o Sebrae criou um circuito turstico religioso e desenvolveu um Programa de Desenvolvimento do Turismo Receptivo (PDTR).

    O municpio de Guarat inguet conta com uma Secretaria Municipal de Turismo e lazer, composta de secretrio, assistente tcnica, engenheiro, secretrio de administrao, assessoras com formao na rea de turismo e cerca de 20 funcionrios de eventos. Atualmente, o foco de atuao da secretaria a melhoria da infraestrutura turstica da cidade, e a promoo e divulgao das atividades e eventos ocorridos no municpio.

    Alm disso, a gesto pblica do turismo na cidade conta tambm com um grupo gestor de turismo composto por representantes de entidades como Sebrae, Associao Comercial, COMtUR, poder pblico,

    clero e iniciativa privada. O grupo gestor realiza reunies peridicas para discutir aes pertinentes ao desenvolvimento do turismo local.

    3 PERFIL E CRESCIMENTO DA DEMANDA TURSTICA

    Segundo pesquisas realizadas pela Secretaria de Turismo do municpio, o nmero de turistas que passam pela cidade aumentou consideravelmente aps a canonizao do Frei ocorrida em 2007. Hoje Guaratinguet recebe, em mdia, quinhentos e vinte mil visitantes por ano. O senhor Nelson Baracho, secretrio de turismo, afirmou que antes da canonizao a cidade recebia cerca de trinta nibus por semana e, atualmente, com frequncia esse nmero chega a mais de mil por ms.

    Antes da canonizao, a Secretaria de turismo contava com aproximadamente dez monitores, os quais so responsveis por fornecer informaes tursticas e auxiliar os guias das excurses durante sua permanncia na cidade. Aps a canonizao, ocorreu um relevante acrscimo de visitantes, tambm aumentando para cem o nmero de monitores. No entanto, a ampliao deste nmero ainda no se mostrou suficiente para atender a demanda atual.

    O Relatrio de Pesquisa de Demanda Turstica, escrito pelo NPPTUR (Ncleo de Pesquisa e Planejamento em Turismo do Municpio de Guaratinguet), sob superviso do Centro Universitrio Salesiano de So Paulo - Unidade Educacional lorena -, em 2008, contou com uma amostragem de 1620 questionrios. De acordo com o relatrio, dentre os turistas entrevistados, 70% pertencem faixa de renda que ganha entre R$ 401,00 e R$ 2.000,00, 32% encerraram seus estudos ao completar o ensino fundamental e 41% no o completaram. As mulheres representam 52% dos turistas e 50% deles tm entre 21 e 40 anos. As agncias de viagens so responsveis por 48% do total de turistas que visitam o municpio. Dos entrevistados, 26% viajavam em romarias organizadas pelas igrejas.

  • O efeito da canonizao de Frei Galvo sobre o turismo em Guaratinguet (SP)

    Renata Monier/Glauber Eduardo de Oliveira Santos

    139Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 136-139, jul./dez. 2010

    Quanto origem dos turistas que visitaram a cidade de Guaratinguet, as pesquisas mostram que a maioria vem do prprio estado de So Paulo. A regio sudeste representa 74,4% do total de turistas que visitam Guaratinguet. A cidade de So Paulo sozinha representa 47,5% do total de turistas do municpio. logo, pode-se afirmar que a demanda turstica de Guaratinguet composta predominantemente pelos consumidores locais e regionais, os quais tm nvel de renda relativamente baixo, e se utilizam principalmente do transporte rodovirio.

    4 CONCLUSO

    Anteriormente a 2007, o turismo religioso em Guaratinguet se desenvolvia por mero reflexo do fluxo oriundo das cidades vizinhas, Aparecida e Cachoeira Paulista. Aps o processo de canonizao de Frei Galvo, o turismo na cidade cresceu significativamente. O maior fluxo de visitantes trouxe benefcios, mas tambm custos cidade. Foi preciso investir na ampliao da infraestrutura existente a fim de receber os novos turistas, os quais, por sua vez, passaram a movimentar a economia local. O turismo em Guaratinguet ainda tende a crescer nos prximos anos com a maior difuso de informaes sobre sua oferta de atrativos e sobre o prprio Frei Galvo.

    REFERNCIAS

    CanO nOVa. Site oficial. Disponvel em: . Acesso em: 21 mar. 2010.

    SO FREi GalVO. Site oficial. Disponvel em: . Acesso em: 21 mar. 2010.

    Para contato com um dos autores:Glauber Eduardo de Oliveira Santos

    [email protected]

  • 140 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    Os bens de capital so importantes itens na composio do ativo industrial. A reposio desses itens representa uma clssica deciso de anlise de investimentos com relevantes impactos nos resultados das companhias. O propsito desse estudo apresentar um modelo matemtico alternativo que auxilie no planejamento de longo prazo das empresas por meio da integrao das tcnicas de Engenharia Econmica, Programao Dinmica (PD) e Problema de Roteamento de Veculos (PRV) na busca da poltica tima de reposio. O modelo proposto foi testado com um caso de substituio de dois bens de capital no idnticos. Os resultados foram comparados com outros mtodos usuais de anlise como a Programao Dinmica, mostrando-se prtico, eficiente e flexvel.

    Palavras-chave: Engenharia econmica. Problema de roteamento de veculos. Programao dinmica.

    The Equipment Replacement Policy (ERP) represents a classical investment analysis decision with significant impacts on the performance of companies. This study proposes a hybrid mathematical model in order to support long term planning through the use of Engineering Economy, Vehicle Routing Problem (VRP) and Dynamic Programming (DP) as alternative procedures for evaluating the best replacement policy. The proposed model was tested using two non-identical fixed assets. The results were compared to other usual techniques such as Shortest Path (SP), Dynamic Programming and Equivalent Annual Cost and suggest that it is a useful alternative methodology.

    Keywords: Engineering Economy. Vehicle Routing Problem. Dynamic Programming.

    UM MODELO ALTERNATIvO DE OTIMIzAO PARA A POLTICA DE REPOSIO DE EQUIPAMENTOS

    Eder Oliveira AbensurProfessor da Universidade Federal do ABC (UFABC)

    Doutor, Mestre e Engenheiro de Produo pela POli/USP

    1 INTRODUO

    A substituio dos bens de capital, ou seja, mquinas e equipamentos comprados pelas fbricas ocorre, em geral, devido s seguintes razes:

    a) Altos custos operacionais e de manuteno devido deteriorao fsica com a idade e uso;

    b) Obsolescncia tecnolgica que impede a oferta de produtos mais competitivos e de melhor qualidade;

    c) locao competitiva de equipamentos similares com vantagens fiscais;

    d) Incapacidade de atendimento da demanda atual.

    Tanto a substituio tardia como a prematura de mquinas e equipamentos leva a organizao a incorrer em perdas financeiras, respectivamente, na recuperao do capital ou nos elevados custos operacionais (VAlVERDE & RESEnDE, 1997). Portanto, tanto sob a tica do investimento como da produtividade, a reposio desses itens representa uma tpica e importante deciso financeira com a qual as empresas devero conviver durante muitos anos. Em muitos casos, a deciso deve ser tomada antes do trmino da vida til do equipamento em uso.

    O problema da reposio essencial-mente comparar a reteno do equipamento atual por um ou mais perodos contra a troca

  • Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    141Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    pela melhor ou melhores alternativas de mercado. Genericamente, o tema da reposi-o de equipamentos pode ser dividido em:

    a) Baixa com reposio idntica, quando o equipamento e/ou equipamentos a serem adquiridos apresentam custo inicial, despesas operacionais, vida til e valor de revenda idnticos ao equipamento em uso;

    b) Baixa com reposio diferente, quando o equipamento e/ou equipamentos a serem adquiridos apresentam caractersticas diferentes em relao ao equipamento em uso (ex: custo de aquisio, custos operacionais e vida til). (FlEISCHER, 1987)

    Outras variveis afetam o resultado da anlise, tais como: o tamanho do horizonte de planejamento (HP), o nmero possvel de trocas durante o HP e a natureza do fluxo de caixa. A tabela 1 a seguir resume as combinaes possveis de acordo com as variveis envolvidas e as tcnicas de resoluo recomendveis como Programao linear Inteira (PlI), Programao Dinmica (PD) e Simulao.

    Em tese, de acordo com as avaliaes econmicas feitas, poderiam ocorrer vrias

    substituies ao longo do horizonte de planejamento. No entanto, a natureza do bem de capital analisado (tamanho, complexidade), o oramento disponvel e a poltica de substituio adotada determinam ou limitam as possibilidades de reposio. Bens como laminadores siderrgicos, centros de usinagem, turbinas hidroeltricas e outros tornam quase impraticveis substituies em curtos perodos de tempo. Ao contrrio, outros bens permitem avaliaes de reposies em perodos anuais ou inferiores (ex: automveis).

    Ambas as categorias acima necessitam de dados e estimativas sobre o horizonte de planejamento, custos operacionais, depreciao, taxa mnima de atratividade ou custo de capital, vida til dos equipamentos analisados, valores de revenda etc. A substituio de equipamentos apresenta-se, portanto, como uma complexa atividade de tomada de deciso. Sob a tica dos mtodos de otimizao, genericamente, o tema de reposio de bens possui publicaes com aplicao de Programao Dinmica (DOGRaMaCi & FRaiMan, 2004; lADANy, 1997; MaRQUES et al., 2005; naiR & HOPP, 1992; ValVERDE & RESEnDE, 1997), Programao linear Inteira (TAHA, 2008) ou ambas (AKBAlIK et al., 2008; TAHA, 2008).

    Similaridade com o bem usado Tamanho do HP Trocas Possveis

    Natureza do Fluxo de Caixa Tcnicas Aplicveis

    Idntico Curto 1 Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    Muitas ( HP) Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    longo 1 Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    Muitas ( HP) Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    No Idntico Curto 1 Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    Muitas ( HP) Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    longo 1 Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    Muitas ( HP) Determinstico PlI, PDEstoctico PlI, PD, Simulao

    Tabela 1: Tcnicas de resoluo aplicveis para a poltica tima de reposio de um bem de capital em uso pela melhor alternativa de mercado num horizonte de planejamento (HP).

    Fonte: Elaborado pelo autor.

  • 142 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    2 ENGENHARIA ECONMICA APLICADA POLTICA DE REPOSIO DE EQUIPAMENTOS

    A anlise econmica da substituio de bens de capital um projeto que envolve muitos aspectos tais como: (i) idade do bem de capital em uso; (ii) sua vida til remanescente; (iii) custos contbeis (ex: custos de manuteno, pessoal, materiais, depreciao); (iv) custos econmicos (ex: custo de oportunidade); (v) horizonte de planejamento para avaliao das alternativas; (vi) impostos (ex: imposto de renda); (vii) valor de aquisio do bem a ser adquirido; (viii) valor de revenda do bem em uso (se houver); e (ix) taxa de desconto a ser utilizada para atualizao do fluxo de caixa do projeto.

    No instante de incio da anlise (instante de hoje), em geral, so conhecidos o valor de aquisio do bem em uso, sua idade e sua vida til remanescente, sendo essa ltima obtida por meio de avaliaes tcnicas especializadas ou por uso de tabelas legais impostas pelo fisco. Denomina-se de horizonte de planejamento ou vida de servio o limite do prazo constitudo pela vida til remanescente do bem em uso. O horizonte de planejamento, portanto, funciona como uma janela atravs da qual podem ser avistadas as parcelas do fluxo de caixa que ocorrem neste prazo considerado (HIRSCHFElD, 2009).

    O tratamento dos custos avaliados durante o horizonte de planejamento expressa o conflito entre os custos contbeis e os custos econmicos. Os custos contbeis registram as despesas correntes (pessoal, materiais, manuteno) mais as despesas ocasionadas pela depreciao (perda de valor do bem devido ao desgaste pelo uso ou obsolescncia), sendo essa ltima calculada conforme a regulamentao fiscal vigente. Os custos econmicos consideram os custos de oportunidade, ou seja, as oportunidades deixadas de lado, caso a empresa no empregue seus recursos de maneira mais rentvel (PinDiCk & RUBinFElD, 2005). Os custos econmicos, portanto, no apresentam, necessariamente, um registro

    contbil. No caso da substituio de bens de capital, um custo econmico seria a oportunidade perdida pela no venda do bem em uso. Tanto os custos contbeis como os econmicos so avaliados, exclusivamente, a partir do momento da substituio no incluindo valores passados. Devido s caractersticas de baixa liquidez de muitos bens de capital que restringem as possibilidades de venda no curto prazo, optou-se pelo critrio contbil para formao do fluxo de caixa que inclui custos de manuteno (pessoal, materiais, assistncia tcnica), depreciao, bem como os seus efeitos fiscais.

    Tanto o bem em uso como o bem avaliado para compra possui, no momento de anlise e ao longo do horizonte de planejamento, um valor de revenda que pode ser estimado a partir de dados disponveis de mercados secundrios de negociao do bem, por algum tipo de estudo especfico ou por mtodos contbeis de depreciao. O valor residual do bem avaliado para compra deve incorporar as parcelas do fluxo de caixa que ultrapassem o horizonte de planejamento caso sua vida til seja superior vida de servio. Na data de anlise, o valor de revenda do bem em uso considerado como uma contribuio de reduo do valor de aquisio do bem avaliado para compra.

    A alquota vigente do imposto de renda incide sobre o resultado da revenda do bem em uso (lucro sobre a venda) e do bem que se pretende adquirir, nos custos operacionais (reduo do lucro e na base de clculo do imposto de renda) e analogamente na depreciao do bem avaliado para compra (HIRSCHFElD, 2009; ROSS et al., 2008). A depreciao outra importante parcela na elaborao do fluxo de caixa de bens de capital, em geral, itens mais suscetveis ao desgaste fsico do que a obsolescncia tecnolgica. Ela uma despesa econmica e no representa um desembolso efetivo do caixa, mas possui benefcios fiscais tangveis devido reduo da base de clculo do imposto de renda. Alm disso, conforme o regime de trabalho dos bens (ex: 3 turnos dirios), h a possibilidade de uso de alquotas maiores de depreciao com aumento do benefcio fiscal.

  • Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    143Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    a taxa de juros usada para atualizao das parcelas do fluxo de caixa do projeto de substituio representa um importante tpico no processo de anlise. A ideia em torno da seleo dessa taxa baseada nos conceitos de custo de capital, ou seja, um projeto cria valor para uma empresa se este criar lucro que exceda todo o custo de capital usado para financiar suas operaes. As empresas usam uma variedade de fundos, prprios ou de terceiros, captados a diferentes custos para empreender seus projetos. Portanto, a taxa mnima de retorno requerida ou a taxa mnima de atratividade (tMa) para anlise das decises deveria ser uma mdia ponderada desses custos denominada de custo mdio ponderado de capital (BRiGHaM & EHRHaRDt, 2007).

    A figura 1 a seguir mostra uma representao grfica do fl uxo de caixa com os conceitos discutidos para um bem com quatro anos de uso, adquirido a um custo inicial Ca0, custos operacionais ao incio de cada perodo (contbeis + econmicos) Ci, vida til inicial estimada de 10 anos e valor residual VR0 no momento da anlise. O bem avaliado para compra possui um custo inicial I0 com vida til estimada de 10 anos, custos operacionais ao incio de cada perodo (contbeis + econmicos) Ci e valor residual VR6 avaliado para o limite

    do prazo do horizonte de planejamento incorporando as parcelas posteriores vida de servio. todas as parcelas do fluxo de caixa so atualizadas pela taxa mnima de atratividade (tMa).

    3 O PROBLEMA DO CAMINHO MAIS CURTO

    O problema do caminho mais curto relevante por vrias razes: (i) ele surge, com frequncia, em uma grande variedade de aplicaes em que se deseja enviar algum material entre dois pontos especifi cados em uma rede to rapidamente, to barato ou to confivel quanto possvel; (ii) so fceis de resolver e de forma eficiente; (iii) oferecem um ponto de partida para o estudo de modelos de redes mais complexas e (iv) surgem, com frequncia, como subproblemas, quando problemas de otimizao combinatria e rede so analisados. Como exemplos de modelos de caminho mais curto tem-se: habitao urbana, gesto de projetos, planejamento de estoque, sequenciamento de DNA, planejamento de produtos, programao de telefonista e planejamento de frotas de veculos (AHUJA et al., 1993).

    Considerando uma rede orientada G = (N = ns, A = arcos), com um comprimento

    Figura 1: Representao grfi ca genrica da substituio de um bem de capital. Fonte: Elaborado pelo autor.

  • 144 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    de arco cij associados a cada arco (i,j) A. O n s chamado de fonte. O comprimento de um caminho direcionado a soma das distncias (ou custos) de arcos no caminho. O problema determinar o menor comprimento do n s ao n i N. Uma formulao geral de programao linear apresentada abaixo (AHUJA et al., 1993):

    ele chamado de uma PRV assimtrico (EKSIOGlU et al., 2009).

    Fisher e Jaikumar (1981) desenvolveram, abaixo, um dos mais populares modelos de PRV.

    4 OS PROBLEMAS DE ROTEAMENTO DE vECULOS E DE REPOSIO DE EQUIPAMENTOS

    Um sistema de roteamento definido como um conjunto de meios organizados de forma a atender s demandas localizadas nos arcos ou ns de uma rede de transporte (GOlDBaRG & lUna, 2005). Os PRV geralmente tratam de passeios em relao procura ou oferta de pontos. Esses pontos podem representar cidades, depsitos, postos de trabalho etc.

    O PRV pode ser representado como o seguinte problema da teoria dos grafos. Seja G = (V, A) um grafo completo, onde V = (0, 1,. . . , N) o conjunto de vrtices e A o conjunto de arcos. Os vrtices j = 1,. . . , N correspondem aos clientes, cada um com uma demanda conhecida no negativa, dj, enquanto o vrtice 0 corresponde ao depsito. Um custo no negativo, cij, est associado a cada arco (i, j) e representa o custo de viajar do vrtice i ao vrtice j. Se o custo de satisfazer os valores cij = cji para todo i, j V, ento o problema dito ser um PRV simtrico, caso contrrio,

    Onde:

    xijk = varivel que assume 1 quando o veculo k visita o cliente j depois de ter visitado o cliente i ou, caso contrrio, 0

    yik = varivel que assume 1 se o cliente i visitado pelo veculo k ou, caso contrrio, 0

    qi = demanda do cliente i

    Qk = capacidade do veculo k

    cij = custo do arco ij

    S = circuitos legais formados conforme o nmero de ns

    min Z = cij - xijki, j k=1

    sujeito a:

    i,jS

    j i=1

    W

    i

    k

    k

    xijk {0,1} i = 1,....,n k = 1,....,m

    xik {0,1} i, j = 1,....,n k = 1,....,m

    xijk |s|-1 s {2,....,n}, k = 1,...,m (5)

    xijk= xjik= yik i = 1,....,n k = 1,....,m (4)

    qi yik Qk k = 1,....,m (3)

    yik = m i = 1 (2)

    yik = 1 i = 2,....,n (1)

    min Z = cijxij(i,j)A

    sujeito a:

    xij 0 (i, j) A

    xij 0 and integer

    x - xji=

    { j:(i, j)A}

    N

    { j:( j, i)A}

    N n-1 for i = s-1 for all i N - {s}

  • Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    145Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    O PRE pode ser considerado como um tipo de PRV devido s seguintes razes:

    a) O PRE pode ser desenvolvido em uma rede com representao em ns com os extremos

    representando o incio e o fim do processo;b) Os ns intermedirios representam os estados

    de conservao e de substituio para um estgio atual dos estados de estgios anteriores;

    c) Os veculos do modelo PRV podem ser vistos como o tipo de equipamento escolhido do PRE que executa um percurso de ns

    sequenciais contendo os arcos ij;d) ERP e PRV so ciclos de Hamilton. Os

    equipamentos (veculos) realizam seus passeios sobre os arcos (comprimento, estados, decises), visitando cada n (cidades, depsitos, estgios) na rede exatamente uma vez;

    e) Em cada fase, os ns representam a demanda a ser atendida pela capacidade de cada equipamento (veculo);

    f) A rede de PRE no apresenta comprimento negativo (arco);

    g) Em cada estgio, a deciso de manuteno ou substituio do equipamento irreversvel. Por isso, a rede de PRE orientada, ou seja, como xij uma varivel binria, ento xij + xji = 1;

    h) Os arcos representam os valores de transio (custos) entre os diferentes estgios e os ns representam as restries do estgio (demanda, capacidade);

    i) O objetivo encontrar o caminho que maximiza lucro ou minimiza custos;

    j) Em conformidade com o modelo PRV, a soluo PRE ideal uma rota contnua.

    5 PROGRAMAO DINMICA

    A programao dinmica (PD) uma tcnica muito empregada em problemas multivariveis passveis de decomposio em uma sequncia de estgios, sendo que cada estgio compreende um subproblema com uma nica varivel. As opes para se completarem os estgios so chamadas de decises. Uma poltica uma sequncia de decises, sendo uma deciso para cada estgio de processo. A condio do processo

    num dado estgio chamada de estado neste estgio. Cada deciso efetua uma transio do estado corrente para o estado associado ao estgio seguinte. Um modelo de PD basicamente uma equao recursiva que liga os diferentes estgios do problema, de maneira que garante que a soluo tima vivel de cada estgio tambm a soluo tima vivel para o problema inteiro (HilliER & liEBERMan, 2006; TAHA, 2008). A terminologia de PD usada para o problema analisado apresentada a seguir.

    Horizonte de planejamento: vida til remanescente do bem em uso que corresponde ao nmero de estgios.

    Estgios: so os perodos anuais em que tomada a deciso de substituio.

    Estado: corresponde situao do sistema (reteno ou substituio) em determinado estgio.

    Transio: definida pela frmula de recorrncia que determina a mudana de valores das variveis de um estado em um certo estgio para um estado num estgio seguinte. No caso, os valores de transio representariam as parcelas do fluxo de caixa que poderiam ser os custos ou a receita lquida de reteno ou substituio. Sob a tica de custos, as parcelas negativas do fluxo de caixa descontado que implicam sadas so: (i) custos operacionais (c); (ii) custo pela perda de valor de mercado do bem em uso de um estgio para o outro (p); (iii) custo de oportunidade pela no venda do bem em uso e (iv) custo de aquisio do novo bem (I). As parcelas positivas so representadas pelos valores de revenda dos bens analisados (VR).

    Deciso: decide-se em cada estgio pela reteno ou substituio do bem em uso por mais um perodo. O bem mantido quando seu custo de reteno for inferior ao seu custo de substituio e vice-versa.

    Poltica: conjunto das decises ao longo da do horizonte de planejamento.

  • 146 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    N = tamanho do horizonte de planejamento ou nmero total de estgios

    t = idade do bem no incio do perodo

    I0 = valor de aquisio de um novo bem considerado como a melhor alternativa de mercado

    Cj = custo operacional anual de um bem no incio do perodo

    Dj = quota de depreciao de um bem no incio do perodo

    VCj = valor contbil do bem no incio do perodo

    VRj = valor de revenda do bem

    r = custo de capital ou taxa mnima de atratividade (% aa)

    IR = alquota do imposto de renda (%)

    Jaikumar (1981). As razes que levaram a essa escolha so:

    a) um modelo genrico clssico usado para a formulao de muitos outros modelos (lAPORTE et al., 2000);

    b) um modelo de Programao linear Inteira que possui mtodos de soluo matemtica exata como, por exemplo, o algoritmo de

    Branch and Bound que est incorporado em diversos softwares;

    c) Permite a incluso de restries lgicas mais sofisticadas como o mximo nmero

    de restries ao longo do horizonte de planejamento ou restries de demanda, porque incorpora variveis binrias de deciso;

    d) O modelo genrico desenvolvido foi testado para situaes de conflito com mltiplos veculos participando da mesma rede de transportes. Essa caracterstica poder ser til para futuras expanses do modelo proposto.

    Como explicado, o modelo proposto fundamenta-se nos princpios do PRV. A rota pretende minimizar o valor presente do custo total (funo objetivo) durante o horizonte de planejamento. A restrio de continuidade da rota garante, a cada estgio, que o equipamento (veculo) escolhido visite o n apenas uma vez. A soma dos ns de substituio selecionados yw

    6 FORMULAO DO MODELO PROPOSTO

    As caractersticas do problema de reposio simplificam o processo de otimizao, pois h uma reduo do nmero total de arcos envolvidos. Entre as muitas opes disponveis para a soluo de problemas de roteamento, adaptou-se o modelo desenvolvido por Fisher &

    fj(tj) = min [-C(t)(1-IR) + Dj (IR)] (1+r)- j + fj-1 (t -1)(1+r)-(j-1) Reter[-C(0)+VRj-VCj-I0)(1-IR) + Dj (IR)] (1+r)- j + [ fj-1 (t-1)](1+r)-(j-1) Substituir

    fj(tj) = valor presente mnimo do custo total para os anos j, j+1, ...., N

    f0(t0) = 0

    (6)

    igual ou menor do que o mximo nmero de substituies. A cada estgio, a capacidade do equipamento escolhido igual ou maior que a demanda. Conforme as caractersticas da poltica de substituio de equipamentos, as restries (1), (2) e (5) do PRV so desnecessrias.

    A representao matemtica para os arcos vlidos do modelo adaptado de acordo com as convenes estabelecidas na seo 5 a seguinte:

    Dado que o bem em uso tem t anos no incio do estgio (ano) j e que as parcelas do fluxo de caixa so expressas em valores anuais, a frmula de recorrncia :

  • Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    147Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    cjik = custo transio de aresta que sai de i e vai para k, podendo assumir os valores:

    [-C(t)(1-IR) + Dj (IR)] (1+r)- j Reter[-(C(0)+VRj-VCj-I0)(1-IR) + Dj (IR)] (1+r)- j Substituir

    max Z = - cjikxjikj=1 i=1/iAJ n

    k=1/kikA

    n(mnimo custo)

    xik - xki = yi i = 1,....,W (restrio da continuidade)i=1

    W W

    i=1

    xsjik Qj ds (restrio da demanda)j=1

    S J

    s=1 i=1/iAs k=1/kikA

    n n

    yw R (mximo nmero de trocas)W

    w=1/w{M}

    xjik {0,1}

    yi {0,1}

    Onde:

    xjik = arco de i para k usado pelo equipamento j yj = o n i faz parte da soluoJ = nmero de equipamentos analisadosW = nmero de nsA = arcos do estgioM =conjunto de ns de substituioS = nmero de estgiosn = nmero de arcosQj = capacidade do equipamento jds = demanda do estgio sR = mximo nmero de substituies previstas durante o horizonte de planejamentot = idade do equipamento no incio do estgioI0 = custo inicial da melhor alternativaCj= custo anual operacional no incio do estgioD = quota de depreciaoVC = valor contbil do equipamento no incio do estgioVR = valor de mercado do equipamentor = custo de capital ou tMa (% aa)IR = impostos (%)

    7 RESULTADOS

    Para avaliao do modelo proposto, adaptou-se o problema apresentado por Hirschfeld (2009). Uma betoneira K comprada h quatro anos apresentava as seguintes caractersticas: (i) custo inicial de R$ 1.000.000,00; (ii) vida til de 10 anos; (iii) despesas anuais de manuteno de R$ 100.000,00; (iv) valor de revenda ao fim de 10 anos de R$ 150.000,00. A empresa tenciona substitu-lo por outro bem L que apresenta a seguinte configurao: (i) custo inicial de R$ 1.500.000,00; (ii) vida til de 10 anos; (iii) despesas anuais de manuteno de R$ 80.000,00; (iv) valor de revenda ao fim de 10 anos de R$ 250.000,00. O vendedor do bem L oferece R$ 400.000,00 por K. A empresa considera uma taxa mnima de atratividade de 20% aa e uma alquota de imposto de renda de 35%. A demanda em cada estgio de 3.000 t e a capacidade dos equipamentos L e K so, respectivamente, 3.500 t e 3.000 t.

    sujeito a:

  • 148 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    At uma substituio prevista ao longo do horizonte de planejamento. A tabela 2 a seguir resume os dados necessrios para aplicao das tcnicas de otimizao a partir do momento da anlise at o fim do horizonte de planejamento.

    a tabela 3 e a figura 2 a seguir foram feitas a partir dos dados apresentados na seo 2. Elas resumem as aplicaes das tcnicas de Caminho mais Curto, Programao Dinmica e Custo Anual

    Equivalente (CAE). De acordo com os resultados a melhor poltica seria a reteno do bem em uso at o fim do horizonte de planejamento. Esse foi o mesmo resultado encontrado por meio da aplicao da tcnica de Custo Anual Equivalente (HIRSCHFElD, 2009). Os princpios do CAE foram apresentados na seo 2.1, alm disso, o CaE converte todos os fluxos de caixas envolvidos em sries uniformes equivalentes (HIRSCHFElD, 2009).

    Bem em Uso Bem Novo

    IdadeCusto

    Operacional C(t)

    Valor Contbil

    VC

    Valor de Mercado

    VR1

    Quota de Depreciao2

    D

    Custo Operacional

    C(t)

    Valor Contbil VC

    Valor de Mercado

    VR1

    Quota de Depreciao2

    D

    1 - - - - 80.000 1.350.000 1.375.000 150.000

    2 - - - - 80.000 1.200.000 1.250.000 150.000

    3 - - - - 80.000 1.050.000 1.125.000 150.000

    4 100.000 600.000 400.000 100.000 80.000 900.000 1.000.000 150.000

    5 100.000 500.000 360.000 100.000 80.000 750.000 875.000 150.000

    6 100.000 400.000 320.000 100.000 80.000 600.000 830.6663 150.000

    7 100.000 300.000 280.000 100.000 - - - -

    8 100.000 200.000 240.000 100.000 - - - -

    9 100.000 100.000 200.000 100.000 - - - -

    10 100.000 0 150.000 100.000 - - - -1 dados estimados a partir dos valores disponveis2 depreciao linear3 incorpora as parcelas aps o horizonte de planejamento

    Fonte: Elaborado pelo autor.

    Tabela 2: Custos operacionais, valor de mercado e depreciao dos bens analisados.

    Modelo PRV Proposto

    Modelo do Caminho + Curto

    ProgramaoDinmica

    Custo AnualEquivalente 1

    Poltica tima (R, R, R, R, R, R) (R, R, R, R, R, R) (R, R, R, R, R, R) (R, R, R, R, R, R)

    Funo Objetivo2 R$ 67,112 R$ 67,112 R$ 67,112 R$ 67,112Vantagens Flexvel

    Tcnica de otimizao

    Flexvel Tcnica de

    otimizao

    Mtodo tradicional Tcnica de

    otimizao

    Mtodo tradicional Prtico

    Desvantagens Tamanho da rede Tamanho da rede Desconsidera

    restries de capacidade

    Desconsidera mximo nmero de substituies

    Tamanho da rede Desconsidera

    restries de capacidade

    Desconsidera mximo nmero de substituies

    Desconsidera possibilidades intermedirias de substituio

    Desconsidera restries de nmero de substituies e capacidade

    1 Hirschfeld (2009) 2 Valor presente

    Tabela 3: Resultados e comparao entre os mtodos analisados.

  • Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    149Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    problema que apresenta uma abordagem coerente que facilita a compreenso do PRE;

    O modelo genrico prtico, podendo ser programado em softwares acessveis e de domnio pblico. Neste trabalho, o modelo foi desenvolvido em planilha eletrnica Excel;

    O modelo proposto fl exvel podendo atender, simultaneamente, a restries de oramento, nmero mximo de trocas, imposies da

    poltica vigente de substituio de bens da empresa e de atendimento da demanda. Ele permite trabalhar sob a tica de minimizao de custos ou maximizao da receita.

    O tamanho da rede de transporte do problema em funo do horizonte de planejamento representa uma limitao operacional. Entretanto, o atual estgio dos recursos de tecnologia de informao permite o tratamento de muitos problemas prticos. Considerando-se a evoluo natural desses recursos, projeta-se uma ampliao das possibilidades de aplicao do modelo. Espera-se que a reflexo feita neste estudo

    8 CONCLUSES

    H dcadas que o PRE vem sendo estudado (BEllMan, 1955). Modelos matemticos e solues para problemas similares so conhecidas h tempos (programao dinmica). O mtodo do PRV generalizado oferece uma til estrutura para uma larga variedade de aplicaes (BAlDACCI et al., 2009). De acordo com os motivos apresentados, este trabalho mostra um modelo hbrido de PRV como uma alternativa ao problema da poltica tima de reposio de equipamentos.

    Este estudo fez uma reviso do tema de reposio de bens de capital sob a tica dos mtodos de otimizao e suas interseces com a Engenharia Econmica (depreciao, custo de capital, impostos). Um modelo alternativo baseado em PRV foi desenvolvido e comparado com outras tcnicas sendo identifi cadas vantagens gerais e especfi cas relacionadas a seguir:

    Nenhum estudo anterior havia proposto o uso do PRV como uma alternativa para soluo do PRE. uma nova perspectiva para um clssico

    Figura 2: Modelo Hbrido e Poltica tima de Reposio.

  • 150 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 140-150, jul./dez. 2010

    Um modelo alternativo de otimizao para a poltica de reposio de equipamentos

    Eder Oliveira Abensur

    estimule novos trabalhos e refinamentos sobre o tema e o modelo como, por exemplo, expanso para dois ou mais bens alternativos avaliados simultaneamente para substituio do bem em uso.

    REFERNCIAS

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    Para contatos com o autor:[email protected]

  • 151Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 151-155, jul./dez. 2010

    No Brasil, cerca de 300 mil pessoas morrem anualmente de doenas cardiovasculares. Segundo uma pesquisa da Organizao Mundial da Sade (OMS), o Brasil o 9 colocado dentre os pases que possuem essas doenas como a principal causa de morte. Um transplante cardaco , muitas vezes, a nica forma de tratamento para certas doenas cardacas, restabelecendo as condies normais do paciente. Um Corao Artificial, ou Dispositivo de Assistncia Circulatria, pode ser utilizado para manter a vida do paciente enquanto ele aguarda na fila de espera por um transplante. Este artigo apresenta as pesquisas com o Corao Artificial e Dispositivos de Assistncia Circulatria no Brasil e no mundo. Os principais projetos estudados e disponveis para o tratamento de pacientes cardacos so abordados de forma comparativa e cronolgica. Como resultado, foi realizada uma indexao destes projetos de acordo com as classificaes encontradas na literatura nacional e internacional mostrando as aplicaes e caractersticas de funcionamento de cada equipamento dentro do desenvolvimento histrico at a atualidade.

    Palavras-chave: Corao artificial. Dispositivos de assistncia ventricular. Assistncia circulatria.

    In Brazil about 300 000 people die annually from cardiovascular diseases. According to a research of the World Health Organization (WHO), Brazil is in the 9th place among the countries that have these diseases as the main cause of death. A heart transplant is often the only form of treatment for certain heart diseases by restoring the normal conditions of the patient. An Artificial Heart or Circulatory Assist Device may be used to maintain the patient's life while on the waiting list for a transplant. This article presents the research with the Artificial Heart and Circulatory Assist Devices in Brazil and worldwide. The main projects studied and available for the treatment of cardiac patients are approached in a comparative and chronological form. As a result, an index of these projects was developed in accordance with the classifications found in the national and international literature showing the applications and operational characteristics of each device within the historical development until the present days.

    Keywords: Artificial Heart. Ventricular Assist Devices. Circulatory Support.

    CORAO ARTIFICIAL E DISPOSITIvOS DE ASSISTNCIA CIRCULATRIA NO BRASIL E NO MUNDO

    Beatriz Uebelhartaluna de iniciao Cientfica instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de So Paulo

    tecnloga em Sade Faculdade de Tecnologia de Sorocaba

    Pedro Ivo T. C. AntunesMestrando pela Escola Politcnica Universidade de So Paulo

    tecnlogo em Sade Faculdade de Tecnologia de Sorocaba

    Aron Jos Pazin de AndradePs-Doutor em Engenharia Mecnica Universidade Federal de Minas Gerais

    Engenheiro Mecnico, Mestre e Doutor em Engenharia Mecnica Universidade Estadual de CampinasCoordenador do Centro de Engenharia em assistncia Circulatria instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de So Paulo

    Eduardo Guy Perptuo BockEngenheiro Mecnico, Mestre e Doutorando em Engenharia Mecnica Universidade Estadual de Campinas

    Professor do instituto Federal de Educao Cincia e tecnologia de So Paulo Campus So PauloOrientador de iniciao Cientfica do instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de So Paulo

  • 152 Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 151-155, jul./dez. 2010

    Corao artificial e dispositivos de assistncia circulatria no Brasil e no mundo

    Beatriz Uebelhart/Pedro Ivo T. C. Antunes/Aron Jos Pazin de Andrade/Eduardo Guy Perptuo Bock

    1 INTRODUO

    Estima-se que, em todo o mundo, cerca de 20% a 40% dos pacientes selecionados para o transplante cardaco chegam a falecer enquanto ainda esto na fila de espera. O Brasil possui um dos maiores programas pblicos de transplantes de rgos do mundo. Em 2009, foram realizados cerca de 305 transplantes de corao e cerca de 64.000 pessoas aguardam na f i la de espera por um transplante (BARACAT, 2003). O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), rgo responsvel pela administrao dos transplantes de rgos financiados pelo SUS, existe em 25 estados brasileiros e representado por 548 estabelecimentos de sade e 1376 equipes mdicas autorizadas (SOCIEDADE BRASIlEIRA DE CARDIOlOGIA, 1999).

    O transplante de rgos s pode ser realizado aps uma equipe mdica constatar morte enceflica, natural ou acidental do doador, e tambm se todos os rgos estiverem em funcionamento. O SUS e o SNT devem autorizar o procedimento e de escolha da famlia do paciente autorizar ou no a doao dos rgos.

    Ao ser constatado por um mdico que o paciente necessita de um transplante, o candidato colocado na lista de espera de transplantes do SUS. O atendimento desta lista feito por ordem de chegada e ela nica para cada rgo ou tecido. Neste processo so considerados a urgncia do atendimento e os critrios tcnicos e geogrficos para cada rgo, segundo a Portaria n 91/GM/MS, de 23 de janeiro de 2003. Os elevados tempos de espera por um transplante geram um grande custo, causam sofrimento nos pacientes e os rgos aproveitados muitas vezes acabam sendo de qualidade inferior, o que implica em um aumento na necessidade de retransplantes, em elevada taxa de mortalidade ps-transplantes e na reduo da sobrevida do paciente transplantado. Segundo Souza & Elias (2006), o tempo de vida mdio de um rgo transplantado de 10 anos e o mximo de 20 anos.

    2 ASSISTNCIA CIRCULATRIA

    assistncia circulatria pode ser definida como o conjunto de tcnicas e equipamentos capazes de manter as condies hemodinmicas dos pacientes por perodos prolongados e substituir total, ou parcialmente, de forma temporria ou definitiva, as funes de bombeamento do corao (FIOREllI et al., 2008).

    O corao um rgo constitudo por duas bombas pulsteis, o corao direito que realiza a circulao pulmonar e o corao esquerdo que realiza a circulao sistmica, e cada cmara composta de um trio e de um ventrculo. Ele responsvel por impulsionar o sangue pelo sistema circulatrio contraindo e relaxando, em mdia, entre 60 e 100 vezes por minuto. A principal fonte da fora que bombeia o sangue pela circulao pulmonar ou pela circulao perifrica provm do ventrculo. Em um corao normal os trios se contraem cerca de um sexto de segundo antes do ventrculo, o que permite um maior enchimento dos ventrculos antes de eles bombearem o sangue para o resto do corpo. Ele possui um sistema especial, que tem a funo de manter o ritmo e transmitir os potenciais de ao para o msculo cardaco, produzindo o batimento cardaco. Esse sistema , porm, facilmente danificado por doenas cardacas

    Lista de espera (ativos e semiativos) Transplante Cardaco/1 semestre de 2009

    Alagoas 2Bahia 3Cear 6Distrito Federal 9Gois 12Mato Grosso do Sul 14Minas Gerais 23Par 4Paraba 3Paran 78Pernambuco 7Rio de Janeiro 12Rio Grande do Norte 7Rio Grande do Sul 5Santa Catarina 5So Paulo 104TOTAL 294

    Tabela 1: lista de espera de pacientes ativos e semiativos para o transplante cardaco no primeiro semestre de 2009.

    Fonte: MiniStRiO Da SaDE, 2009.

    A grande maioria, cerca de 70% dos transplantes realizados no Brasil, feita em hospitais de ensino, os quais normalmente possuem cerca de 275 leitos (CARVAlHO, 2004).

  • 153Sinergia, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 151-155, jul./dez. 2010

    Corao artificial e dispositivos de assistncia circulatria no Brasil e no mundo

    Beatriz Uebelhart/Pedro Ivo T. C. Antunes/Aron Jos Pazin de Andrade/Eduardo Guy Perptuo Bock

    que so capazes de alterar o ciclo cardaco prejudicando o bombeamento do sangue pelo corao (GUytOn & Hall, 1997).

    Diversos dispositivos de assistncia circulatria vm sendo desenvolvidos a fim de atender pacientes que aguardam na fila de transplantes cardacos. Esses dispositivos devem ser capazes de funcionar por longos perodos, lesando o mnimo possvel os elementos figurados do sangue e gerando a menor ativao de cascata, at que se encontre um doador adequado (BOCK, 2007a).

    Os dispositivos de assistncia circulatria mecnica podem ser classificados quanto ao tipo de fluxo, posio em relao ao corao, em relao ao ventrculo assistido, grau de substituio ventricular, posio em relao ao paciente e tempo de permanncia. Quanto ao tipo de fluxo eles podem ser de fluxo pulstil, contnuo ou por contrapulsao. Na sua posio, em relao ao corao, podem ser classificados como dispositivos de assistncia em srie, ou em paralelo. Em relao ao ventrculo assistido, so classificados em: assistncia ventricular direita, assistncia ventricular esquerda ou assistncia biventricular. Podem ser totais ou parciais quanto ao grau de substituio ventricular. Quanto posio em relao ao paciente podem ser paracorpreos, ou semi-implantveis, ou totalmente implantveis. E por fim, quanto ao tempo de permanncia, podem ser de curta durao (menos de 30 dias), mdia durao (de 30 dias a 1 ano) e longa durao (mais de 1 ano). Esses dispositivos so usados como ponte para transplantes, ponte para recuperao, terapia de destino (definitiva) e suporte temporrio em cirurgias cardacas. Os dispositivos de curta durao so utilizados normalmente como ponte para um dispositivo de longa durao, suporte para recuperao ventricular, aps cirurgias cardacas, para transplantes, em casos de miocardites e de choques cardiognicos. Os dispositivos de mdia durao so frequentemente utilizados como ponte para transplante e os dispositivos de longa durao so usados em terapias de destino em pacientes inaptos a receber um transplante (FIOREllI et al., 2008).

    A assistncia circulatria em paralelo ou o corao artificial total so contraindicados para pacientes com mais de 70 anos, com doenas

    pulmonares crnicas e cerebrovasculares sistemticas, com falncia renal crnica, endocardite bacteriana, com cardiopatias congnitas e com disfuno heptica grave. Segundo Fiorelli et al. (2008), os critrios clnicos utilizados na seleo dos candidatos assistncia circulatria mecnica so idade, estado clnico e fatores de contraindicao, como hipertenso pulmonar, doena cerebrovascular e infeco ativa.

    3 DISPOSITIvOS DE ASSISTNCIA CIRCULATRIA

    3.1 Balo Intrartico

    O balo intrartico um dispositivo de assistncia circulatria em srie, constitudo de um cateter com um balo em sua extremidade distal e um console, responsvel por insuflar e desinsuflar o balo dentro da aorta.

    O console composto, basicamente, de um monitor fisiolgico, usado para sincronizar o ciclo cardaco do paciente com o enchimento e esvaziamento do balo; uma seo pneumtica, que gera a presso positiva e negativa que insufla e desinsufla o balo; uma unidade controladora; um tanque de gs; e baterias. Este dispositivo funciona por contrapulsao, ou seja, ele insufla quando o corao relaxa, o que provoca um aumento do fluxo de sangue para as artrias coronrias, e quando o corao contrai ele desinsufla e o sangue enviado para fora do corao, diminuindo o esforo cardaco e o consumo de oxignio, e aumentando o dbito cardaco. Ocorre um deslocamento proximal e distal do volume de sangue na aorta na insuflao no incio da distole.

    O balo pode ser insuflado com gs hlio ou dixido de carbono. O gs hlio inerte, possui sua baixa densidade, e de rpida difuso, deste modo em casos de ruptura do balo ele facilmente absorvido pelo sangue. O dixido de carbono se difunde melhor que o gs hlio no sangue, fato que reduz as potenciais consequncias de embolia gasosa. O dispositivo , geralmente, introduzido atravs da artria femoral esquerda e seu posicionamento intrartico produz diversos efeitos benficos

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    como a reduo da necessidade de oxignio do miocrdio, aumento do volume de sangue ejetado em cada sstole, causado pela diminuio da resistncia ao fluxo, e melhora da funo renal e cerebral. Ele indicado para auxiliar os pacientes que aguardam por um transplante, na falha no desmame da circulao corprea, em casos de insuficincia cardaca, choque cardiognico, infarto agudo do miocrdio, entre outros. Suas principais contraindicaes so em casos de insuficincia da valva artica, doena vascular perifrica grave e disseco aguda da aorta (aMaR & SOBRinHO, 2002).

    3.2 Bombas Axiais

    as bombas axiais tm seu funcionamento baseado no princpio do parafuso sem fim, criado por Arquimedes, que o utilizava para extrair gua de minas e poos. So dispositivos de longa durao de bombeamento no pulstil que podem ser implantados apenas no ventrculo esquerdo. Nestes dispositivos o sangue impulsionado devido rotao de uma pequena turbina, gerando um fluxo axial contnuo paralelamente ao prprio eixo do sistema. Esses dispositivos de fluxo axial possuem o rotor suportado por mancais cermicos (BOCK, 2007b). A velocidade de rotao de uma bomba centrfuga menor que a de uma de fluxo axial devido ao fato de o volume interno ser maior. As maiores vantagens desses dispositivos, comparando com os dispositivos pulsteis, seu pequeno tamanho, baixo custo e baixo consumo de energia (DElGADO et al., 2002). O Impella um exemplo deste tipo de dispositivo, um cateter para assistncia circulatria produzido pela empresa Abiomed. Ele fornece um suporte ventricular minimamente invasivo, reduzindo o trabalho do miocrdio e o consumo de oxignio, e aumentando o dbito cardaco e coronrio. Este dispositivo est disponvel em trs modelos e pode ser inserido atravs da artria femoral at o ventrculo esquerdo, onde capaz de gerar um fluxo de at 5l/min. nos casos de descompensao do fluxo do ventrculo esquerdo ele mais efetivo que o balo intrartico, citado anteriormente. Sua utilizao indicada em diversos casos, entre

    eles os de choque cardiognico, miocardite aguda e como ponte para recuperao (BOCK, 2008).

    3.3 Bomba Centrfuga

    Bomba centrfuga implantvel um dispositivo de assistncia circulatria e consiste de um cone rotatrio, que proporciona um fluxo, e que ac