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Estudo sobre os evangelhos sinóticos

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Evangelhos Sinóticos

Prof. Bruno Glaab Página 1

EVANGELHOS SINÓTICOS Bruno Glaab

Introdução

Estudaremos o contexto da formação dos evangelhos sinóticos. Para tanto fare-

mos uma pequena introdução ao Novo Testamento, a formação do cânon, a formação

dos evangelhos, a questão sinótica com o problema sinótico, as fontes dos evangelhos e,

por fim, uma comparação sinótica de Mc, Mt e Lc.

Com isto queremos possibilitar uma visão de conjunto sobre a formação dos e-

vangelhos sinóticos, bem como os primeiros passos para a compreensão dos mesmos

evangelhos.

1 – Introdução ao Novo Testamento

Antes dos livros escritos, o evangelho era tradição oral. Os que conviveram com

Jesus testemunhavam sua ação e suas palavras para as comunidades. Há vestígios desta

tradição já um tanto concentrada em blocos (1Cor 11,23; 15,3; Rm 4,24s; Rm 10,9s.

Alguns tópicos ocorrem em muitos lugares (Rm 1,3s; 2Tm 2,8), etc.

a) Confissões cristãs primitivas

Inicialmente anunciava-se o crucificado e o ressurreto como o Senhor. Ocorre

muitas vezes nas cartas e nos Atos dos Apóstolos (At 2,14ss; 3,12ss; 4,9-12; 1Ts 1,9s).

Pregava-se também sobre aqueles que aceitavam a Jesus Cristo (Rm 10,9; Mc 8,38; Mt

10,33, etc).

b) Hinos cristológicos

As assembléias glorificavam a Cristo como o Kýrios em múltiplos hi-

nos (Cl 3,16; 5,19; 1Cor 14,26).

c) Tradição Litúrgica

A liturgia teve papel preponderante na transmissão oral dos evangelhos. Isto se

percebe no “Amém” (1Cor 14,16), no “Aleluia” (Ap 19,1.3.6), nas formulações fixas,

como no “Pai Nosso” (Mt 6,11ss). As assembléias gregas eram mais livres em suas

liturgias, por isto, modificavam, ou extravasam com nova roupagem os mesmos anún-

cios.

d) Tradição parenética (exortação) A pregação cristã primitiva se move muito na sabedoria proverbial e na filosofia

helenista. Citam-se catálogos de vícios e também de virtudes (Rm 1,29-31; 13,13; 1Cor

5,10s; 6,9s, etc).

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2 - Formação do Cânon do Novo Testamento

Inicialmente havia duas fontes para a pregação dos cristãos: a Escritura (AT) e

as palavras e ações do Mestre, mas de acordo com as promessas de Jesus, os apóstolos

receberam o Espírito Santo e, assim, suas palavras e cartas, também adquiriram autori-

dade de Palavras Inspiradas (SCHARBERT, 1983, 104). Lentamente as Cartas dos A-

póstolos, At, Hb e Ap também se tornaram Escritura.

A palavra Cânon significa junco, padrão, regra, norma. Designa o índice dos

livros bíblicos aceitos como sagrados (LOHSE, 1985, p.11). Inicialmente a Igreja acei-

tava como livros sagrados os livros do Antigo Testamento: he grafe (A Es-

critura) ou ai hai grafai (As Escrituras) = cf.1Cor 15,3-5.

Costuma-se citar três partes:

a) Pánta tà guegramména én to nómo Mouséos kaì toîs profétais

(Todas as coisas escritas na Lei de Moisés, e nos Profetas e

kaì Psalmòis

nos Salmos (Lc 24,44).

“Em contraposição ao judaísmo, a comunidade cristã não lê o Antigo Testamento como

Lei, mas como testemunho de Cristo, o qual é o fim da Lei (Rm 10,4)” (LOHSE, 1985,

p.12).

Usa-se frases do Antigo Testamento como provas escriturísticas (Is 53,10-12).

Assim Cristo é o cumprimento da Escritura (Rm 1,2). O Antigo Testamento é lido à luz

de Cristo. O evangelho é a chave para abrir a Escritura. Cristo, o Kýros (Se-

nhor), é a luz sobre as Escrituras. Suas palavras têm peso de Escritura:

b) Lógos Kyríu = Palavra do Senhor.

- A Ressurreição dos mortos é afirmada pela Palavra do Senhor (1Ts 4,13-18).

- A indissolubilidade do casamento advém da Palavra do Senhor (1Cor 7,10).

- O sustento dos pregadores vem da Palavra do Senhor (1Cor 9,14). - A celebração da eucaristia tem base na Palavra do Senhor (1Cor 11,23-25).

Paulo faz questão de dizer: légo egó, uch ho Kýrios

(Digo eu, não o Senhor) (1Cor 7,12). As palavras de Paulo, por ser apóstolo de Jesus

Cristo (1Cor 1,1), assumem valor e autoridade, tanto que suas cartas se tornam docu-

mentos. As cartas do apóstolo têm valor, por ser ele do Senhor. Assim se coleciona suas

cartas e se passa para as demais comunidades (Cf. Cl 4,16; 2Pd 3,15).

c) Também os evangelhos surgidos nos diversos lugares recebem divulgação e

recebem peso escriturístico - grafé(2Clemente 2,4). As Palavras do Senhor

(Jesus) equivalem à Escritura já no início do século II 9LOHSE, 1985, p.14)..

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“Em meados do século II Justino informa que „as memórias dos apóstolos‟ são

lidas nos cultos da mesma forma como os escritos dos profetas” (LOHSE, 1985, p.14).

Muito cedo começa-se a formar o cânon do Novo Testamento. Na passagem do

2º século para o 3º, já há vestígios sólidos da formação de um cânon do Novo Testa-

mento:

- Irineu usa os quatro evangelhos com toda a naturalidade. Liga os 4 evangelhos

com Ez 1,4-10 e com Ap 4,7. Também utiliza os Atos dos Apóstolos, todas as cartas de

Paulo (exceto Filemão), as cartas católicas (menos 2Pd; 3Jo; Jd. Tg e Hb) e Apocalipse.

- Tertuliano como todo ocidente, usa 22 escritos do Novo Testamento: 4 evan-

gelhos, At, 13 cartas de Paulo, 1Pd, 1Jo, Jd, Ap.

- Clemente de Alexandria usa os 4 evangelhos, 14 cartas de Paulo (também Hb),

1Pd; 1-2 Jo, Jd, Cita, também, alguns livros não canônicos.

- Cânon de Muratori (200 d.C.). É o índice canônico da comunidade de Roma.

O texto tem partes arrancadas (evangelho de Mateus). Inicia com a última parte de Mar-

cos. Chama Mc e Lc de alunos dos apóstolos e João de apóstolo. Menciona At, 13 cartas

de Paulo (1-2Cor; Ef, Fl, Cl, Gl, 1-2Ts, Rm, Fm, Tt, 1-2Tm), Jd, 1-2Jo, Ap de Jo, Ap de

Pd.

Durante o segundo século do Cristianismo, houve querelas sobre a aceitação de

certos livros. Uns aceitavam livros claramente apócrifos, outros negavam uma porção

de livros genuínos (Marcião – herege). Isto tudo leva as autoridades eclesiásticas e os

teólogos a se preocuparem (SCHARBERT, 1983, p.108). Houve disputas entre a igreja

ocidental e a oriental

O critério, para um texto ser canônico, era: ser escrito por apóstolos ou por dis-

cípulos dos apóstolos. No ano 200 praticamente o cânon do Novo Testamento está defi-

nido. Pouca coisa está em litígio. Porém, o cânon se fechou definitivamente no século

IV. Em 327 d. C. o bispo Athanásio de Alexandria cita os 27 Escritos do Novo Testa-

mento.. O Sínodo de Hipona (393) e de Cartago (397) estabelecem a concordância entre

a Igreja latina e a grega. A Igreja primitiva rejeitou os livros apócrifos.

Além dos escritos canônicos, nada deve ser lido na Igreja sob o nome de Escritura Sagrada. Os

escritos canônicos são estes: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Jesus Navé

(Josué), Juízes, Rute, 4 Livros dos Reinados [1 e 2 Sm e 1 e 2 R], 2 Livros dos Paralipômenos

(=Crônicas), Jó, Saltério de Davi, 5 Livros de Salomão (isto é, atribuídos a Salomão: Provérbios,

Sabedoria, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Eclesiástico), 12 Livros proféticos (= Profetas me-

nores), Isaías, Jeremias (com Lamentações e Baruc), Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, 2

Livros de Esdras (Esdras e Neemias), 2 Livros dos Macabeus. Do Novo Testamento: 4 Livros

dos Evangelhos, Atos dos Apóstolos, 13 cartas do apóstolo Paulo, 1 carta do mesmo aos Hebreus

(Hb separado do Corpus Paulinum!), 2 de Pedro e 3 de João, 1 de Tiago, 1 de Judas, o Apocalip-

se de João (Enchiridion Biblicum 16 e 17) (Sínodo de Hipona, ano 393 d.C. citado por SCHAR-

BERT, 1983, p.109).

A partir de então a Igreja se empenha em aceitar estes livros em todas as partes.

Mesmo assim, ainda houve certa resistência. A Igreja Grega só aceitou plenamente este

cânon em 692 d. C.).

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Lutero não reconheceu 7 livros do AT (Dêutero-Canônicos: 1 e 2 Mc, Tb, Br,

Sb, Eclo, Jt. Inicialmente também teve reservas quanto à Hb, Tg, Jd e Ap. Mas tanto os

deutecanônicos quanto estes do Novo Testamento, ele os traduziu e incluiu na sua Bí-

blia. Aos primeiros, não considerava inspirados. Mais tarde ele abandonou o preconcei-

to contra Hb, Tg, Jd e Ap.

3 – A formação dos Evangelhos

Inicialmente o evangelho era apenas a vida de Jesus a ser transmitida, ou prega-

da. Nos Atos dos Apóstolos, nos discursos de Pedro praticamente só se falava do que-

rigma: ele passou fazendo o bem, os chefes o condenaram à morte, Deus o ressuscitou,

nele está a remissão (At 2,14ss; 3,1ss; 4,8ss; 10,34ss). Com o passar do tempo, o povo

quer saber mais sobre Jesus e, como nos tempos da ação de Jesus ninguém fez ata, resta

agora a palavra daquelas pessoas que conviveram com Ele (veja Lc 1,1ss).

Assim sendo, os apóstolos que conviveram com Jesus começam a pregar, além

do querigma, também as palavras de Jesus. Como é bem fácil de entender, sem grava-

dor, sem DVD ou qualquer outro recurso técnico, sobrava às testemunhas oculares dar

depoimento. Nestes testemunhos foi salvo o essencial, mas os detalhes muitas vezes

foram alterados. Cada apóstolo tem sua maneira de pregar, tem sua maneira de lembrar

os feitos, a atitude e as palavras de Jesus.

Esta fase da pregação dos primeiros 30 ou 40 anos é chamada de Tradição Oral.

Os Apóstolos pregam sem livro, pois não havia livros do Novo Testamento. Pregavam

apenas com base no testemunho e com a luz do Espírito Santo que Jesus havia prometi-

do (Jo 16,12ss). Daí se depreende que as palavras do evangelho não devem ser entendi-

das como palavras literais de Jesus, nem como atas da vida dele, mas antes, como inter-

pretação da pessoa de Jesus.

3.1 - O evangelho e os evangelhos

Inicialmente existe um único evangelho, ou seja, o anúncio de Jesus. Mais tarde

surgem quatro versões deste único evangelho.

a) Origem: a palavra grega euanguélion significa recompensa para

uma Boa Notícia ou mesmo, a própria boa notícia. Em Isaías a palavra b.sorah, traduzi-

do pela XLL por evangelho, tem o sentido de Deus reina (Is 52,7), ou libertação aos

pobres (Is 61,1-2). No Novo Testamento Jesus é portador desta Boa Notícia (Lc 4,16-

21). No Novo Testamento, o único evangelho (Gl 1,16ss) é o Cristo crucificado (1Cor

15,3-5). Neste sentido, evangelho não é apenas fato passado, mas a presença salvadora

de Jesus .

b) De querigma à tradição: O querigma se funde em tradição de Jesus, pois o

evangelho da salvação se liga à história de Jesus. Marcos faz isto por primeiro. Toda

tradição de Jesus foi cunhada a partir do querigma. Por isto Marcos inicia seu evangelho

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(Mc 1,1) com a vida pública de Jesus. Isto corresponde a At 10,37-40: inicia no batismo

e terma na ressurreição.

“Uma vez que o início é constituído pelo batismo de João e o término com a cruz e res-

surreição, essa moldura definida pelos acontecimentos passa a ser preenchida com a a-

presentação das tradições das palavras e dos feitos de Jesus segundo pontos de vista de

conteúdo, não em seqüência cronológica ou biográfica” (LOHSE, 1985, p.123).

Marcos é uma história da paixão com uma introdução. Mateus e Lucas são mais

amplos, acrescentam a infância de Jesus. João situa o Verbo preexistente, mas todos

acentuam a paixão, morte e ressurreição. O objetivo é despertar a fé (Jo 20,30-31). Tra-

ta-se da novidade do cristianismo e não de uma vida de Jesus.

c) Fases da Transmissão: Quando olhamos os textos dos evangelhos, precisa-

mos levar em conta que existem diversas camadas literárias:

- camada 1: o que Jesus disse e fez (tudo o que sabemos desta camada, o sabe-

mos pelo testemunho dos apóstolos;

- camada 2: como os apóstolos transmitiram as palavras e ações de Jesus, já

interpretando a pessoa do mestre à luz da ressurreição, passando lentamente do Jesus

histórico ao cristo da fé;

- camada 3: como o redator final colocou no papel aquilo que ele recebeu da

camada 1 e 2. Ou seja, cada redator fez uma experiência do ressuscitado e, de acordo

com as necessidades de sua comunidade, deixou registrado por escrito, fazendo mais

uma vez uma interpretação teológica de Jesus.

É claro, que em todas estas fases está a inspiração do Espírito Santo (Jo 16,12).

Por isto, hoje lendo os evangelhos, não fico sabendo exatamente as palavras que saíram

da boca de Jesus, ou literalmente seus feitos, mas com toda certeza, encontramos aquilo

que Jesus queria deixar para a instauração do Reino e da salvação do Ser Humano.

3.2 – A redação dos evangelhos

A redação dos evangelhos não deve ser vista com uma precisão cronológica.

Nem sequer deve ser vista como exatidão histórica. Há muitas partes enxertadas, inter-

poladas e completadas.

a) Molduras: são partes colocadas com o fim de preparar, ou dar uma unidade

ao todo. “A moldura que serve à conexão das diferentes histórias foi colocada apenas de

forma solta, não oferecendo nenhuma base para determinação cronológica ou biográfica

dos trechos” (LOHSE, 1985, p.119). Um exemplo disto percebemos em Mc 3,9-5,43,

onde um vasto assunto parece acontecer num único dia.

Mc 3,9 = Jesus providencia um barco

Mc ,3,10ss = curas

Mc 3,13ss = Jesus sobe ao monte e chama os Doze

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Mc 3,10s = Jesus volta para casa

Mc 3,22ss = Jesus discute com os fariseus

Mc 3,31s = Surgem os familiares de Jesus

Mc 4,1ss = Jesus ensina no barco: parábolas

Mc 4,35ss = na tarde daquele dia cruza o mar (10km)

Mc 5,1ss = no outro lado faz exorcismo

Mc 5,21ss = novamente cruza o mar (10km) e ressuscita a filha de Jairo e cura a

enferma

Mc 6,1s = Saindo dali foi para a sua pátria.

“Seria, porém, impossível, ajustar tantos acontecimentos em um só dia... Por-

tanto, evidencia-se claramente que a moldura com que as diferentes histórias são manti-

das em conexão, serve tão somente a essa conexão, mas não para a indicação de dados

históricos” (LOHSE, 1985, p.119).

Em Mateus se faz uma clara justaposição:

Mt 5-7 = Palavras de Jesus - discurso

Mt 8-9 = Milagres – ação Contraposição

No evangelho de Lucas se unifica o que não vem de Marcos, em blocos:

Lc 6,20-8,3

Lc 9,51-18,14

“Portanto, nenhum dos três evangelistas sinóticos apresenta um relato geográfico

e cronologicamente fidedigno. Antes, são pontos de vista teológicos” (LOHSE, 1985,

p.120).

b) As conexões: A história da redação ocupa-se com as conexões redacionais no

todo da redação. Antigamente supunha-se que os evangelistas eram apenas compilado-

res, hoje se examina o ponto de vista teológico de cada evangelista. Eles colocaram sua

mão em acentos teológicos e em vista disto coordenaram o material e as conexões reda-

cionais.

c) Retomada de versículos: existem frases do evangelho que reaparecem em di-

versos locais, com pequenas alterações. Ex.:

1) Os três anúncios da paixão, morte e ressurreição (Mc 8,31-33; 9,30-32; 10,32-

340.

2) A regra de humildade (Mc 10,43-44; Mc 9,48b; Mc 9,35; Mt 23,11; Lc 9,48b;

Jo 13,15), etc.

A idéia de Mc 10,43-44 aparece em muitos lugares com pequenas alterações, mas sempre trans-

mite o mesmo ensinamento:

Com efeito, aquele que entre vosso meio for o menor este será grande (Lc 9,48b).

Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos (Mc 9,35).

O maior dentre vós será aquele que vos serve (Mt 23,11).

Muitos dos primeiros serão últimos, e os últimos será primeiros (Mc 10,31

Dei-vos o exemplo para que, como eu fiz, também vós o façais (Jo 13,15).

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Esta repetição dá uma ideia de que estamos diante de uma máxima comum que, conforme as ne-

cessidades das comunidades, se fazia ressurgir. Os v.43-44 retomam a velha regra de humildade

que aparece em tantos outros textos evangélicos (Mc 9,35; 10,31; Lc 9,48b; Mt 23,11; Jo 13,15)

e transformam a regra de comunidade, isto é, o que antes era só versava sobre a humildade, ago-

ra também fala sobre servir. Seria, então possível perceber no conceito de servir uma noção pós-

pascal aplicada a Jesus, talvez interpretando a ceia (Mc 14,22-24; Jo 13,1-17), ou ainda, refletin-

do a ceia, os primeiros cristãos já teriam visto a morte de Jesus como um serviço para a humani-

dade (GLAAB, 1996, p.37-38).

Conclusão: existe um único evangelho, mas que foi testemunhado de quatro

formas diferentes. Cada evangelista o fez à sua maneira, com sua experiência comunitá-

ria, com suas características literárias e com sua compreensão teológica própria para o

momento concreto. Assim Mc, conhecendo a riqueza do evangelho o adaptou para sua

comunidade, nos anos 70 d.C, provavelmente no norte da Galiléia. Mateus, valendo-se

do mesmo evangelho, o aplica às comunidades judaicas que se converteram a Jesus.

Lucas, um grego, adaptou o mesmo evangelho ao mundo pagão. Diríamos, um mesmo

remédio aplicado a três doenças diferentes.

4 – Definição de sinóticos

O leitor que inicia a leitura dos evangelhos logo perceberá que Mc, Mt e Lc tem

uma estrutura e conteúdos muito semelhantes. Ou melhor, quem lê Mc e logo a seguir lê

Mt e Lc poderia dizer: “Este filme eu já vi, embora com outras cores e alguns detalhes,

inclusive acréscimos, mas a grosso modo, Mt e Lc são cópias reelaboradas de Mc”. Já o

evangelho de João tem estrutura e conteúdos bastante diferentes.

Esta semelhança entre Mc, Mt e Lc recebe o nome evangelhos sinóticos, pois

têm grandes semelhanças. A palavra “inóticos” deriva do grego syn opsis. Ou seja, duas

palavras: "syn" que pode ser traduzido por “junto” e "opsis" que se traduz por “ver”.

Então podemos afirmar que evangelhos sinóticos querem dizer, evangelhos vistos em

conjunto, ou de um mesmo ponto de vista.

4.1 – O problema sinótico: Mc, Mt e Lc têm partes em comum, mas também

têm diferenças.

a) Pontos em comum:

Os três têm a mesma estrutura

Jesus inicia depois do batismo

Milagres

Pregação na Galiléia

Viagem a Jerusalém

Paixão, morte e ressurreição

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Os sinóticos parecem resumir a Vida Pública de Jesus em um ano. Segundo Jo-

ão, a atividade de Jesus se estende por três anos1. Muitas perícopes também seguem a

mesma ordem: a cura do paralítico, a vocação do publicano, a ceia com os publicanos, o

diálogo sobre o jejum (Mc 2,1-22 = Mt 9,1-17 = Lc 5,17-39).

Algumas frases são repetidas quase literalmente:

hína dè eidête hóti exusían èchei ho Hyòs tu anthrópu afiénai hamartías

Mas p/que saibais que poder tem o Filho do Homem p/perdoar pecadosepì tês gês

sobre a terra (Mc 2,10; Lc 5,24; Mt 9,6).

O mesmo ocorre com o pedido de José de Arimatéia:

etésato to soma tu Iesû(Mc 15,43; Mt 27,58;

Lc 23,52)

Pediu o corpo de Jesus

Às vezes, as semelhanças só são em dois evangelistas e no 3º há diferenças: Ex.:

Mc 10,35-45 é igual a Mt 20,20-28, mas difere de Lc 22,24-27.

Quando os sinóticos citam o Antigo Testamento, muitas vezes são iguais, até

mesmo quando um deles cita o Antigo Testamento livremente e se distancia do original,

os demais o seguem. Ex.: Mc 1,3 = Mt 3,2 e Lc 3,4:

Sinót. = euthéias poiêite tás tríbus autû

Direitas façam as sendas dele

LXX = eutheías poiêite

tás tríbu tu Theú hemôn

Direitas façam as sendas de Deus entre vós

Conclusão: o parentescos dos sinóticos não é obra do acaso. Deve haver depen-

dência literária entre eles.

b) As diferenças: Nos sinóticos, apesar das semelhanças, há também considerá-

veis diferenças:

- Mt 1-3 e Lc 1-3 trazem as narrativas da infância de Jesus, que diferem entre si;

- Mc não traz o Sermão da Montanha;

- As parábolas do Bom Samaritano, do administrador infiel e do filho pródigo só

se encontram em Lucas;

- O ressurreto aparece na Galiléia (Mt 28,16ss; Mc 16,1ss). Mas em Lc 24,13ss

isto se dá nas imediações de Jerusalém.

1 Segundo João, Jesus foi três vezes à Páscoa, em Jerusalém. Segundo os sinóticos, Jesus foi uma única

vez, quando foi preso e condenado à morte.

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- Parábolas com fim diferente: Mt 22,1-14 (a veste de festa); Lc 14,15-24 (ju-

deus se excluem).

“Portanto a relação entre os três sinóticos caracteriza-se tanto por uma grande

ocorrência de convergências como também por um considerável número de diferenças

menores e maiores” (LOHSE, 1985, p.128). Pensava-se que Mc fosse síntese de Mt,

mas isto não satisfaz mais. Buscou-se então, outras soluções:

- Pensava-se que os sinóticos seriam a tradução livre de um proto-evangelho

aramaico;

- Os apóstolos teriam anotações incompletas e diferenciadas. Assim, os sinóticos

seriam trabalhos baseados nestas anotações;

- Teria existido um evangelho oral. Daí teriam se formado os sinóticos;

- Os autores teriam se conhecido e teriam se influenciado mutuamente.

Estas teorias hoje, todas estão ultrapassadas. Surge, então uma nova teoria, que

será vista a seguir.

4.2 – As fontes dos sinóticos

A teoria das duas fontes reza assim: Mc é o mais primitivo dos evangelhos. Mt e

Lc usam Mc para escrever os seus evangelhos. Porém, Mt e Lc têm acesso a outra fonte,

ou seja, a fonte Q (Quelle2). Sendo que esta fonte Q traz quase só discursos e ditos.

1) Mc é o mais antigo dos evangelhos. Sua estrutura é copiada por Mt e Lc, ain-

da que estes iniciam de forma diferente e depois de Mc 16,8 eles voltam a se diferenci-

ar. Vejamos algumas sequências:

Mc 2,1-22 encontra eco em Mt 9,1-17 e em Lc 5,17-39, mas Mt 9,18-11,30 se-

gue caminho próprio;

Mc 2,23-3,6 encontra eco em Lc 6,1-19 e em Mt 12,1-14, porém Lc 6,20 sai do

âmbito de Mc.

Assim, ora Mt e Lc seguem Mc, ora só Mt segue e Lc diverge, ora só Lc segue a

Mc. Porém, em nenhum momento Mt e Lc juntos seguem outra estrutura que não seja a

de Mc. Daí concluem os especialistas, que Mc é o mais antigo.

Mc tem 666 versículos. Mt tem copiou mais de 600 de Mc. Levando em conta os

resumos de Mt, pode-se dizer que quase tudo de Mc está em Mt. Já Lc tem 350 versícu-

los copiados de Mc. Tem também bastante material que se encontra em Mc, mas formu-

lado diferente. Lc eliminou as tradições duplas de Mc e recebeu mais material de fora

do que Mt.

Mt e Lc ampliam conceitos de Mc: assim, em Mc 8,29 temos: “Tu és o Cristo”.

Mt 16,16 diz: “O Cristo, o Filho de Deus vivo”, enquanto que Lc 9,20 traz: “O Cristo de

2 Quelle é fonte em Alemão.

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Deus”. Mt e Lc comentam, ou completam Mc. Outro exemplo temos em Mc 15,39:

“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus”. Mt 27,54 diz: “Verdadeiramente

este era o Filho de Deus” e Lc 23,47 muda para: “Verdadeiramente este homem era jus-

to”. Talvez estas diferenças se devam ao fato de ambos terem destinatários diferentes.

2) Mt e Lc compartilham uns 200 versículos que não estão em Mc. Quase tudo

são palavras do Senhor. Supostamente vêm da fonte Q (logia). Lc usa o mesmo material

de Mt, mas o distribui de forma diferente:

Mt 5-7; 10; 13; 18; 23-25

Lc 3,7-4,13; 6,20-7,35; 9,51-13,35

As concordâncias entre Mt e Lc que transcendem as partes em comum devidas ao evangelho de

Mc precisam de ser atribuídas a uma fonte que cada um dos dois evangelistas utilizou indepen-

dentemente do outro (LOHSE, 1985, p.134).

Parece que Mt se vale da Q, mas dispõe o material à sua maneira. Lc segue mais

de perto a disposição da Q. Porém Mt preservou melhor o aspecto lingüístico semita. Lc

helenizou. Trata-se, muitas vezes, de ditos (sentenças) também comuns na literatura

helenista e nos ditos dos rabinos. Neste logions (ditos) Jesus é mestre, o vitorioso. Falta

a paixão e o sofrimento. Além do evangelho de Mc, Mt e Lc utilizaram, independente-

mente logia de Jesus. Convém lembrar que cada evangelista tem também material ex-

clusivo, que não está nem em Mc, nem na Q.

Porém, a teoria das fontes Mc e da fonte q é na realidade uma teoria simplifica-

da, pois numa exegese mais profunda, julga-se que haja ainda mais fontes do que estas

duas. Para nós, convém saber da existência destas teorias, mas a teoria das duas fontes

nos dá uma dimensão apropriada da questão. Para, ao menos termo uma ideia da ques-

tão, que vai bem além do que expomos, reproduziremos um item do Livro A Diaconia

do Filho do Homem:

À guisa de conclusão desta parte, serão apresentados dois esquemas gráficos que visualizam bastante

bem as teorias mais comuns sobre o assunto. Para uma primeira visão, reproduzir-se-á um esquema

simplificado que ilustra a formação dos evangelhos:

a) O primeiro esquema é apresentado por Isidoro Mazzarolo (1995, p.98).

Legenda:

A = Marcos aramaico ou um primeiro conjunto de ditos e fatos da tradição oral.

Q = Fonte Quelle, conjunto de relatos sobre os discursos de Jesus.

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L = Fonte Lagen3 (material abandonado).

Assim o Documento “A” teria sido o material básico para o Evangelho de Marcos, que teria se

formado num processo, cuja redação-final estaria fixada para o ano 65. Marcos, nesta represen-

tação, não se teria inspirado na Quelle, ou em outros documentos, além do já citado.

b) O segundo esquema é mais recente e tenta ilustrar a formação dos evangelhos (BOISMARD,

1979, p.17):

Legenda:

A = Documento de origem palestinense, de procedência judaica-cristã.

B = É uma releitura de “A”, feita por uma comunidade heleno-cristã.

C = É uma tradição independente, um documento muito arcaico.

Q = É uma fonte das palavras (lógia) ou ditos de Jesus, não conhecido por Marcos.

Este esquema supõe que “A” esteja na origem de Mateus e de Marcos. Desta forma pode-se dizer

que antes de se chegar à redação de Marcos, havia diversas tradições que tomaram forma escrita:

no mundo judeu-cristão existe o documento A. Uma releitura deste documento no mundo judeu-

heleno resulta no documento B e outra tradição independente é apresentada por C. Estas três tra-

dições estão na base de uma primeira redação de Marcos. O Documento “B” e “C” também in-fluenciaram Lucas e João, ao passo que o Documento “A” só influenciou Marcos e Mateus. Ma-

teus e Lucas também receberam influência de outra fonte, chamada de Quelle. Porém, a redação

final de Marcos recebeu também influxo do proto-Mateus e do proto-Lucas (GLAAB, 2012,

p.65-67).

Assim sendo, formaram-se os quatro evangelhos canônicos que hoje conhece-

mos. Com tudo isto podemos perceber que os evangelhos de Mc, Mt e Lc intedepen-

dem, mas não reproduzem seu material de origem sem produzir transformações necessá-

rias ao seu contexto, ou ainda, ao contexto de seus leitores.

4.3 - – Comparação sinótica

Legenda: = igual; semelhante; diefernte

Mateus Marcos Lucas Observa-

ção

3 nAlguns autores chamam esta fonte de fonte leiga.

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Infância 1-2 1-2

Introdução 1,1-4

Anúncio a Zacarias 1,5-25

Anúncio à Maria 1,26-56

Nasc. de J. Batista 1,57-80

Genealogia 1,1-17 3,23-38

Nascimento 1,18-25 2,1-10

Magos 2,1-12 Pastores 2,15-20

Jesus no templo 2,21-40

Fuga p/ o Egito 2,13-23

Jesus no templo 2,41-52

I - Jesus na Galiléia 1-10

3,1-12 1 - Pregação de João 1,1-8 3,1-18 3

3,13-17 2 - O batismo 1,9-11 3,21-22 Mt e Lc

4,1-11 3 - Tentação 1,12-13 4,1-13 Mt e Lc

4,12-17 4 - Volta à Galiléia 1,14-15 4,14-30 3

4,18-22 5 - 1ºs Discípulos 1,16-20 5,1-11 Lc

4,23-25; 9,35 7 - Curas 1,21-34 4,31-341 3

8 - Oração 1,35-39 4,42-44

8,2-4 O leproso 1,40-45 5,12-16

Sermão da Montanha 5-7 6,17-49

9 - Conflitos com os fariseus 2-3

9,1-8 a) O paralítico 2,1-12 5,17-26

9,9-13 b) A vocação de Levi 2,13-17 5,27-32

9,14-17 c) Jejum 2,18-22 5,33-39

12,1-8 d) O sábado 2,23-28 6,1-5 =

12,9-114 e) Cura em sábado 3,1-6 6,6-11

12,15-21; 4,25 f) Multidões 3,7-12 6,17-19

10,1-4 g) Os Doze 3,13-19 6,12-16

12,46-40 h) Os familiares 3,20-21 e 3,31-35 8,19-21

12,22-32 i) Jesus e Satanás 3,22-30 11,14-22

10 – Parábolas 4,1-34

13,1-23 a) O semeador 4,1-20 8,4-15

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5,15 b) A lâmpada 4,21-25 8,16-18 Mt

c) A semente 4,26-29

O joio 13,24-30 e 13,36-45

13,31-32 d) O grão de mostarda 4,30-32 13,18-19

13,34-35 e 13,51-52 e) Conclusão 4,33-34

Fermento 13,33 13,20-21

Tesouro e Pérola 13,44-46

A rede 13,47-50

11 – Milagres 4,35-5,43

8,18.23-27 a) A tempestade 4,35-41 8,22-25

Dois possessos 8,28-34 b) Um possesso 5,1-20 8,26-39

9,18-26 c) A morta e a doente 5,5,21-43 8,40-56

12 - Em Nazaré 6,1-33

13,53-58 a) Rejeição 6,1-6 4,16-30 Lc

10,1.9-14 b) Envio dos discípulos 6.6-13 9,1-6

14,1-12 c) Herodes e Batista 6,14-29 9,7-9; 3,19-20 Lc

d) Retorno dos disc. 6,30-33 9,10-11

13 – Estr. paralela 6,34-7,37 e 8,1-26

14,13-21 e 15,32-39 a) Os pães 6,34-44 e 8,1-10 9,1-17 (não tem a 2ª)

14,22-33 e 15,39 b) Travessia 6,45-56 e 8,10

15,1-11 e 16,1-4 c) Controvérsias 7,1-15 e 8,11-13 11,38ss

15,15-20 e 16,5-12 d) Ensino 7,17-23 e 8,14-21

15,21-28 e) A cananéia 7,24-30 sem paral.

f) Curas 7,31-37 e 8,22-26

14 – O Caminho 8,27-10,52

16,13-20 a) A confissão de Pedro 8,27-30 9,18-21

16,21 b) 1º anúncio da pmr 8,31 9,22 Lc

16,22-23 c) Cegueira 8,32-34 =

16,24-17,21 d) Iluminação 8,34-9,29 9,23-43a

17,22-23 e) 2º anúncio da pmr 9,30-32 9,43b-45

18,1 f) Cegueira 9,33-34 9,46

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18,2-11; 10,42; 19,1-30 g) Iluminação 9,35-10,31 9,47-50; 17,1-2; 18,15-30

20,17-19 h) 3º anúncio da pmr 10,32-34 18,31-34

20,20-23 i) Cegueira 10,35-41

20,24-28 j) Iluminação 10,42-45 22,24-27 Lc

20,29-34 l) Cura do cego 10,46-52 18,35-43

II – Jesus em Jerusalém 11-16

1 – Últimos dias 11-13

21,1-11 a) Entrada triunfal 11,1-10 19,18-38

21,1-17 b) Purif. do templo 11,11.15-19 19,45-47

21,18-22 c) A figueira 11,12-14.20-26

21,23-27.33-46; 22,15-23,12 d) Controvérsias 11,27-12,44 20,1-47

24,1-51 f) Apocalipse 13 21,5-38

2 – Pmr 14,1-16,8

26,1-5 a) Conspiração 14,1-2 22,1-2

26,6-13 b) Unção 14,3-9

26,14-16 c) Traição de Judas 14,10-11 22,3-6

26,17-19 d) Preparativos 14,12-16 22,7-13

26,20-25 e) Aviso da traição 14,17-21 22,14.21-23

26,26-29 f) Eucaristia 14,22-25 22,15-20 = 1Cor 11,23-25

26,30-35 g) Advertência 14,26-31 22,39.31-34 Lc

26,36-46 i) Getsêmani 14,32-42 22,40-46 Lc

26,47-56 j) A prisão 14,43-52 22,47-53

26,57-68 l) No sinédrio 14,53-65 22,54.63-71

26,69-75 m) Traição de Pedro 14,66-72 22,55-62

27,1-2.11-26 n) Jesus e Pilatos 15,1-15 22.66; 23,1-5.13-25

27,27-31 o) Coroa de espinhos 15,16-20a

27,32-33 p) O caminho da cruz 15,20b-22 23,26

27,34-54 q) A crucificação 15,23-41 23,33-48

27,57-61 r) Sepultamento 15,42-47 23,50-56

28,1-8 s) O túmulo vazio 16,1-8 24,1-10

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28,10.18-20 3 – Epílogo (acréscimo) 16,9-20 24,10-11.13-31.36-49

BIBLIOGRAFIA

LOHSE, Eduard. Introdução ao Novo Testamento. São Leopoldo: Sinodal, 1985

SCHARBERT, Josef. Introdução à Sagrada Escritura. Petrópolis: Vozes, 1983

GLAAB, Bruno G. O Modelo Igreja Serviço. Porto Alegre: EST, 1996

GLAAB, Bruno G. A diaconia do Filho do Homem. São Paulo: Baraúna, 2012