Sintaxe

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In Conto Contigo 9

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Frase simples e frase complexa; Tipos de frase; Grupos frásicos; Funções sintáticas ao nível da frase; Funções sintáticas internas ao Grupo Verbal; Funções sintáticas internas a grupos nominais; Concordância do verbo com o sujeito; Concordância do predicativo do sujeito com o sujeito

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In Conto Contigo 9

* 1. Frase simples e frase complexa

*Sistematização: Podemos definir uma frase como um

conjunto de palavras que formam uma unidade de sentido.

*Uma frase pode ser constituída apenas por uma oração

(estrutura com um só sujeito e um só predicado) frase

simples.

*Ou por duas ou mais orações frase complexa.

*Nota: Não identificar frase simples com frase de um só

verbo, mas sim de um só predicado, pois o predicado pode ser

expresso por dois ou mais verbos, como é o caso dos tempos

compostos, da voz passiva e da conjugação perifrástica.

* Exemplos de Frases Simples e de Frases

Complexas

*Simples:

* -“Eu acompanho sempre as minhas tias nos passeios deDomingo.”

* -“Posso vir a querer fazer outras coisas.”

* -“Estou a tentar estudar o mais possível.”

*Complexa:

* -“Eu acompanho sempre as minhas tias quando passeiamaos Domingos.”

* 2. Tipos de frase

*Os tipos de frase traduzem a atitude do emissor

relativamente àquilo que transmite e a quem

transmite.

Tipos de Frase Exemplos

Declarativo

(apresenta um facto, uma situação)

Eu não vou hoje ao

cinema.

Interrogativo

(coloca uma questão, pede

informações)

Vais hoje ao cinema?

Exclamativo

(expressa uma emoção, apresenta

uma reacção)

Hoje vais ao cinema!

Imperativo

(Transmite um conselho, pedido,

ordem, sugestão)

Vai ao cinema!

Frase ativa – A ação é perspetivada a partir

daquele que pratica a ação, correspondendo este

ao sujeito.

Eça de Queirós escreveu

“O Mandarim”.

Frase passiva – A ação é perspetivada a partir

daquele que sofre a ação.

“O Mandarim” foi escrito

por Eça de Queirós.

Transformações ativa → passiva

Sujeito→ complemento agente da passiva (GN precedido geralmente pela

preposição “por”)

Complemento direto → sujeito

A transformação verifica-se em frases com verbos transitivos diretos,

transitivos diretos e indiretos e transitivos predicativos.

O verbo auxiliar é o verbo ser; o verbo principal da frase está no particípio

passado. Pode-se ainda atribuir um sentido passivo a uma frase recorrendo à

forma se com valor passivo. Neste tipo de construção o agente da passiva

não vem expresso.

Ex. Ativa: No julgamento, expuseram-se factos graves.

Passiva: No julgamento, foram expostos factos graves.

*

Grupos Exemplos

Grupo nominal (GN) – o núcleo

é um nome.

O menino lê.

Grupo verbal (GV) – o núcleo é

um verbo.

O menino lê todas as

noites.

Grupo adjetival (GAdj) – o

núcleo é um adjetivo.

O menino lê histórias

interessantes.

Grupo adverbial (GAdv) - o

núcleo é um advérbio.

O menino lê regularmente.

Grupo preposicional (GPrep) –

o núcleo é uma preposição.

O menino lê com atenção.

*

Sujeito

(expresso) – constituído por um Simplesgrupo nominal ou uma oração

O aluno leu o livro. Os alunos leram os livros. Quem tudo quer tudo perde. (Ele tudo perde.)

– constituído por uma Compostocoordenação de grupos nominais, pronomes ou orações.

Os alunos e os professores visitaram o mosteiro de Alcobaça. Ele e ela foram à praia. Quem lê e quem escreve regularmente tem melhores resultados escolares.

(não Nuloestá expresso; sem realização lexical).

– o contexto Subentendido ou a pessoa verbal permite identificá-lo.

[-] Li este livro várias vezes. [eu]

– sem Indeterminadoreferência definida, pode ser substituído por “alguém”, “há pessoas que”, “há quem”.

Dizem que este livro é interessante. [alguém diz…]

– surge em frases Expletivo com verbos impessoais.

[-] trovejou durante todo o dia. [-] Há momentos interessantes. [-] Há muito tempo, quando tu brincavas com bonecas

*

Predicado

Função sintática

desempenhada pelo GV.

Pode ser constituído

por:

Verbo Chove.

Verbo e

complementos

A Ana gosta de livros.

Verbo,

complementos e

modificadores

Ontem, o António saiu de casa cedo.

Vocativo

Função sintática que representa a pessoa ou a

realidade a que nos dirigimos. O vocativo

concorre com o sujeito expresso ou nulo e é

isolado por vírgulas.

João, fecha a porta.

Senhores, por favor prestem atenção.

Tu, Ana, podes ajudar-me?

Modificador

da frase

Função sintática desempenhada por um GAdv

ou por um GPrep que não são selecionados

por nenhum outro grupo sintático. A omissão

deste modificador não afeta a gramaticalidade

da frase, porque traduz uma avaliação do

locutor.

Felizmente, começou a chover.

A Ana, presumivelmente, ficou feliz

com o prémio.

Com certeza, os resultados do teste

serão positivos.

*

– é seleccionado por um Complemento direto verbo transitivo direto. Em geral, ocorre em posição pós-verbal. Pode ter forma de:

GN, substituível por um pronome pessoal acusativo (o, a, os, as)

Oração subordinada substantiva, substituível pelo pronome demonstrativo o.

O João leu o livro. O João leu-o.

A Ana não sabe se terá férias. A Ana não o sabe.

– é selecionado por um Complemento indireto verbo transitivo indireto ou direto e indireto. Tem a forma de GPrep e pode ser substituído por um pronome pessoal dativo (lhe, lhes).

O João telefonou aos primos. O João telefonou-lhes.

A Ana ofereceu um livro à irmã. A Ana ofereceu-lhe um livro.

– é selecionado por um Complemento oblíquo verbo transitivo indireto ou ou direto e indireto. Pode ter a forma de:

GPrep, não substituível por um pronome pessoal dativo (lhe, lhes).

GAdv

O João vive em Lisboa. O João vive-lhe. *

Hoje, os meninos portaram-se bem.

– função Complemento agente da passiva sintática desempenhada por um GPrep, presente numa frase passiva, que corresponde ao sujeito na frase ativa.

O banco foi assaltado pelos irmãos Dalton. (frase passiva)

Os irmãos Dalton assaltaram o banco. (frase ativa)

*– é selecionado por um Predicativo do sujeito

verbo copulativo (ser, estar, parecer, continuar…) e faz uma predicação sobre o sujeito. Em geral, ocorre em posição pós-verbal. Pode ter a forma de:

GN

GAdj

GPrep

GAdv

O João é mecânico de automóveis. Os alunos continuam distraídos. O António ficou em casa. A fotografia ficou bem.

– é Predicativo do complemento direto selecionado por um verbo transitivo predicativo e faz uma predicação sobre o complemento direto. Pode ter a forma de:

GN

GAdj

GPrep

A turma elegeu a Ana delegada. O professor considera a turma fraca. Os críticos consideraram o filme de qualidade.

– não é selecionado pelo Modificador do GV verbo, logo, a sua supressão não compromete a gramaticalidade da frase. Pode ter a forma de:

GAdv

GPrep

Oração subordinada adverbial

Ontem, o António foi ao cinema. O João viu a Ana na biblioteca. Quando o António saiu, o telefone tocou.

*

Modificadores do nome

– função sintática que pode ser exercida por um modificador restritivo do nome GAdj, por um GPrep ou por uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva. Não é selecionado pelo nome e restringe a realidade referida pelo nome que modifica. Na escrita, os modificadores restritivos não podem ser separados por vírgulas dos nomes a que se referem.

Ex. Adoro flores frescas e coloridas. O rapaz de barba é meu colega. Os lobos que vivem no parque Peneda-Gerês estão em vias de extinção.

– função sintática que pode ser exercida por um modificador apositivo do nome GN, por um GAdj, um GPrep ou por uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa. Surge à direita do nome e isolada por vírgulas, não é selecionada pelo nome e não restringe a realidade referida pelo nome que modifica.

Ex. Camões, autor do século XVI, escreveu peças de teatro. D. Afonso, o gordo, tem um novo monumento. Os jogadores, que são simpáticos, brincaram com as crianças.

*6.1. Concordância do verbo com o sujeito

– o verbo concorda em pessoa e número com esses A frase tem um só sujeito sujeito.

Ex.: Eles adoram ler. Ele adora ler.

A frase tem um sujeito composto um dos sujeitos pertence à 1ª pessoa – o verbo vai para a 1ª pessoa do a)

plural.

Ex.: Eu e ela adoramos ler. Eu e tu adoramos ler.

um dos sujeitos pertence à 2ª pessoa e nenhum deles pertence à 1ª pessoa b) – o verbo vai para a 3ª pessoa do plural.

Ex.: Tu e ela [vocês] adoram ler.

quando um sujeito pertence à 2ª pessoa do singular e o(s) outro(s) à 3ª c) pessoa – a forma verbal utilizada é na 3ª pessoa do plural.

Ex.: Tu e eles adoram ler.

– o verbo vai para o singular ou para o A frase é parte de um todo explicitadoplural.

Um terço dos atletas gosta de ler. Ex.: Um terço dos atletas gostam de ler.

– o verbo, normalmente, vai O sujeito indica uma quantidade aproximada para o plural.

Ex.: Mais de dois milhares de leitores gostam de ler romances. Menos de dez gostam de ler.

– o verbo concorda com o O sujeito é um pronome relativo “que”antecedente do pronome.

Ex.: Sou eu que distribuo os livros.

– o verbo, geralmente, fica na 3ª O sujeito é o pronome relativo “quem” pessoa do singular.

Ex.: São os alunos quem prefere ler policiais. Quem lê e quem escreve tem melhores resultados.

– o verbo fica no singular.O sujeito é constituído por dois ou mais infinitivos

Ex.: Ensinar e orientar é tarefa complicada.

O sujeito composto é formado por diferentes nomes ligados por “ou” ou – o verbo concorda ou com o elemento do sujeito mais próximo ou “nem”

com os dois elementos.

Ex.: Nem ele nem ela são preguiçosos. Ou ele ou ela foram ao teatro.

O sujeito é formado pelas expressões “um ou outro, nem um nem outro” – o verbo vai para a 3ª pessoa do singular (se os dois colocadas antes do nome

elementos se excluírem).

Ex.: Um ou outro participante poderá aparecer. Nem um nem outro atleta virá à competição. MAS – Nem um nem outro quiseram sair.

O sujeito é constituído pelas expressões “um e outro, tanto um como o – o verbo fica, geralmente, no plural.outro”

Ex.: Um e outro saíram de casa para passear. Tanto um como o outro compraram os livros de banda desenhada.

Os pronomes indefinidos “nada, ninguém, tudo” representam vários sujeitos– o verbo fica no singular.

Ex.: Alunos, professores, auxiliares, ninguém saiu da escola.

6.1. Concordância do verbo com o sujeito

O sujeito e o predicativo do sujeito concordam, em princípio, em género e número.

Ex.: O aluno é estudioso.

Quando o sujeito é composto e pelo menos uma das expressões que o integram está no masculino, o predicativo toma a forma do masculino plural. Ex.: O Rui e o amigo são algarvios. MAS – O Rui e o amigo são uma perdição. (predicativo avaliativo)

*