Sistema Cardiovascular

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Editado por: Marco M. Sattar 1 Sistema cardiovascular, Anatomia e fisiologia

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Anatomia e fisiologia do Aparelho cardioVascular

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Sistema cardiovascular, Anatomia e fisiologia

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Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardiovascular

A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigénio às células. O

sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído por tubos,

que são chamados vasos, e por uma bomba percussora que tem como função impulsionar um

líquido circulante de cor vermelha por toda a rede vascular.

O sistema cardiovascular consiste no sangue, no coração e nos vasos sanguíneos. Para que o sangue

possa atingir as células corporais e trocar materiais com elas, ele deve ser, constantemente,

propelido ao longo dos vasos sanguíneos. O coração é a bomba que promove a circulação de sangue

por cerca de 100 mil quilómetros de vasos sanguíneos.

Circulação Pulmonar e Sistémica

Circulação Pulmonar (pequena circulação) - leva sangue do ventrículo direito do coração para os

pulmões e de volta ao átrio esquerdo do coração. Ela transporta o sangue pobre em oxigénio para os

pulmões, onde ele libera o dióxido de carbono (CO2) e recebe oxigénio (O2). O sangue oxigenado,

então, retorna ao lado esquerdo do coração para ser bombeado para circulação sistémica.

Circulação Sistémica - é a maior circulação; ela fornece o suprimento sanguíneo para todo o

organismo. A circulação sistémica carrega oxigénio e outros nutrientes vitais para as células, e capta

dióxido de carbono e outros resíduos das células.

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O Coração

Apesar de toda a sua potência, o coração, em forma de cone, é relativamente pequeno,

aproximadamente do tamanho do punho fechado, cerca de 12 cm de comprimento, 9 cm de largura

em sua parte mais ampla e 6 cm de espessura. Sua massa é, em média, de 250g, nas mulheres

adultas, e 300g, nos homens adultos.

É constituído, no adulto, por quatro câmaras: Átrio Direito AD, Átrio Esquerdo AE, Ventrículo

Direito VD e Ventrículo esquerdo VE. Os átrios e ventrículos são separados por um septo interno,

mas os átrios e ventrículos de cada lado se comunicam por uma abertura. Sendo assim o coração é

constituído por duas bombas dispostas em série dentro de um único órgão. A bomba direita recebe

sangue venoso (pobre em O2) do corpo e lança no tronco pulmonar, que o leva aos pulmões para

sofrer a hematose (oxigenação) a bomba esquerda recebe o sangue arterial (rico em O2) dos

pulmões e os lança na aorta que se distribui ao corpo.

O coração fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha

média da cavidade torácica, no mediastino, a massa de

tecido que se estende do esterno à coluna vertebral; e entre

os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de

massa cardíaca ficam a esquerda da linha média do corpo.

A posição do coração, no mediastino, é mais facilmente

apreciada pelo exame de suas extremidades, superfícies e

limites.

A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para

frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga

do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás,

para cima e para a direita.

A espessa camada média da parede (miocárdio) é composta de músculo cardíaco, uma variedade de

músculo estriado. É revestida externamente pelo pericárdio visceral (epicárdio) e internamente pelo

endocárdio. As paredes atriais e ventriculares são separadas por um esqueleto fibroso que contém

ilhas de fibrocartilagem onde pode-se formar nódulos de tecido ósseo (ossos cardíacos). Este

esqueleto fibroso é perfurado próximo a entrada do seio coronário, dando passagem ao feixe

atrioventricular de tecido especializado que conduz impulsos de contracção. A musculatura atrial é

fina e dispõe-se em feixes superficiais e profundos. A musculatura ventricular é mais espessa e

também se dispõe em feixes superficiais e profundos.

Configuração Externa: o coração apresenta três faces e quatro margens:

FACES

Face Anterior (Esternocostal) - Formada principalmente pelo ventrículo direito.

Face Diagramática (Inferior) - Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e

parcialmente pelo ventrículo direito; ela está relacionada principalmente com o

tendão central do diafragma.

Face Pulmonar (Esquerda) - Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo; ela

ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.

MARGENS

Margem Direita - Formada pelo átrio direito e estendendo-se entre as veias cavas

superior e inferior.

Margem Inferior - Formada principalmente pelo ventrículo direito e, ligeiramente,

pelo ventrículo esquerdo.

Margem Esquerda - Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e,

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ligeiramente, pela aurícula esquerda.

Margem Superior - Formada pelos átrios e pelas aurículas direita e esquerda em

uma vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem da

margem superior, e a veia cava superior entra no seu lado direito. Posterior à aorta e

ao tronco pulmonar e anterior à veia cava superior, a margem superior forma o

limite inferior do seio transverso do pericárdio.

Externamente os óstios atrioventriculares

correspondem ao sulco coronário, que é ocupado por

artérias e veias coronárias, este sulco circunda o

coração e é interrompido anteriormente pelas artérias

aorta e pelo tronco pulmonar.

O septo interventricular na face anterior corresponde ao

sulco interventricular anterior e na face diafragmática

ao sulco interventricular posterior.

O sulco interventricular termina inferiormente a alguns

centímetros do à direita do ápice do coração, em

correspondência a incisura do ápice do coração.

O sulco interventricular anterior é ocupado pelos vasos interventriculares anteriores.

O sulco interventricular posterior parte do sulco coronário e desce em direcção à incisura do

ápice do coração.

Este sulco é ocupado pelos vasos interventriculares posteriores.

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10 - Ventrículo Direito

11 - Átrio Esquerdo

12 - Ventrículo Esquerdo

13 - Músculos Papilares

14 - Cordoalhas Tendíneas

15 - Válvula Tricúspide

16 - Válvula Mitral

17 - Válvula Pulmonar

A artéria aorta se encurva formando

um arco para a esquerda dando

origem a três artérias (artérias da

curva da aorta) sendo elas:

1 - Tronco braquiocefálico arterial

2 - Artéria carótida comum esquerda

3 - Artéria subclávia esquerda

O tronco braquiocefálico arterial

origina duas artérias:

4 - Artéria carótida comum direita

5 - Artéria subclávia direita

Diástole

É quando o coração se relaxa para receber o sangue. É o contrário da sístole.

Sístole

É quando o coração se contrai para enviar o sangue para todo o corpo.

O lado direito do coração

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• O lado direito do coração recebe sangue das veias que trazem o sangue de todo o corpo. Este

"sangue usado " é pobre em oxigénio e rico em gás carbónico - é chamado de sangue venoso.

• O átrio certo é a primeira câmara cardíaca que recebe o sangue.

• A câmara se enche a medida que seus músculos se relaxam para encher com sangue venoso que

retornou de todo o corpo.

• O sangue entra em uma segunda câmara muscular chamada de ventrículo direito.

• O ventrículo direito é um das duas principais bombas do coração. Sua função é levar o sangue aos

pulmões.

• Os pulmões oxigenam o sangue, restaurando a sua taxa de oxigénio, e o trocam com gás

carbónico, que é expirado.

O lado esquerdo do coração:

• O lado esquerdo recebe o sangue depois que ele volta dos pulmões, já tendo recebido oxigénio.

• O sangue rico em oxigénio chega ao coração por veias que vêm dos pulmões (chamadas de veias

pulmonares).

• O sangue chega aos pulmões no átrio esquerdo, a primeira câmara no lado esquerdo.

• Do átrio esquerdo, o sangue segue para o ventrículo esquerdo, uma câmara muscular poderosa que

bombeia o sangue oxigenado para todo o corpo.

• O ventrículo esquerdo é a mais forte das câmaras do coração. Seus músculos espessos necessitam

executar contracções poderosas o suficiente para bombear o sangue para todas as partes do corpo.

• Esta contracção forte gera a pressão sanguínea sistólica (o primeiro valor - e o mais alto - na

medida da pressão arterial sanguínea). A pressão medida mais baixa, ou pressão sanguínea

diastólica for medida quando o ventrículo esquerdo relaxa para se encher novamente com sangue.

• O sangue deixa o coração passando pela aorta ascendente. A aorta é a principal artéria que

alimenta de sangue o corpo inteiro.

As Valvas

As valvas são retalhos (flaps) musculares que se abrem e fecham; este movimento de abrir e fechar

faz com que o sangue direccionado de maneira correta.

O coração tem 4 valvas:

• A valva tricúspide regula o fluxo do sangue entre o átrio direito e o ventrículo direito.

• A valva pulmonar se abre para permitir ao sangue fluir do ventrículo direito aos pulmões.

• A valva mitral regula o fluxo do sangue entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo.

• A valva aórtica permite ao sangue fluir do ventrículo esquerdo à aorta ascendente.

Inervação:

A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca que provém de nervos situados fora

do coração e outra intrínseca que constitui um sistema só encontrado no coração e que se localiza

no seu interior.

A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autónomo, isto é, simpático e parassimpático.

Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo três cervicais e quatro ou

cinco torácicos.

As fibras parassimpáticas que vão ter ao coração seguem pelo nervo vago (X par craniano), do qual

derivam nervos cardíacos parassimpáticos, sendo dois cervicais e um torácico.

Fisiologicamente o simpático acelera e o parassimpático retarda os batimentos cardíacos.

A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a razão dos batimentos contínuos do

coração. É uma actividade eléctrica, intrínseca e rítmica, que se origina em uma rede de fibras

musculares cardíacas especializadas, chamadas células auto-rítmicas (marca passo cardíaco), por

serem auto-excitáveis.

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Sistema de Condução

O sistema de condução eléctrica do coração é uma das mais maravilhosas estruturas do corpo

humano. Enquanto dormimos, conversamos, caminhamos, corremos ou realizamos qualquer

actividade, o nosso coração não pára de funcionar. Para entender a grandiosidade deste fenómeno,

que ocorre a cada segundo de nossa vida, é preciso parar e reflectir no quanto dependemos do

mesmo para nos mantermos vivos.

Estruturas do Sistema de Condução

1. Nodo Sinoatrial - fica localizado na região superior do átrio direito, tem a função de marca-

passo do coração, isto é, comanda o ritmo e frequência do coração.

2. Feixes Internodais - são ramificações que derivam do nodo sino-atrial que têm a finalidade de

conduzir o estímulo eléctrico até o nodo átrio-ventricular. Para o átrio esquerdo existe o ramo de

Bachman que faz com que o estímulo se dissipe nesta região, fazendo com que os dois átrios se

contraiam simultaneamente.

3. Nodo Átrio-Ventricular - fica localizado no assoalho do átrio direito.

A excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial (SA), situado na parede atrial direita, inferior a

abertura da veia cava superior. Propagando-se ao longo das fibras musculares atriais, o potencial de

acção atinge o nodo atrioventricular (AV), situado no septo interatrial, anterior a abertura do seio

coronário. Do nodo AV, o potencial de acção chega ao feixe atrioventricular (feixe de His), que é a

única conexão eléctrica entre os átrios e os ventrículos. Após ser conduzido ao longo do feixe AV, o

potencial de acção entra nos ramos direito e esquerdo, que cruzam o septo interventricular, em

direcção ao ápice cardíaco. Finalmente, as miofibras condutoras (fibras de Purkinge), conduzem

rapidamente o potencial de acção, primeiro para o ápice do ventrículo e após para o restante do

miocárdio ventricular.

Fisiologia

1 – Pressão, Resistência e Fluxo

Os movimentos de relaxamento ou diástole cardíaca proporcionam o aumento de volume

do coração enquanto este se enche de sangue. Considera-se a pressão sistólica normal no

valor de 120 mmHg e a diastólica no valor de 80 mmHg. A hipertensão é caracterizada por

um valor sistólico igual ou superior a 140 mmHg e uma pressão diastólica igual ou superior

a 90 mmHg.

As diferenças de pressão sanguínea fazem o sangue deslocar-se das regiões de alta pressão

para as de baixa pressão.

A aorta inicia uma série de ramificações que formam as grandes artérias, as artérias de

médio e pequeno calibre, as arteríolas e os capilares. Do coração aos capilares o sangue vai

perdendo pressão ao se deparar com os diversos factores que determinam a resistência

vascular.

Entre os principais factores que determinam a resistência vascular estão a diminuição do

calibre dos vasos e as alterações de trajecto, além das ramificações que aumentam a área a

ser percorrida pelo sangue. Nos capilares, o sangue realiza as trocas de substâncias com os

tecidos necessárias à manutenção da homeostasia interna do organismo.

O fluxo sanguíneo para os tecidos é controlado de acordo com as necessidades dos tecidos.

A quantidade de sangue bombeada pelo coração num determinado período de tempo

constitui o débito cardíaco. O débito cardíaco é controlado pela totalidade de fluxos locais

dos tecidos. Num indivíduo adulto normal o débito cardíaco oscila em torno de 5 litros por

minuto.

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2 – Artérias, Veias e Capilares

As artérias possuem características que variam de acordo com a sua localização e função. Devido à

ritmicidade das contracções cardíacas, as artérias apresentam pulsações que vão

diminuindo devido à resistência vascular e chegam quase a zero no momento em que o sangue

passa pelos capilares e pelos tecidos.

A complacência ou distensibilidade arterial permite o fluxo contínuo do sangue pelos tecidos,

evitando que este ocorra apenas durante a sístole. As pressões são auscultadas utilizando-se um

estetoscópio e um manguito que se enche de ar. No momento em que o manguito fecha a artéria em

sua quase totalidade são escutados ruídos a cada sístole.

Estes ruídos são conhecidos como sons de Korotkoff e são causados pela passagem do sangue pelo

vaso parcialmente fechado. O envelhecimento das paredes das artérias, causando endurecimento,

espessamento e perda de elasticidade caracteriza um grupo de distúrbios conhecidos como

arterioscleroses. As veias possuem a função de trazer o sangue

de volta ao coração depois de ter passado pelos tecidos.

A união de todas as veias termina por formar as veias cavas superior e inferior que desembocam no

átrio direito do coração. Assim, denomina-se pressão venosa central à pressão no átrio direito do

coração. A pressão normal no átrio direito possui valor próximo de zero, podendo ser alterada em

casos de insuficiência cardíaca. A pressão elevada do átrio direito provoca acúmulo de sangue nas

veias e, consequentemente, há a formação de edema nos tecidos do corpo devido à dificuldade do

líquido intersticial retornar às veias.

As veias dos membros inferiores possuem válvulas que impedem a descida do sangue, dividindo a

coluna de sangue e, consequentemente, diminuindo a pressão causada pela gravidade facilitando

assim o retorno venoso. A deficiências destas válvulas e a hipertensão intraluminal podem tornar as

veias varicosas. As veias varicosas caracterizam-se por apresentam forma sinuosa e dilatada.

A microcirculação ocorre nos capilares e é através dela que os nutrientes e o oxigénio são levados

aos tecidos e são removidas as excretas do metabolismo celular. O fluxo sanguíneo é controlado em

cada tecido pelas necessidades que o tecido apresenta num determinado momento.

Os capilares localizam-se entre uma arteríola e uma vênula. A transição entre as arteríolas e os

capilares apresenta músculo liso que forma o esfíncter pré-capilar, o qual pode abrir e fechar a

entrada do capilar.

A demanda por oxigénio provoca a abertura ou o fechamento dos capilares, controlando o período

de tempo em que o fluxo passa pelo capilar.

3 - Trocas de Líquidos nos Capilares

Os capilares são formados por uma única camada de células endoteliais envolvidas por uma

membrana basal, com espaço em seu interior suficiente para passar o diâmetro aproximado de uma

hemácia.

Entre as células do endotélio capilar existem poros que permitem a troca de substâncias entre os

capilares e os tecidos. Estes poros possuem características especiais em

determinados tipos de órgãos como o encéfalo, onde os poros caracterizam junções praticamente

fechadas permitindo a passagem de moléculas extremamente pequenas.

Esta característica dos capilares no encéfalo é conhecida como barreira hemoencefálica. A troca de

substâncias entre os capilares e os tecidos ocorrem principalmente por difusão. As

substâncias lipossolúveis atravessam directamente as paredes do endotélio capilar por difusão,

enquanto as substâncias hidrossolúveis apenas conseguem passar pelos poros do

endotélio capilar.

A difusão é influenciada pelas diferenças de concentração entre os dois lados da membrana,

prevalecendo do lado mais concentrado para o de menor concentração. O espaço localizado entre as

células é denominado interstício e o líquido neste espaço é conhecido como líquido intersticial.

O interstício é formado por duas estruturas sólidas principais, as fibras colágenas e os filamentos de

proteoglicanos. Além destas duas estruturas sólidas, o interstício também é formado por gel e

líquido livre, os quais estão directamente relacionados aos processos de trocas capilares. Os

volumes plasmático e intersticial são determinados principalmente pelas proteínas plasmáticas e

pelo líquido intersticial.

Em condições normais, a quantidade de líquido que sai dos capilares é aproximadamente igual à

quantidade de líquido que entra nos capilares, caracterizando o Equilíbrio de Starling para as trocas

capilares.

O sistema linfático é um sistema de drenagem do líquido intersticial que devolve o líquido à

circulação sanguínea. Além da função de drenagem, o sistema linfático faz parte do

sistema imunológico, uma vez que grandes moléculas, células neoplásicas e até mesmo bactérias

podem atingir a circulação linfática, sendo destruídas nos linfonodos.

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4- Choque Circulatório e Débito Cardíaco

O choque circulatório é caracterizado por uma hipoperfusão disseminada pelos tecidos causando

danos devido ao suprimento deficiente de oxigénio e nutrientes. O choque pode ser considerado não

progressivo, progressivo e irreversível. No choque não progressivo ou compensado, o organismo

consegue reverter a situação recuperando a normalidade circulatória.

O choque progressivo torna-se cada vez pior e leva o indivíduo à morte se não forem tomadas

medidas intervencionistas. O choque irreversível caracteriza-se por levar a pessoa à morte

independente de qualquer tentativa intervencionista de reverter o quadro. Embora às vezes seja

possível restabelecer os níveis circulatórios normais no choque irreversível, as lesões teciduais não

permitem a sobrevivência e a morte ocorre em pouco tempo.

Contudo, não há um limite preciso entre a condição de choque progressivo e o choque irreversível.

Isto significa que, enquanto houver vida, não se deve abrir mão de qualquer

tentativa terapêutica. O choque hipovolêmico também é conhecido como choque hemorrágico e

causa vasoconstrição periférica e aumento da frequência cardíaca de 72 bpm em média para níveis

que podem chegar próximo de 200 bpm como tentativa

de reparar o dano tecidual.

No choque hipovolémico, causado por diminuição do volume sanguíneo, a pressão arterial

geralmente diminui à medida que a volémia decresce. O choque séptico é caracterizado pela

disseminação generalizada de bactérias pela circulação causando graves danos aos tecidos.

O choque séptico é causa frequente de mortes nos hospitais modernos e pode ser causado por

factores como a peritonite, causada por infecções intestinais envolvendo lesões ou por abortamento

realizado sem condições estéreis; infecção generalizada resultante de infecções em locais isolados,

infecções gangrenosas e infecções renais e do trato urinário,

entre outras.

No choque séptico geralmente ocorre febre ou hipertermia neurogênica, vasodilatação, diminuição

do débito cardíaco e a formação de microcoágulos. No choque circulatório também é comum

ocorrer parada circulatória em decorrência da parada

cardíaca por deficiência de oxigénio, fibrilação ventricular ou problemas anestésicos.

A parada circulatória pode causar lesões irreversíveis no cérebro devido á formação de coágulos e à

hipoxia. Pesquisas demonstraram que a utilização de drogas fibrinolíticas durante a parada

circulatória causa uma diminuição nos efeitos deletérios sobre o cérebro em um mesmo intervalo de

tempo.

Débito cardíaco é a quantidade de sangue que o ventrículo esquerdo bombeia para a aorta a cada

minuto. O débito cardíaco varia em torno de 5 a 6 litros no indivíduo adulto normal. O

mecanismo de Frank-Starling do coração explica a determinação do débito cardíaco pelo retorno

venoso. Segundo a lei de Frank-Starling, quanto maior a quantidade de sangue que retorna ao

coração, maior será a força de contracção ventricular.

De outra forma, também pode-se considerar a regulação do débito cardíaco como resultado do

controle local do fluxo sanguíneo em todas as partes do organismo conjuntamente. A força de

contracção cardíaca pode aumentar consideravelmente em resposta a estímulos nervosos e ao

aumento do trabalho ou esforço físico, causando hipertrofia adaptativa das fibras musculares

cardíacas.

Por outro lado, algumas patologias como doenças valvulares e a hipertensão podem tornar o

coração hipoefetivo. O débito cardíaco alto geralmente é causado pela redução da resistência

periférica e em algumas patologias como o beribéri, fístulas arteriovenosas, hipertireoidismo e

anemia.