Sistema circulatório sistema linfático

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Biomedicina

Ludmila Alem

Histologia | 3º Período/2013

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Sistema Circulatório – Histologia

Todo o Sistema Circulatório encontra-se revestido internamente pôr um Epitélio simples pavimentoso (plano simples),

chamado ENDOTÉLIO.

CORAÇÃO

É um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue no sistema circulatório. Suas

paredes apresentam-se constituídas por 3 túnicas:

a) Túnica interna ou endocárdio;

b) Túnica média ou miocárdio;

c) Túnica externa ou pericárdio (epicárdio).

O coração tem uma porção central fibrosa que lhe serve de ponto de apoio - é o esqueleto fibroso do coração.

Observam-se também as válvulas cardíacas e os sistemas gerador e condutor do estímulo cardíaco.

a) ENDOCÁRDIO: É homóloga a camada íntima dos vasos, sendo, portanto, constituído por endotélio apoiado sobre

uma delgada camada subendotelial de natureza conjuntiva frouxa. (Poucas fibras e muito tecido conjuntivo

frouxo). Unindo o miocárdio à camada subendotelial encontramos um estrato subendocárdio de tecido conjuntivo,

onde correm vasos, nervos, e ramos do aparelho condutor do coração.

b) MIOCÁRDIO: É constituído por fibras musculares cardíacas, dispostas em camadas, que envolvem as cavidades

cardíacas de um modo complexo e espiralado. Grande parte destas camadas se insere no esqueleto cardíaco. No

corte histológico: Fibras orientadas em várias direções, núcleos bem centrais, discos intercalares, junções gap (para

a troca de íons na contração muscular).

c) EPICÁRDIO: É a membrana serosa do coração, formando o revestimento (externo) visceral do pericárdio. (Voltado

para a caixa torácica). Apresenta-se coberto externamente por um epitélio plano simples (mesotélio), apoiado em

delgada camada conjuntiva. Apresenta uma camada subepicárdica constituída por conjuntivo frouxo contendo

vasos, nervos e gânglios nervosos. É nessa camada que se acumula o tecido adiposo que geralmente recobre certas

regiões do coração.

Impulso Cardíaco – Sistema de Geração e Transmissão da Excitação Cardíaca.

É formado por:

1. Nodo sinoatrial

2. Nodo atrioventricular

3. Feixe atrioventricular

4. Plexo de purkinje

1. Nodo Sinoatrial: Localizado na parede do átrio direito, dá origem espontaneamente a impulsos rítmicos que se

espalham em todas as direções através do músculo cardíaco dos átrios e que causam a contração da musculatura.

O nodo sinoatrial é, às vezes, chamado de “marca passo” porque controla a taxa de contração de todo o coração.

(Cardiomiócitos contráteis auto-excitáveis geram impulso).

...A ação potencial que se origina nas fibras musculares cardíacas especializadas do nodo sinoatrial dissemina-se para

as fibras musculares circunjacentes e alcança o nodo atrioventricular em cerca de 0,04 segundos.

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2. Nodo Atrioventricular: Esta estrategicamente situada na porção inferior do septo atrial, logo acima do esqueleto

fibroso do coração que separa o miocárdio atrial do miocárdio ventricular. Ele pode ser comparado a um receptor de

rádio que capta a onda de excitação à medida que ela passa pelo miocárdio atrial.

...A velocidade de condução do impulso cardíaco através do nodo atrioventricular (cerca de 0,11 segundos), é tal que

permite haver tempo suficiente para que os átrios esvaziem seu sangue no interior dos ventrículos antes que estes

comecem a se contrair. Do nodo atrioventricular, o impulso cardíaco é conduzido aos ventrículos pelo feixe

atrioventricular.

3. Feixe Atrioventricular: ou feixe de hiss; é o único caminho do músculo cardíaco que comunica o miocárdio dos

átrios ao miocárdio dos ventrículos, sendo assim, a única rota ao longo da qual o impulso cardíaco pode passar dos

átrios para os ventrículos. As fibras musculares cardíacas especializadas, que são de condução rápida e que compõem o

feixe atrioventricular, são comumente chamadas de fibras de purkinje.

O feixe atrioventricular divide-se em ramos terminais direito e esquerdo que se dispõe a cada lado do septo ventricular

e se estendem em direção ao ápice do coração.

4. Plexo de Purkinje: Os ramos terminais direito e esquerdo do feixe atrioventricular são contínuos com os pequenos

ramos que se espalham em torno de cada câmara ventricular e de volta, em direção à base do coração. Estes finos

ramos terminais são chamados de plexo de purkinje. O impulso cardíaco vai desde o início do feixe atrioventricular até

os ramos terminais do plexo de purkinje. Esta rápida disseminação do impulso cardíaco faz com que todo o miocárdio

dos ventrículos seja estimulado a contrair-se quase exatamente ao mesmo tempo.

Fibras de Purkinje:

1) Sarcoplasma mais desenvolvido;

2) Poucas miofibrilas e muitas mitocôndrias;

3) Alto teor glicogênio (Espaço esbranquiçado saliente);

4) Podem apresentar 2 núcleos;

5) Entre o endocárdio e o miocárdio no ventrículo se encontram localizadas.

O sistema de condução do coração é responsável não apenas por gerar impulsos cardíacos rítmicos, mas

também por conduzir estes impulsos através de todo o miocárdio.

Infarto do Miocárdio: O coração não regenera, apenas repara gerando uma cicatriz de tecido conjuntivo.

ESTRUTURA GERAL DOS VASOS SANGÜÍNEOS

Todos os vasos sanguíneos acima de certo calibre apresentam um plano geral comum de construção. De um

modo geral, um vaso sanguíneo apresenta as seguintes camadas constituintes:

Túnica íntima: em contato com o sangue é constituída de células endoteliais pavimentosas simples que revestem a luz do vaso e um tecido conjuntivo frouxo subendotelial. Membrana limitante elástica interna, formada por uma membrana tubular e perfurada, de substância elástica.

Túnica média: é composta por células musculares lisas de disposição circular e de tecido conjuntivo fibroelástico. A túnica média é mais proeminente nas artérias e pouco distinta nas veias.

Túnica adventícia: é a mais externa, sendo constituída de tecido conjuntivo e pode conter músculo liso. É a camada mais desenvolvida nas veias. Contém também células como macrófagos, vasos sanguíneos e nervos. Membrana limitante elástica externa, na porção mais interna desta túnica, é uma condensação de tecidos elásticos.

ARTÉRIAS: Arteríolas, artéria de médio e pequeno calibre (ou art. Muscular ) e artéria de grande calibre, onde

predomina o tecido elástico.

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1. ARTERÍOLAS: São muito finas, têm como função regular o fluxo sanguíneo para os leitos capilares. Tende a se contrair

para redistribuir o sangue para os órgãos vitais. Sua parede é mais espessa e sua luz menor que a das vênulas.

. Túnica Íntima: Sem camada subendotelial.

. Túnica Média: É muscular; geralmente é formada por poucas camadas de células musculares lisas.

. Túnica Adventícia: É estreita, pouco desenvolvida.

2. ARTÉRIAS DE PEQUENO E MÉDIO CALIBRE: Possui a mesma estrutura geral dos vasos. São caracterizadas por uma espessa

camada muscular, que pode chegar a ter mais de 40 camadas de fibras musculares lisas. De um modo geral, quanto maior for o

calibre, maior a quantidade de material elástico entre as fibras musculares.

3. ARTÉRIAS DE GRANDE CALIBRE: Incluem a aorta e seus ramos. Tem cor amarelada devido ao acúmulo de material elástico

presente na túnica média. Ex.: Artéria Aorta, Ilíaca Comum, Subclávica.

. Túnica Íntima: Revestida por células endoteliais, endotélio pregueado, cujas células fazem saliência para a luz. Sua membrana

elástica interna, não é evidente, pois se confundem com as membranas da camada seguinte.

. Túnica Média: Muito bem desenvolvida, constituída por uma série de membranas elásticas fenestradas (perfuradas

dispostas de forma concêntrica).

.Túnica Adventícia: Não apresenta membrana elástica externa, e é relativamente pouco desenvolvida.

CAPILARES: Apresentam-se constituídos apenas por camada única de células endoteliais. O calibre médio dos

capilares é pequeno, oscilando entre 7 a 9 µm. Há 3 tipos de capilares, quanto a continuidade da parede das

células endoteliais:

1. CONTÍNUO: Suas células apoiam-se sobre uma lâmina basal íntegra e prendem-se umas as outras, lateralmente, pôr meio de

zônulas de oclusão e aderência. Célula epitelial totalmente íntegra. Troca de informações limitada. Menos permeável.

2. FENESTRADO: Caracteriza-se por apresentar orifícios na parede das células endoteliais. Ex. intestino, tecido muscular, rim.

Estes orifícios normalmente são obstruídos pôr um delgado diafragma. O capilar fenestrado geralmente é encontrado em

tecidos onde ocorre intensa troca de substâncias entre as células e o sangue. Pouco mais permeável.

3. SINUSÓIDE (descontínuos): Possui fenestras na membrana celular e lamina basal também descontínua. Permeável mais

facilmente.

• Suas paredes não são formadas por um revestimento contínuo de células endoteliais, havendo amplos espaços que

comunicam o capilar com o tecido subjacente e ausência de lâmina basal contínua.

• Presença na parede e em sua volta de células fagocitárias (além das endoteliais).

• Se dilata o que diminui a pressão.

...Os capilares sinusóides são encontrados principalmente no fígado, e em órgãos hematopoiéticos, como a medula óssea e o

baço. Estas particularidades estruturais sugerem a existência nos capilares sinusóides, de condições que tornam mais fácil e mais

intenso o intercâmbio de substâncias entre o sangue e os tecidos.

• Células da parede celular de vasos de pequeno calibre: células pericitos, seriam as células tronco -> formação de novos vasos e

estabilização destes.

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VEIAS

1. Vênulas: São pequenas com diâmetro de 0,2 à 1 mm. Caracterizam-se por apresentar sua camada íntima constituída só por

endotélio, e ter a camada média inexistente. A adventícia é a camada mais espessa e apresenta-se formada por tecido

conjuntivo rico em colágeno. É um tipo de vaso de paredes muito delgadas.

... Com até 50 µm de diâmetro, as vênulas apresentam estruturas semelhantes a dos capilares. Participam de igual modo nos

intercâmbios de metabólitos entre os tecidos e o sangue, e nos processos inflamatórios. São, portanto, uma importância

extensão funcional da rede capilar.

...As vênulas são subdivididas em vênulas pós-capilares e vênulas musculares.

As vênulas pós-capilares (que recebem sangue dos capilares), são revestidas por um endotélio e possuem uma lâmina basal e pericitos. O endotélio das vênulas pós-capilares é sensível aos agentes vasoativos (histamina e serotonina). Durante as reações inflamatórias e alérgicas ocorre resposta a esses agentes provocando o extravazamento de líquido e a migração de leucócitos dos vasos.

As vênulas musculares são as seguintes na rede de retorno venoso. Essas vênulas têm uma ou duas camadas de músculo liso que constituem uma túnica média, essa camada está ausente nas vênulas pós-capilares.

2. Veias de Médio e Pequeno calibre: Constituem a maioria das veias. Apresentam túnica íntima delgada e às vezes ausente. A

túnica média é constituída principalmente por pequenos feixes de músculo liso. A túnica adventícia é de natureza colágena, é

bastante desenvolvida.

3. Veias de Grande Calibre: A túnica intima é constituída por endotélio e tecido conjuntivo. A túnica média é pouco

desenvolvida com pouco músculo liso e conjuntivo. A túnica adventícia é muito espessa, é a camada mais evidente contendo

feixes de músculo liso e vasa vasorum.

Além das camadas, as veias, principalmente de pequeno ou médio calibre, apresentam “Valvas", no seu

interior. As valvas são dobras da camada íntima das veias, em forma de semilua, e fazem saliência para a luz

do vaso. São formadas por tecido conjuntivo elástico e revestidas por endotélio nas suas duas faces.

As valvas geralmente existem aos pares, formando válvulas que são encontradas frequentemente nas veias

dos membros superiores e inferiores. Essas estruturas, graças à contração dos músculos esqueléticos vizinhos,

ajudam a impulsionar o sangue venoso em direção ao coração. Fazem o tamponamento que impede que o

sangue retorne.

ARTÉRIA MUSCULAR X ARTÉRIA ELÁSTICA

Artéria Elástica ou Artérias de Grande Calibre

As artérias elásticas têm como função servirem de tubos condutores, além disso, facilitam o movimento do sangue ao longo de

sua extensão. Um exemplo de artéria elástica é a artéria aorta, a qual sai do coração para suprir a circulação sistêmica. Além da

aorta, seus ramos maiores também são artérias elásticas.

túnica íntima: nas artérias elásticas, essa camada é relativamente espessa. É formada por uma lâmina basal (endotélio constituído por epitélio pavimentoso simples, com células achatadas, alongadas e com eixo longitudinal orientado paralelamente à direção da artéria), por uma camada subendotelial de tecido conjuntivo e por uma camada elástica chamada de membrana elástica interna.

túnica média: é a camada mais espessa das três túnicas. Constituída por lâminas de material elástico arranjado como lâminas fenestradas concêntricas. Entre essas lamelas elásticas estão situadas camadas de células

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musculares lisas, fibras colágenas e substância fundamental. As células musculares estão organizadas em espiral, e a função delas é produzir componentes colágeno e elástico, os quais irão compor essa camada.

túnica adventícia: é uma camada relativamente fina, constituída de tecido conjuntivo. O principal componente dessa camada são as fibras colágenas, as quais têm a função de evitar a expansão da parede arterial além de seus limites fisiológicos durante o período sistólico. Apresenta uma rede frouxa de fibras elásticas, macrófagos e fibroblastos. A túnica adventícia contém vasos sanguíneos e nervos.

Artéria Muscular ou Artérias de Médio Calibre

As artérias musculares são pouco diferenciadas das artérias elásticas. Na região de transição entre a artéria elástica e a artéria muscular podemos observar que, a quantidade de material elástico diminui e passa a predominar as células musculares lisas na túnica média. A principal característica da artéria muscular é a presença de uma membrana elástica interna proeminente e de uma membrana elástica externa. As principais características das camadas histológicas são:

túnica íntima: formada por um revestimento de células endoteliais e uma lâmina basal igual às artérias elásticas; a camada subendotelial de tecido conjuntivo é escassa. Nessa região a membrana elástica interna é visível em cortes histológicos onde aparece como uma estrutura ondulada.

túnica média: formada por células musculares lisas, fibras colágenas e pouco material elástico. As células musculares lisas têm a função de manutenção da pressão sanguínea nos vasos; além de serem responsáveis pela produção de fibras colágenas e elásticas.

túnica adventícia: ela é mais espessa que a túnica adventícia das artérias elásticas também formada basicamente por tecido conjuntivo e seu principal componente extracelular são as fibras colágenas.

ARTÉRIA X VEIA

A artéria possui luz arredondada e ampla, e parede espessa. A veia possui luz irregular com uma parede mais delgada.

Geralmente são observadas dispostas lado a lado.

As artérias são dotadas de maior calibre que as veias, pois transportam sangue em alta pressão. A camada muscular e

conjuntiva das veias são menos espessas que suas

correspondentes arteriais. E, além disso, diferentemente

das artérias, as veias de maior calibre apresentam válvulas em seu interior.

Veia

Artéria

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Sistema Linfático

O sistema imunitário é formado por estruturas individualizadas como o baço e os linfonodos, e células livres

como os linfócitos, granulócitos além de células apresentadoras de antígenos (sistema MCH).

O Sistema Linfático consiste em vasos linfáticos e tecidos linfáticos. Os vasos linfáticos são tubos que auxiliam

o sistema cardiovascular na remoção do líquido tecidual dos espaços intersticiais do corpo; os vasos então

retornam o líquido ao sangue. Esse líquido é denominado linfa. (nome dado ao líquido tissular após ter

entrado em um vaso linfático).

Órgãos Linfáticos:

-timo

- baço

- linfonodos

-nódulos linfáticos: São agregados de tecido linfático localizados na mucosa do aparelho digestivo

(principalmente nas tonsilas, nas placas de Payer no íleo e no apêndice), na mucosa do aparelho respiratório e

na do aparelho urinário. O extenso conjunto de tecido linfático presente nas mucosas chama-se MALT

(Mucosa-Associeted Lymphoid Tissue).

Todos os linfócitos se originam na medula óssea:

- Linfócitos T: completam sua maturação no timo.

-Linfócitos B: já saem da medula maduros.

Timo e Medula: órgãos linfoides centrais.

Baço, Linfonodo, Nódulos Linfáticos isolados, Tonsilas, Apêndice, Placas de Payer do íleo: órgãos linfoides

periféricos. -> para onde os linfócitos migram, proliferam e completam sua diferenciação.

Tipos Básicos de Resposta Imunitária.

1. Resposta Humoral (Adquirida/Específica): Antígenos do micro-organismo invasor reagem com anticorpos da

superfície de Linfócitos (B) ativando essas células. Linfócitos (B) ativados proliferam e se diferenciam em células de

memória imunitária e em plasmócitos. Os plasmócitos secretam anticorpos específicos que vão neutralizar o

antígeno.

2. Resposta Celular (Inata/Natural): Linfócitos T citotóxicos/citolíticos são ativados pelo contato com uma célula que

apresenta em sua superfície antígenos virais (exemplo) associado com moléculas MHC-I. Esta ativação leva a

produção de células T citotóxicas da memória imunitária e ao aparecimento de linfócitos T citotóxicos produtores

de perforinas que vão levar a lise da célula/morte celular.

Resposta Celular (Inata) Resposta Humoral (Adquirida)

Barreiras físico-químicas Epitélio de Revestimento Órgãos Linfóides

Moléculas Circulantes Complemento (*)

Mediadores Solúveis Interferon alfa/beta Interferon gama (*2)

Células Fagócitos/Células NK (*3) Linfócito T e B

(*) Grupo de enzimas presente no plasma. Quando ativadas passam a ter função. Eventos: gerar moléculas mediadoras

do processo inflamatório agudo (1º evento); Produção de Moléculas Vaso Ativa; Moléculas favorecem a fagocitose.

(Opsonização). No fim dos eventos vai se formar um complexo que vai gerar lise celular através da formação de poros

na membrana de célula alvo.

(*2) Citocina de linfócito T, age especificamente nas células reconhecidas pelo linfócito T.

(*3) Fagócitos: macrófagos e neutrófilos.

Reconhecimento de Antígenos dos Linfócitos B e T.

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Os linfócitos podem ser classificados em dois tipos principais (B e T) de acordo com o local onde se diferenciam e com

os diferentes tipos de receptores presentes em suas membranas.

Linfócitos B: receptores são imunoglobulinas. (Principais IgM e IgD)

Linfócitos T: receptores são moléculas proteicas ditas TCR (T-Cell Receptor).

Diversidade dos receptores: grande capacidade de reconhecimento.

Cada receptor reconhece especificamente um determinante antigênico.

Cada linfócito expressa 1 receptor que vai reconhecer especificamente 1 det. Antigênico.

Linfócito B (representam 5-10% dos linfócitos no sangue): se originam na medula óssea, penetram nos capilares sanguíneos e

são transportados pelo sangue e vão se instalar nos órgãos linfáticos, exceto o timo. Quando ativados por antígenos, proliferam

e se diferenciam em plasmócitos, que são células produtoras de anticorpos. Cada célula B é recoberta por moléculas de IgM

(receptores para antígenos). Alguns linfócitos B ativados não se diferenciam em plasmócitos formando células B da memória

imunitária, que reagem muito rapidamente a uma segunda exposição ao mesmo antígeno.

Linfócitos T (representam 65-75% dos linfócitos no sangue): seus precursores se originam na medula óssea, penetram pelos

capilares, são levados pelo sangue até o timo onde proliferam e se diferenciam em linfócitos T (amadurecem) e novamente são

levados através do sangue aos órgãos linfoides. No timo se diferenciam nas subpopulações (T helper, T supressor – células

reguladoras- e T citotóxico – age de fato sobre as células estranhas e infectadas)

*Antígenos provenientes de micro-organismos (vírus, bactérias, protozoários) que infectam o corpo são processados por

células apresentadoras de antígenos (APCs) que vão se transformar em pequenos peptídeos. Esses peptídeos são ligados

posteriormente a moléculas MHC-I e levados por vesículas até a superfície da célula onde o complexo MHC-I + peptídeo do

antígeno são apresentados aos linfócitos.

*Antígenos introduzidos na célula por fagocitose são processados por lisossomos e os estes depois de processados se ligam ao

MHC-II. Esse complexo é exposto na superfície celular onde pode reagir com os linfócitos T, ativando-os.

Obs: O complexo MHC caracteriza o que é próprio de um organismo e é único para cada um. O reconhecimento que ocorre pelo

Linfócito T é do MHC associado ao antígeno.

Classe de Imunoglobulinas.

o São glicoproteínas plasmáticas circulantes. (Os anticorpos são imunoglobulinas).

o Cada uma interage especificamente com o determinante antigênico que estimulou sua formação.

o São secretadas por plasmócitos provenientes da diferenciação e proliferação de linfócitos B.

o As imunoglobulinas possuem uma porção constante que determina sua classe e uma porção superior que

reconhece o antígeno. Classes em humanos: IgG, IgM, IgA, IgD e IgE.

Diversidade e Seleção Clonal.

1ª etapa: Indução de tolerância àquilo que é próprio do organismo -> Eliminam-se os que são intolerantes, que podem

gerar uma resposta autoimune imprópria.

2ª etapa: Expandir preferencialmente as células que respondem a antígenos externos (bactérias, vírus, etc).

Organização dos genes de Imunoglobulinas e TCR versus Diversidade.

A diversidade se dá através do rearranjo de sequências no DNA do receptor gerando a cada combinação uma nova

porção de reconhecimento. (Consequência do rearranjo de genes das cadeias que formam o TCR – receptor- ).

Cooperação celular e Memória Imunológica.

1) Apresentação do antígeno e co-estimulação de Linfócitos T por células dendríticas (APC); Proliferação e

Diferenciação do Linfócito T para célula efetora de memória. [Cél. Dendrítica e Linfócito T]

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2)Reconhecimento de antígeno por Linfócito B e co-estimulação de Linfócito T Proliferação e Diferenciação do

Linfócito B em Plasmócito e Célula de Memória. [Linfócito T e Linfócito B]

3)Linfócitos T geram células efetoras; Linfócitos B se diferenciam em plasmócitos e há a geração de Células de Memória

de longa vida.

Órgãos Linfóides – Histologia

Primários: Medula Óssea e Timo

Secundários: Linfonodos, Baço, Nódulos Linfóides associados a mucosa (MALT) Placas de Payer e Tonsilas.

Células Tronco Hematopoéticas geram células linfoides.

Progenitores são produzidos na medula óssea e migram para o Timo.

TIMO: região do mediastino sob os grandes vasos, 2 lobos envoltos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso. A

cápsula origina septos que dividem o parênquima em lóbulos.

Principal célula: timócitos (linfócitos T em desenvolvimento)

Particularidade: estroma formado por células epiteliais, geralmente o estroma é formado por tec. Conjuntivo.

Sofre involução ao longo da idade; continua a produção de linfócito mas em menos intensidade.

Zona Cortical: muitos timócitos, além de macrófagos e células reticulares e epiteliais.

Zona Medular: presença de estrutura única: Corpúsculo de Hassal.

As células epiteliais das zonas cortial e medular formam o estroma do timo.

ARQUITETURA FUNCIONAL E ESTRUTURAL DO TIMO.

Progenitor entra por vasos, migra para a região cortical subcapsular e depois volta para a medular. Ao longo da

migração: diferenciação, proliferação, expansão. (Adiciona receptores TCR em sua superfície)

Em cada região há gradientes de fatores de crescimento e quimiocinas que irão levar à modificações no

linfócito. Na volta para a região medular já começa a ocorrer a seleção clonal. (Seleção de uma célula que

possui um receptor funcional)

Os linfócitos T proliferam intensamente na zona cortical, onde se acumulam por um tempo. A maioria morre

por apoptose e são rapidamente fagocitados por macrófagos, porém muitos migram para a região medular e

entram na corrente sanguínea. Esses linfócitos T são transportados pelo sangue para outros órgãos linfáticos

onde se estabelecem em lugares específicos.

Ainda no timo, os linfócitos T são indiferenciados, posteriormente (na região cortical) os Linfócitos imaturos no

processo de maturação adquirem CD4 e CD8 e no final quando migram para a região medular de novo, ficam

apenas com um tipo.

A primeira seleção dos linfócitos tem como objetivo testar a expressão dos receptores, na região medular

ocorre uma segunda seleção.

Barreira Hematotímica: região onde as células epiteliais revestem os vasos; 2 lâminas basais contínuas que

dificultam a passagem de moléculas potencialmente antigênicas. Só existe na zona cortical onde estão se

originando os linfócitos T.

REPRESENTAÇÃO DOS ANTÍGENOS PRÓPRIOS ÀS CÉLULAS MEDULARES DO TIMO.

-Ocorre através da expressão de um gene AIRE Células Medulares vão expressar os diversos antígenos específicos e

próprios do organismo. (Indução de Tolerância)

-Complexo MHC + peptídeos provenientes dos antígenos próprios + Linfócito saem do timo

-Seleção Negativa de células autorreativas.

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BAÇO: é o maior acúmulo de tecido linfoide do corpo, por sua localização na corrente sanguínea responde com rapidez

a antígenos, sendo um importante filtro fagocitário e imunológico.

É um órgão encapsulado, nota-se uma capa de tecido conjuntivo denso. Dessa capa da qual são emitidas

trabéculas que dividem a polpa esplênica. Os vasos sanguíneos encontram-se perto das trabéculas.

Possui uma divisão especial:

-Polpa Branca: notam-se pontos esbranquiçados que são os nódulos (folículos) linfoides. Quando os nódulos

linfoides estão estimulados nota-se nestes um centro germinativo. Ao redor do nódulo existe uma região

chamada manto.

Folículo primário: folículo não estimulado, sem centro germinativo.

Folículo secundário: folículo estimulado, com presença de centro germinativo, ao redor manto e circundando

tudo uma região de halo claro que possui geralmente macrófagos/neutrófilos.

-Polpa Vermelha: região entre os nódulos linfoides preenchida com sangue. Formada por estruturas alongadas

(cordões esplênicos) entre os quais se situam os sinusóides.

LINFONODOS: órgãos encapsulados constituídos por tecido linfoide e que aparecem espalhados pelo corpo, sempre no

trajeto de vasos linfáticos. São encontrados na axila, virilha, ao longo dos grandes vasos do pescoço.

A circulação da linfa pelos linfonodos é unidirecional.

A cápsula de tecido conjuntivo que envolve o linfonodo envia trabéculas para seu interior, dividindo o parênquima

em compartimentos incompletos.

O parênquima é dividido em:

-Região Cortical Superficial: tecido linfoide frouxo e nódulos linfáticos (condensações esféricas de linfócitos).

Células predominantes: linfócitos B.

-Região Cortical Profunda: não apresenta nódulos linfáticos. Células predominantes: linfócitos T.

-Região Medular: constituída por cordões medulares formados por linfócitos B, mas também contendo

macrófagos.

Os plasmócitos são mais numerosos na região medular.

Os seios medulares – que separam os cordões medulares – recebem linfa que vem da região cortical e comunica-se

com os vasos linfáticos eferentes, pelos quais sai linfa do linfonodo.

TECIDO LINFÁTICO ASSOCIADO À MUCOSA (MALT): Acúmulo de linfócitos (nódulos linfáticos) associados a tecido

linfático localizado na mucosa dos tratos digestivo, respiratório e gênito-urinário que em alguns lugares formam órgãos

bem estruturados como as tonsilas e as Placas de Payer do intestino delgado (íleo). O tecido linfático das mucosas é

denominado MALT.