SISTEMA DE IDENTIDADE VISUAL PARA MARCA DE...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO CATHERINE STAHLSCHMIDT SISTEMA DE IDENTIDADE VISUAL PARA MARCA DE SKETCHBOOKS TRABALHO DE DIPLOMAÇÃO CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL

CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO

CATHERINE STAHLSCHMIDT

SISTEMA DE IDENTIDADE VISUAL PARA MARCA DE

SKETCHBOOKS

TRABALHO DE DIPLOMAÇÃO

CURITIBA

2015

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CATHERINE STAHLSCHMIDT

SISTEMA DE IDENTIDADE VISUAL PARA MARCA DE

SKETCHBOOKS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial - DADIN - da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR como requisito parcial para obtenção de título de Tecnólogo.

Orientador: Prof. Me. Marcelo A. Publio

CURITIBA

2015

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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Curitiba Diretoria de Graduação e Educação Profissional Departamento Acadêmico de Desenho Industrial

___________________________________________________________________

TERMO DE APROVAÇÃO

TRABALHO DE DIPLOMAÇÃO Nº 634

“Sistema de Identidade Visual para Marca de Sketchbooks”

por

Catherine Stahlschmidt Trabalho de Diplomação apresentado no dia 27 de abril de 2015 como requisito parcial para a obtenção do título de TECNÓLOGO em Design Gráfico do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O aluno foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo, que após deliberação, consideraram o trabalho aprovado.

Banca examinadora: _______________________________________ Prof(a). MSc. Marcos Vassarin Arantes DADIN – UTFPR

_______________________________________ Prof(a). MSc. Manoel Alexandre Schroeder DADIN – UTFPR

_______________________________________ Prof(a). MSc. Marcelo Abílio Públio Orientador(a) DADIN – UTFPR

_______________________________________ Prof(a). MSc. Daniela Fernanda Ferreira da Silva

Professora Responsável pela Disciplina TD DADIN – UTFPR

“A folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao professor Marcelo pela sabedoria compartilhada,

pelas ótimas dicas e ideias e pela calma e confiança que transmitiu durante todos

esses meses. Obrigada por ter acreditado e comprado minha ideia desde o primeiro

dia que conversamos.

Agradeço aos meus pais por terem me apoiado durante todos esses anos de

faculdade e entenderem minha ausência diversas vezes. Vocês são a minha base e

meu exemplo de pessoa justa, trabalhadora e amorosa. Eu devo tudo a vocês.

Agradeço à Daphne, minha irmã, por tudo. Seria injusto listar motivos pelos

quais eu sou grata, pois essa lista não faria jus ao sentimento que eu tenho por

você, minha eterna companheira e confidente. Você sempre será meu modelo de

mulher forte e determinada, que não tem medo de bater no peito para defender suas

ideias. Estaremos para sempre juntas.

Agradeço aos meus amigos pelo apoio e por entenderem que nesses últimos

meses eu precisei me afastar, em especial ao Júlio por continuar presente, e sempre

me receber com um sorriso no rosto e um abraço apertado nas raras vezes que

conseguimos nos encontrar pessoalmente.

Agradeço profundamente aos colegas e amigos da agência pelas dicas e

opiniões, paciência e até mesmo pelas palavras reconfortantes no caminho do café.

Conhecer vocês foi um divisor de águas na minha vida e eu espero fazer bem para

vocês da mesma forma que fizeram para mim.

Por fim agradeço a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para

a realização deste trabalho e ficaram ao meu lado. Mesmo que eu não tenha citado

nome por nome, vocês estarão para sempre no meu coração.

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A Pluma

Pluma voando ao léu,

palavras ditas ao vento,

é preciso mais firmeza

nas asas do pensamento!

(Autor desconhecido)

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RESUMO

STAHLSCHMIDT, Catherine. Sistema de identidade visual para marca de

sketchbooks. 2015. Monografia (Tecnologia em Design Gráfico) - Departamento

Acadêmico de Desenho Industrial, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Curitiba, 2015.

Este trabalho consiste no desenvolvimento de um sistema de identidade visual para

uma marca de sketchbooks. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica

abrangendo temas como marca, sistema de identidade visual e metodologias para

criação de um sistema de identidade visual e em seguida foi realizado o brief

contendo todas as especificações, expectativas, detalhes da empresa e

direcionamentos para a realização do projeto, além de um breve estudo sobre o

mercado de sketchbooks para ajudar na construção da Identidade Visual. Através do

brief foi possível extrair informações e conceitos utilizados para a concepção do

projeto. O resultado final deste trabalho é o desenvolvimento do nome, do sistema

de identidade visual e do manual de marca.

Palavras-chave: Nome. Identidade visual. Sistema de identidade visual. Marca.

Sketchbook.

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ABSTRACT

STAHLSCHMIDT, Catherine. Sistema de identidade visual para marca de

sketchbooks. 2015. Monografia (Tecnologia em Design Gráfico) - Departamento

Acadêmico de Desenho Industrial, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Curitiba, 2015.

This paper presents the development of a visual identity destined a sketchbook

brand. Firstly, was written a theoretical foundation covering subjects such as

branding and visual identity methods and systems. Then, the brief was created

abroading requirements, expectations, company details and recommendations, a

shortly study of market was also developed. This helped to organize the informations

and concepts to enable the project progress. The research results are the company´s

name, visual identity and brandbook.

Keywords: Name. Visual Identity. Visual Identity System. Brand. Sketchbook.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Consultoria para Disney, Zappos, Rockefeller Foundation e cidade de Austin pela

Sunni Brown Ink ................................................................................................................... 13

Figura 2: Discurso de Hilary Clinton ..................................................................................... 14

Figura 3: Moleskine.............................................................................................................. 16

Figura 4: Linha Ciceros ........................................................................................................ 17

Figura 5: Libretto ................................................................................................................. 18

Figura 6: Corrupiola ............................................................................................................. 18

Figura 7: Modelos de Moleco ............................................................................................... 19

Figura 8: Sketchbook com capa maleável em couro ............................................................ 20

Figura 9: Sketchbook da Caderninhos do Ale ...................................................................... 20

Figura 10: Sketchbooks da Arte no papel ............................................................................ 21

Figura 11: Materiais utilizados na encadernação e sketchbooks prontos ............................ 30

Figura 12: Marcas selecionadas: Moleskine, Cícero Papelaria, Corrupiola, Moleco,

Cadernética, Arte no Papel, Libretto, Caderninhos do Ale ................................................... 32

Figura 13: Escala de Valores ............................................................................................... 32

Figura 14: Marca Moleskine ................................................................................................. 33

Figura 15: Marca Cicero Papelaria ....................................................................................... 34

Figura 16: marca Corrupiola ................................................................................................ 35

Figura 17: Marca Libretto ..................................................................................................... 35

Figura 18: Marca Moleco ..................................................................................................... 36

Figura 19: Marca Cadernética .............................................................................................. 36

Figura 20: Marca Arte no Papel ........................................................................................... 37

Figura 21: Marca Caderninhos do Ale .................................................................................. 37

Figura 22: Mapa mental para a palavra sketchbook ............................................................. 42

Figura 23: Mapa mental para a palavra vento ...................................................................... 42

Figura 24: Mapa Mental para a palavra invenção ................................................................ 43

Figura 25: Painel semântico ................................................................................................. 44

Figura 26: Estudos do logotipo com grafite, pena, caneta nankin e Brush Pen ................... 46

Figura 27: Rascunhos .......................................................................................................... 47

Figura 28: Estudos de balões e da composição da marca ................................................... 48

Figura 29: Estudo da marca escolhido ................................................................................. 49

Figura 30: Opções finais vetorizadas ................................................................................... 49

Figura 31: Resultado final da marca na versão horizontal e vertical ..................................... 50

Figura 32: Estudo de preenchimento ................................................................................... 50

Figura 33: Cores da marca Invento ...................................................................................... 53

Figura 34: Cores auxiliares .................................................................................................. 54

Figura 35: Fonte para títulos ................................................................................................ 54

Figura 36: Fonte para textos ................................................................................................ 55

Figura 37: Malha de construção ........................................................................................... 56

Figura 38: Área de proteção ................................................................................................ 56

Figura 39: Reduções máximas............................................................................................. 57

Figura 40: Marca em negativo ............................................................................................. 58

Figura 41: Aplicação da marca sobre as cores institucionais ............................................... 59

Figura 42: Aplicação da marca sobre preto .......................................................................... 59

Figura 43: Exemplo de combinações de cores ..................................................................... 60

Figura 44: Aplicação da marca sobre cores que não fazem parte da paleta ...................... 60

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Figura 45: Aplicação da marca sobre fotos .......................................................................... 61

Figura 46: Cartão de visitas ................................................................................................. 63

Figura 47: Arte para impressão do papel timbrado............................................................... 64

Figura 48: Envelope em papel color plus 114X229mm ........................................................ 65

Figura 49: Simulação do carimbo aplicado .......................................................................... 65

Figura 50: Pasta insitucional ................................................................................................ 66

Figura 51: Arte para carimbo com endereço ........................................................................ 67

Figura 52: Arte para carimbo simples................................................................................... 67

Figura 53: Simulação de aplicação da marca no produto com carimbo ............................... 68

Figura 54: Tag de identificação ............................................................................................ 69

Figura 55: Simulação de como a tag de identificação ficará aplicada no produto ................ 69

Figura 56: Modelo de assinatura de e-mail .......................................................................... 70

Figura 57: Simulação da fanpage no facebook e exemplos de posts ................................... 71

Figura 58: Simulação da fanpage no instagram e exemplos de posts ................................. 72

Figura 59: Capa do manual .................................................................................................. 73

Figura 60: Sumário .............................................................................................................. 73

Figura 61: Página par sobre a empresa ............................................................................... 73

Figura 62: Página ímpar sobre a empresa ........................................................................... 73

Figura 63: Página par do conceito ....................................................................................... 74

Figura 64: Página ímpar do conceito ................................................................................... 74

Figura 65: Abertura de seção ............................................................................................... 74

Figura 66: Abertura de seção ............................................................................................... 74

Figura 67: Exemplo de diagramação do conteúdo ............................................................... 75

Figura 68: Exemplo de diagramação do conteúdo ............................................................... 75

Figura 69: Página par do carimbo ........................................................................................ 75

Figura 70: Página par do carimbo ........................................................................................ 75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resumo da análise .............................................................................................. 21

Tabela 2: Requisitos gerais para projetação de sistemas .................................................... 25

Tabela 3: Classificação de sistemas de identidade visual .................................................... 26

Tabela 4: Classificação de nomes dos concorrentes ........................................................... 39

Tabela 5: Opções de nomes ................................................................................................ 40

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos tradicional e despojada .......... 33

Gráfico 2: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos vintage e moderna ................ 33

Gráfico 3: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos adulta e infantil ..................... 33

Gráfico 4: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos simples e complexa ............... 33

Gráfico 5: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos masculina e feminina ............ 33

Gráfico 6: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos estática e dinâmica ................ 33

Gráfico 7: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos tradicional e despojada ...... 51

Gráfico 8: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos vintage e moderna .............. 51

Gráfico 9: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos adulta e infantil ................... 52

Gráfico 10: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos simples e complexa .......... 52

Gráfico 11: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos masculina e feminina ........ 52

Gráfico 12: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos estática e dinâmica............ 52

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

1.1 OBJETIVO ....................................................................................................................... 9

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 10

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 10

2 SKETCHBOOK ...................................................................................................... 11

2.1 ANÁLISE DO MERCADO DE SKETCHBOOKS............................................................. 15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 22

3.1 MARCA .......................................................................................................................... 22

3.2 IDENTIDADE VISUAL.................................................................................................... 23

3.3 SISTEMA DE IDENTIDADE VISUAL ............................................................................. 24

3.4 METODOLOGIA DE CRIAÇÃO ..................................................................................... 26

4 PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................... 29

4.1 BRIEF ............................................................................................................................ 29

4.2 PERFIL DO CLIENTE .................................................................................................... 29

4.3 PÚBLICO ALVO............................................................................................................. 31

4.4 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA .................................................................................... 31

4.4.2 Análise da marca Cicero Papelaria ............................................................................. 34

4.4.3 Análise da marca Corrupiola ....................................................................................... 34

4.4.4 Análise da marca Libretto............................................................................................ 35

4.4.5 Análise da marca Moleco ............................................................................................ 35

4.4.6 Análise da marca Cadernética .................................................................................... 36

4.4.7 Análise da marca Arte no Papel .................................................................................. 36

4.4.8 Análise da marca Caderninhos do Ale ........................................................................ 37

4.5 REQUISITOS E RESTRIÇÕES ..................................................................................... 38

5 CONCEPÇÃO ........................................................................................................ 39

5.1 NOME ............................................................................................................................ 39

5.2 CONCEITOS ................................................................................................................. 41

5.3 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ................................................................................... 45

5.4 OPÇÃO ESCOLHIDA .................................................................................................... 47

5.4.1 Teste e validação da marca ........................................................................................ 51

5.5 CORES .......................................................................................................................... 52

5.6 TIPOGRAFIA ................................................................................................................. 54

5.7 MALHA DE CONSTRUÇÃO .......................................................................................... 55

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5.8 ÁREA DE PROTEÇÃO .................................................................................................. 56

5.9 REDUÇÕES MÁXIMAS ................................................................................................. 57

5.10 MARCA EM NEGATIVO .............................................................................................. 58

5.11 ESTUDO DE FIGURA E FUNDO ................................................................................. 58

6 APLICAÇÕES ....................................................................................................... 62

6.1 CARTÃO DE VISITAS ................................................................................................... 62

6.2 PAPEL TIMBRADO ....................................................................................................... 63

6.3 ENVELOPE ................................................................................................................... 65

6.4 PASTA ........................................................................................................................... 66

6.5 CARIMBO ...................................................................................................................... 67

6.6 TAG DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................. 68

6.7 ASSINATURA DE E-MAIL ............................................................................................. 69

6.8 ENXOVAL PARA REDES SOCIAIS ............................................................................... 70

6.9 MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL .............................................................................. 72

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 77

APÊNDICES ............................................................................................................. 81

APÊNDICE A - BRIEF .............................................................................................. 82

APÊNDICE B – MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL .............................................. 84

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1 INTRODUÇÃO

Presente na mesa de trabalho ou estudos da maioria dos profissionais

criativos, o sketchbook se tornou não só um acessório, como uma ferramenta

indispensável na hora de desenvolver projetos, desenhar, fazer anotações, etc.

Dessa forma, este projeto pretende desenvolver uma nova marca deste produto.

Trata-se de uma marca de sketchbooks que pretende incentivar a criatividade

estimulando o desenho, as anotações e o livre pensamento, até que todas as ideias

se levem à pura essência da inspiração.

A empresa que pretende lançar a nova marca nasceu em meados de 2012 e

é de propriedade da autora deste projeto. A autora, que sempre foi interessada por

cadernos de desenho onde pudesse expressar suas ideias, aprendeu a fazer os

sketchbooks durante o Algures – Semana Acadêmica de Design da UTFPR – e a

partir de então desenvolveu a habilidade e aperfeiçoou a técnica até chegar a um

nível de qualidade para que o produto pudesse ser comercializado.

O presente projeto é a síntese dos conhecimentos teóricos e práticos

adquiridos durante a graduação no que tange assuntos como sistema de identidade

visual e empreendedorismo, além da experiência e conhecimentos sobre o mercado

de sketchbook adquiridos desde o início da comercialização dos produtos.

Na parte inicial do trabalho é apresentado um panorama sobre o universo dos

sketchbooks, desde sua importância, até informações atuais sobre o mercado. Em

seguida encontra-se a revisão da literatura sobre marca, identidade visual, sistema

de identidade visual e metodologia para desenvolvimento de identidades visuais.

Finalizado o eixo teórico e a contextualização do tema, apresenta-se em detalhes o

processo do desenvolvimento do sistema de identidade visual da marca.

1.1 OBJETIVO

O objetivo geral deste projeto é criar um Sistema de Identidade Visual para

uma marca de sketchbooks, para que assim possa se inserir no mercado e concorrer

com empresas já consolidadas no mesmo ramo de atuação. Além disso, pretende-

se desenvolver seu manual de uso levando em consideração as necessidades

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atuais e futuras da empresa no que tange seu uso, aplicações e meios de

divulgação e comercialização.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Levantar informações sobre o mercado de sketchbooks e marcas

concorrentes.

Aprofundar os conhecimentos sobre: marca, identidade visual e

sistema de identidade visual.

Desenvolver um nome para a marca de sketchbooks.

Desenvolver um sistema de identidade visual para a marca.

Desenvolver uma pesquisa de aceitação e validação da marca.

1.3 JUSTIFICATIVA

Para ser difundida oficialmente no mercado, a marca de sketchbooks precisa

de um nome e uma identidade que a personalize e a diferencie dos concorrentes.

Segundo Keller e Machado (2005, p.7):

Para os consumidores, as marcas realizam funções importantes: identificam

o fabricante e permitem aos consumidores atribuir responsabilidade a um

determinado fabricante ou distribuidor. E, o que é mais importante, marcas

assumem significados especiais para os consumidores.

A importância deste projeto se justifica pelo fato de ser um caso real que se

iguala à complexidade de projetos comumente desenvolvidos no dia a dia de um

designer, sendo assim possibilitará à autora ter uma experiência completa aplicando

os conhecimentos adquiridos ao longo de sua graduação.

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2 SKETCHBOOK

O mercado de sketchbooks, desde sua origem, se sustenta através do uso da

representação, não só de formas, como também a representação de volumes,

imagens ou ideias. Nos últimos anos as pessoas, principalmente nas empresas,

passaram a valorizar mais os rabiscos e traços para representar ideias, os

chamados doodles1.

O uso dos sketchbooks está relacionado com o registro, desenvolvimento ou

representação de imagens ou ideias, por intermédio de rabiscos, formas e

linguagem gráfica. Esses sketches2 podem ser abstratos ou incompreensíveis do

ponto de vista de uma linguagem verbal formal, entretanto possuem um significado

para seu autor.

Durante anos, a educação formal está relacionada com a aprendizagem

através da linguagem verbal, deixando a linguagem visual para um segundo plano.

Como enfatiza Dondis (2007), a linguagem verbal tem sido considerada uma forma

superior de se transmitir informações em relação à linguagem visual e tátil, como

consequência disso o sistema educacional alfabetiza verbalmente os alunos e ignora

que a experiência visual faz parte do desenvolvimento da criança desde os primeiros

meses de vida. Com isso, a autora desenvolveu um manual básico de todas as

comunicações e expressões visuais que considerou um modesto primeiro passo em

direção ao alfabetismo visual tanto dos comunicadores quanto daqueles para quem

a comunicação se dirige.

Se a invenção do tipo móvel criou o imperativo de um alfabetismo verbal

universal, sem dúvida a invenção da câmera e de todas as suas formas

paralelas, que não cessam de se desenvolver, criou, por sua vez, o

imperativo do alfabetismo visual universal, uma necessidade que há muito

se faz sentir. O cinema, a televisão e os computadores visuais são

extensões modernas de um desenhar e de um fazer que têm sido,

historicamente, uma capacidade natural de todo ser humano, e que agora

parece ter-se apartado da experiência do homem. (DONDIS, 2007 p.01)

A partir dessa ideia é possível deduzir a relação do homem com a

representação visual. Com o surgimento de novas tecnologias que permitem a

elaboração de representações visuais, tais como a câmara escura, a máquina

1 Em tradução livre, a palavra doodle significa rabisco, mas optou-se por não utilizar a tradução neste

projeto. 2 Desenhos rápidos. Rascunhos.

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fotográfica, o cinema, a televisão, as câmeras digitais, tablets, computadores e seus

diversos softwares, a discussão a respeito das representações visuais tomou força.

Principalmente no que se relaciona à comunicação corporativa, e com isso surgem

novos investigadores que discutem o uso de representações visuais para a

construção de ideias, usando para isso todas as tecnologias possíveis, entre elas, o

papel e o lápis.

Hoje, pessoas de todas as áreas de atuação estão percebendo cada vez mais

a importância de se dominar a linguagem visual para o desenvolvimento de suas

atividades, basta notar o aparecimento de consultorias de profissionais

especializadas em ensinar executivos uma nova forma de pensar e se comunicar.

Dan Roam (2010) é um exemplo dos autores que têm ensinado executivos a

pensarem de forma visual. Em seu livro, o autor ensina a solucionar problemas e a

vender ideias através de desenhos. O autor já desenvolveu consultorias para

empresas como Microsoft, Google, Walmart e Boeing, ajudando executivos a

resolver problemas, seja de ordem financeira ou pessoal através de um pensamento

visual. O conceito desenvolvido é bastante simples: a maioria dos problemas

institucionais acontece por falhas de comunicação, assim, tornar visível o que se

está pensando pode ajudar a outra pessoa a entender suas ideias, pois “75% do

cérebro humano é utilizado para processar informações visuais. Muitas dessas

áreas não são ativadas pelo discurso.” (ROAM, 2010)

Outra defensora do uso da linguagem visual nas relações institucionais

empresariais é a autora Sunni Brown. Criadora e líder do The Doodle

Revolutionary’s Manifesto, Sunni Brown quer acabar com o mito de que rabiscar

durante situações consideradas sérias é uma distração. Segundo Brown:

O que Einstein, JFK, Edison, Marie Curie e Henry Ford tinham em comum?

Todos eles eram rabiscadores convictos. Essas mentes brilhantes

sabiam instintivamente que rabiscar é pensar profundamente de

forma disfarçada - uma simples, acessível e explosiva ferramenta para

inovar e resolver até mesmo os problemas mais complicados.3

3 Tradução livre: “What did Einstein, JFK, Edison, Marie Curie, and Henry Ford have in common? They were all

inveterate doodlers. These powerhouse minds knew instinctively that doodling is deep thinking in disguise—a simple, accessible, and dynamite tool for innovating and solving even the stickiest problems.”

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A autora contou em um TED4 que passa várias horas ensinando adultos

(Figura 1) a usar a linguagem visual e rabiscar, ou desenhar, em seu local de

trabalho, mas encontra uma enorme resistência, pois isso é considerado anti-

intelectual e contrário ao aprendizado sério.

Figura 1: Consultoria para Disney, Zappos, Rockefeller Foundation e cidade de Austin pela Sunni Brown Ink Fonte: Site Sunni Brown

Para Brown (2014), alguns fatos explicariam porque as pessoas têm essa

dificuldade de aceitar o pensamento visual. Por exemplo, para ela não existe

nenhuma definição boa para doodle desde o século 17 e atualmente os dicionários

definem doodle como vadiar, embromar, vagabundear, fazer riscos sem sentido,

fazer algo de pouco valor, conteúdo ou importância e fazer nada5. Ainda segundo

Brown (2014), na década de 30, Freud afirmou que a psique de alguém poderia ser

analisada através de seus rabiscos e a imprensa reforça esta norma quando uma

pessoa com um papel importante na sociedade é vista rabiscando.

Consequência disso, nos últimos anos alguns nomes importantes na política

mundial estiveram envolvidos em polêmicas por estarem rabiscando, como a ex-

secretária de Estado, Hilary Clinton que foi “flagrada” desenhando (Figura 2) durante

uma sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2012 e acusada de

4 Disponível em: <http://www.ted.com/talks/sunni_brown?language=pt-br>

5 Tradução livre: “to dawdle, to dilly dally, to monkey around, to make meaningless marks, to do

something of little value, substance or import, and to do nothing”.

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estar entediada (DAILY MAIL REPORTER, 2012). Outro exemplo foi o ex primeiro

ministro do Reino Unido Tony Blair, que durante a reunião anual do Fórum Mundial

Econômico em Davos foi taxado como um homem agressivo, instável, pressionado e

megalomaníaco após ter desenhos analisados por psicólogos e especialistas em

caligrafia.

Figura 2: Discurso de Hilary Clinton Fonte: Site Daily Mail

Jackie Andrade, psicóloga da University of Plymouth, provou que a

concentração e a capacidade de armazenar informações podem aumentar em 29%

quando a pessoa está rabiscando em situações que exigem uma maior atenção. Em

sua pesquisa What Does Doodling do?6, Andrade pediu que 40 voluntários

escutassem uma monótona mensagem de telefone de dois minutos e meio e

tentassem se lembrar dos nomes e lugares que eram citados na mensagem. Os

participantes foram divididos em dois grupos, ambos os grupos foram informados

que seria uma gravação “maçante”, mas apenas um dos grupos foi instruído a

rabiscar enquanto ouviam a gravação para “aliviar o tédio”. Segundo Andrade uma

das explicações para o fato de que o grupo que rabiscou se saiu melhor no teste é

que o ato de rabiscar reduz a possibilidade de “sonhar acordado”, que está

relacionado aos altos níveis de excitação geralmente vistos durante o tédio.

O suporte mais comum para registro das ideias visuais, ou doodles, é o papel

solto, entretanto, uma folha pode facilmente ser perdida ao vento, o que faz com que

os autores das ideias, quando precisam retornar a seus desenhos originais, ocupem 6 Artigo publicado pela John Wiley & Sons em 2009.

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boa parte do tempo tentando reencontrá-la, às vezes sem sucesso. Por outro lado,

se tiver um suporte físico para registro de suas ideias onde possa recorrer a ele

constantemente, pode ter um ganho de produtividade. Esse pode ser um ponto

relevante para os sketchbooks.

Para poder entender melhor esse mercado, é interessante saber que esses

cadernos de anotações estão presentes na história de grandes artistas há séculos.

Analisando obras de renomados artistas como Daniel Senise, Van Gogh e Henry

Moore, e Leonardo DaVinci é notável a importância dos esboços e rascunhos

produzidos durante o processo de criação (Salles, 2008).

A mesma autora observa que, mesmo que o produto final seja feito de

palavras e não imagens, o desenho está presente. Uma das justificativas é a

agilidade de execução, às vezes a ideia é passageira e frágil sendo necessário

guardá-la rapidamente para depois desenvolvê-la, nesse sentido o sketchbook é um

meio eficiente.

Segundo Maria Sebregondi (2011), diretora de brand equity da Moleskine,

empresa de sketchbook mais conhecida no mundo, o sketchbook é um ícone

cultural. Não é um simples caderno e não é uma mercadoria, mas uma plataforma

livre para a criatividade:

Sebregondi afirma que existem dois principais públicos-alvo: um é focado

em 'criatividade e veia artística' e um é focado em "produtividade,

profissionais que querem as coisas prontas." Reconhecendo que a cultura

atual gira em torno de mobilidade, ela acredita que a Moleskine suporta

esse "nomadismo contemporâneo." A experiência com a Moleskine começa

com uma rede de pessoa que acreditam na marca: funcionários e parceiros.

Até mesmo quando estão contratando, eles buscam pessoas com uma

bagagem cultural interessante.7

2.1 ANÁLISE DO MERCADO DE SKETCHBOOKS

Com um lucro líquido de 3,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2013,

a marca de sketchbooks mais conhecida atualmente é a Moleskine (Bortolozi, 2013),

consequência disso é que “hoje, qualquer caderninho de capa dura que tenha um

7 Tradução livre: “Sebregondi states that there are two main target audiences: one for those focused on

"creativity and the artistic side" and one for "productivity, those professionals who want to get things done." Acknowledging that current culture is all about mobility, she believes Moleskine supports "contemporary nomadism." The Moleskine experience begins with a network of "believers," from employees to partners. Even when recruiting they look for people with a passionate cultural background. (Ken Carbone, 2011)”

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marcador de tecido e um elástico para manter as páginas fechadas também acaba

sendo chamado de Moleskine pelos consumidores” (pme, 2010). É um típico

exemplo de marca que se torna sinônimo de produto.

Figura 3: Moleskine Fonte: Site Moleskine, 2014

Presente em 92 países, a Moleskine abriu seu capital em 2012 e agora suas

ações podem ser negociadas na bolsa de valores (Bortolozi, 2013). Segundo o site

da empresa, a Moleskine foi criada em 1997 pelos italianos Mario Baruzzi e

Francesco Franceschi. Os produtos da marca foram inspirados em antigos cadernos

de capa preta feita de couro de toupeira que eram utilizados por artistas como Van

Gogh, Picasso e Hemingway.

Entre março de 2012 e março de 2013, 3,3 milhões de pessoas adquiriram

um produto Moleskine sem a empresa investir em publicidade tradicional. Esse

número corresponde a apenas 1,5% dos potenciais clientes (Zachary M. Seward), o

que pode ser um fator que demonstre que o mercado de sketchbooks ainda tem

muito a ser explorado.

No Brasil a marca de sketchbook que se destaca é a Cicero Papelaria (Figura

4). A marca foi criada em 2007 na cidade do Rio de Janeiro pelo designer Cicero

Pedrosa e hoje é considerada a Moleskine brasileira. Com um crescimento de 20%

ao ano a Cicero Papelaria faturou 3 milhões de reais em 2013 (Vitor Leite, 2014).

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Figura 4: Linha Ciceros Fonte: Site Cicero Papelaria

Assim como os Moleskines, os sketchbooks da marca Cícero têm cantos

arredondados, elástico para fechamento, marcador de cetim e bolso interno.

Entretanto a Moleskine produz seus produtos na China enquanto a Cícero tem uma

produção 100% brasileira (Meu Próprio Negócio, 2013). Com produtos

padronizados, apesar do ganho de escala em custos, as marcas podem perder em

exclusividade tendo em vista que produzem o mesmo modelo em larga escala,

diferente de outras marcas menores de sketchbook que se posicionam como marcas

artesanais e assim podem ter um maior controle do conceito de exclusividade e

personalização, como é o caso da Libretto e outras.

A Libretto é uma marca mineira que foi criada em 2010 pelo designer Luiz

Marcatto. Todos os cadernos são costurados a mão e o principal objetivo da marca é

“em um tempo onde a produção é mecanizada e tudo é criado em série, retomar os

valores do trabalho manual” (site Libretto, 2014). Na loja virtual é possível escolher

entre coleções pré-definidas e também personalizar seu próprio sketchbook,

escolhendo desde o tamanho, quantidade de páginas e tipo de papel do miolo até a

arte da capa impressa em papel.

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Figura 5: Libretto Fonte: Site Libretto

A marca catarinense Corrupiola foi criada em 2008 por Leila Lampe e Aleph

Ozuas. Cada sketchbook é feito a mão fazendo parte de coleções com edições

limitadas, sendo as capas personalizadas através de serigrafia e impressão

tipográfica. Além de sketchbooks a marca também comercializa na loja virtual

ferramentas para encadernação, cartões e caixas.

Figura 6: Corrupiola Fonte: Site Corrupiola

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Já a Moleco, uma marca carioca, tem como diferencial um viés ecológico.

Segundo o site, a Moleco utiliza papeis 100% reciclados e que possam passar pelo

processo de reciclagem novamente, com isso a marca espera atender a demanda

cada vez maior por "produtos e processos amigos do meio ambiente" (site Moleco).

Além de sketchbooks comuns como das outras empresas, a Moleco também fabrica

brindes corporativos e lembranças de casamento.

Figura 7: Modelos de Moleco Fonte: Site Moleco

Tanto a Libretto quanto a Corrupiola, ao contrário da Cícero, da Moleco e da

Moleskine, se posicionam como marcas de sketchbooks artesanais. Cada uma

utiliza uma técnica diferente de encadernação, mas as duas têm um processo quase

exclusivamente manual.

É importante ressaltar que dentro do mercado de sketchbooks também

existem marcas de menor visibilidade que trabalham com um nicho de mercado mais

restrito, por exemplo, quanto à localização geográfica, e por isso podem não

representar uma concorrência direta. Entretanto percebe-se a necessidade de

identificar e analisar algumas dessas marcas.

Foram selecionadas três marcas que foram consideradas relevantes para o

projeto: Cadernética, Caderninhos do Ale e Arte no Papel.

A Cadernética é uma marca cearense criada por Marina Morais em 2010.

Segundo o site, a marca tem em seu portfólio cadernos costurados a mão e o cliente

pode encomendar seu sketchbook escolhendo o tamanho, tipo de costura, cores de

papel e optar entre capa dura e maleável.

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Figura 8: Sketchbook com capa maleável em couro Fonte: Site Cadernética

A Caderninhos do Ale é uma marca paulista criada pelo publicitário Alexandre

Oyamada. A marca também se posiciona como artesanal.

Figura 9: Sketchbook da Caderninhos do Ale Fonte: site Caderninhos do Ale

A Arte no papel é uma marca carioca criada pela designer Cristiane Sevilha.

Além de sketchbooks a marca também oferece caixas, organizadores de mesa e

alguns produtos de papelaria.

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Figura 10: Sketchbooks da Arte no papel Fonte: site Arte no papel

Um resumo da análise pode ser visto a seguir (Tabela 1).

Tabela 1: Resumo da análise

Marca Tamanho relativo

no mercado

Tipo de

Produção Distribuição Diferencial

Moleskine Grande Larga escala Mundial

Cicero Papelaria Médio Larga escala Nacional Qualidade e produção

100% brasileira

Libretto Pequeno Artesanal Nacional

Feito à mão e

possibilidade de

personalizar a capa

Corrupiola Pequeno Artesanal Nacional Serigrafia e impressão

tipográfica

Moleco Pequeno Artesanal Regional Produção ecológica e

oferta de outros produtos

Cadernética Pequeno Artesanal Localizada

Feito à mão e

possibilidade de capas

em couro

Caderninhos do

Ale Pequeno Artesanal Localizada Feito a mão

Arte no Papel Pequeno Artesanal Regional Oferece outros produtos

além de sketchbook

Fonte: Autoria própria

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 MARCA

Segundo Keller e Machado (2005), a American Maketing Association define

marca como “um nome, termo, símbolo, desenho ou uma combinação desses

elementos que deve identificar os bens ou serviços de um fornecedor ou grupo de

fornecedores e diferenciá-los dos da concorrência”.

Para Marinangelo e Carneiro, não há um consenso de quando exatamente

surgiram as marcas, entretanto há registros do ato de marcar um produto com

finalidade econômica desde a era medieval, nas corporações de artes e ofícios.

Keller e Machado (2005) afirmam que “a motivação original do ato de “marcar” era

possibilitar que artesãos e outros identificassem os frutos de seu trabalho de modo

que os clientes pudessem reconhecê-los facilmente”.

Hoje a marca tem papeis que vão muito além de identificar um produto. Em

um primeiro momento “a marca é a promessa, a grande ideia e as expectativas”

(Wheeler, 2008), o que o consumidor receberá ao comprar aquele produto, quais os

benefícios, quais suas utilidades, ou seja, o que a marca diz ao vender o produto e o

que o consumidor espera receber comprando o produto. Em um segundo momento

“A marca é a síntese da experiência de valor vivida pelos consumidores em relação

a cada um dos inúmeros produtos, serviços, empresas, instituições ou, mesmo,

pessoas com as quais eles se relacionaram” (Sampaio, 2002).

Keller e Machado (2005) acreditam que as empresas estão percebendo cada

vez mais que a marca é um dos ativos mais valiosos associados a seus produtos ou

serviços, pois em um mundo complexo os indivíduos e empresas têm cada vez

menos tempo para fazer escolhas. Pode-se supor que por causa dessa falta de

tempo para tomar decisões, acabamos não pesquisando sobre outras opções de

marcas do determinado produto que queremos comprar e realizamos as compras

baseadas em instinto ou conhecimento prévio, é o que explica Strunck (2007, p.17):

Grande parte das nossas decisões de compra são feitas por impulso, de

forma irracional, instintiva. Se temos dinheiro compramos as marcas com as

quais nos relacionamos emocionalmente. Cada marca é como uma pessoa

que teve sua personalidade própria cuidadosamente criada e desenvolvida.

Essa personalidade é forjada através de suas ações de comunicação do

seu design, de sua publicidade, de seu comportamento social.

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Aaker (2001) apresenta em seu livro um estudo de preferência de pasta de

amendoim que prova a importância da marca para a empresa. O teste apresentava

uma amostra, que era considerada de uma marca inferior e estava identificada com

a sua própria marca, e outra amostra, que era a pasta de amendoim considerada a

melhor 70% das vezes nos testes de degustação, porém não estava identificada

com nenhuma marca. A pasta de amendoim que estava identificada por uma marca,

mesmo sendo uma marca considerada inferior, foi eleita por 73% o das pessoas

como a pasta de melhor sabor. Keller e Machado (2005, p.8) poderiam explicar o

resultado deste teste explicitando a importância da marca:

Em resumo, o significado especial que as marcas assumem para os

consumidores pode mudar suas percepções experiências com o produto.

Um produto idêntico pode ser avaliado de maneira diferente por um

individuo ou organização dependendo da identificação ou atribuição de

marca que lhe é dada. Marcas adquirem, para os consumidores,

significados exclusivos que facilitam suas atividades do dia-a-dia e

enriquecem sua vida. À medida que a vida dos consumidores fica mais

complicada, atribulada e sem disponibilidade de tempo, a capacidade de

uma marca de simplificar a tomada de decisão e reduzir riscos é

inestimável.

3.2 IDENTIDADE VISUAL

Enquanto a marca é o ativo intangível da empresa, a identidade visual é o

ativo tangível da marca. É através da identidade visual que na maioria das vezes o

cliente lembrará e reconhecerá o produto ou serviço. Segundo Wheeler (2008, p.14):

Enquanto as marcas falam de modo virtual para a mente e para o coração,

a identidade da marca é tangível e apela para os sentidos. A identidade é a

expressão visual e verbal de uma marca. A identidade dá apoio, expressão

comunicação, sintetiza e visualiza a marca. Você pode vê-la, tocá-la,

agarrá-la, ouvi-la, observá-la se mover. Ela começa com um nome e um

símbolo e evolui para tornar-se uma matriz de instrumentos e de

comunicação.

Peón (2009) define identidade visual como o “componente de singularização

visual que é formado por um sistema expressamente enunciado, realizado

voluntariamente, planejado e integrado por elementos visuais de aplicação

coordenada”. Para a autora a identidade visual é o ativo que diferencia visualmente

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um produto de outro, assim quando se cria uma identidade forte, é possível captar a

atenção do cliente, principalmente fazendo com que ele se lembre do produto

quando o vir de novo.

Para Strunck (2007), os elementos institucionais que identificam as marcas

são fundamentais, pois garantem a procedência do produto. A identidade visual

carrega toda a informação ou experiência do cliente, assim a identidade acaba

sendo um sintetizador da confiança que o cliente deposita na marca (Strunck, 2007).

Sylvia Harris (apud Wheeler, 2008, p.19) explica o que uma identidade visual

pode fazer pela empresa: Expressar que espécie de organização você é; Garantir ao

público que você é realmente aquilo que diz ser; Conectar sua empresa a imagens e

ideias; Servir como fio condutor para construir patrimônio ao longo do tempo;

Proporcionar consistência nos canais de comunicação. Por isso, uma identidade

visual quando é planejada de modo eficaz, aumenta o reconhecimento, a

consciência e a fidelidade do consumidor fazendo com que a empresa seja bem-

sucedida (Wheeler, 2008, p.23).

3.3 SISTEMA DE IDENTIDADE VISUAL

O sistema de identidade visual tem como principal função organizar e dar

unidade aos elementos da identidade visual, que segundo Peón (2009) são o

logotipo, o símbolo e a marca8, bem como as cores institucionais, o alfabeto padrão

e os acessórios – grafismos, normas para layout, mascotes, etc. Segundo a autora:

O sistema só é formado quando possui uma unidade, caracterizada pelo claro estabelecimento de elementos que o singularizam e pela repetição organizada e uniforme destes elementos. Temos, então, um sistema de identidade visual. É a unidade que perpassa estes projetos que, sem engano, forma a identidade visual do cliente - cuja eficiência, antes de mais nada, é medida justamente por esta unidade. (Peón, 2009, p.13)

O sistema de identidade visual é tão ou mais importante que a identidade

visual em si. Se for mal projetado ou não existir, a marca torna-se tão frágil que uma

atitude negativa de um membro da empresa pode ser interpretada como a imagem

da instituição (Peón, 2009). Por isso é tão importante prezar pela qualidade do

sistema e garantir:

8 Diferente dos outros autores, Peón considera marca como o conjunto do símbolo e do logotipo.

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Tabela 2: Requisitos gerais para projetação de sistemas

Originalidade

É preciso que a solução adotada seja original ao menos no nicho

de mercado que o produto está inserido, para que não remeta a

outro referencial e assim prejudique sua pregnância.

Repetição Uma identidade imponente pode ser repetida e assim mais

facilmente memorizada.

Unidade

Através da repetição e seguindo as especificações do sistema,

obtém-se uma unidade dos elementos, assim estruturando a

marca na mente do usuário.

Fácil identificação

É preciso criar uma solução que seu significado seja

compreensível e tenha leitura, bem como cuidar para que design

as aplicações não comprometam a legibilidade da identidade

visual.

Viabilidade

Nem sempre excelentes soluções são adequadas para o projeto.

É preciso se certificar que o sistema é totalmente viável

economicamente, operacionalmente e tecnicamente.

Flexibilidade Devem-se prever as mais variadas aplicações, assim assegurando

uma implantação o mais uniforme possível.

Fonte: Adaptado de Peón (2009)

Para Wheeler (2008, p.14) “os melhores sistemas de identidade de marca são

memoráveis, autênticos, significativos, diferenciados, sustentáveis, flexíveis e

agregam valor. Seu reconhecimento é imediato, sejam quais forem as culturas e os

costumes”.

A Associação dos Designers Gráficos, Segundo Peón (2009), classifica um

sistema de identidade visual de três formas:

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Tabela 3: Classificação de sistemas de identidade visual

Extenso

Voltado para empresas de grande porte. Demandam um grande

número de aplicações e redobrado controle, manutenção e

complementação.

Completo

Voltado para empresas de médio porte. É considerado um sistema

de identidade visual completo por sua diversificação e

detalhamento.

Restrito

Voltado para pequenas e micro empresas. Em geral é um sistema

menor por possuir menos elementos e aplicações, mas pode ser

tão completo quanto o extenso e o completo, pois há falta de

recursos financeiros e/ou operacionais.

Fonte: Adaptado de Peón (2009)

Considerando esta classificação, o presente projeto está inserido em um

sistema de identidade visual restrito, tanto pelo porte da empresa quanto pelas

restrições financeiras e operacionais.

3.4 METODOLOGIA DE CRIAÇÃO

A metodologia utilizada para nortear o desenvolvimento deste projeto foi a

metodologia apresentada por Peón. Segundo a autora:

A metodologia é o conjunto e a ordenação de procedimentos para a

realização de um dado objetivo – ou seja, o conjunto de métodos utilizados,

bem como o estudo e análise destes métodos. A metodologia é, assim, uma

ferramenta para o desenvolvimento de um objetivo - e não o objetivo em si

mesmo. Por isso, ela deve servir como um auxiliar para resolver os

problemas, e não se configurar como um problema. (Peón, 2009, p.39)

Peón divide o processo em três grandes fases:

Problematização – Esta é a fase do diagnóstico, onde será feito o

levantamento dos dados e variáveis que envolvem o projeto. Nesta fase deverá ser

feito o levantamento dos recursos disponíveis, as operações necessárias para o

alcance da solução e os parâmetros para a aplicação destes recursos e

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operacionalizações. Alguns pontos que podem ser levantados para se chegar a um

diagnóstico mais completo do projeto são: brief, perfil do cliente, público-alvo,

contextualização simbólica, conceitos que serão agregados, estudos de similares e

requisitos e restrições. Ainda segundo Peón, nesta fase do projeto nada será

necessariamente produzido, entretanto é uma fase de suma importância para que o

resultado final esteja de acordo com as necessidades do cliente e do seu público-

alvo.

Concepção – Esta é a fase mais criativa do processo, sendo muitas vezes

confundida com o projeto como um todo. Para Peón a fase de concepção é dividida

em cinco etapas:

Geração de alternativas – nesta etapa deverá ser gerado o maior

número possível de alternativas. Em seguida, as alternativas devem

ser agrupadas conforme um partido em comum. Peón define partido

como “parâmetro que motiva a alternativa de solução. Ele é um

conceito necessariamente associado a uma imagem pelo menos

esboçada, na forma de símbolo e logotipo ou apenas o logotipo”.

Definição de partido – nesta etapa deve-se analisar cada partido

desenvolvido na etapa anterior de modo que se eleja apenas um

partido para a busca de soluções para o projeto.

Solução preliminar – nesta etapa é escolhida a solução preliminar, que

agora deve ser aperfeiçoada levando em conta as especificações

técnicas.

Validações – nesta etapa a solução preliminar, já aperfeiçoada, deve

ser submetida a testes com usuários potenciais e público-alvo.

Solução – na etapa final da concepção, a alternativa selecionada deve

passar por uma última rodada de aperfeiçoamento levando em conta

os resultados da etapa de validação. Após isso, a solução finalizada

deve ser mostrada para o cliente bem como defendida com

argumentos concretos baseados na problematização, nos parâmetros

utilizados para a escolha do partido e da solução e nos resultados da

validação feita na etapa anterior.

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Especificação – a fase final do processo de desenvolvimento da identidade

visual irá gerar o que em geral é denominado de Manual de identidade visual. Este

manual servirá muito mais para os fornecedores, técnicos, publicitários e designers

que elaborarão e reproduzirão aplicações da identidade visual do que para o cliente

ou o público-alvo. O objetivo desta fase é que o designer responsável pelo projeto

faça o levantamento e a sistematização dos itens de aplicação do sistema, levante

dados sobre materiais e técnicas, bem como o orçamento para produção,

desenvolva os layouts finais das aplicações e por fim projete o Manual de identidade

visual prevendo que a implantação do sistema será feito por terceiros.

Peón (2009) afirma que é possível desenvolver um projeto sem seguir uma

metodologia preestabelecida, mas será um processo mais difícil, truncado e

cansativo. Assim, seguindo uma metodologia diminui-se a possibilidade de erros,

distrações e imprevistos e aumenta-se o controle das variáveis do projeto.

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4 PROBLEMATIZAÇÃO

4.1 BRIEF

O brief é o primeiro passo que deve ser dado quando se inicia um projeto. É

nele que conterão todas as diretrizes do projeto, todas as informações sobre o

cliente, prazos para produção, orçamento, parâmetros para avaliação, etc. Ou seja o

brief é o documento formal que organizará todo o processo de desenvolvimento do

projeto.

Strunck (2007) explica que é preciso ter uma longa conversa com o cliente

que está solicitando o projeto, pois mesmo que não saiba traduzir o que espera

como resultado final, o cliente entende melhor que ninguém sua marca. Segundo

Airey (2010, p.11):

O briefing do projeto desempenha um papel primordial para guiar tanto você

quanto o cliente a um resultado efetivo. Pode haver tropeços ao longo do

caminho - seu cliente pode discordar da decisão que você tomou, por

exemplo. É em momentos como esse que você pode voltar aos detalhes do

resumo para dar sustentação à sua posição. Isso não significa que você não

fará mudanças no projeto como resultado da discordância - afinal, você quer

agradar ao seu cliente. Mas o resumo do projeto existe para dar aos dois

lados motivos concretos para tomar decisões em todo o processo.

Peón (2009) considera que o brief é o “resumo da situação do projeto que é

apresentada pelo cliente nos primeiros contatos”. A autora ressalta sua importância,

pois dele sairão dados para a defesa do projeto, assim é imprescindível que o brief

seja aprovado e assinado pelo cliente para evitar equívocos que possam acarretar

em atrasos no projeto.

O brief completo do projeto de identidade visual da marca de sketchbooks

pode ser consultado no Apêndice A. A partir dele foi identificado o perfil do cliente, o

público alvo, os concorrentes, os requisitos e as restrições.

4.2 PERFIL DO CLIENTE

Um bom projeto de identidade visual que seja adequado à realidade da

empresa, atenda suas necessidades e principalmente transmita a essência da

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marca só é possível quando o designer conhece detalhadamente a empresa. É por

isso que é tão importante traçar o perfil do cliente assim que se inicia o

desenvolvimento do projeto.

Segundo o brief, a marca tem um processo de fabricação praticamente feito

todo à mão pela própria dona, com exceção do refile que precisa ser feito em uma

gráfica. A empresa ainda não tem sede própria, sendo a produção feita na casa da

proprietária, em Curitiba-PR.

Atualmente o portfólio da empresa contém apenas um tipo de sketchbook

feito com tecido e fechamento em elástico, mas pretende-se expandir o portfólio de

produtos com outros três tipos de sketchbooks9 que serão o principal diferencial da

marca em relação aos concorrentes. Com a inserção desses três novos produtos

pretende-se que a marca explore e incentive a criatividade, a diversão, o desenho, o

pensamento livre e a imaginação.

O preço dos produtos, considerando custo de produção e lucro, varia entre R$

10,00 e R$ 25,00 reais a unidade, o que se for comparado com outras marcas é um

preço mais acessível que o praticado pelos concorrentes. Com a entrada dos novos

produtos no portfólio, o preço tende a aumentar devido ao custo de produção e

aumento do valor agregado, entretanto a intenção da cliente é continuar praticando

preços acessíveis.

Figura 11: Materiais utilizados na encadernação e sketchbooks prontos Fonte: Autoria própria

9 Optou-se por não citar mais detalhes, pois até o momento o projeto ainda está em fase de

planejamento e desenvolvimento.

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A marca não possui identidade visual, que é o principal motivo da marca

ainda não ter sido lançada efetivamente no mercado. Enquanto a marca não possui

um canal de vendas próprio, os sketchbooks são vendidos a pessoas próximas ou

por indicação das mesmas.

A missão da empresa é oferecer sketchbooks de qualidade, que se

caracteriza pelo acabamento bem finalizado e materiais de qualidade, com objetivo

de estimular a criatividade e expressar um estilo de vida jovem, “antenado” e

divertido.

4.3 PÚBLICO ALVO

O perfil do público que tem sido atingido e que pretende-se continuar

atingindo são homens e mulheres entre 18 e 35 anos. Quanto ao nível de

escolaridade, são pessoas que estão cursando o nível superior e pessoas com nível

superior completo. Em geral são profissionais que trabalham em áreas criativas,

como designer e publicitários, mas não necessariamente isso é uma restrição.

Quanto à localização geográfica, pretende-se atingir em um primeiro momento o

mercado curitibano e depois com o lançamento de uma loja virtual pretende-se

expandir as vendas para todo o Brasil.

4.4 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA

A fim de garantir o desenvolvimento de uma identidade visual original, criativa

e pregnante para a marca de sketchbooks, foi realizada uma pesquisa de percepção

das características de algumas marcas concorrentes. O objetivo não foi limitar a

criatividade e a criação, mas sim entender possíveis padrões que são ou não bem

recebidos ou que causem identificação pelo público alvo. Para isso as oito marcas

(Figura 12: Marcas selecionadas: Moleskine, Cícero Papelaria, Corrupiola, Moleco,

Cadernética, Arte no Papel, Libretto, Caderninhos do Ale

Fonte: Autoria própria) anteriormente analisadas no capítulo 2 foram submetidas a

uma pesquisa de percepção através de uma escala de diferencial semântico

adaptada de Strunck (2007).

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Figura 12: Marcas selecionadas: Moleskine, Cícero Papelaria, Corrupiola, Moleco, Cadernética, Arte no Papel, Libretto, Caderninhos do Ale Fonte: Autoria própria

O entrevistado deveria assinalar com um x em um dos cinco quadrados que

separavam os pares de conceitos (Figura 13). Apenas olhando a marca que estava

sendo apresentada, deveria julgar se considerava que ela era, por exemplo, mais

tradicional ou mais despojada e nos casos em que considerasse que a marca não

tinha características específicas de cada conceito deveria marcar no quadrado

sinalizado com 0.

Figura 13: Escala de Valores Fonte: Autoria própria

A entrevista foi realizada com dezenove pessoas que se encaixam no perfil do

público-alvo. Cada um recebeu uma folha com as oito marcas e uma escala de

diferencial semântico para cada marca. Sozinhos deveriam analisar as marcas,

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mesmo que não as conhecessem e julgar cada um dos seis pares de conceitos para

cada marca.

Gráfico 1: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos tradicional e despojada Fonte: Autoria própria

Gráfico 2: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos vintage e moderna Fonte: Autoria própria

Gráfico 3: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos adulta e infantil Fonte: Autoria própria

Gráfico 4: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos simples e complexa Fonte: Autoria própria

Gráfico 5: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos masculina e feminina Fonte: Autoria própria

Gráfico 6: Percepção das oito marcas quanto aos conceitos estática e dinâmica Fonte: Autoria própria

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O que pode ser percebido é que houve um padrão de criação em quatro

conceitos específicos. Segundo a pesquisa, 63% das marcas são consideradas

despojadas (Gráfico 1), 50% das marcas tem um traço infantil (Gráfico 3), 62% foram

consideradas simples (Gráfico 4) e 50% foram consideradas neutras quanto à

definição de gênero (Gráfico 5). Os outros dois pares de conceitos não obtiveram

resultados expressivos que pudessem ser considerados como padrões de criação.

Nenhuma das marcas apresenta esses quatro conceitos ao mesmo tempo, sendo

que Cadernética, Moleco, Arte no Papel e Libretto apresentam três dos quatro

conceitos.

Um fato interessante observado é que a Moleskine, marca referência em

sketchbooks no mundo, apresenta apenas um dos quatro conceitos predominantes

da pesquisa, tendo sido considerada uma marca simples. Já a Cícero Papelaria,

marca referência em sketchbooks no Brasil, apresenta dois dos conceitos: simples e

sem gênero definido.

4.4.1 Análise da marca Moleskine

A marca Moleskine (Figura 14) é construída em um grid de 3 colunas por 3

linhas, sendo no canto superior esquerdo a letra M escrita com a fonte serifada

utilizada no logotipo e nos outros oito espaços do grid tem-se quadrados com as

bordas arredondadas. Oficialmente a marca é inteira preta, mas existem algumas

utilizações onde uma imagem é sobreposta e os quadrados formam uma máscara

de recorte. Segundo a pesquisa a marca passa uma sensação de ser adulta,

simples e masculina. Tal resultado poderia ser atribuído à utilização do preto, da

fonte serifada, de formas geométricas e grid marcado.

Figura 14: Marca Moleskine Fonte: Site Moleskine

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4.4.2 Análise da marca Cicero Papelaria

A marca Cicero Papelaria (Figura 15) e composta pela letra C envolta por

círculos como se fosse um selo ou carimbo. Embaixo do símbolo tem-se o nome

escrito em fonte serifada, possivelmente da família tipográfica Trajan, que é uma

fonte comumente utilizada em campanhas políticas e Universidades. Em geral a

marca é utilizada em branco, mas como a Moleskine, tem-se a possibilidade de usar

uma textura aplicada na marca. Segundo a pesquisa a marca foi considerada

tradicional, vintage, adulta, simples e estática, tal resultado pode ser atribuído ao

fato da marca utilizar formas simples em sua composição, como os círculos que

representam um selo e ao fato de usar uma família tipográfica tradicional e

conhecida por sua seriedade.

Figura 15: Marca Cicero Papelaria Fonte: Site Cicero Papelaria

4.4.3 Análise da marca Corrupiola

A marca Corrupiola (Figura 16) é composta por um símbolo em formato de

guarda-chuva, que ao mesmo tempo remete à silhueta de um morcego e um

logotipo com o nome escrito em uma fonte fantasia e o slogan escrito em uma fonte

manuscrita. A marca é em geral utilizada em preto, mas pode ser aplicada em outras

cores, por exemplo a aplicação da marca em serigrafia colorida na capa de um dos

produtos. Segundo a pesquisa a marca foi considerada despojada, infantil e

feminina. Tal resultado poderia ser atribuído ao símbolo descontraído e à utilização

da fonte fantasia no nome e da fonte manuscrita no slogan.

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Figura 16: marca Corrupiola Fonte: site Corrupiola

4.4.4 Análise da marca Libretto

A marca Libretto (Figura 17) é composta por um símbolo quadrado com três

pontas arredondadas e um desenho em forma da letra D deitada dentro da forma

geométrica e pelo logotipo, que provavelmente foi desenhado para a marca,

encaixado embaixo do símbolo. As cores utilizadas são quentes, sendo um contorno

em volta da marca em vermelho e a marca em si em um tom creme puxado para o

vermelho. Segundo a pesquisa a marca é despojada, moderna e complexa. Tal

resultado poderia ser atribuído ao símbolo, que representa um rosto feliz, em

conjunto do logotipo formando assim blocos de informações.

Figura 17: Marca Libretto Fonte: Site Libretto

4.4.5 Análise da marca Moleco

A marca Moleco (Figura 18) apresenta apenas o logotipo e o slogan. Ambos

utilizam uma fonte que parece ser feita à mão, como um doodle. A cor utilizada é

verde, pois se tratar de uma marca que se posiciona como ecológica. Segundo a

pesquisa a marca foi considerada simples e estática. Tal resultado poderia ser

atribuído ao fato da marca apenas apresentar logotipo.

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Figura 18: Marca Moleco Fonte: Site Moleco

4.4.6 Análise da marca Cadernética

A marca Cadernética (Figura 19) é composta por letras como se tivesse sido

feito uma colagem de recortes de revista. As letras estão em preto, mas o fundo

utilizado é um verde vibrante que remete ao verde das telas digitais. Segundo a

pesquisa a marca foi considerada despojada, infantil, e dinâmica. Tal resultado

poderia ser atribuído à irreverência da construção da marca com elementos

encaixados que dão a impressão que estão soltos e podem ser deslocados.

Figura 19: Marca Cadernética Fonte: Site Cadernética

4.4.7 Análise da marca Arte no Papel

A marca Arte no Papel (Figura 20) apresenta o símbolo em forma de uma

folha curvada como se estivesse caindo, dentro da folha tem-se o desenho de um

coração. O logotipo está escrito em uma fonte fantasia que conversa com fontes

manuscritas. Logo abaixo do logotipo tem-se o slogan escrito com a mesma fonte do

nome. As cores utilizadas quentes e frias, sendo o vermelho mais fechado e o ciano.

Segundo a pesquisa a marca foi considerada despojada, infantil, simples e feminina.

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Tal resultado poderia ser atribuído ao uso de formas e traços simples que se

assemelham a desenhos infantis.

Figura 20: Marca Arte no Papel Fonte: Site Arte no Papel

4.4.8 Análise da marca Caderninhos do Ale

A marca Caderninhos do Ale (Figura 21) é composta apenas por símbolo em

preto. A figura, que é feita com linhas finas e formas geométricas, remete ao

desenho de uma montanha e uma lua se pondo nessa montanha. Uma possível

referência para a construção da marca, são os monogramas utilizados por artistas

para identificar suas obras. Na pesquisa a marca foi considerada despojada,

moderna, adulta, simples e masculina. Tal resultado poderia ser atribuído ao fato da

marca ser composta por forma geométricas e sóbrias e ao fato de ser uma marca

incomum ao que tange a utilização apenas de símbolo.

Figura 21: Marca Caderninhos do Ale Fonte: Site Caderninhos do Ale

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4.5 REQUISITOS E RESTRIÇÕES

A síntese da situação de projeto se dá a partir do estabelecimento dos

requisitos e das restrições da situação de projeto.

Por requisitos entendemos aquelas demandas, definidas ou não pelo

cliente, que justificam a elaboração do problema.

As restrições se referem àqueles aspectos limitadores ou proibitivos da

situação de projeto – incluindo exigências e carência de recursos

operacionais, financeiros e tecnológicos. (Peón, 2009, p.51)

Quanto aos requisitos, o brief levantou três pontos que deverão ser levados

em conta na hora do desenvolvimento da identidade visual. O primeiro ponto diz

respeito às cores, a paleta cromática deverá ser composta por cores vivas. O

segundo ponto diz respeito ao uso, a marca deve funcionar bem em mídia impressa

e digital. O terceiro ponto faz referência à personalidade da marca, que deve passar

a imagem de uma marca jovem e amigável.

Para os requisitos, o brief citou 4 itens. O primeiro, em relação à cor, diz que

não se deve usar tons pasteis. O segundo item diz respeito ao posicionamento da

marca, pede-se que os sketchbooks não sejam apresentados como artesanato. O

terceiro ponto e mais importante diz respeito aos Moleskines, foi enfatizado que não

se deve fazer referência à essa marca seja no nome, na identidade visual, na

linguagem, etc. O quarto e último item diz respeito ao orçamento do projeto, é

necessário desenvolver um projeto visando sempre as soluções mais baratas ou que

não tenham custo, como as soluções em meio digital.

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5 CONCEPÇÃO

5.1 NOME

Criar um nome para uma empresa não é um processo fácil, demanda tempo e

conhecimento. É preciso criar uma grande lista de opções para que apenas algumas

sejam boas e estejam adequadas ao perfil da empresa. Segundo Sebastiany (2009)

um nome precisa ser, antes de qualquer coisa, pregnante, que se fixe na memória e

seja fácil de ser memorizado. Também precisa causar uma boa primeira impressão,

para Sebastiany (2009) isto é mais importante que ter um significado elaborado,

afinal a grande maioria dos clientes não chegarão a ter conhecimento do significado

do nome.

Para a concepção do nome foi realizada uma pesquisa para identificar nomes

de marcas já existentes de sketchbook (Tabela 4: Classificação de nomes dos

concorrentes), dentre as marcas que foram encontradas, percebeu-se que três

conceitos se repetiam em alguns nomes: o conceito de papelaria – caderno, papel -

o conceito de organização e nomes próprios.

Tabela 4: Classificação de nomes dos concorrentes

Organização Papelaria Nomes próprios Outros

Lilou Estúdio Noderca Tê Pires Zoopress

Atelier Eureka O velho Livreiro Cícero Papelaria One

Cutti’n Studio Arte no Papel Maria Papel Design Feito à mão

Papeando Caderninhos do Ale Corrupiola

Caderno Listrado Moleskine

Cadernética Moleco

Craft e Canela

Fonte: Autoria própria

Como apresentado anteriormente, um dos pontos levantados no brief

determinava que não fosse feito nenhuma referência à Moleskine no

desenvolvimento deste projeto. Considerando esta restrição e considerando os

padrões encontrados na lista de nomes, definiu-se três critérios que serviriam como

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eliminatórios no fim do processo a fim de encontrar uma solução que fosse

diferenciada das demais:

Não usar nomes próprios.

Não usar o conceito de papelaria.

Não usar a palavra moleskine para formar outras palavras

Na fase de brainstorm nenhuma ideia foi excluída a principio, a fim de não

esgotar as possibilidades. No primeiro momento foram enunciados alguns termos

que de alguma forma teriam alguma ligação com sketchbooks. Os conceitos foram:

papel, arte, criatividade, tecido, invenção, desenho, objeto e caderno. A partir desses

termos foi gerada uma lista de opções que poderiam ser escolhidas como nome ou

que pudessem ser ligadas para formar uma nova palavra. Em um segundo momento

foram listadas opções que não teriam ligação com sketchbook, mas que teriam um

potencial considerando originalidade, agradabilidade e sonoridade.

Tabela 5: Opções de nomes

Kadernum Fábrica de Papéis Dzenho Fora da Caixa

Kaderno Baleia Yup Textura

Caderno de Bolso Pitanga Scriptorium Risco e Rabisco

Sem Padrão Vento Meu caderno Idée

Usina de Sonhos Invento Caderno de Sonhos Cérebro de Bolso

Catavento Invente Projeto ilustrado B-Shert

Papeleiro Anima Book Síntese To Think

Estante Anotou? Coletivo 4 Queer

Rapozoide IN Papiro Repositório

Projetoca Baú JumpCat

Fonte: Autoria própria

Após a primeira triagem foram selecionadas algumas opções (Tabela 5) que

foram analisadas em relação à escrita, à pronúncia e aos três itens citados

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anteriormente e por fim a opção escolhida foi Invento. A palavra invento passou nos

três quesitos eliminatórios e foi considerada breve o suficiente para ser lembrada,

agradável de ser ouvida e falada, fácil de ser escrita e original quando comparada

aos concorrentes.

A palavra invento carrega na sua sonoridade a lembrança do vento, portanto

as folhas ao vento que se perdem facilmente, agora ficarão guardadas em um

Invento e não se perderão. Toda grande ideia ou invenção também se perde quando

simplesmente não é anotada, é por isso que grandes pintores, escritores e

inventores registravam e ainda registram suas ideias e desenhos em sketchbooks,

sendo assim Invento pode ser também o resultado de uma experiência: um invento,

uma invenção, algo a ser anotado para não ser esquecido.

5.2 CONCEITOS

Para iniciar a geração de alternativas para a identidade visual, foram

esquematizados 3 mapas mentais (Figuras 22 a 24) através de brainstorms feitos

com 3 palavras chaves: vento, invenção e sketchbook. As palavras vento e invenção

foram escolhidas a partir do nome Invento e a palavra sketchbook por se tratar do

produto da marca. Segundo Airey (2010, p.90) esse é um processo simples de

associação de palavras:

Você escreve uma palavra que é central para o design e começa expandir o

mapa a partir dela, escrevendo outras palavras que surgem na sua mente.

Essas palavras adicionais podem aparecer após pensar um pouco ou

depois de pesquisar o tópico central. A ideia é juntar o maior número

possível de palavras, dando-lhe uma forte ferramenta como base para

quando você for passar para o estágio seguinte – desenhar.

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Figura 22: Mapa mental para a palavra sketchbook Fonte: Autoria própria

Figura 23: Mapa mental para a palavra vento Fonte: Autoria própria

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Figura 24: Mapa Mental para a palavra invenção Fonte: Autoria própria

Através do mapa mental e de informações contidas no brief foi possível

confeccionar um moodboard (Figura 25), ou painel semântico, que consiste em um

painel de imagens que representam alguns conceitos escolhidos para se transmitir

no projeto que se está desenvolvendo. No painel semântico do desenvolvimento da

identidade visual da marca Invento foram representados o vento, a brisa, o estilo de

vida jovem, as cores fortes, o feito à mão e o lettering.

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Figura 25: Painel semântico Fonte: Autoria própria

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5.3 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Após análise dos mapas mentais e moodboard, iniciou-se o processo de

geração de alternativas. Airey (2010) recomenda que é importante primeiro

desenvolvermos alternativas à mão e só depois passar para o computador, pois

assim temos mais liberdade de criação. Por isso, para o desenvolvimento da marca

Invento procurou-se explorar alguns caminhos criativos à mão até que fosse

encontrada a solução mais adequada e só depois disso a solução fosse

aperfeiçoada e finalizada no computador.

Os primeiros esboços da marca foram estudos da representação do nome,

pois optou-se por desenhar o logotipo, assim como o símbolo seria posteriormente

desenhado. Por se tratar de uma marca de sketchbook, uma das ferramentas mais

utilizadas para desenhar, anotar ideias e fazer doodles, considerou-se que um

logotipo desenhado transmitiria o conceito de feito à mão e por se assemelhar a

letterings, como ilustrado no moodboard, seria facilmente aceito pelo público-alvo.

Para o desenho do logotipo (Figura 26) foram utilizados diferentes materiais

de desenho, assim seria possível testar mais de uma possibilidade de estilos de

letras e também para aproveitar da melhor forma possível o traço da autora e

proprietária da marca, com isso o resultado seria um logotipo único e singular.

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Figura 26: Estudos do logotipo com grafite, pena, caneta nankin e Brush Pen Fonte: Autoria própria

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Com algumas opções de logotipos desenvolvidos, iniciou-se a geração de

alternativas para o símbolo da marca (Figura 27) em conjunto de algumas opções de

logotipo. Procurou-se representar os conceitos de vento e invenção através de

folhas voando, penas, balões de ar quente, lâmpadas, sketchbooks ao vento, etc.

Para o símbolo foi considerado que o conceito de feito à mão estaria intrínseco a ele

através do traço ou da percepção do todo, por isso nenhuma opção trouxe

objetivamente a representação de objetos como linha, agulha, ferramentas de

encadernação, etc.

Figura 27: Rascunhos Fonte: Autoria própria

5.4 OPÇÃO ESCOLHIDA

Dentre as opções de símbolo, a escolhida foi a que retratava o balão de ar

quente, por juntar os conceitos de invenção e vento na mesma alternativa. O balão

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de ar quente, diferente de um avião, por exemplo, não é visto como uma máquina ou

um meio de transporte, o balão é uma invenção simples e considerou-se que seu

uso está atrelado a um momento de descontração, além de ter uma imagem jovial e

amigável.

A partir da escolha do balão foram geradas novas alternativas combinando o

símbolo e o logotipo (Figura 28). Optou-se por desenhar o balão com traços simples

para combinar com a tipografia desenhada à mão. Segundo Airey (2010, p.22)

A solução mais simples é geralmente a mais eficaz. Por quê? Porque um

logo simples ajuda a atender a maioria das demais exigências de um

projeto. A simplicidade ajuda um projeto a ser mais versátil. Adaptar uma

abordagem minimalista permite que o seu logo seja usado em uma grande

variedade de suportes, como em cartões de visita, cartazes, crachá e até

mesmo num pequeno ícone (favicon) de um site da internet.

Figura 28: Estudos de balões e da composição da marca Fonte: Autoria própria

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Algumas opções ao longo dos estudos foram descartadas por não estarem de

acordo com a visão que se almeja para a marca. Em definição em conjunto com o

professor orientador, a opção escolhida foi a que representa o balão visto de baixo.

Optou-se por essa opção por se tratar de uma representação diferente do modo que

geralmente o balão é representado e pela sensação que transmite de estar sendo

carregado pelo vento (Figura 29):

Figura 29: Estudo da marca escolhido Fonte: Autoria própria

Para o logotipo duas opções se destacaram entre os estudos, que foram

vetorizados para então ser feita a escolha baseada em uma representação mais

próxima ao resultado final (Figura 30).

Figura 30: Opções finais vetorizadas Fonte: Autoria própria

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Para escolha final da marca, foram consultadas algumas pessoas que fazem

parte do público-alvo e que são designer. A opção que agradou a maioria foi a

primeira (Figura 30), sendo apontado que faltava inserir detalhes no centro do balão

para que a forma tivesse mais volume. Alguns estudos foram realizados e não

obtiveram um resultado satisfatório, sendo assim optou-se por simplificar a forma, o

que diminuiria o estranhamento quanto à falta de volume do balão. Foram feitos

ajustes no logotipo para que desse a impressão que ele estava acompanhando o

vento e no cesto para reforçar a ideia que o balão estava sendo visto de baixo. O

resultado final pode ser visto a seguir (Figura 31).

Figura 31: Resultado final da marca na versão horizontal e vertical Fonte: Autoria própria

O balão, assim como a tipografia, tem variações de espessura no traço para

preservar a ideia de que foi desenhado à mão. Foram feitos estudos onde o balão foi

preenchido com preto e com outras cores, mas considerou-se que ficava muito

pesado e desequilibrava a composição, entretanto em alguns casos é possível

brincar com o preenchimento da forma (Figura 32):

Figura 32: Estudo de preenchimento Fonte: Autoria própria

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A marca pode ser utilizada em sua versão horizontal e vertical, para tal

aconselha-se que cada caso seja analisado separadamente, assim sendo feita a

escolha da versão que melhor se adapte no material que está sendo desenvolvido.

5.4.1 Teste e validação da marca

A marca finalizada (Figura 31) foi submetida à mesma escala de diferencial

semântico (Figura 13) que os concorrentes, para que fosse entendido qual é a

percepção do público-alvo em relação à marca que foi desenvolvida.

Segundo a pesquisa, que foi respondida por 21 pessoas, a marca foi

considerada despojada por 71% do público-alvo (Gráfico 7). No segundo item, foi

considerada neutra por 38% e moderna também por 38% do público (Gráfico 8). A

seguir a marca foi considerada infantil por 43%, neutra por 29% e adulta por 28%

das pessoas (Gráfico 9). No quarto item 62% das pessoas consideraram a marca

simples (Gráfico 10). No quinto item a marca foi considerada neutra por 43% e

feminina também por 43% dos entrevistados (Gráfico 11). No último quesito a marca

foi considerada dinâmica por 86% do público-alvo (Gráfico 12).

Gráfico 7: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos tradicional e despojada Fonte: Autoria Própria

Gráfico 8: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos vintage e moderna Fonte: Autoria Própria

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Gráfico 9: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos adulta e infantil Fonte: Autoria Própria

Gráfico 10: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos simples e complexa Fonte: Autoria Própria

Gráfico 11: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos masculina e feminina Fonte: Autoria Própria

Gráfico 12: Percepção da marca Invento quanto aos conceitos estática e dinâmica Fonte: Autoria Própria

A pesquisa, mesmo com um número limitado de respostas, teve um resultado

satisfatório por a marca ter sido considerada pela maioria despojada, simples e

dinâmica. Acredita-se que inserida no sistema de identidade visual a percepção do

público-alvo modifique em relação ao item 3, assim a porcentagem de pessoas que

consideram a marca infantil diminuiria.

5.5 CORES

Para compor a paleta cromática da marca foram escolhidas apenas duas

cores. Segundo Peón (2009) deve-se escolher entre duas ou três cores a fim de não

inviabilizar o projeto com custos excedentes. A combinação de cores escolhidas

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para a marca Invento foi o roxo, pesando para o magenta, e o turquesa (Figura 33),

pois são os dois tons de color plus mais usados como folha de guarda para a

fabricação dos sketchbooks.

No marketing o roxo representa uma marca ou produto criativo, inteligente e

imaginativo e o turquesa fica entre o azul, que é a cor de marcas que transmitem

segurança e força, e entre o verde, que é a cor de marcas que transmitem senso de

crescimento e saúde (Viver de blog, 2013).

Segundo Wheeler (2008, p. 118), "a cor é usada para evocar emoção,

expressar personalidade e estimular associações". Por isso foram escolhidas cores

que remetiam ao pensamento abstrato e à criatividade, assim reforçando a imagem

que a marca pretende passar.

Figura 33: Cores da marca Invento Fonte: Autoria própria

5.5.1 Cores auxiliares

Para complementar a paleta cromática da marca a fim de reforçar o conceito

de jovialidade e diversão, foram estabelecidas quatro cores (Figura 34) que servirão

para auxiliar no desenvolvimento de materiais gráficos futuramente. É importante

lembrar que essas cores servirão apenas como auxiliares e poderão ser combinadas

com as cores institucionais.

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Figura 34: Cores auxiliares Fonte: Autoria própria

5.6 TIPOGRAFIA

Segundo Peón (2009, p. 71), “é raro um sistema utilizar a mesma tipografia do

logotipo para os demais elementos textuais”. No caso da Invento, seria inviável para

este projeto utilizar a mesma tipografia, considerando que para isso precisaria que

uma nova família tipográfica fosse criada a partir do logotipo. Sentiu-se a

necessidade, então de selecionar duas tipografias para compor o SIV da marca:

uma tipografia para títulos e outra para textos.

Para sustentar o conceito da marca, foi escolhida a tipografia sans-serif

Dense (Figura 35) que foi projetada pelo designer canadense Charles Daoud. A

Dense é geométrica, elegante e compacta, invoca a sensação de jovialidade,

modernidade e descontração.

Figura 35: Fonte para títulos Fonte: Site Charles Daoud

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Para textos, a tipografia escolhida foi a OpenSans (Figura 36) na forma

condensed, que foi desenhada por Steve Matteson. É uma tipografia sans-serif com

traços humanistas, neutros e com excelente legibilidade tanto em materiais

impressos quanto digitais.

Figura 36: Fonte para textos Fonte: Google Fontes

5.7 MALHA DE CONSTRUÇÃO

A malha de construção (Figura 37) tem como objetivo garantir que a

proporção e a posição entre símbolo e logotipo sejam respeitadas em situações de

reprodução manual. A malha de construção da versão vertical da marca pode ser

consultada no manual de marca que está no Apêndice B.

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Figura 37: Malha de construção Fonte: Autoria própria

5.8 ÁREA DE PROTEÇÃO

A fim de garantir a integridade e legibilidade da marca sem interferências

externas e ruídos, definiu-se uma área de proteção (Figura 38) que corresponde à

altura da letra i sem o acento. A área de proteção da marca em sua versão

horizontal, que pode ser consultada no Apêndice B, também foi delimitada a partir da

altura da letra i sem acento.

Figura 38: Área de proteção Fonte: Autoria própria

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5.9 REDUÇÕES MÁXIMAS

Ao criar um sistema de identidade visual, é necessário estabelecer a redução

máxima a qual a marca poderá ser submetida. Assim é possível garantir que

futuramente quando outros materiais forem criados por uma agência ou outro

profissional da área, a marca seja aplicada em um tamanho adequado garantindo

uma boa legibilidade. A redução máxima é definida pela altura em milímetros

quando forem materiais impressos (impressão offset e digital) e em pixel quando

forem materiais digitais (online).

Para a marca em sua versão horizontal, a redução máxima é de 25 milímetros

ou 157 pixels. Para a marca em sua versão vertical, a redução máxima é de 30

milímetros ou 164 pixels. Quando for utilizado apenas o símbolo a redução máxima

é de 17 milímetros ou 58 pixels. E por fim quando for utilizado apenas o logotipo a

redução máxima é de 6 milímetros ou 26 pixels. Quando for necessário utilizar uma

versão da marca menor que a especificada, deve-se utilizar a marca sem a tagline

seguindo o esquema abaixo (Figura 39):

Figura 39: Reduções máximas Fonte: Autoria própria

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5.10 MARCA EM NEGATIVO

A versão da marca em negativo (Figura 40) deverá ser usada quando for

necessário aplicar a marca em fundos pretos ou em fundos coloridos onde a

legibilidade da marca na sua versão oficial seja comprometida. Aconselha-se que

cada caso seja analisado separadamente para que seja possível distinguir onde

cada opção fica melhor empregada.

Figura 40: Marca em negativo Fonte: Autoria própria

5.11 ESTUDO DE FIGURA E FUNDO

Deve-se sempre usar o bom-senso para escolher as aplicações da marca

visando a mais perfeita legibilidade. Entretanto, algumas aplicações são sugeridas

para facilitar a decisão em futuras aplicações que não correspondam às previstas no

manual de uso da marca.

Quando a marca for aplicada sobre as cores institucionais (Figura 41) deve-se

optar entre as versões em negativo e positivo, ficando a critério do designer escolher

a opção que melhor encaixe no layout.

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Figura 41: Aplicação da marca sobre as cores institucionais Fonte: Autoria própria

Quando a marca for aplicada sobre fundo preto chapado (Figura 42), além da

versão em negativo, aconselha-se a aplicar a marca apenas na cor institucional

turquesa para assim garantir sua legibilidade.

Figura 42: Aplicação da marca sobre preto Fonte

: Autoria própria

Quando a marca for aplicada sobre uma das cores auxiliares, pode-se

escolher entre a versão em negativo ou positivo, desde que a legibilidade seja

preservada. Também há a possibilidade de aplicar a marca combinando as cores

institucionais e auxiliares (Figura 43), assim contribuindo para uma identidade de

marca jovem e “descolada”. Deve-se garantir que a combinação de cores tenha

contraste entre si para não afetar a legibilidade da marca.

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Figura 43: Exemplo de combinações de cores Fonte: Autoria própria

Quando a marca for aplicada sobre fundos coloridos (Figura 44), que não

façam parte da paleta cromática, deve-se utilizar a versão em positivo ou negativo,

conforme análise de legibilidade em cada caso.

Figura 44: Aplicação da marca sobre cores que não fazem parte da paleta Fonte: Autoria própria

Quando a marca for aplicada sobre fotos onde tanto a versão em negativo

quanto a versão em positivo não obtiverem um resultado satisfatório, é possível

aplicar a marca sobre uma forma em cor chapada (Figura 45), sendo possível utilizar

qualquer uma das cores da paleta cromática.

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Figura 45: Aplicação da marca sobre fotos Fonte: Autoria própria

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6 APLICAÇÕES

Por se tratar de um sistema de identidade visual restrito e com um orçamento

baixo, foram desenvolvidas apenas a papelaria básica e as aplicações que

realmente seriam utilizadas no momento do lançamento da marca. Optou-se por não

desenvolver uma embalagem, pois as vendas não serão realizadas em um espaço

físico, assim a entrega será feita via correios e dispensa o custo com uma

embalagem produzida em uma gráfica. Pelos motivos já citados anteriormente,

todos os orçamentos foram feitos em gráficas digitais, tendo em vista que a

impressão off-set, mesmo que tenha uma qualidade superior à impressão digital, é

recomendada para grandes tiragens, o que não é o caso da produção da papelaria

da marca Invento.

6.1 CARTÃO DE VISITAS

Diversas vezes o primeiro contato com a marca por possíveis clientes e

parceiros de negócios se dá por meio do cartão de visitas, por isso optou-se por

trabalhar as cores institucionais da marca e assim conseguir um visual que não

passará despercebido em meio a outros cartões de visitas.

Na parte da frente a marca foi aplicada vazando o balão para explorar a

sensação de movimento que a marca tem, assim tem-se a impressão que o balão

está se movendo e entrando no cartão de visitas. No verso do cartão o símbolo foi

aplicado também vazado, mas do lado direito, como se estivesse saindo do cartão.

Ainda no verso do cartão foi previsto espaço para personalizar o nome, o e-mail e o

telefone, e um espaço vazio para possíveis anotações à mão.

O cartão de visitas foi (Figura 46) desenvolvido no formato 90X50mm e

sugere-se que seja impresso em papel cartão 300g/m², cores 4X4 e acabamento em

laminação fosca. O orçamento para estas especificações varia entre R$ 139,50 por

250 unidades na Vosso 10e R$ 190,00 por 1000 unidades na JZ Cópias.

10 Plataforma online de impressão de cartão de visitas.

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Figura 46: Cartão de visitas Fonte: Autoria própria

6.2 PAPEL TIMBRADO

O papel timbrado tem tamanho A4 e foi desenvolvido com os elementos em

preto (Figura 47), ou cores 1X0, para que tivesse um baixo custo de impressão e

pudesse ser impresso na própria empresa à medida que seja necessário. Sugere-se

que a impressão seja feita em papel color plus vivaldi 80g/m² nas cores Violet ou

Turquoise blue11 para documentos sem imagens ou com um tom informal e papel

offset 90g/m² para documentos formais ou que contenham imagens.

11 As cores Turquoise blue e Violet foram as amostras de papel color plus que mais se aproximaram às cores institucionais da marca.

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Figura 47: Arte para impressão do papel timbrado Fonte: Autoria própria

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6.3 ENVELOPE

Sugere-se que ao invés de produzir um envelope personalizado, seja utilizado

envelopes feitos com papel color plus (Figura 48) no formato 114X229mm, pois

prevê-se que não haja uma demanda que justifique o custo de produção em uma

gráfica. Para a identificação da marca será utilizado o carimbo descrito no capítulo

6.7. Além do custo baixo, acredita-se que o uso destes envelopes com a

identificação carimbada reforce a imagem de produto feito à mão que a marca

carrega. O custo do pacote com 50 unidades é de R$ 14,60 na loja Kalunga.

Figura 48: Envelope em papel color plus 114X229mm Fonte: Site Lepok

Figura 49: Simulação do carimbo aplicado Fonte: Autoria própria

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6.4 PASTA

A pasta serve para organizar contratos, documentos, orçamentos, etc.

Demonstra profissionalismo perante futuros parceiros e clientes que entrem em

contato com a empresa. Para a Invento foi feita uma pasta (Figura 50) com

31X45mm que segue a linha gráfica do cartão de visitas trabalhando as cores

institucionais para reforçar a pregnância da marca. É indicado que a pasta seja

confeccionada em papel couché ou duo design 250g/m², em cores 4X0 e laminação

fosca. O orçamento para produção de 25 unidades é de R$ 170,00 na Print-it e para

produção de 50 unidades é de R$ 215,00 na Tecnicópias. Ambos os orçamentos

são para pastas com bolsa sem impressão.

Figura 50: Pasta insitucional Fonte: Autoria própria

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6.5 CARIMBO

O carimbo servirá para identificar a marca em situações onde a baixa

demanda não justifica a produção em uma gráfica, como é o exemplo do envelope.

Como já foi dito anteriormente, acredita-se que o carimbo tem um apelo estético de

materiais feitos à mão e seu uso se encaixa na identidade da marca, que tem

abertura para experiências quanto ao uso de materiais e tipos de impressão

alternativos.

O primeiro carimbo (Figura 51) que será confeccionado se destina às

correspondências e outros materiais que necessitem a identificação completa da

marca. A arte do carimbo tem 60X31mm, constando na arte a marca, o endereço

completo, o telefone, o e-mail e o endereço do site.

Figura 51: Arte para carimbo com endereço Fonte: Autoria própria

O segundo carimbo (Figura 52) que será confeccionado se destina à

aplicação da marca nos produtos, mais especificamente na folha de guarda que é

feita de papel color plus. A arte do carimbo tem 25X31mm e corresponde à marca,

ao endereço do site e ao facebook.

Figura 52: Arte para carimbo simples Fonte: Autoria própria

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Figura 53: Simulação de aplicação da marca no produto com carimbo Fonte: Autoria própria

O custo para produção de cada carimbo é de R$ 22,00 na JZ Cópias. Na Petit

Carimbos o valor do carimbo com endereço é de R$ 21,90 e para o carimbo simples

é de R$ 18,90.

6.6 TAG DE IDENTIFICAÇÃO

A tag de identificação foi criada para ser anexada à capa de cada sketchbook.

Foi previsto um espaço para um texto de apresentação em tom simpático e jovem e

as especificações de produção, como o tipo de papel e quantidade de páginas. A tag

foi desenvolvida em três tamanhos diferentes (Figura 54) para se adaptar a cada

modelo de sketchbook12 e deverá ser impressa em papel color plus 180g/m². Será

presa na capa do sketchbook através de uma fita de cetim, como a que é usada

para marcador de páginas (Figura 55). Por conter informações que podem variar, é

indicado que a tag seja impressa conforme demanda e não em grande quantidade.

12 Atualmente a Invento produz quatro modelos diferentes de sketchbook. A tag foi criada levando em conta a altura da capa, que são apenas três diferentes.

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Figura 54: Tag de identificação Fonte: Autoria própria

Figura 55: Simulação de como a tag de identificação ficará aplicada no produto Fonte: Autoria própria

6.7 ASSINATURA DE E-MAIL

Considerando que o principal meio de vendas do produto será on-line, é

imprescindível que a marca tenha uma assinatura de e-mail para uma eventual

comunicação com os clientes. Foi desenvolvida uma assinatura de e-mail (Figura 56)

que prevê a personalização do nome, do cargo, do e-mail de contato e do telefone.

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Figura 56: Modelo de assinatura de e-mail Fonte: Autoria própria

6.8 ENXOVAL PARA REDES SOCIAIS

O principal meio de divulgação da marca será digital. Através das redes

sociais e loja virtual espera-se atingir o público-alvo, assim como muitas marcas

atualmente já fazem. Para a marca invento, a princípio optou-se por criar uma

fanpage apenas no facebook e no instagram, assim foi desenvolvido cover, avatar e

posts de exemplo para o facebook (Figura 57) e avatar e post de exemplo para o

instagram (Figura 58).

Um estudo apresentado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, apontou

que só o facebook, movimentou R$ 10 bilhões no Brasil:

"O Brasil possui um grande número de empreendedores de pequeno porte e

boa parte deles já descobriu como podem usar o Facebook para expandir

seus negócios", declarou Alexandre Hohagen, vice-presidente da rede

social na América Latina. Segundo ele, hoje uma em cada três pequenas

empresas possui página na plataforma. “Boa parte delas já consegue se

beneficiar das conexões para impulsionar vendas e também gerar

empregos", explicou. (Meio Mensagem, 2015)

Já o instagram, foi considerado por um estudo da Forrester Research como a

melhor rede social para as marcas interagirem com os usuários (IDG NOW, 2014),

sendo que em 2012, 40% das grandes marcas já possuíam um perfil no site

(Administradores, 2012).

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Figura 57: Simulação da fanpage no facebook e exemplos de posts Fonte: Autoria própria

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Figura 58: Simulação da fanpage no instagram e exemplos de posts Fonte: Autoria própria

6.9 MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL

O manual de identidade visual (APÊNDICE B) foi gerado para facilitar o

desenvolvimento da comunicação visual da marca Invento. O objetivo não é limitar a

criatividade, e sim facilitar, tendo em vista que diversas possibilidades foram

testadas previamente para que se chegasse na melhor opção.

O manual será impresso em papel couché 120g/m², em cores 4X4 e a capa

em papel duo design 250g/m², sendo que o formato fechado é 210X148,5mm e a

encadernação escolhida foi grampo à cavalo.

No manual constam todos os elementos da marca e aplicações – informações

técnicas e simulações. A capa (Figura 59) contém a marca em sua versão horizontal

sem a aplicação da tagline, pois logo abaixo está especificado que se trata do

manual de identidade visual. Ao abrir a capa encontra-se o sumário (Figura 59) que

traz o conteúdo dividido em elementos da marca, aplicações e contato.

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Figura 59: Capa do manual Fonte: Autoria própria

Figura 60: Sumário Fonte: Autoria própria

Nas duas próximas páginas (Figura 61 e Figura 62) encontram-se fotos dos

produtos e informações da empresa. Nas páginas 4 e 5 (Figura 63 e Figura 64) do

lado esquerdo foram dispostas imagens que representam o conceito e do lado

direito encontra-se um texto com o conceito do nome e da marca.

Figura 61: Página par sobre a empresa Fonte: Autoria própria

Figura 62: Página ímpar sobre a empresa Fonte: Autoria própria

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Figura 63: Página par do conceito Fonte: Autoria própria

Figura 64: Página ímpar do conceito Fonte: Autoria própria

Para a abertura das seções Elementos da marca (Figura 65) e Aplicações

(Figura 66) optou-se por trabalhar com o preenchimento das cores institucionais,

para que ao folhear o manual fossem facilmente encontradas.

Figura 65: Abertura de seção Fonte: Autoria própria

Figura 66: Abertura de seção Fonte: Autoria própria

Para a disposição do conteúdo da primeira seção, criou-se um grid modular

para nortear a diagramação das demais páginas (Figura 67 e 68), onde do lado

esquerdo encontra-se um texto explicativo, especificações técnicas e possíveis

direcionamentos e do lado direito encontra-se uma figura exemplificando o conteúdo.

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Figura 67: Exemplo de diagramação do conteúdo Fonte: Autoria própria

Figura 68: Exemplo de diagramação do conteúdo Fonte: Autoria própria

Para a segunda seção (Figura 69 e 70), o padrão de diagramação foi mantido

nas páginas ímpares, porém nas páginas pares foi inserida uma figura com a

simulação da aplicação que estava sendo apresentada na página ao lado.

Figura 69: Página par do carimbo Fonte: Autoria própria

Figura 70: Página par do carimbo Fonte: Autoria própria

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A empresa escolhida para o desenvolvimento deste projeto é de propriedade

da autora, que viu no seu Trabalho de Diplomação a oportunidade de colocar em

prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação em conjunto ao fato de

ser um caso real vivido da forma mais plena possível: fazendo o papel de designer e

cliente.

Acredita-se que a duplicidade de papeis trouxe uma importante experiência

profissional à autora que pode vivenciar o desafio de ponderar qual era a melhor

alternativa para determinada situação e pensar estrategicamente para se chegar a

um resultado satisfatório aliando o gosto pessoal e o conhecimento técnico e teórico.

Como ponto positivo, pode-se citar o excesso de autocrítica e preocupação em

esgotar todas as opções para se chegar ao melhor resultado final possível.

Para o desenvolvimento deste projeto foi utilizada a metodologia de Peón

(2001) em conjunto à teoria de outros autores como Wheeler (2012), Aaker (2001) e

Strunck (2003), o que facilitou e organizou o processo. Entretanto houve uma grande

dificuldade no momento que estava se criando o nome da marca, por não se ter

experiência anterior ou possibilidade de contato com uma teoria mais aprofundada

no assunto.

O próximo passo para o lançamento da marca é desenvolver uma página

institucional e a loja virtual, que será feita através do site Tanlup. Por se tratar de

uma situação real e envolver outros aspectos além da criação, como aspectos legais

e de logística, optou-se por não incluir neste projeto o desenvolvimento destas

páginas.

Por fim, conclui-se que os objetivos propostos no planejamento deste projeto

foram alcançados e os desafios foram superados. Acredita-se que o sistema de

identidade visual está coeso e em consonância com os objetivos da marca, portanto

o resultado foi satisfatório tanto academicamente quanto profissionalmente.

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<http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0031/noticias/uma-historia-

bem-contada>. Acesso em: 12 ago, 2014

WHEELER, Alina. Design de identidade de marca: um guia completo para a

criação, construção e manutenção de marcas fortes. 3. ed. Porto Alegre:

Bookman, 2012.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - BRIEF

SOBRE A EMPRESA

Ramo de atuação:

Vendo sketchbooks artesanais com capa em tecido, fechamento com elástico e

bolso interno. Cada sketchbook é feito quase 100% a mão, exceto pelo refile com

guilhotina.

Sobre a marca:

Vendo meus sketchbooks há uns dois anos na faculdade e para conhecidos. Em

geral as pessoas chegam até mim por indicação ou por terem visto em redes sociais.

Atualmente produzo apenas um tipo de sketchbook, mas pretendo ampliar o portfólio

de produtos, assim no futuro serão produzidos 4 tipos de sketchbooks diferentes.

A marca ainda não possui nenhum elemento visual de identificação, por isso ainda

não está sendo divulgada nem possui uma loja virtual para comercialização.

Público-alvo:

18 a 35 anos, homens e mulheres, nível de escolaridade: superior cursando ou

completo, profissionais da área criativa, mercado: Curitiba, mas com possibilidade de

expansão para nível nacional

Diferencial:

Considero que meu produto tem dois diferenciais: o primeiro é o preço, o segundo é

o próprio produto em si, o fato de ser feito com tecido faz com que haja uma

infinidade de estampas diferentes o ano inteiro, assim não fico presa a coleções

produzidas em larga escala. O fato de cada sketchbook ser feito a mão

separadamente também traz a possibilidade de customização em todos os sentidos,

seja no formato, no papel do miolo, nas cores, etc.

Até o fim do ano, pretende-se que a marca seja composta por 4 linhas de

sketchbooks, 3 delas ainda estão em fase de planejamento. O que se pode adiantar

é que serão linhas que explorarão e principalmente incentivarão a criatividade, a

diversão, o desenho, o pensamento livre e a imaginação.

Pontos negativos:

Atualmente produzo sob demanda, pois não tenho estrutura para manter um

estoque de sketchbooks prontos, acredito que este seja um ponto fraco

considerando que às vezes o cliente não pode ou não quer esperar pelo tempo de

produção.

Concorrentes:

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Moleskine, Cícero Papelaria, Libretto e Corrupiola.

SOBRE O PROJETO

Conceitos:

A marca deve transmitir a sensação de jovialidade. Usada por pessoas criativas e

dinâmicas.

Cores:

A paleta deve ser composta por cores vivas.

Não deve ser usado tons pasteis.

Requisitos:

A marca deve funcionar bem em mídia impressa e digital.

Uma marca jovem e amigável.

Restrições:

Mesmo que cada sketchbook seja feito à mão, não quero que o produto seja visto

como artesanato. Pode-se até utilizar o termo ‘artesanal’, mas artesanato não.

Não pode em hipótese alguma fazer referência à Moleskine, seja no nome, na

linguagem ou na identidade visual.

Baixo orçamento, ou seja, buscar soluções baratas ou que não possuam custo de

produção.

Aplicações:

A princípio o que deverá ser desenvolvido é a identidade visual, e o manual de

marca contendo as aplicações básicas de papelaria. Nesse momento da marca o

mais importante é trabalhar com mídias digitais pela ausência de custo de impressão

e produção.

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APÊNDICE B – MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL

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