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SISTEMA DE INDICADORES PARA O
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DAS
AÇÕES DE EXTENSÃO: O CASO DA
UFPB
Janielle Mayse Guedes de Amorim (UFPB)
MANUEL JUAN ROJAS BUVINICH (UFPB)
Com base na experiência da UFPB, o presente artigo mostra o
desenvolvimento de um sistema de indicadores para apoiar a gestão e
a divulgação das ações de extensão. A seleção de indicadores segue os
princípios da gestão por resultados e as oorientações e recomendações
do Fórum de Pró-reitores de Extensão das Universidades Públicas
Brasileiras (FORPROEX) e do MEC-INEP que define indicadores
relacionados com o Plano Acadêmico, Política de Gestão, Produção
Acadêmica e Relação Universidade-sociedade. A base de dados é
construída com a tecnologia DevInfo utilizada pelas Nações Unidas
para o monitoramento dos Objetivos do Milênio (ODMs) que permite
incluir vários marcos de monitoramento e de forma fácil e flexível
armazenar, analisar e divulgar (na forma de mapas, tabelas e gráficos)
indicadores com diferentes níveis de agregação e periodicidade. A
base de dados ainda em desenvolvimento conta com 80 indicadores
para três níveis de desagregação (campi, centro e departamento),
quatro períodos (2008-2011) e 3083 observações.
Palavras-chaves: Extensão, Indicadores, DevInfo, Monitoramento e
Avaliação
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
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1. Introdução
Com os avanços da tecnologia atrelada à era da informação, a utilização de um sistema de
indicadores para aferir o avanço e o desempenho da extensão universitária é de fundamental
importância. Desde 2007 a UFPB utiliza o Sistema de informação e Gestão de Projetos
(Sigproj), desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) que tem facilitado o registro
online dos projetos e programas de extensão que são desenvolvidos nos diversos campi,
centros e departamentos da instituição. Embora o Sigproj tenha representado um avanço
importante no registro e monitoramento das diversas ações de extensão, existem ainda muitos
desafios no que tange à definição, registro e sistematização de indicadores que permitam
analisar, verificar os avanços, tomar decisões e dar transparência institucional às ações de
extensão.
Além dos projetos e programas que se encontram registrados no Sigproj, a maioria dos
indicadores e informações da extensão de índole institucional encontram-se dispersos, com
séries históricas fragmentadas e inclusive com a perda de informação em alguns casos.
Devido à falta de um marco estratégico direcionador, outros indicadores precisam ser
definidos e sistematizados em bases de dados informatizadas para seu fácil acesso, utilização
e divulgação (on-line e web based) dos diferentes usuários dentro e fora da Universidade.
Desde 2001 o Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FORPROEX) vem realizando esforços
importantes na definição de indicadores para monitoramento e avaliação institucional da
extensão. Mais recentemente no contexto do Sistema Nacional de Avaliação de Ensino
Superior (SINAES), o MEC-INEP em conjunto com o FORPROEX vêm definindo e
propondo indicadores de avaliação das ações de extensão no âmbito das Instituições de
Ensino Superior (IEs).
Neste contexto o principal objetivo do trabalho foi orientado para o desenvolvimento de um
sistema de indicadores institucionais de extensão para apoiar a tomada de decisões, o
monitoramento e avaliação e, a divulgação das ações de extensão realizadas pela UFPB. Para
este efeito e com base nas diretrizes do FORPROEX e MEC-INEP, o trabalho identificou e
definiu um conjunto de indicadores agrupados em diferentes dimensões. E com apoio desta
informação se desenhou uma base de dados com a plataforma computacional DevInfo onde
foram incluídos os indicadores para o período 2008-2011 para os diferentes Campi, Centros e
Departamentos da UFPB. Este trabalho faz parte das atividades que vem desenvolvendo a
Comissão de Monitoramento e Avaliação (CMAE) da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários
(PRAC).
O trabalho foi estruturado em seis partes onde nessas se discute a importância e os desafios de
monitorar e avaliar a extensão, defini uma tipologia para os diferentes tipos de indicadores e
marcos estratégicos de monitoramento, características da tecnologia DevInfo, os resultados e
suas aplicações e por fim algumas conclusões e recomendações finais.
2. Monitoramento e Avaliação da Extensão Universitária
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O conceito de Extensão Universitária é bastante abrangente e tem sido definido pelo
FORPROEX (1980) como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a
Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e
sociedade (FORPROEX, 1980). Embora este conceito seja amplamente aceito pelas
Instituições de Ensino Superior a sua operacionalização enfrenta vários desafios tanto na
classificação das atividades consideradas Extensão, como no seu monitoramento e avaliação.
A efetividade e o impacto dos programas e projetos de extensão universitária na sua visão de
transformação da sociedade e na troca de saberes com a comunidade acadêmica na maioria
das vezes não são devidamente sistematizados, nem avaliados. Este fato, além de limitar
seriamente a identificação das estratégias que estão dando certo ou que estão respondendo de
forma efetiva às demandas, necessidades e direitos da população beneficiária impede a
geração e disseminação de conhecimentos e de boas práticas para o desenvolvimento de
políticas de extensão universitária mais efetivas e eficientes.
Uma das razões é que na maioria das Universidades Brasileiras não se conta com sistemas
efetivos de monitoramento e avaliação (M&A) da extensão. Esses sistemas de M&A
existentes estão mais orientados para verificar se os recursos e as atividades foram
implementados nos prazos estabelecidos sem focar os resultados ou as mudanças de diversa
índole que as iniciativas de extensão estão induzindo sobre as populações, comunidades,
empresários, agricultores e na formação dos próprios alunos e nas atividades de ensino e
pesquisa que os professores e funcionários técnico-administrativos realizam. Dessa forma, as
mudanças induzidas pela extensão e a troca de saberes entre a comunidade universitária e a
sociedade ficam num plano abstrato ou de percepções subjetivas que não ajuda ao
desenvolvimento de políticas de extensão mais efetivas e na valorização da Extensão
Universitária.
A perspectiva de focar nos recursos e processos sem considerar as mudanças induzidas na
vida das pessoas, na formação do corpo discente e no desenvolvimento de pesquisa e do
ensino limita seriamente os processos de aprendizagem e a construção de conhecimentos que
são fundamentais para que a Universidade possa contribuir mais efetivamente na
transformação da sociedade.
A preocupação com a construção de princípios e indicadores que poderiam nortear a avaliação
de extensão no Brasil não é recente; No V Fórum Nacional de Extensão, realizado em São
Luís (UFMA), em 1991, registrou-se a necessidade de formar indicadores de relevância para
acompanhamento e avaliação das ações de extensão. Em 1992, a coordenação Fórum publica
o documento “A extensão Universitária no Brasil: contribuição ao diagnóstico"; Onde
enfatiza que a falta de medição das ações extensionistas, pode provocar a marginalização nos
processos de avaliação acadêmica.
Em 1993, durante o encontro realizado em Cuiabá (UFMT), foram estabelecidos alguns
princípios para orientar o processo de avaliação extensionista e três níveis inter-relacionados
que devem ser considerados pelas IES quando há a formalização da extensão pela instituição,
que são: Compromisso institucional, o impacto das atividades de extensão com a sociedade e
os processos, métodos e instrumentos de avaliação. Desde então o FORPROEX vem
atualizando a sua área de atividade buscando junto as IES, quantitativos referentes a essas
ações de extensão de forma a melhor avaliar os impactos sociais e a interação universidade
sociedade.
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Em 2011 a Comissão Permanente de Avaliação Da Extensão (CPAE) reunida na UNRIO-RJ,
elaborou uma proposta de dimensões para auxiliar o INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) na solicitação do FORPROEX em incluir os dados
de extensão no Censo de Educação Superior. Estas dimensões são observadas na figura
abaixo.
Fonte: Elaboração própria.
Figura 1 - Dimensões estratégicas da Extensão
Como se observa no anexo, para cada dimensão é identificado e definido alguns indicadores
considerados relevantes. Na dimensão Política de Gestão se incluem indicadores para
quantificar os diferentes tipos de ações de extensão da instituição, o corpo docente, discente e
de técnicos administrativos que participam da extensão e os recursos implementados em
termos de bolsas e outros recursos (OCC) destinados na matriz orçamentária.
No Plano Acadêmico os indicadores foram definidos para captar a articulação
(indissociabilidade) da extensão com o ensino e pesquisa. Além do envolvimento dos
professores, técnicos administrativos e discentes em projetos e programas de extensão, os
indicadores desta dimensão indicam os produtos resultantes das atividades de extensão em
termos de monografias, dissertações e trabalhos de divulgação científica e tecnologias. Na
dimensão da Produção Acadêmica os indicadores focam nos alunos de graduação e pós-
graduação que apresentam trabalhos relacionados com a extensão em eventos acadêmicos e
científicos.
Na dimensão da Relação da Universidade com a Sociedade se definem indicadores para
medir e qualificar as parcerias realizadas com órgãos públicos e organizações da sociedade
civil, as ações dirigidas à população com vulnerabilidade social, com as escolas públicas, com
a inclusão produtiva e com o desenvolvimento regional.
3. Indicadores de Extensão e a Gestão por Resultados
Segundo o modelo de análise e dos objetivos perseguidos, existe diversos marcos
classificatório ou de monitoramento de indicadores. Os indicadores identificados e definidos
para cada uma das dimensões anteriormente apresentadas também foram classificados no
contexto de uma Gestão por Resultados. Em termos gerais este tipo de gestão demanda a
partir do estabelecimento de objetivos estratégicos a especificação de uma cadeia de
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resultados e no processo de gestão com indicadores e metas em cada um dos níveis. Como se
observa na figura 2, neste tipo de gestão os indicadores de recursos e processos estão
intimamente atrelados à obtenção de resultados expressados em termos de indicadores de
produtos, efeitos e impacto. Através deles é possível verificar (qualificar e mensurar) se os
programas e projetos de extensão da Universidade estão alcançando tanto os objetivos e metas
estabelecidos como outros efeitos não programados.
Fonte: Elaboração própria Figura 2 - Níveis de Alcance e Indicadores na Gestão por Resultados na Extensão Universitária
Neste diagrama se observa que os meios ou recursos da extensão estão representados pelos
extensionistas formado pelo corpo docente, discente, técnicos administrativos, bolsas e
recursos financeiros da matriz orçamentária, veículos, conhecimentos, habilidades, infra-
estrutura e apoio logístico da Universidade destinado à extensão. Já as atividades representam
a combinação desses recursos para a realização de cursos, treinamentos, palestras, visitas
técnicas, atendimentos na área da saúde, nutrição, assistência jurídica, estágios, etc.
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Como um primeiro resultado na implementação das atividades se consegue uma série de
produtos ligados ao público interno da Universidade como programas de rádios e TV, livros,
manuais, revistas, softwares, monografias, dissertações, eventos artísticos e esportivos, anais,
artigos, sistemas de informação, treinamentos, atendimentos, cursos realizados, entre outros.
Supõe-se que as atividades e produtos da extensão devem ser indutores de mudanças e
benefícios tanto no âmbito interno da Universidade como no âmbito externo (efeitos). Na
esfera interna os professores, alunos e técnico-administrativos em sua interação com os
diferentes setores, atores da sociedade civil e população (mães gestantes, crianças deficientes,
pequenos artesões, pescadores, quilombolas, indígenas, produtores agrícolas e
microempresarios), transmitem conhecimento e aprendem do saber popular e das boas
práticas fortalecendo as atividades de ensino e pesquisa, o que é indispensável para sua
formação profissional e pessoal. Por outro lado, os diferentes grupos e atores da sociedade
civil participam e se beneficiam com a aquisição de novos conhecimentos e o
desenvolvimento das suas competências, habilidades, práticas, ademais do acesso a serviços e
à adoção de novas tecnologias, formas de organização e participação nas mais diversas áreas.
Identificar em que medida as ações de extensão estão sendo relevantes e efetivas na indução
de mudanças positivas em prol do desenvolvimento regional e da excelência no ensino,
pesquisa e extensão é um grande desafio da avaliação institucional. Por fim, espera-se que no
meio e longo prazo os produtos e efeitos tragam ou contribuam para melhorar as condições de
emprego, renda, inclusão social e bem-estar da população e da formação profissional do corpo
discente, docente e de técnicos-administrativos da Universidade.
Ou seja, numa gestão por resultados é necessário definir indicadores para cada nível no
sentido de que através deles é possível monitorar e/ou avaliar se os objetivos e metas
estabelecidos estão ou não sendo alcançados. A partir da definição de indicadores é possível
identificar as fontes de dados e fluxos de informação requeridos para efetuar as
verificações/mensurações necessárias.
É importante assinalar que os indicadores de processo podem ser instrumentos poderosos para
descobrir e explicar os problemas que podem estar ocorrendo na implementação de um
programa ou projeto de extensão. Neste sentido, os indicadores de processos possuem uma
série de vantagens sobre os indicadores de efeitos e impacto. Eles são mais baratos de obter e,
consequentemente, podem ser medidos com maior frequência. Ao mesmo tempo, os
indicadores de processo podem refletir as mudanças mais rapidamente que os indicadores de
efeitos e impacto, permitindo uma retroalimentação mais rápida para a gestão da extensão,
não tendo que esperar meses ou anos para dar um retorno para os tomadores de decisão.
Com base neste marco os indicadores recomendados pelo FORPROEX-INEP foram também
classificados nestas categorias e incluídos no DevInfo como mais um marco de
monitoramento.
4. Características da Tecnologia DevInfo
Para a sistematização das dimensões, os marcos de monitoramento e dos indicadores foi
utilizada a plataforma de tecnologia DevInfo desenvolvida pelas Nações Unidas. Este sistema
de gerenciamento de banco de dados foi lançado em 1995 pelo Fundo das Nações Unidas para
a Infância (UNICEF), denominado então por ChildInfo. Após várias versões em 2004 foi
lançado como DevInfo 4.0 pelo Grupo de Desenvolvimento da Organização das Nações
Unidas (UNDG) para auxiliar os países no monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM). O DevInfo 4.0 tem contribuído para estabelecer padrões universais para a
definição de indicadores, armazenamento de dados, acesso e difusão de indicadores de
desenvolvimento humano, especificamente os ODM.
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Esta base é distribuída gratuitamente para todos os Estados membros da ONU. O portal Orbis
disponibiliza aos usuários, suporte técnico com tutoriais, cartilhas, bases cartográficas,
capacitações e desenvolvimento de protótipos. No Brasil essa tecnologia já está sendo
utilizada pelo UNICEF, no Estado do Paraná (Sistema Fiep), na prefeitura de Pinhais (PR),
do Serviço Social da Indústria (Sesi-PR) e no Instituto de Promoção do Desenvolvimento
(IPD). Um resumo dos módulos da tecnologia DevInfo se observa na tabela 1.
Módulos /
Ferramentas
Descrição
DI Usuário Permite selecionar indicadores com seus sub-grupos, áreas
geográficas, períodos de tempo, marcos de monitoramento,
fazer cálculos e produzir mapas (em interfase com o Google
Earth), tabelas e gráficos para análise e monitoramento de
metas e brechas.
DI
Administrado
r de bases de
dados
Permite formatar as bases de dados (on line e standalone ) a
serem usadas pelo DI Usuário, incluindo os indicadores,
períodos de tempo, áreas geográficas, sub-grupos, valores dos
indicadores, importar/exportar, customizar bases de dados e
disseminar apresentações na Internet, entre outros.
DI
Monitoring
Complementa o DI usuário, permitindo incluir diversos marcos
de monitoramento e indicadores para diferentes períodos de
tempo, fontes de informação e instituições responsáveis.
Permite em forma dinâmica e para vários usuários e instituições
incluir informação sobre o programado com alertas de grau de
implementação. Permite incluir comentários e categorias de
análise para cada nível de resultado definidas pelo próprio
usuário, produzindo gráficos de avanço. Não precisa de muita
capacitação para a inclusão dos indicadores de avanço. Toda a
informação do DI Monitoring pode ser exportada para o DI
Adm e Usuário.
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DI Organizer Está constituído do DI on line que permite compartilhar e
abaixar bases de dados de diversos países www.devinfo.org; DI
Fórum onde os usuários trocam ideias, experiências,
dificuldades e formam redes. www.devinfo.org/di-forum/; DI
Wiki uma enciclopédia on-line sobre DevInfo
www.devinfo.org/Di-wiki/index.php?title=Main_Page; DI
Showcase onde se exibem os materiais produzidos com o uso
de DevInfo para mobilização social
www.devinfo.org/di_showcase.html; DI Gameworks permite
criar jogos usando a informação de DevInfo. www.digw.org/;
DI Gallery da acesso a vários tipos de apresentações, perfis,
galerias personalizadas, livros on-line, vídeos e diversas
publicações. www.devinfo.org/di_gallery.html; DI Worldwide
que permite consultar as adaptações de devinfo que estão
disponíveis no mundo todo, as bases ativas e os usuários que
estão on-line. www.devinfo.org/di_worldwide.html.
Fonte: Elaboração própria
Tabela 1: Módulos da tecnologia DevInfo
5. Etapas do Desenvolvimento da Base de Dados
A primeira etapa no desenvolvimento da base de indicadores foi a definição dos marcos de
monitoramento a serem incluídos no DevInfo. Como se observa na tabela 2, a base DevInfo
foi estruturada para incluir os indicadores de cada uma das dimensões definidas pelo
FORPROEX-INEP e segundo as categorias da gestão por resultados. Já o Sigproj é um
sistema que possui indicadores para os programas específicos de extensão tanto de âmbito
nacional como da Universidade, neste caso: o programa de bolsas de extensão para estudantes
(PROBEX), o Programa Nacional de Extensão (PROEXT) e programa de fluxo continuo da
extensão (FLUEX).
FORPROEX-INEP GESTÃO POR
RESULTADOS
SIGPROJ
Política de Gestão
Produção Acadêmica
Plano Acadêmico
Relação Universidade-sociedade
Impacto, efeito, produto,
processos e insumos para cada
dimensão do marco
FORPROEX-INEP
Elenco de indicadores para
programas de extensão
PROBEX, PROEXT e
FLUEX
INDICADORES PARA
MARCOS DE MONITORAMENTO DAS AÇÕES DE EXTENSÃO
Fonte: Elaboração própria
Tabela 2: Marcos de Monitoramento e Indicadores
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A segunda etapa do projeto foi a definição dos indicadores e dos meios de verificação para
cada uma das dimensões de monitoramento acima indicadas. As primeiras informações
levantadas para constituir os indicadores de cada marco correspondem ao período de 2008 a
2001 e foram coletadas de diversas fontes (Pró Reitoria de Graduação, Pró Reitoria de Pós-
Graduação, Pró Reitoria de Assuntos Comunitários, informações do sistema Sigproj e do
Núcleo de Tecnologia da Informação) no que diz respeito aos quantitativos de docentes e
técnicos administrativos que fazem parte da instituição.
Visando facilitar a utilização e entendimento do sistema Devinfo pelos usuários, para cada um
dos indicadores foi elaborado a metadata (informação mais detalhada), que também foi
incorporado à base DevInfo. Em paralelo com as atividades de levantamento e sistematização
dos dados dentro da instituição foi dado início a montagem do banco de dados no sistema
Devinfo Administrador. Importante que se observe que para muitos indicadores a
Universidade ainda não possui a informação (fontes, fluxos), pelo que na base de dados esses
indicadores encontram-se em branco.
6. Resultados do Trabalho
A implementação das etapas anteriores permitiu a estruturação de uma base de dados com
dois marcos de monitoramento, 83 indicadores para 4 campi, 14 centros e 75 departamentos
da UFPB, com 3083 observações. Na figura abaixo se observa um dos marcos de
monitoramento com seus respectivos indicadores. Também se observa uma das saídas ou
galleries que o DevInfo é capaz de gerar.
Importante assinalar que este trabalho está ainda em andamento. Além da complementação de
indicadores e seus respectivos dados, como próximos passos se planeja a implementação do
módulo web do DevInfo e a preparação de galleries, que são apresentações com gráficos,
mapas, tabelas e análises descritivas para sua disseminação das informações no site da
instituição.
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Figura 3 - O Marco de Monitoramento e seus indicadores
Figura 4 - Matriz de dados
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Figura 5 – Mapeamento/ Resultado
7. Conclusões e Considerações Finais
A experiência deste trabalho indica que a tecnologia DevInfo é perfeitamente adaptável para
diversos marcos de monitoramento e indicadores que se queiram criar para melhorar a gestão
das ações de extensão nas Instituições de Ensino Superior (IEs). Além de possibilitar a
inclusão de marcos e indicadores institucionais, a tecnologia DevInfo permite a definição de
indicadores para temas, projetos e programas diversos atrelados a diferentes níveis de
desagregação institucional (centro, departamento, coordenação, núcleo, etc.) e geográfico
(distrito, município, estado).
Uma das dificuldades iniciais no desenvolvimento do sistema é a coleta da informação para a
conformação dos indicadores definidos para cada marco de monitoramento. A experiência
mostra que grande parte dos dados encontra-se dispersos em diversas fontes e meios de
armazenamento o que dificulta o trabalho e a conformação de séries históricas que são
fundamentais para a análise de tendências.
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Para garantir a sustentabilidade e qualidade do sistema é preciso a estruturação de um sistema
de gestão a cargo da administração da base de dados com a definição clara de
responsabilidades e com pessoal devidamente capacitado. Para garantir a atualização regular
do sistema também é fundamental que se estabeleçam protocolos para cada indicador onde se
assinale em detalhe o fluxo e a periodicidade dos dados provenientes das diversas fontes de
informação da instituição.
Para muitos dos indicadores recomendados pelo FORPROEX-INEP não existe informação.
Portanto, é preciso criar as fontes, os instrumentos e os fluxos de informação correspondentes,
já que atualmente não existem os formulários para a coleta dos mesmos.
Importante assinalar que a maioria dos indicadores recomendados pelo FORPROEX-INEP é
de cobertura e não de mudanças o que não permite aferir se realmente o trabalho de extensão
da Universidade esteja realmente contribuindo para alguma mudança na condição ou situação
dessas comunidades (por exemplo, as ações de extensão voltadas para o escolas, grupos
vulneráveis, não permite aferição de mudança). Portanto, resta ainda o desafio maior de
desenvolver outros indicadores e formas de avaliação para poder verificar a efetividade e
impacto do trabalho de extensão.
Por último, a experiência mostra que, o uso dos indicadores fica restrito a públicos específicos
e que grande parte da informação disponíveis nos sistemas de informação não é utilizada. Por
esta razão, a disseminação dos indicadores com análises simples, mas estratégicas e com boas
ilustrações, é essencial para que a própria função de monitoramento seja relevante para a
gestão da extensão universitária.
Referências
BUVINICH, Manuel. 1997. Ferramentas de Monitoramento e Avaliação de Programas e
Projetos Sociais. UNICEF, Cadernos de Políticas Sociais No. 10. Brasília, DF.
CDT: Apoyo concreto a la mejora de gestión. Chile – Acessado em 22/02/2012. Disponível
em: http://www.cdt.cl/cdt/www/adminTools07/home.aspx.
DAVENPORT, Thomas H; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial. Tradução:
Lenke Peres. Rio de Janeiro14ª edição, 2003.
DEVINFO: About DevInfo. EUA; Acessado em: 17/02/2012. Disponível em:
http://www.devinfo.org/.
DEVINFO: Using Devinfo: Devinfo in action . EUA; Acessado em: 17/02/2012. Disponível
em: http://www.devinfo.org/diBook/dia/dia_book.html.
FORPROEX: Indicadores de Extensão: Um estudo para incorporação no Censo.
Acessado em 22/02/2012. Disponível em:
http://www.evento.ufal.br/forproex2011/documentos.forproex.pdf.
GONÇALVES, Leandro. Sistema de Informação. Acessado em 05/03/2012. Disponível em:
http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/6519.pdf.
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LAUDON, Kenneth C., Laudon, Jane Price. Sistema de Informações Gerenciais. 7ª Ed São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
ORBIS: Sistema Devinfo MODELO. Acessado em 17/02/2012. Disponível em:
http://www.orbis.org.br/sistema-devinfo.
Portal ODM: Sistema de Indicadores Avançados. Acompanhamento Municipal dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milénio; Acessado em 17/02/2012. Disponível em:
http://www.orbis.org.br/sistema-devinfo
PROBEX: Avaliação Nacional da Extensão Universitária. Fórum de Pró Reitores da
Extensão das Universidades. Brasília 98 p.
TENÓRIO, Fernando; Grotolli, Edson; Lamamuti, Gilberto; Rocha, Maria; Mato, Sergio.
Tecnologia da Informação transformando as organizações e o trabalho. Rio de Janeiro:
FGV, 2007.
ANEXO
Indicadores por Marco de Monitoramento
Dimensão: PLANO ACADÊMICO
Percentual de cursos de graduação cujos projetos pedagógicos prevejam
programas de extensão como componentes curriculares
PRODUTO
Percentual de programas de pós-envolvimento dos alunos em projetos e
programas de extensão (palestras em escolas públicas, atendimentos em
clínicas e hospitais,...).
PRODUTO
Percentual de Programas e Projetos de extensão articulados a pesquisa com
relação ao total de programas e projetos de extensão.
EFEITO
Percentual de projetos de pesquisa articulados a atividades/projetos /programas
de extensão em relação ao total de projetos de pesquisa.
EFEITO
Percentual de atividades, projetos e programas que resultaram em monografias
de final de cursos de graduação, teses e dissertações.
EFEITO
Percentual de pesquisas originadas a partir e atividades/projetos/programas de
extensão.
EFEITO
Percentual de trabalhos de divulgação científica originada a partir de
atividades/projetos e programas de extensão.
EFEITO
Percentual de projetos e programas de extensão que geram tecnologia (social)
aplicada.
EFEITO
Percentual de projetos e programas de extensão que geram pesquisa EFEITO
Percentual de alunos de graduação (bolsistas e não bolsistas) que participam
em projetos e programas de extensão.
PRODUTO
Percentual de alunos nos programas de pós-graduação que participam em
projetos e programas de extensão.
PRODUTO
Percentual de docentes envolvidos com atividades/projetos e programas de
extensão em relação ao total de docentes da universidade.
PRODUTO
Números de horas semanais por docente dedicadas às atividades /projetos e
programas de extensão.
ATIVIDADE
Dimensão: POLÍTICA DE GESTÃO
Nº de ações /projetos/programas registrados na Pró-reitoria de extensão PRODUTO
Percentual de bolsas acadêmicas de extensão em relação ao total de bolsas da
instituição.
INSUMO
Percentual de ações de extensão por área temática: Comunicação, cultura,
direitos humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente e Saúde, Tecnologia e
Produção e Trabalho.
PRODUTO
Percentual de servidores Técnicos envolvidos com INSUMO/
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atividades/projetos/programas de extensão em relação ao total de servidores da
universidade.
PRODUTO
Percentual de recursos da matriz orçamentária institucional, destinados às
ações de extensão.
INSUMO
Percentual de ações de extensão financiadas por meio de editais e chamadas
públicas.
INSUMO
Percentual de ações de extensão financiadas por meio de recursos próprios
incluindo contratos e convênios.
INSUMO
Percentual de ações de extensão financiadas por recursos orçamentários. INSUMO
Dimensão: PRODUÇÃO ACADÊMICA
Percentual de alunos de graduação que apresentam trabalhos em eventos
acadêmicos, científicos em relação ao total de alunos que participam em
projetos e programas de extensão
EFEITO
Percentual de alunos de pós-graduação que apresentam projetos em eventos
acadêmicos, científicos em relação ao total de alunos que participam em
projetos e programas de extensão.
EFEITO
Dimensão: RELAÇÃO UNIVERSIDADE-SOCIEDADE
Percentual de parcerias da extensão com órgãos públicos em relação ao total de
ações.
PRODUTO/
EFEITO
Percentual de ações de extensão dirigidas às escolas públicas em relação ao
total de ações.
PRODUTO/
EFEITO
Percentual de ações de extensão voltadas para o desenvolvimento regional em
relação ao número total de ações.
PRODUTO/
EFEITO
Percentual de ações de extensão dirigidas à população com vulnerabilidade
social em relação ao total de ações.
PRODUTO/
EFEITO
Percentual de ações de extensão dirigidas a inclusão produtiva em relação ao
total de ações.
PRODUTO/
EFEITO
Números de municípios e de mesorregiões atingidos por atividades/projetos e
programas de extensão.
PRODUTO/
EFEITO
Percentual de ações de extensão desenvolvidas em municípios fora de sede da
universidade em parcerias com instituições governamentais ou não
governamentais
PRODUTO/
EFEITO
Percentual do total de participantes certificados horas nos cursos (somatório de
horas dos cursos x número de participantes certificados no período).
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