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  • Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos

    Fundao Estadual do Meio Ambiente

    Engebio Engenharia S/S Ltda

    Estudo do estado da arte e anlise de viabilidade

    tcnica, econmica e ambiental da implantao de uma

    usina de tratamento trmico de resduos slidos

    urbanos com gerao de energia eltrica no estado de

    Minas Gerais

    RELATRIO 1 Estado da arte do tratamento trmico de resduos

    slidos urbanos com gerao de energia eltrica

    2a edio- 2010

  • SSiisstteemmaa EEssttaadduuaall ddee MMeeiioo AAmmbbiieennttee ee RReeccuurrssooss HHddrriiccooss SSeeccrreettaarriiaa ddee EEssttaaddoo ddee MMeeiioo AAmmbbiieennttee ee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSuusstteennttvveell

    FFuunnddaaoo EEssttaadduuaall ddoo MMeeiioo AAmmbbiieennttee DDiirreettoorriiaa ddee PPeessqquuiissaa ee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo

    GGeerrnncciiaa ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo ee AAppooiioo TTccnniiccoo ss AAttiivviiddaaddeess ddee IInnffrraaeessttrruuttuurraa

    Estudo do estado da arte e anlise de viabilidade

    tcnica, econmica e ambiental da implantao de

    uma usina de tratamento trmico de resduos

    slidos urbanos com gerao de energia eltrica no

    estado de Minas Gerais

    RELATRIO 1:

    Estado da arte do tratamento trmico de resduos slidos urbanos com gerao de energia eltrica

    2a edio

    FEAM DPED GEDIF RT 001/2010

    Belo Horizonte

    2010

  • 2009 Fundao Estadual do Meio Ambiente 1 edio

    2010 Fundao Estadual do Meio Ambiente 2 edio. rev. atual.

    Governo do Estado de Minas Gerais Acio Neves Cunha Governador Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos Sisema Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - Semad Jos Carlos Carvalho Secretrio Fundao Estadual do Meio Ambiente FEAM Jos Cludio Junqueira Ribeiro Presidente Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento Paulo Eduardo Fernandes de Almeida Diretor Gerncia de Desenvolvimento e Apoio Tcnico s Atividades de Infraestrutura Ana Lcia Bahia Lopes Gerente

    Equipe Tcnica: FEAM Ana Lcia Bahia Lopes, Eng. Civil, Esp.. Ablio Csar Soares de Azevedo, Eng. Civil, Esp. Consuelo Ribeiro de Oliveira, Eng. Qumica, Esp. Laura Maria Jacques Leroy, Eng Qumica, M.Sc. -Colaboradora Elaborao: Engebio Engenharia S/S Ltda Responsvel Tcnico Mario Saffer, Eng. Qumico, D. Sc. Equipe Tcnica: Engebio Mario Saffer, Eng. Qumico, D. Sc. Adalberto Kilpinski, Economista Jos Carlos Carvalho da Cunha, Eng. Qumico Guilherme Augusto Arajo Duarte, Eng. Qumico Eduardo Bayon Britz, Tc. Meio Ambiente

    Rodovia Prefeito Amrico Gianetti, s/n, Serra Verde - Belo Horizonte/MG

    CEP: 31.630-900 (31) 39151440 www.meioambiente.mg.gov.br

    Relatrio 1: Estado da arte do tratamento trmico de resduos slidos urbanos com gerao de energia eltrica / Engebio; Fundao Estadual do Meio Ambiente. --- Belo Horizonte: Fundao Estadual do Meio Ambiente.

    Do 294 -p. : Il

    Projeto Estudo do estado da arte e anlise de viabilidade tcnica, econmica e ambiental da implantao de uma usina de tratamento trmico de resduos slidos urbanos com gerao de energia eltrica no estado de Minas Gerais

    1. Resduo slido urbano 2.Tratamento Trmico 3.Energia Eltrica I. Engebio II. Fundao Estadual do Meio Ambiente CDU: 628.477.8 (815.1)

  • RESUMO

    A Fundao Estadual do Meio Ambiente FEAM, do estado de Minas Gerais,

    com base na Lei Delegada n. 156, de 25 de janeiro de 2007, regulamentada pelo

    Decreto 44819/2008 teve sua atribuio executiva no licenciamento ambiental

    transferida para unidades descentralizadas do Sistema Estadual do Meio Ambiente e

    Recursos Hdricos SISEMA, passando a atuar com nfase nas estratgias de

    busca de melhoria de qualidade ambiental e sustentabilidade do Estado, no mbito

    da Agenda Marrom. Nesse contexto a FEAM busca contratar servios tcnicos

    especializados para apoiar o desenvolvimento de novos temas com foco na

    formulao de diretivas e normativas legais para fortalecimento da poltica ambiental

    do Estado.

    Desenvolve-se no estado de Minas Gerais o Programa "Minas sem Lixes",

    implantado em 2003 pela Fundao Estadual de Meio Ambiente, como uma das

    aes do Projeto Estruturador "Resduos Slidos" do Estado e vem apresentando

    resultados expressivos desde sua criao, colocando Minas Gerais acima da mdia

    nacional na disposio adequada de resduos slidos urbanos.

    O Projeto "Resduo Energia", em desenvolvimento pela FEAM, realizado

    tambm no mbito do Projeto Estruturador Resduos Slidos e pretende colaborar

    para a soluo dos problemas gerados pelos resduos slidos em Minas Gerais.

    Assim, j foram iniciadas as pesquisas para subsidiar polticas de incentivo

    construo de usinas trmicas a lixo, co-processamento de resduos em fornos de

    cimento e aproveitamento do gs metano em aterros sanitrios, alm de solues

    regionais e de incluso social, priorizando as associaes de catadores para o

    processo prvio de triagem e reciclagem. Dentro deste programa existem trs

    estudos em andamento:

    captao de gs de aterro;

    biodigesto anaerbia com obteno de gs para gerao de energia

    eltrica;

  • implantao de Usina de tratamento trmico de resduos slidos urbanos

    por combusto para fins de gerao de energia eltrica.

    Para avaliar a alternativa de destinao final dos resduos para destruio

    trmica em uma usina de tratamento trmico de resduos slidos urbanos por

    combusto para fins de gerao de energia eltrica, a FEAM contratou servios de

    consultoria especializada para desenvolver um Estudo do estado da arte e anlise

    de viabilidade tcnica, econmica e ambiental da implantao de uma usina de

    tratamento trmico de resduos slidos urbanos com gerao de energia eltrica em

    um municpio ou conjunto de municpios no estado de Minas Gerais. Esse Estudo

    foi dividido em trs etapas:

    Relatrio 1 - Estado da arte do tratamento trmico de resduos slidos

    urbanos com gerao de energia eltrica;

    Relatrio 2 - Avaliao tcnica, econmica e ambiental da implantao

    de uma usina de tratamento trmico de resduos slidos urbanos em

    Minas Gerais;

    Relatrio 3 - Estudo prospectivo das alternativas governamentais,

    nacionais e internacionais, voltadas ao financiamento de plantas de

    gerao de energia eltrica a partir de resduos slidos urbanos.

    Existem paradigmas a serem vencidos. A combusto de RSU vista por

    muitos como nociva sade humana e prejudicial ao meio ambiente porm, devido

    ao nvel de desenvolvimento tecnolgico eficientes sistemas de controle de

    emisso de gases, somados vigncia de legislaes com parmetros rgidos - hoje

    essa tcnica considerada uma alternativa ambientalmente segura e

    economicamente vivel para o tratamento de resduos urbanos.

    O presente relatrio Relatrio 1 - Estado da arte do tratamento trmico de

    resduos slidos urbanos com gerao de energia eltrica faz uma avaliao

    global de processos trmicos de tratamento de resduos slidos urbanos, definindo

    as melhores tecnologias a serem avaliadas e apresenta os critrios e os resultados

    da seleo da rea e do conjunto de municpios que sero objeto do estudo de

    viabilidade tcnica e econmica.

  • Nesse Relatrio foram avaliados os mtodos alternativos de disposio de

    resduos com recuperao de energia. O tratamento trmico com queima direta dos

    resduos, tal como so gerados (mass burn) foi a alternativa tecnolgica

    selecionada.

    Foram analisadas as emisses gasosas devido ao processo de combusto.

    Essas emisses so constitudas por substncias em concentraes muito acima

    das permitidas pela legislao, por este motivo essas plantas requerem um

    tratamento fsico-qumico avanado para neutralizar os poluentes gerados.

    O estudo dos sistemas de controle de emisses atmosfricas foi desenvolvido

    com base nos padres de qualidade do ar dados pela Resoluo CONAMA n 3, de

    28 de junho de 1990, e pela Deliberao Normativa COPAM n 11, de 16 de

    dezembro de 1986, do estado de Minas Gerais. Tanto esta Normativa, como a

    CONAMA n 382, definem padres de emisso especficos para algumas fontes de

    poluio, porm no definem padres especficos para o tratamento trmico de

    resduos. A Resoluo CONAMA n 316, de 29 de outubro de 2002, dispe sobre

    procedimentos e critrios para o funcionamento de sistemas de tratamento trmico

    de resduos, incluindo os resduos de origem urbana.

    Em uma segunda etapa, foram selecionadas as tecnologia de combusto de

    resduos slidos urbanos consagradas no mercado internacional:

    - CNIM;

    - Von Roll Inova;

    - Martin;

    - Processo SYNCOM;

    - Energy Products of Idaho;

    - Foster Wheeler.

    Mesmo no sendo uma tecnologia consolidada, e por se tratar de tecnologia

    nacional, foi tambm analisada a tecnologia USINAVERDE.

  • Esta etapa chegou concluso que entre os processos de queima com

    recuperao de energia de resduos slidos urbanos tipo mass burn, a escolha da

    alternativa tecnolgica vai depender do conjunto de informaes do cenrio final da

    Usina, incluindo as caractersticas finais do resduo a ser tratado termicamente, seu

    condicionamento na origem, a forma de coleta, o sistema de triagem, a classificao

    e outras formas de tratamentos intermedirios, o porte da Usina e o seu nmero de

    mdulos, assim como do uso final da energia a ser gerada e da eficincia e custo

    global das instalaes.

    Como etapa final deste relatrio foi efetuada a seleo da regio de Minas

    Gerais que serviu como base para as prximas etapas do Estudo.

    Para tal, em uma primeira etapa, baseando-se em critrios estabelecidos,

    considerados meios sociais, fsicos e biticos, foram pr-selecionadas 4 (quatro)

    regies para instalao da planta da Usina, centradas nas cidades de Montes

    Claros, Ub, Trs Coraes e Governador Valadares.

    Como concluso, utilizando-se critrios especficos, a melhor regio de

    implantao da usina foi considerada a regio do Sul de Minas Gerais, entorno da

    cidade de Trs Coraes.

    Em sequncia ao estudo, foi feita consulta formal aos fornecedores

    detentores de tecnologias de tratamento trmico de resduos slidos urbanos com

    gerao de energia eltrica em andamento. O resultado dessa consulta

    apresentado no Relatrio 2.

  • LISTA DE SIGLAS

    APP rea de Preservao Permanente

    CCREM Canadian Council of Resource and Environment Ministers

    CDR Combustvel Derivado de Resduo

    CEE Comunidade Econmica Europia

    CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

    COPAM Conselho Estadual de Poltica Ambiental

    (estado de Minas Gerais)

    CPA Controle de Poluio do Ar

    DA Digesto Anaerbia

    ECP Equipamento de Controle de Poluio

    EDR Energia Derivada dos Resduos

    EIA Estudo de Impacto Ambiental

    EUA Estados Unidos da Amrica

    FEAM Fundao Estadual do Meio Ambiente

    (estado de Minas Gerais)

    FMC Fumaa

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    ICMS Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios

    IDH ndice de Desenvolvimento Humano

    IDT Ingesto Diria Tolervel

  • IVIG Instituto Virtual Internacional de Mudanas Globais

    LF Leito Fluidizado

    LO Licena de Operao

    MAA Mdia Aritmtica Anual

    MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

    MGA Mdia Geomtrica Anual

    MP Material Particulado

    OMS Organizao Mundial da Sade

    PCI Poder Calorfico Inferior

    PCS Poder Calorfico Superior

    PTS Partculas Totais em Suspenso

    RIMA Relatrio de Impacto Ambiental

    RSU Resduos Slidos Urbanos

    SCPA Sistemas de Controle de Poluio do Ar

    SCR Reduo Cataltica Seletiva

    SISEMA Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hdricos

    (estado de Minas Gerais)

    SMC Sistemas de Monitoramento Contnuo

    SNCR Reduo Cataltica No Seletiva

    US/EPA Agncia de Proteo Ambiental Americana

    UTC Unidade de Triagem e Compostagem

    WTE Waste to Energy

  • LISTA DE SMBOLOS

    g Micrograma

    Ca(OH)2 Cal hidratada

    CaO Cal

    Cd Cdmio

    CO Monxido de Carbono

    CO2 Dixido de Carbono

    Cr Cromo

    DENOX Denitrificao

    h Hora

    hab. Habitante

    HC Hidrocarbonetos

    HCl cido Clordrico

    HF cido Fluordrico

    Hg Mercrio

    kcal Quilocaloria

    kg Quilograma

    V Volt

    L Calor Latente de Vaporizao

    m Metro

    m Metro cbico

  • mg Miligrama

    MJ Mega Joule

    MP10 Partculas Inalveis

    MW Mega Watt

    MWh Mega Watt hora

    N2 Nitrognio

    NaHCO3 Bicarbonato de Sdio

    ng Nanograma

    NH4OH Amnia aquosa

    Nm Normal metro cbico

    NO2 Dixido de Nitrognio

    NOX xidos de Nitrognio

    O2 Oxignio

    C Graus Celsius

    PAH Hidrocarbonetos poliaromticos

    Pb Chumbo

    pg Picograma

    SO2 Dixido de Enxofre

    t Tonelada

    tep Tonelada equivalente petrleo

    TEQ Equivalncia Txica

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Planta do tratamento trmico ...................................................................................................9

    Figura 2 - Fluxograma das operaes para a combusto em grelha ................................................... 11

    Figura 3 - Resduo transformado em CDR ........................................................................................... 15

    Figura 4 - Processo de obteno do CDR ............................................................................................ 15

    Figura 5 - Fluxograma esquemtico de gaseificao ........................................................................... 19

    Figura 6 - Processo Seco (Dry Process) ............................................................................................... 29

    Figura 7 - Processo Semimido ............................................................................................................ 30

    Figura 8 - Processo mido .................................................................................................................... 31

    Figura 9 - Processo SCR Reduo Cataltica Seletiva ...................................................................... 33

    Figura 10 - Processo SNCR Reduo Cataltica No Seletiva .......................................................... 33

    Figura 11 - Fluxograma de processo USINAVERDE ............................................................................ 57

    Figura 12 - Vista Geral da USINAVERDE ............................................................................................. 59

    Figura 13 - Prdio de Pr-Tratamento .................................................................................................. 59

    Figura 14 - rea de Recepo dos Resduos ....................................................................................... 60

    Figura 15 - Esteira de Reciclveis......................................................................................................... 60

    Figura 16 - Forno de Combusto .......................................................................................................... 61

    Figura 17 - Caldeira de Recuperao ................................................................................................... 61

    Figura 18 - Caldeira e Casa do Turbogerador ...................................................................................... 62

    Figura 19 - Sistema de Lavagem de Gases .......................................................................................... 62

    Figura 20 - Decantador e Torre de Refrigerao .................................................................................. 63

    Figura 21 - rea Industrial ..................................................................................................................... 63

    Figura 22 - Vista Geral da Usina LIPOR II ............................................................................................ 64

    Figura 23 - Processo da Usina LIPOR II ............................................................................................... 65

    Figura 24 - Processo da Usina LIPOR II ............................................................................................... 66

    Figura 25 - Usina LIPOR II Portugal .................................................................................................. 68

    Figura 26 - Usina LIPOR II - Portugal ................................................................................................... 68

    Figura 27 - Centro de Triagem .............................................................................................................. 69

    Figura 28 - Centro de Triagem .............................................................................................................. 69

    Figura 29 - Plantas de Incinerao Von Roll Inova no mundo .............................................................. 70

    Figura 30 - Processo Von Roll Inova .................................................................................................... 71

    Figura 31 - Processo de queima em grelhas ........................................................................................ 72

    Figura 32 - Processo de queima em forno rotativo ............................................................................... 72

    Figura 33 - Processo de reduo de xidos de nitrognio ................................................................... 73

    Figura 34 - Processo de tratamento de dioxinas e furanos .................................................................. 74

    Figura 35 - Processo de tratamento para gases cidos e metais pesados .......................................... 74

    Figura 36 - Processo de tratamento dos resduos de combusto ........................................................ 75

  • Figura 37 - Usina WTE Riverside Resource Recovery Ltd (RRRL) Londres (em construo) ......... 76

    Figura 38 - Usina East Liverpool - USA ................................................................................................ 76

    Figura 39 - Sistema de Processo Semisseco ....................................................................................... 77

    Figura 40 - Sistema SNCR e SCR ........................................................................................................ 77

    Figura 41 - Sistema de Processo Cataltico .......................................................................................... 78

    Figura 42 - Tratamento final dos resduos de processo ....................................................................... 78

    Figura 43 - Descarregamento dos resduos no fosso ........................................................................... 80

    Figura 44 - Funil .................................................................................................................................... 80

    Figura 45 - Sistema de alimentao ..................................................................................................... 81

    Figura 46 - Grelha de Ao Reversa..................................................................................................... 82

    Figura 47 - Grelha Horizontal ................................................................................................................ 82

    Figura 48 - SITY2000 ............................................................................................................................ 83

    Figura 49 - Movimento da Grelha Martin .............................................................................................. 83

    Figura 50 - Injeo de ar numa grelha de seis zonas ........................................................................... 84

    Figura 51 - Mdulo da Grelha de Ao Reversa ................................................................................... 85

    Figura 52 - Movimento da Grelha Horizontal ........................................................................................ 85

    Figura 53 - Configurao de Grelha Horizontal .................................................................................... 86

    Figura 54 - Geometria de forno ............................................................................................................. 87

    Figura 55 - Sistema de queima com recirculao dos gases de combusto ....................................... 88

    Figura 56 - Sistema SYNCOM .............................................................................................................. 88

    Figura 57 - Processo SNCR .................................................................................................................. 90

    Figura 58 - Limpeza dos gases de combusto ..................................................................................... 90

    Figura 59 - Usina em Amsterd, Holanda ............................................................................................. 91

    Figura 60 - Usina na Alemanha ............................................................................................................. 91

    Figura 61 - Usina na Itlia ..................................................................................................................... 92

    Figura 62 - Usina em Milo, Itlia .......................................................................................................... 92

    Figura 63 - Grelha de Ao Reversa..................................................................................................... 93

    Figura 64 - Grelha Horizontal ................................................................................................................ 93

    Figura 65 - Sistema de recirculao de gases ...................................................................................... 94

    Figura 66 - Sistema completo de combusto em leito fluidizado .......................................................... 95

    Figura 67 - Combusto em leito fluidizado, coluna inteira e detalhe inferior ........................................ 96

    Figura 68 - Caldeira com leito fluidizado ............................................................................................... 98

    Figura 69 - Gaseificao em leito fluidizado ......................................................................................... 99

    Figura 70 - Usina em Spokane, Washington, EUA ............................................................................. 100

    Figura 71 - Usina em Madera, Califrnia, EUA ................................................................................... 100

    Figura 72 - Usina em Brevard, Carolina do Norte, EUA ..................................................................... 101

    Figura 73 - Usina em Brevard, Carolina do Norte, EUA ..................................................................... 101

    Figura 74 - Usina em Lacrosse, Wisconsin, EUA ............................................................................... 102

    Figura 75 - Usina em Ravena, Itlia .................................................................................................... 102

    Figura 76 - Usina na Pensilvnia, EUA ............................................................................................... 103

  • Figura 77 - Resduo final inerte ........................................................................................................... 103

    Figura 78 - Fosso para despejo dos detritos slidos urbanos ............................................................ 104

    Figura 79 - Triturador capaz de processar qualquer tipo de resduo .................................................. 104

    Figura 80 - Representao do processo de combusto em leito fluidizado circulante ...................... 106

    Figura 81 - Representao do processo de gaseificao em leito fluidizado circulante .................... 108

    Figura 82 - Planta Lomellina Energia em Parona, Itlia ..................................................................... 108

    Figura 83 - Usina Norrsundet, Finlndia ............................................................................................ 109

    Figura 84 - Usina Portucel, Portugal ................................................................................................... 109

    Figura 85 - Usina Lahti, Finlndia ....................................................................................................... 110

    Figura 86 - Usina Electrabel, Blgica .................................................................................................. 110

    Figura 87 - Usina Corenso, Finlndia ................................................................................................. 111

    Figura 88 - Mapa da regio de Trs Coraes ................................................................................... 127

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Emisses da Usina RIFIUTI SILL 2, Milo/Itlia .....................................................................5

    Tabela 2 - Padres nacionais de qualidade do ar e critrios para episdios agudos .......................... 39

    Tabela 3 - Destino dos resduos em alguns pases .............................................................................. 53

    Tabela 4 - Percentual de resduos ........................................................................................................ 55

    Tabela 5 - Critrios para a seleo da regio ..................................................................................... 117

    Tabela 6 - Sedes municipais e Populao urbana.............................................................................. 122

    Tabela 7 - Disposio final de resduos slidos urbanos .................................................................... 123

    Tabela 8 - Porcentagem da populao com ICMS Ecolgico ............................................................ 123

    Tabela 9 - Condies socioeconmicas ............................................................................................. 124

    Tabela 10 - Municpios x Coleta de Lixo ............................................................................................. 124

    Tabela 11 - Custo e distancia mdia de coleta de RSU ..................................................................... 125

    Tabela 12 - Consrcios Intermunicipais nas regies em estudo ........................................................ 125

    Tabela 13 - Pontuao para a ponderao comparativa .................................................................... 126

    Tabela 14 - Consolidao dos critrios ............................................................................................... 126

    Tabela 15 - Comparativo das cidades para implantao da Usina .................................................... 128

    Tabela 16 - Porcentagem de matria orgnica nos resduos slidos urbanos ................................... 129

    Tabela 17 - Porcentagem de matria orgnica nos resduos slidos urbanos no Brasil.................... 130

    Tabela 18 - Porcentagem (em peso mido) de matria orgnica nos resduos slidos urbanos no

    estado de Minas Gerais ...................................................................................................................... 131

    Tabela 19 - Composio gravimtrica dos resduos slidos no Sul de Minas Gerais ........................ 132

    Tabela 20 - Poder Calorfico Inferior e Capacidade das usinas na Europa e Elk-River (EUA) .......... 133

    Tabela 21 - Poder Calorfico, Teor de cinzas e Umidade dos RSU .................................................... 135

    Tabela 22 - Poder Calorfico Inferior e Superior dos RSU de Minas Gerais ...................................... 136

  • SUMRIO

    1 OBJETIVO ............................................................................................................ 1

    2 INTRODUO ...................................................................................................... 2

    3 ALTERNATIVAS TECNOLGICAS .................................................................... 6

    3.1 Gerenciamento de resduos e gerao de energia ........................................ 7

    3.1.1 Recuperao de gs de aterros ..................................................................... 7

    3.1.2 Digesto anaerbia ......................................................................................... 8

    3.1.3 Tratamento trmico ........................................................................................ 8

    3.1.3.1 Combusto em grelha .................................................................................. 10

    3.1.3.2 Combusto em leito fluidizado ...................................................................... 12

    3.1.3.3 CDR - Combustvel Derivado de Resduo .................................................... 14

    3.1.3.4 Gaseificao e Pirlise ................................................................................. 16

    3.1.3.5 Tecnologia Arco de Plasma .......................................................................... 17

    3.2 Insero do tratamento trmico de resduos slidos urbanos junto ao

    pblico ..................................................................................................................... 20

    3.3 Principais poluentes resultantes do tratamento trmico de RSU .............. 22

    3.3.1 Os perigos das dioxinas ............................................................................... 23

    3.3.2 Efeitos sobre a sade ................................................................................... 24

    3.3.3 Exposio ..................................................................................................... 24

    3.4 Sistemas de controle de poluio do ar (SCPA) .......................................... 25

    3.4.1 Gases cidos, metais pesados e material particulado .................................. 27

    3.4.1.1 Processo Seco (Dry Process) ....................................................................... 28

    3.4.1.2 Processo Semimido .................................................................................... 29

    3.4.1.3 Processos midos com e sem descarga de gua ........................................ 30

    3.5 Resduos slidos do processo de tratamento trmico ............................... 34

    3.5.1 Destinao e valorizao das cinzas ............................................................ 35

    4 LEGISLAO .................................................................................................... 38

    4.1 Padro para emisses atmosfricas ......................................................... 38

    4.2 Padro para dioxinas ................................................................................. 49

    5 IDENTIFICAO DE TECNOLOGIAS NO BRASIL E NO MUNDO ESCALAS

    INDUSTRIAL OU PILOTO ........................................................................................ 50

    5.1 Tratamento trmico de resduos slidos urbanos no Brasil ....................... 50

  • 5.2 Tecnologias de tratamento trmico no Brasil .............................................. 52

    5.3 Tratamento trmico de resduos slidos urbanos no mundo ..................... 53

    5.4 Tecnologias de tratamento trmico no mundo ............................................ 55

    6 DESCRIO GERAL DOS PRINCIPAIS PROCESSOS ................................... 56

    6.1 USINAVERDE .................................................................................................. 56

    6.2 CNIM ................................................................................................................. 64

    6.3 Von Roll Inova ................................................................................................. 70

    6.4 Martin ............................................................................................................... 79

    6.5 Energy Products of Idaho .............................................................................. 94

    6.6 Foster Wheeler .......................................................................................... 105

    7 COMPARAO E AVALIAO TCNICA E AMBIENTAL DOS PROCESSOS

    IDENTIFICADOS .................................................................................................... 111

    7.1 Presso de fornalha ...................................................................................... 112

    7.2 Temperatura de combusto ......................................................................... 113

    7.3 Velocidade superficial dos gases na caldeira ............................................ 114

    7.4 Preparao dos resduos para o tratamento trmico ................................ 115

    7.5 Concluso...................................................................................................... 115

    8 SELEO DA REGIO DE IMPLANTAO .................................................. 116

    8.1 Critrios ......................................................................................................... 117

    8.2 Pr-seleo de regies ................................................................................. 120

    8.2.1 Regio no entorno da cidade de Montes Claros ......................................... 120

    8.2.2 Regio no entorno da cidade de Ub ......................................................... 120

    8.2.3 Regio no entorno da cidade de Trs Coraes ........................................ 121

    8.2.4 Regio no entorno da cidade de Governador Valadares ............................ 121

    8.3 Seleo da Regio ........................................................................................ 126

    9 COMPOSIO GRAVIMTRICA E PODER CALORFICO DOS RESDUOS

    SLIDOS URBANOS DA REGIO ESCOLHIDA .................................................. 129

    9.1 Composio gravimtrica ............................................................................ 129

    9.2 Poder calorfico ............................................................................................. 133

    10 CONSULTA FORMAL A FORNECEDORES DOS PROCESSOS PR-

    SELECIONADOS .................................................................................................... 136

    ANEXOS ................................................................................................................. 138

  • Anexo A: FEAM Avaliao de regio em Minas Gerais para instalao de

    usina de aproveitamento energtico de resduos slidos UAER , segundo

    critrios da ENGEBIO .......................................................................................... 139

    Anexo B: Request for Proposals-RFP- Rev 3 ..................................................... 265

    REFERNCIAS ....................................................................................................... 273

  • feam engebio 1

    1 OBJETIVO

    A Fundao Estadual do Meio Ambiente FEAM, do estado de Minas Gerais,

    com base na Lei Delegada n. 156, de 25 de janeiro de 2007, regulamentada pelo

    Decreto 44819/2008 teve sua atribuio executiva no licenciamento ambiental

    transferida para unidades descentralizadas do Sistema Estadual do Meio Ambiente e

    Recursos Hdricos SISEMA, passando a atuar com nfase nas estratgias de

    busca de melhoria de qualidade ambiental e sustentabilidade do Estado, no mbito

    da Agenda Marrom, incluindo o tema energia e mudanas climticas. Nesse

    contexto a FEAM busca contratar servios tcnicos especializados para apoiar o

    desenvolvimento de novos temas com foco na formulao de diretivas e normativas

    legais para fortalecimento da poltica ambiental do Estado.

    Conforme divulgado pela FEAM (2008) desenvolve-se no estado de Minas

    Gerais o Programa "Minas sem Lixes", implantado em 2003 pela Fundao

    Estadual de Meio Ambiente, como uma das aes do Projeto Estruturador "Resduos

    Slidos" do Estado e vem apresentando resultados expressivos desde sua criao,

    colocando Minas Gerais acima da mdia nacional na disposio adequada de

    resduos slidos urbanos, atualmente em torno de 30%.

    O Projeto "Resduo Energia", em desenvolvimento pela FEAM, realizado

    tambm no mbito do Projeto Estruturador Resduos Slidos e pretende colaborar

    para a soluo dos problemas gerados pelos resduos slidos em Minas Gerais.

    Assim, j foram iniciadas as pesquisas para subsidiar polticas de incentivo

    construo de usinas trmicas a lixo, co-processamento de resduos em fornos de

    cimento e aproveitamento do gs metano em aterros sanitrios, alm de solues

    regionais e de incluso social, priorizando as associaes de catadores para o

    processo prvio de triagem e reciclagem.

    O programa Minas sem lixes tem como meta a ser atingida at o ano de

    2011 a diminuio de 80% do nmero de lixes presentes no estado e a disposio

    adequada de 60% dos resduos slidos urbanos gerados.

    Dentro deste programa existem trs estudos em andamento que visam atingir

    essa meta:

  • feam engebio 2

    captao de gs de aterro;

    biodigesto anaerbia com obteno de gs para gerao de energia

    eltrica;

    implantao de usina de tratamento trmico de resduos slidos urbanos

    (RSU) por combusto para fins de gerao de energia eltrica.

    Os servios objeto deste Estudo visam avaliao da viabilidade da

    implantao de uma usina de tratamento trmico de RSU por combusto para fins

    de gerao de energia eltrica contemplando o agrupamento de municpios em uma

    regio do estado de Minas Gerais.

    Em paralelo ser avaliada a possibilidade de obteno de crditos de

    carbono, o que resultar, alm dos benefcios em termos ambientais, os resultantes

    da gerao complementar de energia, a no disposio desses resduos no meio

    ambiente e a melhoria do resultado econmico e financeiro do empreendimento.

    2 INTRODUO

    Estudos divulgados em vrios pases do chamado Primeiro Mundo revelam

    o alto grau de desinformao quando o assunto a combusto de resduos urbanos.

    Muito frequentemente adjetivam essa tcnica como nociva sade humana e

    prejudicial ao meio ambiente porque tomam por referncia resultados obtidos em

    equipamentos j obsoletos. O atual nvel de desenvolvimento tecnolgico leia-se

    eficientes sistemas de controle de emisso de gases, somados vigncia de

    legislaes com rgidos parmetros , permite hoje considerar a combusto uma

    alternativa ambientalmente segura e economicamente vivel para o tratamento de

    resduos urbanos.

  • feam engebio 3

    No momento presente, a combusto de resduos slidos municipais deve ser

    encarada como uma das formas viveis existentes para a disposio de resduos.

    Dentre os processos de tratamento trmico em alta temperatura, a combusto

    atualmente o mais difundido, com um nmero elevado de unidades em operao

    comercial em todo o mundo, muitas de grande porte.

    Os atuais custos de disposio em aterros tendem a se elevar com o tempo,

    principalmente nas grandes metrpoles brasileiras, o que provavelmente tornar a

    combusto com gerao de energia eltrica ou vapor dgua, em unidades de

    grande porte, uma alternativa economicamente mais atraente que o aterro sanitrio.

    Deve ser sempre lembrado que a disposio em aterros trata-se de um passivo

    ambiental para as geraes futuras.

    Mundialmente j se observa uma forte tendncia nesse sentido. Pases com

    pequena disponibilidade de rea adequada para a construo de novos aterros, a

    exemplo do Japo, Sua e Cingapura, no somente exibem um grande nmero de

    incineradores em operao, mas tm apresentado uma tendncia de crescimento

    desta forma de disposio dos RSU ao longo dos anos.

    Isso tem ocorrido devido incorporao, s novas unidades, de sistemas de

    recuperao de energia e de tratamento de gases de combusto eficientes,

    tornando-os mais interessantes do ponto de vista econmico e mais seguros do

    ponto de vista ambiental. importante notar que, mantidas as condies

    operacionais do incinerador em determinados valores de temperatura e

    concentrao de oxignio nos gases, os teores de compostos orgnicos volteis so

    minimizados e a formao das dioxinas e dos furanos fortemente inibida, mesmo

    com a presena de materiais que favoream a sua formao.

    Em diversos pases a combusto com gerao de energia prevalece sobre a

    disposio em aterros e reciclagem, alcanando ndices bastante significativos: o

    Japo incinera 72% dos resduos slidos municipais gerados; Blgica, 25%; Sua,

    59%; Dinamarca, 90%; Frana, 42% e Alemanha, 36% (CEMPRE, 2002, apud

    CAIXETA, 2005).

    Atualmente, h mais de 1.700 incineradores instalados no mundo que, a partir

    da queima em altssimas temperaturas dos RSU, geram energia eltrica ou vapor

  • feam engebio 4

    dgua. Esses dois produtos so hoje obtidos, na sua maioria, em incineradores com

    combusto em grelha. Essas instalaes so sempre construdas nas proximidades

    dos plos consumidores de vapor para aquecimento ou de redes de distribuio de

    energia eltrica.

    Uma usina com incineradores de grelha normalmente composta de dois a

    trs equipamentos de combusto operando em paralelo, cada um com capacidade

    variando de 50 a 1000 toneladas de resduos por dia. Os gases cidos de

    combusto, material particulado, dioxinas, furanos e metais pesados, eventualmente

    presentes, so removidos por sistemas de limpeza apresentando ndices de

    eficincia bastante elevados.

    Um relatrio divulgado em junho de 2003, pela Agncia de Proteo

    Ambiental da Inglaterra, concluiu que o tratamento trmico de resduos slidos

    urbanos (RSU) encerra baixssimos riscos sade da populao, bem como ao

    meio ambiente, vizinhos s instalaes desta natureza.

    Suas emisses mais nocivas, as dioxinas e furanos, tm suas concentraes

    mantidas em nveis baixssimos como resultado da operao de eficientes sistemas

    de limpeza de gases presentes nas plantas de tratamento trmico.

    Nessa direo seguem estudos similares realizados por agncias de proteo

    ambiental de outros pases, a exemplo da ustria, Alemanha e Dinamarca. Todas

    concluram que a incinerao de embalagens plsticas foi a soluo mais

    econmica, ambientalmente segura e apta para o alcance das metas de

    implementao do desenvolvimento sustentvel acordadas pelos pases integrantes

    da Unio Europia, resultando na atualidade em reciclagem de 22,5% de todas as

    embalagens plsticas ps-consumo.

    importante ressaltar que o tratamento trmico de resduos slidos para

    gerao de energia eltrica tambm contribui para a reduo das emisses globais

    de gs carbnico. As tecnologias de limpeza de gases hoje presentes nos

    incineradores permitem atingir padres de emisso abaixo dos exigidos pelas

    legislaes mais restritivas e, contrariamente ao conceito geral existente, o

    tratamento trmico pode apresentar vantagens, em termos ambientais, em relao a

    outros meios de disposio, a exemplo de aterros.

  • feam engebio 5

    Neste ltimo, a matria orgnica presente no resduo, ao ser decomposta,

    libera gs metano que, se no queimado, tem um potencial 21 vezes maior que o

    gs carbnico em relao ao efeito estufa, alm de emitir outros gases orgnicos

    que contribuem para a formao de compostos poluentes atmosfricos, bem como

    efluentes lquidos, especialmente o chorume, que pode contaminar os lenis

    freticos.

    Com o atendimento aos padres da legislao brasileira vigente, no h mais

    motivos para se associar sistemas de incinerao/tratamento trmico com problemas

    de poluio atmosfrica. A ttulo de exemplificao, a Tabela 1 ilustra as emisses

    da usina de tratamento trmico de resduos slidos urbanos RIFIUTI SILL 2, operada

    pela AMSA na cidade de Milo, Itlia.

    Tabela 1 - Emisses da Usina RIFIUTI SILL 2, Milo/Itlia

    Parmetro* Unidade de Medida Limite Legal

    Mdia Anual

    cido Clordrico mg/Nm3 10 5,8

    Monxido de Carbono mg/Nm3 50 6,4

    xidos de Nitrognio (NOx) mg/Nm3 200 126,8

    Amnia & Derivados mg/Nm3 10 4,3

    xidos de Enxofre mg/Nm3 100 1,07

    Hidrocarbonetos Totais (VOC) mg/Nm3 10 0,28

    Particulados mg/Nm3 10 0,09

    Mercrio mg/Nm3 0,05 0,0024

    *Parmetros controlados pelo Sistema de Monitoramento de Emisses. Ano 2007 / Valores Mdios de Emisses Atmosfricas

    Fonte: Martin Gmbh (2009)

  • feam engebio 6

    3 ALTERNATIVAS TECNOLGICAS

    As usinas de tratamento trmico de resduos slidos urbanos com gerao de

    energia eltrica podem reduzir o volume de resduo municipal em aproximadamente

    80%. A qualidade da queima do resduo depende naturalmente do poder calorfico

    do combustvel, neste caso, do poder calorfico dos resduos slidos municipais, e

    dos parmetros de combusto. A energia gerada pela combusto dos resduos

    slidos utilizada para alimentar turbinas para a gerao de eletricidade.

    Dempsey e Oppelt (1987) dividem um sistema de incinerao de resduos

    perigosos em quatro subsistemas: 1) preparao e alimentao do resduo; 2)

    cmara(s) de combusto; 3) controle dos poluentes atmosfricos e 4) manuseio das

    cinzas/resduos. A seleo da combinao e os arranjos apropriados para cada

    usina iro depender das propriedades fsicas e qumicas dos resduos a serem

    incinerados. Essa configurao de usinas composta pelos quatro subsistemas

    tambm se aplica s unidades que utilizam os resduos slidos urbanos no

    processo.

    Usualmente os resduos so queimados em uma grelha (queima em massa)

    em plantas com capacidade que varia de 8 a 30 toneladas de resduos por hora.

    Essas plantas possuem potncia instalada entre 20 e 80 MW.

    Mais recentemente novas tecnologias utilizam combusto em leito fluidizado

    circulante. So plantas de maior capacidade e podem alcanar potncia instalada

    superior a 50 MW.

    As plantas de tratamento trmico exigem um rigoroso controle do processo de

    combusto, pois o combustvel pode ter grandes variaes em suas propriedades

    como poder calorfico, umidade, composio e peso especfico. Devido ao fato de

    no ser conhecida a exata composio dos resduos slidos urbanos e de existir

    uma rigorosa legislao referente s emisses atmosfricas, as plantas de

    tratamento trmico de resduos possuem sofisticados dispositivos de limpeza de

    gases e controle de emisses.

  • feam engebio 7

    3.1 Gerenciamento de resduos e gerao de energia

    Juntamente com a reciclagem e a compostagem, o reaproveitamento da

    energia derivada dos resduos (EDR) tem um papel importante no gerenciamento de

    resduos e na recuperao de recursos.

    As principais vantagens da recuperao da energia so:

    reduo do volume de resduos;

    gerao de resduos inertes;

    benefcios financeiros obtidos a partir dos resduos;

    desvio do fluxo de resduos biodegradveis;

    um modo prtico de gerenciar os aumentos na gerao de resduos.

    No mercado existem diferentes alternativas tecnolgicas para a gerao de

    energia por meio da utilizao dos resduos slidos urbanos (RSU), estas esto

    descritas a seguir.

    3.1.1 Recuperao de gs de aterros

    O gs de aterro produzido pela decomposio de resduos orgnicos em

    condies anaerbias no local do aterro. Normalmente, o gs de aterro composto

    por 55 por cento de metano, 40 por cento de dixido de carbono e pequenas

    quantidades de nitrognio, hidrognio e gua. Esses gases podem ser coletados

    atravs de uma rede de dutos horizontais e poos, que so instalados anteriormente

    e durante a disposio dos resduos no local do aterro. Os benefcios do

    aproveitamento do gs de aterro como fonte energtica foram soluo para o

  • feam engebio 8

    problema dos vazamentos de gs nos aterros, que freqentemente ofereciam risco

    de exploses. Como o metano um dos gases responsveis pelo aumento do efeito

    estufa, o seu uso como fonte de energia traz o benefcio adicional de ajudar a

    reduzir o seu potencial de aumentar o aquecimento global.

    3.1.2 Digesto anaerbia

    Os resduos orgnicos podem ser fracionados por meio da digesto anaerbia

    (DA) e o gs metano produzido pode ser recuperado. A decomposio anaerbia

    vem sendo utilizada extensivamente para o tratamento dos resduos agrcolas e

    provenientes de esgotos. O seu uso no tratamento de RSU, normalmente nos

    resduos de esgoto, produz um combustvel que pode ser utilizado - como o caso

    do gs de aterro - para alimentar os incineradores, na gerao de eletricidade ou,

    aps ser purificado, para ser adicionado ao suprimento de gs. Uma grande

    vantagem da digesto anaerbia que todo o gs produzido pode ser coletado e

    utilizado, ao contrrio do gs de aterro, cuja eficincia na coleta relativamente

    baixa (50 por cento ou menos). A digesto anaerbia tambm produz um resduo

    slido ou "digestato", que pode ser tratado e usado como fertilizante.

    3.1.3 Tratamento trmico

    O processo de tratamento trmico est esquematizado na Figura 1, a seguir.

    Em plantas de tratamento trmico, o lixo descarregado no silo da usina (1)

    de onde tomado por agarradores mecnicos e jogado em moegas (2). Das moegas

    o lixo empurrado gradualmente para o interior do incinerador (3) que opera em

    temperaturas que costumam variar entre 750 e 1000 graus Celsius.

  • feam engebio 9

    O calor produzido pela queima do lixo utilizado em caldeiras (4) e o vapor

    gerado nestas conduzido por tubulaes para um sistema de turbina e gerador,

    para a produo de energia eltrica.

    Fonte: National Energy Education Development Project, Museum of Solid Waste , Sept/2006

    Figura 1 - Planta do tratamento trmico

    Depois de o resduo slido urbano ser incinerado resta sobre as grelhas as

    cinzas mais pesadas, que so drenadas para sistemas coletores situados abaixo das

    grelhas (5), passando aps por separadores eletromagnticos que promovem a

    extrao de metais para reciclagem. Os gases de combusto contendo

    contaminantes slidos e gasosos passam atravs de sistema de lavagem (6) para o

    tratamento e remoo de poluentes cidos como o SO2 e tambm dioxinas. Os

    gases passam ento por filtros para reteno de partculas finas (poeiras) (7) e so

    lanados ao meio ambiente atravs da chamin (8).

    Existem quatro rotas tecnolgicas principais para o tratamento trmico de

    resduos slidos urbanos e uma nova rota tecnolgica: a tecnologia arco de plasma,

    que se encontra em estudo e ainda pouco difundida no mercado devido ao seu

    alto custo. Um resumo de cada tecnologia descrito a seguir.

    Para o Turbogerador

  • feam engebio 10

    3.1.3.1 Combusto em grelha

    A tcnica convencional de combusto de resduos, chamada de tratamento

    trmico em massa, envolve a queima dos resduos medida que eles vo sendo

    enviados, aps a retirada dos itens pesados. Normalmente feita a mistura dos

    resduos para ajudar a queima. No passado, as instalaes para incinerao eram

    projetadas com o nico objetivo de processar os resduos, mas as instalaes atuais

    so de um modo geral, projetadas para recuperar a energia dos resduos na forma

    de vapor, gua quente ou eletricidade, sendo comum na Europa sua utilizao em

    sistemas de aquecimento distrital.

    A queima em grelhas certamente a forma mais simples e comum de

    tratamento trmico. A rigor pode-se dividir este mtodo de tratamento trmico em

    dois conceitos principais: (i) a queima massiva (MASS BURN) e (ii) queima de no

    reciclveis. Na primeira alternativa, o resduo slido urbano bruto misturado sem

    operao de triagem para retirada de materiais reciclveis (ex: plsticos, madeira e

    papel). A energia presente nos RSU recuperada dos gases de combusto em alta

    temperatura. Cerca de 100.000 toneladas/ano de resduo slido urbano so

    suficientes para garantir uma gerao mdia de at 7 MWh, dependendo do poder

    calorfico do resduo incinerado, suficiente para atender cerca de 10.000 domiclios

    de padro Classe Mdia.

    Na segunda alternativa, o resduo slido urbano passa por etapas de triagem

    e separao de reciclveis, restando apenas os resduos orgnicos midos e

    materiais no aproveitveis para serem incinerados. Neste caso, o resduo slido

    urbano incinerado apresenta poder calorfico mais baixo e seu rendimento para

    gerao de energia reduz-se consideravelmente.

    Um fluxograma simplificado do processo de combusto em grelha pode ser

    ilustrado na Figura 2.

    Durante o deslocamento dos resduos na grelha o material vai se aquecendo

    e passa por secagem, perda de compostos orgnicos volteis, combusto do

    resduo carbonoso e sai da cmara de combusto com uma pequena quantidade de

    material orgnico. Cerca de 60% do ar de combusto introduzido por baixo da

  • feam engebio 11

    grelha e o restante entra sobre o material depositado na grelha. O ar injetado por

    baixo da grelha (pr-aquecido) tem a funo de resfriar e auxiliar na secagem e

    combusto dos resduos. O ar introduzido sobre a grelha tem alta velocidade para

    criar uma regio de elevada turbulncia e promover sua mistura com os gases e

    vapores gerados durante a combusto.

    Fonte: Elaborao Engebio

    Figura 2 - Fluxograma das operaes para a combusto em grelha

    A temperatura recomendada cerca de 1200 C, temperatura na qual so

    decompostos a maior parte dos compostos orgnicos a gs carbnico e gua.

    Na combusto tambm possvel formar gases corrosivos (cido clordrico,

    outros compostos de cloro, etc.) por isso as tubulaes metlicas prximas s

    grelhas devem ser revestidas com material refratrio e a temperatura no deve ser

    maior que 420 C.

    Os gases da combusto, que saem numa temperatura de aproximadamente

    250 C so enviados para os sistemas de tratamento de gases para remoo dos

    gases cidos, material particulado, dioxinas, furanos e eventuais metais pesados.

    Ao fim da grelha a frao orgnica deve estar quase totalmente consumida

    restando apenas uma frao inorgnica, a cinza de fundo. As cinzas so apagadas

    em um tanque com gua e desaguadas.

    Resduo

    Pesagem

    Fosso

    Revolvimento

    Homogeneizao da

    carga (pontes rolantes).

    Silo

    Material descarregado

    para dentro da cmara de

    combusto.

    Grelha Inclinada

    Desloca resduo atravs da cmara

    de combusto (exposio s altas

    temperaturas.)

    Combusto

    Resduo sai com

    pequena quantidade

    de material orgnico.

  • feam engebio 12

    O vapor gerado normalmente utilizado para a gerao de energia e, em

    pases de clima frio, para sistemas de aquecimento distrital.

    3.1.3.2 Combusto em leito fluidizado

    A tecnologia de combusto em leito fluidizado baseada em um sistema no

    qual os resduos, adequadamente triturados, so incinerados em suspenso,

    dispersos em leito composto por partculas inertes como areia ou cinzas. Este leito

    mantido em intensa movimentao promovida pelo insuflamento do ar primrio de

    combusto atravs de um distribuidor especialmente dimensionado para este

    processo de queima, situado na base (fundo) da caldeira. O material em suspenso

    comporta-se similarmente a um fluido em ebulio, decorrendo da a denominao

    Leito Fluidizado (LF).

    H diferentes conceitos de combustores de leito fluidizado, por exemplo, os

    de leito circulante e os borbulhantes. Em qualquer dos casos h a necessidade de

    que os resduos a serem incinerados tenham tamanho relativamente uniforme e a

    granulometria do leito de inertes deve ser controlada.

    Em comparao com a queima em grelha, os sistemas de combusto em leito

    fluidizado possibilitam a reduo das emisses de gases, parcialmente devido ao

    prprio processo e, tambm, porque se pode acrescentar cal ou calcrio ao leito

    simultaneamente combusto.

    Como aproximadamente um tero das despesas nas unidades de queima em

    grelha derivado ao sistema de controle de poluio do ar (CPA), torna-se possvel

    economizar j que o os sistemas de leito fluidizado tm menores necessidades

    desses controladores.

    Por outro lado, as usinas de queima em grelha no necessitam do pr-

    processamento dos resduos. Com o desenvolvimento da queima em leito fluidizado

    circulante, as unidades incineradoras aumentaram em porte, resultando em ganhos

  • feam engebio 13

    de escala. Logo, os custos por tonelada de resduos processados, em comparao

    queima em grelhas no chegam a ser acentuadamente diferentes. Porm, para uma

    eficaz aplicao desta tecnologia, antes da operao de tratamento trmico dos

    resduos slidos, materiais componentes no-combustveis so removidos e o

    resduo slido urbano passa por uma operao de triturao tendo em vista prepar-

    lo para a queima. O resduo slido urbano preparado desta forma recebe o nome de

    Combustvel Derivado de Resduo (CDR), que tem poder calorfico superior ao

    resduo slido urbano no tratado.

    Devido ao fato de os sistemas de LF borbulhantes serem tipicamente

    menores, o seu uso torna-se mais apropriado para comunidades de menor porte. A

    necessidade de se processar previamente os resduos para reduzir o seu tamanho e

    torn-los uniformes antes da combusto em uma usina de LF cria a oportunidade de

    maximizar a reciclagem dos materiais. Os metais podem ser separados dos outros

    resduos medida que so triturados, sofrendo reduo de tamanho. Mas, esses

    resduos metlicos devem ser mantidos limpos para que a reciclagem da maioria dos

    outros materiais seja bem sucedida e isto requer uma pr-seleo na fonte para que

    no haja a mistura.

    O incio da operao de um sistema de combusto em leito fluidizado

    promovido por queimadores de leo, situados acima do leito, que o aquecem at

    atingir uma temperatura de 400 C. Neste instante inicia-se a alimentao dos

    resduos slidos que pode ser feita acima ou dentro do leito, a agitao intensa

    distribui os resduos por todo o leito de maneira uniforme.

    As partculas dos resduos slidos entram em contato com a areia, trocando

    calor, o que faz com que o sistema aquea e entre em combusto rapidamente. Ao

    atingir a temperatura de operao (600 C) os queimadores auxiliares so

    desligados e a queima passa a ser sustentada com a alimentao contnua do

    resduo. As cinzas mais pesadas so retiradas por extratores mecnicos situados no

    fundo da caldeira e as cinzas leves so arrastadas e coletadas nos sistemas de

    limpeza de gases.

    Os compostos orgnicos arrastados pelos gases em forma slida ou gasosa

    so queimados na regio superior do leito, conhecida como free-board. Aps o free-

  • feam engebio 14

    board os gases so enviados para o sistema de recuperao de energia e

    tratamento de gases.

    O leito fluidizado permite um pr-tratamento dos gases pela adio de

    calcrio ao leito que reage com boa parte dos gases cidos formados durante a

    combusto formando sais como sulfato de clcio e cloreto de clcio. O pr-

    tratamento alivia o sistema de limpeza de gases, mas no o elimina.

    Apesar destas vantagens tcnicas, o processo de tratamento trmico de

    resduos slidos urbanos por meio de combusto em leito fluidizado ainda no

    alcanou seu pleno desenvolvimento comercial, devido sua maior complexidade

    operativa (requer controles mais sofisticados e operadores mais qualificados). A

    experincia comercial com esta tecnologia para o tratamento trmico de resduos

    slidos urbanos , portanto, limitada e sua performance ainda requer etapas de

    desenvolvimento, para sua plena aceitao e ganho de competitividade. So poucos

    os detentores de tecnologias de tratamento trmico que oferecem a combusto em

    leito fluidizado e h experincias negativas, a exemplo de uma unidade instalada na

    cidade de Berlim que, h poucos anos, acabou sendo fechada por apresentar

    problemas de pouca confiabilidade.

    3.1.3.3 CDR - Combustvel Derivado de Resduo

    A produo de Combustveis Derivados de Resduo (CDR) no um

    processo recente. Esse mtodo foi inicialmente desenvolvido como um meio de

    evitar-se a queima imediata dos RSU e, em vez disso, transform-los em um

    combustvel que pudesse ser transportado e armazenado. A produo de CDR

    possibilita a subseqente converso trmica de resduos combustveis.

    No caso da queima em grelha no h uma grande necessidade de

    classificao ou de processamento dos resduos, entretanto, para a produo de

    CDR aconselhvel que os resduos passem por uma srie de estgios de

    processamento prvio.

  • feam engebio 15

    Em sua forma mais simples, o CDR se apresenta como um material bruto na

    forma de flocos, produzido a partir de RSU de origens diversas que passaram por

    uma srie de estgios de classificao e remoo magntica de materiais ferrosos e

    no ferrosos. Alternativamente, pode haver processos adicionais que transformaro

    o CDR em um combustvel adensado e pelotizado (ou em forma de cubos), como

    pode ser visto na Figura 3, o que facilitar o transporte e a estocagem. A

    transformao dos resduos em CDR bruto ou pelotizado difere da queima em grelha

    convencional por ser feita em dois estgios, onde o primeiro estgio de

    processamento pode ser conduzido de forma independente em relao ao estgio

    de queima. Este ltimo poder acontecer em um local diferente e a qualquer hora.

    Um exemplo de processo de tratamento de RSU para obteno de CDR est

    apresentado na Figura 4.

    Fonte: RMA Publications, 2009.

    Figura 3 - Resduo transformado em CDR

    Fonte: Ministry of the Environment Government of Japan (1998)

    Figura 4 - Processo de obteno do CDR

  • feam engebio 16

    3.1.3.4 Gaseificao e Pirlise

    A gaseificao o processo de reao do carbono com o vapor para produzir

    hidrognio e monxido de carbono. A gaseificao converte uma matria-prima

    slida ou lquida em gs por meio da oxidao parcial, sob a aplicao de calor.

    A pirlise um processo formado por uma srie de reaes complexas,

    iniciadas quando um material aquecido (de 400 a 800 C), na ausncia de

    oxignio, para produzir correntes de vapores condensveis e no condensveis e

    resduos slidos. O calor fraciona a estrutura molecular dos resduos, liberando

    compostos de carbono na forma lquida, slida e gasosa, que podero ser utilizados

    como combustveis.

    Ambas as tecnologias foram primariamente usadas para fontes especficas - e

    geralmente nicas de resduos no misturados, como pneus e plsticos, ou ento

    para se processar os CDR. Entretanto, na Alemanha, uma usina de pirlise vem

    processando resduos municipais desde 1985. Em 1983, na cidade de Gnzburg, na

    Bavria, a empresa municipal de limpeza urbana, utilizando projetos e equipamentos

    da Deutsche Babcock (empresa j extinta) recebeu autorizao para que sua usina

    entrasse em operao. Esta planta est em atividade permanente desde 1985.

    Os resduos triturados so colocados em um tambor rotativo aquecido por

    chamas de gs, onde as temperaturas variam de 400 C a 500 C. O gs passa por

    um separador ciclnico para a remoo das partculas brutas e ento direcionado

    para uma cmara de ps-combusto onde a temperatura de 1200 C. Atualmente,

    a despeito do exemplo citado acima, os sistemas de pirlise e de gaseificao no

    so considerados prprios para processar grandes volumes de RSU no tratados e

    misturados.

  • feam engebio 17

    3.1.3.5 Tecnologia Arco de Plasma

    A tecnologia arco de plasma tambm conhecida como plasma pirlise

    consiste em um processo de decomposio qumica por calor na ausncia de

    oxignio. Esta uma tecnologia dedicada destruio dos resduos que associa as

    altas temperaturas geradas pelo plasma com a pirlise dos resduos.

    As propriedades de um gs sofrem mudanas significativas quando este gs

    submetido a temperaturas muito elevadas. Quando a temperatura de aquecimento

    atinge cerca de 2.000 C as molculas do gs comeam a dissociarem-se em

    estado atmico. Quando atinge 3.000 C os tomos so ionizados devido perda de

    parte dos eltrons. Este gs ionizado chamado de plasma.

    O plasma conhecido como o quarto estado da matria: slido, lquido,

    gasoso e plasma, uma forma especial de material gasoso que conduz eletricidade.

    No estado de plasma o gs atinge temperaturas extremamente elevadas, variando

    de 5.000 C a 50.000 C de acordo com as condies de gerao, tipicamente as

    temperaturas do plasma so da ordem de 15.000 C. O gs sob o estado de plasma

    apresenta boa condutividade eltrica e alta viscosidade quando comparado a um

    gs no estado normal.

    O plasma gerado pela formao de um arco eltrico atravs da passagem

    de corrente entre o ctodo e o nodo. Podem ser utilizadas tanto a corrente contnua

    como a corrente alternada, mas at o momento a predominncia da utilizao de

    corrente contnua. O plasma gerado e controlado em tochas de plasma que

    possuem o mesmo formato dos queimadores utilizados nos fornos.

    A tocha de plasma um dispositivo que transforma energia eltrica em calor

    transportado por um gs. As tochas podem ser de dois tipos: arco no transferido ou

    arco transferido. O arco dito no transferido quando produzido no interior do

    dispositivo de gerao que contem os eletrodos e do qual sai o gs aquecido, pode

    ser de corrente contnua ou corrente alternada. As tochas de arco transferido

    utilizam um eletrodo emissor, estando o receptor do arco localizado fora da tocha,

    podendo ser outro eletrodo ou o material sob aquecimento interligado ao circuito

    atravs de um eletrodo, estas tochas utilizam corrente contnuas. A eficincia de

  • feam engebio 18

    transformao da tocha de plasma da ordem de 85% a 90% da energia eltrica

    utilizada.

    Num processo de queima de resduos slidos urbanos o resduo

    termicamente decomposto em gs combustvel numa fornalha vertical (shaft).

    O resduo slido alimentado na fornalha por meio de um sistema de

    alimentao de cmaras estanques (lock hopper). Ar pr-aquecido, enriquecido ou

    no com oxignio, injetado na base da fornalha para alimentar a combusto de

    parte do material, sob a forma carbonizada neste ponto do equipamento.

    Os gases de queima so conduzidos para um reator de decomposio

    trmica a plasma, onde so totalmente decompostos, tendo ao final como

    constituintes, basicamente, hidrognio e monxido de carbono. A queima do resduo

    acompanhada da vitrificao do material inorgnico no fundo da fornalha. Na

    concepo deste processo nenhuma corrente resultante da queima pode deixar o

    sistema sem ser exposta a elevadas temperaturas, quer seja a escria vitrificada ou

    os gases da decomposio.

    Os gases e os slidos fluem contracorrente atravs da fornalha. A escria

    fundida escoa pela base a cerca de 1450 C enquanto que o gs, inclusive

    hidrocarbonetos e outras substncias orgnicas parcialmente decompostas, sai pelo

    topo da fornalha entre 600 C e 800 C. Este gs misturado com ar aquecido a

    plasma no reator de decomposio, onde completamente destruda a matria

    orgnica remanescente, produzindo um gs combustvel a cerca de 1200 C a 1400

    C. A Figura 5 mostra esquematicamente este processo de gaseificao.

    As principais vantagens do uso de plasma na decomposio trmica de

    substncias so as elevadas temperaturas causam rpida e completa pirlise da

    substncia orgnica, permitindo fundir e vitrificar certos resduos inorgnicos; os

    resduos/produtos vitrificados so similares a um mineral de alta dureza; o processo

    permite redues de volume extremamente elevadas, podendo ser superiores a

    99%.

    O uso de plasma na decomposio trmica de substncias uma tcnica

    dedicada, exigindo um grande investimento; o volume de gases inicialmente gerado

    mais baixo do que na combusto convencional, mas depois da combusto dos

  • feam engebio 19

    gases produzidos, idntico ao de outras formas de incinerao; o sistema no

    dispensa um sofisticado sistema de lavagem de gases, tal como incineradores.

    Fonte: Martin Gmbh (2009)

    Figura 5 - Fluxograma esquemtico de gaseificao

    No que diz respeito produo de dioxinas e furanos, os sistemas esto

    dependentes das tecnologias de recuperao trmica utilizada a jusante, no sendo

    claro que se possa garantir inequivocamente uma vantagem ntida sobre as

    tecnologias de incinerao mais avanadas nem com as tcnicas mais simples de

    gaseificao.

    As tcnicas de incinerao por plasma no parecem ter alcanado grande

    desenvolvimento industrial. Segundo Jonathan Strickland (2008), existem somente

    duas indstrias de plasma comercias que processam RSU e elas esto instaladas no

    Japo.

    A indstria situada no parque industrial Mihama-Mikata comeou a operar em

    2002. Ela pode processar mais de 24 toneladas por dia de RSU e quatro toneladas

    por dia de lodo de tratamento de esgoto. A indstria relativamente pequena e no

    produz gs de sntese para combustvel. Entretanto, ela produz vapor e gua

    quente, que so usados como energia e gerao de calor no parque industrial. A

    indstria usa um sistema de resfriamento a gua para a escria fundida e separa os

  • feam engebio 20

    ndulos de metal para vend-los como sucata. A areia misturada com o concreto

    para ser usada em blocos de pavimentao.

    A outra indstria de gaseificao por plasma fica em Utashinai, Japo.

    Tambm comeou a processar RSU em 2002. O desenho original da aparelhagem

    determinou sua capacidade em torno de 170 toneladas por dia de RSU e de

    resduos automotivos. Hoje o aparelho processa aproximadamente 300 toneladas

    por dia. O aparelho gera mais de 7,9 MWh de eletricidade, enviando

    aproximadamente 4,3 MWh de volta rede eltrica.

    Os mtodos por plasma na prtica esto ganhando importncia na fuso de

    sucata de metais e ligas, alumnio contido nos rejeitos, lamas de eletrodeposio,

    recuperao de metais de catalisadores gastos e cinzas de incinerao, processos

    para tratamento de lquidos orgnicos, inclusive organoclorados.

    No Japo o plasma usado para fundir cinzas de incinerao e

    conseqentemente reduzir o volume descartado; na Frana, cinzas de incinerao e

    asbesto so transformados pela tecnologia de plasma em escria inerte; nos

    Estados Unidos da Amrica, est sendo empregado para recuperar metais de

    catalisadores e tambm vem crescendo em importncia desenvolvimentos para

    destruio de resduos militares e recuperao de zinco metlico de poeiras

    siderrgicas.

    3.2 Insero do tratamento trmico de resduos slidos urbanos junto ao

    pblico

    A exemplo do que ocorre em outros pases, o Governo Ingls est revendo as

    estratgias relativas ao tratamento a ser dado ao Lixo Urbano. Entre as propostas

    em curso est o plano de aumentar a participao do tratamento trmico de

    Resduos Slidos Urbanos, para a reduo de seu lanamento em aterros.

  • feam engebio 21

    Este trabalho revelou que cerca de 9% do Lixo Urbano gerado na Inglaterra

    est sendo hoje incinerado. A regio sudeste a que detm a menor participao do

    tratamento trmico: menor do que 1%. O meio oeste a regio onde mais se pratica

    a incinerao, alcanando cerca de 31% do resduo gerado. A grande maioria do

    Lixo Urbano ainda disposto em aterros, cerca de 72% dos 29,1 milhes de

    toneladas produzidas anualmente.

    Correntes ambientalistas afirmam que o tratamento trmico estimula

    produo de resduo porque as operadoras de incineradores necessitam de

    quantidades mnimas de resduo para a manuteno das plantas em operao. Para

    atender estas demandas, dizem estes, as autoridades locais abandonam os

    programas de reciclagem e de diminuio da produo de RSU.

    O Governo ingls contrape estas afirmativas demonstrando por meio de

    estatsticas que reciclagem e compostagem cresceram de 3,3% para 19% nos

    ltimos anos.

    Sem dvida, a maior preocupao da populao em geral, quando o assunto

    o tratamento trmico de resduos slidos urbanos, fica por conta da poluio

    causada pelas emisses de gases, vapores e poeiras atravs das chamins das

    Unidades de tratamento trmico. Logicamente, a maior preocupao est centrada

    nas emisses de Dioxinas, principalmente pela suspeio de que seriam causadoras

    de cncer.

    Por outro lado, a adoo de legislao mais restritiva pela Unio Europia,

    desde 1996, forou o fechamento de plantas de tratamento trmico mais antigas por

    no terem condies de atender aos novos padres de emisso estabelecidos.

    Mas afinal de contas, quais seriam os benefcios do tratamento trmico de

    resduos slidos urbanos? Perguntaria a populao. Poder-se-ia argumentar que na

    grande maioria das plantas de tratamento trmico o calor gerado utilizado para a

    produo de energia eltrica. Se o resduo no for queimado ento ser, muito

    provavelmente, lanado em algum aterro, o que considerada a menos amigvel

    soluo sob o ponto de vista ambiental.

    Correntes ambientalistas argumentam que embora os incineradores possam

    produzir energia eltrica, no longo prazo estas plantas no economizam energia

  • feam engebio 22

    porque o resduo incinerado no reciclado. Isto , mais matrias primas tero que

    ser produzidas para repor os materiais queimados.

    Atualmente, cerca de 17% do resduo da Unio Europia incinerado. Na

    Dinamarca, que vista como uma das naes europias com maior conscientizao

    ambiental incinera-se aproximadamente 53% do Resduo Urbano produzido. Por

    outro lado, alguns pases, entre eles Irlanda e Grcia, no possuem plantas de

    tratamento trmico.

    Exemplos de participao da populao no processo de tomada de decises

    relativas implantao de Unidades Incineradoras de Lixo:

    Dundee Energy Recycling Ltd assinou o primeiro Compromisso de Boa

    Vizinhana firmado na Inglaterra, em que a empresa se obriga adoo de

    padres de emisso mais rgidos dos que requeridos por lei;

    a Planta de tratamento trmico SELCHP, localizada na regio sudeste de

    Londres, envolve pessoas da comunidade local no trabalho junto aos seus

    desenvolvedores e responsveis pelo planejamento, e o Conselho de

    Administrao possui um membro eleito pela comunidade;

    aps um frustrado plano de implantao, o Conselho do Condado de

    Hampshire desenvolveu uma srie de Painis do Cidado, para analisar

    juntamente com a comunidade as questes relativas ao Lixo Urbano do

    Condado, trabalhando junto a esta o desenvolvimento do conjunto de opes

    que inclui compostagem, reciclagem e tratamento trmico em pequena

    escala. Este plano alcanou grande aceitao da comunidade.

    3.3 Principais poluentes resultantes do tratamento trmico de RSU

    Os principais poluentes resultantes do tratamento trmico de resduos

    domiciliares so descritos a seguir.

  • feam engebio 23

    Gases gases cidos (tais como cido Clordrico, cido Fluordrico e Dixido de

    Enxofre), e outros gases como xidos de Nitrognio (NOx), Monxido de Carbono

    (CO) e Dixido de Carbono (CO2) so gerados e devem ser removidos pelos

    sistemas de limpeza dos gases.

    Metais em particular Cdmio, Mercrio, Arsnico, Vandio, Cromo, Cobalto,

    Cobre, Chumbo, Mangans, Nquel e Tlio, entre outros. Estes esto presentes

    como compostos solveis (como cloretos e sulfatos), e compostos menos solveis

    (como xidos e silicatos). Mercrio e algum Cdmio so emitidos em forma de vapor.

    Substncias Orgnicas estas ocorrem freqentemente quando a combusto no

    completa, ou so formadas aps a incinerao. Os compostos orgnicos podem

    ser emitidos na forma de vapor ou aderidos ao material particulado (poeiras)

    arrastado pelos gases de combusto. As dioxinas so os poluentes orgnicos que

    motivam as maiores preocupaes (conforme apresentado no item 3.3.1, a seguir).

    Materiais Particulados partculas finas (quase sempre materiais inorgnicos

    como Slica), freqentemente com metais e compostos orgnicos em suas

    superfcies. Estas apresentam grandes variaes em seus tamanhos e normalmente

    so retidas sem muita dificuldade. Mas recentemente as preocupaes voltaram-se

    para as partculas ultrafinas, menores do que 10 microns (10 milionsimos de

    metro), conhecidas como PM10, cuja remoo requer tecnologias mais sofisticadas.

    3.3.1 Os perigos das dioxinas

    Dioxina o nome dado a um grupo de 210 compostos qumicos

    organoclorados similares, altamente txico, carcinognico e teratognico. um dos

    poluentes orgnicos persistentes sujeitos Conveno de Estocolmo.

    As dioxinas so subprodutos no intencionais de muitos processos industriais

    nos quais o cloro e produtos qumicos dele derivados so produzidos, utilizados e

    eliminados. As emisses industriais de dioxina para o meio-ambiente podem ser

  • feam engebio 24

    transportadas a longas distncias por correntes atmosfricas e, de forma menos

    importante, pelas correntes dos rios e dos mares. Conseqentemente, as dioxinas

    esto agora presentes no globo de forma difusa. Estima-se que, mesmo que a

    produo cesse hoje completamente, os nveis ambientais levaro anos para

    diminuir. Isto ocorre porque as dioxinas so persistentes, levam de anos a sculos

    para se degradarem e podem ser continuamente recicladas no meio ambiente.

    3.3.2 Efeitos sobre a sade

    Dioxinas podem causar efeitos adversos sade, dependendo dos nveis de

    concentrao, durao e freqncia de exposio, o tipo especfico do composto, e

    a susceptibilidade da pessoa exposta. A maioria das preocupaes refere-se

    conexo entre o grau de exposio e a ocorrncia de cncer. Alguns estudos

    relacionam a exposio a Dioxinas com a ocorrncia de problemas de fertilidade

    e/ou m-formao de fetos, bem como anormalidades no desenvolvimento fsico,

    como baixa imunidade e mudanas comportamentais.

    3.3.3 Exposio

    Aproximadamente 98% da exposio das pessoas a dioxinas se d atravs

    da cadeia alimentar (a inalao direta responde pelos 2% restantes). Segundo as

    Environmental Agency in England and Wales e a Scottish Environment Protection

    Agency, os levantamentos mais recentes revelam que, no Reino Unido, cerca de

    3% das emisses de dioxinas so originrias de Plantas de tratamento trmico de

    Resduos Slidos Urbanos - RSU. Segundo estas mesmas agncias, estes ndices

    so similares aos observados em outros pases da Europa desenvolvida.

    As dioxinas so depositadas do ar sobre as plantaes de frutas e hortalias,

    pastos e solo, acabando por passar por toda a cadeia alimentar. As guas

  • feam engebio 25

    superficiais acabam tambm por transport-las para rios, lagos e oceano, onde so

    absorvidas por peixes e crustceos. Desta forma, dioxinas acabam por estar

    presente em todo o meio ambiente e nveis mnimos sero provavelmente

    detectados em quase a totalidade dos alimentos. Comumente a exposio pode ser

    incrementada pela proximidade das populaes em relao a determinadas fontes

    emissoras, ou devido a hbitos alimentares, por exemplo: grande consumo de

    conservas de peixes em leo vegetal, carne vermelha, entre outros.

    Como as dioxinas so pouqussimo reativas, sendo quase sua totalidade

    quimicamente inerte, suas molculas dificilmente sero quebradas e podero

    acumular-se no corpo humano (particularmente em tecidos gordurosos). Os nveis

    de exposio atualmente observados na Europa desenvolvida podem ser suficientes

    para causar algum impacto adverso na populao em geral, embora as pesquisas

    no tenham revelado evidncias claras destes riscos.

    Tanto a US/EPA como a OMS reconhecem que estes efeitos possam ocorrer,

    mas sejam imperceptveis por serem mascarados pelo cenrio de doenas

    comuns. Investigaes e estudos relativos aos efeitos sobre a sade versus

    exposio s dioxinas em localidades especficas (por ex: reas vizinhas a

    Incineradores de Lixo Urbano) no chegaram a resultados conclusivos.

    3.4 Sistemas de controle de poluio do ar (SCPA)

    As emisses gasosas devido ao processo de combusto so constitudas por

    substncias em concentraes muito acima das permitidas pela legislao, por este

    motivo essas plantas requerem um tratamento fsico-qumico avanado para

    neutralizar os poluentes gerados. De forma geral um sistema para depurao dos

    gases constitudo por unidades para lavagem cida de halognios, lavagem

    alcalina, lavagem de aerossis e filtros de manga.

    Um sistema de controle da poluio do ar deve contemplar o conjunto de

    equipamentos, a tecnologia empregada, os procedimentos de operao, a

  • feam engebio 26

    manuteno e o monitoramento para que as emisses atmosfricas de uma unidade

    de combusto de resduos slidos atendam aos nveis estabelecidos pelas normas

    pertinentes e aceitveis do ponto de vista ambiental (GRIPP, 1998).

    Os equipamentos de controle de poluio do ar utilizados para tratar as

    emisses atmosfricas da combusto so agrupados em funo das fraes das

    emisses (gases cidos, orgnicos ou material particulado). As tecnologias

    empregadas no processo de incinerao tambm fazem parte do controle da

    poluio do ar, uma vez que tcnicas podem ser aplicadas visando melhor

    desempenho na combusto de resduos e diminuio das emisses gasosas, sem

    que necessariamente sejam empregados equipamentos especficos para o

    tratamento dos gases.

    Alm dos equipamentos de controle das emisses gasosas e das tecnologias

    utilizadas, a eficcia de um sistema de controle de poluio do ar requer um

    monitoramento contnuo, no apenas das emisses atmosfricas como tambm da

    operao do incinerador. Para isso um sistema de monitoramento contnuo deve ser

    instalado e equipado para medir e gravar os vrios parmetr