Sistema nervoso
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SISTEMA NERVOSOApostila página 17 a 31
FUNÇÕESFUNÇÕES
SENSITIVA: detecção de estímulos variados, dentro e fora do corpo. Células nervosas especializadas (neurônios sensitivos) conduzem a informação para o encéfalo.
INTEGRADORA: processamento, análise e armazenamento da informação sensitiva e tomada de decisões para respostas apropriadas. Participação dos interneurônios.
MOTORA: resposta às decisões integradoras, através da ação dos neurônios motores. Ex.: fibras musculares, células glandulares.
O TECIDO NERVOSOO TECIDO NERVOSO
Origem ectodérmica
CÉLULASCÉLULAS• NEURÔNIOSNEURÔNIOS
Recepção e transmissão dos estímulos do meio externo e do interior do corpo.
Potenciais de ação.
Comunicação por meio de sinapses.
Propriedades:
Irritabilidade capacidade de responder a um estímulo.
Condutibilidade resposta ao estímulo se dá mediante propagação de uma onda excitatória de natureza elétrica (impulso nervoso) ao longo da membrana plasmática das células.
• NEURÔNIOSNEURÔNIOS
Corpo celular (pericário/ soma): citoplasma, organelas e núcleo. Granulações escuras (corpúsculos de Nissl) – Retículo ER bem desenvolvido (ribossomos, síntese proteica).
Prolongamentos (neuritos): finos e podem ser de dois tipos:
Axônios (axon= eixo) compridos, pouco ramificados. Eferentes: Condução do impulso nervoso (IN) para fora do corpo celular.
Dendritos (dendros= galhos, ramos) curtos e ramificados. Aferentes: Condução do IN em direção ao corpo celular.
• NEURÔNIOSNEURÔNIOS
Axônios
Dendritos
Transmissão da informação
Recepção da informação
• TIPOS DE NEURÔNIOS TIPOS DE NEURÔNIOS
De acordo com o número de neuritos, os neurônios podem ser classificados em:
Unipolares: apresentam um único neurito.
Bipolares: apresentam dois neuritos.
Multipolares: apresentam três ou mais neuritos.
• TIPOS DE NEURÔNIOS TIPOS DE NEURÔNIOS
De acordo com as conexões ou funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados em:
Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central.
Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores (respostas ao estímulo).
Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores e os neurônios motores.
• Os Neurônios e a organização do SN Os Neurônios e a organização do SN
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso:
Sistema Nervoso Central (SNC – formado pelo encéfalo e pela medula espinhal)
Gânglios Nervosos (próximos à coluna vertebral).
Do SNC partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
• Os Axônios e a Bainha de MielinaOs Axônios e a Bainha de Mielina
O axônio está envolvido por um dos seguintes tipos celulares :
Célula de Schwann: encontrada apenas no SNP.
Oligodendrócito: encontrado apenas no SNC.
Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina ( invólucro lipídico e proteico, que atua como isolante térmico e aumenta a velocidade de transmissão do impulso nervoso)
Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina (nódulo de Ranvier).
SNC
SNP
REGENERAÇÃO DOS NEURÔNIOSREGENERAÇÃO DOS NEURÔNIOS
Capacidade de replicação e de realização do seu próprio reparo é muito limitada.
Corpos celulares lesionados não se regeneram.
SNP: axônios e dendritos podem sofrer reparo, se o corpo celular estiver intacto e se as células de Schwann forem funcionais.
SNC: mesmo quando o corpo celular permanece intacto, um axônio cortado em geral não é reparado.
A presença de mielina no SNC é um fator inibidor da regeneração dos neurônios.
O TECIDO NERVOSOO TECIDO NERVOSO
CÉLULASCÉLULAS• NEURÓGLIA (GLIA)NEURÓGLIA (GLIA)
Proteção, sustentação, isolamento e nutrição dos neurônios.
Células menores que os neurônios e mais numerosas.
Metade do volume do SNC.
Histologistas antigos: “cola” que mantinha unido o tecido nervoso.
Não produzem nem conduzem impulso nervoso.
Podem multiplica-se e dividir-se no sistema nervoso maduro.
Lesão/Doença: neuróglia multiplica-se para preencher espaços anteriormente ocupados pelos neurônios.
Tumores cerebrais derivados da Glia (Gliomas): altamente malignos e crescem rapidamente.
Tipos de células da glia:
Oligodendrócitos
Formação bainha de mielina (SNC).
Um único oligodendrócito contribui para a formação de mielina em vários neurônios (no sistema nervoso periférico, cada célula de Schwann mieliniza apenas um único axônio).
Importantes na manutenção dos neurônios. Sem eles, os neurônios não sobrevivem em meio de cultura.
• NEURÓGLIA (GLIA)NEURÓGLIA (GLIA)
Astrócitos
Maiores células da neuróglia.
Sustentação e nutrição dos neurônios.
Preenchimento de espaços entre neurônios.
Regulam o excesso de neurotransmissores na fenda sináptica.
Podem ativar a maturação e a proliferação de células-tronco nervosas adultas. Fatores de crescimento produzidos pelos astrócitos podem ser críticos na regeneração dos tecidos cerebrais ou espinhais danificados por traumas ou enfermidades.
Micróglia
Célula fagocitária.
Análoga aos macrófagos.
Defesa do sistema nervoso.
O IMPULSO NERVOSOO IMPULSO NERVOSO
Comunicação entre neurônios: potenciais de ação nervosos ou impulsos nervosos (IN).
A geração deste potencial de ação (neurônios/ fibras musculares) depende de 2 características básicas da membrana plasmática:
Potencial de repouso
Canais iônicos
CANAIS IÔNICOSCANAIS IÔNICOS
Difusão de íons específicos através da membrana plasmática.
Difusão = transporte passivo de soluto a favor do gradiente de concentração
Diferença de cargas elétricas também promove o transporte iônico através da membrana.
Fluxo de íons gera uma alteração na carga elétrica através da membrana (potencial de membrana).
POTENCIAL DE REPOUSOPOTENCIAL DE REPOUSO
Neurônios não recebem estímulos.
Em repouso: membrana polarizada (Exterior +/ Interior -).
Distribuição desigual de íons no citoplasma e no líquido intersticial.
Líquido intersticial: elevada [Na+] e [Cl-].
Citoplasma: elevada [K+] e íons fosfato.
Estabelecimento de cargas opostas entre os meios intra e extracelular.
POR QUE ISSO ACONTECE?
Canais de sódio (Na+) fechados e em pouca quantidade membrana praticamente impermeável ao sódio impede sua difusão a favor do gradiente de concentração (de fora para dentro).
Canais de potássio (K+) abertos gradiente de concentração e permeabilidade da membrana permitem a sua difusão para o meio extracelular.
Bomba de sódio e potássio ativa sódio é bombeado ativamente para fora da célula e o potássio é bombeado ativamente para dentro (transporte não equitativo) diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular déficit de cargas positivas dentro da célula faces da membrana eletricamente carregadas.
Íons com carga negativa não estão livres para sair da célula, pois estão ligados a proteínas e a outras macromoléculas.
POTENCIAL DE AÇÃOPOTENCIAL DE AÇÃO
Membranas dos neurônios recebem algum estímulo.
ESTÍMULO = Qualquer coisa no ambiente da célula capaz de alterar o seu potencial de membrana em repouso.
Uma pequena região da membrana torna-se permeável ao sódio (abertura dos canais de sódio) sódio atravessa a membrana no sentido do interior da célula acompanhado pela pequena saída de potássio.
Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio onda de despolarização.
Impulso nervoso ou potencial de ação: sequência de eventos de ocorrência rápida, que invertem o potencial de membrana e, depois, restituem o estado de repouso (repolarização).
ESTÍMULO
Membrana em repouso: canais de sódio fechados sódio bombeado ativamente para fora (bomba de sódio e potássio) polarização potencial de repouso.
Estímulo: abertura dos canais de sódio entrada na célula despolarização potencial de ação.
Transmissão do impulso nervoso.
Após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da fibra nervosa, o interior da fibra torna-se carregado positivamente = difusão de íons sódio para o interior.
Positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da fibra membrana torna-se novamente impermeável aos íons sódio e ainda mais permeável ao potássio.
Devido à alta concentração de K+ no interior muitos íons se difundem para o lado de fora cria novamente eletronegatividade no interior da membrana e positividade no exterior repolarização reestabelece a polaridade normal da membrana.
POTENCIAL DE AÇÃO - POTENCIAL DE AÇÃO - característicascaracterísticas
São de tamanho e duração fixos.
Aplicação de uma despolarização crescente a um neurônio não tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, então, surja o potencial de ação = "lei do tudo ou nada".
É UNIDIRECIONAL = Um potencial de ação iniciado em uma extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo caminho já percorrido.
A velocidade depende do tamanho e do diâmetro do axônio. Aumenta com o diâmetro axonal; axônios menores necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do potencial de ação (mais susceptíveis aos efeitos da anestesia)
A bainha de mielina acelera a velocidade da condução do impulso nervoso = condução saltatória.
Nas regiões dos nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta“ diretamente de um nódulo para outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Fala-se em condução saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade do impulso nervoso.
POTENCIAL DE AÇÃO - POTENCIAL DE AÇÃO - percursopercurso
Sempre no sentido: dendrito corpo celular axônio
SINAPSE NERVOSASINAPSE NERVOSA
São os pontos onde as extremidades de neurônios vizinhos se encontram e o estímulo passa de um neurônio para o seguinte por meio de mediadores químicos, os neurotransmissores.
Ocorrem no "contato" das terminações nervosas (axônios) com os dendritos. O contato físico não existe realmente, pois ambas estruturas estão próximas, mas há um espaço entre ela (fenda sináptica).
Dos axônios são liberadas substâncias (neurotransmissores), que atravessam a fenda e estimulam receptores nos dendritos e assim transmitem o impulso nervoso de um neurônio para o outro.
Podem acontecer entre axônio e (dendrito/ corpo celular/axônio/ células musculares/ glandulares/ sensoriais)
É a forma de transmissão do impulso nervoso (IN) de uma célula a outra. (do grego synapsis, ação de juntar)
Apresenta dois lados:
Lado pré-sináptico: consiste de um terminal axonal.
Lado pós-sináptico: pode ser dendrito ou corpo celular de outro neurônio ou ainda outra célula inervada pelo neurônio.
As sinapses podem ser:
Elétricas
Químicas (maioria).
Arranjos sinápticos no SNC. A. Uma sinapse axo-dendrítica. B. uma sinapse axo-somática. C. Uma sinapse axo-axônica.
SINAPSE ELÉTRICASINAPSE ELÉTRICA
Forma mais simples de sinapse.
Permite a transferência direta da corrente iônica de uma célula para a célula seguinte.
Ocorrem em locais especializados chamados junções. Elas formam canais que permitem que os íons passem diretamente do citoplasma de uma célula para o citoplasma da outra.
Maioria permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos = bidirecionais.
A transmissão nas sinapses elétricas é muito rápida; assim, um potencial de ação no neurônio pré-sináptico, pode produzir quase que instantaneamente um potencial de ação no neurônio pós-sináptico.
SINAPSE QUÍMICASINAPSE QUÍMICA
Forma de transmissão do IN mais comum no sistema nervoso humano.
Liberação de neuro-hormônios ou mediadores químicos ou neurotransmissores na fenda sináptica.
Transmissão do sinal de entrada : um neurônio libera um neurotransmissor na fenda sináptica, o qual é detectado pelo segundo neurônio através da ativação de receptores situados do lado oposto ao sítio de liberação (membrana pós-sináptica).
A informação que viaja na forma de impulsos elétricos ao longo de um axônio é convertida, no terminal axonal, em um sinal químico que atravessa a fenda sináptica. Na membrana pós-sináptica, este sinal químico é convertido novamente em sinal elétrico.
NEUROTRANSMISSORES são substâncias químicas produzidas pelos neurônios e utilizadas por eles para transmitir sinais para outros neurônios ou para células não-neuronais (células do músculo esquelético, miocárdio, células glandulares) que eles inervam.
Produção e transporte dos neurotransmissores:
Vesículas sinápticas Neurônio pré-sináptico (axônio
terminal) Fenda sináptica Neurônio pós-sináptico.
O que dispara a liberação de um neurotransmissor?
1. Impulso elétrico (potencial de ação);
2. Abertura canais de sódio;
3. Abertura canais de cálcio;
4. Estimulação das vesículas sinápticas;
5. Liberação (exocitose) dos neurotransmissores na fenda sináptica;
6. Ligação a receptores específicos na membrana pós-sináptica;
7. Abertura canais de sódio na membrana pós-sináptica;
8. Geração de outro potencial de ação;
9. Passagem do impulso nervoso;
10. Para impedir que o neurotransmissor associe-se novamente a um receptor e recomece o ciclo, ele é destruído pela ação de uma enzima, ou absorvido, normalmente na terminação pré-sináptica.
Obs: cada neurônio produz somente um tipo de neurotransmissor.
ANIMAÇÃO SINAPSE QUÍMICA
PLACAS MOTORASPLACAS MOTORAS
As sinapses químicas também ocorrem nas junções entre as terminações dos axônios e os músculos placas motoras oujunções neuro-musculares
Neurotransmissor: ACETILCOLINA
NEUROTRANSMISSORESNEUROTRANSMISSORES
1. DOPAMINA
Controla níveis de estimulação e controle motor em muitas partes do cérebro. Quando os níveis estão extremamente baixos na doença de Parkinson, os pacientes são incapazes de se mover voluntariamente. Presume-se que o LSD e outras drogas alucinógenas ajam no sistema da dopamina.
Sensações de satisfação e prazer.
Uma forma de esquizofrenia é devida ao excesso desse neurotransmissor.
• SEROTONINA
Regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. Relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro.
3. ACETILCOLINA
Controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas à atenção, aprendizagem e memória. Pessoas que sofrem da doença de Alzheimer apresentam tipicamente baixos níveis de acetilcolina.
Ação excitatória na junção neuromuscular (placa motora).
• ENCEFALINAS e ENDORFINAS
São opiáceos que, como as drogas heroína e morfina, modulam a dor, reduzem o estresse, etc. Elas podem estar envolvidas nos mecanismos de dependência. Bloqueiam a dor, agindo naturalmente como analgésicos.
4. NORADRENALINA/ ADRENALINA
Além de servir como neurotransmissor no encéfalo, são hormônios liberados pelas glândulas suprarrenais. Têm efeito sobre o sistema nervoso simpático, preparando o organismo para um grande esforço físico (reações rápidas de fuga e de luta).
Liberação: suor, vasoconstrição, aumento dos batimentos cardíacos, elevação da pressão arterial, dilatação das pupilas e brônquios, respiração ofegante e elevação na glicemia.