SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED): A CONTABILIDADE FRENTE ÀS MUDANÇAS DE CENÁRIOS...

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1 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE- FAC CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DANILO ALVES VERAS FERREIRA SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED): A CONTABILIDADE FRENTE ÀS MUDANÇAS DE CENÁRIOS NO GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES. FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE- FAC

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DANILO ALVES VERAS FERREIRA

SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED): A

CONTABILIDADE FRENTE ÀS MUDANÇAS DE CENÁRIOS NO

GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES.

FORTALEZA

2013

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DANILO ALVES VERAS FERREIRA

SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED): A

CONTABILIDADE FRENTE ÀS MUDANÇAS DE CENÁRIOS NO

GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES.

Monografia Submetida à Aprovação da Coordenação do Curso de Ciências Contábeis do Centro Superior do Ceará, Faculdades Cearenses – FAC. Como Requisito Parcial para Obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientação: Profª. Dra. Márcia Maria Machado Freitas

FORTALEZA 2013

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DANILO ALVES VERAS FERREIRA

SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED): A

CONTABILIDADE FRENTE ÀS MUDANÇAS DE CENÁRIOS NO

GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES.

Monografia como pré-requisito para obtenção do titulo de Bacharelado em Ciências Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearense – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Professora Dra. Márcia Maria Machado Freitas

Orientadora

_________________________________________________

Prof. Aline da Rocha Xavier

_________________________________________________

Prof. Ms. Liana Márcia Costa Vieira Marinho

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Aos meus pais, irmãos, professores e amigos que,

com muito carinho e apoio, não mediram esforços

para que eu chegasse até esta etapa de minha

vida.

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AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, a Deus, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada.

A minha mãe e meus irmãos, quero agradecer de forma destacada e grandiosa, pois

me incentivaram a seguir em frente e concluir mais esta etapa em minha vida.

Aos meus colegas de sala, que sempre me ajudaram nos trabalhos em equipe.

A minha orientadora que, além de ter me mostrado os caminhos para a realização

deste trabalho, iluminou de maneira especial meus pensamentos, levando-me a

buscar mais conhecimentos. Também foi incentivadora, psicóloga e amiga. Muito

obrigado por tudo. Deus a abençoe.

A minha mãe e meus irmãos, quero agradecer de forma destacada e grandiosa, pois

me incentivaram a seguir em frente e concluir mais esta etapa em minha vida.

Aos meus colegas de profissão que estiveram me apoiando nessa longa jornada.

Aos professores, pelo acolhimento e disponibilidade sempre generosos, para todo o

meu aprendizado.

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RESUMO

O mundo contemporâneo tem evidenciado grandes mudanças no cenário mundial. Essas, por sua vez, têm alterado o jeito como pessoas, empresas, organizações e administração pública se desenvolvem. A tecnologia está presente em quase todos os lugares e, diante dessa realidade, era impossível que a Contabilidade, como ciência, ficasse de fora dessa globalização. Este trabalho realizado por meio de pesquisa bibliográfica buscou esclarecer alterações provocadas na sociedade diante desse novo cenário que as organizações se encontram, principalmente, a mudança de cultura do tratamento da informação em meio ao universo eletrônico, assim como suas conseqüências e oportunidades de crescimento, o estudo tem por objetivo analisar a contabilidade frente às mudanças de cenários no gerenciamento das organizações mediante o sistema publico de escrituração digital. O estudo evidenciou as mudanças sentidas em todas as áreas, desde a infraestrutura tecnológica, processos e procedimentos pela comunicação até a evolução cultural das pessoas diante da organização. O problema central neste trabalho foi respondido, tendo em vista que, através das análises realizadas, foi possível demonstrar os impactos que o SPED tem proporcionado às organizações contábeis. Verificou-se, ainda, que uma das maiores preocupações do profissional contábil seria a fidedignidade dos dados transmitidos, pois se espera que este novo cenário gere agilidade e clareza nos dados apresentados, proporcionando ao profissional exercer a sua verdadeira função, que é assessorar seus clientes na tomada de decisões. Essa nova realidade está causando impacto que se estende a toda organização, alterando conceitos culturais e permitindo a adoção de novas maneiras de assumir a busca pelo aprendizado constante. O objetivo dessa pesquisa é retratar as mudanças trazidas pelo SPED, mostrando como elas alteraram de forma definitiva, a cultura gerencial das organizações.

Palavras-chave: SPED, Contabilidade, Evolução.

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ABSTRACT

The contemporary world has shown great changes on the world stage. In turn, these have changed the way people, companies, organizations and public authorities develop. The technology is present in almost all places, and given this reality, it was impossible for Accounting, as a science, to stay out of this globalization. This work by means of literature sought to clarify changes in society brought forth this new scenario that organizations are mainly changing the culture of data processing amid the electronic universe , as well as its consequences and opportunities for growth, study aims to examine the accounts forward to changing scenarios in the management of public organizations through digital bookkeeping system . The study highlighted the changes experienced in all areas, from technology infrastructure, processes and procedures for communication to the cultural evolution of the people before the organization. The central problem in this work was completed, in order that, through the analyzes, it was possible to demonstrate the impact the SPED has provided to the financial organizations. It was found also that a major concern of the accounting professional would be the reliability of the transmitted data , it is expected that this new scenario manages agility and clarity of the data presented , providing the professional exercise its true function , which is to advise their clients in decision making . This new reality is making an impact that extends to every organization, changing cultural concepts and enabling the adoption of new ways to take on the quest for constant learning. The objective of this research is to portray the changes brought by SPED, showing how they changed permanently, the managerial culture of organizations.

Keywords: SPED, Accounting, Evolution.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 Universo do SPED................................................................... 31

FIGURA 2 Trabalhos incorporados e que serão incorporados ao SPED 32

FIGURA 3 SPED Contábil......................................................................... 35

FIGURA 4 Escrituração Contábil Digital (ECD)......................................... 35

FIGURA 5 SPED....................................................................................... 37

FIGURA 6 SPED Fiscal............................................................................. 38

FIGURA 7 Nota Fiscal Eletrônica.............................................................. 44

FIGURA 8 DANFE..................................................................................... 45

FIGURA 9 Portal da Nota Fiscal Eletrônica............................................... 47

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CF Constituição Federal

CTe Conhecimento De Transporte Eletrônico

CTN Código Tributário Nacional

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DANFE Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica

ECD Escrituração Contábil Digital

EFD Escrituração Fiscal Digital

FCONT Controle Fiscal Contábil De Transição

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICP BRASIL Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira

LC Lei Complementar

NFe Nota Fiscal Eletrônica

NFSe Nota Fiscal De Serviço Eletrônica

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PIB Produto Interno Bruto

PMATA Projeto de Modernização da Administração Tributária e

Aduaneira

PVA Programa Validador e Assinador

RFB Receita Federal do Brasil

SINIEF Sistema Nacional de Informações Econômicas e Fiscais

SPED Sistema Público de Escrituração Digital

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Sumário

1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 12

1.2 Problematização................................ .............................................. 14

1.3 Objetivos .......................................................................................... 14

1.3.1 Objetivo Geral................................................................................. 14

1.3.2 Objetivos Específicos..................................................................... 15

1.4 Metodologia.................................... ................................................ 15

1.5 Justificativa.................................. .................................................... 15

2 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)... ......... 18

2.1 Histórico...................................... ..................................................... 19

2.2 Evolução....................................... .................................................... 19

2.3 Legislação..................................... ................................................... 21

2.4 Obrigatoriedade................................ ............................................... 22

2.5 Importância.................................... .................................................. 22

2.6 Contabilidade e suas diretrizes................ ...................................... 23

2.7 Contabilidade e SPED........................... .......................................... 24

2.8 Influência do SPED na contabilidade............ ................................ 25

2.9 Gestão das organizações frente ao SPED ........ ........................... 25

2.10 Processos de implantação Do SPED.............. ............................. 26

2.10.1 Impacto nas organizações........................................................... 29

2.11 Tipos de SPED................................. .............................................. 32

2.11.1 Escrituração Contábil Digital (ECD)............................................ 32

2.11.2 Escrituração Fiscal Digital (EFD Fiscal)...................................... 36

2.11.3 EFD Contribuições...................................................................... 39

2.11.4 Controle Fiscal Contábil De Transição (Fcont)........................... 42

2.11.5 Nota Fiscal Eletrônica (NFe)...................................................... 43

2.11.6 Nota Fiscal De Serviço Eletrônica (NFSe).................................. 47

2.11.7 Conhecimento De Transporte Eletrônico (CTe)........................... 50

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3 METODOLOGIA...................................... ........................................... 53

4 ANÁLISE DA CONTABILIDADE FRENTE ÀS MUDANÇAS DE

CENÁRIO NO GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES.......... ........

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5 CONCLUSÃO........................................ ............................................. 62

6 REFERÊNCIAS................................................................................... 65

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1 INTRODUÇÃO

O mundo contemporâneo tem evidenciado grandes mudanças no cenário

mundial. Essas, por sua vez, têm mudado o jeito como pessoas, empresas,

organizações e administração pública se desenvolvem.

Essa nova realidade está passando por grandes transformações, entre

elas, a tecnologia da informação que está trazendo grandes revoluções à gestão

empresarial no Brasil.

A velocidade dessas transformações nos procedimentos fiscais e

contábeis, motivados pelo avanço tecnológico na comunicação das informações

entre o fisco e as organizações, gera certa apreensão para a classe contábil e

contribuintes, uma vez que requer uma nova postura. Além disso, são necessários

novos equipamentos, sistemas e um pesado investimento para que as informações

sejam coesas e fidedignas.

Dada a velocidade das mudanças tecnológicas em meio à internet, o que

acontece do outro lado do mundo sabe-se quase que instantaneamente. Com o

fisco, não poderia ser diferente. Em busca do aumento da presença fiscal nas

organizações e, depois de promover estudos e pesquisas significativos que

apontaram diversas fraudes e perdas no sistema de arrecadação tributária brasileira,

o governo federal resolveu desenvolver um sistema de informação mais ágil e

dinâmico: Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). O SPED está composto

por um tripé básico: a Nota Fiscal Eletrônica (NFe), a Escrituração Contábil Digital

(ECD) e a Escrituração Fiscal Digital(EFD).

O estudo do tema é de fundamental importância, não somente para as

organizações, mas também para os estudantes de contabilidade e da sociedade de

forma geral.

O efeito desse novo cenário revela a preocupação dos empresários em

manter organizadas suas informações contábeis e fiscais, de forma a estarem

sempre aptos a atender uma eventual fiscalização.

Contudo, o foco nos negócios e a necessidade das organizações em

busca de oportunidades para crescer, fazem com que as áreas administrativas e de

controles gerenciais fiquem, muitas vezes, em segundo plano.

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No entanto, esta posição de importância está sendo subvertida com a

criação do SPED e seus três subprojetos - SPED Contábil, SPED Fiscal e Nota

Fiscal Eletrônica (NF-e).

A exigência de entrega dos dados contábeis e fiscais, contendo todos os

detalhes das operações, fez com que estas informações ganhassem notoriedade e

relevância dentro das organizações.

Em contrapartida, trouxe preocupação pelo fato de possibilitar aos órgãos

fiscalizadores, a qualquer momento, uma verificação com muito mais eficiência de

fiscalização e cruzamento de dados.

Neste processo de preparação dos arquivos do SPED contábil e fiscal,

muitas organizações perceberam que diversas informações sobre as operações da

organização não dispunham de controles efetivos.

Verificou-se, ainda, o desconhecimento, em todos os níveis da

organização, do significado e abrangência do SPED, fato que acabou por trazer

dificuldades e insegurança aos gestores na disponibilização das informações.

Diante dessa problemática, foram evidenciados os impactos que essa

nova realidade ocasionaria às organizações e à sociedade. Dentre elas, destacam-

se a valorização do profissional contábil e o aumento da agilidade das informações

de forma quase que instantânea.

O novo cenário apresentado reflete um momento ímpar para o

profissional contábil que, se deparando com a complexidade do SPED (Sistema

Público de Escrituração Digital), vê a necessidade de se manter constantemente

atualizado, proporcionando um grande salto de valorização para a classe contábil.

As organizações, diante da nova realidade imposta pelo fisco, sentem a

necessidade de contratar profissionais contábeis qualificados para analisar e

transmitir as informações para o Sistema Público de Escrituração Digital de forma

que a empresa não seja penalizada.

Uma das maiores dificuldades das organizações são os programas de

softwares que, em sua grande maioria, não estão qualificados para gerar as

informações de forma correta e segura para o fisco. Este problema requer uma

análise mais profunda do profissional contábil para que o trabalho seja realizado de

forma a gerar informações precisas ao fisco.

Esse trabalho será composto em cinco capítulos. O capítulo um trará

introdução, problemática, objetivos gerais e específicos, metodologia e justificativa.

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O capítulo dois abordará o referencial teórico. O capítulo três será a metodologia. No

capítulo quarto será abordado à conclusão. Em seguida, o referencial bibliográfico.

1.2 Problematização

Deve-se considerar que a quantidade de informações que serão

disponibilizadas ao fisco é bem maior que as atuais e abrangem informações fiscais

e contábeis. Isso possibilitará ao fisco cruzar informações com facilidade e, por

consequência, tornar a empresa alvo mais fácil para fiscalização.

De acordo com Coelho (2012 Pag.1), o SPED foi desenvolvido com o

objetivo de unificar, em uma grande base de dados, todas as informações fiscais,

tributárias e operacionais dos contribuintes, visando facilitar o controle da aplicação

da legislação por parte das empresas, combatendo também a sonegação fiscal, já

que o uso intensivo da tecnologia da informação, através do cruzamento de

informações nos bancos de dados disponíveis, promete identificar mais rapidamente

indícios de problemas nas informações enviadas. (Contas em Revista. Cassius

Regis Antunes Coelho - Presidente do CRC - Ceará).

Diante deste cenário, tem-se o seguinte questionamento: Qual o impacto

que a implantação do SPED causará à gestão das organizações contábeis?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

A presente pesquisa tem por objetivo geral analisar a contabilidade frente

às mudanças de cenários no gerenciamento das organizações, mediante o Sistema

Público de Escrituração Digital (SPED)

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1.3.2 Objetivos Específicos

� Verificar o processo de implantação do SPED

� Destacar quais as principais mudanças e seus impactos,

� Evidenciar a importância e o papel do profissional contábil diante

das mudanças tecnológicas vivenciadas.

1.4 Metodologia

O presente trabalho será realizado por meio de pesquisa bibliográfica,

através de matérias já publicadas, legislação, sites na internet e fórum de discussão

na internet.

No mesmo, serão consideradas observações realizadas na implantação

do sistema SPED, dificuldades de geração das informações, adaptação dos

profissionais contábeis diante deste novo cenário.

1.5 Justificativa

O estudo do tema tem valor, não somente para as organizações, mas

também para os estudantes de contabilidade, profissionais de contabilidade e da

sociedade de um modo geral. Este estudo justificou-se por ser um processo

inovador originando mudanças nas gestões das empresas.

De acordo com Coelho (2012), com um cenário de tantas incertezas e

mudanças, é fundamental que as empresas procurem se valer de profissionais

especialistas.

Não resta dúvida que o impacto do sistema (SPED) no dia a dia das

empresas é grande e se faz imprescindível que elas busquem a orientação de um

bom contador ou empresa de contabilidade, visando adaptar seus sistemas e

processos à nova realidade. (Contas em Revista. Cassius Regis Antunes Coelho -

Presidente do CRC - Ceará).

Diante do exposto, as organizações e o próprio fisco, têm exigido

profissionais mais atualizados e preparados com foco na gestão empresarial e na

tomada de decisão, dispostos a enfrentar os desafios das constantes mudanças.

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As mudanças estão acontecendo e poucos estão cientes que a principal

mudança deve ser o conhecimento. Nota-se uma necessidade de aprendizado

continuado, permanente, pois as novas tecnologias não estão tornando obsoletos os

professores, escolas, profissionais e estudantes, estão redefinindo os seus papéis.

Para Duarte (2010), estas mudanças na maneira de aprender são cada

vez mais orientadas pela economia e pela política. A revolução do aprendizado está

a caminho e tem demonstrado um grande poder de gerar uma economia de

desenvolvimento rápido e transformar organizações e sistemas educacionais mais

antigos em instituições dinâmicas e produtivas. (Roberto Dias Duarte – Big Brother

Fiscal III).

Essa nova realidade tem valorizado o profissional contábil de uma forma

nunca vista. Porém, os profissionais têm que estudar e se manter atualizados, pois o

ritmo das mudanças está transformando todos em aprendizes. É necessário que os

profissionais voltem aos bancos das salas de aulas para que possam se atualizar e

atender as necessidades do mercado de fornecer informações rápidas e corretas

para a tomada de decisão dos administradores das organizações.

O trabalho apresentado visa informar aos estudantes, profissionais

contábeis e a sociedade empresarial as mudanças ocorridas em torno do fisco de

uma forma geral, jamais vista, no Brasil.

O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) foi desenvolvido com o

objetivo de unificar as informações em uma grande base de dados. Só que para isso

acontecer de forma correta e eficaz dentro das organizações, um longo caminho

deve ser percorrido. Este trabalho pretende retratar as dificuldades que as empresas

têm para gerar essas informações dentro de suas organizações, pois o sistema

requer um detalhamento muito grande e uma atenção triplicada na veracidade das

informações.

Com este novo cenário de transformações, o trabalho proposto pretende

colocar o profissional contábil e estudantes de contabilidade à par das dificuldades

de implantação do Sistema Público de Escrituração Digital e os sistemas digitais

criados por ele.

A responsabilidade que o profissional de contabilidade vai ter que

assumir, diante desta realidade, requer que o profissional, por mais tempo de

mercado que ele tenha, volte às salas de aulas para treinamentos e atualizações.

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A presente monografia ressaltará a importância do profissional contábil

para que as empresas não se prejudiquem com as informações fornecidas ao Fisco

por meio do Sistema Publico de Escrituração Digital (SPED). Está estruturada em

cinco capítulos a seguir comentados.

O capítulo um abordará a introdução, problemática, os objetivos geral e

específico, a justificativa e metodologia.

No capitulo dois será abordada revisão teórica sobre o Sistema Público

de Escrituração Digital (SPED). Este capitulo ressaltará a origem do SPED e quais

os motivos de sua criação. Será apresentada a evolução do projeto dentro do

universo contábil, empresarial e sociedade de modo geral. As características do

projeto serão apresentadas de forma que o leitor possa entender sua real

abrangência.

O capítulo três falará da Metodologia. O capítulo quatro abordará a

Contabilidade frente às mudanças de cenários no gerenciamento das organizações,

de acordo com a implantação do SPED. No capítulo cinco será feita a conclusão e

referencial bibliográfico.

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2 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)

O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) é consequência de

uma grande transformação social que veio para modernizar a forma como as

obrigações são transmitidas ao governo. Sendo um instrumento que unifica as

atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e

documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das

sociedades empresárias (DECRETO 6.022 DE 2007).

O SPED teve inicio com os projetos Escrituração Contábil Digital,

Escrituração Fiscal Digital e a NF-e (Nota Fiscal Eletrônica) - Ambiente Nacional. De

forma geral, o SPED está dividido nos Subprojetos:

� Escrituração Contábil Digital – ECD: visa substituir a impressão dos Livros Razão e Diário por arquivos e registros digitais;

� Escrituração Fiscal Digital – EFD: visa substituir a impressão de livros fiscais, Registros de Entradas, Saídas, Apuração do ICMS, Apuração do IPI e Inventário por arquivos e registros digitais;

� Nota Fiscal Eletrônica – NF-e: substitui a emissão de documentos fiscais por documentos eletrônicos;

� Nota Fiscal de Serviços Eletrônica – NFS-e: substitui a emissão de documentos fiscais por documentos eletrônicos;

� Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e: visa substituir os documentos fiscais, Nota Fiscal de Serviço de Transporte e Transporte Ferroviário de Cargas, Conhecimento de Transporte Rodoviário, Aquaviário e Ferroviário de Cargas, Conhecimento Aéreo;

� E-Lalur: visa eliminar a redundância de informações existentes na escrituração contábil, no LALUR e na DIPJ;

� Central de Balanços: pretende reunir os demonstrativos contábeis e informações econômico-financeiras públicas e disponibilizá-los em meio magnético;

� EFD-Social - O projeto ainda está em fase de estudos na Receita Federal e nos demais entes públicos interessados, tendo como objetivo abranger a escrituração da folha de pagamento e, em uma segunda fase, o Livro Registro de Empregados. (Receita Federal – Site do SPED).

Essa diversificação de projetos já implantados e os que estão em fase de

implantação trazem à tona a reflexão sobre a tão famosa simplificação das

obrigações assessórias. É notável pelos estudiosos e participantes dessa nova

realidade, a mudança de cenário enfrentado por estar longe de uma simplificação

das obrigações perante o fisco.

Para entender a criação do Sistema Publico de Escrituração Digital, se faz

necessário entender um pouco do histórico do SPED.

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2.1 Histórico

O SPED foi desenvolvido com o intuito de atender, a grosso modo, as

necessidades de informações que o fisco necessitava como forma de uma efetiva

fiscalização e controle das atividades econômicas, podendo assim aumentar sua

receita dentre vários outros fatores.

O Sistema Público de Escrituração Digital tem o objetivo realizar a

integração entre os fiscos de forma padronizada das informações fiscais e contábeis

de forma legal. O SPED propõe ao contribuinte uma racionalização das informações

e obrigações acessórias, diminuindo as diversas existentes e transformando em

poucas obrigações de forma uniforme.

Sua proposta é tornar a identificação das sonegações e fraudes tributárias

mais eficazes, tendo agilidade no acesso às informações para fiscalização de forma

eletrônica com cruzamento de dados e uma auditoria própria.

Com o ensejo do fisco foi instituído o Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro

de 2007, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) faz parte do Programa de

Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em

mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes. De

forma geral, iniciou-se a modernização da sistemática utilizada para o cumprimento

das obrigações acessórias.

Essa nova realidade em que as organizações se deparam com uma

modernização na geração das informações para com o fisco, nos faz refletir sobre

toda essa relação dentro do contexto envolvido. A contabilidade vem passando por

grandes mudanças com o passar do tempo, até chegar ao nível de evolução em que

nos encontramos. A contabilidade da atualidade é quase que toda voltada ao

cenário de tecnologia do mundo moderno.

2.2 Evolução

Observou-se que no ano de 8.000 a.C, surgiram os primeiros registros

rústicos da contabilidade de forma empírica feita através de instrumentos primitivos,

o que tornou claro a necessidade do controle das informações dos patrimônios, não

somente das empresas, mas também da própria civilização.

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Com o passar dos anos, a contabilidade foi se utilizando de ferramentas

modernas. Com a invenção do papiro pelos Egípcios, surgiram os primeiros

manuscritos da contabilidade, que foram substituídos pela mecanografia e,

posteriormente, pela informática.

Hoje se vive diante de um mundo tecnológico mais avançado, na qual

passa por mudança quase que diariamente, podendo transmitir conhecimento e

informações de um lugar para outro de forma quase que instantânea. De forma

natural, todo esse progresso foi alcançando a contabilidade, causando uma maior

integração entre os registros contábeis e seus usuários, internos e externos.

Diante deste cenário, nasce o Sistema Público de Escrituração Digital

(SPED), instituído pelo Decreto nº 6.022/07 como parte do Programa de Aceleração

do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010), buscando, através da

informatização, aproximar a relação entre contribuintes e fisco.

O projeto SPED tem um peso tão grande que envolve as três esferas do

poder (Municipal, Estadual, Federal). Na sua forma atual, é basicamente divido em

três partes: Escrituração Contábil Digital (ECD ou SPED Contábil), Escrituração

Fiscal Digital (SPED Fiscal) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).

A Escrituração Contábil Digital (ECD), ou seja, SPED Contábil consiste

essencialmente em transferir a contabilidade tradicional, feita em papel, para a forma

eletrônica. Essa forma será gerada através de sistemas integrados ou não, que

possibilitem a geração do arquivo com o leiaute estabelecido pelo fisco. Logo

depois, validado e assinado de forma digital pelo Programa Validador e Assinador

(PVA). Em seguida, é gerado um requerimento de autenticação da respectiva Junta

Comercial.

O SPED Fiscal, por sua vez, corresponde à substituição das escriturações

de documentos fiscais de forma tradicional para a forma mais moderna que é a

Digital, neles estão contemplados os documentos de entradas e saídas de

mercadorias, dentre outros, e da mesma forma que o SPED Contábil, será validado,

assinado e transmitido para o fisco pelo programa Validador e Assinador (PVA).

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) consiste na nota fiscal impressa de forma

digital, ou seja, ela substitui a nota impressa por uma eletrônica, assinada

digitalmente pelo emitente, fornecendo ao fisco um acompanhamento em tempo real

das operações. Vale ressaltar que a NF-e só existe na forma digital. A forma

impressa, ou seja, o DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) não tem

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validade jurídica, serve apenas para acompanhamento da mercadoria em seu

trajeto.

O Projeto SPED teve início juntamente com a necessidade do fisco de

atuar de forma integrada com a administração tributária, dando início à legalização

do projeto.

2.3 Legislação

O início se deu com a Emenda Constitucional Nº 42, aprovada em 19 de

dezembro de 2003, que determinou que as administrações tributárias da União,

Estado, Distrito Federal e Municípios atuassem de forma integrada e com

compartilhamento de informações entre os mesmos.

� Em 22 de janeiro, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no art. 84, inciso IV, da Constituição, e considerando o disposto no art. 37, inciso XXII, da Constituição, nos arts. 10 e 11 da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, e nos arts. 219 1.179 e 1.180 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, projeto pelo qual unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações. Então, o Presidente assinou o Decreto Nº 6.022 que instituiu o Sistema Público de Escrituração Digital (www.receita.fazenda.gov.br, 2007).

� Com o objetivo de considerar o dispositivo constitucional, foram realizados encontros nacionais, reunindo os administradores tributários e representantes das secretarias. O primeiro foi em julho de 2004, denominado Encontro Nacional de Administradores Tributários (l ENAT). (www.receita.fazenda.gov.br, 2004).

Este encontro teve como finalidade promover uma maior integração,

padronização, fiscalização mais eficaz, racionalização dos custos, cruzamento de

dados e qualidade das informações geradas.

O projeto SPED impõe responsabilidades aos usuários nas suas

respectivas competências, estabelecendo regras entre as administrações tributárias

e suas obrigatoriedades.

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2.4 Obrigatoriedade

São usuários do Sistema Público de Escrituração Digital, segundo o

Decreto 6.022 Art. 3º:

I. A Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda; II. As administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, mediante convênio celebrado com a Secretaria da Receita Federal;

III. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das sociedades empresárias.

Os usuários do SPED serão responsáveis e, nas suas respectivas

competências, deverão estabelecer a obrigatoriedade, periodicidade e prazos de

apresentação dos livros e documentos por eles exigidos, por intermédio do Sistema

Publico. Este será administrado pela Secretaria da Receita Federal com a

participação de representantes indicados pelos usuários de que tratam os incisos II e

III.

Cada projeto do SPED possui sua obrigatoriedade e particularidades

definidas pelos órgãos representativos, e cada uma possui sua importância e

relevância para a geração de informações tributária e sócia econômica para os

usuários das mesmas.

A importância do projeto SPED não está somente na relação contribuinte

e fisco, mas exige uma grande participação dos gestores, porque o projeto

moderniza quase que toda a operação das organizações.

2.5 Importância

Os Gestores devem entender a importância do SPED, pois ele veio não

somente para atender as exigências do fisco, mas para gerar uma melhoria no

processo de gestão e geração das informações.

O principal objetivo do SPED é o combate à sonegação. As informações

geradas deixaram de existir no formato físico para existir no formato digital,

facilitando assim, o maior controle das informações geradas, fornecendo ao

empreendedor a informação de suas organizações de forma digital, rápida e efetiva.

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O Gestor deve considerar que as informações geradas forneceram ao

fisco uma maneira fácil e eficaz de cruzamento de dados das diversas informações

geradas.

O conhecimento básico da importância dos gestores da contabilidade em

relação ao SPED é de fundamental importância para evitar que a organização sofra

sanções pelas informações erroneamente transmitidas. Faz-se necessário um elo

direto entre a organização e contador, para o sucesso da implantação.

2.6 Contabilidade e suas diretrizes

A contabilidade é a ciência que controla de forma eficaz e harmoniosa as

informações patrimoniais das organizações, formando um conjunto de dados que

facilita a tomada de decisão para os administradores e gestores das empresas.

Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desse fato, com o fim de oferecer informações e orientações necessárias à tomada de decisão sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. Segundo Franco (1997, p.21)

A informação gerencial fornecida pela Contabilidade é de fundamental

importância para os tomadores de decisões das organizações. Através dessas

informações, é possível a organização investir ou não na hora certa.

Contabilidade é a ciência que estuda a formação e variação do patrimônio. É a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não. É também um instrumento de informações para a tomada de decisões, dentro e fora da empresa. (Marion, 2002, Pg.128).

A contabilidade pode ser definida como ciência por gerar informações

verdadeiras podendo ser verificadas e não por suposições. Por outro lado, é uma

técnica porque tem como finalidade a determinação da situação patrimonial das

organizações e dos seus resultados. Através dos seus procedimentos é possível

analisar, processar e aplicar os dados.

A contabilidade é dividida em Contabilidade Externa ou Geral porque

registra as operações externas das empresas, registrando o fato patrimonial, o que

possibilita, em qualquer tempo, a elaboração de análises econômicas e financeiras,

demonstrando a real situação patrimonial da empresa.

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A contabilidade pode ser também definida como Contabilidade Interna ou

de Gestão, pois visa às operações internas da empresa, através de um controle por

departamentos, custos, dentre outras ferramentas.

Contudo, a contabilidade assim como outras ciências, passou por um

processo de modernização do qual resultou o SPED.

2.7 Contabilidade e SPED

A contabilidade, com o surgimento do Sistema Público de Escrituração

Digital (SPED), teve uma mudança na forma de ser apresentada. Passou a ser feita

não só para os usuários, mas também para as administrações tributárias. As

informações que outrora eram apresentadas no formato papel, agora são

apresentadas na forma eletrônica. Validadas e transmitidas por programas

disponibilizados pelo fisco que, através da assinatura por certificado digital, possuem

validade jurídica.

Com essa mudança de cenário, a contabilidade passou a ter uma nova

forma de ser feita. Hoje, possui um leiaute especifico que deve ser apresentado ao

programa validador PVA para validação de sua estrutura. Isso serve para que seja

aceita de forma padronizada, fornecendo ao fisco uma forma digital de cruzamento

de dados, dentre outros fatores.

As mudanças geram benefícios que, para serem alcançados,

representam um custo muito alto aos empresários e profissionais da contabilidade.

Para adquirir programas e treinamento específico, os quais são

necessários para que as informações sejam geradas de forma correta para a

administração tributária, é preciso desembolsar determinada quantia. O que não

custa nada barato devido à falta de profissionais no mercado que tenham esse

conhecimento e sistemas que possibilitem uma facilidade na geração destas

informações.

O SPED, por sua vez, trouxe reflexos positivos para contabilidade,

jogando uma nova luz à forma como outrora era feita. Isso possibilitou uma mudança

no cenário contábil.

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2.8 Influência do SPED na contabilidade

Com a chegada do SPED, a contabilidade deixa sua forma palpável e

passa a ser eletrônica. A constante inovação das tecnologias da informação

modifica, continuamente, a forma de se fazer contabilidade. É importante que o

contador tenha consciência de seu papel de protagonista neste novo cenário de

transformação e possa ter a capacidade de acompanhar as mudanças que estão

acontecendo.

No mundo dos negócios frente à era tecnológica, onde a informação

gerada tem um valor inestimável para as empresas e o fisco, o contador possui um

papel fundamental de intermediador entre fisco e contribuinte e na geração contínua

das informações.

“O SPED é um avanço tecnológico que, pouco a pouco, atingirá quase todas as empresas do país e cujas exigências e procedimentos afetam significativamente a operação dessas organizações.” Nasajon e Santos (2010, p.5).

Ressalta-se que o SPED é uma solução disponibilizada pela receita

federal que torna oficial os arquivos gerados pelas escriturações fiscais e contábeis.

Esta mudança remete ao profissional contábil e ao gestor uma melhor

qualificação para atender a demanda ensejada pelo Sistema Publica de Escrituração

Digital.

Os Gestores têm a necessidade imediata de se atentar para a grande

importância que o SPED trará a sua organização, porque afetará quase todos os

setores de sua empresa, pois envolve a escrituração de um leque de eventos

sociais, incluindo contratações.

2.9 Gestão das organizações frente ao SPED

As organizações que enfrentam a realidade do SPED se deparam com

uma grande mudança cultural na sua organização. O SPED não somente irá tratar

da área fiscal da empresa, mas também com a forma de se organizar para que as

informações sejam geradas em tempo hábil e com qualidade. As empresas não

estarão só comercializando mercadorias, mas também o risco da operação, por se

tratar de arquivo digital que será facilmente fiscalizado.

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As empresas sentirão o impacto direto em vários setores, tais como:

Tecnologia de Informação e Comunicação, onde terão que atualizar seus sistemas e

procurar soluções de forma a gerar os arquivos eletrônicos. Será necessário uma

mudança na infraestrutura para garantir um ambiente propício ao volume de

informações geradas.

Com o SPED terá que haver uma comunicação eficiente para que seja

garantida mais agilidade nos processos dentro das empresas.

No ambiente do SPED, as pessoas serão diretamente impactadas pelo

processo, causando uma necessidade de investimento das empresas no capital

humano envolvido para que todos possam ter uma noção da nova realidade

envolvida.

As organizações deverão ter preocupação redobrada diante das

informações prestadas, pois as fiscalizações serão feitas de forma muito mais

efetiva, por se tratarem de arquivos eletrônicos que sofrerão cruzamento nas

informações pelas administrações tributárias das esferas (Federal Estadual e,

futuramente, Municipal).

Os gestores das organizações estão diante de um grande desafio que é a

implantação do SPED. Para isso, faz-se necessário a procura de profissionais

qualificados para a correta implantação do projeto.

2.10 Processos de implantação do SPED

As organizações devem procurar os profissionais da contabilidade para

que possam orientá-los como deverá ser feita a implantação do SPED, tendo em

vista que será necessária uma mão de obra treinada e qualificada com

conhecimentos específicos.

[...] os projetos de implantação de sistemas empresariais integrados normalmente são complexos e têm grandes impactos sobre a empresa, sua organização e seus processos de negócios. “Além disso, demandam grandes volumes de recursos humanos e financeiros.” Desta maneira, o projeto de implantação destes sistemas, exige a participação de profissionais de diversas qualificações e em tempo integral. Assim, como a contabilidade recebe informações necessárias para suas atividades de outras áreas, se faz necessário a interação direta e de forma eficiente entre os contadores e demais profissionais da organização. (COLANGELO FILHO, 2001, p. 47).

Para atender as exigências do governo, as organizações deverão rever

seus processos organizacionais para que as informações sejam geradas de forma

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correta. Os Gestores devem se preocupar em adquirir um sistema de software que

possa gerar as informações requeridas pelo SPED, e suas respectivas

particularidades.

A informação a que o fisco terá acesso poderá gerar multas e aumento na

tributação, por isso as organizações deverão possuir uma atenção ímpar no

procedimento de adaptação e implantação do SPED.

O profissional que não se adequar à nova realidade do SPED irá enfrentar

muita dificuldade em se manter no mercado. É necessário um interesse maior na

adequação dos profissionais contábeis.

Segundo Oda (2009), supervisor geral do projeto na Receita Federal, foi

realizado pesquisa quanto à adoção e implantação do SPED nas empresas com o

intuito de entender as principais dificuldades e fornecer contribuição para avaliação

do projeto. A pesquisa evidenciou que faltam consultores especializados no mercado

e verificou também que a crise financeira influenciou nos investimentos efetuados.

Conclui ainda, que o SPED traz uma mudança cultural nos processos internos,

exigindo uma nova visão no desenvolvimento dos sistemas internos e de

infraestrutura.

Com toda e temática exposta, é visível a necessidade de um profissional

de contabilidade com habilidades de análise, síntese, comunicação interpessoal e

atento à legislação. Este profissional deve estar aliado ao profissional de tecnologia

da informação para o sucesso da implantação desse novo projeto.

O projeto em si prevê penalidades legais para quem não estiver de

acordo com o SPED. Quem não se adaptar às condições, estará cometendo

infração, segundo a Lei 8.137/90, que trata dos crimes contra a ordem tributária.

Com tudo as empresas precisam entender o funcionamento do projeto,

que é dividido em três frentes: a Fiscal (EFD), a Contábil (ECD) e a Nota Fiscal

Eletrônica (NF-e).

Segundo os especialistas, como forma de evitar problemas no percurso

para implantação do Sistema Público de Escrituração Digital, contribuintes devem

levar em conta passos básicos para sua implantação.

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O SPED foi instituído pelo Decreto n. 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Ele

faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC

2007-2010) e constitui-se em mais um avanço na informatização da relação entre o

fisco e os contribuintes. Consiste na modernização da sistemática atual do

cumprimento das obrigações acessórias (livros contábeis, fiscais e notas fiscais)

transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos

fiscalizadores.

Com o SPED, as organizações não têm alternativas a não ser investir em

estrutura física (software) e em recursos humanos. Essa necessidade, por sua vez,

gera custo, porem é a única forma de garantir o cumprimento das novas exigências

impostas pelos agentes tributários. As organizações agora têm de fornecer uma

variedade grande e detalhada de informações ligadas ao seu negócio e à produção

e apenas elas podem organizar e gerar.

As organizações devem observar que a adoção do SPED não se resume

a implantar um software. O objetivo do SPED é dificultar a informalidade. “Portanto,

é fundamental sistematizar as informações internas da empresa, estruturando um

banco de dados”. A escrituração e a contabilidade digital pedem informações de

compras, vendas, estoques, contas, a receber e a pagar, entre outras.

O sistema Validador PVA, disponibilizado pela Receita Federal, não cruza

as informações. Portanto, mesmo que, num primeiro momento, o validador "aceite"

os dados, se o cruzamento de informações detectarem alguma inconsistência ou

divergência, a empresa terá de prestar contas ao Fisco. "As organizações devem

levar a sério o SPED e investir na organização interna. Se a implantação do sistema

for feita seguindo à risca os padrões da Receita, no longo prazo, a empresa só tem a

ganhar. Com certeza, todo investimento feito na implantação do sistema se reverterá

em economia com a burocracia contábil e fiscal” (administradores.com. br, 2008).

Todo processo de implantação gera uma serie de impactos. Não seria

diferente na implantação do projeto SPED. Os gestores devem ficar bem atentos às

mudanças culturais e outras de sua empresa.

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2.10.1 Impacto nas Organizações

As organizações sentirão o impacto do SPED em todas as áreas:

infraestrutura tecnológica, processos, procedimentos, comunicação e crescimento

pessoal e profissional das pessoas envolvidas.

Na área tecnológica, por exemplo, as empresas deverão adquirir novos

programas atualizados às exigências do fisco, e formular novas diretrizes para a

geração dos arquivos magnéticos definidos pelo SPED.

As organizações terão que preparar a sua infraestrutura de

telecomunicações para garantir um ambiente adequado ao volume de informações

que serão transmitidas/recebidas na comunicação com os fiscos. (spedbrasil. net,

2008)

A infraestrutura física deverá passar por uma reestruturação, para

adequação às diversas situações que podem ocorrer, como por exemplo: a

aquisição de novos computadores para os pontos de recebimento de notas; a

disponibilização de um local para a instalação de equipamentos para o

armazenamento dos dados eletrônicos, entre outros.

Os colaboradores serão diretamente afetados por essa nova realidade

chamada SPED. Com o advento dessa nova realidade, o manuseio do papel como

nota fiscal diminuirá, pois será feito de forma digital.

O conhecimento fiscal que o colaborador deverá possuir para que as

etapas do projeto sejam realizadas de acordo com as exigências do fisco, será de

grande importância para as organizações. Isso levará as empresas a investir em

capacitação para que todos tenham o perfeito entendimento do novo cenário, para

assim estarem completamente adequadas a esta nova realidade: a cultura imposta

pelo SPED.

Como o SPED envolve diversas áreas, as organizações precisarão

possuir comunicação eficiente, garantindo o bom fluxo das informações.

No cenário do SPED, os fiscos (Federal, Estadual, futuramente,

Municipal) querem integrar os processos fiscal-tributários no país, gerando a

possibilidade da redução e simplificação das obrigações existentes, proporcionando

uma redução das obrigações para as organizações.

O SPED promove impactos diretamente ligados às organizações em

diversos processos de negócios das empresas, como por exemplo, no faturamento

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(passa a ser eletrônico), no recebimento das notas fiscais (que pode ser também

eletrônico), no atendimento às obrigações fiscais nos novos prazos, entre outros.

Segundo Ribeiro (2008), o projeto SPED, independente dos seus

subprojetos, será interligado de uma forma eletrônica tendo em vista que a própria

Lei que institui o projeto promove essa integração entre os entes tributários. O fisco

terá acesso à informação de todas as empresas em um único bando de dados,

porém todos os projetos possuem estruturas independentes.

Instituído pelo Decreto n º 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o projeto do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes. É composto por três grandes subprojetos: Escrituração Contábil Digital, Escrituração Fiscal Digital e a NF- e - Ambiente Nacional. (BRASIL, 2007) Através da integração entre os fiscos, com o compartilhamento das informações, maior eficácia da fiscalização, diminuição no custo da fiscalização, rapidez ao acesso ás informações haverá maior controle da sonegação gerando assim maior arrecadação. (WALTER; RIBEIRO, 2008, p.9).

Com o contexto exposto, pode-se verificar que o maior objetivo do fisco

não é fornecer ao contribuinte ferramentas que facilitem o dia a dia dos usuários. E

sim, que contribua para o fisco acompanhar o andamento das organizações de

forma eficaz, no intuito de verificar se as atividades estão dentro de um padrão

aceitável de forma a evitar a sonegação. Tendo em vista que o grande banco de

dados será utilizado de forma integrada pelo fisco, não será difícil cruzar as

informações para saber se as organizações estão sonegando ou não.

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A Figura 1 demonstra o universo do SPED.

Figura 1 Universa do SPED

Fonte: www.SPEDbrasil.net.com

Diante da busca pela escrituração eletrônica da cadeia de obrigações

acessórias e obrigações fiscais que devem ser apresentados, a administração

tributária tem ampliado os diversos projetos, dentro do sistema público de

escrituração digital, visando suprir a necessidade do fisco e do contribuinte.

Seria de excelente valia se existissem apenas alguns projetos, nos quais

substituíssem toda a sistemática outrora realizada. Porém, as diversas

particularidades de cada obrigação acessória e das administrações tributárias, não

permitem tal integração, sendo necessária a criação dos diversos projetos e

subprojetos.

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A Figura 2 apresenta os trabalhos Incorporados e que serão incorporados

ao SPED.

Figura 2 Trabalhos incorporados e que serão incorporados ao SPED.

Fonte: www.liberconsultoria.com

O grande número de trabalhos a serem incorporados deu início a

necessidade de criar tipos de SPED, para atender todos os trabalhos conforme

apresentados nas Figuras 1 e 2.

A necessidade do fisco de possuir as informações de forma eletrônica

para fins de fiscalização e diminuição da sonegação do contribuinte, tornou

necessária a criação dos tipos de SPED como forma de atender à demanda do fisco

e do contribuinte eficazmente.

2.11 Tipos De SPED

2.11.1 Escrituração Contábil Digital (ECD)

O Sistema Público de escrituração Digital no ano de 2013 possui os

seguintes projetos em funcionamento:

A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto SPED

e tem por objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração

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transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em versão

digital, os seguintes livros:

I. Livro Diário e seus auxiliares se houver; II. Livro Razão e seus auxiliares se houver;

III. Livro Balancetes Diários Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.

IV. Segundo a Instrução Normativa RFB nº 787/07, estão obrigadas a adotar a ECD:

V. Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de novembro de 2007, e sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real.

VI. Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009, as demais sociedades empresárias sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real.

De acordo com Receita Federal, as organizações cujo regime de

tributação está enquadrado pelo Lucro Real estão obrigadas ao SPED Contábil,

desde 2009. Porém, torna facultativa, aos outros tipos de tributação, a apresentação

do mesmo. Estão dispensadas de apresentar o SPED, as empresas optantes pelo

Simples Nacional, microempresas e empresas de pequeno porte.

A obrigação ao SPED Contábil, não leva em consideração se a

organização teve ou não movimento no período, porque mesmo sem movimentação,

existem eventos que ocorrem independente da movimentação, como: pagamento de

honorários contábeis, pagamento de aluguel, dentre outros fatos contábeis.

Para a geração do SPED Contábil, é necessário seguir um roteiro de

forma que a escrituração fique correta, visando à geração dos arquivos dentro do

padrão de exigência do SPED. Caso contrário, não ocorrerá a importação para o

validador PVA.

1. A partir do seu sistema de contabilidade, a empresa gera um arquivo digital no formato especificado no anexo único à Instrução Normativa RFB nº 787/07 (disponível no menu Legislação).

2. Devido às peculiaridades das diversas legislações que tratam da matéria, este arquivo pode ser tratado pelos sinônimos: Livro Diário Digital, Escrituração Contábil Digital – ECD, ou Escrituração Contábil em forma eletrônica.

3. Este arquivo é submetido ao Programa Validador e Assinador – PVA fornecido pelo SPED.

4. Faça o download do PVA e da Receita net e instale-os em um computador ligado à internet.

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Por meio do PVA do SPED Contábil, execute os seguintes passos:

I. Validação do arquivo contendo a escrituração. II. Assinatura digital do livro pela(s) pessoa(s) que têm poderes para

assinar, de acordo com os registros da Junta Comercial e pelo Contabilista.

III. Geração e assinatura de requerimento para autenticação dirigido à Junta Comercial de sua jurisdição. Para geração do requerimento é indispensável, exceto para a Junta Comercial de Minas Gerais, informar a identificação do documento de arrecadação do preço da autenticação. Verifique na Junta Comercial de sua Jurisdição como obter a identificação.

IV. Assinados a escrituração e o requerimento, faça a transmissão para o SPED.

V. Concluída a transmissão, será fornecido um recibo. VI. Imprima-o, pois ele contém informações importantes para a prática de

atos posteriores.

Logo após o ente tributário receber a ECD, o SPED gera um resumo

(requerimento, Termo de Abertura e Termo de Encerramento) e o disponibiliza para

a Junta Comercial competente. Na atual estrutura, cabe à Junta Comercial buscar o

resumo no ambiente SPED. Enquanto ela não adota tal providência, ao consultar a

situação, a resposta obtida será: “o livro digital foi recebido pelo SPED Contábil,

porém ainda não foi encaminhado para a Junta Comercial (RECEITA FEDERAL)”.

Após o procedimento exposto acima, é necessário verificar como é feito o

pagamento da autenticação pela Junta Comercial responsável por cada localidade.

Depois de confirmado o pagamento, a Junta Comercial verificará o requerimento e o

livro Digital, podendo gerar as seguintes situações: Autenticação do livro,

Indeferimento, Sob exigência.

Para que um livro colocado sob exigência pela Junta Comercial possa ser

autenticado, após sanada a irregularidade, ele deve ser reenviado ao SPED. Não há

necessidade de novo pagamento do preço da autenticação. Deve ser gerado o

requerimento específico para substituição de livros não autenticados e colocados

sob exigência. Para verificar o andamento dos trabalhos, utilizar-se-á a

funcionalidade “Consulta Situação” do PVA.

Os termos lavrados pela Junta Comercial, inclusive o de Autenticação,

serão transmitidos automaticamente à empresa durante a consulta. O PVA tem

ainda as funcionalidades de visualização da escrituração e de geração da

recuperação de backup.

Autenticada a escrituração, deverão ser adotadas medidas necessárias

para evitar a deterioração, extravio ou destruição do livro digital. Ele é composto por

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dois arquivos principais: o do livro digital e o de autenticação (extensão.aut). É

necessário fazer também cópia do arquivo do requerimento (extensão.rqr) e do

recibo de entrega (extensão REC). Todos os arquivos têm o mesmo nome, variando

apenas a extensão (RECEITA FEDERAL). A Figura 3 demonstra a realidade de

como é feita e transmitida o SPED Contábil.

Figura 3 SPED Contábil

Fonte: www.goru.com.br

A sistemática de geração do arquivo que será transmitida à base da

Receita Federal pode ser representada na Figura 3, que expõe os processos que o

empresário ou sociedade empresária tem que realizar para que os arquivos sejam

transmitidos até o repositório nacional.

A Figura 4 demonstra os livros que o projeto SPED Contábil, contempla.

Figura 4 Escrituração Contábil Digital (ECD)

Fonte: www.unitedsystems.com.br

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O projeto SPED Contábil não é tão simples como aparenta as explicações,

pois depende de um estudo aprofundado do seu leiaute para um correto

aprendizado e preenchimento.

O projeto SPED, na sua grande amplitude de substituição das antigas

declarações acessórias, não possui a capacidade de substituir todas as obrigações

acessórias com um único projeto, por isso, a necessidade da criação dos outros

projetos.

2.11.2 Escrituração Fiscal Digital (EFD FISCAL)

Escrituração Fiscal Digital (EFD) visa substituir a impressão de livros

fiscais: Registros de Entradas, Saídas, Apuração do ICMS, Apuração do IPI e

Inventário por arquivos e registros digitais. A organização, de posse da sua base de

dados, deverá gerar um arquivo digital de acordo com leiaute estabelecido em Ato

COTEPE, informando todos os documentos fiscais e outras informações de

interesse dos fiscos federal e estadual, referentes ao período de apuração dos

impostos ICMS e IPI. O arquivo em formato TXT gerado deverá ser submetido à

importação e validação pelo Programa Validador e Assinador (PVA) fornecido pelo

SPED, que possibilitará uma validação dos erros de estrutura e não uma auditoria

nos dados transmitidos. Vale ressaltar a importância da correta geração das

informações, as quais devem ser analisadas antes da sua transmissão. (RECEITA

FEDERAL).

A Figura 5 apresenta as operações que as organizações precisam

processar para que ocorra a transmissão do arquivo SPED.

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Figura 5 – SPED

Fonte: www.pwi.com.br

O Projeto SPED Fiscal possui uma gama de requisitos para que ocorra

sua validação sem erros ou avisos, que são averiguados pelo programa PVA da

Receita Federal. Porém, para que o procedimento tenha sucesso na sua geração, é

necessário que seja respeitada a sistemática e mudança de cultura na organização

da empresa.

Os documentos fiscais, de entrada e saída devem ser escriturados no

sistema de gerenciamento da empresa, o qual gerará o arquivo em formato “TXT”

que será importado para o PVA.

Para a validação, é importante o treinamento de pessoal, tendo em vista

que o profissional contratado pela organização dará entrada nos documentos fiscais

neste sistema.

Para que o arquivo esteja correto, deverá ser observado o cadastro dos

produtos, estoque de mercadoria, compras, faturamento, conhecimento de

transporte, ativo fixo, e principalmente a correta escrituração fiscal, que precisa de

conhecimento fiscal, para que seja feita sem erros. Depois de lançados esses

dados, faz-se a geração do arquivo pelo contribuinte no sistema que a empresa

utiliza, o qual será importado pelo PVA.

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Como pré-requisito para a instalação do PVA, é necessário a instalação

da máquina virtual do Java. Após a importação, o arquivo poderá ser visualizado

pelo próprio Programa Validador, com possibilidades de pesquisas de registros ou

relatórios do sistema. O programa possui funcionalidades como: digitação, alteração,

assinatura digital da EFD, transmissão do arquivo, exclusão de arquivos, geração de

cópia de segurança e sua restauração. A periodicidade da apresentação do SPED

Fiscal é feita de forma mensal. No Ceará, corresponde ao décimo quinto dia do mês

sequente ao fato gerador (RECEITA FEDERAL).

A Figura 6 apresenta a realidade da sistemática do SPED na organização

empresarial, Receita Federal e SEFAZ de cada Estado. Sabendo que, após o

contribuinte efetuar os procedimentos, será transmitido o arquivo para a Receita

Federal que ficará responsável de repassar a informação para as demais

administrações tributárias.

Figura 6 – SPED Fiscal

Fonte: Sistema Público de Escrituração Digital

Os gestores, diante do exposto, devem enxergar o SPED como uma forte

ferramenta de gestão e não como mais uma obrigação assessória. Implantado de

forma correta e tendo o acompanhamento adequado, o SPED fornecerá à

organização, um diferencial perante à concorrência.

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2.11.3 EFD - Contribuições

A EFD Contribuições trata de arquivo digital instituído no Sistema Público

de Escrituração Digital (SPED). Deve ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito

privado, na escrituração da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos

regimes de apuração não cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de

documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos

custos, despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não

comutatividade. (www.receita.fazenda.gov.br).

Com o advento da Lei nº 12.546/2011, arts. 7º e 8º, a EFD Contribuições

passou a contemplar também a escrituração digital da Contribuição Previdenciária

sobre a Receita Bruta, incidente nos setores de serviços e indústrias, no aferimento

de receitas referentes aos serviços e produtos nela relacionados.

Os documentos e operações da escrituração representativa de receitas

auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos incorridos, serão

relacionados no arquivo da EFD Contribuições em relação a cada estabelecimento

da pessoa jurídica. A escrituração das contribuições sociais e dos créditos, bem

como da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, será efetuada de forma

centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica.

(www.receita.fazenda.gov.br).

O arquivo da EFD Contribuições deverá ser validado, assinado

digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente SPED, conforme disciplina a

Instrução Normativa RFB nº 1.252 de 1 de março de 2012. Estão obrigadas à

escrituração fiscal digital em referência:

I. Em relação à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real;

II. Em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à COFINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2012, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumido ou Arbitrado;

III. Em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à COFINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2013, as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983;

IV. Em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades relacionadas nos arts. 7º e 8º

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da Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011, convertida na Lei nº 12.546, de 2011;

V. Em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades relacionadas nos §§ 3º e 4º do art. 7º e nos incisos III a V do caput do art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011.

A pessoa jurídica poderá retificar os arquivos originais da EFD-

Contribuições até o ultimo dia útil do ano-calendário seguinte ao que se refere a

escrituração, sem penalidade. Todavia, a retificação não será validada pela Receita

Federal, se ocorrer algum dos seguintes casos:

� Para reduzir débitos que já tenham sido encaminhados à PFN, que tenham sido objeto de auditoria interna ou de procedimento de fiscalização;

� Para alterar débitos em relação aos qual a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal;

� Para alterar créditos já objeto de exame em procedimento de fiscalização ou objeto de análise de PERDCOMP.

A partir de sua base de dados, a pessoa jurídica deverá gerar um arquivo

digital de acordo com leiaute estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do

Brasil (RFB), informando todos os documentos fiscais e demais operações com

repercussão no campo de incidência das contribuições sociais e dos créditos da não

cumulatividade, bem como da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta,

referentes a cada período de apuração das respectivas contribuições. Este arquivo

deverá ser submetido à importação e validação pelo Programa Validador e

Assinador (PVA), fornecido na página do SPED e da RFB. (RECEITA FEDERAL).

Poderá também a pessoa jurídica, a partir da versão 2.0.1 do PVA EFD

Contribuições, criar uma escrituração mediante a digitação de todos os dados

necessários no próprio PVA, ou seja, sem a necessidade de importar arquivos. Este

PVA também permite editar/excluir/adicionar as informações necessárias à

escrituração de qualquer operação sujeita a incidência das referidas contribuições.

(RECEITA FEDERAL).

Como pré-requisito para a instalação do PVA é necessária a instalação da

máquina virtual do Java. Após a importação ou criação da escrituração, a mesma

poderá ser visualizada pelo próprio Programa Validador, com possibilidades de

pesquisas de registros ou relatórios do sistema. Outras funcionalidades do

programa: digitação, alteração, assinatura digital da EFD- Contribuições,

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transmissão do arquivo, exclusão de arquivos, geração de cópia de segurança e sua

restauração (www.receita. fazenda. gov. br).

O programa gerador de escrituração possibilitará:

I. Importar o arquivo com o leiaute da EFD- Contribuições definido pela RFB;

II. Criar uma nova escrituração, mediante digitação completa dos dados; III. Validar o conteúdo da escrituração e indicar dos erros e avisos; IV. Editar via digitação os registros criados ou importados; V. Emissão de relatórios da escrituração; VI. Geração do arquivo da EFD- Contribuições para assinatura e

transmissão ao SPED; VII. Assinar do arquivo gerado por certificado digital; VIII. Comandar a transmissão do arquivo ao SPED.

A EFD Contribuições é mensal, devendo ser transmitido o arquivo, após a

sua validação e assinatura digital, até o 10º (décimo) dia útil do segundo mês

subsequente ao de referência da escrituração.

O que preocupa, muitas vezes, os usuários do projeto SPED é que, em

tese, a base de dados utilizada para transmitir as informações necessárias em cada

projeto é a mesma. Então, ao corrigir os erros de escrituração, por questão de

lógica, o arquivo eletrônico deveria atualizar as correções em todas as demais

declarações. Mas, na prática, isso não ocorre, porque cada projeto tem suas

particularidades. Então erros que são acusados em um projeto, podem não ser

identificados em outro.

Essa realidade tem causado certo desconforto aos profissionais da

contabilidade e usuários do SPED, porque a dificuldade de encontrar um programa

de gestão que atenda todas as necessidades fiscais e gerencias não é muito fácil.

Na grande maioria, os sistemas não estão redondos para gerar os arquivos com

segurança, sem erros. Isso ocasiona certa procura de profissionais qualificados que

possuam conhecimento para analisar as informações dos arquivos, evitando assim

desgaste com o fisco e sujeição às sanções fiscais.

O Arquivo da EFD Contribuições, para algumas atividades, chega até a

ser simples, porém, para outras não. As que possuem um nível de informação maior,

em que os dados são gerados com base nos itens dos produtos, qualquer

preenchimento errado do documento chave para toda a escrituração, que é a Nota

Fiscal, gera uma infinidade de erros. Portanto, se o sistema utilizado não for capaz

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de detectar essas falhas, fica difícil uma correta apuração dos impostos e a geração

do arquivo muito menos estará correta. São muitos os detalhes a serem observados,

sendo necessário um estudo do Guia Prático de cada projeto para o preenchimento

adequado da escrituração.

O Projeto FCONT, por exemplo, é outro projeto que a base do arquivo é o

SPED Contábil, porém alguns erros não serão verificados em ambos os projetos.

2.11.4 Controle Fiscal Contábil De Transição (FCONT)

FCONT é a escrituração das contas patrimoniais e de resultado, em

partidas dobradas, que considera os métodos e critérios contábeis aplicados pela

legislação tributária. A FCONT é necessária para ajustes que são realizados no

LALUR e não podem ser substituídos por nem um tipo de memória de cálculo,

conforme disciplina a Instrução Normativa RFB nº 949/09.

Em termos práticos, no Programa Validador e Assinador da entrada de

dados do FCONT devem ser informados os lançamentos que:

I. Efetuados na escrituração comercial, não devam ser considerados para fins de apuração do resultado com base na legislação vigente em 31.12.2007. Ou seja, os lançamentos que existem na escrituração comercial, mas que devem ser expurgados para remover os reflexos das alterações introduzidas pela Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e pelos arts. 37 e 38 da Lei nº 11.941, de 2009, que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na escrituração contábil, para apuração do lucro líquido do exercício definido no art. 191 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;

II. Não efetuados na escrituração comercial, mas que devam ser incluídos para fins de apuração do resultado com base na legislação vigente em 31.12.2007.

A empresa deverá apresentar os lançamentos da contabilidade societária

que foram efetuados utilizando os novos critérios introduzidos pela Lei 11.638/07 e

pelos artigos 37 e 38 da Lei 11.941/09; (RECEITA FEDERAL).

Em relação a estes mesmos lançamentos contábeis, a empresa deverá

efetuar os lançamentos utilizando os métodos e critérios contábeis aplicáveis à

legislação tributária; (RECEITA FEDERAL).

As diferenças apuradas entre as duas metodologias comporão ajuste

específico a ser efetuado no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).

Para estas operações, a empresa apresentará arquivo digital em leiaute

semelhante ao da Escrituração Contábil Digital. Este arquivo constituirá parte da

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entrada de dados da escrituração de controle fiscal contábil de transição - FCONT. A

outra parte é a própria escrituração comercial da empresa. (RECEITA FEDERAL).

Esta escrituração deverá ser criada a partir de programa gerador a ser

disponibilizado pela RFB.

O programa gerador de escrituração possibilitará:

I. Criar ou importar o arquivo com o leiaute do FCONT definido em legislação;

II. Validar do conteúdo da escrituração e indicar dos erros e advertências;

III. Editar via digitação os registros criados ou importados; IV. Geração do arquivo FCONT para assinatura e transmissão ao SPED; V. Assinar do arquivo gerado por certificado digital; VI. Comandar a transmissão do arquivo ao SPED.

O FCONT tem como prazo de entrega o mesmo prazo para a

apresentação da DIPJ, que será gerado, assinado e transmitido, através do

aplicativo disponibilizado no site da Receita Federal. Toda a escrituração digital tem

como base um determinado documento para sua escrituração. O projeto SPED tem

como principal aliado a Nota Fiscal Eletrônica (NFe).

2.11.5 Nota Fiscal Eletrônica (NFe)

O Projeto Nota Fiscal Eletrônica (NFe) desenvolvido, de forma integrada,

pelas Secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Brasil, a partir da

assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, de 27/08/2005, atribui ao Encontro Nacional

de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação

e a responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto NFe. (www1.

receita. fazenda. gov. br).

Para consultar detalhes sobre o projeto NFe, conhecer o modelo

operacional, detalhes técnicos ou a legislação já editada sobre o tema, acesse o

seguinte endereço: www.nfe.fazenda.gov.br.

A integração e a cooperação entre administrações tributárias tem sido

tema muito debatido em países federativos, especialmente naqueles que, como o

Brasil, possui forte grau de descentralização fiscal. (RECEITA FEDERAL).

Atualmente, as administrações tributárias despendem grandes somas de

recursos para captar, tratar, armazenar e disponibilizar informações sobre a emissão

de notas fiscais dos contribuintes. Os volumes de transações efetuadas e os

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montantes de recursos movimentados crescem num ritmo intenso e, na mesma

proporção, aumentam os custos inerentes à necessidade do Estado de detectar e

prevenir a evasão tributária. (www1. receita. fazenda. gov. br).

A Nota Fiscal Eletrônica, que substitui as antigas Notas Fiscais impressas,

na maioria das organizações, possui facilidades incomparáveis com a sistemática

outrora utilizada.

No processo antigo, a escrituração fiscal ficava complicada, porque era

escriturada manualmente e a nota fiscal era feita com letras que, muita vezes, era

difícil a identificação de produtos e os dados nela contidos.

A nova sistemática da Nota Fiscal Eletrônica existe somente em seu

formato digital, tornando possível a importação para o sistema contábil de forma

eletrônica, sem precisar digitar. A nova sistemática possibilita a impressão do

DANFE, que é o documento impresso que acompanha a mercadoria, porém não

possui validade jurídica.

O responsável pelo recebimento da mercadoria tem que receber o arquivo

“XML” da Nota, e conferir sua validade no Ambiente Nacional ou Estadual da Nota

Fiscal Eletrônica. A sistemática correta da Nota Fiscal é que tanto o emitente como o

destinatário faça a consulta da Nota nos ambientes nacional e estadual, visando

saber se a nota está devidamente autorizada pelo fisco ou não.

A Figura 7 demonstra a relação entre a sistemática da emissão e

transmissão da nota fiscal eletrônica.

Figura 7 – Nota Fiscal Eletrônica

Fonte: www.sistemas.sefaz.am.gov.br

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A sistemática da emissão da nota fiscal eletrônica deve ser respeitada e

seguida de acordo com a legislação vigente, para uma correta escrituração fiscal e

contábil.

Importante salientar que a NFe só existe na sua forma digital. O DANFE é

apenas o documento que acompanha a mercadoria em circulação. (RECEITA

FEDERAL).

A Figura 8 demonstra um modelo de Documento Auxiliar da Nota Fiscal

Eletrônica (DANFE).

Figura 8 – DANFE

Fonte: asfarn.com. br

A Nota Fiscal Eletrônica é a principal ferramenta para a integração e

controle fiscal das operações, nessa nova era de tecnologia como ferramenta de

controle.

De acorda com a Receita Federal, o projeto justifica-se pela necessidade

de investimento público voltado para integração do processo de controle fiscal,

possibilitando:

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I. Melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; II. Redução de custos e entraves burocráticos, facilitando o cumprimento

das obrigações tributárias e o pagamento de impostos e contribuições; III. Fortalecimento do controle e da fiscalização.

O projeto possibilitará os seguintes benefícios e vantagens às partes

envolvidas: (www1. receita. fazenda. gov.br).

I. Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal; II. Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor

intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; III. Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas

pela fiscalização de mercadorias em trânsito; IV. Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação; V. Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da

Receita Federal e demais Secretarias de Fazendas Estaduais; VI. Fortalecimento da integração entre os fiscos, facilitando a fiscalização

realizada pelas Administrações Tributárias devido ao compartilhamento das informações das NF-e;

VII. Rapidez no acesso às informações; VIII. Eliminação do papel; IX. Aumento da produtividade da auditoria através da eliminação dos passos

para coleta dos arquivos; X. Possibilidade do cruzamento eletrônico de informações.

A Nota Fiscal Eletrônica vem facilitado muito a vida de todos os

envolvidos dentro do processo organizacional, mesmo a despeito de, no primeiro

momento de implantação, ter sido um pouco conturbado, devido à falta de

profissional qualificado para a emissão e gerenciamento da informação.

É notável que as organizações não possuam profissionais qualificados e

algumas não fornecem treinamento adequados para a emissão da NFe, de forma

que possibilite uma rápida transmissão para todos os usuários da informação

contida na Nota Fiscal Eletrônico.

É necessário que o arquivo “xml” da nota seja consultado no recebimento

para saber se está autorizado e se o documento é legítimo, porque o DANFE como

já exposto anteriormente, é somente um documento que acompanha a mercadoria,

para se ter acesso facilitado a consulta dos dados, pelos portais da Nota Fiscal

eletrônica.

O contribuinte tem por obrigação fazer a consulta e o armazenamento do

arquivo “XML”, para que o projeto seja bem sucedido e a organização esteja

resguardada de qualquer prejuízo por falsificação ou documento sem validade legal.

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A Figura 9 demonstra o portal Nacional de Consulta da Nota Fiscal

Eletrônica.

Figura 9 – Portal da Nota Fiscal Eletrônica

Fonte: www.nfe.fazenda.gov.br

O portal de consulta da Nota Fiscal Eletrônica é de grande importância

para todo o processo de escrituração fiscal, porque através dele se pode consultar a

real situação da nota, se foi autorizada e se possui validade Jurídica, devido sua

autorização pela unidade certificadora.

A exemplo de como a Nota Fiscal Eletrônica de circulação de mercadorias

é de grande importância para a escrituração digital das operações com mercadorias

e produtos, foi necessário um dispositivo de controle digital para as operações com

serviços, surgindo a Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFSe).

2.11.6 Nota Fiscal De Serviço Eletrônica (NFSe)

O Projeto Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) foi desenvolvido de

forma integrada, pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Associação Brasileira das

Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf), atendendo o Protocolo de

Cooperação ENAT nº 02, de 7 de dezembro de 2007, que atribuiu a coordenação e

a responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto da NFS-e.

(www1. receita. fazenda. gov. br).

A Nota Fiscal de Serviço está facilitando o processo de apuração dos

tributos municipais e, ao mesmo tempo, transformando a escrituração fiscal dos

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serviços em eletrônica, acelerando todo o processo de escrituração fiscal, podendo

ser importado para dentro dos sistemas de escrituração de uma só vez por período.

A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) é um documento de

existência digital, gerado e armazenado eletronicamente em Ambiente Nacional pela

RFB, pela prefeitura ou por outra entidade conveniada, para documentar as

operações de prestação de serviços. (www1. receita. fazenda. gov. br).

Esse projeto visa o benefício das administrações tributárias, padronizando

e melhorando a qualidade das informações, racionalizando os custos e gerando

maior eficácia, bem como o aumento da competitividade das empresas brasileiras

pela racionalização das obrigações acessórias (redução do custo Brasil), em

especial, a dispensa da emissão e guarda de documentos em papel. (www1. receita.

fazenda. gov. br).

A geração da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica - NFS-e - é feita,

automaticamente, por meio de serviços informatizados, disponibilizados aos

contribuintes. Para que sua geração seja efetuada, dados que a compõem serão

informados, analisados, processados, validados e, se corretos, gerarão o

documento. A responsabilidade pelo cumprimento da obrigação acessória de

emissão da NFS-e e pelo correto fornecimento dos dados à secretaria, para a

geração da mesma, é do contribuinte. (www1. receita. fazenda. gov. br).

Caso o serviço de emissão da nota fiscal esteja fora do ar, existe o

serviço de contingência que atenderá a necessidade do contribuinte no momento e

emitirá um Recibo Provisório de Serviço.

Este documento atende, também, àqueles contribuintes que, porventura,

não dispõem de infraestrutura de conectividade com a secretaria em tempo integral,

podendo gerar os documentos e enviá-los, em lote, para processamento e geração

das respectivas NFS-e. (www1. receita. fazenda. gov. br).

Para que os RPS possam fazer parte de um lote a ser enviado para

geração das NFS-e correspondentes, é necessário que o contribuinte possua uma

aplicação instalada em seus computadores, seja ela fornecida pela secretaria ou

desenvolvida particularmente, seguindo as especificações disponibilizadas por essa.

(www1. receita. fazenda. gov. br).

A NFS-e uma vez gerada, não pode mais ser alterada, podendo, por

iniciativa do contribuinte, ser cancelada ou substituída, hipótese esta em que deverá

ser mantido o vínculo entre a nota substituída e a nova.

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Para correta emissão da Nota Fiscal de Serviço Eletrônica deve-se

observar os seguintes parâmetros:

1. A NFS-e deve conter a identificação dos serviços em conformidade com os itens da Lista de Serviços, anexa à Lei Complementar n°116, de 2003, acrescida daqueles que foram vetados e de um item "9999" para "outros serviços".

2. É possível descrever vários serviços numa mesma NFS-e, desde que relacionados a um único item da Lista, de mesma alíquota e para o mesmo tomador de serviço. Quando a legislação do município assim exigir, no caso da atividade de construção civil, as NFS-e deverão ser emitidas por obra.

3. A identificação do prestador de serviços será feita pelo CNPJ, que pode ser conjugado com a Inscrição Municipal, não sendo esta de uso obrigatório.

4. A informação do CNPJ do tomador do serviço é obrigatória para pessoa jurídica, exceto quando se tratar de tomador do exterior.

5. A competência de uma NFS-e é o mês da ocorrência do fato gerador. O sistema assumirá automaticamente o Mês/Ano da emissão do RPS ou da NFS-e, o que for inferior, podendo ainda o contribuinte informar uma competência anterior.

6. A base de cálculo da NFS-e é o Valor Total de Serviços, subtraído do Valor de Deduções previstas em lei. (RECEITA FAZENDA).

O Valor do ISS é definido de acordo com a Natureza da Operação, a

Opção pelo Simples Nacional, o Regime Especial de Tributação e o ISS Retido, e

será sempre calculado, exceto nos seguintes casos:

I. A Natureza da Operação for Tributação no Município; Exigibilidade suspensa por decisão judicial ou Exigibilidade suspensa por procedimento administrativo e o Regime Especial de Tributação for Microempresa Municipal; Estimativa ou Sociedade de profissionais.

II. A Natureza da Operação for Tributação fora do Município, nesse caso os campos Alíquota de Serviço e Valor do ISS ficarão abertos para o prestador indicar os valores.

III. A Natureza da Operação for Imune ou Isenta, nesses casos o ISS será calculado com alíquota zero.

IV. O contribuinte for optante pelo Simples Nacional e não tiver o ISS retido na fonte. (RECEITA FEDERAL)

A alíquota para que seja tributado o ISS é definida pela legislação

municipal. Quando a NFS-e é tributada fora do município em que está sendo

emitida, a alíquota será informada pelo contribuinte (RECEITA FEDERAL).

A Nota Fiscal de Serviço Eletrônica possui vários pontos positivos para a

escrituração contábil, fiscal e usuários da mesma. A nota eletrônica possibilita o

encerramento da movimentação das Notas de Serviço de forma muito mais eficaz,

facilitando a apuração dos tributos e alíquotas que, dependendo do regime tributário

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da empresa, é preciso ter uma apuração rápida para saber a alíquota a ser utilizada

no mês seguinte.

A forma eletrônica da nota de serviço facilita a importação do arquivo

completo para dentro do sistema da organização. Em alguns municípios pode ser

encerrada a movimentação do mês e depois importado o arquivo completo.

Algumas organizações estão tendo dificuldade na importação desse

arquivo devido à falta de conhecimento tecnológico de informática. Se o arquivo

possuir qualquer caractere errado ou informado errado na própria nota, isso impede

que a movimentação seja feita de forma eletrônica, sendo necessária a edição do

arquivo para então fazer a importação.

A falta de profissionais qualificados não somente na área fiscal e contábil,

mas também em TI, muitas vezes, torna o processo de adaptação de algumas

organizações demorado, porque atualmente além do conhecimento fiscal, é

necessário um conhecimento de informática.

A organização que deixa de aproveitar os benefícios que os arquivos

eletrônicos proporcionam, deixa de evoluir juntamente com o projeto, tornando sua

escrituração fiscal lenta. Isso onera seu custo com pessoal e perde competitividade

com procedimentos desnecessários para o novo cenário do Projeto SPED.

Com essa nova realidade, novos projetos vão nascendo, visando a

mesma agilidade dos projetos implantados com sucesso, como o Conhecimento de

Transporte Eletrônico.

2.11.7 Conhecimento De Transporte Eletrônico (CTe)

O Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e) é o novo modelo de

documento fiscal eletrônico, instituído pelo AJUSTE SINIEF 09/07, de 25/10/2007,

que poderá ser utilizado para substituir um dos seguintes documentos fiscais:

I. Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8; II. Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;

III. Conhecimento Aéreo, modelo 10; IV. Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11; V. Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27; VI. Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em

transporte de cargas.

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O CTe substituirá a sistemática antiga, facilitando o transporte e controle

das mercadorias transportados, pois funcionará de forma digital como a nota fiscal

eletrônica.

O CT-e também poderá ser utilizado como documento fiscal eletrônico no

transporte duto-viário e, futuramente, nos transportes multimodais. (www1. receita.

fazenda. gov. br).

A escrituração de todos os documentos de forma eletrônica facilitará todo

o processo de escrituração fiscal e Contábil dos escritórios e empresas contábeis.

Dessa forma, reduzirá custo, mesmo que não seja em um primeiro momento, pois

toda a implantação carece de um espaço de tempo para se adaptar à sistemática de

cada organização com suas respectivas peculiaridades.

Assim como a Nota fiscal Eletrônica, o Conhecimento Eletrônico diminuirá

o custo de impressão com papel. Além de reduzir a sistemática antiga,

proporcionará uma maior agilidade nos processos. O conhecimento de transporte só

existe na sua forma eletrônica, pois a impressão do DANFE só serve para

acompanhamento da mercadoria.

O Projeto Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) foi desenvolvido

pelas Secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Brasil, de forma

integrada, a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2006, de 10/11/2006, que

atribui ao Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários

Estaduais (ENCAT) a coordenação e a responsabilidade pelo desenvolvimento e

implantação do Projeto CT-e. (www1. receita. fazenda. gov. br).

O Projeto CT-e assim como os outros projetos fazem parte de um

desenvolvimento tecnológico, voltado ao desenvolvimento das informações geradas

para o fisco e os usuários das informações, que agora são geradas de forma

eletrônica, causando um impacto grande nas organizações, pois não é fácil uma

adaptação rápida de mudança de processos e cultura de uma organização. Porém,

os impactos depois dos processos já instalados são positivos para todos os

envolvidos.

As organizações estão enfrentando os processos de adaptação para

implantação desses projetos com dificuldades e, muitas vezes, um alto custo. A

pressão que o fisco traz para as organizações causa certo desconforto, tornando

assim o processo desgastante para os gestores e organização, que nem sempre

possuem recursos para alcançar o objetivo do fisco.

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Para que a adaptação dessa nova realidade seja bem feita, será

necessária presença de um profissional da contabilidade que atenda a necessidade

dessa realidade. Dentro desse contexto, é preciso saber como a contabilidade está

se preparando para essa mudança de cenário, no gerenciamento das organizações.

Esses projetos e subprojetos do Sistema Público de Escrituração Digital

fizeram nascer uma nova maneira de se fazer contabilidade. Não se pode prescindir

de uma contabilidade contemporânea, com uma mudança de cenário dentro e fora

das organizações, já que tem passado por uma longa transformação na execução

dos processos. Isso modernizou toda a forma de se fazer contabilidade, mudou o

modo como devem ser cumpridas as obrigações assessórias exigidas pelo fisco.

O capítulo vindouro abordará o método utilizado para desenvolver esta

pesquisa.

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3. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa, é necessário uma

série de procedimentos para que o trabalho possa seguir uma linha de raciocínio

coerente.

Esses procedimentos são chamados de metodologia de pesquisa. Um

método é um conjunto de processos pelos quais se torna possível conhecerem uma

determinada realidade, produzir determinado objeto ou desenvolver certos

procedimentos ou comportamentos (OLIVEIRA, 1999).

Assim, tem-se a escolha do tema como procedimento inicial para o

desenvolvimento do trabalho científico. Almeida (2011, p.7) afirma que a escolha do

tema permite que você aprofunde o conhecimento sobre o mesmo.

Para escolha deste tema foi realizada uma breve análise como as

organizações e a contabilidade estão se portando diante das mudanças ocorridas no

cenário atual em que se vive.

O grande avanço da tecnologia tem forçado as organizações a mudarem

a sua forma de se organizar, muitas vezes de forma radical, propiciando mudanças

drásticas na maneira de agir. Muitas vezes, o desenvolvimento das organizações

diante desse cenário não ocorre por vários fatores que serão abordados nessa

pesquisa.

O mundo contemporâneo tem evidenciado grandes mudanças no cenário

mundial. Essas, por sua vez tem mudado o jeito das pessoas, empresas,

organizações e administração pública progridem.

Essa nova realidade está passando por grandes transformações, dentre

elas a tecnologia da informação que está trazendo grandes revoluções à gestão

empresarial no Brasil.

Em meio à velocidade dessas transformações nos procedimentos fiscais

e contábeis, a troca de informações entre o fisco e as empresas, assim como

também a própria economia globalizada, geram certa apreensão para a classe

contábil e contribuintes. Essa revolução requer uma nova postura, além de

equipamentos e sistemas, assim como um alto investimento, já que é necessário

que as informações sejam coesas e fidedignas, em virtude da velocidade com que

as mesmas circulam.

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Com a velocidade das mudanças tecnológicas em meio à internet, o que

acontece do outro lado do mundo sabe-se quase que instantaneamente e, com o

fisco não poderia ser diferente, em busca do aumento da presença fiscal nas

organizações.

Estudos significativos e pesquisas apontaram diversas fraudes e perdas

no sistema de arrecadação tributária brasileira. Desse modo, o governo federal

resolveu desenvolver um sistema de informação mais ágil e dinâmico: o Sistema

Público de Escrituração Digital (SPED), que está composto por um tripé básico: a

NFe, ECD e EFD.

O estudo do tema é de fundamental importância, não somente para as

empresas, mas também para os estudantes de contabilidade e da sociedade de

forma geral. Os efeitos desse novo cenário em que convivemos revela a

preocupação de manter organizadas as suas informações contábeis e fiscais, para

estarem sempre aptas a atender uma eventual fiscalização.

Contudo, o foco nos negócios e a necessidade das empresas de buscar

novas oportunidades para crescer, faz com que as áreas administrativas e de

controles gerenciais, que não são tão importantes, fiquem, muitas vezes, em

segundo plano. Esta posição de importância está sofrendo uma mudança com a

criação do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), e seus três subprojetos -

SPED Contábil, SPED Fiscal e Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).

A exigência de entrega dos dados contábeis e fiscais, contendo todos os

detalhes das operações, fez com que estas informações ganhassem notoriedade e

importância dentro das empresas. Em contrapartida, trouxe preocupação por

possibilitar aos órgãos fiscalizadores, a qualquer momento, uma verificação com

muito mais eficiência de fiscalização e cruzamento de dados.

Neste processo de preparação dos arquivos do SPED contábil e fiscal,

muitas empresas perceberam que diversas informações sobre as operações da

organização não dispunham de controles efetivos. Então se percebeu, ainda, o

desconhecimento em todos os níveis da organização do significado e abrangência

do SPED, fato que acabou por trazer dificuldades e insegurança aos gestores na

disponibilização das informações.

Diante dessa problemática, foram notados os impactos que essa nova

realidade chamada SPED ocasionaria às organizações e sociedade, dentre elas,

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podemos destacar a valorização do profissional contábil e aumento da agilidade das

informações de forma quase que instantânea.

A partir do momento da criação do Sistema Público de Escrituração

Digital - SPED, as empresas começaram a se adequar às novas normas. No

entanto, são muitas as dificuldades encontradas para implantação.

A adaptação ao sistema pode levar mais de seis meses dependendo da

estrutura da empresa e da forma prioritária como ele é tratado, pois esta

implantação mexe também com toda a organização da empresa. As empresas

fornecedoras de softwares que atendem aos escritórios contábeis já estão

trabalhando há muito tempo na adequação das novas normas e na simplificação de

todo o processo.

Diante da realidade abordada nasceu o tema deste trabalho científico:

“Sistema Público de Escrituração Digital (SPED): A Contabilidade Frente às

Mudanças de Cenários no Gerenciamento das Organizações”.

Após a definição do tema vem q escolha dos métodos de pesquisa que

ajudaram no desenvolvimento do trabalho sem fugir da ideia central.

A escolha do método a ser aplicado é imprescindível para iniciar um

trabalho de conclusão de curso (TCC). Para Almeida (2011, p.30), trata-se da

adoção de procedimentos padronizados e muito bem descritos, afim de que outras

pessoas possam chegar a resultados semelhantes se seguirem os seus passos.

Como forma de atingir os objetivos propostos por esse estudo, apresenta-

se a seguir os métodos e procedimentos para elaboração deste trabalho acadêmico.

Conforme Vergara (2000), no que diz respeito ao processo metodológico,

esta pesquisa é classificada quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, é

qualitativa, pois se concentra em dados, fatos e teorias. Quanto aos meios, a

pesquisa é tida como bibliográfica, uma vez que utilizou o estudo sistematizado de

dados teóricos, com material já publicado para explicar o problema proposto.

O universo desenvolvido no estudo delimita a Contabilidade Frente às

Mudanças de Cenários no Gerenciamento das Organizações, e a pesquisa

bibliográfica especifica sobre o assunto. Esse tipo de pesquisa se dá através de

levantamento de obras relacionadas com o tema escolhido. Neste trabalho,

mencionam-se obras que abordam assuntos relacionados com: Sistema Público de

Escrituração Digital, impostos federais, municipais e estaduais, sonegação,

sistematização das funções, avanço tecnológico, dentre outros.

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Quanto à análise dos dados, conforme Vergara (2003): “a análise de

conteúdo é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar

o que está sendo dito a respeito de determinado tema”. Desta forma, dos dados

extraídos através de pesquisas sobre o assunto e estudos de escritores sobre o

assunto, a fim de atingir o objetivo principal, detectar impactos causados para sua

implantação.

A coleta de dados foi feita através de pesquisas realizadas por estudiosos

do Sistema Público de Escrituração Digital, bem como através de artigos científicos,

material fornecido pelo site da receita federal, site relacionado com o assunto

exposto, bem como experiência de vivência do assunto na prática.

Após a apresentação metodológica deste trabalho, passa-se para o

quarto capitulo, onde evidenciará a contabilidade frente às mudanças de cenários no

gerenciamento das organizações.

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4 ANÁLISE DA CONTABILIDADE FRENTE ÀS MUDANÇAS DE CE NÁRIO NO

GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES.

Com o estudo proposto foi evidenciada a contabilidade frente às

mudanças de cenário no gerenciamento das organizações. Mudanças essas que

vem acontecendo todos os dias nos processos realizados dentro das organizações.

A Implantação do Sistema Público de escrituração Digital (SPED), por sua

vez, imposta de forma tempestiva, tem causado várias discussões a respeito da

adaptação dentro das organizações.

Tendo em vista que o processo que visa diminuir as evasões fiscais e

consequentemente a informalidade é, por sua vez, desgastante. A organização para

se adaptar tem que mudar a cultura de como fazer e realizar as atividades

internamente para atender o fisco e não fugir da realidade do seu empreendimento.

Entre as várias preocupações dos administradores, estão a forma como

atender à sociedade de forma a gerar lucro para seus estabelecimentos e cobrir os

custos provenientes do seu empreendimento.

O projeto SPED, que desde o momento de sua criação tem se expandido,

tem o objetivo de diminuir as informalidades e sonegação. Além disso, o projeto visa

uma diminuição dos procedimentos e declarações fiscais existentes realizados pelos

contadores e administradores, tais como as inúmeras declarações que são

transmitidas durante todo período. Essa realidade beneficiaria o processo de

geração de informações transmitidas e analisadas pelos profissionais de

contabilidade.

O Sistema Púbico de Escrituração Digital, diante dos vários benefícios

anunciados em todos os projetos, verifica que, na verdade, esse objetivo ainda está

longe de ser alcançado, tendo em vista os vários problemas encontrados pelas

organizações para adaptação ao projeto.

Diante do cenário de mudanças no gerenciamento das organizações, os

empresários contábeis vêm se preparando, cada vez mais, para cumprir todas as

obrigações assessórias impostas pelo fisco aos seus clientes. Isso vem sendo feito

através de treinamentos constantes oferecidos pelo Conselho Regional de

Contabilidade e outras entidades de classe; pela contratação de profissionais

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especialistas em determinado assunto; pela orientação científica aos seus

colaboradores, visando uma rápida adequação a estas mudanças.

As organizações têm utilizado recursos muito altos para a correta

implantação do Projeto SPED, de forma a atender as exigências do fisco. Com todo

esse investimento, as organizações, principal responsável pela geração dos

arquivos SPED, tem enfrentado grandes problemas para repassar ao Contador

responsável os arquivos para que sejam analisadas e transmitidas a informação

correta para as administrações tributárias.

Não se pode perder de vista que as informações geradas tornam a

organização quase que totalmente transparente para o fisco e sociedade. E se estas

informações não forem geradas de forma correta, podem causar vários danos às

organizações como: pesadas multas impostas pela legislação.

Essa é a grande preocupação que os profissionais de Contabilidade

procuram repassar aos seus clientes: a necessidade de que estas informações

sejam repassadas ao fisco de forma correta e analisadas para que as organizações

evitem as sanções impostas pelo fisco.

Durante analise desse estudo, notou-se que a grande dificuldade para

geração desses arquivos é a falta de sistemas gerenciais e profissionais capacitados

para que possam processar essas informações de forma correta.

Os profissionais que geram essas informações nas organizações, muitas

vezes, não possuem treinamento para que possam alimentar os sistemas de forma

correta.

O trabalho tem que ser feito quando o estoquista que registra as

mercadorias classifica as informações de forma correta e alimenta o sistema.

Quando o sistema trabalha de forma integrada com setores como contabilidade,

muitas vezes, detectam-se mais rápido os erros operacionais de alimentação do

sistema. Entretanto, a maioria das organizações não trabalha com sistemas

integrados, passando pelos mesmos problemas e com recursos menores.

A grande verdade é que a sistemática da organização em enviar os arquivos

já preparados para o contador verificar e transmitir, pouco tem funcionado. As

organizações quando tem sistemas eficazes para a geração do arquivo, não

possuem um profissional qualificado para alimentar o sistema. Nesse caso, a

informação tem que ser revista e corrigida pelo profissional contábil para que a

organização não sofra punições posteriormente. Isso ocorre porque todo o

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procedimento para a geração correta das informações tem causado uma mudança

cultural, dentro e fora da organização. E a falta de um profissional com

conhecimento fiscal e um software adequado torna quase impossível a geração do

arquivo.

Com essa problemática enfrentada pelos gestores, que é poder contar

com especialistas de primeira linha, os pequenos empresários repassam quase que

exclusivamente aos contadores a responsabilidade para gerir estas informações.

Os profissionais da contabilidade que procuram se atualizar de forma

constante, visando proporcionar um serviço de qualidade e solucionando os

problemas enfrentados pelas organizações, vêm ganhando mercado e

reconhecimento de seus clientes. Eles passam a ser não só contadores, mas

consultores multifuncionais, pois para o profissional analisar, corrigir e transmitir

essas informações corretamente é necessário ter vários conhecimentos, como

informática entre outros.

A contabilidade é uma ciência na qual a função básica é fornecer

informações seguras e de qualidade para que os gestores possam tomar decisões

em tempo hábil e de forma segura.

As informações geradas pelos profissionais de contabilidade representam

ferramentas de gestão para os administradores e usuários dessas informações, as

quais servirão como base de decisão nas rotinas das organizações.

Muitos destes controles eram elaborados de forma relativamente fáceis,

porém com as mudanças culturais no gerenciamento das organizações, o

profissional teve que voltar às salas de aulas para acompanhar o mercado. É notável

a mudança no comportamento dos estudantes e profissionais de contabilidade que

buscam, constantemente, a atualização através de cursos e treinamentos para

atender seus clientes da melhor forma possível.

Com o passar dos anos, a contabilidade tem passado por grandes

mudanças, não apenas legais, mas gerenciais e práticas. Esta mudança de cenário

advém da própria necessidade do mercado em receber informações cada vez mais

detalhadas e hábeis para a tomada de decisões gerenciais, administrativas ou

financeiras, que o cliente tanto preza.

Devido a estas mudanças, o profissional precisou evoluir a fim de poder

acompanhar os novos conceitos utilizados.

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A rotina do contador passa a ser uma constante atualização de assuntos

envolvendo a contabilidade, mercado financeiro, sistemas de tributação e a

tecnologia, principal responsável pela mudança que cerca todos estes conceitos.

Por um longo tempo, o profissional contábil foi visto pelos empresários

como um funcionário do governo para atender o fisco. Diante dessa nova cultura,

que as empresas e a profissão vêm passando, o profissional contábil deverá mostrar

que sua função não deixou de ser importante nos aspectos econômicos e sociais.

O mercado de trabalho para contadores é o que mais proporciona

oportunidade para o profissional, conforme cita Marion (2003). Este autor ressalta

que a ferramenta para o profissional conquistar esse mercado, em meio a tantas

mudanças, será o conhecimento aplicado. De forma não menos importante, o

contador tem que ser um profissional flexível, ter habilidade de negociação,

inovador, ético, autodidata e preparado para enfrentar desafios de uma profissão na

qual a competição e exigências crescem a cada dia.

Os avanços tecnológicos também forçaram uma melhora do pensamento

contábil, além da globalização da economia e a necessidade de harmonização às

normas internacionais. Este avanço valorizou ainda mais o profissional contábil, que

frente a estas mudanças, trata de se atualizar.

A contabilidade tem como missão informar não somente dados fiscais,

mas também aspectos econômicos e gerenciais aos quais a empresa está sujeita,

tudo isto com a maior exatidão, clareza e velocidade possível.

Diante dessa realidade, o contador deve ser estratégico, deve estar

preparado para ser um gerente de informações. As organizações atualmente

consultam os contabilistas cada vez mais para tratar sobre a composição de custos,

formação de preço, ponto de equilíbrio, alavancagem, análise de balanço e outras

informações gerenciais e estratégicas.

O contador, por sua vez, ainda se encontra muito preocupado em atender

às inúmeras obrigações acessórias exigidas pelo fisco, não dispondo de tempo para

poder fazer uma análise estratégica para as organizações, o que o torna de fato um

gestor de informações.

O projeto SPED, quando já estiver consolidado em todas as esferas, sem

problemas de implantação e a adaptação das organizações, também estabelecido

de forma a diminuir a grande quantidade de obrigações assessórias vai facilitar a

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vida do profissional contábil que disporá do tempo necessário para ser um gestor de

informação.

O profissional contábil precisa ser visto como um comunicador de

informações essenciais à tomada de decisões, pois a habilidade em avaliar fatos

passados, perceber os presentes e predizer eventos futuros pode ser compreendido

como fator preponderante ao sucesso empresarial. (SILVA, 2003, p. 3).

Apesar da tecnologia substituir o homem em alguns aspectos, a

capacidade para interpretar os números e tomar decisões continua sendo pelo

cientista do patrimônio, com conhecimentos científicos, de ordem superior, requerido

por um profissional contábil.

As vantagens na forma de fazer a contabilidade, utilizando-se a tecnologia

da computação, trouxeram enormes benefícios para os profissionais da área. O

processo manual de escrituração contábil foi substituído pelo mecânico e, logo em

seguida, pelo eletrônico. A escrituração passou a ser feita eletronicamente, dando

aos relatórios contábeis uma melhor organização e aparência.

A contabilidade está pronta para atender a demanda das organizações e

o profissional que deseja permanecer no mercado já se conscientizou da

necessidade de um constante aprendizado e atualização. O profissional contábil já

se encontra adaptado com o novo cenário atribuído às organizações, pronto para

atender a demanda de seus clientes no gerenciamento das organizações.

A realidade que a Contabilidade está passando diante do novo cenário no

gerenciamento das organizações, destaca a importância do profissional atualizado

diante das mudanças.

O próximo capitulo abordará a conclusão do trabalho proposto.

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5 CONCLUSÃO

A contabilidade se encontra com um novo formato frente à realidade do

novo cenário no gerenciamento das organizações, principalmente depois da

introdução do Sistema Público de Escrituração Digital dentro do mundo contábil.

O Sucesso do profissional contábil, de acordo com Duarte (2008),

depende de suas habilidades específicas, sem as quais se torna impraticável o

desenvolvimento da profissão, destacando-se: tecnologia, pois uma pessoa

qualificada no uso da tecnologia consegue obter informações com mais velocidade e

precisão, análise e síntese das informações, essas habilidades humanas são

capazes de gerar conhecimento a partir da informação e comunicação, pois a

logística de entrega do conhecimento se dá pela comunicação.

O novo cenário apresentado reflete um momento ímpar para o

profissional contábil, que se deparando com a Complexidade do Sistema Público de

Escrituração Digital (SPED), se vê na necessidade de se manter constantemente

atualizado, proporcionando um grande salto de valorização para a classe contábil.

Diante da pesquisa, verificou-se que o problema proposto foi respondido e

os objetivos alcançados, uma vez que foram evidenciadas as vantagens e

desvantagens da contabilidade frente às mudanças de cenários no gerenciamento

das organizações com o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

Os principais problemas enfrentados foram: o aumento de trabalho, alto

custo de implantação, falta de pessoas com conhecimento técnico, falta de

conhecimento dos processos e tecnologia, problemas de envio e validação, falta de

estrutura e de software adequados.

As vantagens do SPED para as organizações e o profissional contábil tem

gerado uma mudança cultural no profissional que deseja permanecer no mercado,

pois é necessária uma constante atualização do mesmo, no que diz respeito a

processos gerenciais, acompanhamento das legislações vigentes, conhecimento de

tecnologia da informação, habilidades especificas. O SPED é uma exigência do

fisco, porém deixa cada vez mais prática e eficiente a contabilização das

informações evitando o retrabalho, de maneira a sobrar tempo para o profissional

sair da rotina de digitalizar e passar a analisar os dados gerados oferecendo

enormes vantagens para as organizações.

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O trabalho proposto teve como objetivo analisar a mudança de cenário

que a contabilidade sofreu em relação ao gerenciamento das organizações frente ao

Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Contudo, verificou a dificuldade que

as organizações estão passando para que o SPED seja implantado de forma efetiva

nas organizações, destaca-se a mudança cultural, impactos e evidencia a

importância do profissional contábil para o sucesso dessa nova realidade para as

organizações. Diante do exposto, os objetivos foram perfeitamente alcançados.

Devido à obrigatoriedade do SPED, a unificação das informações pelo

fisco, proporcionou a entrada da Contabilidade definitiva na era digital, que gerou

para o profissional contábil uma nova forma de trabalho, baseada em arquivos

eletrônicos, nos quais são amparados por tecnologia que permite acesso rápido e

imediato a essas informações.

Os profissionais responsáveis pela geração e análise das informações do

SPED, tiveram que modificar suas rotinas com relação à informação que a empresa

gera e disponibiliza ao fisco. A constatação de que o fisco agora possui grandes

ferramentas de cruzamento de informações pelo fato de tudo ser digital, fazendo

com esse cruzamento aconteça de forma muito mais rápida, preocupou empresários

e contadores.

A adaptação por parte da empresa implica em diversos fatores, como

pessoal qualificado, estrutura tecnológica, treinamento constante do profissional e

sua equipe, por meio de constantes estudos e investimento em treinamento. Porém

a atualização do profissional contábil em função do SPED não se trata de apenas

observar os parâmetros e cumprir os prazos para entrega dos arquivos, pois a

qualidade das informações prestadas é o mais importante, e o grande desafio é

sobreviver ao Sistema Tributário Nacional, inconstante e não padronizado.

Atualmente acontece uma revolução na geração das informações. Os

processos passam por uma constante atualização, proporcionando uma evolução

não imediata de facilidades para a alimentação de softwares de gerenciamentos.

Portanto, verificou-se que somente ter a informação não basta. É necessário que

contadores e gestores tenham certeza que é essencial saber como tratar essas

informações para tomar as melhores decisões e traçar de forma mais efetiva as

estratégias de crescimento para suas organizações.

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O SPED vem sendo um canalizador de uma nova postura do profissional,

proporcionando uma constante atualização e treinamento, buscando

aperfeiçoamento, consolidação de mercado e competitividade.

A mudança no gerenciamento das organizações fez notar que não basta

ter informações, é essencial saber utilizá-las, para tomar as melhores decisões.

Acrescenta-se que além da necessidade de constante atualização sobre o

assunto e busca diária pelo aperfeiçoamento, o SPED é um fator essencial de

competição para o profissional qualificado que deseja ser um diferencial de

mercado. O SPED pode além da diminuição da sonegação, gerar um consequente

aumento na arrecadação, o que pode trazer à sociedade brasileira maiores recursos

que podem ser aplicada em educação, saúde, infraestrutura, segurança, transportes,

entre outros.

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6 REFERÊNCIAS

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DUARTE, Roberto Dias. Big Brother Fiscal - III : O Brasil na era do conhecimento:

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