Sistemas de Informacoes Empresariais Integracao de Sistemas Interorganizacionais via XML 1

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Aula de Sistemas

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  • FERNANDO HADAD ZAIDAN

    SISTEMAS DE INFORMAES EMPRESARIAIS:

    Integrao de sistemas interorganizacionais utilizando troca de documentos

    eletrnicos via XML

    BELO HORIZONTE 2006

  • FERNANDO HADAD ZAIDAN

    SISTEMAS DE INFORMAES EMPRESARIAIS:

    Integrao de sistemas interorganizacionais utilizando troca de documentos

    eletrnicos via XML

    Monografia de concluso de curso apresentada disciplina Trabalho de Concluso de Curso da Universidade FUMEC como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Cincia da Computao, sob orientao dos Professores Doutores Roberlei Panasiewicz e George Leal Jamil.

    BELO HORIZONTE 2006

  • FERNANDO HADAD ZAIDAN

    SISTEMAS DE INFORMAES EMPRESARIAIS:

    Integrao de sistemas interorganizacionais utilizando troca de documentos

    eletrnicos via XML

    Monografia de concluso de curso submetida Universidade FUMEC como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Cincia da Computao e aprovada pela seguinte banca examinadora:

    _____________________________________________ Professor Doutor Roberlei Panasiewicz (Professor TCC)

    Universidade Fumec

    ________________________________________ Professor Doutor George Leal Jamil (Orientador)

    Universidade Fumec

    Belo Horizonte, 04 de Dezembro de 2006

  • minha esposa Barruba e aos meus

    filhos Tiago e Daniel, pela pacincia nos

    momentos difceis, pelo companheirismo,

    pela vibrao e pelo amor.

    minha me, Penha, por sempre confiar

    e me apoiar.

    Ao meu pai, Jos Zaidan, pelo grande

    exemplo de vida que foi.

    Amo vocs.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus, por sempre me guiar e iluminar, pelo refgio e pela fortaleza,

    responsvel por tudo da minha vida.

    Ao Prof. Jamil, mais que orientador, me mostrando os caminhos, me dirigindo para a

    realizao dos sonhos.

    Ao Prof. Roberlei, pela pacincia e sugestes.

    Ao Prof. Marden, pelo desprendimento e pelo novo rumo para o meu futuro.

    Ao Prof. Baroni, que no momento da definio da escolha de um novo curso, sua

    presteza foi imprescindvel para minha vinda para a FUMEC.

    Ao Prof. Marcos Antnio Nunes, pelas valiosas crticas.

    Aos demais professores, que sempre tiveram disposio para sanar as minhas

    dvidas.

    Aos meus irmos, em troca do convvio para os meus estudos.

    Aos colegas, na luta da caminhada, em busca de um objetivo comum.

    A todos, que direta ou indiretamente contriburam para a realizao deste trabalho.

  • Educar-se fazer uma imagem ideal de si e pr-se a esculpi-la em si mesmo na

    dura labuta da vida, a fim de unir-se o sonhado e o realizado.

    Joo Batista Libnio

    A auto-satisfao inimiga do estudo. Se queremos realmente aprender alguma

    coisa devemos comear por libertar-nos dela. Com relao a ns mesmos, devemos

    ser insaciveis na vontade de aprender e com relao aos outros insaciveis em

    ensinar.

    Mao Ts-Tung

  • RESUMO

    A carncia de integrao de sistemas de informao crescente entre as empresas.

    Aumentam o nmero de plataformas e arquiteturas diferentes. Os ambientes esto

    cada vez mais heterogneos e difceis de integrar. A XML, e todas as tecnologias

    que a circunda, surgiu como facilitadores, promovendo um padro de integrao na

    troca de documentos eletrnicos interorganizacionais, de forma textual, simples,

    estruturada, extensvel, flexvel, semanticamente rica e com uma segurana

    adequada. O projeto da nota fiscal eletrnica, nascendo nos dias atuais, no poderia

    deixar de utilizar estas tecnologias. A XML totalmente aderente a este cenrio. O

    resultado ser a reduo de custos e a acelerao da diminuio do consumo de

    papel nas organizaes.

    PALAVRAS CHAVES: Sistemas de informao interoganizacionais; Integrao de

    sistemas; Troca de documentos eletrnicos; XML.

  • LISTA DE ABREVIATURAS

    SAX - Simple API for XML B2B - Business to business (Negcios entre empresas) B2C - Business to consumers (Negcios entre empresas e consumidores) BI - Business intelligence BPM - Business process modeling (Modelagem de processos de negcio) BSD - Business System Domain (Domnio de sistema de negcios) COTS - Commercial off-the-shelf (Sistemas pacotes) CRM - Customer relationship management (Gerenciamento das relaes com

    clientes)

    DOM - Document Object Model DTD - Document Type Definition (definio de tipo de documento) EAI - Enterprise application integration (Integrao de aplicaes corporativas) EDI - Electronic data interchange (troca de dados eletrnicos) EFT - Eletronic funds transfer (Transferncia eletrnica de fundos) ERP - Enterprise resouce planning (Sistemas de planejamento de recursos

    empresariais)

    HTML - Hypertext markup language (Linguagem de marcao de hipertexto) HTTP - Hyper text markup language (Linguagem de marcao de hiper texto) IA - Inteligncia artificial IOS - Interorganizational information system (Sistemas de informaes

    interorganizacionais)

    ISO - International Organization for Standardization (Organizao internacional para padronizao)

    Nfe - Nota fiscal eletrnica RH - Recursos humanos SAD - Sistema de apoio deciso SAE - Sistema de apoio ao executivo SGC - Sistema de gesto do conhecimento SGML - Standard Generalized Markup Language (Linguagem padro de marcaes genricas)

  • SIA - Sistema de inteligncia artificial SIG - Sistema de informaes gerenciais SIM - Sistema de informao de marketing SOA - Service-oriented architecture (arquitetura orientada a servios). SOAP - Simple object access protocol SPT - Sistema de processamento de transaes SQL - Structure Query Languange TI - Tecnologia da informao TCP/IP - Transfer control protocol/Internet Protocol W3C - World wide web consortium (consrcio da www) WSDL- Web services description language (linguagem de definio de servios web) XML - Extensible markup language (linguagem de marcao extendida) XSL - Extensible stylesheet language (linguagem de estilo extendida) XSLFO Objetos de formatao XSL XSLT - XSL transformation (transformao XSL) UDDI - Universal description, discovery and integration - descrio, descoberta e integrao universais

    URI - Uniform Resource Identifier

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 01: Ciclo de vida dos sistemas de informao ............................................ 21

    Figura 02: Nveis organizacionais, reas funcionais e quem os sistemas referem .. 23

    Figura 03: Modelo de armazenamento de dados corporativos ................................ 39

    Figura 04: Cenrio da integrao corporativa .......................................................... 43

    Figura 05: Exemplo de um documento XML ............................................................ 50

    Figura 06: Exemplo de uma DTD ............................................................................. 51

    Figura 07: Exemplo de um XML Schema ................................................................. 52

    Figura 08: Exemplo de um documento XML utilizando XInclude ............................. 55

    Figura 09: Exemplo de um documento DOM .......................................................... 57

    Figura 10: Exemplo de WSDL ................................................................................. 61

    Figura 11: Trade de tecnologias que compe os web services .............................. 62

    Figura 12: Esquema XML de validao do cabealho da mensagem de Web Service

    .................................................................................................................................. 67

    Figura 13: Trecho de um documento XML com a NFe da Souza Cruz ................... 68

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 01: Resumo dos padres tcnicos para a NFe ........................................... 69

    Tabela 02: Arquivo texto txt versus documento XML .............................................. 71

  • SUMRIO

    INTRODUO ..........................................................................................................13

    CAPTULO I - SISTEMAS DE INFORMAES EMPRESARIAS.............................16

    1.1. CONCEITOS INTRODUTRIOS ............................................................16 a. Dado, Informao e Conhecimento .........................................................16 b. Sistema ...................................................................................................17 c. Sistemas de Informao..........................................................................17 d. Sistemas de Informao Empresariais ....................................................18

    1.2. SISTEMAS DE INFORMAO PARA UMA META ESTRATGICA DA EMPRESA..........................................................................................................19 1.3. CICLO DE VIDA DOS SISTEMAS DE INFORMAES.........................20 1.4. NVEIS ORGANIZACIONAIS ..................................................................21

    a. Sistemas do Nvel Operacional ...............................................................21 b. Sistemas do Nvel de Conhecimento.......................................................22 c. Sistemas do Nvel Gerencial ...................................................................22 d. Sistemas do Nvel Estratgico.................................................................23

    1.5. TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAES ...........................................23 a. SPT .........................................................................................................24 b. SGC.........................................................................................................24 c. SIG ..........................................................................................................25 d. SAD.........................................................................................................25 e. Sistemas IA .............................................................................................26

    1.6. SISTEMAS FUNCIONAIS, SISTEMAS DE INFORMAO E SISTEMAS INTEGRADOS ...................................................................................................27

    a. Sistemas Funcionais ...............................................................................27 b. Sistemas de Informao..........................................................................28 c. Sistemas Integrados................................................................................29

    1.7. SISTEMAS DE INFORMAES INTERORGANIZACIONAIS................30 CAPITULO II - INTEGRAO DE SISTEMAS DE INFORMAO ..........................33

    2.1. SISTEMAS LEGADOS E COTS..............................................................33 2.2. EAI - INTEGRAO DE APLICAES CORPORATIVAS.....................34 2.3. ESTRATGIA DE INTEGRAO ...........................................................35 2.4. DISCIPLINAS DO CONHECIMENTO PARA INTEGRAO ..................37 2.5. MODELOS DE INTEGRAO................................................................38 2.6. BSD DOMNIO DE SISTEMA DE NEGCIO.......................................40 2.7. UM CENRIO PARA INTEGRAO CORPORATIVA ...........................42 2.8. INTERCMBIO DE DADOS....................................................................44

    CAPITULO III O MUNDO XML...............................................................................45

    3.1. HISTRIA DA XML .................................................................................45 3.2. AS PRINCIPAIS UTILIZAES DA XML................................................47

  • 3.3. ALGUNS CONCEITOS DA XML .............................................................48 3.4. A VALIDAO DE DOCUMENTOS XML ...............................................50

    a. DTD.........................................................................................................51 b. XML Schema...........................................................................................51

    3.5. O QUE H EM TORNO DA XML ............................................................53 a. XPath.......................................................................................................53 b. XPointer...................................................................................................54 c. XInclude ..................................................................................................54 d. XQuery ....................................................................................................55 e. XSL..........................................................................................................56 f. APIS XML................................................................................................56 g. SAX .........................................................................................................56 h. DOM........................................................................................................57

    CAPTULO IV TROCA DE DOCUMENTOS ELETRNICOS VIA XML..............58

    4.1. CONCEITOS INICIAIS DAS ARQUITETURAS DE COMUNICAO.....58 a. Web Services ..........................................................................................58 b. SOAP ......................................................................................................59 c. WSDL ......................................................................................................60 d. UDDI........................................................................................................61 e. SOA.........................................................................................................61 f. BPM.........................................................................................................62

    4.2. CONTEXTO PARA TROCA DE DOCUMENTOS....................................63 4.3. TROCA DE DOCUMENTOS ELETRNICOS COM XML.......................66 4.4. O FIM DO PAPEL UTILIZADO NA TROCA DE DOCUMENTOS............69 4.5. OUTRAS TECNOLOGIAS PARA TROCA DE DOCUMENTOS ELETRNICOS .................................................................................................70

    a. Arquivos Texto TXT (flat file) ...................................................................70 b. EDI ..........................................................................................................72 c. ebXML .....................................................................................................72

    4.6. TCNICAS DE SEGURANA NA TROCA DE DOCUMENTOS ELETRNICOS VIA XML ..................................................................................73

    a. XML Signature.........................................................................................73 b. XML Encryptron.......................................................................................74

    CONCLUSO........................................................................................................75

    BIBLIOGRAFIA......................................................................................................76

  • 13

    INTRODUO

    De um modo geral, as empresas de todo o mundo necessitam de sistemas de

    informaes, usando ou no tecnologia da informao. Do menor negcio, at a

    mais diversificada multinacional, os dados precisam ser alimentados, processados,

    armazenados e apresentados, tornando-se informaes confiveis, para atingir os

    objetivos estabelecidos. So visveis os resultados positivos: produtos de alta

    qualidade, servios entregues nos prazos, preciso no armazenamento das

    informaes, reduo de custos, pequena carga de trabalho manual, aumento da

    produtividade, tomadas de decises mais direcionadas e acertadas.

    As empresas no vivem isoladas, elas precisam trocar informaes. A

    integrao dos sistemas interorganizacionais o grande desafio. Os padres so

    diferentes, as tecnologias so criadas, utilizadas e s vezes, caem no desuso. Nem

    sempre os sistemas conseguem se comunicar. A integrao envolve a

    transformao dos dados. Os sistemas legados, ainda em grande uso nas

    empresas, necessitam trocar informaes com os novos sistemas, com arquitetura

    diferente. As aplicaes COTS (commercial off-the-shelf sistemas pacotes)

    tambm necessitam de integrao.

    Todo este cenrio de carncia de integrao, poder ser contemplado com a

    troca de documentos eletrnicos. O intercmbio de dados em um ambiente EAI

    (enterprise application integration - integrao de aplicaes empresariais), na

    mesma empresa ou interorganizacionais, tem hoje muitas facilidades, dentre elas o

    uso da XML (extensible markup language - linguagem de marcao extensvel), que

    se tornou a sintaxe preferida para troca de mensagens corporativas.

    O tema escolhido para este estudo Sistemas de Informaes Empresariais: Integrao de sistemas interorganizacionais utilizando troca de documentos eletrnicos via XML.

    Os sistemas de informao podem contribuir para a soluo de vrios

    problemas empresariais. Porm a manipulao de um grande volume de

    informaes, a complexidade nos processamentos, a convivncia com sistemas no

    integrados e a falta de padres entre os clientes e fornecedores envolvidos, torna-

    se um complicador.

  • 14

    A XML atende a uma falha que os tradicionais arquivos textos (txt) tm: no indicar o significado dos campos, tampouco mostrar se os dados fazem parte de

    uma ou mais tabelas. Com isso, a XML capaz de representar os dados de uma

    maneira muito mais rica e estruturada.

    A XML um padro aberto. Foi recomendada em 1998 pelo W3C (world wide

    web consortium - consrcio da www) . No incio, achava-se que a XML iria substituir

    o HTML (hyper text markup language - linguagem de formatao de hipertexto). Isto

    ficou claro, quando se percebeu que a XML no era para o desenvolvimento de

    pginas da internet. O grande impulso para aceitao da XML, foi a adoo por

    grandes do setor, como a IBM, Microsoft, Sun e SAP.

    A proposta bsica da XML estruturar documentos de forma textual, com

    uma simplicidade sinttica e forte semntica contida na sua hierarquia. Sua

    aplicao troca de dados, e a interface com os usurios est bem definida. Existe

    a possibilidade de implementar tecnologias de segurana nas trocas de documentos.

    A populao mundial cresce em ritmo acelerado, e junto com ela, a

    quantidade e diversidade nos negcios, em especial os negcios envolvendo

    tecnologia. A relevncia deste estudo consiste em apresentar para as organizaes

    a importncia dos sistemas de informaes, bem como os sistemas

    interorganizacionais. A troca de documentos deixou de ser um problema interno das

    organizaes, mas uma demanda de todo o mercado.

    Observa-se um retardo na eliminao dos papis como troca de informaes

    entre organizaes. Existe um grande nmero de re-trabalho, ocasionado pela

    redundncia na digitao dos dados. No incio da era da informtica, dizia-se que

    haveria reduo do consumo de papel. Aconteceu o contrrio, o consumo aumentou

    nos ltimos anos. Ser demonstrado para a sociedade que, com o aumento da troca

    de documentos eletrnicos interorganizacionais, poder ser reduzido o uso do papel.

    uma realidade que grande nmero de empresas tem a gesto ambiental como

    parte dos objetivos estratgicos. Elas desejam dar sua contribuio para uma melhor

    qualidade de vida do nosso planeta. A diminuio do uso do papel trar uma

    iniciativa de preveno do meio ambiente.

    Embora as empresas necessitem projetar sistemas diferentes para atender a

    diferentes nveis e funes empresariais, elas esto enxergando as vantagens da

    integrao dentro delas, e entre elas. Esta integrao, se utilizada

    inadequadamente, poder ser bastante complexa e com altos gastos. Entretanto,

  • 15

    usando tecnologias j afirmadas, como XML, e com a internet, as vantagens

    podero ser relevantes. Desta forma, o objetivo geral desta monografia demonstrar

    como pode ser feita a troca de documentos eletrnicos, via XML, na integrao de

    sistemas de informao interorganizacionais.

    A metodologia a ser utilizada ser constituda da pesquisa terica. Constitui-

    se de um levantamento bibliogrfico em livros, revistas, dissertaes, artigos e sites

    da Internet, sobre a temtica escolhida. Bem como os pressupostos tericos

    apresentados, que sustentaro os argumentos e concluses.

    Ser realizada uma escolha detalhada da bibliografia bsica, para dar suporte

    terico e conceitual ao estudo. Ser levada em conta a diversidade das obras, para

    analisar diferentes vises do assunto.

    No primeiro captulo sero mostrados os conceitos introdutrios e sero

    expostas as vises sobre os sistemas de informaes nos nveis organizacionais, os

    tipos de sistemas de informaes, e os sistemas interorganizacionais.

    No segundo captulo sero expostos os conceitos de integrao de sistemas

    de informao. Ser mostrado como os diversos aplicativos podem interoperar, ou

    seja, trocar dados. Os diversos modelos de integrao sero expostos e como os

    padres so importantes no momento da integrao. Ser mostrado um cenrio para

    integrao corporativa.

    No terceiro captulo entraremos no mundo XML. Veremos a histria da XML e

    as principais utilizaes desta tecnologia. Mostraremos que a XML necessita de

    outras tecnologias que a completa. Ser exposto como a XML semanticamente

    muito mais rica do que a maioria dos os tipos de documentos textuais.

    No quarto e ltimo captulo ser mostrado uma introduo arquitetura de

    comunicao. Ser exposto como poder ser feita a integrao de sistemas

    utilizando a XML, e, num contexto atual para troca de documento

    interorganizacionais utilizando XML, a nota fiscal eletrnica, como so aplicados

    todos os conceitos que sero vistos neste estudo. A segurana tornou-se um

    assunto importante na computao, principalmente quando envolve a troca de dados

    e entre organizaes, com isso, sero avaliadas as tcnicas de segurana da XML.

  • 16

    CAPTULO I - SISTEMAS DE INFORMAES EMPRESARIAS

    1.1. CONCEITOS INTRODUTRIOS

    a. Dado, Informao e Conhecimento

    Para conceituao inicial, entende-se por dado um padro, a menor unidade

    possvel. Uma letra, nmero ou dgitos, que isoladamente no tem nenhum

    significado claro. No consegue nos informar nada. A anlise de um dado no nos

    leva a nenhuma concluso. De acordo com Davenport e Prusak (1998, p. 3):

    Dados descrevem apenas parte daquilo que aconteceu; no fornecem julgamento nem interpretao e nem qualquer base sustentvel para a tomada de ao. Embora a matria-prima do processo decisrio possa incluir dados, eles no podem dizer o que fazer. Dados nada dizem sobre a prpria importncia ou irrelevncia. Porm, os dados so importantes para as organizaes em grande medida certamente, porque so matria-prima essencial para a criao da informao.

    A informao o dado trabalhado, tratado, inserido num contexto. um

    conjunto de dados que tem algum significado. Pense em informao como dados

    que fazem diferena. (DAVENPORT; PRUZAK, 1998, p. 4). Esclarecendo melhor,

    Jamil (2001, p. 161):

    A informao, portanto, algo mais trabalhado e trabalhoso. Envolve usualmente diversas medies e obteno de dados associados como o do ambiente a que se aplicam as medies feitas. A informao ter um carter menos restrito que o dado, posto que podemos estabelecer critrios variados de coleta, converso e armazenamento para a mesma, envolvendo como j dissemos, um conjunto de dados. Desta forma surgem trabalhos de converso, comparao e padronizao para o seu uso.

    O conhecimento a capacidade de interpretar. Pode fazer sentido para uns, e

    para outros no. Quando a informao trabalhada por pessoas e pelos recursos

    computacionais, pode gerar cenrios, simulaes e oportunidades. (REZENDE;

    ABREU, 2003).

    Segundo Davenport e Prusak (1998, p. 3):

    O conhecimento deriva da informao da mesma forma que a informao deriva de dados. Para que a informao se transforme em conhecimento, os

  • 17

    seres humanos precisam fazer virtualmente todo o trabalho. Tal transformao ocorre atravs de palavras iniciadas com C tais como as seguintes: Comparao: de que forma as informaes relativas a esta situao se comparam a outras situaes conhecidas? Conseqncias: que implicaes estas informaes trazem para as decises e tomadas de ao? Conexes: quais as relaes deste novo conhecimento com o conhecimento j acumulado? Conversao: o que as outras pessoas pensam desta informao?

    Tomemos um exemplo: a taxa de juros de 0,5% (dado). Ainda no

    chegamos a nenhuma concluso. Se dissermos que 0,5% a taxa de juros do

    Brasil, no ms de agosto de 2006, estamos inserindo o dado num contexto, e j nos

    traz algum significado (informao). Porm, se complementarmos dizendo que esta

    taxa de juros a mais baixa os ltimos 10 anos, estamos fazendo uma interpretao

    (conhecimento).

    b. Sistema

    Atribui-se a sistema, um conjunto de partes que esto constantemente

    interagindo e integrando, sempre com o propsito de atingirem objetivos, e alcanar

    resultados. (REZENDE; ABREU, 2003).

    Nenhum sistema sozinho pode fornecer todas as informaes que uma

    empresa necessita. Os sistemas formam um todo unificado. Eles recebem insumos,

    e como trabalham em um propsito comum, seus componentes inter-relacionados

    produziro resultados atravs de um processo organizado de transformao.

    K. Laudon e J. Laudon (2004) nos explicam que estes sistemas podem

    contribuir para a soluo de vrios problemas empresarias, independente do seu

    tipo ou do seu uso. bastante difcil termos sistemas que no gere algum tipo de

    informao.

    c. Sistemas de Informao

    De um modo geral, as empresas de todo o mundo necessitam de sistemas de

    informao, usando ou no a tecnologia da informao. Os sistemas de informao

  • 18

    so para facilitar a gesto das empresas. So relatrios, relato de processos,

    conjunto de procedimento e normas da empresa, que geram informao.

    Os sistemas de informao utilizando tecnologia da informao so um

    conjunto de telas e relatrios, que atravs de recursos de processamento de dados

    podem gerar informaes para clientes, fornecedores e usurios, utilizando um

    hardware, um software, procedimentos e pessoas.

    d. Sistemas de Informao Empresariais

    Nos sistemas de informao empresariais, est implcito o uso de tecnologia

    da informao. Pode-se definir como o processo de entrada dos dados, a

    transformao, o armazenamento e gerao de informaes. Daro o alicerce para a

    rea administrativa, sempre objetivando resultados e a tomada de decises. Eles

    podem ser subdividido em sub-sistemas.

    Os sistemas de informaes empresariais tm o foco para o principal negcio

    da organizao, por exemplo, numa indstria de automveis, eles estaro

    direcionados ao processo de fabricao, gerando produtividade, qualidade e

    competitividade.

    Segundo Rezende e Abreu (2003), os atuais sistemas de informao tm

    alguns pontos em comum, independente do negcio da empresa:

    o lidar com grande volume de informao; o processamentos complexos; o clientes, usurios e fornecedores em grande nmero; o interligao de diversas tecnologias; o suporte a tomada de decises empresariais; o auxlio na qualidade, produtividade e competitividade organizacional.

    Como benefcios que as empresas procuram atravs dos sistemas de

    informao, podemos citar:

    o auxlio no suporte tomada de deciso; o valor agregado nos produtos, bens e servios; o vantagens competitivas; o produtos de melhor qualidade; o oportunidade nos negcios;

  • 19

    o aumento da rentabilidade; o mais preciso nas informaes, ocasionando menos erros; o sistemas mais eficientes e com maior eficcia; o carga de trabalho reduzida; o diminuio de desperdcios, gerando menos custos.

    1.2. SISTEMAS DE INFORMAO PARA UMA META ESTRATGICA DA EMPRESA

    A existncia de um sistema de informao deve ser motivada por uma

    demanda de uma necessidade de uma organizao. A partir da meta estratgica1

    que poderemos iniciar o processo de desenvolvimento de um sistema. Precisamos

    saber claramente quais os benefcios estratgicos sero contemplados com a

    implantao de um sistema. Confirmando tal fato, citando Jamil (2006, p. 6):

    Em Kearns e Lederer (2003) verifica-se a observao sobre o alinhamento estratgico da tecnologia da informao, a partir do fato que a computao proveria recursos fundamentais para a elaborao de estratgias empresariais, incluindo a tanto o provimento de infra-estrutura de hardware e conectividade, quanto o projeto de sistemas de informaes, no caso justificando uma linha de estudo interdisciplinar como a defendida neste texto. Concluindo, cita-se a contribuio de Tavares (2000) ao analisar a importncia dos sistemas da informao na prpria construo da administrao estratgica, que compreende tanto o planejamento quanto a execuo acompanhada e reviso sistmica da estratgia empresarial. Tais idias so discutidas tambm por Kroll, Parnell e Wright (2000), chamando adicional ateno para a relevncia da formao do conhecimento nas decises de cunho estratgico e a orientao na formulao dos planos tticos, que leva a apreciao a ser desenvolvida a seguir, para outras reas de estudo interdisciplinares.

    As metas estratgicas so baseadas em nmeros, numa base dados bem

    definida. Tomemos um exemplo: num prazo de um ano, pretende-se aumentar a

    lucratividade de uma empresa em 15%, na regio do sul de Minas Gerais, elevando

    o mark-up para 80%, nos produtos derivados do leite.

    1 Meta estratgia so aes que as empresas devem buscar. uma forma organizada que gerar o plano estratgico. So formas coordenadas de pensar no futuro da organizao. (JAMIL, G. L. Engenharia Software II, Belo Horizonte: Cincia da Computao, FACE-FUMEC, 2006, notas de aula).

  • 20

    Uma motivao sem dados concretos e relevantes, sem uma estratgia, pode

    acarretar numa dificuldade para se adotar um sistema de informao. Dentre eles:

    acreditar que o sistema melhorar algo que na empresa faz; que o sistema ir

    corrigir erros que a empresa est cometendo; que a implantao de um sistema far

    que a empresa resolva todos os seus problemas.

    1.3. CICLO DE VIDA DOS SISTEMAS DE INFORMAES

    De acordo com Resende e Abreu (2003, p. 69), normalmente, um sistema de

    informao que utiliza recursos de TI tem um ciclo de vida curto, de no mximo cinco

    anos, quando no sofre implementaes. Os sistemas precisam ser bem zelados,

    pois seno podem morrer. Eles morrem quando esto em desuso ou foram

    substitudos. Tambm os sistemas mal estruturados e mal construdos esto mais

    facilmente destinados morte, bem como se as informaes da sua base forma mal

    selecionados. Porm, os sistemas como parte de uma funo empresarial, no

    morrem. aceitvel que ao longo da vida dos sistemas, existam manutenes para

    atender a legislao, melhorias ou implementaes e eventuais correes de erros,

    para acompanhar o dinamismo empresarial. O sistema de informao tem um ciclo

    de vida semelhante aos seres humanos, obedecendo aos princpios vitais de

    concepo e morte. (DIAS; GAZZENO, 1975 e YOURDON, 1989 apud REZENDE;

    ABREU, 2003, p. 70).

    A figura 01 nos mostra as fases do ciclo de vida dos sistemas de informao.

    Segundo Resende e Abreu (2003), vale ressaltar a fase de implementao, onde

    agregamos melhorias opcionais ou necessrias, sempre no sentido de agregar valor,

    ainda assim esta implementao questionada. A maturidade plena quando o

    sistema est sedimentado, com todos os requisitos funcionais sendo atendidos, com

    a satisfao do cliente e usurios. No declnio vem-se dificuldades de continuidade,

    impossibilidade de agregar funes necessrias e insatisfao do cliente ou

    usurios. Na manuteno, observam-se tentativas de sobrevivncia do sistema,

    corrigindo erros por exigncias legais. E a morte a descontinuidade do sistema.

  • 21

    Figura 01: Ciclo de vida dos sistemas de informao. Fonte: REZENDE; ABREU, 2003, p. 71

    1.4. NVEIS ORGANIZACIONAIS

    K. Laudon e J. Laudon (2004), enumeram os principais sistemas de

    informaes que atendem aos diferentes nveis organizacionais:

    o sistemas do nvel operacional o sistemas do nvel de conhecimento o sistemas do nvel gerencial o sistemas do nvel estratgico

    Os nveis organizacionais abrangem desde a alta gerncia das organizaes,

    at os trabalhadores operacionais.

    a. Sistemas do Nvel Operacional

    Estes sistemas acompanham atividades e transaes elementares da

    organizao, como: venda, financeiro, folha de pagamento, fluxo de matria prima

    dentro de uma fbrica. Iro dar suporte aos gerentes operacionais, oferecendo

    respostas a perguntas de rotina: como o cliente pagou? Como est o nosso

    estoque? Como foi a produo dos funcionrios?

  • 22

    b. Sistemas do Nvel de Conhecimento

    O propsito de integrar novas tecnologias ao negcio, e o controle do fluxo de

    documentos, deve ser uma meta a ser alcanada nas organizaes. Segundo K.

    Laudon e J. Laudon (2004, p. 40):

    Sistemas do nvel do conhecimento do suporte aos trabalhadores do conhecimento e de dados da organizao. O propsito desses sistemas do nvel auxiliar a empresa comercial a integrar novas tecnologias ao negcio e ajudar a organizao a controlar o fluxo de documentos. Aplicaes desses sistemas, especialmente sob a forma de estaes de trabalho e sistemas de automao de escritrio, esto entre as que mais crescem no ambiente empresarial de hoje.

    Existem diversas categorias de softwares de gesto do conhecimento.

    Carvalho (2003) as enumera: Ferramentas baseadas na Internet; Gerenciamento

    Eletrnico de Documentos; Groupware; Workflow; Sistemas para Construo de

    Bases Inteligentes de Conhecimento; Business Intelligence; Mapas do

    Conhecimento; Ferramentas de Apoio a Inovao; Ferramentas de Inteligncia

    Competitiva; Portais do Conhecimento.

    c. Sistemas do Nvel Gerencial

    Segundo K. Laudon e J. Laudon (2004), a principal resposta principal destes

    sistemas : as coisas ento indo bem? Eles so endereados aos gerentes mdios.

    Atendem s atividades de monitorao, controle, tomada de decises e

    procedimentos administrativos. Produzem relatrios peridicos sobre as operaes e

    no de informao instantnea. Tambm respondem as perguntas do tipo: E se?

    Respostas a estas perguntas quase sempre exigem novos dados de fora da

    organizao, bem como dados internos.

  • 23

    d. Sistemas do Nvel Estratgico

    Estes sistemas ajudam a gerncia do mais alto escalo da empresa a atacar

    e enfrentar questes estratgicas e tendncias de longo prazo, na empresa e fora

    dela. Faz a compatibilizao das mudanas do ambiente externo com a capacidade

    da organizao. As principais perguntas so: quais sero os nveis de emprego em

    cinco anos? Quais so as tendncias de longo prazo do custo do setor e onde nossa

    empresa se encaixa? Que produtos deveremos estar fazendo dentro de cinco anos?

    (LAUDON, K.; LAUDON, J., 2004).

    Existem outras aplicaes empresarias que os sistemas de informao

    atendem, so as reas funcionais, como vendas e marketing, fabricao,

    contabilidade, recursos humanos e finanas.

    Figura 02: Nveis organizacionais, reas funcionais, e que os sistemas atendem. Fonte: LAUDON, K.; LAUDON, J., 2004, p. 40. (Figura adaptada)

    1.5. TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAES

    Para cada um dos nveis organizacionais temos tipos de sistemas de

    informao correspondentes. Os sistemas de cada nvel atendem as principais reas

    funcionais. Os trabalhadores ou gerentes sero atendidos por estes sistemas. A

    figura 02 nos mostra esta diviso.

  • 24

    a. SPT

    Os SPTs (sistemas de processamento de transaes) so os maiores

    produtores de informaes, e so requisitados pelos outros sistemas. Automatizam

    funes do nvel operacional, na linha de frente do negcio da organizao. Tem

    como caracterstica processar um grande volume de dados, tanto de entrada, quanto

    de sada, bem como muita necessidade de armazenamento. Necessita de um

    processamento preciso. Pelo fato de muitos usurios acessarem, tem-se problemas

    com a segurana dos dados. So chamados tambm de sistemas de misso crtica.

    Como exemplo, temos: contas a pagar, contas a receber, controle de materiais, folha

    de pagamento e contabilidade.

    b. SGC

    Os SGCs (sistemas de gesto do conhecimento) atendem s necessidades

    no nvel de conhecimento, aos trabalhadores do conhecimento. Estes sistemas

    auxiliam na captura e estruturao do conhecimento de indivduos, possibilitando

    compartilhar toda a base de dados para todos da organizao. Obter o

    conhecimento que se encontra disperso o grande desafio. O conhecimento tem

    que existir, porm precisa estar acessvel. A TI um instrumento para facilitar esta

    captura, armazenamento e distribuio para outras pessoas usarem. Citando

    Davenport e Prusak (1998, p. 84):

    A principal dificuldade encontrada no trabalho de codificao a questo de como codificar o conhecimento sem perder suas propriedades distintivas e sem transform-lo em informaes ou dados menos vibrantes. Em outras palavras, o conhecimento precisa de alguma estruturao, mas no em excesso, para no mat-lo. As empresas que quiserem fazer uma codificao bem-sucedida de seu conhecimento devem, portanto, ter em mente os seguintes princpios: os gerentes devem decidir a que objetivos o conhecimento codificado ir servir (por exemplo, empresa cujo propsito estratgico envolva aproximar-se do cliente podem optar por codificar o conhecimento ligado a clientes); os gerentes devem ser capazes de identificar o conhecimento existente nas vrias formas apropriadas para atingir tais objetivos; gerentes do conhecimento devem avaliar o conhecimento segundo sua utilidade e adequao codificao; os codificadores devem identificar um meio apropriado para a codificao e a distribuio.

  • 25

    Destacam-se tambm os sistemas de automao de escritrio. Segundo K.

    Laudon e J. Laudon (2004), estes sistemas auxiliam os trabalhadores de dados,

    embora sejam usados pelos trabalhadores do conhecimento. Os trabalhadores de

    escritrio tendem a processar e no criar informao, por isso, os sistemas de

    automao de escritrio manipulam e gerenciam documentos, por meio de

    processadores de textos, editorao eletrnica e tratamento de imagem,2

    comunicao por meio de correio eletrnico e correio de voz, programao por meio

    de agendas eletrnicas.

    c. SIG

    Os SIGs (sistemas de informaes gerenciais) tm o foco no usurio de

    gerncia intermediria. Os exemplos dos SIGs so: sistemas financeiros, industrial,

    marketing e de recursos humanos. De acordo com Stair (1998, p. 226):

    O sistema de informaes gerenciais um conjunto organizado de pessoas, procedimentos, banco de dados e dispositivos que fornecem aos administradores e tomadores de decises as informaes para ajud-los a atingir as metas da empresa. O SIG pode ajudar a organizao a atingir suas metas, fornecendo aos administradores uma viso das operaes normais da empresa, de modo que possam controlar, organizar e planejar de forma mais eficiente3 e eficaz.4 A diferena principal entre os relatrios gerados pelo SPT e os gerados pelo SIG que os relatrios de SIG do apoio s tomadas de decises gerenciais nos nveis mais altos da administrao.

    Os SIGs propem uma anlise bastante complexa e sofisticada, utilizando muitos recursos grficos.

    d. SAD

    Os SADs (sistemas de apoio deciso) so tambm chamados de sistemas

    de informaes estratgicas e de SAEs (sistemas de apoio ao executivo). Segundo

    2 Digitalizao de imagem. 3 Eficiente fazer correto aquilo que precisa ser feito, nem mais, nem menos. 4 Eficaz atingir com sucesso o objetivo de uma tarefa, no momento certo, na hora apropriada.

  • 26

    Rezende e Abreu (2003), eles iro processar grupo de dados das operaes

    operacionais e transaes gerenciais, transformando-as em informaes

    estratgicas. Trabalha com dados no nvel macro, considerando o ambiente interno

    e externo, visando auxiliar o processo de tomada de deciso da alta administrao,

    tal como presidentes, diretores, scios e acionistas. Tem caracterstica de

    processamento on-line, muitas informaes grficas com uma interface amigvel.

    e. Sistemas IA

    Apesar de estarmos vendo a aplicao direta de muitos sistemas utilizando

    conceitos de IA (inteligncia artificial), ainda estamos distantes de criar sistemas

    computacionais que substituiro os tomadores de decises humanos. Segundo Stair

    (1998, p. 256):

    Os sistemas de inteligncia artificial incluem as pessoas, procedimentos, hardware, software, dados e conhecimento necessrios para desenvolver sistemas computacionais e mquinas que demonstram caractersticas de inteligncia. [...] O objetivo no desenvolvimento contemporneo de sistemas IA no substituir completamente a tomada de decises humana, e sim reaplic-la em certos tipos de problemas bem-definidos. Assim como em outros sistemas de informao, o propsito maior das aplicaes da inteligncia artificial nas empresas auxiliar as organizaes a alcanar suas metas.

    A IA um campo amplo e contm diversos componentes, como:

    o Sistemas especialistas: Age ou comporta-se como um ser humano experiente em um campo ou rea. Os sistemas especialistas computadorizados tm sido

    desenvolvidos para diagnosticar problemas, prever eventos futuros e auxiliar

    em novos sistemas.

    o Robtica: Envolve o desenvolvimento de dispositivos mecnicos ou baseados em computadores. Aplica-se sofisticados softwares de controle em robs.5

    o Sistemas de viso: Engloba sistemas (hardware e software) que possibilita computadores capturar, armazenar e manipular imagens visuais e figuras.

    o Processamento de linguagem natural: Possibilita que o computador reaja a instrues e comandos emitidos em linguagem natural, por exemplo, ingls.

    5 Software de controle em robs tem um importncia bastante relevante em IA.

  • 27

    Converte a fala do microfone em arquivos para processadores de texto ou

    instrues.

    o Redes neurais: So sistemas de computador que podem funcionar como o crebro humano ou similar ao seu funcionamento. Podem processar muitos

    dados de uma vez e aprender a reconhecer padres.

    1.6. SISTEMAS FUNCIONAIS, SISTEMAS DE INFORMAO E SISTEMAS

    INTEGRADOS

    a. Sistemas Funcionais

    Podemos classificar os sistemas de informao pela funo organizacional

    especfica. Na figura 01 temos na base da pirmide os principais sistemas

    funcionais. Outros sistemas funcionais podem ter uma grande importncia nas

    organizaes modernas. Descreveremos os SIMs (sistemas de informao de

    marketing) e os sistemas de logsticas:

    SIM: So sistemas da linha de frente do pensamento administrativo em todo o mundo, decidindo sobre um acervo crescente e inovador. Destinam-se a possibilitar

    aos executivos e gerentes das reas tticas das empresas a apreciar fenmenos

    diversos para tomada de deciso de marketing, envolvendo informaes para um

    produto ou servio. Podemos destacar como as decises a serem tomadas:

    o lanamento de um produto ou servio o concorrncia, competitividade e comportamento do pblico alvo o benchmarketing6 de aes dos concorrentes o receptividade e campanhas publicitrias o realizao de promoes o alterao na forma de ofertar produtos ou servios

    Segundo Jamil (2001), os sistemas de marketing no se resumem numa

    simples coleo de dados e relacionamentos, mas de programas que permitam ao 6 Processo de comparao de produtos ou servios com os oferecidos pela concorrncia, ou em empresas consideradas excelentes em algo determinado. O benchmarking tem como objetivo conhecer o que os outros esto fazendo de melhor, e for se possvel, incorporar.

  • 28

    usurio fazer seus questionamentos e a consulta base de dados, com interfaces

    de acesso e distribuio das informaes via internet.

    Sistemas de logstica: Gerenciar a logstica significa tratar com preciso as atividades de emisso de pedidos, de compras, de recebimento e expedio de

    mercadorias. Os centros de distribuio, cadeia de suprimentos e o sistema de

    transporte, possibilitam ao fabricante o acesso rpido aos insumos necessrios,

    montagem de estratgias de obteno e o uso destes insumos, e da entrega do

    produto aos clientes.

    Confirmando tal fato, Jamil (2001, p. 523):

    Esta insero da logstica no agressivo ambiente dos dias atuais terminou por provocar um efeito de retroalimentao, fazendo com que a TI e das telecomunicaes fosse cada vez mais usada para a efetivao desta cadeia. Atualmente, os operadores de logstica esto atuando de forma integrada, tanto no lado B2C de venda ao consumidor, quanto no B2B de suprimento via interao negcio a negcio.

    Com a crescente concorrncia do comrcio eletrnico, o cumprimento do

    prazo entrega (normalmente reduzido), passa a ser um diferencial das empresas

    envolvidas.

    b. Sistemas de Informao

    Os sistemas de informao so para coordenar atividades, e auxiliar na

    tomada de decises por toda a empresa. Como exemplos destes sistemas temos o

    CRM (customer relationship management - gerenciamento das relaes com

    clientes) e os sistemas de cadeia de suprimentos.

    CRM: Existe um esforo de toda a organizao para conquistar e conservar clientes. O CRM reconhece que os clientes so a alma da organizao, e o sucesso

    depende do bom gerenciamento das relaes com estes clientes. (GREENBERG

    apud TURBAN et al, 2005). CRM destina-se a construir relaes duradouras e

    sustentveis, que agregam valor para o cliente e para a empresa. (ROMANO;

    FJERNESTAD apud TURBAN et al, 2005). Observa-se que, com a Internet, os

  • 29

    clientes esto a um click do concorrente, podendo romper rapidamente com o

    fornecedor atual, buscando outros que o atenda satisfatoriamente (CARVALHO,

    2006).

    Segundo Turban (et al, 2005), CRM um campo interdisciplinar (marketing e

    gerenciamento). O CRM muito mais amplo que o marketing de relacionamento.

    Tem o propsito de tratar diferentemente clientes diferentes. Exemplos de

    aplicaes de CRM: call center; gerenciamento de campanha e comrcio eletrnico;

    salas de chat7 e grupos de discusso e e-CRM.8

    Cadeia de suprimentos: A cadeia de suprimentos integra os processos logsticos do fornecedor, do fabricante, do distribuidor e do cliente para reduzir

    tempo, esforos redundantes e custos de estoque. Segundo K. Laudon e J. Laudon

    (2004), cadeia de suprimentos uma rede de organizaes e processos de

    negcios para selecionar matrias-primas, transform-las em produtos

    intermedirios e acabados e distribuir os produtos acabados aos clientes. A cadeia

    interliga fornecedores, instalaes industriais, centrais de distribuio, meios de

    transporte, lojas de varejo, pessoas e informaes por meio de processos como

    seleo de matrias-primas, controles de estoque, distribuio e entrega com a

    finalidade de fornecer mercadorias e servios desde a fonte at o ponto de

    consumo.

    c. Sistemas Integrados

    So destinados a integrao dos setores da organizao e automao dos

    processos de negcio. Tem com caracterstica a unificao de cadastros, reduzindo

    a redundncia de dados. Requerem um alto grau de parametrizaes. A implantao

    um desafio, e demanda tempo e dedicao dos envolvidos (empresa e parceiros).

    Como exemplo de sistemas integrados temos o ERP (enterprise resouce planning -

    sistemas de planejamento de recursos empresarias).

    ERP: Permite automatizar e integrar grande parte dos processos de negcios, finanas, controles, logstica e RH (recursos humanos). As reas de implantao do

    7 Softwares que possibilitam bate papo pelo computador. 8 Uso de navegadores web , internet, e outros pontos eletrnicos para gerenciar o relacionamento com o cliente.

  • 30

    ERP so: contabilidade, contas a pagar/receber, tesouraria, oramentos, custos, RH,

    suprimentos, administrao de materiais, custos de produo, pedidos, vendas,

    faturamento. Os dados de uma rea iro alimentar automaticamente os dados de

    outra rea.

    Deve-se considerar que a implantao de um ERP precisa de um esforo de

    toda a organizao, do diretor aos funcionrios, com um grande comprometimento.

    (CARVALHO, 2006).

    Citando Jamil (2001, p. 517):

    Estes sistemas surgiram em decorrncia das carncias informacionais promovidas pela desagregao de dados provocada pelos processos de descentralizao de tecnologia da informao no planejada e motivada pela facilidade de acesso aos recursos de informtica (redes, micros, software de aplicao, etc), agravada pela concentrao em nveis operacionais, de sistemas distintos. Nestes casos, os ERPs ofereceram o recurso de integrarem sob sua coordenao os diversos ambientes de sistemas base de transao para que formem base de dados, mdulos de acesso e sistemas analticos nicos, que suportem de modo mais direto os processos de deciso, s custas de reorganizao dos processos de gesto e definio de responsabilidades e instncias na sua execuo.

    Com a implantao do ERP, as organizaes tero maior competitividade

    com a unificao dos processos, diferenciao junto aos concorrentes e preparao

    para um crescimento das operaes.

    1.7. SISTEMAS DE INFORMAES INTERORGANIZACIONAIS

    Segundo Rezende a Abreu (2003), uma empresa classifica-se como um

    conjunto de pessoas, equipamentos, dados, recursos, polticas e procedimentos que

    existem para suprir seus produtos e servios, com o objetivo de obter lucro.

    Classificamos as aplicaes dos sistemas no nvel organizacional em duas

    categorias: aplicaes localizadas e sistemas interdepartamentais.

    A categoria de sistemas de informao de aplicaes localizadas inclui

    sistemas pessoais e de grupo. Estes sistemas tm a caracterstica que os usurios

    de um grupo de trabalho conhecem cada um dos membros pessoalmente. Envolvem

  • 31

    pouco mais de dzias de usurios, gerenciando poucos dados, s vezes simples e

    poucos heterogneos. Envolve apenas sub-funes da empresa.

    J a proposta de sistemas interdepartamentais integrar as atividades de

    diferentes departamentos em um s sistema de negcio, produzindo respostas

    apropriadas e coordenadas para o meio ambiente da empresa. Permitem a

    integrao de atividades de departamentos separados de modo que os

    departamentos respondam de maneira consistente e coordenada. Envolvem bases

    de dados centralizadas e compartilhada pelos departamentos, permitindo que cada

    departamento registre resultados de seu trabalho. Aconselha-se uma padronizao

    nestes sistemas, e um controle das mudanas, exigindo um gerenciamento dos

    sistemas organizacionais. Os usurios envolvidos destes sistemas, s vezes

    centenas ou milhares, podem estar distncia continentais, utilizando um grande

    volume de dados complicados e heterogneos.

    Tanto os sistemas localizados quanto os interdepartamentais, envolvem muito

    pouco redesign9 dos processos de negcios. Eles do suporte s atividades da

    empresa do modo como elas j existiam anteriormente.

    Segundo Turban (et al, 2005), durante muitos anos, os sistemas de

    informao so usados dentro das organizaes. A conexo de duas ou mais

    organizaes feita atravs dos sistemas de informao interorganizacionais, que

    suporta o fluxo de informaes. Mesmo assim, eram restritos a empresas de

    viagens, bancos e grandes corporaes. Os sistemas envolvendo duas ou mais

    organizaes podem ser bastante complexos, porm as vantagens so significativas

    com a internet e a XML (extensible markup language - linguagem de marcao

    extendida). Como objetivo desses sistemas temos o processamento eficiente de

    transaes, como a transmisso de pedidos, faturas e pagamentos. Um IOS

    (interorganizational information system - sistemas de informaes

    interorganizacionais) pode ser local ou global, voltado a uma nica atividade

    (transferncia de fundos) ou a vrias (facilitar as negociaes, a comunicao e a

    colaborao).

    9 Alm de automatizar os processos existentes numa organizao, o redesign (redesenho) de processos de negcio est surgindo como um passo para melhor explorar as potencialidades da TI, reprojetando estes processos, para tirar vantagens das oportunidades proporcionadas pela tecnologia. Referem-se a aplicaes nas quais o processo a ser automatizado redesenhado medida que o sistema desenvolvido.

  • 32

    Conectando organizaes, duas presses comerciais foram satisfeitas:

    reduo de custos e aumento da eficincia e oportunidade dos processos

    empresariais. Por conseqncia, com a melhora da qualidade, diminuiu-se o tempo

    de ciclo de realizao das transaes empresariais, eliminando o uso de papis,

    suas ineficincias e custos associados, e acima de tudo, eliminando erros.

    Necessita-se de uma determinao prvia da relao entre cliente/fornecedor,

    com expectativa de continuidade, e um acordo entre as organizaes acerca da

    natureza e do formato dos documentos a serem trocados. A rede de comunicao10

    tambm precisa ser conhecida por ambas as partes, onde um acordo prvio

    estabelecido para a padronizao.

    Tipos de sistemas interorganizacionais:

    o Sistemas de negociao B2B: Projetados para facilitar a negociao entre parceiros comerciais. Podem estar no mesmo pas ou em pases diferentes.

    o Sistemas globais: Conectam duas ou mais empresas, em dois ou mais pases, por exemplo, empresas multinacionais de reservas de passagens

    areas. Tambm as empresas internacionais ou empresas virtuais globais.

    o EFT: (Eletronic funds transfer - transferncia eletrnica de fundos). Transferncia de dinheiro entre instituies financeiras.

    o Groupware: Tecnologia para facilitar a colaborao entre organizaes. o Envio integrado de mensagens: Atravs de um nico sistema de transmisso,

    ocorre a remessa de correio eletrnico e documentos de fax, entre

    organizaes.

    o Banco de dados compartilhados: Banco de dados que podem ser compartilhados entre parceiros comerciais, permitindo a atividade

    colaborativa.

    o Sistemas que suportam corporaes virtuais: Dois ou mais parceiros comerciais em diferentes locais, compartilhando custos e recursos para

    fornecer um produto ou servio.

    10 As redes podem ser de acesso pblico ou privado.

  • 33

    CAPITULO II - INTEGRAO DE SISTEMAS DE INFORMAO

    2.1. SISTEMAS LEGADOS E COTS

    Sistemas legados: Ainda em grande uso nas organizaes, so os sistemas criados com uma tecnologia antiga, que no evoluram com o passar dos anos. Com

    as mudanas das tecnologias, eles se tornam desatualizados, de difcil operao e

    integrao. Segundo Cummins (2002), impossvel compreender o impacto das

    novas tecnologias sem levar em conta os sistemas legados. A evoluo tecnolgica

    contribuiu para a fragmentao de sistemas. A arquitetura cliente/servidor11 muitas

    vezes piorou esta fragmentao. Os sistemas utilizando tecnologia mais antiga no

    podem ser implantados utilizando as tecnologias de ponta dos sistemas modernos.

    Existir um retrabalho ou redesenvolvimento que torna invivel a atualizao.

    Os sistemas legados incluem quaisquer aplicaes existentes e que precise

    estar vinculada a outros sistemas. As arquiteturas so as mais variadas e abrangem

    um grande nmero de tecnologias. Com relao integrao dos sistemas legados,

    os requisitos necessrios so exclusivos.

    COTS: (commercial off-the-shelf - sistemas pacotes). So sistemas comerciais que so comprados nas prateleiras das lojas de venda de programas de

    computador. Num primeiro momento os COTS podem representar uma reduo de

    custos de aquisio e manuteno. Cummins (2002, p. 121) explica que:

    Atualmente, a maioria das aplicaes COTS fornece acesso Web. [...] Em geral, as aplicaes COTS esto projetadas para integrao corporativa e escalabilidade. No entanto, como as aplicaes legadas, cada aplicao COTS traz uma soluo predefinida e pode no atender s necessidades atuais da empresa ou se adaptar a necessidade futura. [...] se houver requisitos especiais, ento a aplicao COTS no a melhor soluo.

    11 Cliente/servidor uma arquitetura com uma unidade central de registro, servios e contedo (servidor), de alta performace, e vrios clientes de menor performace. Os clientes somente fazem requisies, solicitanto contedo, ou tambm a execuo de servios para o servidor, porm no compartilham nenhum dos seus recursos.

  • 34

    No recomendvel que sejam feitas alteraes nem extenses para

    personalizar os COTS, evitando trabalho adicional para cada nova verso,

    comprometendo a confiabilidade.

    2.2. EAI - INTEGRAO DE APLICAES CORPORATIVAS

    Segundo Cummins (2002), o surgimento de EAI (enterprise application

    integration - integrao de aplicaes corporativas) foi guiado pela necessidade de

    integrar aplicaes, dentre elas os COTS. E com o surgimento de vrias aplicaes

    especficas de negcio, como fabricao, pessoal, contabilidade, etc, a necessidade

    de integrao aos sistemas legados e COTS era eminente. EAI a prtica de

    vinculao destes sistemas.

    A abordagem bsica a transferncia de dados store-and-forward

    (armazenar e mandar) entre sistemas. Outras tecnologias so usadas, como fila de

    espera de mensagens. EAI pode incorporar estes recursos, fornecendo adaptadores

    para vrias aplicaes de negcio, que fazem a conexo com as filas de mensagens

    e pem realizar algum tipo de transformao nos dados. Os produtos EAI tambm

    podem fornecer ferramentas e componentes para facilitar a implementao de

    adaptadores a sistemas legados. Ainda que novos sistemas sejam adquiridos e

    desenvolvidos pelas organizaes, sempre haver sistemas legados a integrar.

    A implementao de EAI um incio de um processo em melhoria progressiva

    e no uma transformao nica. Os detalhes da arquitetura, durante o processo de

    implementao, podero estar em mudana contnua. As vantagens sero

    percebidas quando a sinergia de vrias aplicaes comearem a aparecer. A seguir

    temos alguns fatores de sucesso para uma implantao de sucesso da EAI:

    o viso da integrao compartilhada todos da empresa, inclusive o alto escalo o comprometimento com os padres o empresas orientadas a servio a fim de concretizar suas responsabilidades

    corporativas

    o infra-estrutura compartilhada para dar suporte a todas as aplicaes

  • 35

    o conhecimento de dados acessveis podem ser acessados a qualquer momento e de qualquer parte que seja necessrio, para dar suporte s

    necessidades comerciais do alto escalo de gerenciamento para operadores

    de produo. Os dados devero ser comunicados entre sistemas em tempo

    hbil, sem a necessidade de interpretao ou interveno humana.

    2.3. ESTRATGIA DE INTEGRAO

    A integrao corporativa far com que as empresas dependam mais de seus

    sistemas, pois seus processos estaro mais automatizados, as funes de negcio

    estaro mais dinmicas. Para tal, como estratgia de integrao corporativa,

    devemos utilizar economias de escala. No basta simplesmente interligar sistemas,

    precisamos, dentre outras coisas: tornar a empresa mais produtiva; ir em busca de

    novas solues; minimizar as falhas; eliminar esforos repetitivos; reduzir a

    complexidade; aproveitar ao mximo os conhecimentos dos profissionais que sero

    treinados. Uma empresa bem integrada dever ter um custo menor para operar e

    adaptar-se s necessidades comerciais em constante mudana.

    Segundo Cummins (2002), temos vrias oportunidades importantes que

    devem ser observadas para obteno de economia de escala:

    o Padres: os padres so os fatores que mais contribuem para a economia de escala. Eles resultam do compartilhamento de recursos, que podem ser:

    materiais, pessoas, equipamentos, sistemas ou instalaes. Os padres para

    integrao corporativa devem se concentrar nos dados, nas interfaces e nas

    prticas. Se no forem definidos padres para troca de dados - dados usados

    entre os sistemas e para ter informaes para gerenciar a empresa eles no

    estaro prontos para serem utilizados para finalidade ad hoc,12 o que far

    com que exista possibilidade de incompatibilidade, gerando resultados

    12 uma expresso latina que significa literalmente: para isto. Em um mbito maior, podemos traduzir como especfico ou especificamente. Pessoa ou coisa preparada para determinada misso ou circunstncia.

  • 36

    incorretos, e gastando esforo desnecessrio para manter programas de

    converso. Os padres de interface incorporam especificaes de dados e

    incluem: modo de comunicao assncrono ou sncrono; protocolo de

    comunicao; seqncia e forma de troca de informao; formato e

    significado de entrada e sadas.

    o Reutilizao de software: envolve o uso de um componente ou sistema de software para solucionar o mesmo problema em contexto distinto. Precisamos

    usar mais de uma vez para obtermos economia de escala.

    o Infra-estrutura comum: o complexo de computadores, redes, softwares e servios associados que do suporte operao e interconexo de muitos

    sistemas, visando a reduzir a carga e promover a sinergia entre os sistemas.

    Uma infra-estrutura deste tipo pode gerar economias substanciais de escala.

    o Operaes de sistemas consolidados: tradicionalmente, as aplicaes corporativas eram executadas em centro de dados centralizados. Estes

    centros de dados permitiam o compartilhamento do computador, cujo custo

    era elevado, para obter grande utilizao. Com a tecnologia dos

    microprocessadores, tem-se uma alternativa com um custo menor,

    possibilitando a implantao mais rpida e sistemas mais amistosos. O foco

    mudou de computao corporativa para sistemas cliente-servidor. Mas, a

    internet e o comrcio eletrnico reverteram esta tendncia de reduo de

    custo. Sistemas que precisam operar 24 horas, 7 dias por semana,

    interconectados, com segurana, demandaram profissionais cada vez mais

    valorizados. Os micro-computadores passaram a desempenhar papeis

    especficos: servidores de banco de dados, servidores de diretrios,

    servidores de segurana, servidores web, dentre outros. Neste caso, a

    economia provm da consolidao de servios, tanto operacionais quanto

    sistemas. Algumas economias de escalas sero obtidas em detrimento da

    flexibilidade.

  • 37

    2.4. DISCIPLINAS DO CONHECIMENTO PARA INTEGRAO

    Segundo Parreiras (2006), as disciplinas do conhecimento necessrias

    para execuo da integrao de sistemas corporativos, so:

    o Gesto de projetos: Identificar os riscos pertinentes na integrao de sistemas, fundamentado nas reas de gerncia de projetos.

    o Segurana de sistemas: Basear nos conceitos de segurana para a implementao de sistemas integrados.

    o Aplicaes baseadas em componentes: Abordar conceitos de objetos distribudos.

    o Desenvolvimento de documentos estruturados: Oferecer conhecimento aprofundado das principais tecnologias derivadas da XML.

    o Gesto de fluxo de trabalho: Aborda os aspectos gerenciais da gesto de fluxo de trabalho.

    o Sistemas avanados de gesto: Apresentar conceitos que envolvem os temas, processos para implantao, das opes disponveis, como ERP,

    CRM, Data Warehouse e BI (business intelligence).

    o Servios web: Apresentar o modelo de integrao por servios web e trabalhar nesta arquitetura.

    o Integrao de bancos de dados: Trazer tcnicas, mtodos e ferramentas para a integrao de bancos de dados heterogneos.

    o Inteligncia empresarial: Fornecer uma viso estratgica da organizao e abordar a inteligncia competitiva, gesto do conhecimento e capital

    intelectual.

    o Modelo e ferramentas de integrao: Apresentar os diversos modelos de integrao disponveis, como: modelo de infra-estrutura de integrao,

    modelo de rede, modelo de armazenamento de dados corporativos, servios

    de mensagens e portais corporativos.

  • 38

    2.5. MODELOS DE INTEGRAO

    Necessita-se definir a arquitetura de integrao corporativa, baseando-se nas

    tecnologias atuais, e levando-se em conta o surgimento de tendncias do setor.

    Apresentaremos alguns dos principais modelos:

    Modelo da infra-estrutura de integrao: Entende-se por infra-estrutura de integrao como o conjunto de recursos compartilhados, que permitem o trabalho

    em conjunto de vrios sistemas. Segundo Cummins (2002, p. 60):

    A empresa incorporar muitos sistemas. Esses sistemas tero diversas formas e tamanhos. Algumas sero aplicaes legadas, algumas sero aplicaes COTS (commercial-off-the-shelf) adquiridas e outras sero aplicaes personalizadas desenvolvidas para satisfazer as necessidades especficas. Ainda que esses sistemas possam ser desenvolvidos independentemente, existe a possibilidade de fornecer recursos comuns que dem suporte sua integrao e obtenham economias de escala. Esses recursos comuns fornecero flexibilidade na operao global do negcio, reduziro o custo de desenvolvimento e implementao de novas aplicaes e possibilitaro o uso de diversas tecnologias para a soluo de problemas de negcio especficos.

    possvel o suporte a integrao de sistemas, mesmo em arquiteturas

    distintas.

    Modelo de rede: Os elementos corporativos devem ser vinculados atravs de redes. O modelo de rede subdividido em trs domnios: sistemas internos,

    aplicaes Web pblicas e a internet pblica. Como exemplos de categorias, numa

    perspectiva de rede, encaixando nestes domnios, podemos citar: recursos de

    internet, servios de troca de mensagens, servio de segurana, troca de

    mensagens HTTP (hyper text markup language - linguagem de marcao de hiper

    texto), firewall, servidor de acesso remoto.

    Modelo de processo de fluxo de trabalho: Segundo Cummins (2002), os processos de negcios executam aes no nvel da empresa, como preenchimento

    de um pedido de cliente, e alguns processos que automatizam processos triviais,

    como aprovao de uma passagem. Os sistemas de gerenciamento de fluxo de

    trabalho que automatizam tais processos de negcio. Os componentes desse

    modelo so: definio do processo, instncia do processo, atividade, solicitador, lista

    de trabalho pessoal, gerente do processo e interoperabilidade do processo.

  • 39

    Modelo BSD: O modelo BSD est num nvel central da hierarquia de sistemas de negcio. Ele est presente na integrao corporativa e no comrcio eletrnico e

    incorpora processos, aplicaes e componentes de negcio. O BSD pode incluir

    aplicaes legadas, COTS ou aplicaes para novas funes de negcio.

    Modelo de armazenamento de dados corporativos: Segundo Cummins (2002), o modelo de armazenamento de dados corporativos a base para observao do

    estado atual da empresa e tambm as atividades histricas. D suporte

    monitorao, planejamento e tomada de deciso. A figura 03 nos mostra os

    componentes desse modelo.

    Figura 03: Modelo de armazenamento de dados corporativos Fonte: CUMMINS, 2002, p. 78

    o Aplicaes de negcio: So SW que realizam o negcio, contm as informaes mais atuais do estado da empresa.

    o Gerenciamento de documentos: Controla arquivos que contm documentos ou estruturas mais complexas como especificaes de produtos ou modelos.

    o Armazenamento de dados operacionais: Oferece acesso a dados relativamente atualizados no que se refere ao estado das operaes de

    negcios em lugar do acesso direto das aplicaes. Pode reunir dados de

    diversas aplicaes de modo a oferecer uma viso integrada da situao atual

    da empresa. Pode ser requerida a tradues e limpeza de dados, para

    garantir a consistncia de dados.

    o Banco de dados corporativos principais: Dados relativamente estveis podem ser compartilhados por vrios setores da empresa ou replicados para outros

  • 40

    locais, a fim de evitar o overhead e evitar falha. Neste caso um banco de

    dados ser definido como corporativo principal.

    o Arquivos e documentos principais: Esses documentos sero expressos em XML e devero preservar o mesmo formato em que foram assinados.

    o Metadados:13 Dentro deste contexto, h dois tipos de metadados: o tcnico e o comercial. Os tcnicos definem tipos e estruturas de dados armazenados,

    com o objetivo de gerenciamento de dados. J os metadados comerciais

    fornecem informaes sobre a origem, preciso e confiabilidade dos dados.

    o Data warehouses (armazm de dados): Armazena o acmulo de dados histricos. Pode conter dados por muitos anos, com tamanho de

    armazenamento muito grande. Normalmente depois de completadas as

    transaes comerciais na aplicao ou no armazenamento de dados

    operacionais, elas so transferidas para o warehouse.

    o Data marts: A anlise de dados histricos pode envolver o exame e reestruturao de dados de vrias maneiras. A anlise normalmente no

    feita a partir do data warehouse. Os dados selecionados so extrados

    periodicamente a partir de um warehouse para vrios data marts.

    Modelo de acesso ao conhecimento: Conhecimento so as informaes sobre a empresa e suas tecnologias. Podem ser armazenadas em bancos de dados.

    Muitas vezes no so armazenadas de forma estruturada, e so mantidas nas

    memrias dos trabalhadores. O grande desafio da gesto do conhecimento a

    captura e preservao do conhecimento corporativo, de modo que ele fique

    acessvel e no se perca quando houver apagamento de memria ou sada de

    pessoas da empresa.

    2.6. BSD DOMNIO DE SISTEMA DE NEGCIO

    Cummins (2002, p. 111), nos explica os BSDs (domnios de sistemas de

    negcio):

    13 Dados que definem dados.

  • 41

    Os BSDs so o local em que o verdadeiro trabalho de computao da empresa acorre. neles que os dados so capturados, os clculos so feitos, os registros so atualizados e os resultados so produzidos. Muitas aplicaes atuais podem ser caracterizadas como BSDs. Em geral, essas aplicaes corporativas desempenham funes de negcio primrias, como contabilidade, gerenciamento de recursos humanos, planejamento de produo, agendamento e controle. Normalmente, esses sistemas so altamente integrados entre si e parcialmente integrados com outras aplicaes da empresa.

    Classificam-se os BSDs como um nvel central da hierarquia de sistemas de

    negcio. Ele est presente na integrao corporativa, que fornece um ambiente

    comum de integrao e suporte aos BSDs. Os BSDs podem ser aplicaes legadas,

    COTS ou aplicaes para novas funes de negcio. Um BSD pode ser um sistema

    bem simples, mas espera-se que inclua processos de negcio e que coordenem os

    diversos segmentos da empresa.

    Para dar suporte infra-estrutura coorporativa, de acordo com Cummins

    (2002), os seguintes componentes se relacionam com o BSD:

    o Intranet: Principal meio que os usurios, outros BSDs e servios de infra-estrutura, dispem para comunicar com outros BSDs.

    o Computadores pessoais: So uma plataforma para interfaces de usurios e BSDs.

    o Troca de mensagens: As mensagens so transformadas, conforme necessrio, e so roteadas para os destinatrios.

    o Gerenciamento de sistemas: O gerenciamento de sistemas da infra-estrutura deve coordenar a resoluo de problemas e alteraes que afetam os BSDs.

    o Segurana: O BSD usar certificados digitais. o Organizao: O BSD se basear no diretrio organizacional da infra-estrutura

    para poder fazer uma representao atual da empresa e de seus funcionrios.

    o Arquivamento: Um BSD no pode ter documentos eletrnicos para serem arquivados; do contrrio, poderia arquiv-los localmente.

    o Repositrio de metadados: Nem todos BSDs necessitaro de metadados. Se forem usados com muita freqncia, pode ser utilizados data warehouses.

    o Gesto do conhecimento: Um BSD dever fornecer mecanismos para captura de conhecimento, como parte do processo de negcio, e torn-los

    disponveis.

    o Portais: Os usurios externos (por exemplo, clientes, colaboradores e investidores), os BSDs devero dar acesso em portais apropriados.

  • 42

    o B2B: Devero ser utilizados o servio de troca de mensagens da infra-estrutura. Para fins de compatibilidade, aconselha-se que as mensagens

    devero estar no formato XML.

    2.7. UM CENRIO PARA INTEGRAO CORPORATIVA

    Com o intuito de abandonar a abstrao da integrao corporativa, e vincular

    os conceitos com o mundo real, segundo Cummins (2002), conforme a figura 04

    tem-se um cenrio de negcios de uma empresa dedicada a vendas no varejo. Um

    cliente acessa o portal de vendas da empresa, seleciona um produto para a compra.

    O portal de vendas uma aplicao acessvel publicamente que possui informaes

    sobre produtos e preos. Aceita-se os pedidos dos clientes. O portal no vinculado

    a outras aplicaes devido ao risco de intrusos comprometerem a segurana dos

    sistemas corporativos. O pedido preenchido e comunicado para o BSD de

    processamento de pedidos. Esse BSD interno da empresa. O BSD de

    processamento de pedidos valida o pedido e envia uma solicitao para o BSD de

    warehouse. O pedido que o cliente recebe um contrato de compra. O BSD de

    warehouse verifica o estoque e envia uma resposta que est disponvel, e prepara

    para a remessa. O funcionrio da remessa prepara o pacote para uma

    transportadora. O status do pedido poder ser alterado. O BSD de processamento

    de pedidos, quando recebe o aviso da remessa, enviar ao servio de cobrana

    externo empresa para a fatura. Isto feito atravs da internet pbica. A cobrana

    externa notifica o setor de contas a receber. O cliente poder entrar em contato e

    indagar sobre o status do pedido. O pedido tambm poder ser rastreado, para ver

    mais detalhes. Neste caso acima, o produto encontra-se em estoque, mas, se o

    produto estiver esgotado, este dever ser solicitado ao fornecedor, onde o BSD de

    warehouse inicia uma solicitao de compra.

    Quando o processamento do pedido se completar, o BSD de processamento

    registrar a transao como completada, mantendo os histricos para anlise futura.

  • 43

    Figura 04: Cenrio da integrao corporativa

    Fonte: CUMMINS, 2002, p. 84 Muitos requisitos de integrao corporativas esto implcitos neste exemplo,

    assim como uma infra-estrutura de integrao. Os mais importantes so:

    o Mensagens entre BSDs: os BSDs podem se comunicar entre si. Os links entre sistemas foram se desenvolvendo conforme a necessidade, variando os

    recursos e tecnologias.

    o Solicitaes e eventos: a comunicao por solicitao feita atravs do preenchimento e processamento do pedido e requerem uma resposta. Os

    eventos so enviados para fornecer informaes sobre alteraes de estado.

    o Comunicaes confiveis: as comunicaes, na forma de solicitaes ou eventos, devero se confiveis. Caso os eventos se perderem, o cliente no

    poder ser cobrado, e as faturas dos fornecedores podero no ser pagas.

    o Terceirizao potencial: o servio de cobrana representa uma terceirizao em potencial, deixando de ser, tradicionalmente, interna das organizaes.

    o Integrao da cadeia de abastecimento: fica claro a necessidade de incluir fornecedores e transportadoras no design da integrao corporativa. Uma boa

    integrao com fornecedores, permitir que a empresa trabalhe com estoques

    reduzidos, sem a necessidade de armazenar produtos.

  • 44

    o Gerenciamento de relacionamento com clientes: a interface com o cliente um elemento fundamental para a sua satisfao. O processo dever ser

    agilizado, reconhecendo os clientes antigos, no pedindo novamente dados j

    cadastrados. O cliente poder conferir status do pedido ou de sua conta. Um

    banco de dados de gerenciamento dos clientes torna-se imprescindvel.

    o Informaes de gerenciamento: inclui-se anlise de desempenho, das tendncias e dos relacionamentos. Essa integrao de informaes requer

    uma definio consistente dos dados.

    o Registros legais: a troca de registros com entidades externas representa os documentos legais. Por exemplo, o pedido do cliente e do fornecedor,

    representam os contratos. Estes documentos podem tornar-se assunto de

    litgio. So necessrias assinaturas eletrnicas para estabelecer a validade e

    os documentos devem ser preservados na forma original.

    2.8. INTERCMBIO DE DADOS

    A arquitetura de integrao corporativa depende da adoo e da aplicao de

    padres. Os melhores padres so os definidos por um consrcio, que representa

    um grupo distinto de participantes, e no uma nica empresa. Mostrando que a XML o padro mais aceitvel para a troca de dados, citamos Cummins (2002, p. 448):

    A XML (Extensible Markup Language) est rapidamente se tornando o formato dominante para o intercmbio de dados entre sistemas, sejam trocas EAI e B2B. A utilizao de documentos XML fornece uma melhor flexibilidade e um formato que pode ser trocado facilmente na Internet e atravs de firewalls usando o protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol). Alm disso, existem funes comuns de software disponveis para a manipulao e a transformao de documentos XML

    Vrias empresas de padronizao esto definindo especificaes com base

    na XML, para diversos tipos de troca de documentos eletrnicos. Se as

    organizaes no explorarem estes padres, a longo prazo podem-se ter custos

    adicionais e flexibilidade reduzida.

  • 45

    CAPITULO III O MUNDO XML

    3.1. HISTRIA DA XML

    A histria da XML foi iniciada nos anos 70, quando a IBM inventou a

    linguagem GML (General Markup Language linguagem de marcao genrica).

    Surgiu com a necessidade da empresa em armazenar uma grande quantidade de

    informaes. Com a GML, a IBM conseguiria classificar e processar rapidamente

    todos os documentos. A ISO14 (international organization for standardization

    organizao internacional para padronizao), em 1986, trabalhou para padronizar

    esta linguagem. Neste momento, foi criada a SGML (Standard Generalized Markup

    Language - Linguagem Padro de Marcaes Genricas), que era a GML, porm,

    com padro. A SMGL uma linguagem poderosa, com bastante adaptabilidade.

    Em 1989, foi criado o HTML (Hypertext Markup Language - linguagem de

    marcao de hipertexto). Linguagem para a criao de pginas em um site. A HTML

    foi derivada da SGML. Utiliza-se um conjunto de tags15 (etiquetas ou marcas), entre

    os smbolos < >, que informam o que ir determinar a funo de cada elemento.

    Em 1994, surge uma entidade chamada W3C16 (world wide web consortium -

    consrcio da www). Ela cuidou de colocar em ordem o HTML, e de formalizar suas

    regras, para que fosse um padro. Mesmo assim, o HTML no cumpriu tudo o que

    propunha e planejava para a Internet, crescendo de uma maneira descontrolada e

    desordenada. O HTML est em constante evoluo, porm, ele no consegue suprir

    tudo que as aplicaes necessitam. Surge, em 1996, a XML.

    Citando Marchal apud Pinheiro (2003, p. 22):

    A XML foi proposta com o objetivo de suprir as limitaes da HTML, complementando-a. Ao ser publicada como uma recomendao do W3C (world wide web consortium), em 1998, depois revisada em 2000, a XML

    14 uma organizao de mbito internacional (148 pases no momento), que cuida da padronizao e normalizao. O ISO aprova normas vlidas internacionalmente, em todos os campos tcnicos, com exceo de eletrnica. 15 As tags formam o conjunto de comandos ou formatao da linguagem HTML. 16 Consrcio de mbito mundial, criado em 1994. Desenvolve novas tecnologias, promovendo a constante evoluo da Web.

  • 46

    rapidamente incorporou ferramentas que a colocam em um nvel muito acima da simples publicao de documentos na Internet.

    Quando foi criada, pensou-se que o propsito da XML seria de substituio da

    HTML. Este pensamento errneo estende-se, em meios desinformados, at os dias

    atuais. A XML no incorpora nada de apresentao17 nas suas tags. As carncias

    que se pretendia solucionar, e que o HTML no resolvia, eram:

    o no HTML, o contedo das pginas se mistura com as tags e estilos que se deseja apresentar;

    o no HTML, no permite compartilhar informaes, seja entre computadores, telefones celulares ou os dispositivos mveis portteis;

    o no HTML, a apresentao depende do visor. Complementando os pontos acima, XML em 10 pontos (2006), nos mostra outras

    vantagens da XML:

    o XML para estruturar dados; o XML parece um pouco com HTML; o XML texto, mas no para se ler; o XML prolixo de propsito; o XML uma famlia de tecnologias; o XML modular; o XML a base da Web Semntica18; o XML livre de licenas, independente de plataforma e bem suportada. Como caractersticas bsicas da XML, segundo Pinheiro (2003): a proposta da

    XML bastante simples; o objetivo estruturar documentos; utiliza-se tags que

    podem ser criadas indefinidamente, tornado a linguagem com uma grande

    extensibilidade; grande disponibilidade de ferramentas desenvolvidas para o

    universo XML, que facilitam seu uso e implementao, auxiliando sua popularizao

    (TOLENTINO apud PINHEIRO, 2003); facilidade de uso por ser uma linguagem

    legvel, e at certo ponto compreensvel pelo ser humano (YOUNG apud PINHEIRO,

    2003); XML de fcil validao e leitura por programas, ou seja, a construo de

    analisadores de dados XML, geralmente chamados de parsers (TOLENTINO apud 17 Mais adiante, no item 3.5, mostraremos a XSLT, encarregada da transformao e apresentao de documentos XML. 18 Conceito criado por Tom Berners Lee, criador da world wide web. O objetivo, ainda em andamento, estruturar o contedo disponvel da Internet, permitindo, dentre outras coisas, uma busca mais eficiente que as atuais. A XML a linguagem pela qual os dados sero estruturados.

  • 47

    PINHEIRO, 2003); tem-se uma simplicidade sinttica das marcaes e a forte carga

    semntica contida na estrutura hierrquica (MARCHAL apud PINHEIRO, 2003).

    Daum e Merten (2002) nos explicam que a XML uma mistura explosiva. Ela

    est localizada entre a trade: Internet processamento de documentos e banco de

    dados. Sua tecnologia passa maciamente para a rea de banco de dados e

    tecnologias de TI nas empresas, e sua aplicao estabelecer comunicao entre

    as partes que esto em colaborao. A XML uma tecnologia bsica para a troca

    de documentos eletrnicos. Seu crescimento e adoo pelas organizaes foi muito

    rpido, mesmo aps a onda inicial. Agora a XML atingiu o status central no mundo

    da TI nas empresas. A questo de hoje para a XML no se, mas como.

    3.2. AS PRINCIPAIS UTILIZAES DA XML

    Com relao troca de documentos eletrnicos e o intercmbio de dados

    com formato neutro, na mesma empresa ou interorganizacionais, o uso da XML se

    tornou a sintaxe preferida para troca de mensagens corporativas. De acordo com

    Turban (et al, 2005, p. 343), uma tecnologia emergente que suporta sistemas

    interorganizacionais e est sendo usada para integrar sistemas de parceiros

    comerciais uma linguagem conhecida como XML [...].

    Basicamente, onde existir a necessidade de troca de documentos eletrnicos,

    de maneira a automatizar os processos de negcio entre duas ou mais

    organizaes, utiliza-se a XML. Segundo FURGERI (2001), as principais

    possibilidades de utilizaes da XML so:

    o troca de dados: motivo principal deste estudo. Devido grande diversidade de computadores, rodando diferentes sistemas, em diferentes plataformas,

    sistemas e banco de dados contm dados em formatos incompatveis. Pelo

    fato do contedo bsico do documento XML ser apenas texto, ela apresenta-

    se como a principal possibilidade de computadores diferentes trocarem

    dados pela internet. Neste caso, basta converter o formato do banco de dados

    em texto, seguindo regras estabelecidas nos documentos XML.

  • 48

    o melhorar a busca de informaes: a busca na Internet, com um grande nmero de pginas, sem padronizao, um srio problema. Utilizando a

    XML, tem-se um servio de busca mais inteligente, evitando a procura dentro

    dos documentos HTML, onde est misturado apresentao e contedo.

    o automatizao da web: devido ao fato da XML permitir a definio dos marcadores, os dados armazenados tm significado, permitindo linguagens,

    como o Java, manipular seu contedo, facilitando a pesquisa, incluso,

    alterao e excluso de dados.

    o uso em conjunto com documentos HTML: pode-se interligar a apresentao, contida nos documentos HTML, com os dados contidos nos documentos

    XML. Com isso, a mudana nos dados, no arquivo XML, refletir diretamente

    no HTML, eliminando a necessidade de sua atualizao.

    o desenvolvimento de catlogos: catlogos so documentos formados por contedo texto, altamente estruturados, que proporcionam um fcil tratamento

    por parte da XML. Podem possuir vrias dimenses e se constituir de apenas

    texto, elementos grficos ou imagens. Se escrito em linguagem XML, os

    catlogos podero ter uma grande variedade de mtodos de acesso e formas

    de apresentao, uma vez que diversas ferramentas, como veremos a seguir,

    podem analisar o seu contedo e apresentar. Um catlogo on-line, escrito em

    XML, uma das partes mais importantes de um site, pois contm informaes

    que os clientes desejam: produtos, fotos e preos.

    o automao da cadeia de suprimentos: enquanto os ERPs realizam a integrao total dos setores de uma empresa, os sistemas desenvolvidos a

    partir da XML realizam a integrao de empresas. A automao do

    processamento de compra, maior flexibilidade na escolha de fornecedores e

    mudana na cadeia de suprimentos.

    3.3. ALGUNS CONCEITOS DA XML

    De acordo com Daum e Merten (2002), a regra principal de sintaxe da

    linguagem XML a da boa formatao. Bem formatado significa que um documento

  • 49

    sintaticamente correto. XML uma linguagem de marcao. Elementos so

    identificveis dentro de um documento com tags delimitadoras de incio e fim. Mas,

    diferentemente do HTML, uma tag de incio precisa sempre ter uma de fim. XML

    case sensitive.