Sístemas e Instalações Eléctricas de Navios Modelo da máquina assíncrona 2011/2012.

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Sístemas e Instalações Eléctricas de Navios

Modelo da máquina assíncrona

2011/2012

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Bibliografia

A. E. Fitzgerald, Charles Kingsley e Stephen D. Umans, “Máquinas Eléctricas”, 6ª Edição, Editora Bookman Companhia Editora, 2006.

Charles K. Alexander e Martthew N. O Sadiku, “Fundamentos de Circuitos Eléctricos”, Editora McGraw-Hil, 2008, ISBN: 9788586804977

José Dores Costa, “Apontamentos de Sistemas Eléctricos e Electrónicos de Navios”, ENIDH/DEM, 2012

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Máquina Assíncrona

O campo magnético no rotor da máquina é induzido pelo campo magnético (girante) criado pelas correntes do estator

A máquina designa-se por máquina eléctrica de indução ou máquina assíncrona, uma vez que o rotor não roda em sincronismo com o campo girante das correntes do estator

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Máquina Assíncrona

O princípio de funcionamento das máquinas assíncronas, baseia-se na criação de um campo girante no entreferro

O campo girante de amplitude constante pode ser criado por um sistema de correntes trifásicas simétricas que percorram três bobinas iguais cujos eixos formam ângulos de 120º

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Máquina Assíncrona

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Máquina Assíncrona

A tensão trifásica fornece o campo girante

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Máquina Assíncrona

A corrente sinusoidal em cada uma das bobinas produz um campo magnético no eixo de rotação. Os campos magnéticos são representados por vetores

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Máquina Assíncrona

A soma dos vetores do campo magnético das bobinas do estator produz um único vetor girante resultante do campo magnético

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Máquina Assíncrona

Num motor assíncrono, a velocidade de rotação do campo girante criado pelas correntes do estator é função da frequência das correntes e do número de polos do estator (característica construtiva da máquina e que depende do modo como este foi bobinado)

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Máquina Assíncrona

A frequência, f, o número de pares de pólos, p, e a velocidade síncrona, ns, em rotações por segundo (rps) estão relacionadas pela seguintes equação

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Máquina Assíncrona

Com o rotor parado, a frequência das correntes nos enrolamentos do rotor é igual à frequência das correntes no estator

À medida que o rotor acelera, a frequência das correntes do rotor diminui e quando atinge a velocidade nominal, é de apenas uma pequena fracção da frequência do estator

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Máquina Assíncrona

O rotor de um motor assíncrono roda com uma velocidade inferior à velocidade de sincronismo, ns

A diferença entre estas duas velocida-des designa-se por escorregamento, s

O escorregamento é dado em percentagem da velocidade de sincronismo

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Máquina Assíncrona

Na equação do escorregamento, nm é a velocidade de rotação do rotor

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Máquina Assíncrona

Para que a máquina funcione como motor, a velocidade de rotação do veio é inferior à velocidade de sincronismo e s>0

Para que a máquina funcione como gerador é necessário aumentar a velocidade de rotação do rotor acima da velocidade de sincronismo, s<0

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Máquina Assíncrona

Relação entre o binário e o escorrega-mento para um motor de indução típico

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Máquina Assíncrona

O circuito equivalente da máquina de indução é em tudo semelhante ao de um transformador

A troca de energia entre o estator e o rotor de uma máquina assíncrona realiza-se através do entreferro, sendo que o campo magnético girante criado no estator induz um campo girante no rotor que se opõe ao primeiro

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Máquina Assíncrona

Considere-se uma máquina assíncrona trifásica com os enrolamentos do rotor ligados em estrela a funcionar em regime estacionário

Assim, uma das fases do estator, alimentada pela tensão simples V1, pode ser representada através do seguinte circuito monofásico

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Máquina Assíncrona

Circuito equivalente de uma fase do estator

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Máquina Assíncrona

R1 representa a resistência efectiva do enrolamento do estator

X1 representa a reactância de dispersão desse enrolamento

Xm a reactância de magnetização associada ao campo girante

RFE é a resistência equivalente das perdas no ferro

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Máquina Assíncrona

Considere uma máquina em que o estator possui o mesmo número de polos e fases do rotor

O circuito equivalente de um dos circuitos do rotor pode ser acrescentado ao circuito equivalente do estator, sendo alimentado pela tensão V2, conforme representado na figura seguinte

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Máquina Assíncrona

Circuito equivalente de uma fase da máquina assíncrona

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Máquina Assíncrona

Circuito equivalente de uma fase da máquina assíncrona

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Máquina Assíncrona

Na condição de funcionamento como motor, parte da potência de entrada, Pin, é dissipada por efeito de Joule no estator, sendo a restante transmitida através do entreferro ao rotor

A potência mecânica transmitida ao veio da máquina é dada pela diferença entre a potência transmitida através do entreferro, Pag e a potência dissipada nos enrolamentos do rotor, Pr

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Máquina Assíncrona

A potência mecânica, Pm, e a potência transmitida através do entreferro, Pag, são dadas por:

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Máquina Assíncrona

A resistência

representa a carga mecânica da máquina, por fase, em função do escorregamento (s)

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Máquina Assíncrona

A potência mecânica total produzida pela máquina, Pm, é igual à potência dissipada nessa resistência:

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Máquina Assíncrona

Se s>0, resulta Pm>0 e a máquina funciona como motor

se s<0, obtém-se Pm<0 e a máquina funciona como gerador

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Máquina Assíncrona

No caso do motor, a potência útil no veio obtém-se subtraindo a Pm à potência das perdas de atrito e de ventilação, Pv

O rendimento da máquina assíncrona funcionando como motor é dado pela razão entre a potência útil (Pu) produzida e a potência consumida

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Máquina Assíncrona

Sabendo-se a potência útil e a velocidade angular de rotação do rotor, wm, pode determinar-se o binário útil produzido pela máquina

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Máquina Assíncrona

Os parâmetros do circuito equivalente de uma fase da máquina assíncrona podem ser determinados por via experimental através de dois ensaios:

Ensaio em vazio Ensaio com o rotor bloqueado

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Máquina Assíncrona

No ensaio em vazio, a máquina é alimentada à tensão e frequência nominais e roda livremente sem carga

Nesta situação, a corrente no estator é pequena, as perdas no cobre (em R1) são desprezáveis quando comparadas com as perdas no ferro (R1<<RFE)

Com o motor em vazio, Pin equilibra praticamente as perdas no ferro (em RFE)

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Máquina Assíncrona

Medindo a potência activa, Pvz, a resistência equivalente às perdas no ferro é calculada através de

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Máquina Assíncrona

Como a reactância de dispersão, X1, é desprezável face a Xm, conhecendo-se o factor de potência, cos φ, pode determinar-se a potência reactiva em vazio, Qvz

A reactância de magnetização Xm, é dada por

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Máquina Assíncrona

No ensaio com o rotor bloqueado, s=1, o circuito fica em curto-circuito e, sendo a potência de carga nula, a potência activa na entrada, Pcc, equilibra principalmente as perdas no cobre dos dois enrolamentos

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Máquina Assíncrona

Com o rotor bloqueado, o motor é alimentado com uma tensão suficientemente reduzida para se obter a corrente nominal da máquina (tensão de curto-circuito)

Como a tensão de curto-circuito é muito inferior à tensão nominal, as intensidades das correntes de magnetização e do ferro são igualmen-te reduzidas

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Máquina Assíncrona

Medindo a corrente que percorre o estator, a resistência total das perdas no cobre, Rcc, calcula-se através de

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Máquina Assíncrona

Conhecida a resistência do enrolamen-to do estator, R1, obtém-se a resistência equivalente do enrolamento do rotor, R2

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Conhecido o factor de potência neste ensaio, procede-se ao cálculo da potência reactiva, Qcc, e seguidamente da reactância de dispersão total, Xcc

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Tal como a resistência das perdas no cobre, a reactância de dispersão resulta da soma da reactância da dispersão do estator e do rotor

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Máquina Assíncrona

Para se determinarem os valores das reactâncias de dispersão recorre-se, em geral, a distribuições empíricas

No trabalho prático a realizar no laboratório, considera-se que X1=X2=Xcc/2

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Representando a impedância do circuito equivalente por fase, Ztot, a potência de entrada, obtida através da análise do circuito equivalente, é dada por

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Máquina Assíncrona

A corrente de entrada I1, é dada por

O factor de potência, é dado por