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Sistemas Silvipastoris para Recuperação e Desenvolvimento de Pastagens Margarida M. Carvalho Deise F. Xavier Capítulo 22

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Sistemas Silvipastorispara Recuperação eDesenvolvimento

de Pastagens

Margarida M. CarvalhoDeise F. Xavier

Capítulo 22

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Agroecologia: Princípios e Técnicas para uma Agricultura Orgânica Sustentável

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Sistemas Silvipastoris para Recuperação e Desenvolvimento de Pastagens

Introdução

Os sistemas silvipastoris são uma modalidade de agrofloresta e secaracterizam por integrar componentes lenhosos (árvores e arbustos), herbáceos(gramíneas e leguminosas) e animais herbívoros. Alguns ocorrem de formanatural, em diversos ecossistemas, enquanto outros são estabelecidos segundoum modelo planejado.

As árvores contribuem com produtos e com serviços ambientais, necessáriospara garantir a sustentabilidade do sistema. Em determinados sistemassilvipastoris, o produto animal é o prioritário e em outros, o produto principalé o arbóreo, como, por exemplo, naqueles cuja finalidade é a produção de madeira,celulose, látex e frutas.

A introdução de árvores e arbustos, em pastagens de gramíneas, podeacarretar vários benefícios, em alguns casos ocorrendo externalidades positivasque ultrapassam os limites da pastagem ou da propriedade. Entre esses efeitos,destacam-se:

• Conforto para os animais.• Controle de erosão e melhoramento da fertilidade do solo.

• Melhor aproveitamento da água das chuvas.

• Aumento na disponibilidade de forragem em certas épocas do ano emaiores teores de proteína bruta na forragem sombreada.

• Incremento da rentabilidade da propriedade rural, com redução nosgastos com insumos e, algumas vezes, com a obtenção de pelo menosdois produtos comercializáveis (leite, carne, madeira, frutas, etc.).

• Aumento e conservação da biodiversidade.

• Proteção dos mananciais de água.

Diversos impactos positivos podem resultar desses benefícios, entre osquais se incluem:

• Em associação com outras práticas de manejo, contribuir para o usosustentado de pastagens cultivadas.

• Recuperação e desenvolvimento de pastagens e de áreas degradadas.

• Melhoramento das condições econômicas de produtores rurais.• Preservação dos recursos naturais, contribuindo para a valorização

das propriedades rurais.

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Papel dos componentes lenhosos nasustentabilidade dos sistemas a pasto

As árvores e arbustos componentes dos sistemas silvipastoris podempromover alterações microclimáticas e aporte de biomassa, condições queinfluenciam o conforto e a produtividade animal, o crescimento e a qualidadeda forragem, de modo a facilitar a sustentabilidade dos sistemas de produçãoanimal a pasto.

Efeitos sobre os animais

As árvores atenuam as temperaturas extremas em pastagens e reduzemo impacto de chuvas e ventos, promovendo conforto e servindo de abrigoaos animais. Esses fatores de conforto se refletem, também, no desempenhoprodutivo e reprodutivo dos animais.

Em regiões quentes, a existência de sombra nas pastagens influencia,positivamente, os hábitos de pastejo dos animais (DALY, 1984), permitindouma distribuição mais apropriada da ruminação durante o dia e garantindomais tempo de descanso.

O estresse pelo calor afeta a fertilidade do rebanho, reduzindo a taxade concepção e peso dos bezerros, ao nascer (DALY, 1984). O sombreamentoé também fator de grande importância para a produtividade bovina,principalmente na pecuária de leite. Segundo Baccari Júnior (1998), a melhorsombra é aquela fornecida pelas árvores. O autor recomenda que osombreamento deve ser parte obrigatória em piquetes para vacas leiteiras,para que elas possam ser aliviadas da carga térmica radiante proveniente daradiação solar direta.

Efeitos sobre as condições de solo

As pastagens são consideradas como uma das formas mais eficientesde controle de erosão (LOMBARDI NETO, 1993), mas a conservação do soloem pastagens depende da manutenção de adequada cobertura vegetal.

Em pastagens degradadas ou em início de degradação, a coberturavegetal deficiente expõe o solo aos efeitos da erosão hídrica e eólica. Quandoárvores são mantidas ou introduzidas nas pastagens, forma-se um estratoadicional de vegetação, que pode exercer importante papel na conservaçãodo solo e no melhoramento da sua fertilidade.

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Conservação do solo e da água

A parte aérea das árvores (copa e fuste) pode constituir-se em proteçãofísica para a pastagem, reduzindo a velocidade dos ventos e o impacto dachuva sobre a superfície do solo. Uma das conseqüências do controle daerosão hídrica é o aumento na infiltração de água no solo, com melhoraproveitamento da água das chuvas. Isso é facilitado pelo desenvolvimentodo sistema radicular das árvores, que favorece as condições físicas do solo,melhorando sua estrutura, aumentando a porosidade e a capacidade deretenção de água (HERNANDÉZ, 1998).

Melhoramento da fertilidade do solo

As árvores, principalmente as que possuem sistema radicular profundo,podem aproveitar nutrientes de camadas do solo que estão fora do alcancedas raízes das plantas forrageiras, que são geralmente mais superficiais,tornando esses nutrientes disponíveis às forrageiras. A incorporação gradativade nutrientes ao sistema solo/pastagem, por meio da biomassa das árvores, éum importante meio de enriquecimento do solo (OVALLE; AVENDAÑO, 1984;NAIR, 1999).

Aumentos nos teores de P, K e outros nutrientes foram observados emamostras de solo coletadas sob copa de árvores em relação àquelas coletadasem áreas de pastagem sem árvores (JOFFRE et al., 1998; VELASCO et al.,1999). A deposição gradual de biomassa no solo, sob a influência de árvores,aumenta, também, a matéria orgânica (MO) do solo (OVALLE; AVENDAÑO,1984; MAHECHA et al., 1999).

No Vale do Cauca, na Colômbia, Mahecha et al. (1999) estudaram oefeito de dois sistemas silvipastoris (capim-estrela + leucena + algaroba ecapim-estrela + algaroba) comparados com capim-estrela em monocultura,sobre algumas propriedades químicas do solo, e verificaram que nasprofundidades de 0 –10 cm e 10 – 20 cm, os teores de N e de MO forammenores no solo do capim-estrela, em monocultura, do que nos sistemascom leguminosas.

Em pastegens, o efeito das árvores sobre a fertilidade do solo é maisevidente em solos de baixa fertilidade do que em solos de fertilidade medianaa alta. Além disso, o efeito parece ser maior com espécies leguminosas doque com não-leguminosas.

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No Cerrado brasileiro, Oliveira et al. (2000) examinaram o efeito deárvores isoladas de baru (Dipterix alata) e de pequi (Caryocar brasiliense) sobreas características do solo sob pastagem de Brachiaria decumbens e observaramque a concentração de C orgânico foi maior sob as duas espécies arbóreas doque em área sem árvores, mas o Ca, o Mg e o K trocáveis foram mais altosapenas sob as árvores da leguminosa baru (Tabela 1).

Tabela 1. Características químicas de um solo de Cerrado, na camada de 0 –30 cm, em pastagem de Brachiaria decumbens, sob as copas de baru e depequi, e a pleno sol.

Alterações na disponibilidadede forragem e de nutrientes

Em sistemas silvipastoris, as mudanças que as árvores promovem nasáreas de pastagem sob sua influência, principalmente na fertilidade do solo enas condições microclimáticas, podem influenciar o crescimento das forrageirasherbáceas.

Algumas das modificações microclimáticas mais importantesque as árvores promovem em áreas sob sua influência são: reduçãona temperatura do ar e do solo, e manutenção de maior teor de umidadeno solo. Essas alterações nas condições ambientais no solo e na interfacesolo/serapilheira contribuem para incrementar as atividades biológicas do solo,aumentando a mineralização de N em comparação com as áreas não-sombreadas da pastagem (JOFFRE et al., 1998; HANG et al., 1995; WILSON,1996).

1 As médias seguidas por letras iguais, nas linhas, não diferem significativamente.

Fonte: Oliveira et al. (2000).

Características do solo

PH

Al (cmolc/dm3)

C orgânico (mg/kg)

Ca (cmolc/dm3)

Mg (cmolc/dm3)

K (cmolc/dm3)

Em área aberta

4,95 a(1)

0,74 a

7,11 a

0,13 a

0,27 a

0,29 a

Sob pequi

4,95 a

0,79 ab

9,65 b

0,15 a

0,29 a

0,39 ab

Sob baru

5,20 a

0,51 a

13,36 c

0,31 b

0,53 b

0,68 b

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Em sistemas silvipastoris naturais do Chaco árido argentino, Hang et al.(1995) verificaram que o N mineralizado, disponível e imobilizado na biomassamicrobiana, foi mais alto sob as copas das árvores do que nos espaçosabertos.

A temperatura ambiente, nas áreas sombreadas das pastagens, geralmenteé mais amena, em comparação com áreas a céu aberto. No entanto, o efeito dosombreamento sobre as temperaturas do solo é ainda mais marcante.

Em área subtropical da Austrália, Wilson (1996) observou que astemperaturas máximas medidas no nível da serrapilheira de quatro gramíneasforam de 7°C – 11,5°C mais baixas em áreas submetidas a sombreamentoartificial (50%) do que nas áreas a pleno sol, onde em alguns casos astemperaturas atingiram valores superiores a 40°C. O sombreamento tevepouco efeito sobre as temperaturas mínimas durante o verão, mas essas foramelevadas no inverno.

Todos esses aspectos podem contribuir para minimizar o efeito prejudicialdo sombreamento sobre a produtividade das pastagens, mas outros fatores,entre os quais as condições ambientais no ecossistema considerado e ascaracterísticas das espécies forrageiras herbáceas e das arbóreas, podeminfluenciar na resposta das pastagens ao sombreamento.

Resposta de forrageirasherbáceas ao sombreamento

As forrageiras herbáceas têm apresentado resposta variável ao sombreamento,tendo sido observados aumento, redução ou nenhum efeito sobre a produçãode forragem. Essas diferenças decorrem de aspectos como tolerância dasforrageiras herbáceas ao sombreamento, características das árvores, e defatores ambientais como nível de sombreamento e fertilidade do solo. Namaioria dos casos em que o sombreamento teve efeito positivo sobre ocrescimento de gramíneas forrageiras, esse efeito esteve associado ao aumentona disponibilidade de N no solo.

Em condições de sombreamento natural, o aumento na disponibilidadede N no solo decorre dos efeitos conjuntos da sombra e da reciclagem denutrientes promovidos pelas árvores. Portanto, a arquitetura e as característicasdas árvores terão efeito marcante sobre a quantidade de N e de outrosnutrientes a serem disponibilizados no solo da pastagem.

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Espécies de leguminosas arbóreas, que possuem a capacidade de fixarN2, geralmente apresentam maior potencial para adicionar nutrientes aosistema da pastagem do que as não-leguminosas. Carvalho et al. (1994)verificaram que a ocorrência de diversas espécies arbóreas, a maioria dasquais eram leguminosas, em pastagens de Brachiaria decumbens e B.brizantha, formadas em solos de baixa fertilidade natural, resultou emaumentos na quantidade de N (nitrogênio) nas folhas verdes das gramíneas ena serapilheira, nas áreas sob a influência das árvores.

A associação de Brachiaria humidicola com a leguminosa arbórea Acaciamangium contribuiu para aumentar a produtividade da gramínea em 28%,em comparação com a pastagem em monocultura (BOLÍVAR et al., 1999).

Estímulo da associação com árvores na produtividade de forrageiras foitambém verificado com espécies arbóreas não-leguminosas. Na Austrália,Wilson et al. (1990) observaram que, nos períodos de verão e de primavera,a produção de matéria seca da gramínea Paspalum notatum foi 35% maiornuma plantação de Eucalyptus grandis de 5 anos, do que quando a gramíneacresceu em área próxima, sem árvores.

No entanto, há relatos mostrando redução de crescimento de gramíneasforrageiras associadas com árvores, na maioria dos casos tratando-se de árvoresnão leguminosas, como cajueiro (VIANA et al., 1977), seringueira(WAIDYANATHA et al., 1984) e louro (ABREU et al., 1999).

Condições para se obter os benefíciosda arborização de pastagens

Para se obter os benefícios da associação de pastagens com árvores,algumas condições precisam ser satisfeitas, sendo as principais:

• Sombra moderada.• Forrageiras tolerantes ao sombreamento.• Espécies arbóreas com arquitetura apropriada.

Além disso, o benefício das árvores é mais evidente em solos com poucadisponibilidade de nitrogênio.

Sombreamento moderado

Em diversas pesquisas, nas quais se verificou benefício do sombreamentosobre o crescimento de forrageiras (ERIKSEN; WHITNEY, 1981; SAMARAKOON

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et al., 1990; CASTRO et al., 1999), esse efeito ocorreu em condições desombreamento moderado, com nível de sombreamento variando de 40% a60% de transmissão de luz em relação às áreas sem sombra.

Em pastagens arborizadas, a percentagem de transmissão de luz disponívelpara a pastagem dependerá da densidade das árvores, mas também daarquitetura e das características de crescimento da espécie arbórea. Espéciescom copa ampla requerem maior espaçamento, mas se a copa for pouco densae o fuste alto, haverá maior transmissão de luz, possibilitando maior densidade.

Deficiência de N (nitrogênio) no solo

Em pesquisas realizadas em regiões tropicais e subtropicais, nas quais osombreamento contribuiu para aumentar a produção de matéria seca (MS)de gramíneas, verificou-se que o efeito sobre a acumulação de N na parteaérea foi maior do que sobre a produção de forragem.

Wilson et al. (1990) observaram que, nos períodos de verão e deprimavera, a acumulação de N em Paspalum notatum, sob uma plantação deEucalyptus grandis de 5 anos, foi 67% maior do que na forragem coletadaem área próxima sem árvores, enquanto o aumento na produção de MS foide apenas 35%.

O efeito do sombreamento, aumentando a disponibilidade de N paraas forrageiras, é mais significativo em situações em que existe deficiência deN no solo. Em solos sem deficiência desse elemento ou na presença de doseselevadas de fertilizantes nitrogenados, o sombreamento poderia até prejudicara resposta das forrageiras ao N aplicado.

Tolerância das forrageiras ao sombreamento

Uma condição importante para o sucesso da integração de pastagenscom árvores é a tolerância da forrageira utilizada no sombreamento. Atolerância ao sombreamento varia entre diferentes espécies de gramíneas ede leguminosas forrageiras. Os resultados de vários estudos encontrados naliteratura permitem estabelecer uma comparação

Quanto ao grau de tolerância ao sombreamento de algumas dasprincipais forrageiras tropicais (Tabela 2), observa-se que, entre as espécies degramíneas de tolerância média, estão algumas das forrageiras mais utilizadaspara formação de pastagem no Brasil e em outras regiões tropicais e subtropicais.

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Características das espécies arbóreas

Algumas características das espécies arbóreas podem influenciar ocrescimento de forrageiras sombreadas. Além das que influenciam a percentagemde transmissão de luz para a pastagem, como altura do fuste e arquitetura dacopa, outras características podem determinar competição por água e nutrientesno solo, resultando em prejuízos para o desempenho das forrageiras.

As características do sistema radicular das árvores são muito importantesno controle das relações árvore/pastagem. Árvores com sistema radicularprofundo competem menos com a pastagem por nutrientes do que as desistema radicular mais superficial, e podem aproveitar nutrientes de camadasdo solo, inacessíveis às raízes das gramíneas.

Outros serviços ambientais

Além de contribuírem para a conservação do solo e de melhorar oaproveitamento da água das chuvas, os sistemas silvipastoris apresentam

Tabela 2. Tolerância comparativa de gramíneas e leguminosas forrageirastropicais ao sombreamento.

Tolerância

Alta

Média

Baixa

GramíneasAxonopus compressusPaspalum dilatatumPanicum maximumBrachiaria brizanthaBrachiaria decumbensBrachiaria humidicolaHemarthria altissimaPaspalum notatumSetaria sphacelataAndropogon gayanusBrachiaria muticaCynodon plectostachyusMelinis minutifloraPennisetum purpureum

LeguminosasArachis pintoiCentrosema macrocarpumDesmodium ovalifoliumCalopogonium mucunoidesCentrosema pubescensPueraria phaseoloidesDesmodium intortumNeonotonia wightii

Stylosanthes hamataStylosanthes guianensisMacroptiliumatropurpureum

Fontes: Shelton et al. (1987); Wong (1991); Stür (1991); Castro et al. (1999).

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potencial para fornecerem outros serviços ambientais, como a conservaçãoda biodiversidade e armazenamento de C no solo. A significância dessesserviços tem tido crescente reconhecimento por vários setores da sociedade,em vista dos problemas resultantes do aquecimento global e da perda debiodiversidade.

Aumento e conservação da biodiversidade

Em comparação com as pastagens de gramíneas em monocultura,modelo que ainda predomina na pecuária bovina convencional da AméricaLatina, as pastagens arborizadas apresentam maior diversidade vegetal.

A riqueza em biodiversidade varia entre modelos de sistemas silvipastoris,desde os mais simples até os sistemas com vários estratos de vegetação,constituídos por diversas espécies em cada estrato.

Os benefícios da maior diversidade de espécies vegetais são vários, comdestaque para:

• Maior reciclagem de nutrientes.

• Oferta mais variada de forragem para os animais.

• Desenvolvimento da fauna e da flora nativas.

• Melhores condições para o desenvolvimento de inimigos naturais daspragas dos componentes do sistema.

O aparecimento de espécies da fauna e da flora nativas tende a sermais facilitado em sistemas silvipastoris e florestais do que em monoculturasde pastagens ou cultivos agrícolas.

No caso particular da avifauna, esses sistemas oferecem condiçõespropícias para o estabelecimento de espécies que não encontram refúgio nossistemas em monocultura como as pastagens de gramíneas (CÁRDENAS,1999). Esse autor estudou a composição e a estrutura da avifauna em sistemasagrícolas que incluíam: sistemas silvipastoris com frutíferas e com capim-estrela(Cynodon plectostachyus) e algaroba (Prosopis juliflora) com e sem Leucaena,cana-de-açúcar em monocultura, bambuzal e bosque.

A maior riqueza e diversidade de aves foi observada nos sistemassilvipastoris, com frutíferas (57 espécies), seguida dos sistemas silvipastoriscom Leucaena (46 espécies) e sem Leucaena (43 espécies). A maior presençade aves favorece a disseminação de sementes e o desenvolvimento de umavegetação mais diversificada.

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O controle biológico de pragas dos componentes dos sistemas silvipastorisé outra conseqüência benéfica da maior diversidade vegetal. Na Colômbia, adesfolhação completa de Gliricidia sepium, que ocorre em plantios emmonocultura, por ataque de larvas do lepidóptero (Azeta versicolor), tem sidocontrolada, satisfatoriamente, em sistemas com plantios mistos de G. sepium,Trichanthera gigantea (nacedero), cana-de-açúcar e Bixa orellana(MURGUEITIO; CALLE, 1999).

Armazenamento de C (carbono) no solo

Nos últimos anos, tem havido preocupação com a emissão de gasesassociados ao aquecimento global. O CO2 (gás carbônico) é considerado ogás de maior relevância do ponto de vista do aquecimento global, devido aovolume produzido todos os anos (BOTERO, 2001). O solo é consideradoimportante meio de armazenamento de carbono, já que o carbono orgânicodo solo (COS) tem lento desdobramento. No entanto, o solo é, também, umafonte para emissão de carbono para a atmosfera.

Acredita-se que práticas de manejo do solo contribuam para reduzir oCOS, em relação aos níveis encontrados em solos de florestas. Lugo e Brown(1993) examinaram vários estudos sobre o assunto e concluíram que diferentessistemas de manejo do solo podem tanto reduzir como não afetar ou mesmoaumentar o COS em relação às florestas tropicais, e ainda pode aumentar,rapidamente, em áreas agrícolas abandonadas.

As pastagens cultivadas bem manejadas podem contribuir paraaumentar o COS, conforme verificaram Fisher et al. (1994), em trabalho feitoem áreas de Savana, na América do Sul. Esses autores chegaram a essaconclusão ao comparar o carbono seqüestrado em pastagens de gramíneasde sistema radicular profundo com o seqüestrado em áreas de Savana.

A capacidade das árvores de aumentar a matéria orgânica do solo temsido observada em sistemas naturais e em sistemas silvipastoris (OVALLE;AVENDAÑO, 1984; MAHECHA et al., 1999). Ávila et al. (2001) avaliaram oarmazenamento e fixação de C em sistemas agroflorestais com café e sistemassilvipastoris com Brachiaria brizantha, e em pastagens em monocultura.

Em todos os casos, mais de 89% do carbono armazenado correspondeuao carbono do solo. Nos sistemas a pasto, o carbono total armazenadofoi maior nos sistemas silvipastoris do que nas pastagens em monocultura(Tabela 3). Entre os sistemas agroflorestais, a maior taxa anual de fixação decarbono foi obtida no sistema braquiária/mangium (Tabela 3).

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Sistemas silvipastoris narecuperação de pastagens degradadas

Uma das causas mais importantes da degradação de pastagenscultivadas é a baixa disponibilidade de nutrientes no solo, principalmentenitrogênio (MYERS; ROBBINS, 1991). A deficiência de nitrogênio e outrosfatores causadores da degradação das pastagens concorrem para reduzir ocrescimento das gramíneas e, em estágios mais avançados, para promover oaparecimento de plantas invasoras e de solo descoberto.

A recuperação de pastagens degradadas, principalmente daquelas emestágio avançado de degradação, depende da recomposição da coberturavegetal do solo e, para isso, espécies de leguminosas fixadoras de N2 são asmais recomendadas.

A capacidade dessas espécies para melhorar as características químicasdo solo (Tabela 1) e aumentar os teores de proteína bruta na parte aérea dasgramíneas associadas (Tabela 4) tem sido demonstrada na literatura.

No caso de pastagens, maior eficiência no processo de recuperaçãodeverá ser conseguida quando se associam gramíneas de hábitos decumbentes

Tabela 3. Carbono armazenado em sistemas agroflorestais e em monoculturade café e de pastagens, e fixação de carbono em sistemas agroflorestais, naCosta Rica.

Fonte: Ávila et al. (2001).

(–) = O fenômeno não ocorre.

Sistemas

Sistemas AgroflorestaisCafé/eucalipto (6 anos)Café/poró (mais de 10 anos)Braquiária/eucalipto (3 anos)Braquiária/mangium (3 anos)MonoculturaB. brizanthaIschaemum indicum

Na parteaérea

7,710,6

7,58,9

2,00,12

Nosolo

161,0184,4

87,386,6

66.284,2

Total

168,7195,0

94,895,5

68,284,3

Carbono armazenado(t/ha de C)

Taxade fixação

(t/ha/ano de C)

0,40,31,32,2

––

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com leguminosas herbáceas, arbustivas e arbóreas, ou seja, estabelecendosistemas silvipastoris com alta diversidade vegetal.

Uma das vantagens dos sistemas silvipastoris, principalmente dos queutilizam espécies de leguminosas fixadoras de N2, está na possibilidade deformar sistemas sustentáveis, diminuindo as chances de novo processo dedegradação.

Estabelecimento de um sistemasilvipastoril em pastagem degradada

Um modelo de sistema silvipastoril foi desenvolvido para recuperarpastagens degradadas de áreas montanhosas da Região Sudeste. As áreasestudadas reúnem algumas das condições necessárias para se obter osbenefícios dos sistemas silvipastoris.

Os solos predominantes são ácidos e de baixa fertilidade natural; asgramíneas forrageiras mais adaptadas, como as espécies Brachiaria brizanthae B. decumbens, apresentam tolerância ao sombreamento moderado(CARVALHO et al., 1997), e existem leguminosas arbóreas de crescimentorápido, adaptadas às condições edafoclimáticas da região, entre as quaisincluem-se as exóticas Acacia mangium, A. auriculiformis e A. angustissima(CARVALHO et al., 1999b), e a nativa Mimosa artemisiana.

O sistema silvipastoril deve promover o melhoramento da fertilidade ea conservação do solo, e oferecer algumas vantagens econômicas que facilitem

Fonte: Mahecha et al. (1999).

Tabela 4. Produção de matéria seca comestível e teores de proteína bruta(PB) na parte aérea do capim-estrela (Cynodon plectostachyus), em três sistemasde produção a pasto.

Sistema

EstrelaEstrela + algarobaEstrela + algaroba +leucena

MS comestível, t/ha/ano

Uréia,(kg/ha/ano)

400400

0

Estrela23,238,333,5

Leucena00

5,6

Algaroba0

0,60,3

Total23,238,339,4

PB no Estrela,(g/kg)23,238,339,4

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sua adoção pelos produtores. Para auxiliar no controle de erosão, o plantiodas árvores é feito em faixas em nível, intercaladas por faixas bem mais largas,reservadas ao plantio das forrageiras herbáceas.

A conservação do solo é também assegurada pela formação de um eficienteestrato herbáceo constituído de Brachiaria decumbens e da leguminosaStylosanthes guianensis var. vulgaris cv. Mineirão.

Para melhorar a fertilidade do solo, são usadas as leguminosas arbóreasexóticas A. mangium, A. angustissima e a nativa Mimosa artemisiana (angico-mirim), cujo efeito deve se somar ao das forrageiras herbáceas.

A economia desse sistema silvipastoril se baseia nos seguintes aspectos:

• Inclusão de espécies para produção de madeira, celulose, ou mourõespara cerca, etc.

• Maior oferta de forragem ao longo do ano, resultante das contribuiçõesde leguminosas forrageiras arbóreas e da herbácea cv. Mineirão, alémdo esperado efeito das árvores sobre a qualidade da gramínea.

• Redução no uso de insumos, como fertilizantes e concentrados.

Esse sistema não prevê o uso de fertilizantes nitrogenados, mas porcausa de deficiências nutricionais no solo (CARVALHO; CRUZ FILHO, 2000),há necessidade da aplicação de fontes de P e de K, no plantio e nos primeirosanos durante a fase de estabelecimento.

Para produção de madeira, as espécies são o Eucalyptus grandis ea A. mangium. Como essas espécies são de crescimento rápido, terão ainda opapel de fornecer sombra para as espécies arbóreas nativas que requereremessa condição durante os primeiros anos após o plantio das mudas. A espéciearbórea incluída no sistema como forrageira foi a A. angustissima, mas asespécies A. mangium e M. artemisiana também são consumidas pelos animais.

Um experimento foi conduzido para comparar dois métodos deestabelecimento do sistema silvipastoril. Esses métodos comparados foram:

• Plantio simultâneo das mudas de árvores, em faixas de 10 m de largura,e das forrageiras herbáceas, em faixas de 30 m, usando-se cercas dearame farpado para proteção das mudas de árvores.

• Plantio das mudas de árvores, e nas faixas de 30 m de largura foiplantado feijão-guandu (Cajanus cajan) no primeiro ano, e no segundoano, milho + forrageiras herbáceas.

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Observou-se que o sistema silvipastoril foi estabelecido em 16 a 22 meses,nos métodos com e sem proteção de cercas de arame, respectivamente(CARVALHO et al., 2001).

Para se conseguir maior desenvolvimento desse e de outros modelosde sistema silvipastoril para áreas montanhosas, é necessário aumentar onúmero de espécies arbóreas com características favoráveis, inclusive as quepossam contribuir, também, com forragem, além de sombra e de biomassa.

Maior ênfase deve ser dada às espécies nativas. Além disso, a introduçãode forrageiras arbustivas na área entre as faixas de árvores deve melhorar aoferta de forragem, principalmente na época seca, e incrementar a reciclagemde nutrientes no sistema.

Efeito da arborização sobre a sustentabilidadede uma pastagem de Brachiaria decumbens

Na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora, MG, está sendo examinadoo efeito da arborização sobre uma pastagem de B. decumbens que havia sidoformada em substituição ao capim-gordura naturalizado, em LatossoloVermelho-Amarelo de baixa fertilidade.

Após 4 anos do plantio das leguminosas arbóreas na pastagem, observou-se que na época seca, ou em períodos de mais baixa precipitação pluvial, nasáreas sombreadas pelas árvores mais desenvolvidas, a B. decumbens apresentava-se mais verde. Esse efeito se refletia, principalmente, em melhor qualidade daforragem na área sombreada, em relação àquela na área não-sombreada(CARVALHO et al., 1999a).

Análises químicas de forragem de B. decumbens, coletadas em duasépocas do ano, indicaram que os níveis de proteína bruta na forragem forammais altos nas áreas sombreadas do que nas áreas sem árvores, tanto naépoca seca como nas águas.

No período seco, nas áreas de pastagem sob influência das árvores,a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) da gramínea foi semelhanteaos valores observados na época chuvosa na pastagem como um todo(Tabela 5).

O efeito da arborização sobre as características de solo começou a serobservado a partir de 5 anos após o plantio das mudas na pastagem. Nasáreas com mais alta densidade arbórea, observa-se maior disponibilidade de

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forragem, maiores concentrações de N e de K na parte aérea da B. decumbens,e efeito positivo sobre algumas características químicas do solo, aumentando,principalmente, os níveis de P disponível e de K e Mg trocáveis em amostrascoletadas à profundidade de 0 – 10 cm.

MS comestível, t/ha/ano

Tabela 5. Efeito do sombreamento por três leguminosas arbóreas sobre aqualidade da forragem na época da seca, em pastagem de Brachiaria decumbens.

(1) Médias seguidas por letras diferentes, nas colunas, diferem, significativamente, entre si, de acordo como teste de Tukey a 5%.

Fonte: Carvalho et al. (1999a).

Tratamentos

SolSombraSolSombraSolSombra

Espécie

A. angustissima

A. auriculiformis

A. mangium

Época seca Época das águas

PB (g/kg)

44,4 b1

75,0 a43,7 b88,1 a43,7 b73,1 a

DIVMS (%)

35,63 c45,17 ab40,06 b50,96 a34,70 c48,76 a

PB (g/kg)

55,4 b62,5 ab54,0 b58,2 ab53,9 b76,1 a

DIVMS (%)

42,2742,1243,9843,6643.4150,28

O potencial dos sistemas silvipastoris, para promover a sustentabilidadedas pastagens, depende da existência de espécies de crescimento rápido,nativas ou exóticas adaptadas às condições edafoclimáticas de determinadaregião. No Brasil, a leguminosa Acacia mangium é um exemplo de espécieexótica que apresentou excelente adaptação a diversos ecossistemas.

Tratando-se de espécie pioneira, recomenda-se seu uso em sistemassilvipastoris em associação com espécies nativas. Muitos estudos ainda sãonecessários para identificar espécies arbóreas com as características decrescimento e arquitetura favoráveis à integração com pastagens, principalmenteespécies nativas.

Outro importante papel de espécies arbóreas e arbustivas em sistemassilvipastoris é como fornecedoras de forragem para os animais. Diversasmodalidades de sistemas silvipastoris incluem forrageiras arbóreas e arbustivas,e seu potencial para intensificar a produção animal – em sistemas a pasto –tem sido demonstrado em vários países.

Ao dispensar o uso de fertilizantes nitrogenados desde a fase inicial deestabelecimento e, com o tempo, promover o melhoramento da fertilidade

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Agroecologia: Princípios e Técnicas para uma Agricultura Orgânica Sustentável

do solo, reduzindo ou eliminando a necessidade de aplicação de outrosfertilizantes, os sistemas silvipastoris podem se constituir na base da alimentaçãoem sistemas orgânicos de produção animal.

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