Sistematização da Assistência de Enfermagem para...

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106 Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 20-29, dez. 2012 Sistematização da Assistência de Enfermagem para prevenção de Insuficiência Renal Aguda na Unidade de Terapia Intensiva Systematization of nursing assistance to prevent Acute Renal Failure in Intensive Care Unit Deyne Jaciane dos Santos Gonçalves 1 ; Loyane Gomes Alves 1 ; Ângela Valéria Xavier de França 2 ; Breno Gusmão Ferraz 1* 1 Faculdade de Integração do Sertão, Serra Talhada-PE; 2 Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande-PB. Resumo: O comprometimento da função renal em pacientes criticamente enfermos é um evento comum que resulta de um amplo espectro de etiologias e que ocorre em diferentes situações clínicas, sendo um dos principais fatores de mau prognóstico em relação à evolução assistencial, com dados na literatura enfatizando que o melhor tratamento é a prevenção. A assistência de enfermagem contribui para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, por meio da identificação dos riscos e problemas de saúde a serem solucionados. O objetivo desta pesquisa foi descrever a sistematização da assistência de enfermagem para a prevenção da Insuficiência Renal Aguda nos pacientes em tratamento intensivo. Utilizando um método de estudo de revisão de literatura, considerou-se vinte e três artigos nacionais e originais do período compreendido entre 2003 e 2011. Conclui-se, portanto, que organizar e sistematizar ações são inerentes ao ser humano para que metas/resultados possam ser alcançados, especialmente quanto aos profissionais de enfermagem, para uma prática sistematizada e voltada à prevenção e atenção aos pacientes potencialmente em risco. Palavras-chave: Assistência. Prevenção. Insuficiência Renal. Terapia Intensiva. Abstract: The loss of renal function in critical patients is a common event that results in a large spectrum of etiologies, and occurs in different clinical situations, being one of the most important causes of a poor prognosis considering the assistance evolution, and because of that the better treatment is prevention. The nursing assistance contributes to health promotion, prevention, recovery and rehabilitation, by the identification of health risks and problems that need to be solved. The aim of this research was describe the systematization of nursing assistance to prevent the acute renal failure on patients at intensive treatment. Using the literature review method, were considered 23 articles, nationals and originals, from 2003 to 2011. So, it is possible to check that organize and systematize are activities associated to the human being, to get goals in the future, especially nursing professionals, for a better practice focused to prevention and attention to patients potentially in risk. Key words: Assistance. Prevention. Renal Failure. Intensive Treatment. *Autor para correspondência: Breno Gusmão Ferraz. João Luiz de Melo, 2110, Bairro: Tancredo Neves. CEP: 56909-205 Serra Talhada-PE. Brasil. E-mail: [email protected]

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Sistematização da Assistência de Enfermagem para prevenção de Insuficiência Renal

Aguda na Unidade de Terapia Intensiva

Systematization of nursing assistance to prevent Acute Renal Failure in Intensive Care

Unit

Deyne Jaciane dos Santos Gonçalves1; Loyane Gomes Alves

1; Ângela Valéria Xavier de

França2; Breno Gusmão Ferraz

1*

1Faculdade de Integração do Sertão, Serra Talhada-PE;

2Universidade Estadual da Paraíba,

Campina Grande-PB.

Resumo: O comprometimento da função renal em pacientes criticamente enfermos é um

evento comum que resulta de um amplo espectro de etiologias e que ocorre em diferentes

situações clínicas, sendo um dos principais fatores de mau prognóstico em relação à evolução

assistencial, com dados na literatura enfatizando que o melhor tratamento é a prevenção. A

assistência de enfermagem contribui para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação

da saúde, por meio da identificação dos riscos e problemas de saúde a serem solucionados. O

objetivo desta pesquisa foi descrever a sistematização da assistência de enfermagem para a

prevenção da Insuficiência Renal Aguda nos pacientes em tratamento intensivo. Utilizando

um método de estudo de revisão de literatura, considerou-se vinte e três artigos nacionais e

originais do período compreendido entre 2003 e 2011. Conclui-se, portanto, que organizar e

sistematizar ações são inerentes ao ser humano para que metas/resultados possam ser

alcançados, especialmente quanto aos profissionais de enfermagem, para uma prática

sistematizada e voltada à prevenção e atenção aos pacientes potencialmente em risco.

Palavras-chave: Assistência. Prevenção. Insuficiência Renal. Terapia Intensiva.

Abstract: The loss of renal function in critical patients is a common event that results in a

large spectrum of etiologies, and occurs in different clinical situations, being one of the most

important causes of a poor prognosis considering the assistance evolution, and because of that

the better treatment is prevention. The nursing assistance contributes to health promotion,

prevention, recovery and rehabilitation, by the identification of health risks and problems that

need to be solved. The aim of this research was describe the systematization of nursing

assistance to prevent the acute renal failure on patients at intensive treatment. Using the

literature review method, were considered 23 articles, nationals and originals, from 2003 to

2011. So, it is possible to check that organize and systematize are activities associated to the

human being, to get goals in the future, especially nursing professionals, for a better practice

focused to prevention and attention to patients potentially in risk.

Key words: Assistance. Prevention. Renal Failure. Intensive Treatment.

*Autor para correspondência: Breno Gusmão Ferraz. João Luiz de Melo, 2110, Bairro: Tancredo Neves. CEP:

56909-205 Serra Talhada-PE. Brasil. E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

A Insuficiência Renal Aguda (IRA)

é definida como a redução aguda da função

renal em horas ou dias. Refere-se

principalmente a diminuição do ritmo de

filtração glomerular e/ou do volume

urinário, porém, ocorrem também

distúrbios no controle do equilíbrio

hidroeletrolítico e ácido-básico. Causada

pela insuficiência da circulação renal e/ou

por disfunção glomerular e tubular a IRA

pode ocorrer em qualquer faixa etária e

sexo, assim como em todos os setores de

um hospital e principalmente nos pacientes

gravemente enfermos, que estão expostos a

inúmeras condições que podem resultar em

comprometimento renal, provenientes de

fatores hemodinâmicos e nefrotóxicos

(GARCIA et al., 2005; SMELTZER;

BARE, 2005; SOCIEDADE

BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2007).

As causas de Insuficiência Renal

Aguda são tradicionalmente classificadas

pela localização da anatomia renal que

afetam. Assim, IRA pode ser classificada

em pré-renal, intra-renal e pós-renal. A

pré-renal pode ocorrer por qualquer razão

seja traumática ou sepse, devido a uma

hipovolemia ou hipotensão resultando em

uma hipoperfusão, prejudicando assim a

filtração glomerular. A intra-renal, também

conhecida como Necrose Tubular Aguda

(NTA), é causada por doença

parenquimatosa e se constitui no tipo mais

frequente, ocorrendo devido a lesões

recentes nos rins, que podem ser por

isquemias, por uso de anestésicos,

antibióticos, contrastes radiológicos e

nefrites. Já a pós-renal se desenvolve por

obstrução do fluxo urinário, podendo ser

causada por cálculos urinários, obstrução

bilateral de ureteres, tumores, hipertrofia

prostática, coágulos e hemorragia

retroperitoneal, sendo uma das causas

menos frequentes da IRA (BERNARDINA

et al., 2008).

O diagnóstico precoce e a

instituição de medidas terapêuticas

adequadas a cada situação clínica podem

alterar o curso e a gravidade do

envolvimento renal, reduzindo a

morbimortalidade do paciente. O

enfermeiro presta sua assistência,

melhorando a qualidade de vida,

identificando problemas de saúde e

subsidiando ações de assistência de

enfermagem que possam contribuir para a

promoção, prevenção, recuperação e

reabilitação da saúde, fornecendo um

cuidado integral e individualizado ao

paciente, priorizando as suas necessidades,

possibilitando assim a continuidade do

cuidado (BORDINHAO, 2010;

BRESOLIN; BANDEIRA;

TOPOROVSKI, 2008).

Muitos são os mecanismos

fisiopatológicos envolvidos no

desenvolvimento e progressão do

comprometimento da função renal e seu

entendimento pode, em várias

circunstâncias, ajudar a prevenir a

instalação da IRA. Existem inúmeras

definições para seu diagnóstico clínico e

bioquímico, o que tem sido motivo de

discussão, pois, sem padronização não é

possível delinear adequadamente

incidência, história natural, prevenção e

tratamento. Vários critérios foram

utilizados para o diagnóstico da disfunção

renal, mas um dos mais aceitos é o sistema

RIFLE que propõe três categorias com

gravidade crescente: R (risco), I (injúria), F

(falência) e duas variáveis prognósticas: L

(do inglês Loss) para perda da função renal

e E (do inglês End stage) para insuficiência

renal terminal, em estágio crônico

(BRESOLIN; BANDEIRA;

TOPOROVSKI, 2008; LAGE, 2005).

A Sociedade Brasileira de

Nefrologia (2007) reforça a necessidade de

prevenção da IRA, como a opção

terapêutica mais eficaz e a atenção às

características da doença crítica como um

todo, ao invés da simples preocupação com

os aspectos exclusivamente nefrológicos

do tratamento. Desse modo, a Unidade de

Terapia Intensiva (UTI), área hospitalar

que dispõe de atendimento

multiprofissional e interdisciplinar,

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destinada a receber e atender pacientes em

estado grave, também busca prevenir

situações indesejadas no decorrer da

assistência, no intuito de promover a

qualidade do cuidado intensivo desejado, a

todos os seus pacientes (SILVA, 2011).

De acordo com Pinto et al. (2009),

a ocorrência de Insuficiência Renal Aguda

em pacientes críticos é um dos principais

fatores de mau prognóstico em relação à

sua evolução, notadamente em Unidades

de Terapia Intensiva, a sua prevalência é,

em média, de 20% a 30% dos casos.

Dependendo da gravidade do

acometimento renal, a doença pode evoluir

para severos estados de morbidade e, em

muitos casos, para óbito, podendo chegar a

80% nos pacientes críticos. Neste sentido,

a IRA é uma entidade de grande magnitude

no contexto médico atual, relacionada a

elevado consumo de recursos humanos e

financeiros, com importante impacto na

mortalidade dos pacientes (SILVA, 2007;

SOUZA et al., 2010).

Portanto, o objetivo desta pesquisa

foi descrever a sistematização da

assistência de enfermagem para a

prevenção da Insuficiência Renal Aguda

nos pacientes em tratamento intensivo,

bem como reconhecer os fatores que

interferem na qualidade desta assistência.

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Tratou-se de um estudo de revisão

de literatura com fundamentação teórica

situando o trabalho dentro da grande área

de pesquisa da qual faz parte,

contextualizando-o, e tendo como critérios

de inclusão: a temática da sistematização

da assistência de enfermagem, prevenção

de Insuficiência Renal Aguda na Unidade

de Terapia Intensiva e Processo de

Enfermagem, adequados ao objetivo do

estudo, e como critérios de exclusão:

Insuficiência Renal Crônica, Tratamento

de diálise e hemodiálise, não foram

aplicados ao estudo.

Os dados foram coletados através

do site SciELO (Cientific Electronic

Library Online), LILACS (Literatura

Latino-americana e do Caribe em Ciências

da Saúde) e Jornal Brasileiro de

Nefrologia, sendo encontrados 47 artigos

científicos, além de 5 livros. A pesquisa

considerou artigos nacionais e originais do

período de 2003 a 2011, onde foram

utilizados 23 artigos e 2 livros que se

identificaram com os critérios de inclusão

e com o objetivo do estudo.

Com os artigos em mãos, deu-se

início a um processo de análise e síntese

dos mesmos, com leitura exploratória para

reconhecimento dos artigos que

interessavam à pesquisa, realizado uma

leitura seletiva dos que seriam utilizados

no estudo, leitura analítica dos

selecionados e, por último, uma leitura

interpretativa com o intuito de conferir o

significado mais amplo aos resultados

obtidos com a leitura analítica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

APRIMORADA NA LITERATURA

Fatores de risco da Insuficiência Renal

Aguda

De acordo com Domingos e Serra

(2004), o surgimento da nefrologia

confunde-se com a história da humanidade,

onde complicações renais já foram

identificadas em múmias do antigo Egito e

podem ter contribuído para óbitos desses

indivíduos. Atualmente, existem mais de

35 definições na literatura sobre IRA. Na

tentativa de normatização da definição e

classificação da IRA a Acute Dialysis

Quality Initiative (ADQI) desenvolveu o

critério de RIFLE (NUNES et al., 2010).

O envolvimento de múltiplos

fatores de risco resulta na inabilidade dos

rins em exercer suas funções básicas de

excreção e manutenção da homeostase

hidroeletrolítica do organismo

(OLIVEIRA; ALVES; BEZERRA, 2009).

A presença de alguns fatores de

risco contribui para o desenvolvimento da

disfunção renal após o uso de drogas

nefrotóxicas. São eles: idade do paciente,

presença de Hipertensão Arterial Sistêmica

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(HAS), Diabetes Mellitus (DM), doenças

cardiovasculares, hepatopatias, neoplasias,

sepse e falência de órgãos. A chance de

sobrevida de um paciente com IRA é muito

variável. Isso depende também de fatores

que não estão relacionados à doença renal.

É importante salientar que a falência de

múltiplos órgãos determina pior

prognóstico à medida que aumenta o

número de órgãos envolvidos (PINTO et

al., 2009; PIRES, 2003; SOUZA et al.,

2010).

Epidemiologia da Insuficiência Renal

Aguda na UTI

Realizar levantamentos

epidemiológicos com respeito à

prevalência das principais complicações

nefrológicas que necessitem de

acompanhamento nas UTIs e também das

mais relevantes doenças de base que

podem evoluir para Insuficiência Renal

pode trazer benefícios tanto às unidades

hospitalares, assim como aos pacientes

acometidos. E dessa forma, permitirá a

criação de programas de sistematização do

atendimento, o que contribuirá para

redução de custos, tempo, e muitas vezes,

da deterioração irreversível das funções

renais (SOUZA et al., 2010).

Estudos demonstram que a

prevalência de IRA em UTI é maior em

indivíduos do sexo masculino e em idosos,

tendo como fatores predisponentes a

hipertensão arterial, cardiopatias e em

alguns casos sepse e choque séptico

(BORDINHÃO, 2010).

Pinto et al. (2009), revela que a

média de idade geralmente é de 56,9 ±

17,3 anos, variando entre 12 e 96 anos, e

que 54% da população é composta por

homens. As comorbidades mais

prevalentes são: Hipertensão em 40%,

hepatopatias em 18%, neoplasia maligna

em 15%, Insuficiência Cardíaca

Congestiva (ICC) em 14% e Diabetes

Mellitus em 12%. Um percentual elevado

para sepse (36,5%) e grande parte dos

pacientes apresentam, falência de órgãos

concomitantemente, sendo: 31%

cardiovascular; 23,5%, respiratória; 11%,

neurológica; 21%, hepática; e 5%,

hematológica.

Pacientes idosos representam 40%

da população e apresentam maior

mortalidade, maior número de

comorbidades e maior tempo de internação

na UTI (antes do diagnóstico de IRA).

Esses pacientes apresentam maior

incidência de IRA em consequência da

diminuição da reserva funcional,

resultando em maior vulnerabilidade a

variações hemodinâmicas e insultos

isquêmicos bem como à agressão por

agentes nefrotóxicos (SILVA, 2007).

Em UTI, 90% dos episódios de

IRA, ocorrem devido à Necrose Tubular

Aguda (NTA) resultante de isquemia renal,

agentes tóxicos ou ambos, constituindo-se

na causa mais comum de IRA nesses

pacientes. Apesar da grande

disponibilidade da evolução da tecnologia,

a mortalidade dos pacientes com IRA em

UTI continua elevada, podendo exceder a

80%, quando coexistir falências de órgãos.

É interessante considerar que estes

pacientes morrem com IRA e não da IRA.

O conceito é importante, pois nos pacientes

críticos as situações adversas representam

fatores de gravidade somados e não a IRA

isolada (LAGE, 2005; PIRES, 2003).

A mortalidade por Insuficiência

Renal é 10 a 20 vezes maior que a da

população geral, mesmo quando ajustada

por idade, sexo, raça e presença de

Diabetes Mellitus, sendo que a doença

cardiovascular é a causa mais comum de

óbito. A IRA também é considerada a

principal causa de morte no mundo, às

quais foram atribuídas 35 milhões de

óbitos em 2005, quase 60% da mortalidade

mundial e 45,9% da carga global de

doenças. Segundo a Organização Mundial

da Saúde, se essa tendência for mantida,

elas deverão responder por 73% dos óbitos

e 60% da carga de doenças crônicas no ano

2020 (OLIVEIRA; ALVES; BEZERRA,

2009).

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A importância da Prevenção da IRA

Para a redução do alto índice de

mortalidade, mostra-se necessária a criação

de programas eficazes de prevenção de

IRA, com monitorização clínica cuidadosa,

observando-se adequadamente o controle

do balanço hidroeletrolítico, em especial o

relativo à hipercalemia e hiponatremia,

além da correção de alguns fatores

contribuintes para a piora clínica como, por

exemplo, presença de HAS ou

hipovolemia. Assim, de forma

simplificada, a prevenção de IRA no

paciente crítico deve considerar: reposição

de fluidos e/ou drogas vasoativas para

evitar hipovolemia e hipotensão arterial;

dose e veículo adequado de antibióticos e

antifúngicos potencialmente nefrotóxicos,

tomando as precauções adequadas com

respeito às prescrições, dosagem e

administração dessas drogas; agentes de

contraste não-iônicos quando indicados,

especialmente no que se refere aos exames

diagnósticos em pacientes de risco (LAGE,

2005; SOUZA et al., 2010).

Medidas preventivas também

devem ser adotadas quanto a

procedimentos de risco, atentando sempre

para manutenção da Pressão Arterial

Média (PAM) acima de 80 mmHg,

oxigenação adequada e não utilização de

diuréticos de alça. A prevenção dos fatores

como: problemas respiratórios, estados de

choque, sepse, uso de drogas nefrotóxicas,

combinado com uma monitorização diária

da função renal no paciente crítico, uma

detecção precoce do risco renal, evitar a

exposição do paciente a fatores como

descompensação diabética e/ou

hipertensiva, e uma maior atenção dos

profissionais da saúde a esses pacientes é a

melhor opção para diminuir as

complicações da IRA e consequentemente

sua mortalidade. A prevenção da lesão

renal começa a partir da identificação dos

pacientes de risco e eliminação, sempre

que possível, dos fatores predisponentes

(BALDI et al., 2005; BRESOLIN;

BANDEIRA; TOPOROVSKI, 2008).

É necessário evitar a

hiperhidratação, pois a IRA é um processo

hipercatabólico e um paciente que não

estiver perdendo cerca de 300 gramas de

peso corporal por dia, quase certamente

está em balanço positivo de água. O

melhor parâmetro para diagnosticar

precocemente a hiperhidratação é a

monitorização do peso diário

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE

NEFROLOGIA, 2007).

O acompanhamento clínico-

nefrológico, laboratorial e nutricional

desses indivíduos acometidos com

potencial iminência de prognóstico ruim

reduziria os custos dos tratamentos, além

de propiciar melhor qualidade de vida a

esse grupo de pacientes em especial

(SOUZA et al., 2010).

Os pacientes com creatinina

elevada têm maior possibilidade de

desenvolver IRA. A prevenção deve então

considerar a dosagem de creatinina sérica,

já que bioquimicamente, esta doença é

caracterizada pela elevação da

concentração de uréia sanguínea e pelo

aumento da concentração da creatinina

sérica acima de 1,8 mg/dl. Infelizmente,

apesar dos esforços preventivos é comum

que a IRA se instale, especialmente nos

pacientes críticos. Quando isso ocorre é

muito importante estar atento para a piora

progressiva e tentar minimizar sua

evolução (BALDI et al., 2005; LAGE,

2005).

Processo de Enfermagem necessário aos

pacientes

A enfermagem, por meio dos seus

profissionais, pratica os seus cuidados

apoiada num referencial metodológico

denominado Processo de Enfermagem

(PE) que, por sua vez, apoia-se num

modelo científico. Organizar e sistematizar

ações são inerentes ao ser humano para que

metas/resultados possam ser alcançados. A

padronização da assistência prestada por

uma equipe através de normas facilita o

trabalho de forma segura, a qual, por não

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poder ser violada, evita maiores exposições

de riscos à saúde do cliente (BARROS,

2009; SILVA, 2011).

O Processo de Enfermagem (PE)

caracteriza-se em três gerações, a primeira

geração é àquela em que o raciocínio

clínico dar-se-á pela identificação de

problemas; a segunda geração do PE está

atrelada ao uso de Classificações de

Diagnósticos (NANDA - North American

Nursing Diagnosis Association), a

utilização de Classificações de

Intervenções (NIC - Nursing Interventions

Classification) pode, ou não, ser adotada

nesta geração; e na terceira geração do PE,

as três classificações necessariamente são

utilizadas: Diagnósticos, Resultados

(NOC-Nursing Outcomes Classification) e

Intervenções. Desse modo, conhecer as

classificações, utiliza-las, pesquisa-las e

divulga-las torna-se imperioso no mundo

globalizado, onde evidências científicas

ditam condutas aos profissionais na área de

saúde (BARROS, 2009).

O comprometimento da função

renal em pacientes criticamente enfermos é

um evento comum que resulta de um

amplo espectro de etiologias, e que ocorre

em diferentes situações clínicas. Os sinais

e sintomas desse comprometimento são, na

maioria das vezes, inespecíficos e,

portanto, faz-se necessário alto grau de

suspeita para seu diagnóstico. O

diagnóstico precoce e a instituição

imediata de medidas terapêuticas

adequadas a cada situação clínica podem

alterar o curso e a gravidade do

envolvimento renal e influenciar na

morbimortalidade do paciente. Não há

tratamento específico quando a IRA já está

instalada e um manejo deve ser feito como

em outras causas de Necrose Tubular

Aguda (NTA), visando manter o equilíbrio

hidroeletrolítico e a volemia. O melhor

tratamento é a prevenção, onde hidratação

é a principal ferramenta de prevenção

(BRESOLIN; BANDEIRA;

TOPOROVSKI, 2008).

O enfermeiro tem um papel

importante no cuidado do paciente com

IRA. Além de direcionar a atenção para o

distúrbio primário do paciente (que pode

ser um fator do desenvolvimento da IRA),

o enfermeiro monitora as possíveis

complicações, participa no tratamento de

emergência, desequilíbrio hidroeletrolítico,

avalia a evolução e a resposta ao

tratamento e fornece apoio físico e

emocional. Além disso, mantém os

familiares informados sob a condição do

paciente, ajuda-os a compreender os

tratamentos e fornece apoio psicológico.

Embora o desenvolvimento da IRA possa

ser o problema mais grave, o enfermeiro

deve continuar a incluir no plano de

cuidado as medidas de enfermagem

indicadas para o distúrbio primário (por

exemplo, queimaduras, choque, trauma,

obstrução do trato urinário) (SMELTZER;

BARE, 2005).

Para Silva (2011), no cotidiano das

atividades práticas nem sempre o

atendimento ocorre com qualidade, de

forma segura, isenta de falhas, quer

justificado pela gravidade das situações,

quer por realizar-se, sem que as condições

necessárias de infraestrutura e de

treinamento sejam adequadas, colocando

em risco o sucesso do atendimento, e

consequentemente, a vida do paciente. Tal

constatação leva a pressupor que a falta de

conhecimento e habilidade dos

profissionais, a falha na organização do

atendimento, assim como a provisão

insuficiente de materiais e equipamentos

necessários para a realização do cuidado

compromete a qualidade da assistência à

saúde dos pacientes que necessitam destes

serviços. De acordo com a OMS -

Organização Mundial de Saúde (OMS

apud SILVA, 2011) a qualidade é definida

como um conjunto de atributos que inclui

um alto nível de excelência profissional, o

uso eficiente de recursos, o mínimo de

riscos ao paciente e um alto grau de

satisfação por parte dos usuários.

Sistematização da Assistência de

Enfermagem para prevenção de IRA na

UTI

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Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 20-29, dez. 2012

Com intuito de colaborar com

estudos e avaliar a qualidade da assistência

de enfermagem na prevenção da IRA nos

pacientes em tratamento intensivo, é

proposto uma sistematização da assistência

de enfermagem como uma importante

medida da qualidade para que o cuidado do

paciente obtenha um “resultado renal”

(com redução da morbimortalidade)

(PINTO et al., 2009).

Recomenda-se de acordo com as

literaturas um planejamento de ações no

cuidado de enfermagem:

Conscientizar os profissionais de

enfermagem quanto à importância da

qualificação continuada para aumentar os

resultados dos pacientes, através de um

cuidado, baseado no julgamento e

conhecimentos clínicos (SILVA; THOMÉ

2009).

A equipe de enfermagem deve estar

sensibilizada para iniciar um processo de

humanização no atendimento, promovendo

uma interligação técnico-humanista nas

relações enfermeiro-paciente (BEDIN;

RIBEIRO; BARRETO, 2004);

O enfermeiro deve transmitir e

zelar pelo cumprimento de normas

estabelecidas ou implantadas pela

instituição (GAÍVA; SCOCHI, 2004);

Revisar ou até mesmo reformular a

assistência de enfermagem de forma

padronizada aos pacientes, com aplicação

de princípios científicos e abordagens

teóricas, enfatizando o seu aspecto

qualitativo, e seguindo uma metodologia

de assistência, a fim de reduzir as

complicações nos quadros clínicos

(CARVALHO et al., 2008);

Formulação de hipóteses

diagnósticas, que serão afirmadas ou

refutadas se as metas/objetivos declarados

forem, ou não, alcançados (BARROS,

2009);

Estar pronto para participar do

tratamento em caso de emergência

(SMELTZER; BARE, 2005);

Observar sinais vitais e parâmetros

(GAÍVA; SCOCHI, 2004);

Diminuir a ansiedade, o

desconforto e a insegurança sentida pelos

pacientes críticos (INABA; SILVA;

TELLES, 2005);

Realizar assepsia, cuidado cutâneo

meticuloso e uma avaliação clínica

criteriosa e regular, orientando sobre a

necessidade de prevenir processos

infecciosos, pesquisando cuidadosamente a

presença de focos (SMELTZER; BARE,

2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE

NEFROLOGIA, 2007);

Atentar para o período que o

paciente permanece internado, por ser um

fator diretamente relacionado com um

melhor ou pior prognóstico. Períodos

maiores de internações em UTI podem

refletir em atrasos na monitorização e

suporte hemodinâmicos adequados,

conferindo maior risco para

desenvolvimento de disfunção de órgãos

(MARTINS, 2008; SOUZA et al., 2010);

Avaliar peso diário, a fim de evitar

hiperhidratação (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2007);

Monitorar os níveis de eletrólitos

séricos dos pacientes e os indicadores

físicos dessas complicações durante todas

as fases do distúrbio (SMELTZER; BARE,

2005);

Monitorar o balanço hídrico com

observação constante do Débito Urinário

(DU) (BALDI et al., 2005);

Reportar imediatamente para o

médico, quando houver indicadores de

deterioração do estado hidroeletrolítico

(SMELTZER; BARE, 2005);

Realizar medidas complementares

de prevenção como: otimização das

condições clínicas do paciente, Pressão

Venosa Central (PVC) e Saturação Venosa

Central de Oxigênio (SvO2), Pressão

Arterial Média (PAM) e oxigenação

tecidual adequada (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2007);

Obter e implantar práticas que

reduzam as complicações e melhorem o

estado do paciente, como evitar ou tratar

de imediato à febre e a infecção, que

aumentam a taxa metabólica, o

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Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 20-29, dez. 2012

catabolismo e subsequentemente a

liberação de potássio e acúmulo de

produtos residuais endógenos (uréia e

creatinina) (SMELTZER; BARE, 2005);

Verificar o uso correto das

medicações utilizadas no tratamento

clínico, para evitar doses e medicações

desnecessárias (SOUZA et al., 2010);

Acompanhar e tratar as doenças de

base, como Insuficiência Cardíaca

descompensada, choque cardiogênico ou

sepse, disfunção hepática, entre outros

(SOUZA et al., 2010);

Oferecer seguimentos psicológicos

para dar aporte no enfrentamento de

doenças ligadas ao estado emocional do

paciente (INABA; SILVA; TELLES,

2005);

Avaliação da eficácia dos

protocolos implantados nos serviços de

saúde, com estudos, pesquisas e

atualizações, na busca de reduzir o risco de

óbito (SILVA, 2006).

Embora muitas das funções dos

enfermeiros sejam devotadas aos aspectos

técnicos do procedimento, as necessidades

psicológicas e as preocupações do paciente

e da família não podem ser ignoradas. É

essencial a avaliação continuada do

paciente para as complicações da IRA e de

sua causa precipitante (SMELTZER;

BARE, 2005).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa análise vimos que segundo

os autores, a IRA acomete grande

quantidade de pacientes internados na UTI

e isso poderá ser minimizado a partir da

qualidade da assistência prestada pelos

profissionais de saúde, especialmente os

profissionais de enfermagem com uma

prática sistematizada e voltada para a

prevenção e atenção ao paciente

potencialmente em risco.

Embora o número de estudos

nacionais em relação aos pacientes renais

agudos nas UTIs seja pequeno, essa

revisão pôde demonstrar tanto a incidência

de casos de IRA em UTI que é cada vez

maior, quanto como à qualidade na

assistência de enfermagem pode prevenir o

acometimento de sequelas e riscos para os

pacientes.

É necessário que a utilização da

assistência de enfermagem e da prática

profissional, contribua na aplicação de

ações e de informações científicas com o

objetivo da prevenção, para um processo

que envolve o aprendizado individual e

coletivo, motivador para o estabelecimento

de novas estratégias fundamentadas na

prática e no conhecimento.

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