sitientibus 16 · 2006-12-18 · No entanto, deixo ficar no retrato ... Tomou um banho demorado e,...
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Sitientibus, Feira de Santana, n.16, p.131-159, jan./ jun. 1997
Entre esses homens sem grande apetite pela poesia, quenão conhecem a necessidade dela e que não a teriaminventado, quer o infortúnio que figure uma quantidadedesses cuja tarefa ou destino é julgá-la, discorrer sobreela, estimulá-la ou cultivar o gosto por ela; e, em suma,distribuir o que eles não têm. A isso dedicam, com fre-qüência, toda a sua inteligência e todo o seu zelo: edisso podem resultar conseqüências temíveis.
- Paul Valéry -
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ÂNGELA VILMA *
E T E R N O
Sei em ti tempos antigos
quando me trazias, entre os dedos
os sonhos di luídos de tua voz.
Sei em ti muito mais que isso.
Sei a imensidade do teu sorriso
e a dimensão desse saber.
* Nasceu em Andaraí (BA), 1967. Estudante do Curso de Letras e Artes(UEFS). Publicou Beira-Vida (1990) e Poemas Escritos na Pedra (1994). Tem trabalhosnas revistas Hera, Olho D’Água e Sit ientibus n.10.
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S O L I L Ó Q U I O
estou vazia como quem abre a porta e a janela só.e abre a janela e a porta qualquer.janela e porta devagar.como quem não quer acordar os cães.como quem não quer acordar os pais.como quem não quer acordar os cães e os pais.nem os pais nem os cães.e os bebês assustam com os grasnidos.
e os homens com soltos gemidos.as mães consultam seus corações.são sensações febris e aniquiladas.vozes somadas diminuídas multiplicadas.mãos desenhadas com emes perfeitos
é o jeito fechar a porta e a janela só.e fechar a janela e a porta assim.janela e porta, devagar.sem um choro de cães e crianças perdidas.como quem não quer acordar o mundocomo quem não quer acordar a i lusãocomo quem não quer acordar o mundo e a i lusão.este casal de cargas elétr icas.este casal de camas concil iadas.este casal incompatível, sei não.
estou vazia e abro e fecho portas e janelas só.uma ressonância qualquer um som tr ivial.o meu carnaval é esta assimilaçãode verbos e perdição.
minha alma no batente da portaaçoita um vento moribundo e sensatoque bate com força a porta e a janela.
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ANNE CERQUEIRA*
BALADA DE INVERNO
Surpreende-me o tom cinzento
e espesso
sobre mim, os móveis, sobre os sonhos,
soçobrando no sono já escasso.
E por onde passo só ele me acompanha
(companheiro mudo)
em uma aquiescência impenetrável
ao meu cansaço de tudo.
* Nasceu em Feira de Santana(BA). Formada em Letras pela UEFS, atua naárea de jornal ismo. Publicou o l ivro Rua dos espelhos . Tem trabalhos em jornais erevistas da cidade. Part icipou de Sit ientibus n. 10.
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PELO AMOR DE UM DEUS
O prato está vazio, porém a fome
também é de pratos vazios e borda
estranhas e frágeis alegorias.
Mas essa fome alegórica não é f lor
ou pão.
carne. Centúria. Frases. É chama
e consome
inflamáveis serafins.
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FRANKLIN MAXADO*
ZUMBI DOS PALMARES.. . DOS ÍNDIOS(para os 300 anos do herói)
um salto para o exemplona afl ição do tempouma morte para a vida da raça.o navio negreiro no oceanode terra da serra da barriga.o negro no país-quilombolibertado, soberanojunto aos brancos,colonos explorados,ao lado dos índios das palmeirasque guiaram e seguiramos negros pelas selvasdo novo mundo.
zumbi é herói!Traidores, invejosos e covardes,sempre havê-los-áe a história aí também nãose desmente...
zumbi é mártir!zumbi é alma atormentadorapara gananciosos e desumanos.é Vodum que ainda assombra.
zumbi é deus!
*Feirense, autor de vários trabalhos (ensaios, poemas e folhetos de cordel).Diretor do Museu Casa do Sertão e Centro de Estudos Feirenses da UEFS. Vice-pre-sidente da Academia de Letras de Feira de Santana. Os poemas aqui publicados foramextraídos do l ivro Negramafricamente.
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maja, mágica!maga, magna!imagemimagnética!imaginomulher de fogo,carne solarada,cabrocha caboclada,crioula caldeada.
sonho, delirodade a ibéria,atavidealista.
(maga!Magna!mágica!MAJA ENCARNADA!)
pulsa tudo:arianusitanidade.sionarabismo.asiafrindiada.mistifantasiana ginefagiada maja encarnada.
mania de misturadum povo adoradorda aven(m)preturaque no brasilabrazou-seaportugalando
na mulata!
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GEORGE LUIZ GOMES LOPES *
E N I G M A
A manhã sangrenta
brota entre meus dedos
aos olhos do tempo.
Um breve regresso?
Uma dádiva?
Uma solidão?
O instante que perdura
um crepúsculo de ouro
soturno.
*Nasceu em Salvador (BA), em 13/7/70. Estudante do Curso de Letras e
Artes(UEFS).
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S A U D A D E
Entre os olhos baixos
enterro que passa enfeita
os versos de um dia morto.
As f lores murcham num dia
de adeus
na palavra uma lágrima
pranto de quem se perdeu.
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JECILMA ALVES *
ÀS SEIS DA TARDE
Ardem em mim
os sonhos todos de perfeição
os desígnios e o dedo de deus
que aponta o meu nariz.
Ofereço com mãos úmidas
o si lêncio quebrado que invade
a certeza do medo
a saia de bailar rasgada.
Trezentas mães chorariam se vissem
meus trezentos corações dilacerados.
*Nasceu em Feira de Santana (BA). Ex-aluna da UEFS. Professora deTeoria da Literatura (UEFS). Tem trabalhos publicados nas revistas Bocapio I e II e OlhoD’Água.
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DAS RELAÇÕES
Porque me pediu um rio
e eu o f iz f luir,
não esquece.
No entanto, deixo f icar
no retrato
seus olhos de bri lho d’água
sua garganta de areia.
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JOSÉ JERÔNIMO DE MORAIS *
R E T R A T O S
Como calam
os retratos
o que diziam
no instante
a luz e a sombra
e como escalam
por dentro
as cordilheiras
dos sentimentos
que ainda pulsam
quasares de saudades
ou de sonhadas premonições
*Nasceu em Itamaracá (PE), em 14/4/31. Professor de Latim, do Dep.deLetras e Artes (UEFS). Tem trabalhos publicados em Sit ientibus . Os poemas publi-cados, neste número, foram extraídos de Parlendas.
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R O S A S
Brancas:
botões de neve
nas morenas mãos
de uma bem mais menina
que entre-aberta rosa
perfume de uma manhã
mais de leite-nuvens e pétalas
que maçãs ruborizadas
de sóis que ‘ inda pernoitam
em recônditos mares
do outro lado, do lado de dentro
abaixo, na l inha do horizonte
que de si a consciência
ainda não tomara...
Tomara que tarde
o instante instinto dos espinhos
que do prazer alheio
ferem e desfazem o riso
da alegria parti lhada
somaticamente,
oh psiqué!
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LUIZ DE LA ORDEN *
CANÇÃO DE AMOR APLACADO
Há longo as vistas são cegas
e o coração, duro
auscultado pelos cupins
demônios que nos devoram.
Se ao longe contemplo a vinda
se aos poucos esqueço aberta
a janela gotejante de teus olhos
são teus olhos, pequena, não os meus.
Pois há longo endureceu-se às vistas
e há muito o coração é cego.
*Nasceu em Salvador (BA), em 9/9/73. Reside atualmente em Feira deSantana (BA). Estudante do Curso de Letras e Artes (UEFS), tem trabalhos publicadosnas Revistas HERA e Olho D’Água .
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MINUTO DE PRAZER
Um poço profundo: umbigo
flutuante entre brumas de chumbo
desfazendo-se no l imbo, na língua
e o mundo desdobra-se, sossobra
em suspiros e lágrimas
e ninguém nota que estamos rindo.
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MAÍSA BISPO *
A GRANDE NOITE
Quem conhecia Nadir não conseguia entender o motivo de sua mudançarepentina, justamente na festa de São João.
Acordou cedo e em si lêncio serviu o café.Os fi lhos e o marido não entendiam a razão do seu silêncio. E até tentaram
tirá-la do seu mutismo, com uma conversa animada sobre São João. Mas elaestava irredutível. Quando não t inha mais como evitar uma resposta, apelavapara os monossílabos. E era como se estivesse fazendo um esforço sobre-huma-no para responder aquelas meias palavras.
Nadir arquitetava seu plano, independentemente da preocupação de suafamíl ia. Quando os f i lhos saíram, ela aproveitou para contar e recontar seudinheiro escondido (e bem escondido) embaixo do colchão. Com um sorrisoenigmático, concluiu que seu plano era perfeito. Olhou para o relógio: 17:00horas. Tomou um banho demorado e, enquanto se ensaboava, ia pensando que,depois de tantos anos, estava perto de realizar um velho sonho. Pegou umasacola e, sem que ninguém percebesse, saiu. Entrou na primeira venda queencontrou aberta e, para não perder tempo, exigiu:
— Quero uma caixa de foguetes.— Do grande ou do pequeno? — perguntou o vendedor meio aturdido com
aquela voz autoritária.— Do grande — foi a resposta decidida de Nadir.Pegou a caixa de foguete, colocou dentro da sacola e saiu com a felicidade
estampada no seu rosto cansado pela idade. Chegou em casa, pegou sua pol-trona preferida, colocou-a perto da televisão e começou a esperar o grande
*Nasceu em Andaraí (BA), em 1966. Estudante do Curso de Letras e Artes(UEFS). Autora de contos e crônicas ( inéditos).
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momento.Sempre quis soltar um foguete. Quando criança, implorou para seu pai
deixá-la soltar um. Mas o máximo que conseguiu foi uma caixa de bombinhaspara crianças. Depois de casada, descobriu que seu marido t inha pavor defogos de art i f ício. Tentou até falar com ele sobre seu desejo reprimido, mas foidesencorajada com uma resposta mal-humorada.
Mas eis que era chegado o momento, e resolveu arquitetar este planoinfalível.
Esperou que todos dormissem. E foi uma longa espera, porque, o sono,naquele dia, fugiu completamente de sua casa. As crianças, que sempre dormiamcedo, estavam completamente ativas, mesmo depois de serem obrigadas a tomarum copo duplo de suco de maracujá. Seu marido ficou até meio desconfiado comsua insônia repentina. Depois de vinte anos de casamento, era a primeira vezque Nadir dormia tão tarde.
Quando, por f im, todos resolveram dormir, ela pegou seu tesouro e saiupé ante pé. Abriu a caixa, t irou um foguete e f icou por alguns minutos a admiraraquela obra-prima. E, com um sorriso misterioso, aprovou seu grande plano.
Pegou o fósforo, colocou o foguete do lado contrário e ergueu o braço numgesto vitorioso. E depois disso não enxergou mais nada.
A rua toda acordou. Sua família, sobressaltada com o estrondo do foguetee com os gritos, correu para a rua.
Lá estava Nadir, toda ensangüentada, estirada no chão e com um cheiro
insuportável de pólvora.
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NORMA GOMES DE MELO *
PAISAGEM 15
Lágrimas vermelhas no rosto do outro rolam.
Vi a dor na vitr ine, ela me olhou:
sou pássaro preso em mim. Lapso
armado de amor.
*Nasceu em Feira de Santana(BA), em 1968. Estudante do Curso de Letras
e Artes (UEFS). Tem poemas publicados nas Revistas Hera, Olho D’Água e Usina.
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C A N Ç Ã O
Aprisiono em mim um pássaro breve.
Gestos devoram meu ser.
Calei às margens de t i ,
e o si lêncio, meu inimigo,
nunca mais quis me ver.
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OUTRAN BORGES*
P E R F I L
ah! poesia louca,de um poeta
rouco,de falar de sonhos,de sonhar sem tréguas,de viver sem bri lho,de cantar sem voz...
ah! poesia farta,de um poeta pouco,que fala de amores— que ama conciso —
que de tanto amar,se perdeu na festa.
ah! poesia mestra,que me ensina a vida— me desassossega —
que me tira o sono,que — doce acalanto —
me põe prá dormir.
Ah! poesia tonta,de um poeta louco...
*Natural de Baixa Grande(BA). Médico Pediatra. Tem vários trabalhos pu-bl icados (contos: O Protonauta; poesia: Cabeça de Frade, Os Quatro Caminhos doVento) . Part icipou de Sit ientibus 3 e 8 .
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A NOITE
I
era uma noite tão absurda que os
vaga-lumes
bri lhavam mais que as estrelas,
e a brisa
sequer
conduzia o pólen
(e os gerânios se autocondenavam
à extinção!).
I I
era uma noite tão absurda,
que era noite e as corujas dormiam
mais que os justos,
deixando-os com terrível — e inevitável —
insônia.
e era noite.
II I
era uma noite tão absurda
que, ao longe, os lobos uivavam
a "merselhese"
e as carpideiras
sorriam,
depois ateavam fogo às vestes
e dançavam nuas à lua
cheia.
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RAYMUNDO LUIZ LOPES*
Para Fred, meu f i lho ( in memoriam)
Sonhar nos sonos
onde laços prendem os murmúrios
e deixar-se levar
pelos ermos de um sino mudo.
Qual f lores sem vaso
soltar-se no nada
sem o colo da justa estação.
(Quem haverá de sorrir diante do desconcertante,
de uma pausa sem fim?)
Compor os versos (fugas d'alma?)
como o pássaro compõe o ninho
Arrumá-los como t i jolos
postos num tempo único.
(Escolher o nascimento
como o rio que vem de longe?)
Mas há de se saber (e quem o sabe?):
tudo se desmancha — e porque nasce —
e se desmancha, sim,
qual indefinido bocejo
em sonos em que
os sonhos são laços.
*Prof. Titular do Dep. de Educação. Editor de Sit ientibus.Tem vários traba-lhos l i terários publicados. Membro da Academia de Letras de Feira de Santana.
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Os objetos daquela casa falam por si
e que faculdade, inexoravelmente,vem presa
aos seus desejos e as suas máscaras.
Ninguém escapa da penumbra dos sobrados
que se arrasta por diferentes mãos
entre laçando idé ias inanimadas
num redemoinho de si lêncios côncavos.
Quietos, os objetos guardam a tr isteza
das portas esquecidas
a memória de antigas salas
e o sentimento de cinzentas almofadas.
Mas quem sou, para ter no pensamento pregões
que cortam a minha alma
escadar ia de degraus a fas tados?
Fui peregrino de mim mesmo? Ou
hiato entre cada passo que me levaria ao refúgio do meu destino
a decifrar o mistério da solidão dos vitrais?
Sim, quem sou a me perguntar sobre os segredos da noite,
dos bosques que nunca visitei?
Ah! nesse quase desperto real de sombras,
instante de lucidez, na bebedeira do tempo,
sou como o verniz na poeirenta madeira.
(Entedeada, a governanta não me acha, pois não me visita)
Sou tão pouco. Fecho os olhos
e pressinto que as virtudes não me preenchem.
Estou só
no salão de velhas madeiras, na casa memorial.
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SÉRGIO MATTOS *
E P I T Á F I O
Da umidade
da terra fért i l
tentarei ouvir
o som da trombeta
e o apogeu da humanidade.
Tentarei fertil izar
o solo onde rosas
haverão de f lorescer
para serem dadas
aos casais de namorados
que tentam redescobrir o amor.
*Prof. Adjunto da Faculdade de Comunicação (UFBA). Mestre e Doutor pelaUniversidade do Texas (Austin-EUA). Editor de Municípios e Rural do jornal A Tarde .Tem 18 l ivros publicados (seis de poesia). Lançou, recentemente, Asas para amar(poesia).
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O VENTO SOLUÇOU
Embriagadoteu braço
ao mar tocava.
Em princípio melancólico
encrespavas as ondas do mar
enquanto secas folhas dançavam
Sumiram os pássaros
e o sol também
— a cidade emudeceu —
Comovido,
o vento começou a soluçar...
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SUANI VASCONCELOS*
V I A G E M
Contemplar o mar
de azuis eternos
dos saudosos braços
no porto em mim.
*Nasceu em Feira de Santana (BA), em 1967. Estudante do Curso de Letrase Artes (UEFS). Part icipou da Oficina de Criação Literária (UEFS), em 1995.
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S I N A L
na claridade do teu riso
busco manhãs de outono,
mãos de vento, sonhos de menino.
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TELMA SIQUEIRA ALVES *
OS PEIXES
insisto em existir
escrevendo um verso,
uma conversa qualquer:
al imento os peixes
na transparência do aquário.
*Nasceu em São Felipe, em 1965 .Estudante do Curso de Letras e Artes(UEFS). Tem poemas publicados na revista Olho D’água.