SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM I

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM I – IMPERIALISMO, GOBINEU E O RACISMO. 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO. Os imperialismos desenvolvidos no século XIX continham várias facetas. Eram justificados pelo aumento da competitividade capitalista ( que motivou uma desenfreada corrida por matéria-prima e mercado consumidor), pela exploração de capitais concentrados nas potências industrializadas da época (que rendiam juros maiores nos países periféricos, que se comparados a vizinhos também industrializados) ou ainda um “esforço” civilizatório da cultura européia. Gobineau não era uma voz solitária ao defender a superioridade do europeu branco e incentivar a ida de imigrantes franceses para um país que tinha de “melhorar a sua raça”. Trata-se de um conceito de evolução linear e contínua, segundo o qual os europeus se encontravam no ápice, e que desprezava as culturas locais dos povos dominados, tentando provar sua inferioridade “civilizatória”, inclusive com argumentos biológicos, influenciados pelas teorias darwinistas de seleção natural, pois, ainda que Darwin não tenha se ocupado de teorizar e aplicar o evolucionismo aos humanos, vários pensadores da época adotaram sua teria em explicações antropológicas e sociológicas. Os povos dominados pelos europeus ou que viviam à sua margem estariam, segundo essas idéias, em etapas anteriores. Imperialismo é a política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras, ou sobre uma ou várias regiões geográficas. O imperialismo contemporâneo pode ser também denominado como neocolonialismo , por possuir muitas semelhanças com o regime vigorado entre os séculos XV e XIX , o colonialismo . Esta prática está registada na história da humanidade através de muitos exemplos de impérios que se desenvolveram e, em muitos casos, foram aniquilados ou substituídos por outros. No entanto, o conceito, derivado de uma prática assente na teoria econômica, só surgiu no início do século XX . “A grande maioria dos fazendeiros, cuja desagradável situação econômica expus-lhe ainda agora, vive num estado muito próximo da bárbarie. No meio de escravos, e deles não se diferenciavam . O resultado é que o comércio, os intresses e todas a fábricas, grandes ou pequenas, estão na mão de estrangeiros”.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM I – IMPERIALISMO, GOBINEU E O RACISMO. 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO.

Os imperialismos desenvolvidos no século XIX continham várias facetas. Eram justificados pelo aumento da competitividade capitalista ( que motivou uma desenfreada corrida por matéria-prima e mercado consumidor), pela exploração de capitais concentrados nas potências industrializadas da época (que rendiam juros maiores nos países periféricos, que se comparados a vizinhos também industrializados) ou ainda um “esforço” civilizatório da cultura européia.

Gobineau não era uma voz solitária ao defender a superioridade do europeu branco e incentivar a ida de imigrantes franceses para um país que tinha de “melhorar a sua raça”. Trata-se de um conceito de evolução linear e contínua, segundo o qual os europeus se encontravam no ápice, e que desprezava as culturas locais dos povos dominados, tentando provar sua inferioridade “civilizatória”, inclusive com argumentos biológicos, influenciados pelas teorias darwinistas de seleção natural, pois, ainda que Darwin não tenha se ocupado de teorizar e aplicar o evolucionismo aos humanos, vários pensadores da época adotaram sua teria em explicações antropológicas e sociológicas.

Os povos dominados pelos europeus ou que viviam à sua margem estariam, segundo essas idéias, em etapas anteriores.

Imperialismo é a política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras, ou sobre uma ou várias regiões geográficas.

O imperialismo contemporâneo pode ser também denominado como neocolonialismo, por possuir muitas semelhanças com o regime vigorado entre os séculos XV e XIX, o colonialismo.

Esta prática está registada na história da humanidade através de muitos exemplos de impérios que se desenvolveram e, em muitos casos, foram aniquilados ou substituídos por outros. No entanto, o conceito, derivado de uma prática assente na teoria econômica, só surgiu no início do século XX.

“A grande maioria dos fazendeiros, cuja desagradável situação econômica expus-lhe ainda agora, vive num estado muito próximo da bárbarie. No meio de escravos, e deles não se diferenciavam . O resultado é que o comércio, os intresses e todas a fábricas, grandes ou pequenas, estão na mão de estrangeiros”.

Conde de GOBINEAU.Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1997, p. 54.

O domínio europeu era justificado por sua suposta superioridade racial e econômica, sendo ele o responsável por levar a civilização européia a áreas remotas e menos desenvolvidas.

Segundo o ponto de vista do Conde de Gobineau:

A – Há alguma relação entre a constituição étnica dos brasileiros e o subdesenvolvimento do Brasil?

B – Quais os argumentos que o autor usa para justificar a sua posição em relação à pergunta anterior?

C – Quais os argumentos que negam a posição de Gobineau quanto à relação entre a constituição étnica dos brasileiros e o subdesenvolvimento?

D- Qual é a relação entre o texto de Gobineau e a imigração européia para o Brasi?