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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO Disciplina: Métodos de pesquisa Prof. Dr. André Ofenhejm Mascarenhas Colaboração: Prof. Augusto Roque

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Disciplina: Métodos de pesquisa

Prof. Dr. André Ofenhejm Mascarenhas

Colaboração: Prof. Augusto Roque

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Módulo 4

Design da pesquisa: estratégias (amostragem e instrumentação, análise e validação) e delimitação.

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NATUREZA GENÉRICA DA PESQUISA

Pesquisa Quantitativa. A pesquisa quantitativa é um método de pesquisa social que utiliza técnicas estatísticas. Está associada à idéia de quantificação à medida que tal procedimento permite ao pesquisador analisar fenômenos em função da freqüência em que ocorrem ou de sua quantidade (Dencker; Da Viá, 2002).

As pesquisas quantitativa são mais adequadas para apurar opiniões, racionalizações e atitudes explícitas e conscientes de um grande número de entrevistados, pois utilizam instrumentos estruturados (geralmente questionários), que permitem a comparação. Se a amostra tiver representatividade dentro de um determinado universo (isto é, se for aleatória), as inferências podem ser generalizados e projetados para aquele universo. Em muitos casos geram índices que podem ser comparados ao longo do tempo, permitindo traçar um histórico da informação.

Fonte: DENCKER, Ada de Freitas Maneti; VIÁ, Sarah Chucid da. Pesquisa empírica em ciências humanas: (com ênfase em comunicação). 2. ed. São Paulo: Futura, 2002. 190 p.

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NATUREZA GENÉRICA DA PESQUISA

Pesquisa Qualitativa. A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, ou seja, um esforço de interpretação e construção de versões da realidade.

A Pesquisa Qualitativa está associada à idéia de uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito: o sujeito está inserido em um contexto, em uma cultura, constrói interpretações sobre sua realidade, suas experiências, suas prioridades. Estas interpretações não são independentes do sujeito, mas a expressão de suas inclinações pessoais e culturais. A pesquisa qualitativa busca apreender estas interpretações, reconstruindo os mini-mundos dos pesquisados. A pesquisa qualitativa é interpretativa, servindo a pesquisas descritivas e exploratórias.  

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NATUREZA GENÉRICA DA PESQUISA

Dadas as questões fundamentais e específicas do estudo, devemos escolher entre uma variedade de estratégias possíveis de investigação. Estas escolhas passam pela verificação da natureza genérica da pesquisa, que indicará quais estratégias são adequadas ou possíveis. As pesquisas podem ser:

Explanatórias. Pesquisas explanatórias buscam verificar relações de causa e efeito entre variáveis, que podem ser classificadas de dependentes e independentes. Hipótese é a assertiva (a suposição do pesquisador) que postula as relações entre estes tipos de variáveis, serve de guia do estudo devendo ser testada ao longo do processo de pesquisa. As variáveis são “aspectos, propriedades, características, fatores, quantidades, qualidades, fenômenos, peso e forma que decorrem das hipóteses” (OLIVEIRA, 2007, p. 32). As variáveis independentes (causas) operam naturalmente no âmbito da hipótese, enquanto as variáveis dependentes (efeitos) sofreriam a ação das independentes, sendo determinadas por elas. A pesquisa explanatória busca isolar e entender as relações entre variáveis.

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NATUREZA GENÉRICA DA PESQUISA

Descritivas. As pesquisas descritivas buscam descrever, entender, interpretar e classificar fenômenos. A ênfase da pesquisa descritiva é na compreensão de como se manifestam os fenômenos, quais as dimensões relevantes ao seu entendimento e como estas se inter-relacionam. Assim, estas pesquisas devem permitir uma descrição detalhada da forma com que se apresentam os fenômenos, das variáveis relevantes e de suas inter-relações. O pesquisador deve ser guiado pelos objetivos da pesquisa, admitindo opcionalmente hipóteses de trabalho que facilitem a coleta de dados e o processo interpretativo.

Exploratórias. Pesquisas exploratórias dão uma primeira visão aprofundada sobre determinado fenômeno, quando a construção de hipóteses objetivas não é possível devido ao desconhecimento das particularidades deste fenômeno. A pesquisa exploratória pode constituir-se num primeiro passo a uma pesquisa mais ampla, na qual hipóteses são formuladas e formalmente testadas, ou constituir-se numa estratégia capaz de desvendar as particularidades do fenômeno objeto de estudos por meio de sua delimitação. Neste último caso, seus princípios aproximam-se bastante da pesquisa descritiva, descrita acima.

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ESTRATÉGIAS DE PESQUISA

Dadas as questões do estudo, o pesquisador deve entender a natureza de sua pesquisa e de seus objetivos, escolhendo então entre uma variedade de estratégias possíveis de investigação. Dada a natureza do TCC (primeiro exercício de pesquisa do aluno), especificaremos aqui somente aquelas estratégias mais acessíveis aos alunos:

Survey Entrevistas Análise de dados secundários Estudos de caso

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ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Cada estratégia de pesquisa demanda uma série específica de decisões, que podem ser genericamente classificadas por amostragem, instrumentação, análise e validação.

Amostragem. Decisões a respeito da seleção de unidades de análise a serem investigadas, bem como indivíduos ou entidades a serem incluídas no estudo (amostra).

Instrumentação. Decisões a respeito da elaboração adequada dos instrumentos de levantamentos de dados, tais como questionários e roteiros de entrevistas, que devem refletir os objetivos da pesquisa.

Análise. Decisões a respeito dos procedimentos de análise dos dados levantados, e

Validação. Decisões a respeito dos procedimentos que gerarão credibilidade à pesquisa, à construção e delimitação das conclusões.

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ESTRATÉGIA DE PESQUISA – Survey

“A pesquisa survey pode ser descrita como a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa normalmente um questionário”.

(PINSONNNEAULTT e KRAEMER, 1993, p. 7)

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ESTRATÉGIA DE PESQUISA – Survey A pesquisa survey assume freqüentemente um caráter explanatório, quando

se busca a compreensão de relações de causa e efeito entre dois fenômenos. Hipóteses de pesquisa são assertivas que contemplam estas relações, testadas freqüentemente por meio do instrumento questionário. Em outros casos, a pesquisa survey pode ser descritiva, quando se busca descrever fenômenos, interpretá-los e classificá-los. Pesquisas de clima organizacional ou de satisfação de funcionários são deste tipo.

Em geral, surveys são realizados com amostras, buscando–se entender a incidência ou particularidades da problemática na população da qual a amostra foi selecionada. Por isso, pesquisas de survey demandam o tratamento estatístico dos dados. Surveys explanatórios permitem maior capacidade de generalização que as outras estratégias aqui apresentadas. Nestes casos, análises explicativas buscam desenvolver proposições gerais sobre a problemática.

O survey assume como pressuposto básico a idéia de que a avaliação do grupo tem maior probabilidade de ser confiável do que as opiniões individuais. Pressupõe-se que as informações agregadas permitam cancelar questionários inválidos.

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ESTRATÉGIA DE PESQUISA – Survey

O survey é uma estratégia comum quando se quer levantar e analisar informações de populações (ou, mais comumente, amostras) quando encontros pessoais são difíceis e/ou numerosos e dispendiosos. Para isso, o questionário é um instrumento popular porque preenchê-lo é relativamente rápido e razoavelmente fácil e barato.

O ato de medir é um dos problemas da pesquisa em survey. As relações de causa e efeito entre variáveis requer defini-las adequada e precisamente, bem como isolá-las de outras variáveis que eventualmente influenciem estas relações. É necessário que o grupo de TCC tenha uma compreensão adequada do instrumento de medição e dos conceitos por detrás dele.

Por meio da análise estatística, o survey explanatório permite maior capacidade de generalização ao abranger amplamente o universo ou a população de incidência do fenômeno. Entretanto, os dados gerados pelos questionários são considerados superficiais (“thin data”), isto é, não permitem que o pesquisador acesse o subjetivo dos respondentes, e não permitem a emergência de temas não previstos, já que o questionário dita as possibilidades de resposta às questões pré-determinadas.

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ESTRATÉGIA DE PESQUISA – Survey

As seguintes perguntas de pesquisa podem ser respondidas por meio de pesquisas tipo survey:

A percepção individual de responsabilidade social contribui à fidelização do cliente? (pesquisa explanatória)

Quais as principais mudanças vislumbradas pelas empresas em seus modelos de gestão de pessoas? (pesquisa descritiva)

Qual o impacto dos padrões de liderança à performance das equipes de trabalho? (pesquisa explanatória)

Qual o cenário atual de intenção de votos para presidente e governadores de estado? (pesquisa descritiva)

Qual o perfil do aluno da FEI? Qual o perfil do ex-aluno da FEI? (pesquisa descritiva)

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Fonte: INSTITUTO AKATU. Como e porque os brasileiros praticam o consumo consciente? Disponível em: <http://www.akatu.org.br/akatu_acao/publicacoes/perfil-do-consumidor>. Acesso em: 12 out. 2008.

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ESTRATÉGIA DE PESQUISA – Entrevistas

A entrevista é um encontro preferencialmente pessoal, cara-a-cara (mas pode acontecer por telefone, por internet, entre outros meios), no qual o entrevistador segue um roteiro ao fazer perguntas ao entrevistado. O roteiro de entrevistas é um desdobramento direto dos objetivos fundamentais e questões secundárias de pesquisa, estando intimamente relacionado a estas questões.

Utiliza-se a entrevista como estratégia de pesquisa quando se investiga o ponto de vista e as experiências de indivíduos. Os dados coletados geralmente refletem impressões, sentimentos, racionalizações e explicações das pessoas à problemática em um nível que pode chegar a ser considerado profundo. Investigar com base em entrevistas implica identificar unidades de análise, selecionar um número de indivíduos a serem entrevistados, analisar as entrevistas de forma a lançar luzes sobre uma problemática. Entrevistas são usadas comumente em pesquisas exploratórias e descritivas, podendo compor também estratégias explanatórias.

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ESTRATÉGIA DE PESQUISA – Entrevistas

As seguintes perguntas de pesquisa podem ser respondidas por meio da estratégia de entrevistas:

Como aconteceu o processo de gestão das mudanças organizacionais na empresa Alpha? Quais foram suas implicações a líderes e liderados?

Quais as principais tendências de mudança estratégica na logística do setor cervejeiro?

Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores artísticos à captação de recursos para seus projetos segundo os parâmetros da Lei Federal Roaunet?

Quais as principais dificuldades e desafios enfrentados pelos profissionais considerados talentos em suas empresas?

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Entrevistas - caracterização

Entrevistas podem ser formais e informais. Entrevistas formais devem ser marcadas com antecedência. Entrevistas informais são possíveis, mas dependem da inserção do pesquisador no campo de estudos e de seus relacionamentos com os entrevistados. É sempre interessante uma combinação destes dois tipos de entrevistas.

Entrevistas formais podem acabar focalizando conteúdos oficiais ou “bonitos”, mascarando questões também (ou até mais) importantes à pesquisa (problemas na implementação de um projeto, conteúdos mais difíceis de se extrair de administradores, por exemplo). Se você não conhece o entrevistado, deve ter a competência inter-pessoal necessária para gerar empatia e confiança junto a ele(a) o mais cedo possível, pois isso terá implicações na profundidade do conteúdo ao qual terá acesso.

Entrevistas informais podem se caracterizar pela maior proximidade entre entrevistado e entrevistador (talvez um colega seu), pela maior descontração e filtros menos rígidos para o conteúdo da entrevista (teu colega no trabalho pode contar-lhe com mais detalhes os problemas em um projeto). Estes são eventos que podem acontecer em qualquer momento (uma conversa no intervalo, ao telefone, ou mesmo um encontro marcado no formato de bate-papo).

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Entrevistas – amostragem

Quem iremos entrevistar? Quantas entrevistas devemos fazer? Quando parar? Estas são questões que devem ser respondidas segundo princípios de amostragem.

Unidades de análise. Em primeiro lugar, devemos identificar qual(is) a(s) unidade(s) de análise relevantes ao nosso estudo: quais são as entidades-chave as quais você gostaria de explorar com seu estudo? Todas as unidades de análise que de alguma maneira puderem contribuir à compreensão da nossa problemática devem ser incluídas no estudo. Unidades de análise podem ser indivíduos, grupos (organizações, grupos de trabalho, comunidades, etc.), eventos, processos, etc. Um estudo pode ter uma, duas ou mais unidades de análise (estudos em diferentes momentos históricos, estudos comparativos, etc.). Como regra geral, pode-se dizer que mais de uma unidade de análise permite que o pesquisador acesse diferentes ângulos da problemática, tornando o estudo mais rico (vide validação).

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Entrevistas - amostragem

Quais as unidades de análise relevantes à investigação das seguintes perguntas de pesquisa?

Como aconteceu o processo de gestão das mudanças organizacionais na empresa Alpha? Quais foram suas implicações a líderes e liderados? (Unidades de análise: Indivíduos nos departamento(s) que vivenciaram a mudança, líderes e liderados, dirigentes)

Quais as principais tendências de mudança estratégica na logística do setor cervejeiro? (Unidades de análise: dirigentes de uma indústria do setor, gerentes e analistas de logística do setor, membros do sindicato do setor, especialistas)

Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores artísticos à captação de recursos para seus projetos segundo os parâmetros da Lei Federal Roaunet? (Unidades de análise: produtores artísticos que captam recursos segundo os parâmetros da lei)

Quais as principais dificuldades e desafios enfrentados pelos profissionais considerados talentos em suas empresas? (Unidades de análise: Indivíduos considerados talentos na(s) empresas(s); Indivíduos não considerados talentos na(s) empresas(s); profissionais de RH envolvidos com processos de “retenção de talentos”)

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Entrevistas – amostragem

Definidas as unidades de análise, a seleção dos indivíduos a serem entrevistados deve seguir três princípios básicos:

1. Amostragem proposital ou amostragem aleatória? Em estudos exploratórios e descritivos, a seleção de indivíduos é proposital, isto é, atende ao princípio de que a(s) entrevista(s) deve(m) maximizar a quantidade de informações disponíveis ao pesquisador. Nestes casos, a seleção dos entrevistados pode acontecer por intermédio de um informante (alguém que conheça bem o contexto e possa auxiliar os pesquisadores a encontrar a melhor seleção de entrevistas), ou ainda acontecer ao longo da pesquisa, já que cada entrevista pode indicar nossas necessidades de levantamento de dados. Em estudos explanatórios, a amostragem aleatória deve garantir que todos na população tenham a mesma probabilidade de ser escolhidos.

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Entrevistas – amostragem

2. Comparação. Devemos estar atentos ao conteúdo das entrevistas buscando não somente identificar padrões em opiniões e relatos, mas também ouvir opiniões conflitantes ou divergentes. O princípio de comparação sugere que devamos contrastar e confirmar constantemente os dados, comparando entrevistas, dentro de cada unidade de análise e também entre unidades de análise. Estes procedimentos permitiria o aprofundamento da compreensão da problemática, aumentando a credibilidade da pesquisa (vide validação).

3. Saturação. Em pesquisas exploratórias, assume-se que a hora de parar de entrevistar chega quando não aprendemos muito com cada entrevista adicional (o valor marginal de cada entrevista é muito baixo). Quando começamos a ouvir novamente o que já ouvimos algumas vezes, e nada ou pouco mais é acrescentado, pode-se parar de selecionar entrevistados. Entretanto, este princípio deve ser aplicado com cuidado. Não aprender muito com cada entrevista adicional pode significar que não estamos conseguindo engajar as pessoas a falar, ficando o processo somente no superficial. Além disso, muitas pesquisas de TCC sofrem com a limitação de tempo e recursos, o que impossibilita a aplicação adequada deste princípio.

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Entrevistas - Instrumentação

O roteiro de entrevistas é o instrumento que guia o pesquisador à coleta de dados, refletindo os objetivos da pesquisa e a complexidade da problemática. O roteiro pode ser estruturado, semi-estruturado ou não-estruturado:

O roteiro estruturado reflete estreitamente as proposições e questões relevantes à pesquisa, geralmente extraídas da literatura. Estes roteiros caracterizam-se por questões mais direcionadas, de foco mais estreito e, geralmente, de respostas mais objetivas e curtas. É mais utilizado em pesquisas com amostras maiores, com objetivos mais diretos (normalmente bem atrelados a proposições da literatura), apoiados ou não por hipóteses. O formato destes roteiros pode aproximar-se bastante dos questionários, diferenciando-se pelo contato pessoal bem estruturado com o entrevistado. Mais utilizado em pesquisas explanatórias e descritivas.

O roteiro semi-estruturado também reflete intimamente as proposições e questões relevantes à pesquisa, geralmente extraídas da literatura. Contudo, considera-se que durante a entrevista estas questões possam assumir um caráter de orientação ao entrevistador(a), que deve estar atento(a) a assuntos e tópicos emergentes e úteis à compreensão da problemática. Neste sentido, as questões objetivas derivadas da teoria servem como um guia, e não como uma camisa de força. Mais utilizado em pesquisas exploratórias e descritivas.

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Entrevistas - Instrumentação

O roteiro não-estruturado é utilizado em entrevistas nas quais se dá ênfase a conteúdos não previstos pelos pesquisadores. Neste caso, tem-se uma(s) pergunta(s) mais ampla(s) de entrevista (tópicos) e deixa-se o entrevistado desenvolver mais livremente suas considerações a respeito do tópico sugerido. O entrevistador deve garantir que o entrevistado não fuja do assunto ou da problemática, direcionado a conversa mas deixando-a fluir o mais naturalmente possível. O entrevistador pode aproveitar “ganchos” gerados pelos entrevistados, quando estes falam de temas não planejados pelo entrevistador mas provavelmente relevantes à compreensão da problemática. A entrevista pode assumir o formato de um relato ou um testemunho. Utilizado em pesquisas exploratórias e descritivas.

Numa pesquisa baseada em entrevistas, decisões de instrumentação abrangem o tipo de roteiro de entrevista a ser utilizado, e devem levar em conta o grau de flexibilidade requerido ao processo de levantamento de dados. Estas decisões dependem da natureza da pesquisa e do grau de “amarração” entre o processo de coleta de dados e as proposições da literatura.

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Entrevistas - Instrumentação

Elaboração de roteiros de entrevistas. As entrevistas devem refletir as perguntas de pesquisa (principal e secundárias). Os roteiros estruturado e semi-estruturado refletem geralmente a complexidade do referencial teórico, amarrando as questões de pesquisa ao processo de levantamento de dados. Em pesquisas exploratórias nas quais há pouco referencial teórico consolidado, ou quando se busca essencialmente interpretar as experiências, sentimentos e explicações dos entrevistados, os roteiros de entrevistas freqüentemente assumem formatos menos estruturados.

Os slides seguintes ilustram estes tipos de roteiros à seguinte pergunta de pesquisa: Como aconteceu o processo de gestão das mudanças organizacionais na empresa Alpha? Quais foram suas implicações a líderes e liderados? (Unidades de análise: Indivíduos nos departamento(s) que vivenciaram a mudança, líderes e liderados, dirigentes)

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Entrevistas - Instrumentação

Roteiro de entrevista estruturado (entrevistas com os dirigentes da empresa):

Quando surgiu a empresa? Porque a ISO 9001 foi implantada? Houve um planejamento para sua implementação? Quais foram as estratégias usadas na sua implementação? Quais eram os objetivos pretendidos com sua implementação? Esses objetivos foram alcançados? A implementação da ISO 9001 atendeu às expectativas? Quais foram os problemas surgidos com sua implementação? Surgiram resistências à sua implementação? Os processos sofreram remodelamento após a implementação da ISO 9001? Como se deu a consulta aos funcionários da base da estrutura hierárquica? As respostas tendem a ser mais diretas, objetivas, o que permite um número maior de

entrevistas e maior capacidade de comparação direta entre respostas. São mais adequadas ao uso do e-mail como ferramenta de acesso aos entrevistados, implicando, muito freqüentemente, em perda do detalhamento da informação.

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Entrevistas - Instrumentação

Roteiro de entrevista semi-estruturado (entrevistas com os dirigentes):Como surgiu a empresa?Por quê a ISO 9001 foi implantada? A decisão de implementá-la foi baseada em que? Foi por necessidades internas, ou houve pressões

de mercado para fazê-lo? Neste caso, quais eram os objetivos pretendidos com a sua implantação?Se foi interna, que necessidade foi esta? Quem a expressou? De onde surgiu? Como eram os

processos internos antes da implantação?Houve um planejamento para a sua implantação? Como aconteceu? Quem participou?Como ocorreu a sua implantação? Quais foram as etapas? Como foram envolvidos os funcionários

em cada uma das etapas? Houve negociação de interesses? Como se deu o processo de comunicação da implantação da ISO junto aos funcionários, em cada

etapa?Os objetivos estratégicos da mudança foram alcançados, na visão dos dirigentes? Se não, por quê?Quais foram os problemas surgidos durante a implantação? Quais problemas se relacionavam aos

funcionários envolvidos ou afetados pelo processo de mudança? Explique. Surgiram resistências, conflitos ou divergências durante a sua implantação? Como foram tratados

estas resistências e conflitos?

As perguntas são mais subjetivas, dando maior espaço a particularidades da problemática, indo mais a fundo nos fatos, interpretações e explicações, de forma consistente com a referencial teórico. Servem como guia ao entrevistador, que deve maximizar o conteúdo à sua disposição dadas as necessidades refletidas nas diversas questões.

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Entrevistas - Instrumentação

Roteiro de entrevista não-estruturado (entrevistas com os dirigentes da empresa):

Por quê a ISO 9001 foi implantada? Como aconteceu o processo? Como foram envolvidos os funcionários no processo? Como os(as) senhores(as) avaliam os resultados do processo ?

As perguntas servem como um instrumento que guia o entrevistador durante a entrevista, que freqüentemente assume o formato de relato. Ao usar este formato, o entrevistador deve estar atento às respostas do entrevistado, “pegando ganchos” e buscando aprofundar conteúdos não-previstos e relevantes.

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Entrevistas - Instrumentação

Algumas dicas úteis à entrevista:

Planeje bem suas entrevistas. Marque com antecedência as primeiras, e tente deixar para marcar as últimas no decorrer do processo. Assim, você pode fazer possíveis ajustes na escolha dos entrevistados, dadas as informações que coletará.

Comece a entrevista conhecendo melhor seu entrevistado. Pergunte sobre sua trajetória, sobre seu trabalho (se o entrevistado trabalhar numa organização, claro..). Esses dados serão importantes para você entender a inserção do entrevistado no contexto de pesquisa, além de gerar uma empatia imediata devido ao interesse demonstrado. Mas controle o tempo, não deixe o entrevistado se alongar demais em sua auto-apresentação (ele tende a fazê-lo) e tenha os objetivos da pesquisa em mente sempre.

Coerentemente, evite começar a entrevista com as perguntas mais difíceis ou com maior potencial de desconforto. Estas devem ser feitas quando se percebe uma certa empatia entre entrevistador e entrevistado.

Teste seus equipamentos de gravação antes da entrevista. Entrevistas em locais abertos ou com muito barulho não são recomendáveis. O melhor é entrevistar em salas fechadas, mas isso nem sempre é possível. Caso não for possível, considere não gravar as entrevistas pois você poderá perder grande parte dos dados devido ao barulho.

Selecionar os entrevistados requer que conheçamos bem nossas necessidades de informações. Se você precisa conhecer o histórico de implementação de um projeto, assegure-se que o entrevistado tenha vivenciado o processo, caso contrário, a entrevista ficará inutilizada.

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Entrevistas – validação

Como gerar credibilidade a nossa pesquisa?

A credibilidade de uma pesquisa diz respeito à possibilidade dos leitores se assegurarem que as conclusões do estudo foram construídas segundo critérios e procedimentos considerados adequados pela comunidade científica. Numa estratégia de entrevista, a credibilidade pode ser gerada seguindo-se os seguintes critérios:

1. Respeito aos princípios de amostragem. O princípio de comparação sugere que devamos buscar sempre por visões alternativas ou divergentes do fenômeno investigado, construindo um quadro mais amplo e completo de interpretações subjetivas dos respondentes. Identificar exaustivamente as unidades de análise relevantes ao estudo e levantar dados em cada uma delas pode viabilizar o princípio da comparação. Além disso, esgotarmos o retorno marginal com as entrevistas gera credibilidade extra ao trabalho (princípio da saturação).

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Entrevistas – validação

Como gerar credibilidade a nossa pesquisa?

2. Identificar informantes entre os entrevistados, pessoas às quais o grupo têm mais acesso e confiança, para uma checagem crítica das conclusões. Cuidado com os vieses e interesses dos informantes, que podem deturpar seus comentários. A checagem por mais de um informante pode minimizar estes riscos.

3. Envolver a todos do grupo no processo de levantamento, codificação e análise dos dados (múltiplos pesquisadores), já que estes processos, sendo executados coletivamente, diminuem a possibilidade de vieses individuais exercerem influências significativas nas conclusões. É interessante que cada um faça todo o processo individualmente, para depois contrastarem e discutirem seus resultados, chegando a um consenso sobre códigos, conteúdos e categorias. A idéia é que cada um referencie as conclusões e construções analíticas dos demais por meio da checagem dos procedimentos.

4. Documentar os passos procedimentais (entrevistas transcritas, listas de códigos construída com exemplos) e incluí-los como anexo no trabalho de TCC, pois isso salienta a transparência no processo e permite que qualquer um verifique a validade dos procedimentos de análise.

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Entrevistas - análise

A análise das entrevistas depende do registro dos dados coletados. Os conteúdos gerados pelas entrevistas formais e informais devem ser registrados segundo três abordagens possíveis:

Gravar as entrevistas. Neste caso você deve ter um gravador (os digitais são muito versáteis) e pedir ao entrevistado permissão para gravar. As entrevistas gravadas podem perder em conteúdo, pois as pessoas podem se sentir ameaçadas em dar-lhe informações minimamente ameaçadoras (muitas vezes estas informações são muito relevantes), omitindo-se. Entretanto, gravar as entrevistas permite a transcrição integral das conversas, da maneira como se desenvolveu. Neste caso você pode aproveitá-las ao máximo na fase de análise. Assim, há vantagens e desvantagens com a gravação... Tome sua decisão!

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Entrevistas – análise

Não gravar as entrevistas. Neste caso você deve ter um caderno de apontamentos e registrar em frases curtas, palavras-chave ou até em trechos mais longos o conteúdo da entrevista. Pode-se organizá-la cronologicamente, ou ainda reservar uma página do caderno para cada questão, anotando rapidamente o que se fala. Entre as características deste procedimento, você já estará analisando os dados ao anotá-los, pois deverá desde cedo selecionar o que achar mais relevante na fala do entrevistado. Além disso, você poderá levantar mais dados por deixar o entrevistado mais relaxado, já que suas palavras não estão sendo gravadas. Muito importante nesta abordagem é você terminar a entrevista e preparar rapidamente um relatório, expandindo o que você anotou para o formato de parágrafos completos, tentando reproduzir da maneira mais completa possível a entrevista. Se não o fizer imediatamente, perderá grande parte de seus dados (e de seu tempo) pois nossa memória não os armazenará por muito tempo.

Gravar parte da entrevista, deixando a outra parte (não-gravada) para os assuntos mais delicados. Neste caso, assume os procedimentos de ambas as abordagens anteriores.

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Entrevistas – análise

Em pesquisas baseadas em entrevistas, a fase de análise dos dados se inicia junto com a coleta, já que o pesquisador deve de alguma maneira guiar as conversas, selecionar tópicos emergentes relevantes, e anotar seletivamente o conteúdo das entrevistas para a elaboração posterior de um relatório (quando você não grava as entrevistas). Esta fase inicial do processo de análise dos dados encontra-se ilustrada abaixo. As decisões de amostragem relacionam-se à execução das entrevistas num processo que requer a contínua análise por parte do pesquisador, que precisa maximizar os conteúdos à sua disposição.

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Decisões de amostragem – seleção de entrevistados

Execução e registro das entrevistas

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Entrevistas – análise

A análise dos dados continua após as entrevistas terem sido feitas (de preferência cumprindo com os três princípios de amostragem), registradas e disponibilizadas aos pesquisadores, o que frequentemente requer a sua transcrição. Transcrever literalmente as entrevistas pode ser uma tarefa cansativa, por isso grupos de TCC com mais recursos à pesquisa podem terceirizar esta etapa para ganhar tempo. Fazê-la você mesmo implica vantagens, contudo. À medida que os pesquisadores transcrevem as entrevistas, ganham maior familiaridade com os dados e percebem dimensões dos discursos dos entrevistados (muitas vezes sugeridos por tons de voz, tom sarcástico, etc) que poderiam ter passado despercebido e que dificilmente aparecerão tão claramente na transcrição em papel.

Uma vez transcritas e disponibilizadas aos pesquisadores, estes deverão ler o material diversas vezes, até dominarem seus conteúdos. Neste processo, os pesquisadores deverão identificar temáticas ou assuntos recorrentes nas entrevistas, e que de alguma maneira contribuem ao entendimento da problemática da pesquisa. O procedimento de codificação é uma das maneiras de se organizar este processo.

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Entrevistas – análise

Codificar é associar uma palavra ou uma expressão (código) que identifica um assunto, um tema ou uma dimensão do conteúdo de especial relevância à pesquisa.

Mas quais são as fontes de códigos? Os códigos podem ser deduzidos do referencial teórico ou mesmo surgir da lógica interna dos próprios dados. Não haverá um conjunto de códigos pré-estabelecidos, pois os pesquisadores o farão. Não há um número limite para códigos, mas é importante que os pesquisadores relacionem os códigos entre si.

A identificação e atribuição de códigos é um processo interativo e contínuo. Os códigos identificados podem ser repensados à medida que novos trechos de entrevistas são analisados. Ao final, os pesquisadores têm à sua disposição códigos que remetem a agrupamentos de trechos de falas e discursos (sempre identificados e referenciados ao entrevistado, para o pesquisador não se perder) e que permitem aos pesquisadores compor suas categorias de análise e seus argumentos.

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Entrevistas – análise

O que são categorias de análise? São conceitos, variáveis ou temas relevantes à construção dos argumentos de um

estudo, e que aparecem desarticuladamente nas falas de entrevistados em uma ou mais unidades de análise.

Da mesma forma que os códigos, as categorias de análise podem ser derivadas do referencial teórico ou surgirem espontaneamente da coleta de dados (categorias emergentes).

Os conteúdos das categorias podem ser constituídos pelos conteúdos de códigos agrupados, ou ainda pelos conteúdos de um só código.

Categorias de análise podem ser analisadas em termos de sua evolução temporal (agregando seqüencialmente códigos que definem as particularidades da categoria em diferentes momentos), ou ainda em termos de sua incidência e particularidades em unidades de análise distintas (dois casos distintos – vide estudos de múltiplos casos).

De qualquer forma, a análise do conteúdo das categorias é um procedimentos fundamental à construção dos argumentos do estudo de TCC baseado em entrevistas.

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Entrevistas – análise

Por exemplo, à questão de pesquisa Quais as principais dificuldades e desafios enfrentados pelos profissionais considerados talentos em suas empresas? Os códigos podem refletir visões e experiências distintas (complementares ou não) típicas de cada unidade de análise (U.A. 1: indivíduos considerados talentos

na(s) empresas(s); U.A. 2: indivíduos não considerados “talentos” na empresa”, U.A. 3:

profissionais de RH envolvidos com processos de “retenção de talentos”). Estes códigos poderiam ser (esta é somente uma especulação ilustrativa!):

Dificuldades de relacionamento (U.A. 1 e 2)

Dificuldades de direcionamento da carreira (U.A. 1 e 3)

Dificuldades com a retenção de “talentos” (U.A. 3)

E isso sem falar nos “desafios enfrentados pelos talentos”...

Esses códigos (temas), que podem surgir das entrevistas ou previstas pelo referencial teórico, podem ainda ser quebrados em códigos mais estreitos, de forma a facilitar a análise dos dados. Estes processo reverte-se ao se re-agrupar os códigos em torno de categorias de análise.

DESIGN DE PESQUISA - ENTREVISTAS

Categoria: Dificuldades dos

talentos

Categoria: Dificuldades à

retenção de talentos

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Entrevistas – análise

Uma vez codificados os dados, e agrupados em categorias de análise, o pesquisador terá à sua disposição elementos que poderão ser contrastados à literatura de apoio ao trabalho (revisão teórica), ou se constituirão em novos elementos conceituais capazes de contribuir a uma teoria e/ou criticá-la, especificando relações entre as categorias de análise ou as particularidades do contexto estudado.

Devemos lembrar que a estratégia de entrevista é mais comumente utilizada em pesquisas exploratórias e descritivas, nas quais a generalização não é automática. Categorias de análise relevantes e seus conteúdos podem ser dispostos em quadros explicativos, sendo esta uma boa maneira de deixar suas conclusões mais atraentes aos leitores.

DESIGN DE PESQUISA - ENTREVISTAS

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Análise de Dados Secundários

Dados secundários são informações ou dados já existentes que são utilizados – tabulados, classificados e analisados – no âmbito de um projeto de pesquisa. Estes dados podem ser provenientes de matérias na mídia, balanços financeiros de empresas, balanços sociais de empresas, sites da internet, documentos internos e externos às organizações, institutos de pesquisas, sindicatos setoriais, etc. Estas informações podem complementar outras fontes de dados (vide Estudos de caso) ou constituir-se na fonte principal ou única, quando a pesquisa assume um caráter exploratório ou descritivo.

DESIGN DE PESQUISA – DADOS SECUNDÁRIOS

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Em estudos de natureza exploratória ou descritiva, a análise de dados secundários serve bem a perguntas de pesquisa que girem em torno das particularidades destes mesmos dados, ou que possam ser respondidas por eles. As seguintes perguntas de pesquisa estão bem ajustadas a este método:

Quais as estratégias de diferenciação do Banco Alpha em serviços de homebanking? (Estratégia)

Quais as estratégias de gestão de carreira mais propagadas pela mídia especializada? (Gestão de Pessoas)

A análise de dados secundários constitui-se em uma estratégia comum aos alunos de TCC. Suas vantagens incluem:

Facilidade de acesso aos dados, publicados ou disponibilizados. Facilidade na organização dos dados, que de alguma forma devem ser

formatados à publicação.Suas desvantagens incluem: Limitações na análise, já que os dados secundários refletem o que se

quer/pode publicar, explicitando “discursos oficiais”, possivelmente enviesados, e freqüentemente mascarando dimensões importantes da realidade. Por isso, deve-se evitar responder por meio de dados secundários perguntas de pesquisa que requerem informações “de dentro”.

DESIGN DE PESQUISA – DADOS SECUNDÁRIOS

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Em estudos de natureza exploratória ou descritiva que se utilizam da técnica de análise de dados secundários, as decisões de amostragem, instrumentação, análise e validação assumem os seguintes parâmetros principais:

Amostragem. Quais dados secundários selecionar? Essa decisão passa pela análise cuidadosa do problema de pesquisa e das fontes de dados secundários disponíveis. Liste-os. Certamente, nem todos os dados secundários estão facilmente disponíveis ao grupo. A delimitação do período de tempo analisado (se for o caso), do tipo de documento mais apropriado, visões alternativas sobre o fenômeno ou a problemática (que muitas vezes aparecem em documentos de fontes diferentes) são algumas das questões que devem guiar os estudantes em sua busca pela base de dados documental adequada.

Instrumentação. Nesta estratégia, as decisões de instrumentação estão intrinsecamente relacionadas com as decisões de amostragem, já que o resultado final de ambos os grupos de decisões devem ser a construção da base de dados adequada às análises.

Análise. Os procedimentos de análise dos dados secundários são análogos àqueles descritos para a estratégia de entrevistas. Os dados secundários constituem-se em material escrito, sujeito aos procedimentos de codificação, categorização e análise comparativa, descritos anteriormente.

Validação. A validação de projetos de pesquisa baseados em dados secundários acontece por meio da atenção aos itens 1, 2, 3, 4, definidos pela estratégia de entrevistas.

DESIGN DE PESQUISA – DADOS SECUNDÁRIOS

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Estudo de caso - conceituação

Segundo Yin (2001, p. 32) o estudo de caso é “um questionamento empírico que investiga um fenômeno contemporâneo com seus contextos de vida real, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes, e nos quais múltiplas fontes de evidência são usadas”.

Um caso pode ser um indivíduo, uma empresa, um departamento, uma comunidade ou até uma nação. Pode-se dizer que grande parte dos TCCs são estudos de caso realizados em empresas.

A estratégia de estudo de caso pode ser caracterizada como estudo de caso único ou estudo de múltiplos casos.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudo de caso único - conceituação

No estudo de caso único, as particularidades do caso (dado seu contexto) são estudadas à luz das questões de pesquisa buscando respondê-las, problematizando, aprofundando ou criticando a(s) teoria(s) levantadas na revisão bibliográfica.

O estudo de caso único é com freqüência a estratégia utilizada por alunos que buscam fazer uma pesquisa exploratória ou descritiva, centrada na caracterização do que o caso tem de único ou relevante à discussão da problemática.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudos de caso único são utilizados quando se pretende especificar as particularidades de um contexto, extraindo o que existe de mais relevante neste contexto dada a problemática de pesquisa. Por ser uma estratégia centrada na especificação do particular (quanto mais a fundo no caso formos, melhor), as conclusões destes estudos podem servir à reflexão em Administração, sem implicar generalização ampla e automática. Adotando-se estratégias sofisticadas de análise, estudos de caso únicos podem gerar novas teorias, ou proposições transferíveis a outros casos, apesar de alegações comuns de impossibilidade de generalização a partir de somente um caso. Proposições e interpretações construídas com base em estudos de casos únicos podem ser transferidas a outros casos dependendo de sua adequação à transferência (vide metodologia)

As seguintes perguntas de pesquisa podem ser respondidas segundo o método de estudo de caso único:

Como ocorreu a mudança organizacional na empresa Alpha com a implementação da ISO9000? Foi este processo satisfatório a dirigentes e funcionários?

Qual o impacto das altas taxas de juros brasileiras nas finanças de uma pequena empresa paulistana do setor têxtil?

Qual o impacto das atividades educacionais da Ong Cuidar na comunidade atendida?

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudo de caso único holísticoDefine-se o caso como uma única unidade de

análise sujeita às condições do contexto. O estudo de caso busca interpretar o fenômeno (a problemática) em sua totalidade, de forma contextualizada (Risco: não conseguir perceber detalhes ou dimensões específicas importantes que compõem o caso).

Estudo de caso único incorporadoDefine-se o caso como duas ou mais unidades de

análise incorporadas sujeitas a inter-relações e às condições do contexto. O estudo de caso busca interpretar o fenômeno (a problemática) com atenção a subgrupos ou outras dimensões da totalidade, de forma contextualizada (Risco: não conseguir caracterizar o caso de maneira ampla, não associando entre si as unidades de análise).

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

Contexto

Caso

Contexto

Caso

U.A 1 U.A 2

QUAIS OS DIFERENTES FORMATOS POSSÍVEIS DE UM ESTUDO DE CASO ÚNICO? (YIN, 2001, p. 61)

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Estudos de caso único – Decisões de pesquisa

Amostragem: Estudos de caso único requerem a seleção adequada do caso segundo alguns critérios possíveis: (1) o caso representativo, que permite o teste de uma teoria ou referencial teórico, (2) o caso é considerado uma situação exclusiva ou rara, permitindo inclusive o desenvolvimento de proposições teóricas, (3) ou um caso revelador, que permite investigação de fenômenos previamente inacessíveis. Num estudo de caso incorporado, deve-se ainda selecionar as unidades de análise relevantes (vide entrevistas).

Instrumentação. As estratégias de estudo de caso costumam associar entrevistas, análise de dados secundários, observações (vide slides adiante para conceituação) e, por vezes, questionários. Os princípios e procedimentos de instrumentação e coleta de dados são análogos aos discutidos nas respectivas estratégias de pesquisa.

Análise. A análise dos dados começa pela coleta, como discutido anteriormente, mas abrange também a organização dos dados, dada a variedade de instrumentos de coleta. Dada a problemática e o referencial teórico, códigos podem ser identificados a priori (ou surgirem de maneira emergente) e os procedimentos de codificação permitem a construção de categorias de análise e a discussão do referencial teórico. Em estudos de caso longitudinais (que analisam desenvolvimentos no decorrer do tempo), pode-se interpretar cronologicamente o desenvolvimento do fenômeno dispondo-o numa narrativa.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudos de casos únicos– Decisões de pesquisa

Validação. Critérios e decisões de validação incluem a triangulação de métodos, a documentação das evidências, a re-codificação, e o uso de informantes, entre outras técnicas possíveis. Por triangulação entende-se o uso complementar de dados de diferentes fontes como estratégia de geração de credibilidade. Cada método (entrevistas, observações, questionários, análise de documentos) traz ao banco de dados informações de diferentes características. Convergentes e divergentes, os dados reforçam-se mutuamente minimizando (junto a outras estratégias de validação) possíveis vieses, dados equivocados ou interpretações idiossincráticas. Outros procedimentos incluem a documentação de todas as evidências ou dados coletados (por exemplo, como anexo ao TCC, que ficariam disponibilizados a qualquer auditoria, tais como a banca de TCC); o uso de múltiplos analistas (ou pesquisadores do grupo de TCC) para os procedimentos de codificação (quanto mais coincidentes forem os resultados de suas análises em separado, melhor é a confiabilidade destas análises) e, finalmente, o uso de informantes, que poderiam ler e discutir as análises e conclusões do grupo, corroborando-as ou apontando a necessidade de aprofundamentos. Mais de um informante é sempre melhor que um, já que podemos confrontar as opiniões entre eles(as).

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudo de múltiplos casos - conceituação

No estudo de múltiplos casos, são estudadas e contrastadas as particularidades dos casos (dado seus contextos) à luz das questões de pesquisa buscando respondê-las, problematizando, aprofundando ou criticando a(s) teoria(s) levantadas na revisão bibliográfica.

O estudo de múltiplos casos é com freqüência uma estratégia utilizada por alunos que buscam fazer uma pesquisa exploratória ou descritiva.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudos de múltiplos casos também giram em torno da especificação das particularidades dos casos, extraindo o que existe de mais relevante em cada caso dada a problemática de pesquisa. Contudo, esta estratégia permite comparações entre os casos, gerando mais insights e resultados mais robustos. As conclusões destes estudos podem servir à reflexão em Administração, sem implicar necessariamente em generalização ampla e automática. Estudos de múltiplos casos que adotam estratégias sofisticadas de análise podem gerar novas teorias, assumindo naturezas explanatórias, à medida em que são identificados padrões ou diferenças entre os múltiplos casos, associadas variáveis ou categorias, dada uma problemática.

As seguintes perguntas de pesquisa podem ser respondidas segundo o método de estudo de múltiplos casos:

Quais os impactos do Real sobre-valorizado no setor importador têxtil e no setor exportador calçadista?

Como se caracterizam os modelos de gestão de pessoas em uma empresa altamente inovadora e em outra mais reativa?

Como se compara o uso estratégico da ISO 9000 em duas empresas: um escritório de arquitetura e uma fábrica de insumos para a indústria automobilística?

Como acontece a inovação de produtos no setor aeroespacial brasileiro?

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudo de múltiplos casos holísticoDefine-se os casos como unidades de análise

holísticas sujeitas às condições de seus contextos. O estudo de caso busca interpretar o fenômeno (a problemática) no âmbito de cada caso, de forma contextualizada, contrastando-os (Risco: não conseguir perceber detalhes ou dimensões específicas importantes que compõem os casos, diminuindo a qualidade da comparação).

Estudo de múltiplos casos incorporadoDefine-se cada caso como duas ou mais unidades de

análise incorporadas sujeitas a inter-relações e às condições do contexto. O estudo de caso busca interpretar comparativamente o fenômeno (a problemática) com atenção a subgrupos ou outras dimensões das totalidades (dos casos), de forma contextualizada (Risco: não conseguir caracterizar os casos de maneira ampla, não associando entre si as unidades de análise, diminuindo a qualidade da comparação).

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

Contexto

Caso

Contexto

Caso

U.A 1

U.A 2

QUAIS OS DIFERENTES FORMATOS POSSÍVEIS DE UM ESTUDO DE MÚLTIPLOS CASOS? (YIN, 2001, p. 61)

Contexto

Caso

Contexto

Caso

U.A 1

U.A 2

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Estudos de múltiplos casos – Decisões de pesquisa

Amostragem: Estudos de múltiplos casos requerem a seleção adequada dos casos segundo uma lógica de replicação, e não de amostragem (casos escolhidos aleatoriamente). A lógica de replicação implica que cada caso seja selecionado de forma a cumprir um propósito específico e planejado dentro do projeto de pesquisa (resultados similares, ou replicação literal; resultados contraditórios, ou replicação teórica). Num estudo de caso incorporado, deve-se ainda selecionar as unidades de análise relevantes (vide entrevistas).

Instrumentação. As estratégias de estudo de caso costumam associar entrevistas, análise de dados secundários, observações (vide slides adiante para conceituação) e, por vezes, questionários. Os princípios e procedimentos de instrumentação e coleta de dados são análogos aos discutidos nas respectivas estratégias de pesquisa. Em estudos de múltiplos casos, para se poder comparar dimensões específicas da problemática entre os casos, unidades de análise, roteiros de entrevistas, observações e documentos analisados tendem a ser análogos ou iguais.

Análise. A análise dos dados começa pela coleta, mas abrange também a organização dos dados, devido à quantidade de casos. Dada a problemática e o referencial teórico, códigos são geralmente identificados a priori (ou surgem de maneira emergente) e os procedimentos de codificação e construção de categorias fazem a ligação entre os casos, permitindo comparações. Em estudos de caso longitudinais (que analisam desenvolvimentos no decorrer do tempo), pode-se interpretar cronologicamente o desenvolvimento do fenômeno dispondo-os em narrativas, e contrastando os casos segundo as categorias de análise relevantes.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudos de múltiplos casos – Decisões de pesquisa

Validação. Em pesquisas do tipo exploratória ou descritiva, os critérios e decisões de validação incluem a triangulação de métodos, a documentação das evidências, a re-codificação, e o uso de informantes, entre outras técnicas possíveis. Por triangulação entende-se o uso complementar de dados de diferentes fontes como estratégia de geração de credibilidade. Cada método (entrevistas, observações, questionários, análise de documentos) traz ao banco de dados informações de diferentes características. Convergentes e divergentes, os dados reforçam-se mutuamente minimizando (junto a outras estratégias de validação) possíveis vieses, dados equivocados ou interpretações idiossincráticas. Outros procedimentos incluem a documentação de todas as evidências ou dados coletados (que ficariam disponibilizados a qualquer auditoria, tais como a banca de TCC); o uso de múltiplos analistas (ou pesquisadores do grupo de TCC) para os procedimentos de codificação (quanto mais coincidentes forem os resultados das análises em separado, melhor é a confiabilidade destas análises) e, finalmente, o uso de informantes, que poderiam ler e discutir as análises e conclusões do grupo, corroborando-as ou apontando a necessidade de aprofundamentos. Mais de um informante é sempre melhor que um, já que podemos confrontar as opiniões entre eles(as).

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudos de casos – observações em campo

Já analisamos detalhadamente as estratégias de pesquisa baseadas em entrevistas, em questionários e na análise de dados secundários. Princípios e procedimentos válidos a estas estratégias (amostragem, instrumentação e análise) também são válidos aos estudos de caso, à medida que esta incorpora procedimentos das estratégias anteriores. Resta-nos especificar mais um método de levantamento de dados comumente utilizado nos estudos de caso, as observações. Por observações entende-se a atitude do pesquisador de observar e registrar seletivamente os traços do fenômeno em estudo no contexto estudado, de forma a complementar os outros métodos de levantamento de dados. Observar requer que prestemos atenção aos seguintes princípios:

Amostragem. Nosso olhar no campo deve estar direcionado àqueles processos e eventos que estariam direta ou indiretamente ligados à problemática, segundo a proposta do pesquisador. Selecioná-los não é uma tarefa fácil, pois o pesquisador pouco conhecedor do contexto estará imerso em uma infinidade de eventos ou atos observáveis que poderão parecer absolutamente úteis ou inúteis à compreensão da problemática. Sugere-se que o pesquisador questione seu informante, capaz de indicar eventos cuja observação seria útil à compreensão da problemática. Contudo, isso depende de um planejamento das observações (que pode ou não ser executado) que indique os tipos de eventos, os participantes, os locais etc. mais desejáveis. Muitas vezes, as decisões de observação podem ser derivadas de posturas investigativas, quando necessidades ou oportunidades surgem após informações levantadas em entrevistas, ou ainda, assumir uma natureza mais oportunística, resultado das oportunidades naturais e inesperadas que surgem no decorrer do período em campo.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Estudos de casos – observações em campo

Instrumentação e Análise. Às observações, os processos de instrumentação e análise estão interligados. Feito um planejamento dos eventos a serem observados (que devem estar relacionados à problemática da pesquisa; ou ainda, planejamento este emergente no decorrer de entrevistas), o pesquisador deve utilizar um caderno de anotações para registrar palavras-chave, expressões, indicar situações, contextualizando-as. Estes registros devem ser transformados em relatórios (os mais completos possíveis) com a descrição (ou interpretação) do evento observado. Quanto mais detalhada a descrição, melhor é, pois permitirá análises mais ricas e gerará mais credibilidade (vide validação). Observar, interpretar e anotar é um processo de análise dos dados, já que o pesquisador estará selecionando o que considera mais adequado à compreensão da problemática. Contudo, é interessante que este processo não fique tão amarrado às proposições preliminares da pesquisa (por exemplo, derivadas do referencial teórico), já que informações contextuais, inesperadas ou aparentemente contra-intuitivas (mas pertinentes) somente enriquecerão sua pesquisa. A elaboração do relatório de observações (das expressões e palavras chave aos parágrafos descritivos) deve acontecer logo após as observações (o que demanda a gestão do seu tempo), sob pena de esquecermos grande parte dos detalhes. O processo de análise continua com a codificação e construção de categorias de análise. Neste caso, o material gerado pelas observações irá compor o banco de dados junto com as entrevistas, complementando as informações disponíveis. Um risco: as pessoas tendem a agir “conforme o script adequado” quando observadas. O pesquisador deve saber disso e tentar minimizar o impacto que sua presença tem no contexto em estudo.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

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Dados secundários Internos Externos

Observações Eventos, processos/ planejadas e/ou emergentes.

EntrevistasEstruturadas, semi-estrutradas ou livres.

Questionários Distribuídos uma vez ou várias vezes.

Refletem o passado registrado.

Refletem o que acontece no presente – real time

Acesso ao presente e ao passado (memória)

Acesso ao presente e ao passado (memória)

Proporcionar acesso ao discurso oficial. Boa ferramenta para traçar cronologias.

Permitem que se capture interações, comportamentos. Permitem que o pesquisador vivencie o fenômeno

Acesso a experiências, sentimentos, opiniões, explicações.

Acesso a percepções de uma amostra grande. Permitem comparações amplas e sistemáticas.

Não abrange sentimentos, motivos escondidos, etc.

Não proporcionam acesso à vida interior do indivíduo. Risco de impacto no contexto.

Vieses de memória, percepção e apresentação.

Dados superficiais.

DESIGN DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO

Tabela 1: Triangulação dos dados – como eles se complementam? Fonte: Adaptado de LANGLEY, 2007

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COMO ESCOLHER A ESTRATÉGIA DE PESQUISA ADEQUADA???

Dadas estas estratégias de pesquisa, e considerando que o TCC deve ser em primeiro lugar factível (viável), a estratégia de pesquisa deve ser pensada conjuntamente com a pergunta de pesquisa. Esta decisão tão importante requer o conhecimento profundo dos objetivos da pesquisa e dos meios (estratégias) possíveis, buscando-se a adequação mais perfeita. É útil questionarmos:

Qual a natureza genérica de nossa pesquisa? O que pretendemos com ela? (explicar, descrever, explorar).

Qual a abrangência de nossa pesquisa, ou de nossa pergunta de pesquisa? Trabalharemos com casos e contextos específicos (estudos de caso) ou com amostras de populações (survey)?

Nossa pergunta de pesquisa pode ser respondida com análise de dados secundários somente? Ou com entrevistas somente? Se não, quais seriam as vantagens com a utilização de estratégias alternativas (como o estudo de caso)?

Se nossa pergunta dá ênfase a um contexto real de pesquisa, quais as vantagens, restrições e oportunidades em se buscar um (estudo de caso único), ou mais de um (estudo de múltiplos casos) caso à pesquisa?

DESIGN DE PESQUISA

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COMO ESCOLHER A ESTRATÉGIA DE PESQUISA ADEQUADA???

Tomadas estas decisões, estas devem ser viáveis. Uma pergunta de pesquisa pode demandar uma estratégia de pesquisa inviável, dadas as limitações que enfrentam os grupos de TCC, o que demanda reformulações. Essas limitações incluem acesso aos dados, acesso a equipamentos, acesso aos casos, competências específicas de pesquisa, desinteresse ou conflitos no grupo, etc. Se orientador(a) e grupo concordarem que a estratégia original é arriscada demais, deve-se reformulá-la, ou, em última hipótese, buscar uma nova pergunta de pesquisa.

DESIGN DE PESQUISA

Definição da pergunta de

pesquisa

Avaliação da estratégia de

pesquisa adequada

Estratégia é viável?

Não: abandonar estratégia

original

Sim: ir em

frente

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COMO ESCOLHER A ESTRATÉGIA DE PESQUISA ADEQUADA??? – Estudos de caso

Viabilizar um estudo de caso(s) requer o acesso aos casos. Esta é sempre uma questão crucial. Os alunos de TCC têm mais facilidade em conseguir o acesso à sua própria empresa (seleção oportunística do caso), o que acaba por limitar as possibilidades de pesquisa. Devido à problemática limitada iluminada pelo(s) caso(s) ao(s) qual(is) o grupo tem acesso, tem-se freqüentemente uma situação em que a pergunta de pesquisa é definida em função das possibilidades abertas pelo(s) caso(s).

DESIGN DE PESQUISA

Definição pela estratégia de

Estudo de caso(s)

Definição oportunística do(s) caso(s)

Análise das particularidades

do(s) caso(s)

Definição da pergunta de

pesquisa

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Módulo 5

Análise, introdução, conclusão e metodologia

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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Seja qual for a estratégia de pesquisa, a análise dos dados levantados será a chave para a conclusão do trabalho, sendo estes dois os itens mais importantes à avaliação do TCC. A análise dos dados deve permitir a construção de argumentos válidos (metodologicamente consistentes) e capazes de lançar luzes ao problema de pesquisa. A análise dos dados deve ser a mais completa possível, e poderá se beneficiar de:

Figuras ou elementos gráficos em geral, como gráficos descritivos (por exemplo em estratégias descritivas de survey),

Tabelas explicativas que resumam os pontos principais da análise dos dados, Tabelas explicativas que resumam os principais conceitos da revisão

bibliográfica (estes devem ser inseridos na seção revisão bibliográfica), Trechos significativos de falas (entrevistas) selecionadas pelo pesquisador, e

que dêem suporte aos seus argumentos, etc. Neste caso, é importante que as falas não fiquem soltas, mas sejam remetidas ao autor, mesmo que citado somente seu nível hierárquico, por exemplo.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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A Conclusão

A conclusão é a parte mais importante do TCC, e deve refletir a contribuição do grupo dada a reflexão ao longo do trabalho.

A conclusão deve retomar explicitamente a pergunta de pesquisa, sucintamente conceitos e teorias da revisão bibliográfica, sintetizando os argumentos construídos na seção “análise dos dados” de forma a problematizar ou responder a pergunta de pesquisa, ou ainda contribuir ou criticar as teorias que dão sustentação à pergunta de pesquisa. Na conclusão os alunos poderão, a partir da análise dos dados, formular e propor implicações gerenciais dada a problemática (cuidado com a pertinência destas implicações, já que as pesquisas admitem tipos distintos de generalização, vide slide adiante). Poderão também indicar limitações do estudo, proposições de estudos futuros que aprofundem ainda mais a problemática.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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A Conclusão

Assim, a conclusão é:

• Uma síntese de todo o trabalho, com ênfase na contribuição dos autores• A articulação dos argumentos empíricos construídos pelos alunos à

proposição de pesquisa• A contribuição principal dos alunos, que deve se caracterizar pela

criatividade, lógica, análise e pertinência. Gastem tempo com as conclusões!

Assim, a conclusão não é:• Somente retomar e recolocar a justificativa do trabalho,• Fechar o trabalho, com poucos parágrafos, repetindo conteúdos já

apresentados anteriormente.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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A Introdução

A introdução é a seção de abertura do trabalho. Recomenda-se que seja finalizada junto com o trabalho, ou até mesmo que seja feita ao final do trabalho. A introdução deve ser uma espécie de “isca” ao leitor, que deve conhecer de imediato a proposta do trabalho, sua justificativa e, há quem prefira, as conclusões apresentadas de maneira sucinta. A introdução serve como uma espécie de resumo do trabalho, dando uma visão ampla mas superficial sobre seu conteúdo.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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A Introdução

Assim, a introdução é: Uma visão geral e objetiva sobre o trabalho, um roteiro pelo trabalho, apesar

de sucinto. Deve indicar temática, explicada brevemente, e objeto de pesquisa, justificado. Pode indicar quais teorias ou referenciais teóricos foram utilizados como

sustentação à problemática, indicando também sucintamente a estratégia de pesquisa utilizada para respondê-la.

Assim, a introdução não é: Um tratado histórico sobre a relevância do tema, Um apanhado de frases-feitas em Administração que contextualizam de forma

muito pobre e pouco criativa a problemática, Somente a justificativa do trabalho.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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A Metodologia

A metodologia é uma seção intermediária ao trabalho (pode ser localizada entre a revisão teórica e a caracterização e análise dos dados) que indica aos leitores e avaliadores as decisões metodológicas tomadas pelos alunos. Quanto mais detalhada esta seção, maior o potencial de credibilidade do trabalho. A seção de metodologia deve conter os seguintes itens:

Pergunta de pesquisa Proposições secundárias de pesquisa Hipóteses de pesquisa Natureza genérica e estratégia de pesquisa Unidades de análise (quando aplicável) Decisões de amostragem, instrumentação e análise (codificação) (os porquês, as limitações,

as dificuldades) Procedimentos de validação Delimitação e generalização (vide próximo slide)

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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Cada estratégia de pesquisa caracteriza-se por possibilidades de generalização de naturezas distintas. Devemos explicitar qual tipo de generalização nossa pesquisa admite. Vejamos:

Survey. A estratégia de survey baseada em amostras probabilísticas estatisticamente significativas permite a generalização à população de onde a amostra foi selecionada, dado o erro estatístico inerente ao estudo. Neste caso, tomadas todas as precauções quanto ao design do estudo estatístico, pode-se falar em generalização empírica, quando os resultados são estendíveis à população.

Entrevistas, Análise de dados secundários e Estudos de Caso. Em geral, estas estratégias de pesquisa permitem a transferência das conclusões (transferability), quando a riqueza dos dados contextuais permite que o leitor julgue a pertinência dos argumentos a outros casos. Outra possibilidade é a generalização analítica, quando cada estudo de caso representa um teste completo de teoria, uma espécie de experimento. A generalização analítica vai em direção à teoria, e não à população.

Por fim, há casos em que a generalização não é relevante, pois a pesquisa centra-se no particular e não no geral, ou ainda na proposição de novas teorias ou argumentos a serem testados mais profundamente em outras ocasiões.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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A Metodologia

De maneira geral, os alunos devem descrever com o maior número de detalhes os passos metodológicos dados à execução da pesquisa. A lei é ser honesto quanto aos procedimentos metodológicos implementados, descrevendo exatamente o que aconteceu no decorrer da pesquisa. Se houve problemas metodológicos, é recomendável ser claro em relação a estes problemas indicando possibilidades de aprofundamento e melhorias futuras (vide conclusões). É ainda recomendável que os instrumentos de levantamento de dados estejam disponíveis em anexo, bem como a transcrição das entrevistas (quando aplicável), os documentos analisados e outros materiais que o grupo julgar pertinentes (vide critérios de validação).

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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Resumo, Abstract e Palavras-chave

É obrigatória a elaboração de um resumo (em português) e de um Abstract (em inglês), que sintetizem a proposta e os resultados do trabalho. Estes resumos costumam ter no máximo 250 palavras (vide exigências específicas da sua instituição de ensino), o que requer um trabalho relevante de síntese. Palavras-chave que também sintetizam o trabalho devem ser selecionadas junto à bibliotecária (o vocabulário possível é restrito e controlado) e colocadas logo após os resumos, em português e inglês. Deixem este trabalho para o final. O resumo deve conter, de maneira bem objetiva:

A contextualização da pesquisa (temática), A formulação do problema de pesquisa (objeto de pesquisa), A indicação das teorias de sustentação ao trabalho, A estratégia metodológica explicada de maneira sucinta e Os resultados ou conclusões, sucintamente.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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Resumo – exemplo (163 palavras)

Impactos da tecnologia na gestão de pessoas – um estudo de caso.

Pesquisas sobre gestão de pessoas no Brasil indicam uma fase de transição pela qual a área de RH passa atualmente, de uma atuação predominantemente operacional para modelos mais estratégicos de gestão de pessoas (TEMÁTICA). Neste contexto, a implementação de tecnologias, como a informatização por meio de aplicações de RH auto-atendimento, vem sendo considerada uma maneira de viabilizar novos arranjos organizacionais da gestão de pessoas. Este artigo tem como objetivo discutir os impactos da tecnologia da informação e o seu papel estratégico no contexto de transição da gestão de pessoas (PROBLEMA E OBJETO). Por meio de um estudo de caso (METODOLOGIA), mostramos que a tecnologia pode ser ferramenta útil na consolidação de novas estratégias de gestão de pessoas na medida em que interaja com outros aspectos organizacionais para a emergência de novo sistema social. Podemos verificar que a informatização viabilizou a emergência do modelo político de gestão de pessoas, que é condição que viabiliza formas orgânicas de organização, nas quais a informação é melhor aproveitada para a aprendizagem organizacional (RESULTADOS).

Palavras-chave: Gestão de pessoas. Tecnologia da informação. RH auto-atendimento.

ANÁLISE, INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO E METODOLOGIA

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Módulo 6

ÉTICA EM PESQUISA

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ÉTICA NA PESQUISA

Questões éticas devem permear o desenvolvimento de uma pesquisa. A pesquisa não tem implicações somente para o grupo de TCC, mas pode implicar conseqüências aos pesquisados. Estas conseqüências podem ser essencialmente positivas (discussão de um projeto bem sucedido em uma empresa) ou negativas (exposição de dados confidenciais ou de indivíduos em situações repreensíveis, por exemplo). De qualquer maneira, é importante que os pesquisadores sejam claros e honestos em relação a seus objetivos frente aos pesquisados, evitando qualquer tipo de prejuízo às partes envolvidas (CRESWELL, 2007). Vejamos nos slides a seguir alguns procedimentos capazes de minimizar possíveis conflitos éticos inerentes ao processo de pesquisa.

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Procedimentos éticos durante pesquisa:

Descrever claramente os objetivos da pesquisa aos pesquisados, buscando levá-los a entender o porquê de sua participação e os benefícios da pesquisa.

Perguntar ao entrevistado sobre a possibilidade de gravação das entrevistas. É inadmissível gravar sem autorização.

Não utilizar linguagem ofensiva ou palavras preconceituosas em razão de gênero, orientação sexual, grupo étnico, deficiência ou idade. A pesquisa deve buscar destruir preconceitos, e não os perpetuar.

Práticas fraudulentas, tais como a falsificação ou invenção de dados ou resultados para atender às necessidades de um pesquisador ou de um público constituem má conduta científica.

Ao planejar um estudo, é importante prever as repercussões da pesquisa com determinados públicos e não fazer mau uso dos resultados.

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Procedimentos éticos durante a pesquisa:

Conversar com os seus interlocutores na empresa (se for o caso) sobre a possibilidade de expor o nome da organização. Algumas empresas não o permitem, o que força os alunos a inventar um nome fictício e até omitir alguns dados que revelariam a identidade da empresa. A mesma observação vale para os entrevistados e documentos.

É recomendável que os dados coletados de indivíduos sejam tratados de forma agregada, sendo identificados somente em casos nos quais se ilustram interpretações dos autores com falas selecionadas. Neste caso, pode-se identificar somente o nível hierárquico, a função ou outros atributos relevantes à compreensão dos argumentos dos pesquisadores. De qualquer forma, a regra é simples: se o entrevistado não permitir a revelação de sua identidade, você deve escondê-la, utilizando os dados para compor seu argumento de forma agregada. Há outras estratégias para preservar a identidade de entrevistados. Pense.

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CRONOGRAMA

Módulo 7

Cronograma

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CRONOGRAMA

Mais do que versar sobre o cronograma específico imposto pela instituição de ensino, devemos reconhecer a necessidade de gerenciarmos o tempo à execução do TCC. Algumas etapas levam mais tempo que outras. Sugerimos que os grupos organizem-se segundo este esquema:

Formação do grupo Este processo pode demorar, já que se deve construir consensos entre os alunos.

Definições fundamentais Com o auxílio do(a) orientador(a), este processo costuma ser rápido, mas pode ser revisto posteriormente (10% do tempo total).

Revisão bibliográfica Com as indicações do(a) orientador(a) e da bibliotecária, a revisão deve ser objetiva (20% do tempo total).

Definições fundamentais II Conhecidas as teorias e conceitos, deve-se escolher estratégia de pesquisa, proposições secundárias, bem como planejar amostragem, instrumentação e validação. O auxílio do(a) orientador(a) é fundamental neste momento (15% do tempo total)

Estudo de Campo A ida a campo deve ser planejada e executada com calma, e com antecedência ao final do processo. É provável que ocupe 20 a 25% do tempo total, dependendo da estratégia.

Análise dos dados e conclusão

A esta etapa fundamental deve-se dar atenção especial. Neste momento, o(a) orientador(a) deve dar apoio, mas o trabalho criativo é responsabilidade dos alunos (25% do tempo total)

Formatação e itens finais Não deixe a formatação para o final! De qualquer maneira, o final do trabalho requer ajustes e itens formais, tomando 5% do tempo total.

Tabela 2 – cronograma sugerido à execução do TCC. Fonte: elaborado pelo autor

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REFERÊNCIAS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE. SABÓIA DE MEDEIROS. Manual para apresentação formal de trabalhos acadêmicos. 2. ed. São Bernardo do Campo, 2007.

CRESWELL, J. Projeto de pesquisa. Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Bookman, 2007.

LANGLEY, A. Triangulação de dados. In: SEMINÁRIO DE ANÁLISE QUALITATIVA. São Paulo: Uninove, 2007.

LEARNING CENTER. What is plagiarism. Disponível em :< http://www.plagiarism.org/learning_center/what_is_plagiarism.html>. Acesso em: 21 nov. 2007.

MASCARENHAS, A.; VASCONCELOS, F.; VASCONCELOS, I. Impacto da tecnologia na gestão de pessoas – um estudo de caso. Revista de Administração Contemporânea, São Paulo, v.49, n.1, p.125-147, jan./mar. 2005.

OLIVEIRA, M. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2007.

PINSONNEAULTT, A.; KRAEMER, K. Survey research methodology in management information systems : an assessment. Journal of Management Information Systems, Saddle River, v.10, n.2, p.75-105, 1993.

YIN, R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

As referências estão de acordo com a ABNT 6023 (2002)