Slides Paul Krugman - Caps 16 17 e 18

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Prof. Emerson L. S. Iaskio [email protected] A produção e a taxa de câmbio no curto prazo Capítulo 16

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A produção e a taxa de câmbio no curto prazo

Capítulo

16

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Derivando a curva DD

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Deslocamentos da curva DD

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D

YE

Y

Y1 Y2

Y1 Y2

E0

DD¹ DD²

D=Y

Aumento nos gastos governamentais

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D

YE

Y

Y² Y¹

Y² Y¹

E0

DD² DD¹

D=Y

Aumento nos impostos (T)

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D

YE

Y

Y1 Y2

Y1 Y2

E0

DD¹ DD²

D=Y

Aumento na demanda por Investimento (I)

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D

YE

Y

Y² Y¹

Y² Y¹

E0

DD² DD¹

D=Y

Aumento nos preços internos (P)

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D

YE

Y

Y1 Y2

Y1 Y2

E0

DD¹ DD²

D=Y

Aumento nos preços externos (P*)

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D

YE

Y

Y1 Y2

Y1 Y2

E0

DD¹ DD²

D=Y

Redução da poupança interna (maior consumo)

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Equilíbrio no mercado de ativos de curto prazo: a curva AA

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Produção, taxa de câmbio e equilíbrio no mercado de ativos

• Condição da paridade de juros:

• 𝑅 = 𝑅∗ +(𝐸𝑒−𝐸)

𝐸

• A taxa de juros doméstica que satisfaz a condição de paridade de juros deve igualar a oferta de moeda e a demanda por moeda real:

•𝑀𝑂

𝑃= 𝐿(𝑅, 𝑌)

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R¹L (R, Y¹)

Oferta real de moeda

Retorno esperado sobre depósitos estrangeiros

Taxa de juros da moeda doméstica

𝐸¹

𝑀𝐸𝑈𝐴0

𝑃𝐸𝑈𝐴

Saldos reais domésticos de moeda

Mercado de câmbio

Mercado monetário

Taxa de câmbio

1’

1

L (R, Y²)

Aumento na produção

2

2’𝐸²

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Produção, taxa de câmbio e equilíbrio no mercado de ativos

• Para que o mercado de ativos permaneça em equilíbrio, permanecendo tudo o mais constante, um aumento na produção interna deve ser acompanhado por uma apreciação na moeda doméstica.

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Derivando a curva AA

• Curva DD: taxas de câmbio e níveis de produção nos quais o mercado de produção está em equilíbrio.

• Curva AA: taxas de câmbio e níveis de produção nos quais o mercado de ativos está em equilíbrio.

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Y¹ Produção, Y

Taxa de câmbio

AA

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Deslocamentos da curva AA

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Taxa de câmbio

AA²

Aumento na oferta de moeda (M0)

AA¹

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Y0

Taxa de câmbio

AA¹

Aumento no nível de preços domésticos (P)

AA²

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Equilíbrio de curto prazo para uma economia aberta: colocando as curvas DD e AA juntas

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Taxa de câmbio

AA

DD

1

Produção, Y

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Taxa de câmbio

AA

DD

1

2

3

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Mudanças temporáriasna políticas monetária fiscal

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Mudanças temporárias na políticas monetária fiscal

• Efeitos das mudanças temporárias nas políticas.• Mudanças efetuadas para manter o nível de pleno

emprego no curto prazo.

• Mudanças que o público espera que sejam revertidas no futuro próximo.

• Suposição de que a taxa de câmbio futura esperada seja igual à taxa e câmbio no longo prazo.

• Um mudança na política econômica não afeta taxa de câmbio esperada de longo prazo, Ee.

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Taxa de câmbio

AA¹

DD

1

Produção, Y

Política Monetária Expansionista

AA²

2E²

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Taxa de câmbio

AA

DD²

1

Produção, Y

Política Fiscal Expansionista

2E²

DD²

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Políticas para manutenção do Pleno Emprego

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YP

Taxa de câmbio

AA¹

DD¹

1

Produção, Y

Uma mudança nos gostos dos consumidores diminui a sua demanda por bens nacionais

AA²

3

DD²

2

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YP

Taxa de câmbio

AA²

DD²

3

Produção, Y

Um aumento temporário na demanda por moeda pressiona a taxa de juros doméstica

AA¹

1

DD¹

2

Y2

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Taxas fixas de câmbio e intervenção no câmbio

Capítulo

17

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Como o Banco Central fixa a taxa de câmbio

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Como o Banco Central fixa a taxa de câmbio

• Para manter a taxa de câmbio constante, o banco central deve sempre transacionar moedas, a uma taxa de câmbio fixa, com os agentes privados no mercado de câmbio.

• Por exemplo: para fixar a taxa de câmbio em R$1=US$1, o BACEN deve estar disposto a comprar reais com sua reservas em dólares, em qualquer quantidade que o mercado desejar a essa taxa.

• Também deve se dispor a comprar qualquer quantidade de dólares que o mercado desejar.

• O BC só conseguirá manter a taxa fixa se as suas transações assegurarem o equilíbrio do mercado de divisas.

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Equilíbrio do mercado cambial sob uma taxa fixa de câmbio

• Na condição de paridade de juros:

• R = R*

• Não há expectativa de mudança na taxa de câmbio.

• Os agentes só mantêm moeda doméstica de ela oferecer a mesma taxa de juros que a moeda estrangeira.

• Para assegurar a taxa de câmbio fixa, o banco central deve manter R igual a R*.

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Equilíbrio do mercado monetário sob uma taxa de câmbio fixa

• Para manter a taxa de juros interna R igual a R*, o BC deve ajustar a oferta de moeda, de modo que R* equilibre a demanda doméstica agregada por moeda real:

•𝑀𝑆

𝑃= 𝐿(𝑅∗, 𝑌)

• Dados P e Y, a oferta de moeda deve equilibrar o mercado de câmbio.

• Um aumento na produção eleva a demanda por moeda real que, no longo prazo, aprecia a moeda (dada a elevação da taxa de juros doméstica).

• Para evitar a apreciação da moeda, o BC deve comprar ativos estrangeiros.

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Equilíbrio do mercado monetário sob uma taxa de câmbio fixa

• Essa compra de ativos estrangeiros elimina o excesso de demanda por moeda doméstica porque o BC emite moeda para pagar os ativos estrangeiros que compra.

• A oferta de moeda é elevada, para que equilibre R e R*.

• Se o BC não satisfizer o excesso de demanda, a taxa de juros doméstica aumenta para além de R*.

• Os participantes do mercado cambial demandarão mais moeda doméstica.

• Sem intervenção, a moeda local apreciará.

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Políticas de estabilização com taxa fixa de câmbio

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Taxa de câmbio

E0

Produção, Y

AA¹

DD

1

Política Monetária Expansionista (Ex: compra de ativos domésticos)

AA²

2

Aumento de M0 desloca AA para a direita

1

Para evitar a depreciação, o BC vende ativos estrangeiros em troca de moeda local

2

A curva AA volta à sua posição de origem

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Taxa de câmbio

E0

Produção, Y

AA¹

DD¹

1

Política fiscal expansionista Um aumento em G desloca a curva DD para a direita.

DD²

2E²

AA²

3

A produção aumenta, aumenta a demanda por moeda local, aumenta a taxa de juros, e a moeda local aprecia.

Para evitar a apreciação de moeda, o BC deve comprar ativos estrangeiros, aumentando a oferta de moeda local.

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Mudanças na taxa de câmbio

• Pode ocorrer que, um país que esteja rapidamente perdendo as suas reservas cambiais, permite certa desvalorização da moeda local, mantendo, mesmo assim, uma taxa fixa.

• O BC deve anunciar que esta disposto a transacionar a moeda em quantidades limitadas, em troca de moeda estrangeira, à nova taxa de câmbio.

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Taxa de câmbio

E0

Produção, Y

AA¹

DD

1

Efeito da desvalorização da moeda Um aumento no nível da taxa de câmbio fixa torna os bens nacionais mais baratos para os consumidores estrangeiros.

E¹2

Inicialmente, há um excesso de demanda por produção

Para manter a taxa de câmbio no novo patamar, o BC deve comprar ativos estrangeiros e expandir a oferta de moeda, deslocando AA.

AA²

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Crises do balanço de pagamentos e fuga de capitais

• Há situações nas quais o BC pode achar indesejável ou não confiável manter a taxa de câmbio fixa.• Ex: poucas reservas.

• A crença do mercado em uma variação iminente na taxa de câmbio leva a uma crise no balanço de pagamentos.

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Expectativa de desvalorização desloca para a direita a curva de expectativas de retorno da moeda.

Para manter a taxa de retorno da moeda local mais alta e, portanto mais atraente, o BC precisa reduzir a oferta de moeda.

A perda de reservas acompanhada por uma suspeita de desvalorização é chamada fuga de capitais.

A fuga de capitais pode forçar o BC a desvalorizar a moeda mais que o desejado.

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Moedas de reserva no sistema monetário mundial

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Moedas de reserva no sistema monetário mundial

• Até agora a suposição foi de que um país fixa a sua taxa de câmbio em relação a uma única moeda estrangeira hipotética, trocando ativos domésticos por estrangeiros quando necessário.

• No mundo real existem várias moedas, e é possível que um país fixe as taxas de câmbio de sua moeda em relação a algumas moedas estrangeiras e deixe flutuar em relação a outras.

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Moedas de reserva no sistema monetário mundial

• Dois sistemas:

• 1º) moeda reserva:

• Uma moeda é considerada moeda reserva: o BC de cada país fixa a sua taxa de câmbio em relação à moeda reserva.

• O BC de cada país mantém suas reservas internacionais na moeda reserva.

• 2º) padrão ouro:

• Os BCs atrelam o preço de sua moeda ao ouro e detêm o ouro como reserva internacional oficial.

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Como funciona o padrão de moeda reserva

• Foi adotado entre o final da Segunda Guerra Mundial e 1973.

• A base era o dólar norte-americano.

• Os BCs fixavam a taxa de câmbio de suas moedas em dólar.

• Trocavam a moeda doméstica por ativos em dólares no mercado de câmbio.

• Os BCs tinham que ter reservas suficientes em dólares para atender a qualquer eventual excesso de oferta de sua moeda.

• Mesmo que os BCs atrelassem a sua taxa fixa de câmbio apenas ao dólar, as forças de mercado manteriam automaticamente todas as outras taxas de câmbio.

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A posição assimétrica do centro de reservas

• O país cuja moeda é mantida como reserva dos outros não precisa intervir no mercado de câmbio (posição especial).

• Existem N países com N moedas.

• Mas apenas N-1 taxas de câmbio em relação à moeda reserva.

• Se os N-1 países sem moeda reserva fixam suas taxas de câmbio em relação à moeda reserva, não existe uma taxa de câmbio que o centro de reserva pode fixar.

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A posição assimétrica do centro de reservas

• O país emissor pode continuar usando a sua política monetária para a estabilização macroeconômica.

• Se o país emissor expandir a oferta de moeda, reduz a sua taxa de juros.

• Leva a um excesso de demanda por moedas estrangeiras no mercado de câmbio.

• Os outros BCs devem comprar ativos em sua moeda, empurrando para baixo as suas taxas de juros.

• Após a compra de ativos domésticos pelo país emissor a produção de todas as economias aumenta.

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A posição assimétrica do centro de reservas

• Assimetria básica do sistema de moeda de reserva:

• O país das reservas tem o poder de afetar a sua própria economia, assim como as economias estrangeiras, usando política monetária.

• Os outros BCs são forçados a abandonar a sua PM como ferramenta de estabilização.

• Devem, portanto, ‘importar’ passivamente a política monetária do centro de reservas, devido ao seu compromisso de atrelar sua moeda à moeda reserva.

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O padrão ouro

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O padrão ouro

• O padrão ouro internacional evita a assimetria inerente ao sistema de reservas, já que nele não existe o problema da ‘N-ésima moeda’.

• No padrão ouro, cada país fixa o preço de sua moeda em relação ao ouro, estando pronto para trocar a moeda doméstica por ouro sempre que necessário.

• Como há N moedas e N preços em ouro, nenhum país fica em posição privilegiada.

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Como funciona o padrão ouro

• As reservas internacionais tomam a forma de ouro.

• Cada país também não pode impedir a importação e a exportação de ouro através de suas fronteiras.

• O padrão ouro resulta em taxas de câmbio fixas em todas as moedas.

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Ajuste monetário simétrico sob o padrão ouro

• Aumento de oferta de moeda não pode depreciar essa moeda quando todas as moedas são convertidas em ouro.

• Os detentores de moeda local insatisfeitos devem vender essa moeda ao BC em troca de ouro, e trocá-lo por outras moedas em outros BCs.

• O BC local perde ativos internacionais (ouro) e reduz a oferta de moeda (foi obrigado a comprar a moeda em troca de ouro).

• O ajuste é automático nos países.

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Vantagens e desvantagens do padrão ouro

• As vantagens vão além da simetria.

• Os BCs não podem aumentar a oferta de moeda mais rapidamente que sua demanda.

• Esses limites tornam os valores reais das moedas nacionais mais estáveis e previsíveis.

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Vantagens e desvantagens do padrão ouro

• Desvantagens:

• 1) O padrão ouro restringe o uso da política monetária no combate ao desemprego.

• 2) Atrelar os valores monetários ao ouro só assegura um nível geral de preços estável se o preço relativo do ouro e de outros bens for estável.

• 3) Os BCs não podem aumentar seus estoques de reservas internacionais conforme suas economias crescem, a não ser que haja continuamente novas descobertas de ouro.

• 4) O padrão ouro poderia dar aos países com bom potencial aurífero considerável capacidade de influenciar as condições macroeconômicas do mundo, vendendo ouro no mercado.

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O padrão bimetálico

• Até o início da década de 1870: muitos países aderiram ao padrão bimetálico (ouro e prata).

• Os EUA aderiram ao padrão bimetálico de 1837 até a Guerra Civil, quando abandonaram esse sistema a favor do padrão ouro em 1873.

• A potência bimetálica principal era a França.

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O padrão bimetálico

• A casa da moeda de um país cunha quantidades específicas de ouro ou prata na unidade monetária nacional.

• EUA:• 1 dólar = 371,25 grãos de prata (47,449 gramas) ou

23,22 grãos de ouro (1,5046 gramas).

• Essa paridade da casa da moeda poderia diferir da do preço relativo de mercado dos dois metais.

• Vantagem do padrão bimetálico: reduzir a instabilidade do nível de preços resultante do uso de somente um dos metais.

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O padrão câmbio-ouro

• Está a meio caminho entre o padrão ouro e padrão puro de moeda de reserva.

• As reservas dos BCs consistem em ouro e moedas cujos preços em termos de ouro são fixos.

• Cada BC atrela a sua taxa de câmbio a uma moeda com um preço fixo em ouro.

• Esse sistema foi adotado após a Segunda Guerra.

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O Sistema Monetário Internacional, 1870-1973

Capítulo

18

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Introdução

• Nos capítulos anteriores:

• Suposição de que as políticas macroeconômicas de um país não afetam o resto do mundo e vice-versa.

• No entanto, qualquer mudança na taxa real de câmbio de um país afeta as taxas reais de câmbio estrangeiras e vice-versa.

• A interdependência entre as economias nacionais abertas tem deixado mais difícil para os governos atingir os objetivos de sua política macroeconômica, como o pleno emprego e a estabilidade de preços.

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Introdução

• Objetivos das macroeconomias abertas:

• Equilíbrio interno:• Pleno emprego e estabilidade de preços.

• Equilíbrio externo:• Balança comercial.

• Um país não consegue alterar a sua posição quanto aos pagamentos internacionais sem gerar automaticamente uma mudança oposta.

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Objetivos de uma política macroeconômica em uma economia aberta

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Equilíbrio interno: pleno emprego e estabilidade no nível de preços

• Há equilíbrio interno quando os recursos produtivos de um país estão sendo plenamente empregados e seu nível de preços está estável.

• Quando os recursos estão subempregados, o resultado é o desperdício e a pobreza.

• Se a economia está superaquecida e os recursos sobre-empregados, ocorre outra perda (menos prejudicial):• Hotas-extra.

• Super-utilização dos equipamentos.

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Equilíbrio externo: nível ótimo das transações correntes

• Um país com déficit em transações correntes recebe do resto do mundo recursos que terá que pagar no futuro.

• Essa situação não é necessariamente indesejável.• Ex: poderá investir os recursos emprestados.• Um investimento lucrativo poderá gerar um bom

rendimento para cobrir os juros e o principal do investimento.

• Um superávit pode não representar um problema se as poupanças domésticas estão sendo investidas de modo mais lucrativos no exterior.

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Equilíbrio externo: nível ótimo das transações correntes

• Desequilíbrios em TC e comércio intertemporal.

• Os governos normalmente tentam evitar déficits ou superávits muito grandes, a não ser que tenham evidências seguras de que tais desequilíbrios são justificados por potenciais ganhos intertemporais.

• O saldo ótimo de transações correntes pode mudar de forma imprevisível no decorrer do tempo, conforme as condições da economia mudam.

• Saldos em TC muito distantes da meta podem causar sérios problemas.

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Problemas com déficits excessivos em transações correntes

• Projetos de investimento que dependem de fundos estrangeiros podem ter sido mal planejados e baseados em expectativas muito otimistas sobre a lucratividade futura.

• Muitas vezes os déficits representam consumo temporariamente alto.

• O governo poderia desejar reduzir o déficit em TC imediatamente, para evitar de pagar a dívida aos estrangeiros depois.

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Problemas com déficits excessivos em transações correntes

• Um grande déficit em TC causado por uma política fiscal expansionista que não torne as oportunidades de investimentos domésticos mais lucrativas pode sinalizar uma necessidade do governo em reestabelecer o equilíbrio externo, mudando o curso da economia.

• Algumas vezes a meta é imposta pelo exterior, e não uma escolha do governo doméstico.

• Dificuldade em pagar empréstimos anteriores.

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Problemas com superávits excessivos em transações correntes

• O país está acumulando ativos localizados no exterior.

• Para dado nível de poupança nacional, elevado superávit em TC implica menos investimento doméstico.

• S = TC + I

• Primeiro problema:

• Rendimentos em capital doméstico podem ser mais fáceis de tributar que aqueles advindos de ativos estrangeiros.

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Problemas com superávits excessivos em transações correntes

• Segundo problema:

• Adição ao estoque de capital doméstico pode reduzir o desemprego doméstico e levar a uma renda nacional mais elevada do que uma adição igual aos ativos estrangeiros.

• Terceiro problema:

• Efeitos de vazamento tecnológico não captados pela empresa que recebeu o investimento.

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Problemas com superávits excessivos em transações correntes

• Risco de não pagamento (o país pode perder parte de sua renda estrangeira).

• Países com superávits excessivos podem se tornar alvo de políticas protecionistas discriminatórias.

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A política macroeconômica sob o padrão ouro, 1870-1914

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Origens do padrão ouro

• Origem histórica: ouro como meio de troca.

• Padrão ouro como instituição: 1819, quando o Parlamento britânico revogou as antigas restrições sobre as exportações de moedas e lingotes de ouro britânicos.

• Século XIX: Alemanha, Japão e outros países também adotaram o padrão-ouro.

• EUA: 1979

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Equilíbrio externo sob o padrão ouro

• Sob o padrão ouro, a responsabilidade do BC é preservar a paridade oficial entre a sua moeda e o ouro.

• O equilíbrio externo era uma situação na qual não havia nem entrada e nem saída excessiva de ouro do país.

• O superávit ou o déficit no BP tinha que ser financiado por trocas de carregamentos de ouro entre os bancos centrais.

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Mecanismo preço-fluxo de metais preciosos

• É um mecanismo que se opera de maneira quase automática para equilibrar o balanço de pagamentos.

• Muita entrada de ouro aumenta os preços internos do país, de forma que reduz a demanda internacional.

• Com importações maior que exportações, haveria saída de ouro, e o equilíbrio retornaria.

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As ‘regras do jogo’ do padrão ouro: mito e realidade

• Os BCs que estavam perdendo ouro em bases persistentes reconheceram o risco de, mais cedo ou mais tarde, não conseguir resgatar suas notas.

• Elevando a taxa de juros doméstica refreariam a saída de ouro, ou atrairiam fluxos de ouro.

• Essas medidas foram conhecidas por “regras do jogo”.

• No entanto, as regras do jogo contribuíram para acelerar o movimento de equilíbrio do BP entre os países.

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Equilíbrio interno sob o padrão ouro

• Fixando os preços monetários em ouro, o padrão ouro visava assegurar a estabilidade dos preços mundiais.

• No entanto, havia alterações no preço relativo do ouro, que refletiam aumentos de curto prazo nos preços.

• O padrão ouro também não assegurou o pleno emprego.

• Antes da Primeira Guerra mundial os governos não assumiram a responsabilidade de manter equilíbrios internos.

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Os anos entre guerras, 1918-1939

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Os anos entre guerras, 1918-1939

• Suspensão do padrão ouro durante a Primeira Guerra e emissão de moeda para financiamento dos gastos militares.

• Baixas de guerra, redução da força de trabalho e capacidade produtiva e elevação nos níveis de preços.

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O retorno transitório ao ouro

• Os EUA voltaram ao padrão ouro em 1919.

• 1922: Conferência em Gênova com Grã-Bretanha, França, Itália e Japão.

• Retorno geral ao padrão ouro e compromissos com equilíbrio externo e interno.

• Escassez de ouro e o padrão câmbio-ouro parcial.

• Os países menores poderiam manter suas reserva em moedas de países maiores, que manteriam suas reservas em ouro.

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O retorno transitório ao ouro

• 1925: Grã-Bretanha voltou ao padrão ouro, atrelando a sua libra esterlina ao mesmo preço do ouro de antes da guerra.

• Estagnação da Grã-Bretanha na década de 1920, com muitos países tendo atrelado suas moedas à libra esterlina.

• A Grã-Bretanha foi forçada a entregar o seu ouro em 1931, quando da perda de confiança.

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Desintegração econômica internacional

• A Grande Depressão e a renúncia dos países ao padrão ouro, deixando suas moedas flutuarem.

• Os EUA deixaram o padrão ouro em 1933, mas voltaram em 1934, após elevarem o preço em dólar do ouro de $ 20,67 para $ 35 por onça.

• Vários países também voltaram ao padrão ouro após a desvalorização.

• Aqueles que não desvalorizaram as suas moedas foram os que mais sofreram com a Grande Depressão.

• Barreiras ao comércio e deflação nas economias industrializadas levaram muitos países a não pagar as suas dívidas externas.

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Desintegração econômica internacional

• A economia mundial desintegrou-se em unidades cada vez mais autárquicas no início da década de 1930.

• Vários países resolveram o dilema entre equilíbrio interno e externo cortando as suas relações comerciais com o resto do mundo.

• Eliminaram por decreto a possibilidade de qualquer desequilíbrio externo significativo.

• Resultado: as economias demoraram a se recuperar.

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O sistema Bretton Woods e o Fundo Monetário Internacional

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O sistema Bretton Woods e o Fundo Monetário Internacional

• Junho de 1944:

• Representantes de 44 países [o Brasil entre eles] se reuniram em New Hamphire para planejar e assinar os Artigos do Acordo do Fundo Monetário Internacional (FMI).

• Preocupação com as necessidades econômicas mundiais após o fim do conflito (Segunda Guerra).

• Objetivo:

• Planejar um sistema monetário que levasse ao pleno emprego e à estabilidade de preços e permitisse que os países obtivessem o equilíbrio externo sem ter de impor restrições ao comércio internacional.

• Foi também criada uma segunda instituição: O Banco Mundial.• Teria o objetivo de ajudar os combatentes a reconstruir suas economias

destruídas e ajudar os antigos territórios colonizados a desenvolver e modernizar as suas economias.

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O sistema Bretton Woods e o Fundo Monetário Internacional

• O acordo de Bretton Woods exigia taxas fixas de câmbio em relação ao dólar norte-americano e um preço do ouro em dólar invariável - $ 35 por onça.• No Brasil: Cr$ 18,46 por dólar.

• Os países-membros mantinham as suas reservas internacionais oficiais em dólar ou em ouro e tinham o direito de vender dólares para o Federal Reserve em troca de ouro ao preço oficial. [padrão câmbio-ouro].

• Os EUA eram responsáveis na teoria pela fixação do preço-ouro em dólares.

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Objetivos e estrutura do FMI

• Os Artigos do Acordo do FMI tentaram evitar a repetição da turbulenta experiência no período entre guerras mediante uma mistura de disciplina e flexibilidade.

• Se um BC, exceto o Fed, tivesse expansão monetária excessiva, perderia reservas internacionais e se tornaria incapaz de manter a taxa de câmbio de sua moeda fixa ao dólar.

• Um elevado crescimento monetário nos EUA levaria os BCs estrangeiros ao acúmulo de dólares.

• Então o Fed tinha sua política monetária limitada pela obrigação de resgatar esses dólares em troca de ouro.• O preço em dólares do ouro aumentaria muito se houvesse

uma grande expansão monetária (freio para os EUA).

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Objetivos e estrutura do FMI

• As taxas fixas em relação ao dólar eram consideradas mais que um artifício para impor disciplina monetária ao sistema.

• [no período entre guerras as taxas flutuantes provocaram instabilidade especulativa e eram prejudiciais ao comércio internacional].

• Os governos não estavam dispostos a manter o livre comércio e as taxas fixas de câmbio à custa do desemprego doméstico de longo prazo.

• O acordo do FMI necessitava, portanto, ser flexível o suficiente para permitir aos países alcançar o equilíbrio externo, sem sacrificar os objetivos internos ou as taxas fixas de câmbio.

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Objetivos e estrutura do FMI

• Duas características que ajudaram a promover essa flexibilidade:

• 1ª) Os membros do FMI contribuíram com suas moedas e ouro para formar uma reserva que o FMI poderia emprestar aos países necessitados.

• 2ª) As paridades de câmbio poderiam ser ajustadas com o Acordo do FMI.• As valorizações e desvalorizações deveriam ser pouco

frequentes e realizadas somente nos casos de uma economia em desequilíbrio fundamental.

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Conversibilidade e a expansão dos fluxos de capital privado

• Para promover o comércio multilateral, os Artigos do Acordo do FMI exigiam que os membros tornassem suas moedas nacionais conversíveis o mais breve possível.

• Uma moeda conversível é aquela que pode ser livremente trocada por moedas estrangeiras.

• Ex: Um canadense que adquirisse dólares americanos para fazer compras nos EUA poderia vender esses dólares americanos no Banco Central canadense em troca de sua moeda. O BC daquele país, por sua vez, tinha o direito de vende-los ao Fed em troca de ouro.

• Os dólares americanos e canadenses tornaram-se conversíveis em 1945.

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Conversibilidade e a expansão dos fluxos de capital privado

• A não conversibilidade poderia tornar o comércio internacional extremamente difícil.

• Por ser o dólar americano uma das primeiras moedas a se tornar conversível, se tornou a principal moeda no pós-guerra.

• Após a restauração da conversibilidade na Europa, em 1958, os mercados tornaram-se mais integrados.

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Fluxos de capitais especulativos e crises

• Um país com déficit grande e persistente em TC poderia ser suspeito de estar em ‘desequilíbrio fundamental’ e, portanto, estar pronto para uma desvalorização da moeda.

• Frequentes crises no BP na década de 1960 e início da década de 1970.

• 1967: Desvalorização da libra esterlina.

• 1969: desvalorizações do DM e do franco francês.

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Analisando as opções de política econômica no sistema de Bretton Woods

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Opções de política econômica no sistema de Bretton Woods

• Suposição: um país (exceto EUA) em busca de equilíbrio interno e externo sob o sistema de Bretton Woods.

• Estabelece taxas fixas de câmbio.

• Taxa de juros doméstica e estrangeira iguais:

• R = R*

• P* e E permanentemente fixos.

• A inflação doméstica depende sobretudo da demanda agregada, e não das expectativas quanto à inflação futura.

• O equilíbrio interno exige apenas o pleno emprego.

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Mantendo o equilíbrio interno

• 𝑌𝑃 = 𝐶 𝑌𝑃 − 𝑇 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑇𝐶𝐸𝑃∗

𝑃, 𝑌𝑃 − 𝑇

• Expansão fiscal (aumento de G) estimula a demanda agregada e faz com que a produção aumente.

• Uma desvalorização da moeda (aumento de E) faz com que os preços domésticos fiquem mais baratos em relação àqueles vendidos no exterior, e também aumenta a produção.

• O formulador de política econômica pode manter a produção estável no nível de pleno emprego por meio de mudanças na política fiscal ou na taxa de câmbio.

• Sob taxas fixas de câmbio, a PM não constitui uma ferramenta de política econômica.

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Taxa de câmbio, E

Facilidade fiscal (G ou T)

II (Y = YP – Eq. interno)

Para manter a produção constante, uma valorização da moeda deve ser combinada com expansão fiscal

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Mantendo o equilíbrio externo

• Mudanças na política fiscal ou na taxa de câmbio podem ser usadas para influenciar a produção e, assim, ajudar o governo a atingir seu objetivo de pleno emprego.

• Essas ferramentas também podem ser usadas para afetar o equilíbrio externo da economia.

• Suposição: um valor-alvo “X” para o superávit nas transações correntes.

• O objetivo do equilíbrio externo exige que o governo administre a política fiscal e a taxa de câmbio:

• 𝑇𝐶𝐸𝑃∗

𝑃, 𝑌𝑃 − 𝑇 = 𝑋

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Mantendo o equilíbrio externo

• Dados P e P*, um aumento em E torna os bens domésticos mais baratos e melhora as transações correntes.

• A expansão fiscal tem efeito oposto nas TC.

• Uma queda em T aumenta a produção, Y.

• O aumento resultante da renda eleva o gasto doméstico em bens estrangeiros e piora as transações correntes.

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Taxa de câmbio, E

Facilidade fiscal (G ou T)

XX (TC = X – Eq. externo)

Mostra o quanto de expansão fiscal é necessário para manter as transações correntes em X.

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Políticas de mudança e troca de gastos

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Taxa de câmbio, E

Facilidade fiscal (G ou T)

II (Y = YP – Eq. interno)

XX (TC = X – Eq. externo)

1

Quatro regiões de desconforto econômico

Região 1: sobre-emprego, superávit excessivo nas transações correntes

Região 2: sobre-emprego, déficit excessivo nas transações correntes

Região 3: sub-emprego, déficit excessivo nas transações correntes

Região 4: sub-emprego, superávit excessivo nas transações correntes

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Políticas de mudança e troca de gastos

• Se a economia está longe do ponto 1:

• Ajustes na política fiscal e na taxa de câmbio são necessárias para alcançar os equilíbrios interno e externo.

• Mudança na política fiscal: política de mudança nos gastos.• Altera a demanda total da economia por bens e serviços.

• Mudança (ajuste) na taxa de câmbio: política de troca de gastos.• Altera a direção da demanda.• Desloca a direção da demanda entre produção doméstica e

importações.

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Políticas de mudança e troca de gastos

• Sob as regras de Bretton Woods as políticas de trocas de gastos não poderiam ser frequentes.

• Isso deixaria a política fiscal como a principal ferramenta para promover equilíbrio.

• Mas não é suficiente.

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Taxa de câmbio, E

Facilidade fiscal (G ou T)

II (Y = YP – Eq. interno)

XX (TC = X – Eq. externo)

1

Quatro regiões de desconforto econômico

Região 1: sobre-emprego, superávit excessivo nas transações correntes

Região 2: sobre-emprego, déficit excessivo nas transações correntes

Região 3: sub-emprego, déficit excessivo nas transações correntes

Região 4: sub-emprego, superávit excessivo nas transações correntes

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Políticas de mudança e troca de gastos

• Problemas:

• A política fiscal não é facilmente ajustável.

• A expansão fiscal pode levar a déficits crônicos.

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Taxa de câmbio, E

Facilidade fiscal (G ou T)

II (Y = YP – Eq. interno)

XX (TC = X – Eq. externo)

1

Suposição: país com as contas no ponto 2

2

1ª solução: política fiscal expansionista.

3

Resolve o problema do desemprego.

Mas continua com déficit em transações correntes

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Taxa de câmbio, E

Facilidade fiscal (G ou T)

II (Y = YP – Eq. interno)

XX (TC = X – Eq. externo)

1

Suposição: país com as contas no ponto 2

2

2ª solução: política fiscal contracionista.

3

Resolve o problema do desequilíbrio externo.

Mas derruba a produção.4

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Taxa de câmbio, E

Facilidade fiscal (G ou T)

II (Y = YP – Eq. interno)

XX (TC = X – Eq. externo)

1

Suposição: país com as contas no ponto 2

2

3ª solução: desvalorização da moeda.

3

Resolve de uma só vez os problemas dos desequilíbrios externo e interno. 4

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O problema do equilíbrio externo nos EUA

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O problema do equilíbrio externo nos EUA

• Problema diferente dos N-1 países do Acordo.

• Como emissores da N-ésima moeda, não fixam suas taxas de câmbio em dólares.

• Responsabilidade do Fed: manter o preço do ouro em $ 35 por onça e garantir que os BCs do mundo possam converter seus dólares em ouro.

• Deveria manter reservas suficientes.

• Restrição potencial externa dos EUA: necessidade de outros países converterem suas reservas de dólares em ouro.

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O problema do equilíbrio externo nos EUA

• Na prática: os BCs estrangeiros retinham suas reservas em dólares, uma vez que estes pagavam juros.

• As ofertas de ouro não estavam crescendo o suficiente para acompanhar o crescimento econômico mundial.

• A única maneira de os BCs aumentarem as suas reservas internacionais era por meio de acúmulo de ativos em dólares.

• Conversões oficiais em ouro e o esgotamento das reservas norte-americanas de ouro.

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O problema do equilíbrio externo nos EUA

• Robert Triffin (1960): Gold and dollar crisis.• Conforme cresciam os ativos em dólares dos BCs

estrangeiros, estes excederiam o estoque de dólares dos EUA.• Problema de confiança.

• Solução proposta: aumentar o preço em dólares do ouro.

• Dois problemas:• Inflação.• Enriqueceriam os principais produtores de ouro.

• Os BCs esperariam uma diminuição do valor em ouro de suas reservas em dólares.• Poderia agravar ainda mais o problema.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• Sob o sistema de paridades fixas:

• Difícil para os países conciliar equilíbrios interno e externo.

• Maior facilidade de se transferir fundos entre as fronteiras.

• A maior probabilidade de mudanças nas taxas de câmbio levaria a ataques especulativos.

• Pacote de política macroeconômica dos EUA (1965-1968).

• Visto como o principal erro que contribuiu para o fim do sistema de taxas cambiais fixas.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• 1965: crescimento de compra de armamentos.

• Maior envolvimento do presidente Lyndon Johnson com o conflito no Vietnã.

• Outros tipos de gastos também aumentaram:• Great Society: fundos de educação pública e

remodelagem urbana.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• Os aumentos das compras governamentais não se fizeram acompanhar de elevação de impostos.• 1966 era ano de eleições.

• Resultado: elevação nos preços e queda no superávit em transações correntes.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• Política fiscal expansionista entre 1967 e 1968.

• Inflação próxima a 6% a.a.

• Entre 1967 e 1968: especuladores londrinos começaram a comprar ouro, prevendo aumento de seu preço em dólares.

• Criação de um mercado duplo de ouro.• Uma parte privada e uma parte oficial.

• Os comerciantes privados poderiam comprar ouro no mercado londrino, mas lá o preço poderia flutuar.

• Os BCs continuariam a negociar o ouro entre si, mas no preço oficial de $ 35 por onça.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• O sistema BW foi criado com o objetivo de conter a inflação.

• Ao romper com o sistema de mercado fixo de ouro, os BCs abandonaram o sistema que os protegia da inflação.

• Mas continuam com o direito de comprar ouro do Fed.

• O preço do ouro não freava mais o crescimento monetário mundial.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• 1970: recessão nos EUA.

• Aumento do desemprego.

• Os mercados se convenciam cada vez mais de que os EUA deveriam provocar alguma depreciação real do dólar.

• Duas opções:• Queda no nível de preços interno (deflação com

desemprego).

• Queda no valor nominal do dólar em relação às moedas estrangeiras.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• A primeira opção parecia dolorosa demais.

• A percepção dos mercados estava correta:• Novas vendas de dólares no mercado de câmbio.

• Mas os EUA, ofertantes da N-ésima moeda, só poderiam mudar a sua taxa de câmbio se os outros governos concordassem em vincular as suas moedas sob novas taxas.

• Ou seja: a desvalorização do dólar somente seria possível por meio de “longas negociações multilaterais”.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• Qualquer outro país poderia mudar a sua taxa de câmbio em relação às outras moedas simplesmente fixando sua taxa em dólares em outro nível.

• Alguns países poderiam não concordar com a desvalorização do dólar (importações mais caras).

• 15 de agosto de 1971:• O presidente Nixon anunciou que o país não venderia

mais automaticamente ouro em troca de dólares.• Anunciou um aumento de 10% sobre todas as

importações dos EUA até que seus parceiros concordassem em valorizar as suas moedas em relação ao dólar.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• Acordo de realinhamento em dezembro de 1971:

• Desvalorização do dólar em relação às moedas estrangeiras em torno de 8%.

• Suspensão da sobretaxa de importação dos EUA.

• O preço oficial do ouro subiu para $ 38 por onça.

• Fevereiro de 1973: novo ataque especulativo.

• Suspensão do acordo até que os EUA e seus parceiros negociassem medidas de apoio ao dólar.

• Novo anúncio de desvalorização do dólar em 10%

• Nova especulação ($ 3,6 bilhões em ouro) em 12/02/1973.

• Novo fechamento do mercado de câmbio.

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Estudo de caso: declínio e queda do sistema de Bretton Woods

• 19/03/1973: reabertura do mercado de câmbio.

• Mas o Japão e a maioria dos países europeus já haviam deixado suas moedas flutuar em relação ao dólar.

• Os arranjos temporários (flutuação) passaram a ser permanentes.