Smart Cities e a Governança da Resiliência Urbana

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SMART CITIES E A GOVERNANÇA DA RESILIÊNCIA URBANA

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Ensaio Teórico em Arquitetura e Urbanismo da aluna Maysa Gonçalves Valença. Este trabalho corresponde ao trabalho final de conclusão da cadeia de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. O tema, de forma geral, é a inter-relação que pode ser encontrada entre Governança, Resiliência Urbana e Smart Cities e como se apoiam e complementam.

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SMART CITIESE A GOVERNANÇA DA RESILIÊNCIA URBANA

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Ensaio Teórico em Arquitetura e Urbanismo

Professora OrientadoraRaquel Naves Blumenschein

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Universidade de Brasília

Junho de 2016

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Maysa Gonçalves Valença

SMART CITIESE A GOVERNANÇA DA RESILIÊNCIA URBANA

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“A ciência, e a tecnologia seriam usadas como se, a exemplo do sábado, tivessem sido feitas para o homem e não (como no presente e ainda mais no Admirável Mundo Novo) como se o homem tivesse de ser adaptado e escravizado a elas.”

(Adous Hurley, 1979)

Agradecimentos Agradecer é retribuir ao menos um pouco da gentileza que alguém lhe concedeu. Nesse momento inicio meu trabalho retribuindo de uma forma tímida a gentileza de todas as pessoas que estão ao meu lado. Agradeço primeiramente a professora Raquel Naves Blumenschein, que além de acreditar na minha capacidade como estudante e pesquisadora foi capaz de me fazer acreditar um pouco mais em mim mesma e nesse trabalho. Agradeço a minha família, minha mãe, meu irmão, a mel, a preta e ao meu pai, que sempre me apoiaram ao longo da vida.

Agradeço aos meus amigos: Chantelo, Monique, Carol Moreth, Nara e Tais. Pela paciência quando eu negava convites para sair, por não desistirem de cobrar a minha companhia e por ouvirem minhas lamentações e duvidas. Agradeço ao Fernando Longhi, que sempre que preciso me ajuda, mesmo quando tem de se dividir em mil. Um menino que vale ouro. Agradeço a minha Best, Sofia,ela sabe por quê. Agradeço aos professores avaliadores da banca, Benny Schvarsberg e Monica Gondim.Obrigada.

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Resumo Este trabalho corresponde ao trabalhofinaldeconclusãodacadeiade Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. O tema, de forma geral, é a inter-relação que pode ser encontrada entre Governança, Resiliência Urbana e Smart Cities e como se apoiam e complementam. Este ensaio se integra as pesquisas que vem sendo realizadas sobre Resiliência no âmbito do Centro de Excelência Comunidades Integradas Sustentáveis da BRE/UnB e do LACIS/FAU/CDS/FGA-UnB1 que buscam o desenvolvimento de ferramentas que possam apoiar a Governança da Resiliência. O principal objetivo deste trabalho é explorar como que as Smart Cities podem fortalecer não só resiliência em si, como também a sua governança. Os conceitos de Smart Cities, Resiliência Urbana e Governança, são apresentados e inter-relacionados, buscando o ponto de convergência entre eles. Procura-se demonstrar, também, os dois lados do uso de tecnologias e de parcerias com grandes empresas do setor no planejamento urbano, que em determinado ângulo pode ser uma verdadeira ferramenta de apoio para o desenvolvimento de

cidades com melhor qualidade de vida. Por outro, quando a governança é inadequada, pode fazer com que as cidades se tornem um produto comercial e não um meio para o desenvolvimento urbano e social. Além disso, são identificadosalguns exemplos existentes de cidades que por meio do emprego correto das inovações tecnológicas se tornaram resilientes. São ferramentas de inovação tecnológica encontradas, principalmente, nos locais que se referem à comunicação entre agentes. Compreende-se, que no processo para a construção da Smart City estão etapas que também são compreendidas no processo para a construção de Cidade Resilientes. Por fim, percebe-se ao longo dotrabalho que quanto mais conectados estão o governo e a população mais forte será a governança do centro urbano e mais perto ele estará de se tornar resiliente e inteligente. Logo, conclui-se que independentemente do “tipo” de cidade que se busca construir, um bom lugar para se viver só acontece se todas as partes estiverem interessadas e se comunicando devidamente. Palavras Chave: Smart City; Resiliência Urbana; Governança; Planejamento Urbano; Arquitetura; Tecnologia; Inovação;

¹ Laboratório do Ambiente Construído Inclusão e Sustentabilidade

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Imagem 1: Veículo Leve Sobe Trilhos, Rio de Janeiro

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Introdução

Resiliência Urbana

Governança e Resliência

Smart Cities: O Upgrade das Cidades

Smart Cities: Solução ou uma Imposição de Mercado

Smart Cities e Governança

Smart Cities, Governança e Resiliência

Philadelphia, Estados Unidos

Melbourne, Australia

Cebu, Filipinas

Considerações Finais

Lista de Imagens

Bibliografia

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Sumário

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Introdução“O principal objetivo deste

trabalho é explorar como que as Smart Cities podem

fortalecer não só resiliência em si, como também a sua

governança. ”

Imagem 2: Porto Vitória, Hong Kong.

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O uso de ferramenta de inovação para resiliência também está inserida no contexto das Smart Cities, já que se está fazendo uso de tecnologias atuais e acessíveis para melhorar a qualidade de vida das cidades (CE/BRE/UnB, 2016). Ao fazer uma busca mais profunda no temaidentificam-seoutrosexemplosondeatecnologia está sensivelmente envolvida com a resiliência das cidades. Em 2014 o IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) publicou seu quinto relatório sobre as mudanças climáticas e seus impactos no mundo. Em seus relatórios o IPCC avalia os aspectos científicos do sistemaclimático e as suas alterações, como, por exemplo: as mudanças no ar atmosférico, as vulnerabilidades dos sistemas naturais e socioeconômicos às mudanças climáticas, as suas consequências positivas e negativas, as opções de adaptação, e as opções para mitigar as mudanças climáticas por meio da limitação das emissões de gases de Efeito Estufa e do aumento das atividades de sua retirada da atmosfera (Nações Unidas, 2016, p. 6). O relatório de 2014 prevê o aumento da temperatura média global em 4°C, podendo ultrapassar esse valor em algumas áreas. Esse aumento de temperatura prevê grandes riscos, como a extinção de espécies, a diminuição na produção de alimentos, a escassez de água potável, o risco da proliferação de novas epidemias, como o Zika Vírus no Brasil, mudança do Ph dos Oceanos, entre outros. Um aumento drástico nas temperaturas pode levar os ecossistemas há pontos de ruptura e mudanças irreversíveis, o calor e a alta umidade podem ser perigosos para a vida humana, tanto no campo, quanto

nas cidades (Nações Unidas, 2016, p. 17). O Brasil teve um verão - de 2015/2016 - atípico com altas temperaturas, mesmo para essa época do ano, e muita chuva. Essa alteração climática, a numerosa população nas áreas urbanas e as más condições de saneamento levaram a uma explosão na população do mosquito Aedes aegypti que é o responsável pela transmissão do vírus da dengue, do vírus da febre Chikungunya e do Zika vírus (Mosquito da Dengue, 2016). Desses, a dengue e a Zika se tornaram epidemias e motivaram diversas ações do Estado Brasileiro para frear o crescimento da população de mosquitos (Observatório do Clima, 2016). As populações mais afetadas foram as que se encontravam em zonas de risco, marginalizadas, nas grandes cidades ou em municípios pobres. As mudanças Climáticas não são os únicos fatores que podem prejudicar a qualidade de vida nos Centros Urbanos. Em 2014 o relatório bienal World Urbanization Prospects (em livre tradução: Perspectivas de Urbanização Mundial) apontou que nesse ano 54% da população mundial vivia nos centros urbanos. Comparando-se com o ano de 1950 em que a população que vivia nas cidades era de 30%, teve-se um aumento de 80% populacional nos centros urbanos em 64 anos. O mesmo relatório prevê que no ano de 2050 cerca de 66% da população mundial estará vivendo nos centros urbanos. A África e a Ásia serão as áreas que terão o crescimento populacional urbano mais intenso nos próximos anos, especialmente em Países como a Índia que apresentam baixo índice de desenvolvimento econômico e grande parte de sua população vivendo com condições ruins de saneamento, saúde,

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educação e segurança. Apesar de ser mais barato oferecer serviços públicos para locais mais densos, existe um limite do número de pessoas aglomeradas que o meio ambiente pode suprir, dessa forma deve-se procurar a máximaeficiênciados serviços, paraqueosrecursos ambientais não sejam esgotados (United Nations, 2014).

de energia já são tecnologias presentes que melhoram a eficiência das cidades. Astecnologias aplicadas ao desenvolvimento urbano também têm se estabelecido no sentido de identificar vulnerabilidades eprevenir futuros acidentes, como fazem os mapeamentos computadorizados de áreas sensíveis a movimentos de terra. Dessa forma o principal objetivo deste trabalho é explorar como que as Smart Cities podem fortalecer não só resiliência em si, como também a sua governança. Os conceitos de Smart Cities, Resiliência Urbana e Governança são apresentados e inter-relacionados, buscando o ponto de convergência entre eles. Procura-se demonstrar que quando a governança é inadequada as cidades inteligentes podem se tornar um produto comercial e não um meio para o desenvolvimento urbano e social. Além disso, são identificados alguns exemplosexistentes de cidades que por meio do emprego correto das inovações tecnológicas se tornaram resilientes. O Estudo se estruturou em cinco partes. A primeira é dedicada a apresentar o conceito de Resiliência Urbana e o contexto para a propagação da cultura de se preparar para eventosquepossamdanificarestruturasdascidades. Em seguida é caracterizado o termo “Governança”: uma rede de comunicação e organização entre agentes – governamentais ou não – que se articulam para que as pessoas e as organizações dentro de sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas. O exercício de relacionar a governança com a resiliência urbana é importante, pois como demonstrado pela ONU (2005) as ações para promover a cultura

“Uma urbanização sustentável bem sucedida exige que governos competentes, sensíveis e responsáveis sejam encarregados da gestão das cidades e da expansão urbana, assim como também façam o uso apropriado das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para a prestação de serviços mais eficiente.”

(Department of Economic and Social Affairs, United Nations, p 18, 2014).

As mudanças climáticas e o crescimento da urbanização demonstram a necessidade para o investimento de tempo e recursos para o planejamento e construção de cidades resilientes. Um dos principais fatores para a resiliência urbana é a governança, pois é de grande importância que sejam criadas políticas que promovam a cultura da prevenção de desastres. As novas tecnologias voltadas para a infraestrutura das cidades podem também auxiliar no apoio à governança da resiliência, contando que elas sejam usadas em benefício coletivo e não para interesses de mercado. Buscando um desenvolvimento urbano “inteligente”, governantes têm procurado firmarparceriascomgigantesdatecnologia,comoIBM,SiemensouoGoogle(⁶TOWNSEND,Anthony, 2014). Organizar o trânsito com programas de computador, usar sensores para encontrar vazamentos em encanamentos de água ou problemas em linhas de transmissão

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da resiliência dependem do interesse dos governos e da educação das populações. A terceira etapa do trabalho compreende a demonstração das Smart Cities, com definições e exemplos de atitudes querelacionam a tecnologia ao meio urbano. Em seguida, na quarta etapa,éjustificadoquenemsempreoempregodatecnologianascidades é positivo e que muitas vezes as Smart Cities são produtos de marketing, que visam lucros para empresas multinacionais. As criticas às cidades inteligentes levam à ultima etapa do trabalho que é demonstrar que através de uma governança eficiente atecnologia pode ser usada a favor da população e que ao mesmo tempo esse acordo acaba por fortalecer a governança e a governança daresiliência.Porfimsãodemonstradosexemplosdecasosondeessa situação positiva se apresenta.

Imagem 3: Pessoas; Urbanização.

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Resiliência Urbana

“A qualidade de ser capaz de retornar rapidamente a

um bom estado prévio após passar por problemas. ”

(Fragmento retirado do texto)

Imagem 4: Tempestade de raios em Chicago, Estados Unidos.

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OdicionáriodeCambridgedefineResiliênciacomo:aqualidadedesercapazderetornarrapidamenteaumbomestadoprévioapóspassarporproblemas.JáFajardo,2012definiuresiliênciacomo: a capacidade de um sistema sócio ecológico interdepende de absorver as perturbações e manter sua estrutura e funcionalidade. Esses conceitos podem ser aplicados a qualquer sistema, sejaaocorpohumano,aeconomia,florestas,rios,ouatémesmoascidades.Pode-sedizerquea resiliência urbana é a capacidade de uma cidade de sofrer mudanças ou passar por problemas, mas manter suas capacidades sistêmicas. Quando associada aos centros urbanos a resiliência se torna um conceito estratégico de governança, principalmente quando tratamos de locais que sofrem com vulnerabilidades constantes, como por exemplo, o Japão que sofre constantemente com terremotos (Fajardo, 2012). A resiliência urbana não parte de um processo de equilíbrio, pois o equilíbrio é um estado estático a ser alcançada, a resiliência urbana é um constante movimento para se ajustar a processosdetensãointernoseexternos,comoumadança(CostaeMachado,2012).Aeficiênciada resiliência está então na sua adaptabilidade, liberdade, flexibilidade e abertura para auto-organização (Fajardo, 2012). Nesse contexto a resiliência urbana não pode ser vista como uma diretrizdeprojetos,poisdessaformaeladeterminariaaspectosmarcantesedefinitivosdoqueháa ser projetado, logo, deve-se compreendê-la como um conceito para tomadas de decisão.

Imagem 5: Tirinha Ilustrando uma cidade Resiliente.

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do evento foram devastadores já que cerca de 150.000 edifícios ruíram, 6.434 pessoas morreram sendo, 80% dessas mortes por desabamentos de estruturas da cidade, e toda essa destruição foi seguida por um grande incêndio que se alastrou pelas áreas afetadas (Smith, 2015). O Japão é um país com um extenso histórico de desastres envolvendo terremotos, mas este foi o segundo mais devastador do Século XX e abriu precedentes para que o país buscasse a prevenção de desastres. Entre 18 e 22 de Janeiro de 2005, 10 anos após o terremoto em Kobe, as Nações Unidas presidiram uma conferência mundial para a Redução de Desastres, no Distrito de Hyogo. A conferência gerou o documento: Framework for Action 2005-2015: Building the Resilience of Nations and Communities to Disasters (Marco para Ação 2005-2015: Criação de resistências das nações e comunidades às catástrofes). O Marco estabelece diversas diretrizes que os países

Por que as cidades devem se adaptar? O primeiro motivo a ser listado seria que qualquer situação que possa gerar um problema no cenário urbano já está em curso, seja ela de razão natural ou antrópica, não há como prevê-las, evitá-las ou freá-las, mas podem-se conhecer as vulnerabilidades dos sistemas urbanos e saber onde as cidades são mais sensíveis a esses problemas. Poupar vidas humanas é outra justificativa, pois uma cidade preparada e queconhece seus riscos consegue operar sistemas de monitoramento de possíveis incidentes, alerta para populações que podem ser afetadas, ou até mesmo resgate e salvamento, se necessário. Por fim, uma razão muito utilizada é a econômica,uma vez que é mais barato se preparar e - caso necessário - prestar obras de manutenção, do que reconstruir uma cidade que foi completamente destruída. Em Janeiro de 1995 a cidade de Kobe, no distrito de Hyogo, Japão, foi atingida por um terremoto de 6.8 na Escala Richter. Os efeitos

Imagem 6: Destruição em Kobe, após o terremoto. Imagem 7: Destruição em Kobe, após o terremoto.

Imagem 8: Destruição em Kobe, após o terremoto. Imagem 9: Destruição em Kobe, após o terremoto.

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participantes se comprometem em aplicar em seus territórios para diminuir o risco de desastres e promover a resiliência (United Nations, 2016). Esse trabalho fomentou a pesquisa e a construção de cidades mais resilientes, e nele estão indicadas diretrizes para a prevenção de catástrofes: 1. Assegurar que a redução de risco e desastres seja uma prioridade nacional e local, assim como uma forte política institucional de apoio: 1.1. Desenvolver leis e políticas que apoiem a cultura de redução de risco e desastres. 2. Identificar, avaliar e controlar os riscos de desastres e criar sistemas para alertar apopulação e as instituições necessárias precocemente: 2.1. Esse aspecto visa à importância do controle físico, econômico e social para a resiliência. Ressalta-se o fato de que as comunidades devem conhecer e monitorar suas vulnerabilidades para que sejam capazes de diminuir seu grau de risco frente a elas e para que estejam devidamente preparadas caso haja alguma situação de emergência. 3. Utilizar os conhecimentos prévios, educar a população e promover a inovação para criar uma cultura de segurança e resiliência em todos os níveis: 3.1. Desastres podem ser minimizados ou até mesmo prevenidos se as pessoas estão bem informadas e educadas no sentido de promover uma cultura de prevenção e resistência às catástrofes. Desta forma é de grande importância que a informações e conhecimentos sobre perigos que as comunidades enfrentam sejam coletados, compilados, estudados e divulgados, assim como também é importante a inovação para a minimização de problemas e redução do grau de risco. 4. Reduzir os fatores de risco subjacentes: 4.1. Conhecer e reduzir os riscos de desastres relacionados às mudanças das condições sociais, econômicas, ambientais e uso da terra, bem como o impacto dos perigos associados a eventos geológicos, clima, água, variabilidade climática e da mudança climática, são abordados no planejamento do desenvolvimento do setor e programas, bem como em situações de pós-catástrofe. 5.Fortalecerapreparaçãoparadesastresparaumarespostaeficazemtodososníveis: 5.1. Em tempos de desastre, impactos e perdas podem ser substancialmente reduzidos se as autoridades, os indivíduos e as comunidades em áreas propensas a risco estão bem preparados e prontos para agir e estão equipados com o conhecimento e as capacidades paraumagestãoeficazdedesastres. O Brasil foi um dos 168 países que assinaram o Tratado de Hyogo. Em cumprimento com o documento o Governo Federal, em conjunto com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, promoveu a campanha: Construindo Cidades Resilientes: Minha Cidade está se Preparando. A campanha visa à conscientização dos governantes e da população dos municípios brasileiros. A Defesa civil estabelece que a primeira resposta em situação de emergência é sempre local e caso seja necessário o município deve solicitar ajuda ao governo federal, por isso é importante que a comunidade civil esteja integrada ao processo de preparo e planejamento de ações de resiliência.

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A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil criou o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), também para atender a alguns pontos listados pelo documento assinado em Hyogo. O CENAD atua mapeando áreas de risco, monitorando-as e gerenciando ações estratégicas de preparação e resposta a desastres no território nacional (Ministério da Integração Nacional, 2015). Esse trabalho não seria possível sem o uso de novas tecnologias, como, por exemplo, o mapeamento de solo por satélites. Das diretrizes citadas pelo Marco de Hyogo outras também podem ser relacionadas à modernização das cidades. Ampliar a comunicação entre governantes e a população, disseminar conhecimento, fomentar a inovação e a pesquisa e estar bem equipado para ações de respostas são situações onde as novas tecnologias podem auxiliar no desenvolvimento de cidades resilientes.

Imagem 10: Cartilha da campanha: Construindo Cidades Resilientes.

Imagem 11: CENAD – Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres.

Imagem 12: CENAD – Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres.

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Imagem 13: Centro Urbano, ilustração.

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Governança e Resiliência

“Quando associada aos centros urbanos a resiliência

se torna um conceito estratégico de governança”

(Fragmento retirado do texto)

Imagem 14: Devastação causada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, Estados Unidos.

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Imagem 15:FixMyStreet Aplicativo.

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As diretrizes definidas para aresiliência pelo Marco de Hyogo demonstram a necessidade do apoio e interesse governamental para o assunto, em especial o Item um:

“Assegurar que a redução de risco e desastres seja uma prioridade nacional e local, assim como uma forte política institucional de apoio” (ONU, 2015). No trecho copilado está escrito: forte política institucional de apoio, isto significaque o governo, em todas as suas instâncias, deve estar envolvido com os processos para a criação de cidades preparadas, mas, como definidoporRosenau(2000,p.15),governançanão é o mesmo que governo; governança é um fenômeno mais amplo que governo; abrange as instituições governamentais, mas implica também mecanismos informais, de caráter não governamental, que fazem com que as pessoas e as organizações dentro de sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas. A governança não se limita apenas aos Governos e Estados, pode existir, por exemplo, em uma estrutura coorporativa, como demonstra Santos (1997, p. 341) “a governança não se restringe, contudo, aos aspectos gerenciais e administrativos do Estado, tampouco ao funcionamento eficazdo aparelho de Estado”. Dessa forma ela pode estar ligada a articulações entre agentes sociais, políticos e instituições estatais ou não-estatais. Entretanto, para Slaughter os atores não-estatais, ou privados, podem assumir papeis importantes para a Governança, mas não podem substituir o Estado. Dessa forma, como foi dito acima, para a resiliência urbana as políticas governamentais são de grande importância, então nesse sentido

outros agentes tanto podem com devem estar presentes, porém não irão substituir o Governo. Então, para os fins deste trabalho,governança é definida como: uma rede decomunicação e organização entre agentes – governamentais ou não – que se articulam para que as pessoas e as organizações dentro de sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas. Essa Rede será fundamental para a criação de cidades resilientes, pois como dito anteriormente o papel do Estado é de grande importância para promover as ações necessárias, bem como também é de substancial importância o envolvimento dos demais agentes que complementam a Rede. A tecnologia pode agir em benefício dessa rede, seja auxiliando na comunicação entre as partes interessadas – sejam elas instituições, população ou governo – servindo como apoio para tomada de decisões, possibilitando uma maior eficiência dossistemas envolvidos, dentre outras. Por exemplo, a organização social sem finslucrativos mySociety® desenvolve tecnologias on-line – aplicativos – que permitem que

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pessoas possam gerar mudanças sociais. Essas tecnologias são compartilhadas livremente para que todos tenham acesso em qualquer lugar. Um dos produtos desenvolvidos é o aplicativo “FixMyStreet”, com ele instalado no smartphone o usuário fotografa um problema da cidade, seja: um buraco na rua, lixo nas tubulações de drenagem, problemas na iluminação pública... Após fotografar, o cidadão escreve uma pequena descrição do problema,eentãodeveidentificarolocal,doproblema reportado, usando o localizador de GPS ou um CEP. Uma vez que isso foi feito o aplicativo gera um “relato” e envia para as autoridades que devem solucionar a questão. O diferencial desse app é que os relatos ficamemabertoetodospodemacompanharo desenvolvimento da situação, assim como são contabilizados o número de relatos feitos e o núumero de relatos solucionados (MYSOCIETY, 2007). O FixMyStreet é um exemplo de como a tecnologia pode ajudar na comunicação entre governo e população e assim auxiliar na governança de uma cidade. Uma ferramenta como essa também tem a capacidade de aumentar a resiliência das cidades, pois ela ajuda a diminuir riscos subjacentes – uma das diretrizes apontadas pelo Marco de Hyogo – assim como aumenta a consciência dos habitantes para os problemas locais.

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Imagem 16: Devastação causada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, Estados Unidos.

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Smart City: O Upgrade da Cidade

“Na década de 1850, quando Ildefons Cerdà imaginou uma nova Barcelona, ele não estava

nas folhas de pagamento da companhia da estrada de ferro ou da empresa de telégrafo. Ele

estava apenas tentando criar uma cidade melhor, explorando novas tecnologias” (Townsend, 2014, p. 93).

Imagem 17: Shangai.

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O termo “Smart Cities” tem relação com o termo “Smart Growth” (Harrison e Donnelly, 2012),erefere-seaomovimentodofinaldosanos 90 que difundiu a necessidade por novas políticas para o planejamento urbano que visassem construir um ambiente “local” com escolas e trabalho perto de casa e diferentes opções de transporte, para que as cidades tivessem um desenho urbano mais eficiente(SMART GROWTH AMERICA, 2016). Nesse sentido “smart city” refere-se à eficiênciapara o uso de seus recursos. Entretanto, uma eficiência que vem com o advento datecnologia. Já que, de certa forma todas as cidades são inteligentes. O movimento das Smart Cities é como muitos outros no sentido em que repensa a relação das pessoas com as cidades e se espelha no comportamento das populações para propor mudanças. Smart City é um conceito novo e um modelo novo de cidade. São as cidades onde a tecnologia é usada para resolver os problemas, novos ou antigos, buscando uma melhor eficácia dos sistemas e serviços urbanos, dagestão da cidade e uma maior qualidade de vida para os residentes da cidade (SMART CITIES: Relatório Preliminar, 2014). Para se construir uma cidade inteligente é necessário construir uma cadeia de dimensões e serviços inteligentes e que estejam inter-relacionados. Esse serviços e dimensões podem ser divididos em seis categorias: cidadania inteligente (tudo que compreende a população), governança inteligente (que consiste na coleta de dados e nas decisões sobre onde e como investir recursos), um ambiente inteligente (onde os recursos naturais são utilizados de forma corretaeeficiente),moradiasinteligentes(quesão mais econômicas, baratas e sustentáveis),

mobilidade inteligente (que não gera emissão de poluentes e atende as solicitações de serviçodapopulação),porfimumaeconomiainteligente (que gera emprego e proporciona oportunidades para todos os residentes) (KUMAR, 2015). O ciclo começa com a cidadania inteligente, pois são as pessoas que vão gerar os dados e o conhecimento para a criação dos sistemas e da tecnologia que construirão o restante (WHAT ARE SMART CITIES, 2015).

Imagem 18: Smart City: uma integração de dimensões.

Enquanto, por muitos anos as cidades foram ambientes rígidos de concreto, vidro e aço as smart Cities podem se apresentar com maior capacidade de se adaptar às novas necessidades rapidamente, independentemente de barreiras físicas. Essa rápida adaptação é devida ao uso de dados e de tecnologias de processamento de informação, que podem analisar as relações das cidades de uma forma diferente e apontar atitudes que precisam ser tomadas. Esses dados são conhecidos como: The Internet of Everything – IoE - ou A Internet de Tudo e são gerados pela população, tanto local quanto mundial. IoE são bilhões ou até mesmo trilhões

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de conexões entre pessoas, coisas e lugares, que quando processadas geram um vasto arranjo de informações que podem formar infinitospadrões em formas infinitas de visualizaçãode informação (Clarke Ruthbea, 2013). Com a coleta dessa informação é possível criar uma rede de sistemas que auxiliam no dia-a-dia das pessoas, desde controle de tráfego à coleta de lixo urbano (MARR, 2015). Os smartphones são atualmente os maiores provedores, mas não os únicos, da tecnologia da informação necessária para a criação desses serviços, pois hoje as pessoas esperam ter a cidade em seus bolsos (Ruthbea Clarke, 2013) e todas essas conexõesficamgravadas. Não é a primeira vez que a tecnologia define as cidades. No século XIX, Londressofreu drásticas mudanças para a construção das suas linhas do metrô. Entretanto, no mundo inteiro, nada alterou o desenho das cidades como a produção em massa dos automóveis particulares, de forma que ainda no século XXI ainda existem dificuldades em alinharo desenho das cidades com a velocidade do crescimento da quantidade de veículos (Townsend, 2014).

“Mas mesmo como eles reorganizaram bairros e regiões de todo o potencial de trens, telégrafos e redes elétricas, outra tecnologia foi emergindo cujo impacto sobre a forma física das cidades superaria todos eles. E, na esteira de seus impactos devastadores, iria transformar radicalmente a nossa forma de planejar cidades também. Tudo começou em Detroit, com obra-prima da gestão de produção de Henry Ford, a linha de montagem. (Townsend, 2014, p. 99).”

Ainda que o desenvolvimento de novas tecnologias tenha, até então, alterado a forma das cidades, tornar um centro urbano inteligente, não significa necessariamentefazer modificações físicas. Não existe umarepresentação formal e unificada de comodevem ser as smart cities, pois elas surgem de necessidades particulares de cada lugar: como clima e cultura (Government of India, 2015). Por exemplo: enquanto, em algumas regiões do Brasil procura-se desenvolver tecnologias para resolver os problemas com a seca, em outras procuram-se resolver os problemas com as enchentes e inundações. Dessa forma, não será encontrada uma lista de diretrizes

Imagem 19: A cidade ao alcance dos Dedos.

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“Acho que a questão mais importante e interessante é: “O que você quer que uma Cidade Inteligente (Smart City) seja”? Temos de nos concentrar em como nós moldamos a tecnologia que empregamos nas futuras cidades (Townsend, 2014, p. 15)”.

próprias para o planejamento de uma Smart City genérica, mas sim uma “lista de desejos”, específicaparacada lugar,deproblemasqueprecisam de soluções tecnológicas. Esses problemas podem ser de ordem institucional, social, física ou econômica e é de grande interesse que sejam listados pela própria população local.

Outra razão pela qual as mudanças não são sempre físicas é o fato de parte dessas mudanças estar na comunicação entre as pessoas e no relacionamento entre elas e as cidades. Depois do lançamento de aplicativos como o Foursquare, que recomenda lugares para o usuário conhecer baseado em seus interesses pessoais ou no que está buscando (VIEIRA, 2014), foram proporcionadas novas formas de se conhecer as cidades, principalmente locais que não fariam parte da rotina de quem os busca, baseadas em dados gerados pelas próprias pessoas, os IoEs. Por isso, existem mudanças que não serão apresentadas no traçado das cidades, que estarão na “nuvem” ou nas relações pessoais e coletivas.

Imagem 20: A cidade Ilustrada com as conexões digitais.

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Smart City: Solução ou uma

Imposição do Mercado.Imagem 21: New Songdo City.

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São locais anunciados como uma solução milagrosa para os problemas das cidades, onde sensores instalados podem indicar estacionamentos vagos para o carro, vazamentos em tubulações de água ou até mesmo quando as latas de lixo precisarão ser esvaziadas. Por fim essa nova utopiagera questionamentos no sentido do custo ambiental desse processo. Quanta energia é necessária para manter tudo em funcionamento? A resposta dada é que esses sensores também são capazes de fazer com que a cidade gaste menos energia sendo “Inteligente” e que as formas de produção de energia usadas são de fonte 100% renovável (What is a smart city, 2015).

“No lançamento de qualquer nova iniciativa corporativa de smart city, um conteúdo para a sua promoção é alinhado à proposição da marca global da empresa e gerado pelo departamento de marketing, para que seja solto no ambiente selvagem da internet, onde será indexado pelo Google em menos de um minuto” (GREENFIELD, 2013).

Existem projetos para construir novas cidades que compreendam esses valores e pretende-se que pessoas jovens da indústria criativa atendam ao apelo dessas cidades e se disponham a morar nelas (HARRISON; DONNELLY, 2011). De acordo com o Relatório da ONU sobre a Indústria no Mundo (2011) as áreas de inovação de pesquisa são umas das que apresentam o maior crescimento atual. Logo essas cidades são zona de atração financeira. Entretanto,é improvável que pessoas de apenas um segmento do mercado, possam criar um lugarculturalmentediversificado,emtodosossentidosdediversificação,desdegêneroa padrões de consumo (GREENFIELD, 2013). Em 2005 foi iniciada a construção de Songdo, a 65 km de Seul, capital da Coréia do Sul. Um dos primeiros projetos para Smart Cities onde a construção da cidade foi iniciada do zero. Estima-se que quando finalizada ela abrigará cerca de 40mil habitantes em seus 1.570 Km². Desde o início de seu projeto havia a previsão de sistemas computadorizados para o controle de serviços e monitoramentos da qualidade de vida na cidade. A previsão era de que a cidade estivesse concluída em 2015, mas essa data foi adiada para 2018, sendo que já foram investidos 35 bilhões de dólares no empreendimento (ARAÚJO, 2013). Esses recursos vêm de parcerias público-privadas, parte do financiamentofoi feito pelo governo Coreano, mas o maior investimento foi de empresas multinacionais do setor imobiliário, como Morgan Stanley e a Gale International, e de multinacionais da área de tecnologia e tecnologia da informação como a CISCO (AKIRA, 2012).

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Unir a tecnologia da informação ao planejamento de cidades não foi uma iniciativa particular de algum governo, foi uma iniciativa de mercado. Gigantes da tecnologia como a IBM, a Siemens e a CISCO lançaram os primeiros produtos para esse empreendimento no início do século XXI. O que em 2005 foi uma aposta será, nos próximos anos, uma indústria altamente lucrativa. Estima-se que em vinte anos serão gastos 40 Trilhões de Dólares em investimentos para desenvolvimento de tecnologias e construção de Smart Cities (Townsend, 2014, p. 30). Assim como, também, haverá muito investimento em Marketing de um novo estilo de vida e desses lugares.

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“Há mais de 10 anos, esta parceria público-privada bem sucedida levou a um dos maiores empreendimentos imobiliários da história. Gale internacional continua firmemente empenhada em ver o projeto Songdo IBD até à sua, bem sucedida, conclusão. (GALE INTERNATIONAL, 2015)”.

“Songdo será uma área com incentivos para a economia - isenção ou redução de impostos, por exemplo - e o objetivo de ser um distrito internacional de negócios. O inglês será o idioma oficial da cidade, e toda infraestrutura necessária estará disponível com centro de convenções e escolas internacionais.” (AMOROSO, 2009).

“Cidades Inteligentes (Smart Cities) também podem amplificar um tipo mais comum de violência - aquela infligida pela pobreza - pelo agravamento das lacunas entre ricos e pobres. Isso pode acontecer devido o design, quando os sensores e vigilância são usados para endurecer as fronteiras e murar os pobres de comunidades privada fechado.” (TOWNSEND, p12, 2013).

28 | Smart Cities

Construída sob uma ilha artificial acidade terá uma área de 3,7 milhões de metros quadrados destinados a locações comerciais para empresas, 3,25 milhões de metros quadrados para residências, 929.000 metros quadradosparausocomercialemisto,porfimo restante da área, aproximadamente 929.000 metros quadrados será de parques e áreas verdes (SONGDO IBD, 2015). Estão sendo instalados diversos sensores e câmeras pela cidade conectadas a um centro de controle, um fator que facilitará, por exemplo, o controle do trânsito ajudando a evitar congestionamentos. A principal inovação da cidade são os sensores RFID – Radio Frequency IDentification quepermitirão que os cidadãos tenham um Smart-Card que será usado em diversas situações, desde abrir a porta de casa até pagar a entrada de cinema (AMOROSO, 2009). Quanto à comunicação, ela será quase que na sua totalidade feita por meios tecnológicos e não entre duas pessoas. Por exemplo, ao entrar no hospital o paciente coloca suas queixas em um painel, que então o direciona a um médico específico, sendo assim o processode triagem, que normalmente é feito por um enfermeiro em Songdo será feito de forma digital. Outro exemplo, dado por um dos vídeos de promoção da CISCO IoE Innovation Center Songdo (2015), é que todas as salas comerciais e residências terão telas que serão usadas para se comunicar remotamente, assim as pessoas não precisam se deslocar. Logo,

quase todas as relações dessa cidade podem ser automatizadas dispensando as relações pessoais.

Pode-se dizer que essa tipologia de projeto de Smart City construída do zero geraumacidadegenéricacomodefinidaporRem Koolhaas (1995). A cidade genérica é a cidade liberada do cativeiro central, da camisa de força da identidade [...] ela é nada senão uma reflexão da presente necessidade e dapresente habilidade. É a cidade sem história. Uma cidade que não é atrelada a nenhuma cultura específica e seu único diferencial,no caso das Smart Cities, é a tecnologia empregada nelas. A cidade é genérica no sentido de que abrange várias coisas, mas não tem uma representação de identidade única. Jáapopulaçãoéespecifica,foramprojetadaspara Songdo mais 22.000 habitações, mas não existem projetos de habitações de interesse social, o mesmo se repete em Masdar City, que também é uma Smart City em construção. Essas questões apontam para a representatividade e democratização desses locais.

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Os interesses das grandes corporações no desenvolvimento de tecnologias urbanas podem acabar por criar uma reprodução de ideias de como problemas em diferentes lugares do mundo devem ser resolvidos com a ajuda da tecnologia (GREENFIELD, 2013). Essa repetição de pensamentos pode acabar por ir contra a essência do que se propõem para as Smart Cities, de que cada cultura e lugar devem determinar não apenas sua forma, mas também seu conteúdo (Government of India, 2015). Sendo assim, interesses comerciais podem gerar uma colonização ou dominação das cidades por meio da tecnologia (GREENFIELD, 2013). Por isso é necessário que os governantes saibam como unir a tecnologia à governança, para que não sirvam apenas aos interesses de mercado.

Imagem 22: Marketing da IBM.

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Smart City e Governança

“As maiores promessas estão no fator da eficiência que a tecnologia pode trazer para esses lugares

que já existem e tem problemas sistemáticos a resolver. ”

(Fragmento Retirado do Texto).

Imagem 23: New York City.

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As Smart Cities se tornaram um bom produto para ser vendido a governos. Os investimentos das empresas em marketing não foram apenas para a atração de pessoas para morar em cidades como Masdar e Songdo - construídas totalmente ao gosto do mercado e do imaginário de designers - mas foram também, para atrair a atenção das autoridades para os investimentos nesse setor em aplicações para cidades “reais” como o Rio de Janeiro, Londres ou Nova Deli. A Cisco e a IBM têm uma longa história como fornecedores para os governos de projetos de sistemas para transformar as burocracias da era do papel em era digital, sendo estimado que a IBM, sozinha, já tenha gasto milhares de dólares educando as partes interessadas em como fazer um “upgrade” em suas cidades (TOWNSEND, 2013). As maiores promessas estãonofatordaeficiênciaqueatecnologiapode trazer para esses lugares que já existem e tem problemas sistemáticos a resolver. Greenfield (2013) argumenta quequando a cidade inteligente é claramente entendida como um local onde reside um conjunto de tecnologias em uma escala que só pode ser adquirido e implantado por agentes estatais, e que exige despesas em um nível geral,elaacabaporserfinanciadaatravésdaomissão de obrigações. Sendo assim ela pode agir em benefício de governos que afirmamestar trabalhando a favor da população, mas ao mesmo tempo relocam recursos para ações menos urgentes. Age também em benefício das empresas, pois em muitos casos os legisladores nem sequer sabem do que se trata o assunto e compram essas ideias como soluções instantâneas (TOWNSEND, 2013). Greenfield (2013) enfatiza que os cidadãos,em geral, estão ausentes nessas decisões, e são vistos apenas como geradores de dados

e, talvez, como consumidores indiferenciados de “estilo de vida urbano final”. Logo, umadaspartes interessadaspodeficarausentedagovernança dessas cidades. Governança, como definido por essetrabalho, é uma rede de comunicação e organização entre agentes – governamentais ou não – que se articulam para que as pessoas e as organizações dentro de sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas. Ao retirar das pessoas parte da responsabilidade sobre as resoluções quanto a essas políticas urbanas torna-se o processo de governança incompleto. O problema não seria apenas essa ausência nas tomadas de decisão, mas também no domínio público dos dados cívicos, dados gerados por boletins de trânsito, atendimentos em hospitais, níveis de escolaridades, históricos climáticos... Para Greenfield (2013) deve-se considerar que amesma infraestrutura de captura de dados, visualização e análise que alimentam um Centro de Operação Inteligente pode ser aproveitada pelos cidadãos para seu próprio uso e edificação, para levantar questõesde equidade na distribuição de recursos municipais e abrir outras questões de Poder e Acesso. Para Townsend (2013) uma das formas de envolver a população seria a abertura dos dados para a população do Governo, o que fomentaria a participação das pessoas na criação de tecnologias inovadoras e ajudaria a diminuir a dependência no Mercado. Nesse sentido além de estar envolvida nos processos de regulamentação a população também faria parte do processo de produção da cidade inteligente, o que fortaleceria a governança da cidade. A governança, quando não equilibrada,

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também pode ser negativa para as Smart Cities. Por exemplo, em 2016, empresas de comunicação provedoras de Internet no Brasil anunciaram que mudariam seus pacotes de internet, ao invés de cobrar pela internet fixa o consumidor passaria a pagar pelopacote de dados (G1, 2016). Dessa forma, caso o consumidor excedesse seu limite a sua conexão seria congelada situação que atrapalharia o funcionamento de empresas, encareceria o serviço e perderia qualidade. Foi argumentado que era efeito de mercado e que o mundo seguia por esse caminho, o que não é verdade. Hoje um dos primeiros passos para a inovação nos Centros Urbanos são os pontos de Wifi gratuitos. Nova York, Paris,Seul, assim como Songdo e Masdar, todas possuem pontos de conexão livre. Apenas quando muitos consumidores irritados com a situação se manifestaram foi que o Governo Brasileiro tomou uma iniciativa para proteger os cidadãos dessa medida. Já quando este sistema está equilibrado

uma parceria entre governo e comunidade pode se estabelecer em prol de recursos inovadores para as cidades. Em 2008, o Prefeito Marion Barry de Washington, DC, EUA, liberou o catálogo de dados da cidade para lançar um concurso de aplicativos: Apps for Democracy, com o intuito de trazer a comunidade de tecnologia local para o programa de transformação para cidade inteligente de Washington e para dar uso aos dados que não estavam em uso. Foi oferecido um prêmio de 50.000 dólares para quem criasse o melhor aplicativo com os dados disponíveis no prazo de um mês. Foram enviadas 47 propostas, dentre as selecionadas ganhadoras está uma proposta para IPhone que enviaria alertas em tempo real sobre crimes na cidade, permissões de construção e outras informações essenciais para as partes competentes do governo. Outra iniciativa interessante foi o DC Historic Tours, um produto ligado a plataforma do Google Maps que permite ao usuário criar itinerários turísticos customizados a partir de informações no Wikipedia e no Flickr (TOWNSEND, 2013).

Imagem 24: Smart City.

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33Smart Cities |

Exemplos como esses demonstram a importância da participação da população no processo de construção do ambiente urbano. Como dito por Bernard Rudofsky (1964), cidades tradicionais foram construídas por pessoas comuns, trabalhando de forma unida como comunidadepararesponderadesafioslocaisusandomateriaislocais.Aspopulaçõesdevemser incentivadas a tomar parte no planejamento urbano, por conseguinte qualquer mudança proposta de “cima para baixo” terá maior chance sucesso com o apoio e esforço dos habitantes de “debaixo para cima”.

Imagem 25: Smart City, população conectada.

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Smart City Governança e Resiliencia

Apesar das ressalvas é inegável o

fato de que a tecnologia pode sim ajudar no

planejamento e uso das cidades, seja através de

mapeamento por satélite a estudos de padrões

comportamentais de populações. Quando

alinhada a boas iniciativas pode equilibrar a

governança da cidade trazendo o envolvimento

das partes interessadas e fazendo com a

que a cidade funcione para as pessoas e não

o contrário (TOWNSEND, 2013). Como dito

anteriormente a governança é essencial para a

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35Smart Cities |

Imagem 26: Governança, ilustrada pelo trabalho coletivo.

resiliência urbana, já que muitas ações dependem

de normatização, políticas próprias e de agentes

de liderança – como governo e instituições tal qual

a Cruz Vermelha, as Universidades, os Centros

de Pesquisa, etc. Eis que a governança também é

importante para o desenvolvimento de Smart Cities,

que envolvam a população no processo e que não

se tornem modelos reproduzidos por marketing

e vetores de exclusão de populações. Baseada

nessafundamentaçãoserãoexemplificadasSmart

Cities onde a tecnologia apoia a governança seja

em planejamento e operação de ações ou

na comunicação entre o planejamento e o

usuário e como isso fortalece a Resiliência

das Cidades. A seguir três exemplos dessa

relação: Philadelphia (Estados Unidos),

Melbourne (Australia) e Cebu (Filipinas).

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Philadelphia, Estados Unidos

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Philadelphia, na Pennsylvania, é uma cidade com população de 1,5 milhões de habitantes, foi fundada durante a colonização britânica nos Estados Unidos. A história da cidade se confunde com a história do desenvolvimento da tecnologia, sendo o local onde foi criado o para-raios e “descoberta” a energia ambos por Benjamin Franklin no século XVIII e no século XIX foi uma das primeiras cidades americanas a passar pelo processo de industrialização (CITY OF PHILADELPHIA, 2015). Não atoa ela foi escolhida para se tornar focos de investimentos de capital financeiroe humano ara se tornar uma Smart City. O processo para transformar a cidade através da tecnologia começou com o interesse da prefeitura, da IBM e da indústria coorporativa da cidade. Diferentemente de outras cidades que começam suas transformações a partir de

grandes obras de infraestrutura, Philadelphia começou fortalecendo a cidadania da cidade, por meio de investimentos em hospitais, escolas, atração de empresas para a cidade, criação de empregos, melhoras na segurança pública, entre outros (PHILADELPHIA, 2011). Oportaloficialdacidadejádemonstracomo a comunicação entre o governo e a população mudou. Na mesma página é possível e fácil pagar desde multas de transito a contas de água, um grande avanço quando é avaliado o fato de que nem todas as pessoas tem tempo ou aptidão para ficar circulandopor portais governamentais para pagar contas. Demonstra também, que o governo está bem integrado em todas as suas etapas. Outro fato curioso é que também pode-se reportar, no próprio site, quando algum funcionário publico foi corrupto ou agiu de má fé. Essa atitude

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demonstraqueogovernoconfianapopulaçãoe também aumenta a credibilidade do mesmo quanto à população. No mesmo local também é possível encontrar informações sobre a política de Dados Livres da prefeitura, um grande vetor de transformação para cidade. Porfim,ovisitanteaindapodeavaliaro sitee dizer se teve dificuldades ou não. Hoje osportais online são omaior veiculo oficial decomunicação entre governo e população, então simplifica-lo temum impacto positivona governança (CITY OF PHILADELPHIA, 2015). AIBMeaPrefeituradaCidadefizeramaumentar a alfabetização e emprego em Outubro de 2011. Existia, na época uma grande oferta de emprego local, mas eram empregos para mão de obra capacitada. Apesar de ser uma cidade onde as pessoas têm acesso à educação, percebeu-se que

existia um grupo, dentro da população adulta da cidade, que estava desempregado, mas não tinha a capacitaçãonecessária.Odesafioera trazer a tecnologia da informação como veículo de mudanças sociais. Já haviam na cidade instituições governamentais e não-governamentais voltadas para a educação de adultos e jovens adultos, mas era necessário aumentaraeficiênciadetaisaçõesediminuirredundâncias que atrasam a evolução e o crescimento desses sistemas de ensino. De acordo com IBM’S Smarter Cities Challenge (2011) a solução - Digital On-Ramps (DOR) - fornecerá aos residentes da cidade um quadro para a entrega de educação integral e de força de trabalho formação aos seus jovens e adultos, usando uma abordagem de aprendizado mesclado. Acessível através de tecnologias de nuvem, DOR vai oferecer acesso a uma gama de

Imagem 27: Philadelphia, Estados Unidos.

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ferramentas educacionais e de treinamento de alfabetização e matemática para nível superior a fimdefomentaraeducaçãoeaformaçãoparaomercadodetrabalho.Utilizandoumavariedadedemétodos de ensino, o conteúdo estará disponível através de uma gama completa de dispositivos e fornecer “em qualquer lugar, a qualquer hora, qualquer dispositivo” de acesso. Esse projeto foi capaz de envolver diversos setores da governança para criar uma comunidade melhor e resiliente, pois ao diminuir as diferenças sociais atinge-se uma sociedade mais igualitária e a educação é premissa para as cidades resilientes (IBM’S SMARTER CITIES CHALLENGE, 2011).

Foi possível diminuir o patrulhamento de policiais na cidade e ao mesmo tempo foi registrado o menor índice de crimes nos últimos 50 anos na Philadelphia através da politica de segurança para Cidades Inteligentes. De acordo com o Smart Cities Council (2014) a politica implantada foi: o policiamento “inteligente” este é na verdade uma Análise Estratégica de Mapas e de Resposta táticas, que aos estruturar e analisar dados sobre a criminalidade e as ações da policia encontra padrões e é capaz de indicar ações para a resolução de novos acontecimentos. O sistema foi capaz aumentar o impacto social positivo da força de policia ao usar de forma inteligente os recursos limitados existentes. O programa é capaz de olhar para onde o crime está ocorrendo e tentar determinar o motivo. Ao descobrir problemas subjacentes, tais como gangues e atividade da droga, a polícia pode direcionar e resolver as causas profundas do problema. Os crimes poderiam ser solucionados e os responsáveis presos, sem o uso dos dados, mas não seria uma solução tão profunda e também seria mais complicado desenvolver estratégias. Desse modo a tecnologia fortaleceu um dos agentes mais importantes para a governança das cidades: a força policial, mas de uma forma inteligente que evitar que medidas drásticas cheguem a ser tomadas para a aplicação da lei. Ao mesmo tempo recursos do Estado são poupados, pois foram diminuídos os gastos. A segurança, assim como a educação, também é premissa para a resiliência, pois está relacionada ao bem estar da população, do mesmo modo que uma policia melhor preparada é capaz de ter melhores ações de resposta nas mais diversas situações (EBI, 2014).

Imagem 28: Planejamento Estratégico de Segurança.

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Imagem 29: Educação com o Auxilio da Tecnologia.

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Melbourne, Austrália

Melbourne é uma das cidades com a maior zona de influência na região Ásia-Pacífico. Conta com aproximadamente 9.900Km² de área urbana e é a segunda cidade mais populosa do país, sendo Sidney a primeira. Assim como no caso da Philadelphia, Melbournetambémpossuiumsiteoficialdefácil compreensão e que engloba todos os setores do governo. No portal online também são descritas as iniciativas e projetos em que o governo está engajado para melhorar a qualidade de vida da cidade, dentre os que foram colocados estão: 100 cidades resilientes e IBM Smart City Challenge 2016 (CITY OF MELBOURNE, 2016).

A fundação Rockefeller lançou em 2013 o desafio: 100 cidades resilientes,onde foi oferecido suporte e recursos para que 100 cidades ao redor do mundo desenvolvessem sua resiliência e se tornassem locais promotores de mudanças para outras cidades (EXAME, 2013). A partir dessa iniciativa foi produzido um plano estratégico para atingir o objetivo de torna a cidade resiliente (CITY OF MELBOURNE, 2016).Deacordocomositeoficialdacidadeo plano estratégico de Melbourne Resiliente (nome dado ao projeto para tornar a cidade resiliente) é o culminar de um trabalho feito por pessoas dos mais variados setores, sejam as articulações municipais a grupos comunitários, que se juntam para considerar um desafio comum: o que podemos fazerpara proteger e melhorar na vida dos residentes da cidade, agora e no futuro? Logo, a base principal para a empreitada foi dar voz a população, como diz no slogan: As pessoas são o coração de todas as cidades. Nesse projeto estão listados uma série de problemas nos quais a comunidade de

Imagem 30: Melbourne, Australia.

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Melbourne deve focar e solucionar para atingir seu objetivo (KENT et al., 2015). Como forma de apoio ao plano de tornar a cidade resiliente, a prefeitura de Melbourne inscreveu-se no Desafio deSmart Cities da IBM de 2015. “Melbourne, Austrália há muito se orgulhava de planos de gestão de emergência e parcerias que desenvolveu para servir seu território, diversificado e densamente povoado. No entanto, um evento de emergência recente levou à constatação de que a cidade precisava de preparar melhor os cidadãos e as comunidades para antecipar, responder e se recuperar de situações de emergência extremas. Lord Mayor Robert Doyle pediu a IBM para desenvolver um roteiro para minimizar o impacto de eventos de emergência de saúde e segurança, infraestrutura e da atividade económica na cidade. O projeto em Melbourne é uma das três bolsas IBM Smarter Cities Challenge em 2015, que também receberá um subsídio

especial de dados do Twitter, que irá fornecer análise de dados de mídia social históricas e atuais para ajudar a resolver o problema” (IBM’S Smarter Cities Challenge: Melbourne, 2015). Além do envolvimento com a IBM para tornar a cidade segura e preparada o governo também disponibilizou os dados governamentais publicamente, para que os residentes também possam fazer uso da tecnologia e propor formas de ajudar a atingir os objetivos conjuntamente. Para a cidade se tornar uma smart city não se trata de participar de grandes tendências do planejamento urbano ou do mercado, a comunidade da cidade acredita que a tecnologia não deve ser nada mais que um reforço ao trabalho em grupo feito na cidade (CITY OF MELBOURNE, 2016). Sendo assim, Melbourne é um exemplo de uma cidade que já tem uma Governança forte, mas que precisa da tecnologia para apoiar essa estrutura a se tornar resiliente, em todos os sentidos.

Imagem 31: Lixeira Inteligente em Melbourne.

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Imagem 32: Cebu, Filipinas.

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Cebu, Filipinas A cidade de Cebu foi fundada no século XVI, na ilha homônima. Um lugar de grande beleza natural, que é um conhecido destino turístico. Sua ilha tem cerca de 200 km de comprimento e assim como as demais do conjunto, que formam o país insular: Filipinas, têm origem vulcânica (CITY of Cebu, 2016). A área tem grande atividade sísmica, vulcânica e eventualmente são registrados tsunamis, estando situada no “Circulo de Fogo do Pacífico”, local conhecido por suaalta instabilidade geológica. Dado as essas características naturais a região sofre muito com a incidência de desastres (FREITAS, 2016). Cebu tem sofrido uma urbanização e crescimento rápidos, graças as ofertas de emprego geradas pelo turismo. Esse crescimento populacional exponencial e a predisposição geográfica para sofrerdesastres naturais levou o governo municipal, em conjunto com a companhia de Metro e Urbanizadora da cidade a unirem esforços com a IBM para resolver problemas gerados pela alta demanda nos serviços de transporte, assim como também no uso e ocupação do solo,

já que a cidade tem sofrido com inundações em épocas de chuva. A equipe da IBM sugeriu usar os dados de telefonia para registrar os padrões do trafego de veículos e então fazer uso desses dados para reformar e criar novas vias mais eficientes e adequadas aos usos.Sugeriu também alinhar o planejamento de uso dos solos com o planejamento de outros serviços da cidade, como segurança publica, controle de emissão de poluentes, tratamento de esgoto, dentre outros, criando uma nova infraestrutura em “layers” sobrepostos, para poupar recursos e ampliar os serviços (IBM’S Smarter Cities Challenge: Cebu, 2012). No caso de Cebu, a tecnologia da informação foi aplicada para ajudar o governo no planejamento de uma infraestrutura urbanaerededesistemasmaiseficaz.Nessecaso, ainda não existe uma comunicação entre população e governo fácil, mas ao começar a implantar a nova rede de serviços essa governança se fortalecerá.

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Imagem 33: Ilustração, imaginário de Smart Cities.

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Considerações Finais A tecnologia sempre determinou, em algum aspecto, a forma das cidades seja no método de construção à abertura de ruas mais largas para carros. Mas no século XIX ela tem interferido de uma forma mais profunda; mudando a forma como as pessoas se relacionam com as cidades. Ao usar dados e tecnologia de informação para contribuir ou apoiar o planejamento urbano, é possível dar voz aos habitantes mesmo não intencionalmente, pois é o vinculo, o movimento, que cada pessoa faz que será transformado nas sequencias computadorizadas usadas pelos governos e instituições. A tecnologia pode ser uma ferramenta de democratização tanto quanto pode ser uma ferramenta de segregação. Assim, como ela também pode ajudar a solucionar problemas de planejamento ou desenho urbano, mas não sozinha e não com o uso extensivo. A utilização desse tipo de recurso deve compreender uma governança adequada. A busca pela resiliência urbana tem sido cada vez mais justificada pelastransformações que o mundo vem enfrentando, sejam elas por razões climáticas ou dado ao rápido crescimento das populações urbanas. Entretanto, a resiliência depende de uma rede de estruturas funcionando de forma alinhada, se ocorre uma falha, o sistema se compromete. A governança das cidades é o maior provedor dessa rede, e só há resiliência se a governança tiver interesse e apoiar seu desenvolvimento. Por governança, foi possível, ao longo deste trabalho entender que ela existe sem governo, mas que governo ecomunidadecompreendempapeisespecíficosquenãopodemsersubstituídos.Dessaforma, para se ter cidades preparadas, é tão importante que a câmara legislativa da cidade, esteja envolvida, quanto é tão importante se ter o envolvimento da população. A resiliência deve existir em todas as instâncias da governança, para poder então existir na cidade. Smart Cities e resiliência urbana podem ter uma relação intrínseca quando ambas se associam na governança da cidade, seja fortalecendo-a ou servindo como base para seu funcionamento adequado. Entretanto, apesar de se encontrar cidades resilientes que não são Smart Cities é difícil não encontrar cidades inteligentes que não sejam em algum aspecto resilientes. Isso se deve ao fato de que: o que se busca para construir uma cidade resiliente, também é buscado para a construção das Smart Cities, claro que com umaabordagemdiferente.Umacidadepreparadapodeservista,deformasimplificada,como uma cidade onde os serviços funcionam adequadamente, que está ciente de suas vulnerabilidades e que tenta se fortalecer perante elas, onde a população e o governo se comunicam e a governança é equilibrada, todas essas características são buscadas pelas Smart Cities com o uso de tecnologias. Logo, em algum momento haverá uma convergência. Porfim,todososmovimentosurbanosbuscamoqueelesacreditamserpositivopara os centros urbanos, seja através da tecnologia, do planejamento ou projetos. Mas é importante saber onde investir os recursos da cidade, para não acabar por servindo a interesses de terceiros. A tecnologia pode ajudar, mas não faz milagres.

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Lista de ImagensCapa: Ilustração de Jean Jullien. Fonte: https://surfaceandsurface.com/2014/03/09/jean-jullien/

jean_jullien_surface-and-surface-09/ Acesso em: 17/06/2016.

Imagem 1: Veículo Leve Sobe Trilhos, Rio de Janeiro. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

mercado/2016/01/1725272-gastos-do-governo-com-infraestrutura-atingem-menor-percentual-

historico.shtml Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 2: Porto Vitória, Hong Kong. Fonte: http://hongkongtravelguide.net/victoria-harbour-

impressive-destination-hong-kong/ Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 3: Pessoas; Urbanização. Fonte: https://uk.pinterest.com/pin/556757572666264648/

Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 4: Tempestade de raios em Chicago, Estados Unidos. Fonte: http://www.

nickulivieriphotography.com/blog/lightning/ Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 5: Tirinha Ilustrando uma cidade Resiliente. Elaborado pela Autora.

Imagem 6: Destruição em Kobe, após o terremoto. Fonte: http://www.ibtimes.co.uk/kobe-

earthquake-20th-anniversary-facts-about-devastating-1995-great-hanshin-earthquake-1483786

Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 7: Destruição em Kobe, após o terremoto. Fonte: http://www.ibtimes.co.uk/kobe-

earthquake-20th-anniversary-facts-about-devastating-1995-great-hanshin-earthquake-1483786

Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 8: Destruição em Kobe, após o terremoto. Fonte: http://www.ibtimes.co.uk/kobe-

earthquake-20th-anniversary-facts-about-devastating-1995-great-hanshin-earthquake-1483786

Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 9: Destruição em Kobe, após o terremoto. Fonte: http://www.ibtimes.co.uk/kobe-

earthquake-20th-anniversary-facts-about-devastating-1995-great-hanshin-earthquake-1483786

Acesso em: 13/06/2016.

Imagem 10: Cartilha da campanha: Construindo Cidades Resilientes. Fonte: http://www.mi.gov.br/

defesa-civil/cenad/apresentacao Acesso em: 14/06/2016.

Imagem 11: CENAD – Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres. Fonte: http://www.

mi.gov.br/defesa-civil/cenad/apresentacao Acesso em: 14/06/2016.

Imagem 12: CENAD – Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres. Fonte: http://www.

mi.gov.br/defesa-civil/cenad/apresentacao Acesso em: 14/06/2016.

Imagem 13: Centro Urbano, Ilustração. Fonte: http://shoegazingcat.tumblr.com/

post/107341318754/kevinlucbert-the-hill-21-x-297cm-ink-on Acesso em: 14/06/2016.

Imagem 14: Devastação causada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, Estados Unidos. Fonte:

http://atlengthmag.com/photography/mario-tama/ Acesso em: 14/04/2016.

Imagem 15:FixMyStreet Aplicativo. Fonte: http://www.herne.cdenv.be/nieuws/help-mee-

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