Sobre Arquitetura Da Destruicao

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A questo da beleza no nacional-socialismo

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A questo esttica no nacional-socialismo

Imaculada Kangussu

O filme Arquitetura da Destruio, de Peter Cohen, revela que a criao de um mundo mais belo foi o desejo constante do nacional-socialismo alemo. O termo arquitetura, no ttulo do filme, utilizado em sentido amplo, como sinnimo de arte de inventar e no apenas como arte de projetar e edificar. Apesar de o filme no fazer qualquer referncia ao elegante autor latino, inimigo dos cnicos, vale lembrar que Marcus Tullius Cicero (106-43 a.C.) utiliza o termo architectus como sinnimo de autor, inventor, e cunha a expresso architectus sceleris, para designar o que inventa e dirige a execuo da maldade. Peter Cohen mostra que o nacional-socialismo tinha o sonho de criar um mundo mais harmonioso e que a harmonia pretendida estava diretamente ligada pureza. Era necessrio, portanto, erradicar o que ameaava essa pureza de modo que, purificada e preservada da decadncia, surgisse uma Alemanha mais forte e mais bonita.

Com a ascenso de Hitler ao poder (1930), se estabeleceu na Alemanha um governo de homens que pretenderam servir s artes. Governo que se ops ao racionalismo e se voltou para os desejos e para os sonhos do povo que julgava conhecer aos quais s o artista poderia dar forma. Capaz de realiz-las, o poltico-artista seria uma espcie de intermedirio entre o povo e suas aspiraes. O diretor do filme, Peter Cohen, mostra que Hitler possua uma estranha relao com a realidade e sustentava que a fantasia era a base do conhecimento. Artistas frustrados eram uma caracterstica do comando do III Reich: Joseph Goebbels escreveu um romance, poesia e peas teatrais; Rosenberg pintava e tinha ambies literrias; Von Schirach, lder da juventude hitlerista, era considerado um dos poetas mais importantes do Reich; Himmler, comandante das SS, considerava-se crtico de arte e foi um dos fundadores da Sociedade Nacional Socialista da Cultura Alem. O prprio Hitler era um pintor frustrado que sonhou ser arquiteto e, conforme salienta Cohen, nunca abandonou esse sonho. At 1920, pintava aquarelas no estilo de cartes postais e considerava-se um artista e no um poltico. Aos 18 anos, inscreveu-se na Academia de Arte de Viena e foi recusado, mas continuou pintando. Aps assistir a pera Rienzi, de Wagner, comeou a sonhar em escrever uma pera. A pera de Wagner se passa na Roma medieval e apresenta a histria de Rienzi, porta-voz do povo, que luta contra a aristocracia e pretende retornar Roma clssica e restabelecer a Repblica. Mas, vtima de conspiraes, fracassa. Rienzi comoveu Hitler que passou a traar planos tanto de escrever uma pera quanto de salvar seu prprio povo. Cohen assinala que datam dessa poca as trs fixaes de Hitler: a terra natal, a Antigidade Clssica e Wagner. Hitler considerava que o artista, vindo do povo, deveria unir arte e vida. De Wagner, assimilou o anti-semitismo, o culto ao legado nrdico e o mito do sangue puro, que vo dar contorno sua viso de mundo. Mas sobretudo a encenao, misto de iluso e realidade, que o fascinava. Hitler usou seu pendor artstico na poltica: criou os uniformes, as bandeiras e os estandartes de seu partido. A famigerada insgnia foi criada em 1923. Hitler deu forma ao nazismo. A propaganda nacional-socialista deu vazo s suas ambies artsticas. Os comcios nazistas tinham propores astronmicas e Hitler era cengrafo, diretor e protagonista. Os comcios representavam o ideal nazista: o mito do corpo do povo alemo, que deveria ser um corpo puro.

Quando Hitler subiu ao poder, eleito pelo povo, os ativistas do nacional-socialismo comearam a se infiltrar em toda cena alem. Exigiam que a arte e a cultura bolchevista fosse exterminada e se ofereceram para ficar frente dessa luta. Para servir de exemplo, a chamada arte degenerada foi exposta e destruda. As exposies foram concorridssimas. A expresso da arte de vanguarda era vista como evidente depravao espiritual e intelectual. E a decadncia era considerada culpa da miscigenao e dos judeus. A ofensiva contra a arte moderna tinha carter higinico. A arte moderna, segundo os nazistas, mostrava sinais da doena mental de seus criadores. O terico Paul Schultze-Naumburg mostrava fotos de deformaes reais, tiradas de revistas mdicas, comparando-as com obras de arte moderna e conectando degenerao com perverso artstica. A arte deveria ser o espelho da sade racial, sua referncia deveria ser, portanto, a Antigidade Clssica e o Renascimento. Como as esculturas gregas, deveria expressar o desejo atribudo ao povo de representar a raa ideal. Ao passo que, na arte moderna, nada poderia ser identificado alm da desgraa observada em hospitais e manicmios, onde se reuniria a degenerao da espcie. Viso que precisaria ser banida, para sempre, da nova Alemanha.

Em 14 de julho de 1933, uma lei obrigou a esterilizao dos doentes, para evitar o problema da hereditariedade, por se considerar vital o auxlio aos fortes e aos sadios. Nosso primeiro princpio de beleza a sade declarou Hitler. O mdico passou a ser visto, ento, como perito em esttica. Em 1935, foi aberta, em Berlim, uma exposio denominada O milagre da vida, apresentando o mdico como lder da poltica racial. Os judeus, os degenerados e as miscigenaes eram considerados os inimigos. Essa exposio j indicava a idia de assassinato em massa, registra Cohen. O mdico j no estava mais a servio do povo, mas a servio do corpo da raa: ele deveria curar o corpo do povo alemo. A nazificao da medicina retirou os mdicos judeus de seus postos e os mdicos nacional-socialistas rapidamente fizeram carreira. Escolas passaram a oferecer cursos de medicina nazista. Nenhuma outra profisso tinha tantos membros no partido: 45% dos mdicos lhe eram filiados. Pregava-se que a nao com melhor corpo dominaria a terra. Em 1935, Hitler revelou sua inteno de condenar os doentes incurveis, proibiu o casamento entre judeus e alemes e afirmou em discurso: precisamos criar um novo homem para nossa raa no sucumbir ao fenmeno da degenerao, tpico dos tempos modernos (Arquitetura da Destruio, 22 min.).

O embelezamento do mundo foi um dos princpios do nacional-socialismo. Hitler projetou construir um museu onde ele decidiria o que era a grande arte. A ambio de embelezar o mundo englobava todas as reas e encontrou sua expresso burocrtica no Bureau de Beleza no trabalho, que visava livrar as fbricas e os escritrios de seu aspecto feio e sujo e torn-los bonitos e funcionais. Os empresrios deveriam saber que mais importantes que as mquinas so as pessoas. Tratava-se de uma nova percepo de vida, que se relacionava com o bem-estar das pessoas no trabalho. Limpeza foi o lema da Beleza no trabalho, trabalhadores limpos em locais limpos era seu slogan. Pretendia-se libertar os trabalhadores livrando-os do estigma da sujeira. Considerava-se que se o trabalhador fosse elevado, atravs da limpeza e da beleza, ao nvel da burguesia, ele entenderia que no havia razes para a luta de classes. O despertar esttico iria libert-lo de sua classe e, com isso, libertar a sociedade do conflito da luta de classes. Em mais de quarenta cidades alems, novos prdios foram projetados, para essa nova sociedade, por Albert Speer, seguindo esboos sempre monumentais do prprio Hitler. Pensando nos arquelogos do futuro, desenvolveram o princpio de runas: prdios foram projetados imaginando que, em um futuro distante, ruiriam de forma pitoresca. Speer desenhava as construes em runas, cobertas de mato, inspirado na Antigidade Clssica. Tambm os escultores foram convocados: a identificao entre arte e realidade delegou escultura a tarefa de criar e transmitir a desejada imagem do novo homem. A ocupao de pases conquistados deu Alemanha acesso aos tesouros europeus: da Vinci, Rembrandt, Vermeer, Rubens, foram saqueados e anexados ao esplio de Hitler. Se criarmos a sntese de Atenas, Esparta e Roma, a Alemanha no perecer, proclamou Hitler, aps a conquista de Atenas (1941).

Em 01/09/1939, aprovada a lei que permite a eutansia, prtica de dar um fim a vida de doentes reconhecidamente incurveis, mas que passou a significar a morte dos defeituosos, o assassinato como terapia, para curar o corpo do povo alemo. O primeiro laboratrio foi criado na Polnia e fez uso letal do monxido de carbono. Os mdicos liam a ficha do paciente e decidiam: carimbo azul significava vida; carimbo vermelho, morte. Os judeus, desde o incio, receberam tratamento especial. Esse servio foi depois tambm instalado em Berlim. Os condenados eram transportados pelo pessoal da SS, vestidos de avental branco e as janelas dos nibus que os transportavam eram pintadas de modo que eles no fossem vistos. Durante o perodo entre a condenao e a execuo, a famlia do paciente recebia trs cartas: a primeira justificava a mudana, devida guerra; a segunda informava que o paciente havia chegado bem; a terceira atestava uma causa fictcia da morte e dava condolncias famlia. As assinaturas dos mdicos, que vinham no final das cartas, eram falsas. Os corpos eram queimados em crematrios. A matana poderia ser realizada por qualquer um, mas, para manter a legitimidade, um mdico era o encarregado de abrir o gs. O esforo para eliminar vidas consideradas inteis simultneo ao empenho para melhorar a raa ariana. A medicina alem estava entre as melhores do mundo. Os mdicos curavam com uma mo e matavam com a outra.

A partir do final de 1941, com a derrota para a Rssia e com a entrada dos Estados Unidos na guerra, Hitler percebeu que no tinha mais suporte material para seu sonho de dominar o mundo. Os artistas, que haviam sido enviados ao front para retratar a arte da guerra, passaram a retratar a desolao do exrcito alemo. O III Reich comeava a agonizar lentamente e o que era um objetivo secundrio comeou a tomar forma: a eliminao dos judeus. Sinto-me como o Robert Koch da poltica, declarou Hitler, eu expus o judeu como o micrbio que destri a sociedade. A esperana dos judeus estava na cultura de Goethe e Schiller que, acreditavam, no permitiria a barbrie. Onze milhes de judeus na Europa no percebiam a proximidade do desastre. O impensvel era incompreensvel, atesta Cohen. A Alemanha calou-se: j havia algum tempo que o III Reich vinha matando para abrir caminho nova cultura. At o final de 1941, setenta mil doentes mentais foram assassinados. Vrios locais de eutansia eram prximos a grandes cidades. A fumaa dos crematrios era visvel. Cachos de cabelos saiam das chamins e pairavam pelas ruas. E o pessoal que trabalhava na matana, quando bebia, comentava nas tavernas o que estava sendo feito. Comearam a correr rumores que soldados com danos cerebrais teriam o mesmo destino dos loucos. Houve protestos: a eliminao de soldados feridos era inaceitvel. Hitler eliminou os aspectos mais evidentes do programa e a poltica de extermnio passou a ser mais sigilosa. A SS a vanguarda, a nata do exrcito alemo comeou a fuzilar judeus, ciganos e inimigos ideolgicos. Era uma soluo provisria: onze milhes de judeus no poderiam ser mortos assim. Foram utilizadas, ento, outras tcnicas: primeiramente, furges com gs, onde o pessoal da SS, vestidos com aventais brancos, colocava as pessoas para tratamento. As carrocerias eram vedadas, o gs aberto e as vtimas despejadas em valas comuns. Seremos saudveis quando eliminarmos os judeus, declarou Hitler em 1942, ano em que foi construda a primeira cmara de gs. Em Auschwitz, surgiu uma nova tcnica com inseticida base de cianeto. J havia na Alemanha um filme de 1938, ensinando a matar insetos com gs; dois anos depois, o monxido de carbono foi usado contra doentes mentais; trs anos mais tarde, em Auschwitz, foi utilizado cianeto: o gs Zyklon B. Os judeus foram tratados como insetos, bactrias, vermes. O slogan era que anti-semitismo como livrar-se de piolhos, uma questo de higiene, de limpeza. Eliminou-se, tecnicamente, o banho de sangue. A cultura nacional-socialista funcionou como maquiagem, a cena idlica era a tela atrs da qual se assassinava em massa e o assassinato tomou feies de medida higinica. Em Auschwitz, eram os mdicos quem selecionavam as vtimas, dosavam o gs e, depois, checavam se estavam mortas. Assassinato em massa foi em que resultou o culto nacional-socialista beleza. A matana era uma misso biolgica, um tributo ao sangue puro, um saneamento antropolgico, um instrumento de embelezamento.

Quanto mais a guerra parecia perdida, maior era o extermnio dos judeus, que passou a ser prioridade. Para entender essa falta de senso, Cohen observa a natureza do anti-semitismo de Hitler: como os judeus preservaram sua pureza racial eles seriam o maior rival dos arianos para dominar o mundo. Na imaginao de Hitler era necessrio exterminar esse inimigo. Quanto mais havia baixas na guerra, mais importante se tornava o extermnio. Para Hitler, perder a guerra no significava o fim do nacional-socialismo: a queda da Alemanha iria inspirar as geraes futuras. A vergonha da derrota seria compensada pelo vigor alemo. Da derrota total pode brotar uma nova semente, declarou Hitler. A fora motora do nacional-socialismo foi, em grande extenso, esttica. Embelezar o mundo foi sua ambio. No assassinato de doentes mentais e no extermnio dos judeus no h motivo poltico real. No foram liquidados os oponentes do regime, mas inocentes cuja existncia atrapalhava o sonho nacional-socialista. Os assassinatos em massa no eram crimes de guerra, eram assassinatos de civis por ordens militares. A bagagem mental obscura e a estranha noo de poltica que vieram tona com Hitler transformaram uma ideologia absurda em uma realidade infernal.

At aqui, este texto nada mais do que uma parfrase do filme de Peter Cohen, Arquitetura da Destruio. oportuno, agora, relembrar as reflexes de Walter Benjamin sobre o fascismo. No texto sobre A obra de arte na era de sua reprodutibilidade tcnica (1935), o filsofo aponta a simultaneidade do surgimento do cinema e do fascismo e observa que o cinema e tambm o rdio, que teve importante papel na propaganda nacional-socialista, modificaram no apenas a funo do intrprete profissional, mas tambm a do poltico. A tcnica de reproduo determina um novo processo de seleo, uma seleo diante do aparelho, do qual emergem, como vencedores, o campeo, o astro e o ditador. Hitler seria, assim, uma espcie perversa de superstar. O fascismo, buscando conquistar as massas sem alterar as relaes de produo, encontrou sua sada na possibilidade de permitir que a massa se expressasse, mas sem reivindicar seus direitos. A reproduo em massa corresponde de perto reproduo das massas. Nos grandes desfiles, nos comcios gigantescos, nos espetculos esportivos e guerreiros, a massa v seu prprio rosto [...] As massas tm o direito de exigir a mudana das relaes de propriedade; o fascismo permite que elas se exprimam, conservando, ao mesmo tempo, essas relaes. Ele desemboca, consequentemente, na estetizao da vida poltica. Tratava-se, desde o incio, de promover uma idealizao ilusria. Os esforos para estetizar a poltica convergem na guerra, j que s a guerra pode fornecer aos grandes movimentos de massa um objetivo real que preserve as relaes de propriedade existentes. Fiat ars, pereat mundus, proclama o fascismo, aplicando poltica a teoria que defendia a arte pela arte. A auto-alienao levada ao ponto de viver a prpria destruio como prazer esttico. Eis a estetizao da poltica, como a pratica o fascismo, escreve Benjamin.

Em um texto anterior, Teorias do fascismo alemo (1930), o filsofo deixou verdadeiras profecias do horror que estava por vir. Em primeiro lugar, assinala que a guerra co-determinada pela distncia abissal entre os meios gigantescos de que dispe a tcnica, por um lado, e sua dbil capacidade de esclarecer questes morais, por outro. Em outras palavras, tendo em vista sua natureza econmica, a sociedade da poca no pode deixar de separar a chamada dimenso tcnica da dimenso espiritual. Em 1930, observa Benjamin, os alemes formulam o conceito da prxima guerra (em Guerra e guerreiros, coletnea organizada por Ernst Junger). Seria uma guerra de gases, de alcance planetrio, baseada na destruio. De fato, Hitler tinha como modelo as guerras de aniquilao, as guerras pnicas, a destruio de Cartago, a poltica da terra arrasada. Benjamin, que no viveu para v-la efetivada, explica que essa nova teoria da guerra, que traz escrita na testa sua origem na mais furiosa decadncia, no outra coisa que uma desinibida extrapolao para temas militares da teoria do lart pour lart.

Benjamin julga que se trata de uma luta amarga contra a razo, de privar a guerra do elemento racional. Tendo com pano de fundo a misria das famlias empobrecidas nos bairros proletrios, o idealismo alemo recebeu o claro de coisas putrefatas. O idealismo tornou-se uma mercadoria sinistra, mortal, entregue ao povo pelo Estado. Segundo o filsofo, a nao dos fascistas, com seu rosto de esfinge, constituiu-se num novo mistrio da natureza [...] que, longe de se iluminar com a luz da tcnica, revela agora os seus traos fisionmicos mais ameaadores. No binmio constitudo por nao e natureza, a resultante a guerra. A Alemanha no pode aspirar a nenhum futuro antes de destruir os traos de Medusa da figura que vem a seu encontro, adverte Benjamin. Seria prova de sensatez, julga o filsofo, a recusa em ver na guerra um episdio pico e descobri-la como imagem do cotidiano. A percepo de se encontrar em uma vida de luta seria a nica possibilidade altura de desfazer esse sinistro feitio da guerra. A idealizao pica rejeitada pela potncia de enfrentar as tragdias cotidianas a proposta que encerra o texto. Cabe observar que o desejo de que a ignomnia nazista no se repita pode encontrar expresso na recusa radical a qualquer modelo de ideal que pretenda eliminar o trgico da existncia. falsa a esttica nazista. As leis da esttica e as da criao artstica so as leis da liberdade e a liberdade a marca distintiva da natureza humana, o que implica a capacidade de criar seu prprio modelo, de se autocriar .

Professora do Departamento de Filosofia do IFAC/UFOP

Dicionrio latino-portugus. So Paulo: Ed. Anchieta, 1944, p.85.

BENJAMIN. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade tcnica, Obras escolhidas. Magia e tcnica, arte e poltica. So Paulo: Brasiliense, 1994, p.183.

Ibidem, p.194 e 195, respectivamente.

Ibidem, p.196.

BENJAMIN. Teorias do fascismo alemo, op. cit., p.61.

Ibidem, p.63.

Ibidem, p.66.

Ibidem, p.71.

Ibidem, p.72.

Idem.