Sobre o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico

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Sobre o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico J. V. Stálin Setembro de 1938 O materialismo dialético é a concepção flosófca do Partido marxista-leninista. Chama-se materialismo dialético, porque o seu modo de abordar os enmenos da nature!a, seu método de estudar esses enmenos e de conceb"-los, é dialético, e sua interpretação dos enmenos da nature!a, seu modo de ocali!#-los, sua teoria, é materialista. O materialismo histórico é a aplicação dos princ$pios do materialismo dialético ao estudo da %ida social, aos enmenos da %ida da sociedade, ao estudo desta e de sua história. Caracteri!ando seu método dialético, &arx e 'n(els se r e erem com r eq u"ncia a )e(el como o flósoo que ormulou os princ$pios undamentais da dialética. &as isso não quer di!er que a dialética de &arx e 'n(els se*a id"ntica + dialética he(eliana. a realidade, &arx e 'n(els tomaram da dialética de )e(el sua medula racional, abandonando o in%ólucro idealista he(eliano e desen%ol%endo a dialética, para dar- lhe uma orma cient$fca atual.

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Sobre o Materialismo Dialético eo Materialismo Histórico

J. V. StálinSetembro de 1938

O materialismo dialético é a concepção flosófca do Partidomarxista-leninista. Chama-se materialismo dialético, porqueo seu modo de abordar os en menos da nature!a, seumétodo de estudar esses en menos e de conceb"-los,é dialético, e sua interpretação dos en menos da nature!a,seu modo de ocali!#-los, sua teoria, é materialista.

O materialismo histórico é a aplicação dos princ$pios domaterialismo dialético ao estudo da %ida social, aos

en menos da %ida da sociedade, ao estudo desta e de suahistória.

Caracteri!ando seu método dialético, &arx e 'n(els se

re erem com requ"ncia a )e(el como o flóso o queormulou os princ$pios undamentais da dialética. &as isso

não quer di!er que a dialética de &arx e 'n(els se*aid"ntica + dialética he(eliana. arealidade, &arx e 'n(els só tomaram da dialéticade )e(el sua medula racional , abandonando o in%ólucro

idealista he(eliano e desen%ol%endo a dialética, para dar-lhe uma orma cient$fca atual.

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&eu método dialético di! &arx não só éundamentalmente di%erso do método de )e(el , mas é, em

tudo e por tudo, o seu re%erso. Para )e(el o processo do

pensamento que ele con%erte inclusi%e em su*eito com %idaprópria, sob o nome de idéia, é o demiur(o /criador0 do reale este, a simples orma externa em que toma corpo. Paramim, o ideal, ao contr#rio, não é mais do que o material,tradu!ido e transposto para a cabeça do homem . / 1arl&arx , pala%ras fnais da 2.3 edição do t. 4 do O Capital 0.

a caracteri!ação de seu materialismo, &arx e 'n(els sere erem com requ"ncia a 5euerbach , como o flóso a querestaurou os direitos do materialismo. &as isso não querdi!er que o materialismo de &arx e 'n(els se*a id"ntico aomaterialismo de 5euerbach . a realidade, &arx e 'n(els sótomaram do materialismo de 5euerbach sua medula ,desen%ol%endo-a até con%ert"-la na teoria cient$fco-flosófca do materialismo, e despre!ando sua escóriaidealista e ético-reli(iosa. 6 sabido que 5euerbach , que erano undamental um materialista, se rebela%a contra a nomede materialismo. 'n(els declarou mais de uma %e! que

apesar da base materialista, 5euerbach não che(ou adesprender-se dos %$nculos idealistas tradicionais ,

e que

onde o %erdadeiro idealismo de 5euerbach se p7e eme%id"ncia, é em sua flosofa da reli(ião e em sua ética . / 5.'n(els , 8ud9i( 5euerbach , em 1arl &arx , Obras

'scolhidas , ed. 'uropa-:mérica, t. 4, p#(s. ;<;-;<=0.

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coisa que h# de insuper#%el, a seu %er, é o que se acha emestado de nascimento e de desen%ol%imento.

ABoda a nature!a di! 'n(els , de suas part$culas maismin>sculas até seus corpos mais (i(antescos, do (rão deareia até o sol, do proto!o#rio /<0 até o homem, se acha emestado perene de nascimento e morte, em uxo constante,su*eita a incessantes mudanças e mo%imentos. / 5. 'n(els ,

Dialética da nature!a . Obras completas de &arx e 'n(els ,ed. alemã do 4nstituto de &arx-'n(els-8enin, de &oscou,pa(. ;E<0.

Por isso, a dialética di! 'n(els ocali!a as coisas e suasima(ens conceituais, substancialmente, em suas conex7esm>tuas, em sua li(ação e concatenação, em sua dinFmica,em seu processo de ("nese e caducidade . / Do socialismoutópico ao socialismo cient$fco , em 1arl &arx, Obras'scolhidas , ed. 'uropa-:mérica, t. 4, pa(. <GH0.

c0 'm oposição + meta $sica, a dialética não estuda oprocesso de desen%ol%imento dos en menos como umsimples processo de crescimento, em que as mudançasquantitati%as não se tradu!em em mudanças qualitati%as,

mas como um processo em que se passa das mudançasquantitati%as insi(nifcantes e ocultas +s mudançasmani estas, +s mudanças radicais, +s mudançasqualitati%as@ em que estas se produ!em, não de modo(radual, mas repentina e subitamente, em orma de saltosde um estado de coisas para outro, e não de um modo

casual, mas de acordo com leis, como resultado da

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acumulação de uma série de mudanças quantitati%asinad%ertidas e (raduais.

Por isso, o método dialético entende que os processos dedesen%ol%imento não se de%em conceber comomo%imentos circulares, como uma simples repetição docaminho *# percorrido, mas como mo%imentos pro(ressi%os,como mo%imentos em linha ascensional, como a transiçãodo %elho estado qualitati%o a um no%o estado qualitati%o,como a e%olução do simples para o complexo, do in eriorpara o superior.

: nature!a di! 'n(els é a pedra de toque da dialética,e as modernas ci"ncias naturais nos proporcionam comopro%a disso um acer%o de dados extraordinariamentecopiosos, enriquecido cada dia que passa, demonstrandocom isso que a nature!a se mo%e, em >ltima instFncia,pelos canais dialéticos e não pelos trilhos meta $sicos, quenão se mo%e na eterna monotonia de um cicloconstantemente repetido, mas percorre uma %erdadeirahistória. :qui é necess#rio citar, em primeiro lu(ar, Dar9in ,que, com sua pro%a de que toda a nature!a or(Fnicaexistente plantas e animais, e entre esses, é ló(ico, ohomem é o produto de um processo e%oluti%o de milh7esde anos, assestou na concepção meta $sica da nature!a omais rude (olpe . / 5. 'n(els , Do Iocialismo Jtópico aoIocialismo Cient$fco , em 1arl &arx , Obras 'scolhidas , t. 4pa(. <GH0.

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Caracteri!ando o desen%ol%imento dialético como atransição das mudanças quantitati%as para as mudançasqualitati%as, di! 'n(els ?

'm $sica... toda mudança é uma trans ormação dequantidade em qualidade, uma consequ"ncia da mudançaquantitati%a da massa de mo%imento de qualquer ormainerente ao corpo ou que se transmite a este >ltimo. :ssim,por exemplo, o (rau de temperatura da #(ua não in ui emnada, a princ$pio, em seu estado l$quido@ mas, ao aumentarou diminuir a temperatura da #(ua l$quida, che(a-se a umponto em que o seu estado de coesão se modifca e a #(uase con%erte, num caso, em %apor, e noutro, em (elo.

:ssim também, para que o fo de platina da lFmpadaelétrica se acenda, é necess#rio um m$nimo de corrente@todo metal tem seu (rau térmico de usão, e iodo l$quido,dentro de uma determinada pressão, tem seu pontodeterminado de con(elação e de ebulição, na medida emque os meios de que dispomos nos permitem produ!ir atemperatura necess#ria@ e, fnalmente, todo (#s tem seuponto cr$tico, no qual, sob uma pressão e es riamentoadequados, se lique a! em orma de (otas... :s chamadasconstantes da $sica /os pontos de transição de um estadopara outro . do :.0 não são, na maior parte das %e!es,senão os nomes dos pontos nodais em que a soma ou asubtração quantitati%as /mudanças quantitati%as0 demo%imento pro%ocam mudanças qualitati%as no estado docorpo em questão, no qual, portanto, a quantidade se

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trans orma em qualidade / 5. 'n(els , Dialética daature!a , ed. cit., pa(. HKL0.

' mais adiante, passando + qu$mica, 'n(els prosse(ue?

Poder$amos di!er que a qu$mica é a ci"ncia das mudançasqualitati%as dos corpos por e eito das modifcaç7esoperadas em sua composição quantitati%a. ' disso opróprio )e(el *# sabia... Masta fxar-se no oxi("nio? secombinarmos, para ormar uma molécula, tr"s #tomos em

%e! de dois, que é o comum, produ!iremos o o! nio, corpoque se distin(ue de um modo muito defnido do oxi("nionormal, tanto pelo odor como pelos e eitos. ' não alemosdas di%ersas proporç7es em que o oxi("nio se combina como nitro("nio ou com o enxo re, e cada uma das quaisprodu! um corpo qualitati%amente di%erso de todos osdemais. / 5. 'n(els , ob. cit., pa(. H2N0.

Por >ltimo, criticando D hrin( , que cumula )e(el de in*>rias sem pre*u$!o de tomar dele, sorrateiramente, a

conhecida tese de que a transição do reino do insens$%el aoreino das sensaç7es, do mundo inor(Fnico para o mundo da%ida or(Fnica, representa um salto para um no%o estado

'n(els disse?6, certamente, a linha nodal he(eliana das porç7es de

medida na qual o simples aumento ou a simples diminuiçãoquantitati%a determinam, ao che(ar a um determinadoponto nodal, um salto qualitati%o, como ocorre, porexemplo, com a #(ua posto a aquecer ou a es riar, onde o

ponto de ebulição e o ponto de con(elação são os nódulos

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em que sob uma pressão normal se produ! o saltopara um no%o estado de coesão, isto é, em que aquantidade se trans orma em qualidade. / 5. 'n(els , :nti-

D hrin( , pa(. ;E0.

d0 'm oposição + meta $sica, a dialética parte do critério deque os ob*etos e os en menos da nature!a le%am sempreimpl$citas, contradiç7es internas, pois, todos eles t"m seulado positi%o e o seu lado ne(ati%o, seu passado e seu

uturo, seu lado de caducidade e seu lado dedesen%ol%imento@ do critério de que a luta entre esses ladoscontrapostos, a luta entre o %elho e o no%o, entre o quea(oni!a e o que nasce, entre o que caduca e o que sedesen%ol%e, orma o conte>do interno do processo dedesen%ol%imento, o conte>do interno da trans ormação dasmudanças quantitati%as em mudanças qualitati%as.

Por isso, o método dialético entende que o processo dedesen%ol%imento do in erior para o superior não decorrecomo um processo de desen%ol%imento harm nico dos

en menos, mas pondo sempre em e%id"ncia ascontradiç7es inerentes aos ob*etos e aos en menos, numprocesso de luta entre as tend"ncias contrapostas queatuam sobre a base daquelas contradiç7es.

Dialética, em sentido restrito, é di! 8enin o estudodas contradiç7es contidas na própria ess"ncia dos ob*etos./8enin , Cadernos flosófcos , p#(. 2GL, ed. russa0.

' mais adiante?

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O desen%ol%imento é a luta dos contr#rios / 8enin , t. 444,pa(. LK<, ed. russa, 'm torno do problema da dialética 0.

Bais são, bre%emente expostas, as caracter$sticasundamentais do método dialético marxista.ão é di $cil compreender quanto é enorme a importFncia

que a di usão dos princ$pios do método dialético t"m para oestudo da %ida social e da história da sociedade e aimportFncia enorme que encerra a aplicação dessesprinc$pios + história da sociedade e + atuação pr#tica dopartido do proletariado.

Ie no mundo não existem en menos isolados, se todos osen menos estão %inculados entre si e se condicionam uns

aos outros, é e%idente que todo re(ime social e todomo%imento social que aparece na história de%e ser *ul(adonão do ponto de %ista da *ustiça eterna ou de qualqueroutra idéia preconcebida, que é o que costumam a!er oshistoriadores, mas do ponto de %ista das condiç7es queen(endraram esse re(ime e esse mo%imento sociais e +squais se acham %inculados.

Dentro das condiç7es modernas, o re(ime da escra%idão é

um absurdo e uma tolice contr#ria + ló(ica. De outro lado,dentro das condiç7es de desa(re(ação do re(ime docomunismo primiti%o, a escra%idão era um en menoper eitamente ló(ico e natural, uma %e! que representa%aum pro(resso em comparação com o comunismo primiti%o.

Qei%indicar a Qep>blica democr#tico-bur(uesa nas

condiç7es do tsarismo e da sociedade bur(uesa, por

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exemplo, na Q>ssia de <EKH, era uma rei%indicaçãoper eitamente ló(ica, acertada e re%olucion#ria, pois aQep>blica bur(uesa representa%a, naquele tempo, um

pro(resso. De outro lado, nas condiç7es atuais da JQII,rei%indicar a Qep>blica democr#tico-bur(uesa seria absurdoe contra-re%olucion#rio, pois, comparada com a Qep>blicaIo%iética, a Qep>blica bur(uesa si(nifca um retrocesso.

Budo depende, pois, das condiç7es, do lu(ar e do tempo.

6 e%idente que, sem abordar deste ponto de%ista histórico os en menos sociais, não poderia existirnem desen%ol%esse a ci"ncia da história, pois esse modo deencarar os en menos é o >nico que impede a ci"nciahistórica de con%erter-se em um caos de acontecimentos

ortuitos e num montão dos mais absurdos erros.

Ora, se o mundo se acha em incessante mo%imento edesen%ol%imento e se a lei desse desen%ol%imento é aextinção do %elho e o ortalecimento do no%o, é e%identeque *# não pode ha%er nenhum re(ime social irremo%$%el ,nem podem existir os princ$pios eternos da propriedadepri%ada e da exploração, nem as idéias eternas de

submissão dos camponeses aos lati undi#rios e dosoper#rios aos capitalistas.

4sso quer di!er que o re(ime capitalista pode ser substitu$dopelo re(ime socialista, do mesmo modo que, a seu tempo, ore(ime capitalista substituiu o re(ime eudal.

4sto quer di!er que é preciso orientar-se, não para aquelascamadas da sociedade que *# che(aram ao término de seu

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desen%ol%imento, embora no momento presenteconstituam a orça predominante, mas para aquelas outrasque se estão desen%ol%endo e que t"m um uturo, ainda

que não se*am as orças predominantes no momento atual.

a década de NK do século passado, na época de luta entreos marxistas e os populistas, o proletariado, na Q>ssia,constitu$a uma minoria insi(nifcante em comparação comos camponeses indi%iduais, que orma%am a imensamaioria da população. &as o proletariado esta%a sedesen%ol%endo como classe, enquanto que os camponeses,como classe, se desa(re(a%am. Precisamente por isso,porque o proletariado esta%a se desen%ol%endo comoclasse, os marxistas se orienta%am para ele. ' não seequi%ocaram, pois, como é sabido, o proletariado secon%erteu, com o decorrer do tempo, de uma orçainsi(nifcante numa orça histórica e pol$tica de primeiraordem.

4sso quer di!er que, em pol$tica, para não se equi%ocar, épreciso olhar para diante e não para tr#s.

Continuemos. Ie a transição das lentas mudanças

quantitati%as para as r#pidas e s>bitas mudançasqualitati%as constituem uma lei do desen%ol%imento, ée%idente que as trans ormaç7es re%olucion#rias le%adas acabo pelas classes oprimidas representam um en menoabsolutamente natural e ine%it#%el.

4sso si(nifca que a transição do capitalismo para o

socialismo e a libertação da classe oper#ria do *u(o

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20 O materialismo flosófco marxista se caracteri!a pelosse(uintes princ$pios undamentais?

a0 'm oposição ao idealismo, que considera o mundo comoa materiali!ação da idéia absoluta , do esp$rito uni%ersal ,da consci"ncia , o materialismo flosófco de &arx parte docritério de que o mundo é, por sua nature!a, al(o material@de que os m>ltiplos e %ariados en menos do mundoconstituem di%ersas ormas e modalidades da matéria emmo%imento@ de que os %$nculos m>tuos e as relaç7es deinterdepend"ncia entre os en menos que o métododialético p7e em e%id"ncia são as leis, de acordo com asquais se desen%ol%e a matéria em mo%imento@ de que omundo se desen%ol%e de acordo com as leis que re(em omo%imento da matéria sem necessidade de nenhum

esp$rito uni%ersal .

: concepção materialista do mundo di! 'n(els selimita simplesmente a conceber a nature!a tal como é, semnenhuma espécie de acréscimos estranhos / 5. 'n(els ,A8ud9i( 5euerbach , em 1arl &arx , Obras 'scolhidas , ed.'uropa-:mérica, t. 4, p#(. ;<L0.

Qe erindo-se + concepção materialista de um flóso o daanti(uidade, )er#clito , se(undo o qual

o mundo orma uma unidade por si mesmo e não oi criadopor nenhum deus e por nenhum homem, mas oi, é e ser#eternamente um o(o %i%o que se acende e se apa(a deacordo com as leis ,

di! 8enin ?

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'is aqui uma excelente defnição dos princ$pios domaterialismo dialético. / 8enin , Cadernos flosófcos , pa(.L<N0.

b0 'm oposição ao idealismo, que afrma que só a nossaconsci"ncia tem uma exist"ncia real e que o mundomaterial o ser, a nature!a, só existem em nossaconsci"ncia, em nossas sensaç7es, em nossas percepç7es,em nossas idéias, o materialismo, flosófco marxista partedo critério de que a matéria, a nature!a, o ser,são uma realidade ob*eti%a, existem ora de nossaconsci"ncia e independentemente dela@ de que a matéria éo prim#rio, uma %e! que constitui a onte da qual sederi%am as sensaç7es, as percepç7es e a consci"ncia, eesta o secund#rio, o deri%ado, uma %e! que é a ima(emre etida da matéria, a ima(em re etida do ser@ parte docritério de que o pensamento é um produto da matéria aoatin(ir um alto (rau de per eição em seu desen%ol%imento,e mais concretamente, um produto do cérebro, e este oór(ão do pensamento, e de que, portanto, não cabe, amenos que se ceda num erro crasso, separar o pensamentoda matéria.

O problema da relação entre o pensamento e o ser, entre oesp$rito e a nature!a, é di! 'n(els o problema m#ximode toda flosofa... Os flóso os se di%idiam em dois (randescampos, se(undo a resposta que dessem a essa questão.Os que afrma%am o car#ter prim#rio do esp$rito diante danature!a... orma%am no campo do idealismo. Os outros, osque considera%am a nature!a como o prim#rio, f(uram nas

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di%ersas escolas do materialismo. / 5. 'n(els , 8ud9i(5euerbach , em 1arl &arx . Obras 'scolhidas , t. 4 pa(s. ;K=-;KL0.

' mais adiante?

O mundo material e percept$%el pelos sentidos, do qual,nós os homens, também, a!emos parte, é o >nico mundoreal... ossa consci"ncia e nosso pensamento, por maisdesli(ados que pareçam dos sentidos, são o produto de um

ór(ão material, $sico? o cérebro. : matéria não é produtodo esp$rito, mas este, o produto supremo da matéria. / 5.'n(els , Ob. cit.R p#(. ;<<0.

Qe erindo-se ao problema da matéria e do pensamento,di! &arx?

ão é poss$%el separar o pensamento da matériapensante. : matéria é o ob*eto de todas as mudanças. /Ob.cit., pa(. LNK0.

Caracteri!ando o materialismo flosófco marxista, di! 8enin ?

O materialismo em (eral reconhece a exist"ncia real eob*eti%a do ser /a matéria0, independentemente da

consci"ncia, das sensaç7es, da experi"ncia... :consci"ncia... não é mais do que um re exo do ser, nomelhor dos casos seu re exo mais ou menos exato/adequado, ideal quanto + precisão0. / 8enin , t. 444, pa(s.2NG-2G=, ed. russa0.

' em outras passa(ens,

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6 matéria o que, atuando sobre nossos ór(ãos sensoriais,produ! as sensaç7es@ a matéria é a realidade ob*eti%a, queas sensaç7es nos transmitem... : matéria, a nature!a, a

exist"ncia, o $sico, é o prim#rio@ o esp$rito, a consci"ncia,as sensaç7es, o ps$quico, é o secund#rio /Ob. cit., p#(s.<<E-<2K0.

O quadro do mundo é o quadro de como se mo%e e comopensa a matéria /Ob. cit., p#(. 2NN0.

O cérebro é o ór(ão do pensamento. /Ob. cit., pa(. <2H0.c0 'm oposição ao idealismo, que discute a possibilidade deconhecer o mundo e as leis que o re(em, que não cr" na%eracidade de nossos conhecimentos, que não reconhece a%erdade ob*eti%a e entende que o mundo est# cheio de

coisas em si que *amais poderão ser conhecias pela

ci"ncia, o materialismo flosófco marxista parte da princ$piode que o mundo e as leis que o re(em são per eitamenteco(nosc$%eis, de que os nossos conhecimentos acerca dasleis da nature!a, compro%ados pela experi"ncia, pelapr#tica, são conhecimentos %er$dicos que t"m o %alor de%erdades ob*eti%as, de que no mundo não h# coisas

inco(nosc$%eis, mas simplesmente coisas ainda nãoconhecidas, que a ci"ncia e a experi"ncia se encarre(arãode re%elar e dar a conhecer.

Criticando a tese de 1ant e de outros idealistas a respeitoda inco(noscibilidade do mundo e das coisas eminco(nosc$%eis e de endendo a conhecida tese do

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materialismo em relação + %eracidade de nossosconhecimentos, escre%e 'n(els ?

: re utação mais contundente dessas manias, como detodas as demais manias flosófcas, é a pr#tica, ou se*a aexperi"ncia e a ind>stria. Ie podemos demonstrar aexatidão de nosso modo de conceber um processo natural,reprodu!indo-o nós mesmos, criando-o como resultado desuas próprias condiç7es, e se, além disso, colocamo-lo aser%iço de nossos próprios fns, daremos cabo da coisa emsi inacess$%el de 1ant . :s substFncias qu$micas produ!idasno mundo %e(etal e animal continuaram sendo coisas emsi inacess$%eis até que a qu$mica or(Fnica começou aprodu!i-las umas após outras? com isso, a coisa em si secon%erteu em coisa para nós, como, por exemplo, a matériacorante da rui%a, a ali!arina, que ho*e *# não se extrai darai! natural daquela planta, mas se obtém do alcatrão dahulha, processo muito mais barato e mais #cil. O sistemasolar de Copérnico oi durante tre!entos anos uma hipótese,na qual se podia apostar cem, mil, de! mil contra um, mas,apesar de tudo, uma hipótese, até que 8e%errier, com osdados tomados desse sistema, p de calcular, não só a

necessidade da exist"ncia de um planeta desconhecido,como também, o lu(ar em que esse planeta tinha que seencontrar no frmamento, e até que apareceu lo(o apósSalle e descobriu e eti%amente esse planeta? a partir destemomento, o sistema de Copérnico fcou demonstrado. /1arl&arx Obras 'scolhidas , t. 4, pa(. ;KE0.

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:cusando Mo(d#no%, Mas#ro%, TushUé%itch e outrospartid#rios de &ach de fde$smo /teoria reacion#ria quepre ere a é + ci"ncia0 e de endendo a conhecida tese do

materialismo de que nossos conhecimentos cient$fcos arespeito das leis pelas quais a nature!a se re(e sãoconhecimentos %er$dicos e de que as leis da ci"nciaconstituem %erdades ob*eti%as, di! 8enin ?

Ofde$smo moderno não repele, absolutamente, a ci"ncia@a >nica coisa que repele são as pretens7es desmesuradasda ci"ncia@ e concretamente, suas pretens7es de %erdadeob*eti%a. Ie existe uma %erdade ob*eti%a /como entendemos materialistas0 e se as ci"ncias naturais, re etindo omundo exterior na experi"ncia do homem, são as >nicasque nos podem dar essa %erdade ob*eti%a,todo fde$smo fca indiscuti%elmente re utado / 8enin , t. 44,p#(. <K2, : teoria do conhecimento dialético e doempirocriticismo , ed. russa0.

Bais são, bre%emente expostos, os traços caracter$sticos domaterialismo flosófco marxista.

6 #cil compreender a enorme importFncia que tem a

aplicação dos princ$pios do materialismo flosófco aoestudo da %ida social, ao estudo da história da sociedade, a(rande importFncia que tem a aplicação desses princ$pios +história da sociedade e + atuação pr#tica do Partido doproletariado.

Ie a conexão entre os en menos da nature!a e sua

interdepend"ncia representam a lei pela qual se re(e o

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desen%ol%imento da nature!a, da$ se dedu! que a conexãoe a interdepend"ncia dos en menos da %ida social nãorepresentam também al(o ortuito, mas a lei que re(e o

desen%ol%imento da sociedade.

4sto quer di!er que a %ida social e a história da sociedade *#não são um con(lomerado de acontecimentos ortuitos ,pois a história da sociedade se con%erte nodesen%ol%imento da sociedade de acordo com suas leis, e oestudo da história da sociedade adquire cate(oria deci"ncia.

4sto quer di!er que a atuação pr#tica do Partido doproletariado de%e basear-se, não nas boas intenç7es das

ilustres personalidades , não nos postulados da ra!ão , damoral uni%ersal , etc., mas nas leis do desen%ol%imento da

sociedade e no estudo dessas leis.

Ora, se o mundo é co(nosc$%el e nossos conhecimentossobre as leis que re(em o desen%ol%imento da nature!a sãoconhecimentos %erdadeiros, que t"m %alor de %erdadesob*eti%as, isto quer di!er que também a %ida social, odesen%ol%imento da sociedade são suscet$%eis de serem

conhecidos@ e que os dados que a ci"ncia nos proporcionasobre as leis do desen%ol%imento social são dados%er$dicos, que t"m %alor de %erdades ob*eti%as.

4sto quer di!er que a ci"ncia que estuda a história dasociedade pede adquirir, apesar de toda a complexidadedos en menos da %ida social, a mesma precisão que a

biolo(ia, por exemplo, o erecendo-nos a possibilidade de

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dar uma aplicação pr#tica +s leis que re(em odesen%ol%imento da sociedade.

4sto quer di!er que, em sua atuação pr#tica, o Partido doproletariado de%e (uiar-se não por esses ou aquelesmoti%os acidentais, mas pelas leis que re(em odesen%ol%imento da sociedade e pelas conclus7es quedelas se dedu!em.

4sto quer di!er que o socialismo deixa de ser um sonho de

um uturo melhor para a humanidade para con%erter-senuma ci"ncia.

4sto quer di!er que o enlace entre a ci"ncia e a ati%idadepr#tica, entre a teoria e a pr#tica, sua unidade, de%e ser aestrela polar que (uia o Partido do proletariado.

Prossi(amos. Ie a nature!a, a exist"ncia, o mundo materialsão o prim#rio, e a consci"ncia, o pensamento, osecund#rio, o deri%ado@ se o mundo material constitui arealidade ob*eti%a, que existe independentemente daconsci"ncia do homem, e a consci"ncia é a ima(emre etida dessa realidade ob*eti%a, da$ se dedu! que a %idamaterial da sociedade, sua exist"ncia, é também o

prim#rio, e sua %ida espiritual, o secund#rio, o deri%ado@que a %ida material da sociedade é a realidade ob*eti%a,que existe independentemente da %ontade dos homens, e a%ida espiritual da sociedade, o re exo dessa realidadeob*eti%a, o re exo do ser.

4sto quer di!er que a onte donde pro%ém a %ida espiritualda sociedade, a onte da qual emanam as idéias sociais, as

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teorias sociais, as concepç7es e as instituiç7es-pol$ticasde%em ser procuradas não nessas mesmas idéias, teorias,concepç7es, instituiç7es pol$ticas, mas nas condiç7es da

%ida material da sociedade, na exist"ncia social, da qualsão re exo essas idéias, teorias, concepç7es, etc.

4sto quer di!er que, se nos di%ersos per$odos da história dasociedade nos encontramos com di%ersas idéias, teorias econcepç7es sociais e instituiç7es pol$ticas di erentes@ se sobo re(ime da escra%idão obser%amos umas idéias, teorias, econcepç7es sociais, umas instituiç7es pol$ticas, sob o

eudalismo outras, e outras di erentes sob o capitalismo, aexplicação disso não est# na nature!a nem na

peculiaridade das próprias idéias, teorias, concepç7es einstituiç7es pol$ticas, mas nas di%ersas condiç7es da %idamaterial da sociedade dentro dos %#rios per$odos dedesen%ol%imento social.

Ie(undo se*am as condiç7es de exist"ncia da sociedade, ascondiç7es em que se desen%ol%e sua %ida material, assimsão suas idéias, suas teorias, suas concepç7es einstituiç7es pol$ticas.

: esse respeito, di! &arx?ão é a consci"ncia do homem que determina a sua

exist"ncia, mas, ao contr#rio, sua exist"ncia social é quedetermina a sua consci"ncia /1arl &arx, Obras 'scolhidas ,t. 4, pa(. LLE, Contribuição + critica da 'conomia pol$tica 0.

4sto quer di!er que, em pol$tica, o Partido do proletariadopara não se equi%ocar e não se con%erter num con*unto de

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%a(os sonhadores, de%e tomar como ponto de partida paraa sua atuação, não os princ$pios abstratos da ra!ãohumana , mas as condiç7es concretas da %ida material da

sociedade, que constituem a orça decisi%a dodesen%ol%imento social@ não as boas intenç7es dos (randehomens , mas as exi("ncias reais, impostas pelodesen%ol%imento da %ida material da sociedade.

O racasso dos utopistas, incluindo entre eles os populistas,os anarquistas e os social-re%olucion#rios , explica-se entreoutras ra!7es, porque não reconheciam a importFnciaprim#ria das condiç7es da %ida material da sociedadequanto ao desen%ol%imento desta, moti%o pelo qual, caindono idealismo, eri(iam toda a sua ati%idade pr#tica, nãosobre as exi("ncias do desen%ol%imento da %ida materialda sociedade, mas, independentemente delas e contra elas,sobre planos ideais e pro*etos uni%ersais , desli(ados da%ida real da sociedade.

: orça e a %italidade do marxismo-leninismo se estribamprecisamente no ato de que este toma como base para asua atuação pr#tica as exi("ncias do desen%ol%imento da%ida material da sociedade, sem nunca se desli(ar da %idareal desta >ltima.

'ntretanto, das pala%ras de &arx não se depreende que asidéias e as teorias sociais, as concepç7es e as instituiç7espol$ticas, não tenham importFncia al(uma na %ida dasociedade, que não exerçam de maneira incidental uma

in u"ncia sobre a exist"ncia social, sobre o

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desen%ol%imento das condiç7es materiais da %ida dasociedade. :té a(ora, nos temos re erido unicamente+ ori(em das idéias e teorias sociais e das concepç7es e

instituiç7es pol$ticas, a seu nascimento, ao ato de que a%ida espiritual da sociedade é o re exo das condiç7es desua %ida material. o tocante + importFncia das idéias eteorias sociais e das concepç7es e instituiç7es pol$ticas, notocante ao papel que desempenham na história, omaterialismo histórico não apenas não ne(a, mas, ao

contr#rio, salienta a importFncia do papel e da si(nifcaçãoque lhes correspondem na %ida e na história da sociedade.

:s idéias e teorias sociais não são porém todas i(uais. )#idéias e teorias %elhas que *# cumpriram sua missão e queser%em aos interesses de orças sociais caducas. Ieu papelconsiste em rear o desen%ol%imento da sociedade, suamarcha pro(ressi%a. ' h# idéias e teorias no%as, a%ançadas,que ser%em aos interesses das orças de %an(uarda dasociedade. O papel destas consiste em acilitar odesen%ol%imento da sociedade, sua marcha pro(ressi%a,sendo sua importFncia tanto maior quanto maior é aexatidão com que correspondam +s exi("ncias do

desen%ol%imento da %ida material da sociedade.

:s no%as idéias e teorias sociais só sur(em depois que odesen%ol%imento da %ida material da sociedade colocadiante dela no%as tare as. &as, depois de sur(irem,con%ertem-se em uma orça importante que acilita aexecução dessas no%as tare as sur(idas com odesen%ol%imento da %ida material da sociedade, acilitando

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o seu pro(resso. 6 aqui, precisamente, onde se e%idencia aormid#%el importFncia or(ani!adora, mobili!adora e

trans ormadora das no%as idéias, das no%as teorias e das

no%as concepç7es pol$ticas, das no%as instituiç7es pol$ticas.Por isso, as no%as idéias e teorias sociais sur(em a ri(orporque são necess#rias + sociedade, porque sem seutrabalho or(ani!ador, mobili!ador o trans ormador,seria imposs$%el ultimar as tare as que o desen%ol%imentoda %ida material da sociedade a! sur(ir, e que *# estão em

tempo de ser cumpridas. ' na base das no%as tare asormuladas pelo desen%ol%imento da %ida material da

sociedade, as no%as idéias e teorias sociais sur(em e abremcaminho, con%ertem-se em patrim nio das massaspopulares, mobili!am e or(ani!am estas contra as orçassociais caducas, acilitando assim a derrocada dessas orças

sociais que reiam o desen%ol%imento da %ida material dasociedade.

'is como as idéias e teorias sociais, as instituiç7es pol$ticas,que brotam na base das tare as *# maduras para a suasolução, ormuladas pelo desen%ol%imento da %ida materialda sociedade, pelo desen%ol%imento da exist"ncia social,

atuam lo(o depois, por sua %e!, sobre essa exist"nciasocial, sobre a %ida material da sociedade, criando ascondiç7es necess#rias para ultimar a execução das tare as

*# maduras da %ida material da sociedade e tornar poss$%elo seu ulterior desen%ol%imento.

: esse respeito, di! &arx?

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: teoria se con%erte numa orça material lo(o que seapodera das massas /1arl &arx e 5. 'n(els, ObrasCompletas, t. <, pa(. ;KL, 'm torno da cr$tica + flosofa

he(eliana do direito 0.

4sto quer di!er que, para poder atuar sobre as condiç7es da%ida material da sociedade e acelerar seu desen%ol%imento,acelerar seu melhoramento, o Partido do proletariado temque se apoiar em uma teoria social, em uma idéia socialque re ita felmente as exi("ncias do desen%ol%imento da%ida material da sociedade e que, (raças a isso, se*a capa!de p r em mo%imento (randes massas do po%o, demobili!#-las e or(ani!ar com elas o (rande exército doPartido prolet#rio, apto a esma(ar as orças reacion#rias e aaplainar o caminho para as orças a%ançadas da sociedade.

O racasso dos economistas e dos menche%iques seexplica, entre outras ra!7es, pelo ato de que nãoreconheciam a importFncia mobili!adora, or(ani!adora etrans ormadora da teoria de %an(uarda, da idéia de%an(uarda e, caindo num materialismo %ul(ar, redu!iam oseu papel a quase nada, e, consequentemente,condena%am o Partido + passi%idade, a %i%er %e(etando.

: orça e a %italidade do marxismo-leninismo se estribamno ato de se apoiarem numa teoria de %an(uarda quere ete felmente as exi("ncias do desen%ol%imento da %idamaterial da sociedade e que coloca a teoria + altura que lhecorresponde e considera seu de%er utili!ar inte(ralmente

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sua orça de mobili!ação, de or(ani!ação e detrans ormação.

:ssim, é como o materialismo histórico resol%e o problemadas relaç7es entre a exist"ncia social e a consci"ncia socialentre as condiç7es de desen%ol%imento da %ida material e odesen%ol%imento da %ida espiritual da sociedade.

L0 O materialismo histórico.

Qesta somente responder a esta per(unta? Vue se entende,

do ponto de %ista do materialismo histórico, por condiç7esda %ida material da sociedade , quais são as quedeterminam, em >ltima instFncia, a fsionomia dasociedade, suas idéias, suas concepç7es, instituiç7espol$ticas, etcW

Vuais são essas condiç7es de %ida material da sociedade ,quais são seus traços caracter$sticosW

6 indubit#%el, que, neste conceito de condiç7es de %idamaterial da sociedade , entra, antes de tudo, a nature!aque rodeia a sociedade, o meio (eo(r#fco, que é uma dascondiç7es necess#rias e constantes da %ida material dasociedade e que, naturalmente, in ui no desen%ol%imentodesta. Vual é o papel do meio (eo(r#fco nodesen%ol%imento da sociedadeW ão ser#, por acaso, omeio (eo(r#fco o ator undamental que determina afsionomia da sociedade, o car#ter do re(ime social doshomens, a transição de um re(ime para outroW

O materialismo histórico responde ne(ati%amente a essaper(unta.

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O meio (eo(r#fco é, indiscuti%elmente, uma das condiç7esconstantes e necess#rias do desen%ol%imento da sociedadee in ui, indubita%elmente, nele, acelerando-o ou

amortecendo-o. &as essa in u"ncia nãoé determinante, uma %e! que as trans ormaç7es e odesen%ol%imento da sociedade se operam com uma rapide!incompara%elmente maior do que as que a etam o meio(eo(r#fco. o transcurso de tr"s mil anos, a 'uropa %iudesaparecer tr"s re(imes sociais? o do comunismo

primiti%o, o da escra%idão e o do eudalismo, e na parteoriental da 'uropa, na JQII, eneceram quatro. Pois bem,durante esse tempo, as condiç7es (eo(r#fcas da 'uropanão so reram mudança al(uma, ou, se so reram, oi tãole%e que a (eo(rafa não *ul(a que mereça sequer re(istr#-la. ' compreende-se que se*a assim. Para que o meio

(eo(r#fco experimente modifcaç7es de certa importFncia,são precisos milh7es de anos, enquanto em al(umascentenas ou em um par de milhares de anos podem operar-se, inclusi%e, mudanças da maior importFncia no re(imesocial.

Da$ se depreende que o meio (eo(r#fco não pode ser a

causa undamental, o ator determinante dodesen%ol%imento social, pois, como é que o que permanecequase in%ari#%el atra%és de de!enas de milhares de anos%ai poder ser a cousa undamental a que obedeça odesen%ol%imento daquilo que, no espaço de al(umascentenas de anos, experimenta mudanças radicaisW

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Do mesmo modo, é indubit#%el que o crescimento dapopulação, a maior ou menor densidade da população é um

ator que também é parte do conceito das condiç7es

materiais da %ida da sociedade , uma %e! que entre essascondiç7es materiais se conta, como elemento necess#rio,o homem, e não poderia existir a materialidade da %idasocial sem um determinado m$nimo de seres humanos. ãoser#, acaso, o desen%ol%imento da população o ator cardialque determina o car#ter do re(ime social em que os

homens %i%emW

O materialismo histórico também responde ne(ati%amentea essa per(unta.

6 indiscut$%el que o crescimento da população in ui nodesen%ol%imento da sociedade, acilitando ou entorpecendoesse desen%ol%imento, mas não pode ser o ator cardial aque obedece, nem sua in u"ncia pode ter umcar#ter determinante quanto ao desen%ol%imento social,uma %e! que o crescimento da população por si só não noso erece a cha%e para explicar por que um dado re(imesocial é substitu$do precisamente por um determinadore(ime no%o e não por qualquer outro, por que o re(ime docomunismo primiti%o oi substitu$do precisamente pelore(ime da escra%idão, o re(ime escra%ista pelo re(ime

eudal e este pelo bur(u"s, e não por quaisquer outros.

Ie o crescimento da população osse o ator determinantedo desen%ol%imento social, a uma maior densidade do

população teria de corresponder orçosamente, na pr#tica,

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um tipo proporcionalmente mais ele%ado de re(ime social.&as, na realidade, isso não se %erifca. : densidade dapopulação da China é quatro %e!es maior do que a dos

'stados Jnidos e, apesar disso, os 'stados Jnidos ocupamum lu(ar mais ele%ado do que a China no que se re ere aodesen%ol%imento social, pois enquanto na China continuaimperando o re(ime semi- eudal, os 'stados Jnidos h#muito tempo che(aram + ase culminante dodesen%ol%imento do capitalismo. : densidade da população

da Mél(ica é de!eno%e %e!es maior do que a dos 'stadosJnidos e %inte e seis %e!es maior do que a da JQII, e,entretanto, a :mérica do orte ultrapassa a Mél(ica notocante ao seu desen%ol%imento social, e a JQII le%a-lhede %anta(em toda uma época histórica, pois enquanto quena Mél(ica impera o re(ime capitalista, a JQII *# liquidou o

capitalismo e instaurou o re(ime socialista.Da$ se depreende que o crescimento da população não é enem pode ser o ator cardial do desen%ol%imento dasociedade, o ator determinante do car#ter do re(imesocial, da fsionomia da sociedade.

a0 Vual é, então, dentro do sistema das condiç7esmateriais de %ida da sociedade, o ator cardial quedetermina a fsionomia daquela, o car#ter do re(ime social,a passa(em da sociedade de um re(ime social para outroW

'sse ator é, se(undo o materialismo histórico, o modo deobtenção dos meios de %ida necess#rios + exist"ncia do

homem, o modo de produção dos bens materiais, do

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alimento, do %estu#rio, do calçado, da habitação, docombust$%el, dos instrumentos de produção, etc.,necess#rios para que a sociedade possa %i%er e

desen%ol%er-se.

Para %i%er, o homem necessita de alimentos, %estu#rio,calçado, habitação, combust$%el, etc.@ para obter essesbens materiais, tem de produ!i-los e, para poder produ!i-los, necessita dispor de meios de produção, com a*uda dosquais se conse(ue o alimento, se abrica o %estu#rio, ocalçado, se constrói a habitação, se obtém o combust$%el,etc., necessita aprender a produ!ir estes instrumentos e aser%ir-se deles.

4nstrumentos de produção, com a*uda dos quais seprodu!em os bens materiais e homens que os mane*am ee etuam a produção dos bens materiais, por terem umacerta experi"ncia produti%a e h#bitos de trabalho? taissão os elementos que, em con*unto, ormam as orçasproduti%as da sociedade.

Porém as orças produti%as não são mais do que um dosaspectos da produção, um dos aspectos do modo de

produção, o aspecto que re ete a relação entre o homem eos ob*etos e as orças da nature!a empre(ados para aprodução dos bens materiais. O outro ator da produção, ooutro aspecto do modo de produção, é constitu$do pelasrelaç7es de uns homens com outros, dentro do processo daprodução, pelas relaç7es de produçãoentre os homens.

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que são, portanto, a orma em que toma corpo sua unidadedentro do processo da produção de bens materiais.

b0 : primeira caracter$stica da produção é que *amais sedetém num ponto durante um lon(o per$odo, mas que setrans orma e se desen%ol%e constantemente, com aparticularidade de que essas trans ormaç7es operadas nomodo de produção pro%ocam ine%ita%elmente a mudançade todo o re(ime social, das idéias sociais, das concepç7ese instituiç7es pol$ticas, pro%ocam a reor(ani!ação de todo osistema pol$tico e social. as di%ersas ases dedesen%ol%imento, o homem empre(a di%ersos modos deprodução ou, para di!"-lo em termos mais %ul(ares,mantém distintos ("neros de %ida. Iob o re(ime docomunismo primiti%o, o modo de produção empre(ado édi erente daquele %i(ente sob a escra%idão@ o da escra%idãoé di erente do em %i(or sob o eudalismo, etc.. ', emconsonFncia com isto. %ariam também o re(ime social de%ida dos homens, sua %ida espiritual, suas concepç7es einstituiç7es pol$ticas.

Ie(undo se*a o modo de produção existente numasociedade, assim é também, undamentalmente, estamesma sociedade e assim são suas idéias, suas teorias,suas concepç7es e instituiç7es pol$ticas.

Ou, em termos mais %ul(ares, se(undo %i%e o homem,assim pensa.

4sto si(nifca que a história do desen%ol%imento da

sociedade é, antes de tudo, a história do desen%ol%imento

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da produção, a história dos modos de produção que sesucedem uns aos outros ao lon(o dos séculos, a história dodesen%ol%imento das orças produti%as e das relaç7es de

produção entre os homens.

4sto quer di!er que a história do desen%ol%imento social é,ao mesmo tempo, a história dos próprios produtores debens materiais, a história das massas trabalhadoras, quesão o ator undamental do processo de produção e as quele%am a cabo a produção dos bens materiais necess#rios +exist"ncia da sociedade.

4sto quer di!er que a ci"ncia histórica, se pretende ser uma%erdadeira ci"ncia, não de%e continuar redu!indo a históriado desen%ol%imento social aos atos dos reis e dos che esmilitares, aos atos dos conquistadores e a%assaladoresde 'stados, mas de%e ocupar-se, antes de tudo, da históriados produtores dos bens materiais, da história das massastrabalhadoras, da história dos po%os.

4sto quer di!er que a cha%e para o estudo das leis dahistória da sociedade não se de%e procurar nas cabeças doshomens, nas idéias e concepç7es da sociedade, mas no

modo de produção aplicado pela sociedade em cada um deseus per$odos históricos, isto é, na economia da sociedade.

4sto quer di!er que a tare a primordial da ci"ncia histórica éo estudo e o descobrimento das leis da produção, das leisdo desen%ol%imento das orças produti%as e das relaç7es deprodução, das leis do desen%ol%imento econ mico da

sociedade.

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4sto quer di!er que o Partido do proletariado, para ser um%erdadeiro partido, de%e, antes de tudo, conhecercompletamente as leis do desen%ol%imento da produção, as

leis do desen%ol%imento econ mico da sociedade.

4sto quer di!er que, em pol$tica, para não se equi%ocar, oPartido do proletariado de%e, antes de tudo, tanto no que sere ere + ormação de seu pro(rama como no que toca + suaatuação pr#tica, partir das leis do desen%ol%imento daprodução, das leis do desen%ol%imento econ mico dasociedade.

c0 : se(unda caracter$stica da produção consiste em quesuas mudanças e seu desen%ol%imento começam sempre,tendo como ponto de partida, as mudanças e odesen%ol%imento das orças produti%as, e, antes de tudo,das que a etam os instrumentos de produção. :s orçasproduti%as constituem, portanto, o elemento mais dinFmicoe mais re%olucion#rio da produção. : princ$pio, mudam e sedesen%ol%em as orças produti%as da sociedade, e lo(odepois, su*eitas a essas mudanças e de acordo comelas, mudam as relaç7es de produção entre os homens,suas relaç7es econ micas. 'ntretanto, isto não quer di!erque as relaç7es de produção não in uam sobre odesen%ol%imento das orças produti%as e que estas nãodependam daquelas. :s relaç7es de produção, ainda queseu desen%ol%imento dependa do das orças produti%as,atuam por sua %e! sobre o desen%ol%imento destasacelerando-o ou. amortecendo-o. : esse respeito, con%émad%ertir que as relaç7es de produção não podem fcar, por

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um tempo demasiado lon(o, atrasadas em relação +s orçasproduti%as quando estas crescem, nem se achar emcontradição com elas, uma %e! que as orças produti%as só

podem desen%ol%er-se plenamente quando as relaç7es deprodução estão em harmonia com elas por seu car#ter eseu estado de pro(resso e deixam mar(em para o seudesen%ol%imento. Por isso, por mais atrasadas que fquemas relaç7es de produção em relação ao desen%ol%imentodas orças produti%as, t"m necessariamente que se p r e se

p7em realmente mais tarde ou mais cedo emharmonia com o n$%el do desen%ol%imento das orçasproduti%as, e com o car#ter destas. outro caso, nosencontrar$amos ante uma ruptura radical da unidade entreas orças produti%as e as relaç7es de produção dentro dosistema dessas >ltimas, com um descon*untamento da

produção em bloco, com uma crise de produção, com aderrocada das orças produti%as.

Jm exemplo de desarmonia entre as relaç7es de produçãoe o car#ter das orças produti%as, de con ito entre ambosos atores, temo-lo nas crises econ micas dos pa$sescapitalistas, onde a propriedade pri%ada capitalista sobre os

meios de produção est# em %iolenta discordFncia com ocar#ter social do processo de produção, com o car#ter das

orças produti%as. O resultado dessa discordFncia são ascrises econ micas que condu!em + destruição das orçasproduti%as@ e essa discordFncia constitui, por si só, a baseecon mica da re%olução social, cu*a missão consiste em

destruir as relaç7es de produção existentes, para criar

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outras no%as, em harmonia com o car#ter das orçasproduti%as.

:o contr#rio, um exemplo de uma harmonia completa entreas relaç7es de produção e o car#ter das orças produti%asnos o erece a economia socialista da JQII, onde apropriedade social sobre os meios de produção concordaplenamente com o car#ter social do processo da produção eonde, portanto, não existem crises econ micas nem seprodu!em casos de destruição das orças produti%as.

Por conse(uinte, as orças produti%as não são somente oelemento mais dinFmico e mais re%olucion#rio da produção,mas são, além disso, o elemento determinante de seudesen%ol%imento.

Con orme se*am as orças produti%as, assim t"m que ser

também as relaç7es de produção.Ie o estado das orças produti%as responde + per(unta decom que instrumento de produção os homens criam osbens materiais que lhes são necess#rios, o estado dasrelaç7es de produção responde *# a outra per(unta? 'mpoder de quem estão os meios de produção /a terra, os

bosques, as #(uas, o sub-solo, as matérias primas, aserramentas e os edi $cios destinados + produção, as %ias e

meios de comunicação, etc0, + disposição de quem seacham os meios de produção? a disposição de toda asociedade ou + disposição de determinados indi%$duos,(rupos ou classes, que os empre(am para explorar outros

indi%$duos, (rupos ou classesW

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'is um quadro esquem#tico do desen%ol%imento das orçasproduti%as, desde os tempos primiti%os até nossos dias. Das

erramentas de pedra sem polimento se passa ao arco e +

exa e, em relação com isto, da caça como sistema de %ida+ domesticação de animais e + criação do (ado primiti%a@das erramentas de pedra se passa +s erramentas de metal/ao machado de erro, arado com relha de erro, etc.0, e, emconsonFncia com isso, ao culti%o das plantas e +a(ricultura@ %em lo(o depois o melhoramento pro(ressi%o

das erramentas met#licas para a elaboração de materiais,passa-se + or*a de ole e + olaria e, em consonFncia comisto, se desen%ol%em os o $cios artesãos, se separam esseso $cios da a(ricultura, se desen%ol%e a produçãoindependente dos artesãos e, mais tarde, a manu atura@dos instrumentos artesãos de produção se passa +

m#quina, e a produção artesã e manu atureira setrans orma na ind>stria mecFnica e, por >ltimo, se passa aosistema de m#quinas, e aparece a (rande ind>striamecFnica moderna? tal é, em linhas (erais e não completas,o quadro de desen%ol%imento das orças produti%as sociaisao lon(o da história da humanidade. :lém do mais, como é

ló(ico, o desen%ol%imento e aper eiçoamento dosinstrumentos de produção correm por conta de homensrelacionados com a produção e não se reali!amindependentemente deles@ portanto, com as mudanças e odesen%ol%imento dos instrumentos de produção, mudam ese desen%ol%em também os homens, como o elemento

mais importante das orças produti%as, mudam e

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desen%ol%em sua experi"ncia, no que se re ere + produção,seus h#bitos de trabalho e seu talento para o empre(o dosinstrumentos de produção.

'm consonFncia com as mudanças e o desen%ol%imentoexperimentados pelas orças produti%as da sociedade nocurso da história, mudam também e se desen%ol%em asrelaç7es de produção entre os homens, suas relaç7esecon micas.

: história conhece cinco tipos undamentais de relaç7es deprodução? o comunismo primiti%o, a escra%idão, oeudalismo, o capitalismo e o socialismo.

Iob o re(ime do comunismo primiti%o, a base das relaç7esde produção é a propriedade social sobre os meios deprodução. 4sto é, o que, em substFncia, corresponde ao

car#ter das orças produti%as durante esse per$odo. :serramentas de pedra, o arco e a exa, que aparecem mais

tarde, exclu$am a possibilidade de lutar isoladamentecontra as orças da nature!a e contra os animais ero!es. Ienão queriam morrer de ome, ser de%orados pelas eras ousucumbir nas mãos das tribos %i!inhas, os homens daquela

época %iam-se obri(ados a trabalhar em comum, e assimera como colhiam os rutos nos bosques, comoor(ani!a%am a pesca, como constru$am suas habitaç7es,etc..

O trabalho em comum condu! + propriedade em comumsobre os instrumentos de produção do mesmo modo que

sobre os produtos. :inda não ha%ia sur(ido a idéia da

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propriedade pri%ada sobre os meios de produção,excetuando-se a propriedade pessoal de certas erramentasque, ao mesmo tempo que erramentas de trabalho, eram

armas de de esa contra os animais ero!es. :inda nãoexistia exploração, não ha%ia classes.

Iob o re(ime da escra%idão, a base das relaç7es deprodução é a propriedade do escra%ista sobre os meios deprodução, bem como sobre os próprios produtores, osescra%os, a quem o escra%ista podia %ender, comprar ematar, como se ossem animais domésticos. 'ssas relaç7esde produção se acham, undamentalmente, emconsonFncia com o estado das orças produti%as duranteesse per$odo.

:(ora, em %e! das erramentas de pedra, o homem *#disp7e de erramentas de metal. 'm %e! daquela m$seraeconomia primiti%a baseada na caça e que não conhecianem a pecu#ria e nem a a(ricultura, existem a pecu#ria, aa(ricultura, os o $cios artesãos e a di%isão do trabalho entreesses di%ersos ramos da produção@ existe a possibilidade dee etuar um intercFmbio de produtos entre os di%ersosindi%$duos e as di%ersas sociedades e a possibilidade deacumular rique!as em mãos de al(umas pessoas@ produ!-se, e eti%amente, uma acumulação de meios de produçãoem mãos de uma minoria e sur(e a possibilidade de queessa minoria sub*u(ue a maioria e con%erta seuscomponentes em escra%os. Y# não existe o trabalho li%re eem comum de todos os membros da sociedade dentro doprocesso da produção, mas impera o trabalho orçado dos

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escra%os, explorados pelos escra%istas que não trabalham.ão existe tampouco, portanto, propriedade social sobre os

meios de produção e nem sobre os produtos. : propriedade

social é substitu$da pela propriedade pri%ada. O escra%ista éo primeiro e principal propriet#rio com plenitude de direitos.

Qicos e pobres, exploradores e explorados, homens complenitude de direitos e homens totalmente pri%ados deles@uma uriosa luta de classes entre uns e outros? tal é oquadro que o re(ime da escra%idão apresenta.

Iob o re(ime eudal, a base das relaç7es de produção é apropriedade do senhor eudal sobre os meios de produção esua propriedade parcial sobre os produtores, sobre osser%os, a quem *# não pode matar, mas a quem podecomprar e %ender. Iimultaneamente com a propriedade

eudal, existe a propriedade pessoal do campon"s e doartesão sobre os instrumentos de produção e sobre suaterra ou sua ind>stria pri%ada, baseada no trabalho pessoal.'ssas relaç7es de produção se acham undamentalmente,em consonFncia com o estado das orças produti%asdurante esse per$odo. O aper eiçoamento pro(ressi%o da

undição e elaboração dos metais, a di usão do arado deerro e do tear, os pro(ressos da a(ricultura, da

horticultura, da %iticultura e da abricação do a!eite, oaparecimento das primeiras manu aturas *unto +s ofcinasdos artesãos? tais são os traços caracter$sticos do estadodas orças produti%as durante esse per$odo.

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:s no%as orças produti%as exi(em que se deixe aotrabalhador certa iniciati%a na produção, que sinta certainclinação para o trabalho e se ache interessado nele. Por

isso, o senhor eudal prescinde dos escra%os, que nãosentem nenhum interesse pelo seu trabalho, que não p7emnele a menor iniciati%a, e pre ere entender-se com osser%os, que t"m sua terra e erramentas próprias e seacham interessados, em certo (rau, pelo trabalho, namedida necess#ria para trabalhar a terra e pa(ar ao

senhor, em espécie, com uma parte da colheita.

Durante esse per$odo, a propriedade pri%ada a! no%ospro(ressos. : exploração continua sendo quase tão %ora!como sob a escra%idão, embora um pouco sua%i!ada. : lutade classes entre os exploradores e os explorados é ocaracter$stico undamental do eudalismo.

Iob o re(ime capitalista, a base das relaç7es de produção éa propriedade capitalista sobre os meios de produção e ainexist"ncia de propriedade sobre os produtores, oper#riosassalariados, a quem o capitalista não pode matar nem%ender, pois se acham isentos dos %$nculos de su*eiçãopessoal, mas que carecem de meios de produção, peloqual, para não morrerem de ome, se %"em obri(ados a%ender sua orça de trabalho ao capitalista e submeter-seao *u(o da exploração. :o lado da propriedade capitalistasobre os meios de produção, existe e se acha, nos primeirostempos, muito (enerali!ada a propriedade pri%ada docampon"s e do artesão, li%res da ser%idão, sobre os seusmeios de produção, propriedade baseada no trabalho

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pessoal. 'm lu(ar das ofcinas dos artesãos e dasmanu aturas, sur(em as (randes #bricas e empresas,dotadas de maquin#rios. 'm lu(ar das a!endas dos nobres,

culti%adas com os primiti%os instrumentos camponeses deprodução, aparecem as (randes exploraç7es a(r$colascapitalistas, instaladas na base da técnica e dotadas demaquinaria a(r$cola.

:s no%as orças produti%as exi(em trabalhadores maiscultos e mais h#beis do que os ser%os, mantidos noembrutecimento e na i(norFncia@ trabalhadores capa!es deconhecer e mane*ar as m#quinas. Por isso, os capitalistaspre erem tratar com oper#rios assalariados li%re dos%$nculos da ser%idão e sufcientemente cultos para saberemmane*ar a maquinaria.

&as, depois de desen%ol%er as orças produti%as emproporç7es, (i(antescas, o capitalismo se enreda emcontradiç7es insol>%eis para ele. :o produ!ir cada %e! maismercadorias e ao a!er baixar cada %e! mais os seuspreços, o capitalismo a(uça a concorr"ncia, arruina umamassa de pequenos e médios propriet#rios, con%erte-os emprolet#rios e rebaixa o seu poder aquisiti%o, com o que a%enda das mercadorias produ!idas se torna imposs$%el. :odesen%ol%er a produção e ao concentrar milh7es deoper#rios em enormes #bricas e empresas industriais, ocapitalismo d# ao processo da produção um car#ter social e%ai minando com isso a sua própria base, uma %e! que ocar#ter social do processo da produção reclama apropriedade social sobre os meios de produção, enquanto a

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propriedade sobre os meios de produção continua sendouma propriedade pri%ada capitalista, incompat$%el com ocar#ter social que o processo da produção apresenta.

'ssas contradiç7es irredut$%eis entre o car#ter das orçasproduti%as e o das relaç7es de produção se mani estam nascrises periódicas de super-produção, em que os capitalistas,não encontrando compradores sol%entes, comoconsequ"ncia do empobrecimento da massa da população,pro%ocada por eles próprios, se %"em obri(ados a queimaros produtos, destruir as mercadorias elaboradas, paralisar aprodução e de%astar as orças produti%as, condenandomilh7es e milh7es de seres ao desempre(o e + ome, nãoporque escasseiem as mercadorias, mas muito ao contr#rio?por ha%er-se produ!ido em excesso.

4sto quer di!er que as relaç7es capitalistas de produção *#não estão em consonFncia com o estado das orçasproduti%as da sociedade, mas se acham em irredut$%elcontradição com elas.

4sto quer di!er que o capitalismo le%a em suas entranhas are%olução, uma re%olução que est# chamada a substituir a

atual propriedade capitalista sobre os meios de produçãopela propriedade socialista.

4sto quer di!er que a caracter$stica undamental do re(imecapitalista é a mais encarniçada luta de classes entre osexploradores e os explorados.

Iob o re(ime socialista, que até ho*e só é uma realidade naJQII, a base das relaç7es de produção é a propriedade

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social sobre os meios de produção. :qui *# não h#exploradores nem explorados. Os produtos criados sedistribuem de acordo com o trabalho, se(undo o princ$pio

de quem não trabalha, não come . :s relaç7es m>tuas dosindi%$duos dentro do processo da produção t"m o car#ter decolaboração raternal e de m>tua a*uda socialista entre ostrabalhadores li%res de toda exploração. :s relaç7es deprodução se acham em plena consonFncia com o estadodas orças produti%as, pois o car#ter social do processo da

produção é re erendado pela propriedade social sobre osmeios de produção.

Por isso, a produção socialista da JQII não conhece ascrises periódicas de super-produção e nem os absurdos queacarretam.

Por isso, na JQII, as orças produti%as se desen%ol%emcom ritmo acelerado, uma %e! que suas respecti%asrelaç7es de produção, ao se acharem em consonFncia comelas não op7em o menor entra%e a esse desen%ol%imento.

Bal é o quadro que o desen%ol%imento das relaç7es deprodução entre os homens apresenta no curso da história

da humanidade. Bal é a relação de depend"ncia em que se acha odesen%ol%imento das relaç7es de produção com re er"nciaao desen%ol%imento das orças produti%as da sociedade, e,sobretudo, com re er"ncia ao desen%ol%imento dosinstrumentos de produção, em %irtude do qual as mudanças

e o desen%ol%imento que experimentam as orças

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produti%as se tradu!em mais cedo ou mais tarde, nastrans ormaç7es e no desen%ol%imento con(ruentes, dasrelaç7es de produção.

O uso e a criação de meios de trabalho /20 di! &arx ,ainda que em (erme se apresentem *# em certas espéciesanimais, caracteri!am o processo de trabalhoespecifcamente humano, ra!ão pela qual 5ranUlin defne ohomem como um animal que abrica instrumentos. ' assimcomo a estrutura de restos ósseis de ossos tem uma(rande importFncia para reconstruir a or(ani!ação deespécies animais desaparecidas, os %est$(ios de meios detrabalho nos ser%em para apreciar anti(as ormaç7esecon micas da sociedade *# sepultadas. O que distin(ue asépocas econ micas umas das outras não é o que se produ!,mas como se produ!... Os meios de trabalho não sãosomente o bar metro do desen%ol%imento da orça detrabalho do homem, mas também o expoente das relaç7essociais em que se trabalha . /1arl &arx, O Capital , t. 4, pa(.<NE0.

' em outras passa(ens?

:0 :s relaç7es sociais estão intimamente %inculadas +sorças produti%as. :o descobrir no%as orças produti%as, os

homens mudam de modo de produção, e ao mudarem demodo de produção, a maneira de (anhar a %ida, mudamtodas as suas relaç7es sociais. O moinho mo%ido a braçoen(endra a sociedade dos senhores eudais@ a moinho a

%apor, a sociedade dos capitalistas industriais . /1arl

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&arx, &iséria da flosofa, em 1arl &arx e 5. 'n(els , ObrasCompletas, ed. cit., t. X4, pa(. <=E0.

M0 'xiste um mo%imento constante de incremento dasorças produti%as, de destruição das relaç7es sociais e deormação das idéias? a abstração do mo%imento é a >nica

coisa imut#%el . / 1arl &arx , ob. ci8, pa(. LG;0.

Caracteri!ando o materialismo histórico, tal como seormula no &ani esto do Partido Comunista , di! 'n(els ?

: produção económica e a estrutura social que dela resultanecessariamente em cada época histórica constituem abase sobre a qual repousa a história pol$tica e intelectualdessa época... Portanto, toda a história da sociedade, desdea dissolução do re(ime primiti%o da propriedade coleti%asobre o solo, t"m sido uma história de lutas de classe, de

lutas entre classes exploradoras e exploradas, dominantese dominadas, se(undo as di%ersas ases do pro(ressosocial... :(ora, essa luta che(ou a uma ase em que aclasse explorada e oprimida /o proletariado0 *# não se podeemancipar da classe que a explora e a oprime /a bur(uesia0sem emancipar, para sempre, a sociedade inteira da

opressão, da exploração e da luta de classes . / Prólo(o de'n(els + edição alemã de <NNL do &ani esto do PartidoComunista, ed. 'uropa-:mérica, <ELN, pa(. E0.

d0 : terceira caracter$stica da produção consiste em queas no%as orças produti%as e as no%as relaç7es de produçãocoerentes com elas não sur(em desli(adas da %elho

re(ime, depois deste ter desaparecido, mas se ormam em

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seu próprio seio@ e não como ruto da ação premeditada econsciente do homem, mas de um modo espontFneo,inconsciente e independentemente da %ontade humana,

por duas ra!7es.

'm primeiro lu(ar, porque os homens não são li%res paraescolher tal ou qual modo de produção, pois cada no%a(eração, ao entrar na %ida, encontra *# um sistemaestabelecido de orças produti%as e relaç7es de produção,como ruto do trabalho das (eraç7es anteriores, de maneiraque se quer ter a possibilidade de produ!ir bens materiais,não tem, nos primeiros tempos, outro remédio senãoaceitar o estado de coisas %i(ente no campo da produção eadaptar-se a ele.

'm se(undo lu(ar, porque, quando aper eiçoa este ouaquele instrumento de produção, este ou aquele elementodas orças produti%as, o homem não sabe, nãocompreende, nem lhe ocorre sequer pensar nisso, queconsequ"ncias sociais sua ino%ação pode acarretar, maspensa >nica e exclusi%amente em seu interesse pessoal,em acilitar o seu trabalho e em obter al(um pro%eitoimediato e tan($%el para si.

Vuando al(uns indi%iduos da sociedade comunista primiti%acomeçaram a substituir, paulatinamente e tateando oterreno, as erramentas de pedra pelas de erro, i(nora%am,naturalmente, e não lhes passa%a pela mente, qu"consequ"ncias sociais ha%ia de ter essa ino%ação, não

sabiam e nem compreendiam que a passa(em para as

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erramentas met#licas si(nifca%a uma mudança radical naprodução, mudança que, no fm de contas, condu!iria aore(ime da escra%idão@ a >nica coisa que lhes interessa%a

era acilitar o seu trabalho e conse(uir um pro%eitoimediato e sens$%el@ sua atuação consciente não sa$a doestreito limite dessa %anta(em tan($%el, de car#ter pessoal.

Vuando, no per$odo do re(ime eudal, a *o%em bur(uesiaeuropeia começou a or(ani!ar, *unto +s pequenas ofcinas(remiais dos artesãos, as (randes empresasmanu atureiras, imprimindo com isso um a%anço +s orçasproduti%as da sociedade, não sabia, naturalmente, nempassa%a por sua mente, que consequ"ncias sociais essaino%ação ha%ia de acarretar@ não sabia e nem compreendiaque essa pequena ino%ação condu!iria a umarea(rupação tal das orças sociais que necessariamentedesembocaria na re%olução, que iria ser diri(ida tantocontra a reale!a, cu*as merc"s tanto aprecia%a, comocontra a nobre!a, cu*a condição social não poucos dos seusmelhores representantes sonha%am escalar a >nica coisaque a preocupa%a era baratear a produção de mercadorias,lançar uma maior quantidade de arti(os nos mercados da

Zsia e da :mérica recém-descoberta e obter maiores lucros@sua atuação consciente não ia além do estreito limite dessafnalidade tan($%el.

Vuando os capitalistas russos, *untamente com oscapitalistas estran(eiros, começaram a estabelecer naQ>ssia, de um modo intensi%o, a moderna (rande ind>striamecFnica, deixando o tsarismo intacto e os camponeses

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entre(ues + %oracidade das lati undi#rios, não sabiam,naturalmente, nem lhes passa%a pela mente, qu"consequ"ncias sociais esse importante incremento das

orças produti%as ha%ia de acarretar? não sabiam e nemcompreendiam que esse importante salto que se da%a nocampo das orças produti%as da sociedade condu!iria a umarea(rupação tal das orças sociais que daria ao proletariadoa possibilidade de se unir aos camponeses e de le%ar acabo a re%olução socialista %itoriosa@ a >nica coisa que eles

queriam era incrementar ao m#ximo a produção industrial,dominar o (i(antesco mercado interno do pa$s, con%erter-seem monopolistas e obter maiores lucros da economianacional@ a consci"ncia com que reali!a%am aquele ato nãoia além do hori!onte emp$rico e estreito dos seus interessespessoais.

: esse respeito, di! &arx?

a produção social de sua %ida /L0, os homens contraemdeterminadas relaç7es necess#rias e independentes /;0 desua %ontade, relaç7es de produção que correspondem auma determinada ase do desen%ol%imento de suas orçasproduti%as materiais . /1arl &arx, Obras 'scolhidas , ed. cit.,pa(. LLE0.

4sso não si(nifca, naturalmente, que as mudanças%erifcadas nas relaç7es de produção e a passa(em das%elhas relaç7es de produção para outras no%as se d"sua%emente sem con itos e sem comoç7es. :o contr#rio,

essas trans ormaç7es re%estem (eralmente a orma de uma

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derrocada re%olucion#ria das %elhas relaç7es de produçãopara dar lu(ar + instauração de outras no%as. :té che(ar aum certo per$odo, o desen%ol%imento das orças produti%as

e as mudanças que se operam no campo das relaç7es deprodução decorrem de um modo espontFneo,independentemente da %ontade dos homens. &as só atécerto ponto, até o momento em que as orças produti%asque sur(em e se desen%ol%em conse(uem amadurecerinteiramente. Jma %e! que as no%as orças produti%as

estão amadurecidas, as relaç7es de produção existentes eseus representantes, as classes dominantes, se con%ertemnesse obst#culo insuper#%el que só se pode eliminar pormeio da ação consciente das no%as classes, por meio daação %iolenta dessas classes, por meio da re%olução. :quise destaca com (rande nitide! a enorme importFncia das

no%as idéias sociais, das no%as instituiç7es pol$ticas, dono%o Poder pol$tico, chamados a liquidar pela orça as%elhas relaç7es de produção. Do con ito entre as no%as

orças produti%as e as %elhas relaç7es de produção, dasno%as exi("ncias econ micas da sociedade sur(em no%asidéias sociais@ essas no%as idéias or(ani!am e mobili!am as

massas, as massas se undem em um no%o exércitopol$tico, criam um no%o Poder re%olucion#rio e utili!am essePoder para liquidar pela orça o %elho re(ime estabelecidono campo das relaç7es de produção e re erendar o re(imeno%o. O processo espontFneo de desen%ol%imento d# lu(ar+ ação consciente do homem, o desen%ol%imento pac$fco +

trans ormação %iolenta, a e%olução + re%ol ução.

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O proletariado di! &arx se %" obri(ado a or(ani!ar-se comoclasse para lutar contra a bur(uesia... mediante a re%olução secon%erte em classe dominante e, como classe dominante, destrói pela

orça as relaç7es de produção %i(entes. / &ani esto do PartidoComunista , ed. cit. pa(. L=0.

' em suas obras, noutros lu(ares?

O proletariado %aler-se-# do Poder pol$tico para ir despo*ando(radualmente a bur(uesia de todo o capital, de todos os instrumentosde produção, centrali!ando-os nas mãos do 'stado, isto é, doproletariado or(ani!ado como classe dominante, e procurandodesen%ol%er, por todos os meios e com a maior rapide! poss$%el, as

orças produti%as. /Ob. cit. pa(. LG0.

: %iol"ncia é a parteira de toda sociedade %elha que le%a em suasentranhas outra no%a . /1arl &arx , O Capital, t. 4i, pa(. =NN0.'is a$ em que termos &arx ormula%a, com traços (eniais, a ess"nciado materialismo histórico no memor#%el pre #cio escrito em<NHE para o seu amoso li%ro Contribuição + cr$tica da 'conomiaPolitica?

a produção social de sua %ida, os homens contraem determinadasrelaç7es necess#rias independentes de sua %ontade, relaç7es deprodução que correspondem a uma determinada ase dodesen%ol%imento de suas orças produti%as materiais. O con*untodessas relaç7es de produção orma a estrutura econ mica dasociedade, a base real sobre a qual se le%anta a super-estrutura

*ur$dica e pol$tica e a que correspondem determinadas ormas deconsci"ncia social. O sistema de produção da %ida material condicionatodo o process*o da %ida social, pol$tica e espiritual. ão é aconsci"ncia do homem que determina a sua exist"ncia, mas, aocontr#rio, sua exist"ncia social é que determina sua consci"ncia. :oche(ar a uma determinada ase de desen%ol%imento, as orçasproduti%as materiais da sociedade se chocam com as condiç7es deprodução existentes ou, o que não é mais do que a expressão *ur$dicadisto, com as relaç7es de propriedade dentro das quais se t"mmo%ido até ali. De ormas de desen%ol%imento das orças produti%as,essas relaç7es se con%ertem em seus entra%es. ' se abre assim umaépoca de re%olução social. :o mudar a base económica, trans orma-se, mais ou menos lentamente, mais ou menos rapidamente, toda aimensa super-estrutura eri(ida sobre ela. Vuando se estudam essastrans ormaç7es, cumpre distin(uir sempre entre as mudançasmateriais operadas nas condiç7es econ micas da produção e quepodem ser apreciadas com a exat$dão própria das ci"ncias naturais, e

as ormas *ur$dicas, pol$ticas, reli(iosas, art$sticas ou flosófcas ideoló(icas, em uma pala%ra em que os homens adquirem

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consci"ncia desse con ito e o combatem. ' do mesmo modo que nãopodemos *ul(ar um indi%$duo pelo que ele pensa de si mesmo, nãopodemos *ul(ar tampouco essas épocas de trans ormação por suaconsci"ncia, mas, ao contr#rio, de%e-se explicar essa consci"nciapelas contradiç7es da %ida material, pelo con ito existente entre as

orças produti%as sociais e as relaç7es de produção. enhumaormação social desaparece antes que se tenham desen%ol%ido todas

as orças produti%as que comporta, e nunca aparecem no%as e maisaltas relaç7es de produção antes que as condiç7es materiais para asua exist"ncia ha*am amadurecido no seio da sociedade anti(a. Porisso, a humanidade sempre prop7e a si mesma unicamente osob*eti%os que pode alcançar, pois, bem olhadas as coisas, %emossempre que esses ob*eti%os se prop7em apenas quando *# existemou, pelo menos, se estão (estando os condiç7es materiais para a suareali!ação . /1arl &arx, Obras 'scolhidas , t. 4, pa(s. LLN-LLE0.

Bal é a concepção do materialismo marxista em sue aplicação + %idasocial, em sua aplicação + história da sociedade.

Bais são as caracter$sticas undamentais do materialismo dialético edo materialismo histórico.

[Par#(ra o exclu$do desta edição mas constante da 'dição Iobre os5undamentos do 8eninismo , <E;H, 'ditorial Cal%ino 8tda., Qio de

Yaneiro\? Por a$ se %" que extraordin#ria rique!a teórica era de endidapara o Partido de 8enine, contra os ataques dos re%isionistas e dosde(enerados, e quão (rande oi a importFncia da publicação de suaobra &aterialismo e 'mpiro-Criticismo para o pro(resso do PartidoMolche%ique.

Primeira Edição: setembro de 1938Fonte: Sobre o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico, ediçõesHori onte, !io, 19"#.Transcrição e HTML: $ernando %. S. %ra&'o .Direitos de Reprodução: % có(ia o) distrib)iç*o deste doc)mento é li+re einde inidamente -arantida nos termos da /0 $ree Doc)mentation icense.

Notas de rodapé:

21 4r-anismo +i+o )nicel)lar 5 J. Stalin. 2 retornar ao te6to

27 or meios de trabal:o Mar6 entende, (rinci(almente, instr)mentos de(rod)ç*o. 2J. Stalin . 2 retornar ao te6to

23 ;sto é, na (rod)ç*o dos bens materiais necessários < +ida dos :omens. 2J.Stalin . 2 retornar ao te6to

2" S)blin:ado (or nós. 2J. Stálin 2 retornar ao te6to

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