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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA SOCIESC INSTITUTO SUPERIOR TUPY IST PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA ESTUDO DO SISTEMA DE ENCHIMENTO DE AÇOS AO CARBONO FUNDIDOS EM MOLDES DE AREIA CURA-FRIO ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA ROSANGELA HARTMANN JOINVILLE 2012

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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA – SOCIESC

INSTITUTO SUPERIOR TUPY – IST

PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

ESTUDO DO SISTEMA DE ENCHIMENTO DE AÇOS AO CARBONO FUNDIDOS EM

MOLDES DE AREIA CURA-FRIO ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA

ROSANGELA HARTMANN

JOINVILLE

2012

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ROSANGELA HARTMANN

ESTUDO DO SISTEMA DE ENCHIMENTO DE AÇOS AO CARBONO FUNDIDOS EM

MOLDES DE AREIA CURA-FRIO ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA

Orientador: Prof. Dr. Kassim S. Al-Rubaie

Joinville

2012

Dissertação apresentada ao Instituto

Superior Tupy, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em

Engenharia Mecânica.

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ESTUDO DO SISTEMA DE ENCHIMENTO DE AÇOS AO CARBONO FUNDIDOS EM

MOLDES DE AREIA CURA-FRIO ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA

ROSANGELA HARTMANN

Dissertação defendida e aprovada em 09 de agosto de 2012, pela banca

examinadora constituída pelos professores:

___________________________________________

Prof. Dr. Kassim S. Al-Rubaie (Orientador)

Instituto Superior Tupy - SOCIESC

___________________________________________

Prof. Dr. Guilherme Ourique Verran

Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

___________________________________________

Profª. Drª. Rosineide Junkes Lussoli

Instituto Superior Tupy - SOCIESC

___________________________________________

Prof. Dr. Modesto Hurtado Ferrer

Instituto Superior Tupy - SOCIESC

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Dedico este trabalho a Deus e a família

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de nessas breves palavras agradecer profundamente a todos que

contribuíram com meu trabalho, com certeza sem a ajuda e incentivo destes eu não

teria chegado até aqui;

Professor Dr. Kassim S. Al-Rubaie: Orientador e amigo, sempre apoiando e

incentivando o desenvolver do trabalho;

Ao Professor M.Sc. Iberê Roberto Duarte que incansavelmente me orientou,

incentivou, sempre muito interessado, é co-autor de muito trechos, demonstrou

muita confiança em mim e essas linhas são poucas para agradecê-lo;

Agradeço a empresa Acearia Frederico Missner por abrir espaço para realizar as

simulações no software Magma, em especial ao Sr. Augusto Missner e ao Sr. Jaison

que realizou as simulações;

Agradeço a SOCIESC que me deu todo o apoio nesse objetivo, bem como aos meus

colegas de trabalho, que em muito me ajudaram nas fusões;

Aos amigos que incansavelmente me ajudaram nas muitas correções e sugestões,

Carolina Silva, Fernanda Silva, Thiago, Mylena Correia, Prof. Max Hermann, Renato

Marasca, funcionários da fundição;

Aos meus pais Romaldo e Arlete pela paciência, incentivo e apoio;

Enfim, agradeço a Deus por permitir a conclusão deste.

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“A alegria é o fogo que mantém aquecido o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência”.

Autora: Helen Keller

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RESUMO

A fundição de peças de aço vem ganhando espaço em diversos setores, pois

propicia geometrias complexas muito próximas da medida necessária com a mesma

resistência de uma peça feita a partir de um bloco laminado. Porem o

processamento do aço fundido é difícil, pois o aço funde em altas temperaturas

quando comparado ao ferro fundido, dessa forma se torna reativo com o oxigênio e

demais materiais em que está em contato, provocando defeitos. Visando minimizar

os defeitos provocados em peças de aço fundido, oriundos de um sistema de

enchimento projetado de forma inadequada, foi proposto neste trabalho analisar

através de um corpo de prova alguns sistemas de enchimento. Tendo como princípio

que o metal sai do forno com qualidade, no molde é necessário ter um sistema de

enchimento bem dimensionado para conduzir o metal até a cavidade sem gerar

turbulência danosa, o que poderia provocar defeitos, tais como: inclusão de óxido,

escórias e bolhas de gás. Com base nisso, foi realizado um estudo comparativo

entre diversos sistemas de enchimento, variando-se a relação de área dos canais de

descida, primário e ataque, o formato dos canais de descida e primário, bem como

quantidade e o formato dos canais de ataque. Foram testados tanto sistemas

horizontais como verticais. O estudo foi feito com o auxílio do programa de

computador Magma que processa a simulação numérica. Analisou-se o

comportamento do fluxo do aço fundido ao longo do sistema de enchimento e na

cavidade do molde. As simulações foram feitas considerando o aço ao carbono SAE

1020, que é um dos aços mais reativos quanto à oxidação, devido à elevada

temperatura de vazamento, entre 1580ºC a 1620ºC. Os resultados obtidos com a

simulação mostraram que a geometria do sistema de canal influencia diretamente na

turbulência durante o enchimento. Todos os sistemas testados tiveram velocidade

de enchimento superior a 50 cm/s. Os sistemas de enchimento verticais,

dimensionados com maior área no canal de ataque, objetivando reduzir a velocidade

de enchimento da cavidade não tiveram sucesso. A simulação mostrou que apesar

da área ser maior, o líquido preencheu somente uma parte do canal, entrando na

cavidade com alta velocidade.

Palavras-chave: Aço fundido; Fundição; Sistemas de enchimento; Simulação.

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ABSTRACT

The casting of steel has been increasing in various sectors, as it enables complex

geometries very close to the extent necessary with the same resistance of a piece

made from a laminated block. But the casting of steel is more difficult, because steel

melts at high temperatures when compared to cast iron, thus it becomes reactive with

oxygen and other materials that are in contact, causing defects. In order to minimize

the defects caused in steel castings, from a filling system designed improperly, it was

proposed, in this work, to analyze a defined specimen produced from different filling

systems. With the assumption that the metal leaves the oven with quality, it is

necessary that the mold has a well dimensioned filling system for driving the metal to

the cavity without generating damaging turbulence, which would cause defects such

as inclusion oxide, slag and gas bubbles. Based on this object, a comparative study

was performed on different filling systems, varying the ratio of the area of the sprue,

runner and gate, the format of the sprue and runner as well as amount and format of

the gate. Both horizontal and vertical filling systems were tested. The study was done

with the aid of a computer program that processes the numerical simulation. The

behavior of the molten steel flow through the system and fill the mold cavity was

examined. The simulations were done considering the SAE 1020 carbon steel, which

is a more reactive one as oxidation due to its high casting temperature, between

1580°C and 1620°C. The results of the simulation showed that the geometry of the

channel directly influences the turbulence during filling. All systems tested showed a

filling velocity exceeding 50 cm/s. The filling system vertical dimensioned with a

greater area of the gate, in order to reduce the rate of filling of the cavity, was not

efficient. The simulation showed that despite the greater area, the fluid filled only a

part of the gate and entered into the cavity at high speed.

Keywords: cast steel, casting, filling systems; Simulation.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Tipos de inclusões encontradas em aço fundido (FINARDI, 1979). ........... 22 Figura 2: Aspecto característico do defeito de pinholes (AFS, 1999) ........................ 23

Figura 3: Influência do teor de carbono sobre a fluidez de aços com 0,73% Mn e 0,36% Si (FINARDI e GUEDES, 1984). .................................................................... 33 Figura 4: Efeito de inclusões na viscosidade de aço à 1600ºC (FINARDI e GUEDES, 1984). ........................................................................................................................ 33 Figura 5: Tensão superficial em A gota de mercúrio e B seção ampliada da superfície (WEBSTER, 1980). ................................................................................... 34 Figura 6: Meniscos em A água e em B mercúrio em recipientes de vidro.(WEBSTER, 1980) ......................................................................................................................... 35

Figura 7: Atração capilar fazendo a água subir no tubo (WEBSTER, 1980). ............ 35 Figura 8: Esquema de vários sistemas de canais por gravidade (CAMPBELL, 2004). .................................................................................................................................. 38 Figura 9: Sistema de enchimento que possibilita a entrada de escórias, óxidos e bolhas na cavidade do molde (CAMPBELL, 2004). .................................................. 39 Figura 10: Sistema de enchimento que reduz a possibilidade de entrada de escórias, óxidos e bolhas na cavidade do molde (CAMPBELL, 2004). .................................... 40 Figura 11: (A) um sistema ineficiente de canalização, (B) um sistema eficiente e econômico (CAMPBELL, 2004). ................................................................................ 40 Figura 12: (a) e (b) Sistemas de enchimento de baixo para cima melhorados e (c) com redução da altura de vazamento (CAMPBELL, 2004). ...................................... 41

Figura 13: Velocidade ótima de enchimento (CAMPBELL, 2004). ............................ 43

Figura 14: Relação entre tempo e peso de vazamento na temperatura de 1540 ºC (MAEHARA e ESMERALDO, 1989). ......................................................................... 46 Figura 15: Componente básicos de um sistema de canais com partição horizontal (SUSCHIL e PLUTSHACK, 1992). ............................................................................ 47 Figura 16: Fluxograma dos principais itens para elaboração dos sistema de canais (MAEHARA e ESMERALDO, 1989). ......................................................................... 48 Figura 17: Funis do sistema de enchimento não recomendados (CAMPBELL, 2004). .................................................................................................................................. 51 Figura 18: Bacias com degrau para alta velocidade de vazamento (CAMPBELL, 2004). ........................................................................................................................ 53 Figura 19: Geometria do fluxo ao cair livremente da bacia de vazamento (CAMPBELL, 2004). .................................................................................................. 54 Figura 20: Canal de descida errado (a esquerda) e correto (a direita) (CAMPBELL, 2004). ........................................................................................................................ 55 Figura 21: A forma teórica de hipérbole do fluxo em queda comparando com o formato da bacia e do canal de descida (CAMPBELL, 2004). .................................. 56

Figura 22: Esquema de vários tipos de junções de canais de ataque e desalinhamento do canal de descida, não são recomendados (CAMPBELL, 2004). 57 Figura 23: Sistema de enchimento de um sistema pressurizado e outro despressurizado (CAMPBELL, 2004). ....................................................................... 61 Figura 24: Sistema 1:1:1 (a) um ataque reto, (b) três ataques retos, (c) três ataques com raio, (d) três ataques com raio e primário escalonado contínuo, (e) três ataques e escalonamento interno. .......................................................................................... 70

Figura 25: Sistema 1:2:1 (a) um ataque, (b) três ataques reto, (c) três ataques com raio. ........................................................................................................................... 71 Figura 26: Sistema 1:4:4 (a) canal primário escalonado no molde superior e três ataques (b) canal primário escalonado no molde inferior e três ataques, (c) canal primário escalonado contínuo no molde inferior com três ataques ........................... 71

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Figura 27: Sistema 1:0,8:0,6 (a) um ataque (b) três ataques retos, (c) três ataques com raio..................................................................................................................... 72 Figura 28: Sistema com filtro 50x50x22 mm e três ataques retos com canal primário: (a) reto no molde superior (b) primário reto no molde inferior com poço, (c) primário escalonado em rampa no molde superior, (d) primário escalonado em degraus no molde inferior, (e) primário com escalonamento em rampa no molde inferior. .......... 73

Figura 29: Sistema vertical, (a) descida e primário retangular, primário com poço, ataque reto por baixo, (b) descida e primário retangular e extensão do canal primário para cima, (c) descida redondo, primário com expansão e ataque arredondado, (d) descida retangular, primário com expansão e ataque arredondado. ......................... 74 Figura 30: Módulo das partes do conjunto fundido. ................................................... 76

Figura 31: Localização dos dados no sistema de enchimento. ................................. 79 Figura 32: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, com um ataque reto. (a) início, (b) parcial. ....................................................................................................................... 82 Figura 33: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, com um ataque reto. (a) início, (b) parcial. ....................................................................................................................... 84 Figura 34: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado na lateral e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................................ 85 Figura 35: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, com três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ................................................................................................................. 87 Figura 36: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado na lateral e três ataques com arredondamentos. (a) início, (b) parcial. ............................................................ 88

Figura 37: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, canal primário escalonado na lateral e três ataques com raios. (a) início, (b) parcial. .............................................. 90 Figura 38: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado em rampa inferior e três ataques arredondados. (a) início, (b) parcial. ............................................................ 91 Figura 39: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, canal primário escalonado tipo rampa e três ataques com raios. (a) início, (b) parcial. ............................................. 93 Figura 40: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado pela parte interior e três canais de ataques arredondados. (a) início, (b) parcial. ............................................ 94 Figura 41: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, canal primário escalonado no lado interior e três ataques com raios. (a) início, (b) parcial. ............................................. 96 Figura 42: Sistema 1:2:1 com canal primário no molde superior e um ataque reto. (a) início, (b) parcial. ....................................................................................................... 97

Figura 43: Sistema 1:2:1, canal primário escalonado no molde superior com um ataque reto. (a) início, (b) parcial. .............................................................................. 99 Figura 44: Sistema 1:2:1 com canal primário no molde superior escalonado e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................ 100

Figura 45: Sistema 1:2:1, canal primário escalonado no molde superior com três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................ 102 Figura 46: Sistema 1:2:1 com canal primário no molde superior escalonado e três ataques arredondados. (a) início, (b) parcial. .......................................................... 103 Figura 47: Sistema 1:2:1, canal primário escalonado no molde superior com três ataques arredondados. (a) início, (b) parcial. .......................................................... 105 Figura 48: Sistema 1:0,8:0,6 com canal primário no molde superior e um canal de ataque reto. (a) início, (b) parcial. ............................................................................ 106

Figura 49: Sistema 1:0,8:0,6, canal primário escalonado no molde superior com um ataque reto. (a) início, (b) parcial. ............................................................................ 108 Figura 50: Sistema 1:0,8:0,6 com canal primário escalonado no molde superior e três canais de ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................ 109

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Figura 51: Sistema 1:0,8:0,6, canal primário escalonado no molde superior com três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................ 111 Figura 52: Sistema 1:0,8:0,6 com canal primário escalonado no molde superior e três canais de ataques arredondados (a) início, (b) parcial. ........................................... 112 Figura 53: Sistema 1:0,8:0,6, canal primário escalonado no molde superior com três ataques arredondados. (a) início, (b) parcial. .......................................................... 114

Figura 54: Sistema 1:4:4 com canal primário escalonado no molde superior e três canais de ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................ 115 Figura 55: Sistema 1:4:4, canal primário escalonado no molde superior com três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................ 117 Figura 56: Sistema 1:4:4 com canal primário escalonado no molde inferior e três canais de ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................ 118 Figura 57: Sistema 1:4:4, canal primário escalonado no molde inferior com três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................ 120 Figura 58: Sistema 1:4:4 com canal primário escalonado do tipo rampa no molde inferior e três canais de ataques retos. (a) início, (b) parcial. .................................. 121 Figura 59: Sistema 1:4:4, canal primário escalonado em rampa no molde inferior com três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ......................................................... 123 Figura 60: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde superior escalonado do tipo rampa e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ....................................... 124 Figura 61: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário escalonado em rampa no molde superior e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ..................................... 126

Figura 62: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde superior e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................ 127 Figura 63: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário reto no molde superior e três ataques retos. (a) início, (b) parcial .................................................................. 129 Figura 64: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde inferior escalonado e três ataques retos. Fluxo de preenchimento. (a) início (b) parcial. .......................... 130 Figura 65: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário escalonado no molde inferior e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. .................................................. 132 Figura 66: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário reto no molde inferior e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ........................................................................ 133 Figura 67: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário reto no molde inferior, extensão com poço e três ataques retos. (a) início, (b) parcial. .............................. 135

Figura 68: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde inferior escalonado do tipo rampa e três ataques retos.. (a) início, (b) parcial. ...................................... 136 Figura 69: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário escalonado em rampa no molde inferior, três ataques retos. (a) início, (b) parcial. ......................................... 138

Figura 70: Sistema de enchimento vertical tipo faca com extremidade em “poço”. (a) início, (b) parcial. ..................................................................................................... 139 Figura 71: Sistema vertical tipo faca, ataque expandido e poço na extremidade do canal primário. (a) início, (b) parcial. ....................................................................... 141 Figura 72: Sistema de enchimento vertical, canais tipo faca com alargamento do canal primário e extremidade reta. (a) início, (b) parcial. ........................................ 142 Figura 73: Sistema vertical tipo faca, canal primário com largura aumentada e ataque expandido arredondado. (a) início, (b) parcial. ........................................................ 144

Figura 74: Sistema de enchimento vertical com canal de descida e distribuição tipo faca e extremidade para cima. (a) início, (b) parcial. ............................................... 145 Figura 75: Sistema vertical tipo faca, ataque expandido e arredondado e extensão para cima. (a) início, (b) parcial. .............................................................................. 147

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Figura 76: Sistema de enchimento vertical, canal de descida redondo e primário tipo faca com alargamento e extremidade reta. (a) início, (b) parcial. ............................ 148 Figura 77: Sistema vertical, canal de descida redondo, primário tipo faca e expandido e ataque expandido arredondado. (a) início, (b) parcial. ........................ 150 Figura 78: Comparativo entre “tempo de enchimento” e “velocidade no canal de ataque” na simulação .............................................................................................. 153

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação dos aços ao carbono (SOUZA, 2001).................................. 20 Tabela 2: Solubilidade dos elementos nas fases do aço (SOUZA, 2001). ................ 21

Tabela 3: Principais impurezas e forma como encontram no aço sólido (FINARDI, 1993). ........................................................................................................................ 25 Tabela 4: Valores práticos o coeficiente de segurança (K) (MINTEGUI, 2001). ........ 27 Tabela 5: Valores dos coeficientes de contração “b”(FUOCO, MARIOTO e ALBERTIN, 1987). ..................................................................................................... 29

Tabela 6: Velocidade crítica do líquido no sistema de enchimento . ......................... 44 Tabela 7: Exemplos de relação de área dos sistemas de enchimento (CAMPBELL, 2004). ........................................................................................................................ 63

Tabela 8: comparativo entre os requisitos térmico e volumétrico .............................. 75 Tabela 9: Relações de áreas e posições de enchimento a serem empregadas. ...... 77 Tabela 10: Dados de entrada para os cálculos ......................................................... 78 Tabela 11: Dimensões dos sistemas de enchimento ................................................ 79

Tabela 12: Análise dos resultados em Ok e Não Ok. .............................................. 152

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LISTA DE SÍMBOLOS

V – volume da peça ou da seção a ser alimentada (equação 1, 6, 13);

S – área das superfícies em contato com a areia (equação 1);

Mpeça – módulo da peça ou seção (equação 1, 8, 10);

Mm – módulo do massalote (equação 2, 4, 8);

K – coeficiente de segurança (equação 2);

Vm – volume do massalote (equação 3, 5, 6,7);

Dm – diâmetro do massalote (equação 3, 4, 7);

Hm – altura do massalote (equação 3);

p – relação entre altura e diâmetro do massalote (equação 4,7);

Vr – volume do rechupe (equação 5);

b – coeficiente de contração da liga no estado líquido (equação 5, 6);

η – rendimento do massalote (equação 4, 6);

Mn – módulo do pescoço (equação 8, 9, 10);

a – dimensão do pescoço (equação 9);

- fator prático de correção do módulo (equação 10);

I – distância percorrida pelo material (equação 11);

α e β - fatores dependentes da natureza do molde e do material (equação 11);

Cp – calor específico do material líquido (equação 11);

δ - densidade do material líquido (equação 11);

tv – temperatura de vazamento (equação 11);

ts – temperatura de solidificação do material (equação 11);

tm – temperatura do molde (equação 11);

Cs – calor latente de solidificação do material (equação 11);

H – Altura da coluna do líquido (equação 12, 21, 22);

P – Pressão (equação 12);

ρ – Peso específico (equação 12, 20, 22);

– viscosidade cinemática do líquido (equação 12, 13);

g – aceleração da gravidade (equação 12, 21, 22);

Q – Vazão (equação 12);

A – Área da seção do canal ou área da seção de choque (equação 12, 15, 20);

Z – Atrito ou perda de carga (equação 12);

K – Constante (equação 12);

Re – numero de reinolds (equação 13);

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d – diâmetro hidráulico do canal (equação 13, 14);

Qv – vazão volumétrica do líquido (equação 15);

V – velocidade no líquido (equação 15, 20, 21);

Qg – vazão mássica do líquido (equação 15);

P – peso do conjunto (equação 16, 20, 22);

t – tempo de enchimento (equação 16, 20, 22);

T – tempo de vazamento (equação 17);

A – fator constante em tempo (equação 17, 23);

K – fator (equação 17, 23);

- espessura da área mais representativa da peça (equação 17, 23);

- fator sobre a espessura (equação 17, 23);

W – peso bruto da peça (equação 17, 23);

– função da temperatura de vazamento (equação 17, 19, 23);

Hs – porcentagem de sobreaquecimento da temperatura de vazamento (equação 17,

18, 19);

- coeficiente de perda de carga no sistema (equação 21, 22);

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 18

1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 19

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 20

2.1 AÇOS FUNDIDOS .......................................................................................... 20

2.1.1 Defeitos típicos .......................................................................................... 21

2.1.2 Cuidados na fusão ..................................................................................... 24

2.1.3 Fabricação de aço fundido – Tratamentos do líquido ............................ 24

2.1.4 Metalurgia dos aços fundidos ................................................................... 26

2.2 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ............................ 26

2.2.1 Requisito térmico ....................................................................................... 26

2.2.2 Requisito volumétrico ................................................................................ 28

2.2.3 Pescoço ...................................................................................................... 30

2.3 PROPRIEDADES DOS METAIS E SUAS LIGAS LÍQUIDAS ......................... 31

2.3.1 Fluidez ......................................................................................................... 31

2.3.2 Tensão superficial ...................................................................................... 34

2.3.3 Formação de óxido .................................................................................... 36

2.4 SISTEMA DE ENCHIMENTO ......................................................................... 36

2.4.1 Velocidade crítica ....................................................................................... 42

2.4.2 Máxima velocidade de enchimento .......................................................... 43

2.4.3 Tempo de enchimento ............................................................................... 45

2.4.4 Projeto de sistema de canais .................................................................... 47

2.4.5 Oxidação do material líquido no sistema de enchimento ...................... 48

2.4.6 Relação de área .......................................................................................... 49

2.4.7 Funil ............................................................................................................. 50

2.4.8 Bacia de vazamento ................................................................................... 52

2.4.9 Canal de descida ........................................................................................ 53

2.4.10 Canal primário ......................................................................................... 58

2.4.11 Canais de ataque .................................................................................... 59

2.4.12 Tipos de sistemas de enchimento ......................................................... 60

2.4.13 Dimensionamento do sistema de enchimento ..................................... 63

2.5 FILTROS ........................................................................................................ 64

2.6 SIMULAÇÃO POR COMPUTADOR ............................................................... 65

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3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 68

3.1 CORPO DE PROVA ....................................................................................... 68

3.2 SISTEMAS DE ENCHIMENTO PROJETADOS E AVALIADOS ..................... 69

3.2.1 Sistemas de enchimento com relação de área 1:1:1 ............................... 69

3.2.2 Sistemas de enchimento com relação de área 1:2:1 ............................... 70

3.2.3 Sistemas de enchimento com relação de área 1:4:4 ............................... 71

3.2.4 Sistemas de enchimento com relação de área 1:0,8:0,6 ......................... 72

3.2.5 Sistemas de enchimento com filtro .......................................................... 72

3.2.6 Sistemas de enchimento em molde com partição vertical ..................... 74

3.3 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ....................................................................... 75

3.3.1 Verificação do sistema de alimentação por simulação numérica.......... 76

3.4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ENCHIMENTO .............................. 77

3.4.1 Tempo de enchimento ............................................................................... 78

3.4.2 Cálculo das seções dos sistemas de canais ........................................... 79

3.5 PARÂMETROS UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO ............................................ 80

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 81

4.1 DIREÇÃO, IDADE DO FLUXO E VELOCIDADE DE ENCHIMENTO ............. 81

4.1.1 Sistema de enchimento 1:1:1 .................................................................... 81

4.1.2 Sistema de enchimento 1:2:1 .................................................................... 95

4.1.3 Sistema de enchimento 1:0,8:0,6 ............................................................ 104

4.1.4 Sistema de enchimento 1:4:4 .................................................................. 113

4.1.5 Sistema de enchimento com filtro 50x50x22 ......................................... 122

4.1.6 Sistema de enchimento vertical .............................................................. 137

5 CONCLUSÃO .............................................................................................. 154

6 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................. 157

7 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 158

8 ANEXOS ...................................................................................................... 161

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18

1 INTRODUÇÃO

A fabricação de peças a partir da usinagem de blocos de aço laminado

advindos da aciaria é uma prática bastante difundida entre as indústrias do setor

metalúrgico. De acordo com o relatório anual que a Associação Brasileira de

Fundição – ABIFA disponibilizou em outubro de 2012, o consumo de aço laminado é

muito superior ao consumo do aço fundido, porém muitas vezes o custo necessário

para se produzir peças de aço a partir de blocos laminados é muito elevado, pois

necessita-se comprar uma grande quantidade de material sendo que a peça final vai

ocupar muitas vezes menos de 50% dessa quantidade. Pelo processo de fundição é

possível fabricar a peça com as dimensões muito próximas do que se deseja,

gerando economia de material e diminuindo o tempo de usinagem.

Existem no Brasil muitas fundições, porém poucas trabalham com aço

fundido, pois o processamento é mais complexo comparado ao ferro fundido,

necessitando uma série de cuidados e mesmo assim nem sempre se chega ao

resultado esperado. Devido à baixa procura por aço fundido, pouco se evoluiu ao

longo dos anos a respeito do desenvolvimento e aprimoramento das técnicas de

produção.

Inclusões de óxidos, escória e bolhas nas peças são muito comuns.

Dependendo da origem (causa) do defeito existe uma solução diferente, que precisa

ser investigada e testada. Um dos problemas mais críticos nos aços fundidos se

refere à inclusão de escória. Isto ocorre devido à alta temperatura de

processamento, a qual favorece o aumento da reatividade do líquido com o meio,

gerando óxidos e formando escórias. Como a densidade desta escória é menor do

que a densidade do aço fundido, isto contribui fortemente para o processo de

flutuação (MAEHARA e ESMERALDO, 1989) (SOUZA, 2001).

Suspeita-se que se reduzindo a área da seção transversal do canal de

ataque, alterando-se a posição do canal primário, ou ainda, empregando-se filtro

cerâmico, se consiga reter a escória ou evitar sua formação no sistema de canais

através da re-oxidação. Ter um sistema de enchimento bem dimensionado, que

conduza a liga metálica para a cavidade, sem turbulência, aspiração de gás/ar e que

não provoque oxidação, pode evitar boa parte destes problemas.

Sendo assim, através da aplicação de filtro cerâmico, sistema de canais

pressurizados e despressurizados, diferentes posições e formatos do canal primário,

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foi estudado o comportamento destes diferentes sistemas através de simulação por

computador, a fim de verificar a turbulência com que a liga metálica entra na

cavidade, correlacionando com a velocidade, formato do canal, aspiração de ar e

mudança de direção, pois estes fatores influenciam diretamente nos defeitos de re-

oxidação, inclusões de escória e bolhas de ar (FINARDI, 1979) (FUOCO, MARIOTO

e ALBERTIN, 1987).

Mapeando o comportamento de 23 sistemas testados, foi possível obter

resultados como velocidade, tempo de enchimento e direção do fluxo, além da

visualização do preenchimento do molde. Foi possível correlacionar os resultados e

encontrar sistemas tanto verticais como horizontais que conseguem preencher o

molde de uma forma contínua e com reduzida turbulência quando comparado com

os demais. Em nenhum dos casos estudados foi possível reduzir a velocidade

abaixo da velocidade crítica sugerida por Campbell (1991, 2004) como 50 cm/s.

1.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar, com o emprego de simulação em programa de computador, o efeito

da geometria de diversos sistemas de enchimento para aço fundido sobre a

velocidade e turbulência do fluxo de enchimento, visando minimizar a turbulência,

oxidação e aspiração de gás e ar.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Determinar os tipos de sistemas de enchimento que devem ser estudados

com base nas literaturas;

b) Definir os fatores que serão analisados nas simulações, bem como a

correlação com a prática;

c) Avaliar a velocidade de enchimento dos sistemas de enchimento testados;

d) Avaliar a influência da geometria dos sistemas de enchimento na turbulência

do fluxo no sistema de enchimento e na cavidade do molde.

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20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 AÇOS FUNDIDOS

Aços são ligas ferrosas passíveis de deformação plástica, que em geral,

apresentam teor de carbono entre 0,008% a 2% na sua forma combinada e/ou

dissolvida, e pode conter elementos de liga adicionados ou residuais. Os aços

carbono possuem teores de silício e manganês não superiores a 0,6% e 1,65%

respectivamente. Aço fundido é: “Aço que, vazado em molde, não sofre

conformação após a solidificação” (SOUZA, 2001).

Nos aços ao carbono, o carbono é o principal elemento de liga deste material,

outros como silício, manganês, fósforo e enxofre estão presentes em pequenas

quantidades. A Tabela 1 mostra os teores de carbono para as classes de aço:

Tabela 1: Classificação dos aços ao carbono (SOUZA, 2001).

Tipo do aço Teor de carbono (%)

Aço-baixo carbono ≤ 0,30 %

Aço-médio carbono Entre 0,30 % a 0,50 %

Aço-alto carbono ≥ 0,50 %

Os teores de silício variam entre 0,25% e 0,80%, o manganês entre 0,50% e

0,80% e o fósforo e enxofre devem ficar com teores abaixo de 0,05%. Outros

elementos como cromo, níquel, molibdênio e cobre também estão presentes, porém

em pequenas proporções (SOUZA, 2001).

Os aços baixo carbono, possuem um baixo custo quando comparado com

aços que necessitam de mais elementos de liga, porem o custo de processamento

(fusão) é maior, pois necessita de maior temperatura no forno, cerca de 50 a 100ºC

a mais. O Aço SAE 1020 (SAE - Society of Automotive Engineers - EUA) é o aço

mais comum na construção mecânica, possui baixa dureza, boa usinabilidade, alta

tenacidade e possui baixo custo quando comparado a outros aços. Obter este aço

por fundição parece ser simples, porem é necessário mais temperatura para fundi-lo,

dessa forma, torna-se mais reativo, tendendo a apresentar defeitos como inclusão

de óxidos, escórias, drosses e outros como será apresentado nos próximos

capítulos deste trabalho (FINARDI, 1979).

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21

2.1.1 Defeitos típicos

Os aços fundidos apresentam, na sua grande maioria, defeitos como:

rechupe, trincas e inclusões. Além disso é quase impossível não formar inclusões

nos aços, devido ao processo de oxidação dos elementos e à presença de enxofre,

aliada à baixa solubilidade dos elementos no ferro a temperatura ambiente (SOUZA,

2001). A Tabela 2 mostra a solubilidade para alguns elementos no aço.

Tabela 2: Solubilidade dos elementos nas fases do aço (SOUZA, 2001).

Hidrogênio Nitrogênio Oxigênio Enxofre Fósforo

Solubilidade no líquido a 1600 ºC

0,0028 0,040 0,22 35 22

Solubilidade máxima na ferrita delta

0,0008 0,011 - 0,15 2,55

Solubilidade máxima na austenita

0,0010 0,025 0,0001 0,065 0,2

Solubilidade na ferrita a 700 ºC

0,0002 0,002 ~0 0,016 1,6

Teor normal em aços

0,0001 a 0,0006

0,0010 a 0,0100

0,00210 a 0,120

0,0020 a 0,12

0,0008 a 0,030

Todos os elementos citados na Tabela 2 irão formar inclusões de sulfeto,

nitreto e carbonitreto com exceção do fósforo. Para evitar essas inclusões devem-se

manter os teores de S, N e H em níveis baixos, usar panelas com sistema de

vazamento por baixo, de forma a evitar turbulência e oxidação do banho e sempre

que possível utilizar filtros no sistema de enchimento da peça (SOUZA, 2001)

(FINARDI, 1993).

Finardi (1979, 1993) diz que não há distinção entre porosidades e pin-holes

(defeitos superficiais ou sub-superficiais em forma de bolhas) quando as

porosidades ocorrem na superfície, a fonte provável é exógena (vem do molde),

conforme demonstra a Figura 2, quando ocorrem no interior da peça a causa é

endógena, ou seja, proveniente da composição do aço ou contaminações.

O formato dos defeitos de pin-holes podem ser esféricos de pequeno

diâmetro (da ordem de milímetros), numerosos junto à superfície, podem ser ovais,

com até diversos centímetros em comprimento, usualmente em ângulo reto com a

superfície, agrupadas e poucas em número, e também de tamanho variado,

dependendo da dimensão da peça fundida.

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22

As porosidades tendem a ter as paredes das cavidades brilhantes, porém a

textura difere de acordo com o tamanho da cavidade, conforme segue:

Grande: Possui paredes enrugadas pela contração do líquido;

Média: Possui marcas de crescimento dendrítico em função da solidificação do

material;

Pequenas (Pin-holes): Possui escória em alguns casos e perde o brilho após

tratamento térmico.

De acordo com Sims e Zapffe (1941 apud FINARDI, 1979, p. 02) de maneira

geral, o mecanismo de formação de porosidades depende diretamente da presença

simultânea de hidrogênio e oxigênio no material líquido, geralmente provenientes da

desassociação da água do molde. Em virtude do vapor de água não ser solúvel no

líquido ocorre a precipitação na forma de inúmeras bolhas, as quais normalmente

aparecem na interface entre a camada solidificada e o aço ainda líquido conforme

demonstrado na Figura 1 (WETZEL, 2009).

Figura 1: Tipos de inclusões encontradas em aço fundido (FINARDI, 1979).

Finardi (1979) ainda acrescenta que outros gases contidos no material,

também, podem causar porosidades, como por exemplo, o nitrogênio e monóxido de

carbono. Em resumo pode-se dizer que se não houver formação de bolhas de vapor

é improvável que porosidades ocorram. Uma vez nucleada a bolha, esta pode

crescer às custas de gases presentes na liga metálica ou no molde. O formato e a

localização das bolhas vão depender da quantidade de gases pré-existentes.

No aço fundido podem-se ter, também, inclusões de escória, que são macro

inclusões observadas em peças fundidas de aço contendo silicato vítreo, óxido de

ferro, de alumínio, de manganês e em alguns casos óxido de cálcio que são

produtos da oxidação do metal reativo no aço líquido, onde a causa mais provável é

a de reação de elementos contidos do aço com os materiais refratários a base de

sílica, por exemplo, o alumínio residual utilizado como desoxidante reage com os

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materiais do molde (produto de reação fluída) resultando em macro inclusões

relativamente extensas.

No caso de refratário de alta alumina e magnésia não há produto de reação

fluída com o alumínio o que diminui, mas não elimina a tendência de macro

inclusões, que pode ocorrer no caso de haver escória na panela.

Assim, como com o alumínio, ocorre com o manganês, já com o cálcio, em

testes feitos com até 0,6% Ca, não foi observada nenhuma reação liga/refratário,

embora o cálcio seja mais reativo, isso porque sua solubilidade no aço é

extremamente reduzida, sendo volatilizado os teores residuais.

A solda fria é outro defeito encontrado na fundição do aço, que nada mais é

do que a junção parcial entre duas frentes de metal que entram em contato e pode

ser causado simplesmente por uma temperatura de vazamento muito baixa ou pela

suspensão de óxidos sólidos na liga líquida que baixa a fluidez e consequentemente

aumentam a viscosidade (FINARDI, 1979).

Figura 2: Aspecto característico do defeito de pinholes (AFS, 1999)

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24

2.1.2 Cuidados na fusão

O uso de gás inerte para proteger a liga metálica líquida é comum em

algumas fundições de aço, o dispositivo cria uma proteção “blindada” em torno do

fluxo do material que cai do fundo da panela, com a finalidade de reduzir à re-

oxidação do aço. O gás geralmente utilizado é o argônio.

É difícil acreditar que uma pequena distância entre a panela de vazamento e

o funil de vazamento possa influenciar na oxidação da liga. Normalmente o tempo

envolvido para ocorrer ou não a oxidação é da ordem de milissegundos. Não é fácil,

portanto escapar à conclusão de que muitos usuários de fato reconhecem o efeito

positivo da bomba de argônio na transferência da liga para o funil cônico, assim a

atmosfera de gás protetor sob pressão empurra o argônio para ser sugado para

dentro do cone em vez de ar, supondo que a taxa de entrega de argônio seja

suficiente (uma vez que essas bombas transferem geralmente volumes

aproximadamente iguais de bombeamento de fluido e fluido aprisionado).

A ação benéfica de uma atmosfera protetora com argônio reside no fato de

que o gás reativo é substituído pelo gás inerte. Embora existam volumes de bolhas

que continuarão a serem arrastados com o fluxo, não haverá reação com o líquido e

formação de óxidos ou nitretos (CAMPBELL, 2004).

Sendo assim, não se pode fugir da conclusão de que operações de

vazamento manual estão factíveis ao erro. É claro que o gás empregado para formar

uma atmosfera protetora nunca será completamente inerte, poderá estar

contaminado com oxigênio, com vapor de água e com outros gases voláteis no

sistema de canais, principalmente em moldes de areia. Mesmo com todas estas

possibilidades de contaminação, a atmosfera protetora com gás inerte quando

utilizado corretamente é muito útil, conforme comprovado pela “Steel Founders

Society of America” (2000 aput Campbell, 2004, p.27), que no caso de aços, reduz

substancialmente a re-oxidação.

2.1.3 Fabricação de aço fundido – Tratamentos do líquido

O aço líquido contém impurezas como oxigênio, enxofre, nitrogênio,

hidrogênio e fósforo. Para a produção de peças fundidas é necessário a redução do

potencial de oxigênio a níveis suficientemente baixos de maneira a não ocorrer

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porosidade pela evolução de CO durante a solidificação. Os aços fundidos devem

receber adição de desoxidantes fortes, sendo o alumínio o mais importante. A

Tabela 3 mostra a forma como se encontram essas impurezas no aço (FINARDI,

1979), (FINARDI, 1993).

A introdução de alumínio leva à formação de inclusões de óxidos suspensas

no líquido, o enxofre por sua vez forma inclusões de sulfetos, o nitrogênio em

conjunto com o alumínio tende também a formar inclusões de nitretos, que

precipitam em contorno de grão prejudicando sensivelmente as propriedades

mecânicas. O hidrogênio tende a formar bolhas e também tencionar a estrutura, o

fósforo embora não precipite na forma de inclusões, tende a segregar multiplicando

o efeito prejudicial das inclusões (FINARDI, 1993).

As impurezas não só prejudicam as propriedades mecânicas como também

outras características tecnológicas, tais como: viscosidade, acabamento superficial,

trincas de solidificação, baixa ductilidade, baixa tenacidade, redução da

usinabilidade.

Tabela 3: Principais impurezas e forma como encontram no aço sólido (FINARDI, 1993).

Impureza Porosidades Inclusões Solução sólida

Fósforo Não participa Não participa Participa na totalidade

Enxofre Não participa Quase totalidade Muito pouco

Oxigênio Participa Participa Quase nada

Nitrogênio Participa parcialmente Participa parcialmente Participa parcialmente

Hidrogênio Participa parcialmente Não participa Participa parcialmente

Para eliminar estes tipos de inclusões é necessário fazer um refino do aço.

Existe o refino primário que é feito no aparelho de fusão e o refino secundário que é

feito fora do aparelho de fusão, sendo que este último pode ser realizado em

panelas, conversores especiais, moldes ou ainda a vácuo (FINARDI, 1979).

Os processos de panela consistem na simples adição de desoxidantes

durante o vazamento o que leva a uma diminuição do potencial de oxigênio, não

obrigatoriamente diminuindo a quantidade de oxigênio total, mas transportando-o do

líquido para inclusões que irão ficar em suspensão. A qualidade do produto final vai

depender da velocidade com que essas inclusões suspensas são eliminadas.

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A adição de alumínio após a adição de ferro silício leva a uma mais rápida

decantação de inclusões. A sequência mais aceita é a de adição de cálcio silício

após o alumínio, isto leva a transformação de inclusões de alumina em aluminado de

cálcio relativamente grandes que decantam com uma certa facilidade. As inclusões

restantes não afetam as propriedades do aço. A sequência adequada de adições

leva mais a um controle de morfologia de inclusões do que a uma eliminação de

inclusões (FINARDI, 1993).

2.1.4 Metalurgia dos aços fundidos

Guleypoglu (2003) cita que os aços fundidos possuem um intervalo de

solidificação pequeno, cerca de 50ºC entre o início e o fim da solidificação. Isto

favorece a formação de uma casca sólida que vai avançando para o núcleo, que

devido à contração de solidificação, forma um rechupe na última região a se

solidificar. Tal defeito é muito comum nos aços fundidos, porém, com um sistema de

alimentação adequado é possível produzir peças de boa qualidade, isentas de

rechupes.

2.2 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO

A solidificação deve ocorrer de forma direcional, ou seja, de acordo com a

geometria da peça, ela deve solidificar primeiro as partes mais finas, em seguida as

partes mais grossas (que devem ser supridas de líquido pelo massalote), e o

massalote deve ser o último a se solidificar (FUOCO, MARIOTO e ALBERTIN,

1987).

Existem dois requisitos básicos que o sistema de alimentação deve atender:

requisito térmico e volumétrico, os quais são vistos em detalhe a seguir:

2.2.1 Requisito térmico

Para possibilitar a solidificação de uma peça “sadia” internamente, deve haver

um gradiente de temperatura positivo em favor do massalote, ou seja, deve ser o

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último a se solidificar. A sequência para se determinar o requisito térmico é descrita

nas equações 1 e 2, como:

𝑀𝑚 = 𝐾. 𝑀𝑝𝑒ç𝑎 (2)

“V”: Volume da peça ou da seção a ser alimentada (cm³);

“S”: Área das superfícies em contato com a areia (cm²);

“Mpeça”: Módulo da peça ou seção:

“Mm”: Módulo do Massalote:

“K”: é o coeficiente de segurança encontrado na pratica, de acordo com Mintegui

(2001) o valor de „K‟ pode ser encontrado na Tabela 4.

Tabela 4: Valores práticos o coeficiente de segurança (K) (MINTEGUI, 2001).

Ligas K

Ferro fundido cinzento hipoeutético 0,6 a 1,0

Ferro fundido nodular 0,8 a 1,1

Ferro fundido maleável 1,2 a 1,4

Aços 1,2 a 1,4

Ligas de cobre 1,2 a 1,4

Ligas de alumínio 0,8 a 1,1

O dimensionamento do massalote pode ser feito calculando o volume do

massalote na equação 3 e calculando o diâmetro do massalote na equação 4 da

seguinte forma:

𝑉𝑚 =𝜋. 𝐷𝑚

2

4. 𝐻𝑚 (3)

𝐷𝑚 =𝑀𝑚 2 + 4𝑝

𝑝 (4)

p: é a relação entre a altura do massalote e o diâmetro do massalote (Hm/Dm).

Os valores de “p” mais usados na prática variam entre 1 a 3. O valor de “p” é

definido em função de fatores práticos como a altura da caixa de moldar, altura

do massalote em relação ao modelo e tipo de liga. Quanto menor o valor de “p”

melhor será o rendimento metalúrgico resultante;

Hm: altura do massalote, normalmente é utilizado uma relação entre o diâmetro e

o massalote, em torno de 1,5 a 2 vezes o valor do diâmetro (cm);

Dm: diâmetro do massalote (cm);

𝑀𝑝𝑒ç𝑎 =𝑉

𝑆 (1)

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Vm: volume do massalote (cm³).

2.2.2 Requisito volumétrico

O conceito deste requisito é que o massalote deve possuir um volume de

líquido suficiente para atender a contração da peça ou seção e do próprio

massalote. Por exemplo, para uma peça com 300 cm3 e uma liga que possui 6% de

contração do líquido, o massalote deverá dispor de no mínimo 18 cm3 de líquido

para alimentar somente a contração desta peça. No entanto para o

dimensionamento mais preciso do volume do massalote, este método considera o

volume da peça ou seção, o coeficiente de contração da liga e o rendimento do

massalote. O rendimento do massalote representa o valor em porcentagem de

líquido que é liberado pelo massalote, em outras palavras, é o tamanho do rechupe

que ocorre no massalote em porcentagem em relação ao volume do massalote. Este

procedimento de cálculo é conhecido como método Wlodawer (WLODAWER, 1966).

Neste método inicialmente é considerado que o volume do rechupe que ocorre em

um massalote é o resultado da contração volumétrica do material contido na peça e

no massalote (FUOCO, MARIOTO e ALBERTIN, 1987), (CAMPBELL, 1991). A

seguir é apresentado a equação 5 para o dimensionamento do massalote que

atenda ao requisito volumétrico.

𝑉𝑟 = 𝑏(𝑉 + 𝑉𝑚) (5)

Sendo: Vr: volume do rechupe (cm³); b: coeficiente de contração da liga no

estado líquido.

A eficiência ou rendimento do massalote () pode ser medida na prática

utilizando a equação 6:

𝜂 =𝑏(𝑉 + 𝑉𝑚)

𝑉𝑚 Logo:

𝑉𝑚 =𝑏. 𝑉

𝜂 − 𝑏 (6)

A partir deste último cálculo se obtém a equação abaixo, a qual se pode

dimensionar o volume do massalote (Vm) para atender ao requisito volumétrico da

peça ou seção. Os valores do rendimento do massalote () são tabelados ou podem

ser determinados na prática de fundição, para massalotes na areia varia entre 0,14 a

0,20 e para luvas exotérmicas entre 0,35 a 0,42. Alguns valores do coeficiente de

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contração (b) é mostrado na Tabela 5, dependendo da composição química da liga,

temperatura de trabalho e dureza do molde.

Tabela 5: Valores dos coeficientes de contração “b”(FUOCO, MARIOTO e ALBERTIN, 1987).

Ligas Superaquecimento

50 (oC) 150 (

oC)

Bronze comum 0,04 0,045

Latão comum 0,06 0,065

Ligas de Mg 0,045 a 0,05 0,05 a 0,06

Ligas de AlSi10 a 13 % 0,045 0,05

Ligas de AlSi5 a 10 % 0,065 a 0,075 0,07 a 0,08

Ligas AlCu4 a 8 % 0,065 a 0,075 0,07 a 0,08

Aço C 0,8 % 0,06 0,07

Aço C 0,3 % 0,05 0,06

Fe fundido branco CE=3 % 0,04 0,06

DUREZA DO MOLDE Rígido Não rígido Rígido Não rígido

Ferro cinzento não inoculado CE>4,1 %

0,005 0,04 0,01 0,05

Ferro cinzento inoculado CE>4,1 %

0,005 0,05 0,01 0,06

Ferro cinzento inoculado CE 3,8 a 4,1 %

0,01 0,05 0,02 0,06

Ferro cinzento inoculado CE<3,8 %

0,02 0,05 0,03 0,06

Ferro nodular inoculado CE>4,3 % 0,025 0,06-0,08 0,03 0,08-0,1

Tendo-se calculado o volume do massalote (Vm) se procede ao cálculo do

diâmetro do massalote (Dm). A sequência de cálculos a seguir mostra como foi

obtida a equação para calcular o diâmetro do massalote para atender o requisito

volumétrico.

𝐷𝑚 = 𝑉𝑚 . 4

𝜋. 𝑝

3

(7)

Na equação 7, é possível calcular o diâmetro do massalote para atender ao

requisito volumétrico, o valor de “p” deve ser definido conforme descrito

anteriormente no capitulo 2.2.1.

Após o dimensionamento do massalote para atender o requisito térmico e o

volumétrico deverá ser definido qual dos dois que será aplicado na peça. A regra é

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simples, deverá ser usado o massalote que atenda aos dois requisitos, ou seja, o

maior.

2.2.3 Pescoço

O dimensionamento do pescoço é baseado no requisito térmico. Via de regra

o módulo do pescoço (Mn) é o módulo médio entre o módulo do massalote e o

módulo da peça ou seção. Significa que na sequência de resfriamento o primeiro a

solidificar deve ser a peça ou seção, segundo o pescoço e por último o massalote. A

identificação do módulo do pescoço é feita com as letras “Mn”, isto ocorre devido à

origem desta identificação ser proveniente da língua inglesa, onde “M” significa

“modulus” e “n” significa “neck”, ou seja, pescoço, em português.

𝑀𝑚 > 𝑀𝑛 > 𝑀

Portanto o módulo do pescoço é a média entre o módulo do massalote e o

módulo da peça ou seção da peça conforme demonstrado na equação 8:

𝑀𝑛 =𝑀𝑚 + 𝑀𝑝𝑒ç𝑎

2 (8)

Sendo: Mn: Módulo do pescoço;

Para facilitar o cálculo recomenda-se que desenho do pescoço seja um cubo,

com comprimento, espessura e largura iguais, conforme mostra a Figura 2.4, na

qual, para melhor visualizar a cota não foram incluídos os raios de arredondamentos

nas arestas localizadas entre o massalote e o pescoço. Abaixo a sequência para a

obtenção da equação 9 para dimensionar o pescoço do massalote. O módulo do

pescoço é dado pela relação volume do pescoço/superfície do pescoço.

𝑀𝑛 =𝑉

𝑆=

𝑎3

4𝑎2

𝑎 = 4. 𝑀𝑛 (9)

Sendo: “a”: dimensão do pescoço

Desta maneira se obtém a equação para calcular as dimensões do pescoço,

cota “a”, para ligas metálicas em geral, exceto ferro fundido cinzento, nodular e

vermicular.

No caso de ferros fundidos cinzentos e nodulares, existe a possibilidade de

ocorrer refluxo de líquido para o massalote caso o pescoço esta aberto ao fluxo.

Caso isto ocorra, rechupes poderão ser formados na peça na região próxima ao

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massalote. Este evento ocorre devido à formação e crescimento da grafita. Para

evitar este efeito o pescoço deve solidificar um pouco antes da solidificação da peça.

Após várias pesquisas recomenda-se a aplicação da equação 10 para o

dimensionamento do pescoço:

𝑀𝑛 = 𝑓. 𝑀𝑝𝑒ç𝑎 (10)

Sendo: : fator prático de correção do módulo.

Para ferro fundido cinzento recomenda-se “” entre 0,3 a 0,5 e para ferro

fundido nodular entre 0,5 a 0,8.

2.3 PROPRIEDADES DOS METAIS E SUAS LIGAS LÍQUIDAS

2.3.1 Fluidez

Do ponto de vista físico a fluidez é o inverso da viscosidade, é a capacidade

de um material preencher os detalhes de um molde, ou seja, aumentando a fluidez

na maioria das vezes consegue-se melhorar o preenchimento dos detalhes de um

molde, na prática isso se consegue elevando a temperatura de vazamento. Esse

acréscimo na temperatura pode levar a problemas como absorção de gases pelo

líquido, reação com o refratário do forno e material de moldagem, maior consumo de

energia, pior qualidade superficial da peça fundida, maior tendência a desenvolver

trincas de solidificação e estrutura grosseira da peça fundida.(FINARDI e GUEDES,

1984)

PORTEVIN e SEBASTIAN (1953 apud FINARDI e GUEDES, 1984, p.151)

propuseram a equação 11 com a formulação matemática para exprimir a fluidez do

material em termos de distância percorrida em uma cavidade de seção constante:

I = α Cpδ tv − ts

ts − tm+ β

Csδ

ts − tm (11)

Sendo: I: distância percorrida pelo material; α e β: fatores dependentes da

natureza do molde e do material; Cp: calor específico do material líquido; δ:

densidade do material líquido; tv: temperatura de vazamento; ts: temperatura de

solidificação do material; tm: temperatura do molde; Cs: calor latente de solidificação

do material.

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A correlação entre os resultados experimentais obtidos e essa formulação

matemática mostra grande dispersão, pois, as variáveis de importância têm efeito

marcante sobre a distância percorrida por um material em um canal, podendo-se

agrupá-las em três categorias: variáveis inerentes ao material (Ex: composição,

temperatura de vazamento); variáveis do molde (Ex: material de moldagem,

rugosidade superficial) e o elemento humano (Ex: maneira como o é vazado).

A distância percorrida pelo material em uma cavidade depende da maneira

como a liga se solidifica. Ligas com grande intervalo de solidificação, tendem a

formar dendritas ramificadas que bloqueiam o fluxo de líquido por formar uma rede

no interior da cavidade. Nas ligas de menor intervalo de solidificação é formado junto

as paredes do molde um filme sólido que não perturba tão pronunciadamente a

fluidez, ou seja, as ligas com menor intervalo de solidificação são as que

apresentam melhor fluidez (FINARDI e GUEDES, 1984).

De acordo com MAL (1953 apud FINARDI e GUEDES, 1984, p.153) o

carbono tem pouca influência sobre a fluidez diminuindo do aço extra doce (0,08%

C) até o aço médio carbono (0,3% C) e voltando a se elevar para aços de alto

carbono (0,6% C) conforme pode ser observado na Figura 3.

Os elementos como o manganês, silício, níquel e cobre ajudam na fluidez dos

aços baixa liga, principalmente em vazamento com baixa temperatura. O cromo

praticamente não influencia a fluidez e o vanádio diminui essa propriedade. O

alumínio atua não só como elemento de liga, mas também pela capacidade de

formar filmes de óxidos e inclusões suspensas (FINARDI e GUEDES, 1984).

No caso de ferros fundidos a medida que a temperatura aumenta a fluidez

aumenta continuamente. No caso dos aços, ao contrário, o aumento de temperatura

não se reflete obrigatoriamente em aumento proporcional de fluidez. As reações

físico-químicas existentes alteram a formação de óxido e podem modificar a fluidez

dos aços. O decréscimo de fluidez está associado a presença de partículas sólidas

constituídas pelas inclusões de óxidos, conforme demonstra a Figura 4, efeito da

quantidade de inclusões na viscosidade de aço para rolamentos na temperatura de

1200ºC (FINARDI e GUEDES, 1984).

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Figura 3: Influência do teor de carbono sobre a fluidez de aços com 0,73% Mn e 0,36% Si

(FINARDI e GUEDES, 1984).

Figura 4: Efeito de inclusões na viscosidade de aço à 1600ºC (FINARDI e GUEDES, 1984).

Em resumo existem três variáveis metalúrgicas que alteram a fluidez dos

metais e suas ligas: temperatura, composição e presença de partículas de óxidos

(FINARDI e GUEDES, 1984).

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2.3.2 Tensão superficial

Embora na temperatura em que o material é fundido as forças de atração

entre os átomos não mantém um padrão relativamente permanente, essas forças

ainda assim tem um efeito. Agem para impedir os átomos de voarem separados,

como em um gás, e dar ao líquido uma propriedade conhecida como tensão

superficial. Isto pode ser facilmente observado se uma gota de mercúrio é colocada

em uma folha de vidro. Ele irá assumir a forma de uma esfera achatada. A gravidade

agindo no mercúrio denso tenderá a achatá-lo sobre a superfície do vidro, mas isso

vai ser neutralizado por outra força que tende a tornar a gota esférica. Como

mostrado na Figura 5A esta força é a tensão superficial e a forma como ocorre (uma

gota de mercúrio colocado sobre uma folha de vidro) é mostrado na Figura 5B que

representa uma seção altamente ampliada da superfície do líquido (uma seção

ampliada da superfície do líquido).

Figura 5: Tensão superficial em A gota de mercúrio e B seção ampliada da superfície

(WEBSTER, 1980).

Os átomos em um material líquido estão constantemente em movimento, mas

a qualquer momento alguns deles, tais como ao marcado em preto no diagrama,

deve compor a superfície. É visível que todas as forças de atração entre este átomo

e seus vizinhos estão abaixo da superfície do material. Isto tem o efeito do desenho

todos os átomos da superfície em direção ao centro da massa. Como pode ser visto

a partir da gota de mercúrio, a superfície age como uma pele elástica, resistindo à

força da gravidade que está tentando espalhar para fora sobre o vidro. A magnitude

da tensão superficial depende da quantidade de atração entre os átomos

particulares e, portanto, difere de líquido para líquido e tende a diminuir com o

aumento da temperatura.

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Forças de atração não apenas podem ocorrer entre um átomo num líquido e

outros átomos nesse mesmo líquido, mas também entre o átomo e os átomos de um

sólido, com o qual o líquido está em contato. Se a superfície da água num recipiente

de vidro limpo é estudada, será notado que não é plana. Esta superfície curva,

ilustrada na Figura 6A é chamada de menisco e é criado pela atração entre os

átomos da água e os do vidro sendo maior do que as forças de atração entre os

átomos da água. No caso de mercúrio as forças de atração entre os átomos no

líquido eram mais fortes do que entre o líquido e o vidro, portanto, o formato da gota

na Figura 5A. O menisco de mercúrio em um recipiente de vidro seria da forma

ilustrada na Figura 6B.

(A) (B)

Figura 6: Meniscos em A água e em B mercúrio em recipientes de vidro.(WEBSTER, 1980)

Figura 7: Atração capilar fazendo a água subir no tubo (WEBSTER, 1980).

Quando um tubo de pequeno diâmetro é colocado em um líquido, que iria

produzir um menisco da forma ilustrada na Figura 6A. A atração dos átomos no tubo

em relação aqueles no líquido é suficientemente forte para levantar uma pequena

quantidade de líquido acima do furo do tubo, como mostrado na Figura 7. Isto é

chamado atração capilar.

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36

O efeito oposto, repulsão capilar, provoca a depressão do líquido, e é

importante uma vez que é análoga à resistência da superfície do enchimento das

seções estreitas em moldes.

O significado destes efeitos da tensão superficial em canais de alimentação é

que as mudanças na composição da liga do fundido e o material de molde podem

afetar a capacidade do material em umedecer a superfície do molde. Quando

seções extremamente estreitas estão sendo vazadas ou fundidas com detalhe muito

fino na sua superfície devem ser feitos, uma liga de combinação de material de

molde do tipo ilustrado na Figura 6A é preferível à mostrada na Figura 6B

(WEBSTER, 1980).

2.3.3 Formação de óxido

As escórias e inclusões são defeitos que podem ser provenientes de meios

externos ao molde, ou seja, do forno ou refratário da panela, ou serem geradas

dentro do molde no sistema de canais. Os métodos que podem ser empregados

para evitar a inclusão de tais partículas na peça seriam, por exemplo, utilizar filtros

ou projetar os canais para encher de forma controlada, permitindo que a escória

tenha tempo de flutuar e ficar presa nos canais antes do líquido entrar na cavidade

de molde (SUSCHIL e PLUTSHACK, 1992).

2.4 SISTEMA DE ENCHIMENTO

Sempre que possível, é melhor se projetar o sistema de canais de maneira a

favorecer que o último líquido venha a preencher as partes que solidificam por

último. Desta maneira se promove um gradiente térmico favorável para se evitar a

formação de rechupes na peça. Dessa forma, é correto, dirigir o fluxo do sistema de

canais para um massalote, e dele então entrar na cavidade de molde, pois o

massalote é projetado para ser a última parte do conjunto a se solidificar.

Quando o sistema de canais não pode ser projetado de forma a promover

gradiente térmico desejável, se deve projetar de modo que não produza gradientes

muito desfavoráveis. Para isto, muitas vezes será necessário, um sistema de canais

que conduza o material para a cavidade do molde através de múltiplos canais de

ataque, de modo que nenhum dos canais se transforme em um ponto quente. Isto é

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especialmente importante quando se tem paredes muito finas, e a distribuição

desigual do calor na cavidade de molde preenchida pode produzir formas

indesejáveis na solidificação e fazer com que a peça entorte. Além disso, a

contração do sistema de canais durante a solidificação, por ser mais robusto pode

repuxar as seções da peça, tendo por resultado a distorção quente (SUSCHIL e

PLUTSHACK, 1992).

O formato do sistema de canais é crucial e é um dos itens mais importantes

para a qualidade do produto fundido. No entanto não necessariamente devem-se

eliminar opções de vazamento direto por cima do molde, ou seja, pela luva ou

massalote, pois existem peças que podem ser vazadas com mais vantagem por este

método do que ter um sistema de enchimento por baixo mal projetado.

Para projetar canais com formato adequado, é necessário seguir algumas

regras, que originalmente eram empíricas, mas que com o passar dos anos e da

tecnologia, foi possível comprová-las, através de simulação com água em moldes

transparentes, raio-x e simulação em computador. Apesar de toda essa tecnologia,

muitas incertezas existem, ainda não é uma ciência madura. O vazamento do

material metálico líquido em moldes fechados representa um grande desafio para o

engenheiro de fundição (CAMPBELL, 2004).

Segundo Campbell (2004), os requisitos de um bom sistema de enchimento

são:

1) Ter um bom rendimento metalúrgico, isso garante uma boa produtividade e

economia.

2) O molde deve encher com rapidez, porém nos canais de ataque não deve

ultrapassar a velocidade crítica e não causar turbulência, esta velocidade

geralmente é de cerca de 0,5 m/s para a maioria das ligas fundidas.

3) Entregar na cavidade do molde somente material líquido, ou seja, evitar que

impurezas como escórias, óxidos, e areia se incorporem ao líquido e entrem no

sistema.

4) Eliminar a turbulência na superfície do material, preferencialmente no estágio

inicial, evitando que ele entre em contato com o oxigênio e oxide. Outro aspecto

importante é evitar que haja a fragmentação e mistura do óxido no fluxo do líquido,

qualquer fragmentação que ocorra resultará em dano na peça. Para isso é

necessário não ultrapassar a velocidade crítica, isso é um desafio, pois a velocidade

crítica é bastante baixa.

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5) O sistema de canais deve ser fácil de remover da peça, de preferência o canal

deve quebrar com um único golpe ou com um corte reto, cortes curvos são difíceis e

demorados, logo reduz a produção.

Devido à grande dificuldade de cumprir os critérios listados acima, houve uma

tendência a evitar fundição por gravidade devido a dificuldade em conseguir alta

qualidade e confiabilidade. Estudos demonstram que uma solução para evitar o

enchimento turbulento, é o emprego do vazamento em contra pressão ou contra

gravidade, também conhecida como processo de fundição a baixa pressão,

conforme mostra o esquema da Figura 8, com vários esquemas de sistema de

canais por gravidade em que a base do canal de descida se conecta com o canal de

ataque. Possíveis locais de filtro são indicados nas de linhas tracejadas.

Figura 8: Esquema de vários sistemas de canais por gravidade (CAMPBELL, 2004).

Apesar do enchimento do molde de baixo para cima (contra a gravidade)

atender os requisitos, nem todos possuem condições de operacionalizar este

sistema de enchimento. Portanto, o sistema de enchimento por gravidade ainda é

muito utilizado.

O requisito 3, exige que seja transportado para dentro da cavidade do molde,

somente líquido. Então, todas as bolhas geradas nas parte inicial do sistema de

canais deveriam ser eliminadas neste estágio inicial, ou seja, as bolhas de ar não

devem ser arrastadas por turbulência. Se o sistema de canais é mal projetado,

possuindo muita turbulência com a incorporação de ar, viola-se o requisito nº 4, isso

resulta em vários problemas, tais como bolhas de gás, respingos e bolhas menores,

com tamanhos entre 0,5 a 5 mm de diâmetro, as quais se concentram em locais

específicos, geralmente na parte superior da peça (RUNYORO, BOUTORABI e

CAMPBELL, 1992).

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Quando os canais são adequadamente projetados, o material preenche a

cavidade do molde limpo, sem a formação de bolhas de ar e inclusão de óxidos. O

requisito 3 a escória não deve entrar na cavidade do molde. Na produção é comum

o canal primário ser posicionado no molde superior e o canal de ataque no molde

inferior, como ilustrado na Figura 9. O pensamento que está por trás deste projeto

de sistema de enchimento é que a escória irá flutuar para a parte superior do canal

primário e não entrará nos canais de ataque. Entretanto tal pensamento é falho,

porque está bem claro que parte do primeiro material que entra no canal primário irá

cair no primeiro canal de ataque que encontrar, entrando juntamente escória e ar.

Neste caso, o material não possui tempo suficiente para reduzir a turbulência e

permitir a flutuação de escórias, óxidos e bolhas.

Um sistema de enchimento mais adequado é mostrado na Figura 10, neste

caso, o canal primário está no molde inferior e os ataques no molde superior, neste

sistema o canal primário tem que encher antes de atingir os canais de ataque, assim

o material tem um tempo curto, porém precioso, para se livrar das bolhas e

impurezas que irão flutuar. Boa parte dessas impurezas irá ficar presa na superfície

superior do canal primário, somente uma pequena parcela infelizmente consegue

entrar pelo canal de ataque e atingir a cavidade da peça (FUOCO e CORRÊA,

2003).

Figura 9: Sistema de enchimento que possibilita a entrada de escórias, óxidos e bolhas na

cavidade do molde (CAMPBELL, 2004).

Se a velocidade do fluxo no canal de ataque não for muito alta, a escória tem

uma grande chance de ficar presa na parte superior do canal, não entrando assim

na cavidade do molde. A Figura 11B ilustra um sistema ideal que contrasta com o

sistema mostrado na Figura 11A. O sistema de enchimento da Figura 11B foi

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projetado para evitar o arrastamento de ar em todos os estágios do sistema

(CAMPBELL, 2004).

Figura 10: Sistema de enchimento que reduz a possibilidade de entrada de escórias, óxidos e

bolhas na cavidade do molde (CAMPBELL, 2004).

Figura 11: (A) um sistema ineficiente de canalização, (B) um sistema eficiente e econômico

(CAMPBELL, 2004).

O requisito 4 é simples, porém exige que não haja nenhuma turbulência na

superfície da frente do fluxo, pois isto é fundamental para obtenção de bons

fundidos, deve-se considerar esse quesito em profundidade.

Enchimento do molde por baixo não é uma missão tão fácil de cumprir, é

muito comum encontrar sistemas de enchimento por baixo mal projetados, tendo

uma atuação pior do que os sistemas convencionais. Tais sistemas são compactos e

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econômicos, porém, a quantidade de refugo gerada é grande. A sequência de

problemas que se tem é evidente quando se considera a queda do primeiro líquido

ao longo do canal de descida, a velocidade elevada do líquido e seu impacto na

base do canal de descida provocam uma espécie de “explosão”, que respinga

líquido para todos os lados, a maior parte do líquido segue de maneira desordenada

para dentro da cavidade do molde, carregando com ele ar e gases, de forma

turbulenta, gerando ondas e oxidação. Fuoco e Correia (2003) reafirmam o que

Campbell (2004) disse acima, ele comenta que a bacia na base do canal de descida

representa um aumento repentino da seção transversal do canal de descida,

gerando turbulência.

É importante então desenhar a base do canal de descida com cuidado, esta

região deve encher rapidamente, de maneira a excluir o ar o mais rápido possível e

o desenho do canal primário e ataques devem restringir o material de qualquer

vazio, o fluxo deve fluir constrito a parede do canal, a fim de evitar a formação de

respingos e depressões. Os sistemas de enchimento mostrados nas Figura 12,

possuem desenho que favorecem o movimento do fluxo do líquido de maneira

constrita as paredes do canal e desta maneira se evita a formação de depressões,

ondas, vazios e respingos (CAMPBELL, 2004).

Figura 12: (a) e (b) Sistemas de enchimento de baixo para cima melhorados e (c) com redução

da altura de vazamento (CAMPBELL, 2004).

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2.4.1 Velocidade crítica

Evitar a turbulência do líquido que entra na cavidade do molde é

provavelmente a regra mais complexa de se cumprir quando se trata de sistema de

vazamento por gravidade. Dessa forma, admite-se que parece ser impossível

garantir a prevenção de algum dano ou defeito de fundição. A exigência é ainda

maior na indústria, pois sempre foi enfatizado a respeito da importância de se

trabalhar com um sistema de enchimento sem turbulência na fundição.

Pesquisas feitas em diversas fundições apontam que pelo menos 80% de

todos os defeitos têm como causa raiz a turbulência. O problema é geral, e muito

mais grave do que se suspeitava pela maioria dos fundidores.

A queda do líquido a partir de uma altura de 10 mm durante o vazamento faz

com que o material exceda a sua velocidade crítica. Como as quedas do líquido

dentro dos moldes são da ordem de 10 a 100 vezes maior do que 10 mm, é provável

que o dano causado ao molde seja proporcional a energia envolvida. Dessa

maneira, os danos causados podem ser entre 100 a 10000 vezes maior.

Efetivamente tem que se admitir que parece ser impossível evitar que ocorra algum

dano às ligas vazadas por gravidade.

É possível se obter ótimos resultados com um sistema de enchimento

adequado, isso é possível com o emprego de um projeto de canais que possibilite o

controle da velocidade do fluxo, se evite ultrapassar a velocidade crítica e a altura

crítica de queda, é importante evitar o vazamento por gravidade, do tipo

derramamento, entre outros cuidados (CAMPBELL, 2004).

Consideram-se três métodos de enchimento do molde:

1) Enchimento por gravidade.

2) Enchimento por transferência horizontal por inclinação (basculamento). A

posição inicial ocorre com o molde na posição horizontal, o material é vazado em um

reservatório, depois o molde é rotacionado e o material é transferido do reservatório

para o molde.

3) Enchimento em contra a força da gravidade ou sob-baixa pressão. O

material entra no molde de baixo para cima, com o emprego de pressão.

Somente os dois últimos têm potencial para produzir peças de qualidade

quase perfeita. Segundo as experiências deste pesquisador, ele descobriu que com

o enchimento por gravidade, é mais difícil se obter bons resultados, enquanto que

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com a transferência horizontal por inclinação é difícil se obter resultados ruins.

Porém necessitam de esforços específicos para se alcançar condições que venha a

gerar baixa turbulência.

O enchimento do molde pode ser feito de: “de cima para baixo”, “ao longo” ou

“de baixo para cima”. Desses métodos, somente o “ao longo” e “de baixo para cima”

é que realizam a operação com o mínimo de turbulência na superfície do líquido.

Que a fundição por gravidade não é a ideal, isso ficou claro no texto exposto

acima, porém este é um processo que ainda vai continuar existindo por muito tempo,

pois é o mais barato e viável de acontecer. Dessa forma é importante dedicar tempo

ao que pode ser melhorado em relação a esse sistema de vazamento, conseguindo

assim custos que o cliente final possa pagar, o desafio é conseguir conciliar baixo

custo e alta qualidade, isto realmente é interessante (CAMPBELL, 2004).

2.4.2 Máxima velocidade de enchimento

O Conceito de velocidade é claramente representado na Figura 13, nela

pode-se observar que na condição (a) a velocidade é igual a zero, porém esta

condição não atende o enchimento de moldes, na condição (b) a velocidade é

crítica, acima dela ocorre o fenômeno da situação representada em (c), situação na

qual existe muita instabilidade na superfície do líquido e consequente quebra e

mistura do filme de óxido no líquido. Desta maneira, a condição (b) é a ideal para

enchimento de moldes.

Figura 13: Velocidade ótima de enchimento (CAMPBELL, 2004).

A gota que é formada quando o líquido emerge é gerada quando se chega

próximo da velocidade crítica, a qual esta intimamente ligada com a tensão

superficial do material. Uma gota de alumínio quando cai em uma superfície tende a

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ter aproximadamente 12,5 mm de altura. Ocorre o mesmo para outros materiais, por

exemplo: ferro 10 mm, cobre 8 mm, zinco 7 mm e o chumbo 4 mm, a água tem cerca

de 5 mm.

Pesquisas recentes têm demonstrado que quando é excedida a velocidade

crítica, a turbulência pode ser dobrada. Isto ocorre quando a espessura do canal é

maior que a altura da gota crítica.

Normalmente a superfície do material é coberta por uma película de óxido que

pode ser formado de acordo com as características do material base e da atmosfera

em que ele se encontra. Portanto há uma chance dessa película ser incorporada no

líquido, caso seja ultrapassada a velocidade crítica, pois ocorre um dobramento da

película, causando a incorporação do óxido e de ar/gases.

A velocidade crítica de enchimento pode ser visualizada na Tabela 6 de

acordo com alguns autores pesquisados:

Tabela 6: Velocidade crítica do líquido no sistema de enchimento .

Segundo Campbell

(2004) Fuoco e Corrêa (2003)

Ferro Fundido, aços e bronzes 40 cm/s

Alumínio 50 cm/s 50 cm/s

Magnésio e suas ligas 55 a 60 cm/s

Poucos autores citam a velocidade crítica, Campbell (2004) diz que é comum

adotar 0,5 m/s para todas as ligas metálicas líquidas. Fuoco e Corrêa (2003)

confirmam essa informação, utilizando essa velocidade para os experimentos

práticos com sistemas de canais. Campbell (1991) já citava essa velocidade como

velocidade crítica.

A condição de velocidade máxima proíbe ataques na parte superior de peças

fundidas, devido ao efeito cachoeira, no qual o material cai na cavidade do molde,

causando oxidação e erosão. Naturalmente na prática essas velocidades sempre

são excedidas, levando ao perigo da incorporação do filme de óxido (FUOCO e

CORRÊA, 2003).

Experimentos com fundição de alumínio demonstram que a resistência do

material pode cair em até 90% caso seja ultrapassada a velocidade crítica, peças

fundidas feitas em moldes que em nenhum momento excedem a velocidade crítica

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resultam em peças muito resistentes a fadiga e são a prova de vazamentos no teste

hidrostático.

As ligas metálicas que mais tendem a ocorrer às inclusões de filmes de

óxidos são o zinco, o alumínio, e os ferros fundidos dúcteis. Aços ao carbono e aços

inoxidáveis deveriam se comportar da mesma forma, porém quando o filme de óxido

é incorporado ao líquido acaba sendo parcialmente fundido e assim consegue flutuar

facilmente, migrando para próximo da superfície e causando defeitos como inclusão

de escória e óxidos.

É importante lembrar o conceito central de velocidade crítica, o caráter de

turbulência de superfície não é previsível em detalhe, o aspecto chave é que abaixo

da velocidade crítica é seguro, acima dela há o risco de arrastamento e incorporação

de impurezas no líquido (CAMPBELL, 2004).

2.4.3 Tempo de enchimento

Levando em consideração que não ultrapassar a velocidade crítica é

importante para a qualidade do material, o tempo de enchimento precisa ser bem

estudado, pois se for muito demorado o material pode solidificar prematuramente, já

se for muito rápido há tendência de ultrapassar a velocidade crítica é grande.

Mediante os detalhes já apresentados, o desafio de determinar o tempo de

enchimento, deve levar em consideração fatores tais como: garantir uma vazão sem

turbulência; garantir que a solidificação só se inicie após o término do enchimento;

que seja possível operacionalizar o vazamento; que a areia do molde resista a

radiação do líquido (ABREU, 2011).

O fator mais importante no projeto de canais é o tempo de vazamento e ele

depende do peso da peça, temperatura do material, tipo de material e espessura da

peça. Sendo o tempo de enchimento um dos fatores importantes do projeto de

canais, a Figura 14 mostra um gráfico baseado em dados retirados de várias

fundições japonesas, para determinação do tempo de vazamento em função do

peso da peça (kg); temperatura, aço e espessura da peça, de acordo com a

equação 17(MAEHARA e ESMERALDO, 1989):

𝑇 = 𝐴 + 𝐾 . 𝜏 . 𝑊 . 𝛽 (17)

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Sendo: T: tempo de vazamento (segundos); A: fator constante (segundos).

Fator constante em tempo, para compensar a dificuldade de entrada do líquido,

devido a necessidade de saída de gases (função do peso e do formato da peça); K:

fator (varia de 0,3 a 2,0 conforme a fundição); : espessura da área mais

representativa da peça (mm); α: fator sobre espessura (α = 0,4 mais utilizado); W:

Peso bruto da peça (kg); : f(Hs) - função da temperatura de vazamento; Hs:

porcentagem de sobreaquecimento da temperatura de vazamento

Sendo que “Hs” corresponde a equação 18 e “β” a equação 19:

Hs =Temperatura de vazamento − Temperatura de início de solidificação

Temperatura de início de solidificação x 100 (18)

𝛽 = 5

20 − 13 log 𝐻𝑠 (19)

Figura 14: Relação entre tempo e peso de vazamento na temperatura de 1540 ºC (MAEHARA e

ESMERALDO, 1989).

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2.4.4 Projeto de sistema de canais

Transportar o líquido do forno para o molde pode ser um passo crítico, pois

boa parte dos refugos (rejeitos) produzidos na fundição advém desses segundos de

vazamento. Trabalhos recentes têm demonstrado que a maioria dos danos

causados na fundição se deve a sistemas de enchimento mal projetados

(CAMPBELL, 2004).

Sistema de canais é um conjunto de condutos que permitem o enchimento da

cavidade do molde com o líquido. Esse sistema é dividido em três partes – entrada,

distribuição e ataque, é importante que os canais sejam confeccionados de forma a

permitir uma rápida passagem do material sem haver turbulência, a qual favorece a

oxidação do material. Não se deve atacar/entrar com o líquido diretamente nas

partes frágeis do molde, sempre que possível deve-se dividir as entradas de material

em mais locais da peça, a fim de evitar o superaquecimento da região de entrada.

Nos locais superaquecidos, rechupes poderão ocorrer. A geometria do

sistema de canais deve dificultar a entrada de areia e escória para a cavidade do

molde e deve ser dimensionado e adequado ao grau de oxidação da liga e ao modo

de solidificação da mesma. A Figura 15 mostra as principais partes que constituem o

sistema de canais do tipo horizontal (SOUZA, 2001).

Figura 15: Componente básicos de um sistema de canais com partição horizontal (SUSCHIL e

PLUTSHACK, 1992).

O enchimento rápido do molde pode ser bom, como por exemplo, para peças

finas, que tendem a solidificar antes do enchimento completo da cavidade, causando

desta maneira defeito de peça incompleta ou de solda fria. Entretanto deve-se

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procurar um meio termo, pois o enchimento rápido poderá causar erosão na região

dos canais, arrastando areia para dentro da cavidade do molde (SUSCHIL e

PLUTSHACK, 1992).

É necessário seguir um procedimento para elaboração de projetos de

fundição, na Figura 16 existe um fluxograma com alguns sub-tópicos que ajudam a

fazer uma pré-análise a fim de considerar as variáveis antes da execução

Figura 16: Fluxograma dos principais itens para elaboração dos sistema de canais (MAEHARA

e ESMERALDO, 1989).

É importante ter alguns cuidados com os canais que transportam o aço

líquido. A areia empregada na região dos canais deve ser de alta qualidade, pois o

líquido possui altíssima temperatura nestes locais. O sistema de canais deve ser

simples, pois o aço é viscoso. Controladores de vazão cerâmicos, filtros e canais em

descida tipo degraus não devem ser utilizados. Quando usar panela de vazamento

com válvula para vazamento, a área da válvula deverá ser levemente menor que a

área do canal de descida. É possível inclinar moldes pequenos em torno de 30 a 40º

a fim de direcionar a solidificação, concentrando o material mais frio na parte inferior

do molde, porém não se recomenda esta prática para moldes grandes. A linha de

partição do molde de ser feita de forma que metade da peça fique no molde superior

e a outra metade no inferior (GULEYPOGLU, 2003).

2.4.5 Oxidação do material líquido no sistema de enchimento

A altura crítica de queda possui um conceito semelhante a velocidade crítica,

e pode ser definida de acordo com os tipos de ligas no estado líquido, sendo que

varia de 3 a 15 mm. Peças com canal de entrada na parte superior irão na sua

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maioria exceder o limite da velocidade crítica. Muitas formas de canais que possuem

ataques na linha de divisão do molde também violam esta regra.

Para fundição convencional por gravidade em molde de areia ou permanente,

deve-se admitir alguma queda. Dessa forma, a melhor opção é fazer um projeto com

uma única queda, através de um canal de descida, o qual conduz o material ao

ponto mais baixo do molde e a partir daí constitui-se os canais primário e ataques

com enchimento da cavidade do molde de baixo para cima.

Uma opção mais segura para o projeto dos ataques será posicioná-los na

parte de baixo da cavidade do molde. A localização dos ataques por cima da

cavidade do molde ou na linha de divisão do molde não são opções adequadas para

evitar a turbulência da superfície do líquido. Também deve ser evitado qualquer tipo

de canal que cause o efeito cascata. Exceder a velocidade crítica não significa

necessariamente que vai ocorrer um defeito, significa somente que há possibilidade

de que ele ocorra.

O filme de óxido geralmente apresenta certa resistência e rigidez e atua como

proteção para o restante do material que fica impedido do contado com o oxigênio

da atmosfera. Este comportamento foi investigado para as ligas de alumínio

segundo Din, Kendrick e Campbell (2003 apud Campbell, 2004, p.20), foi constatado

que altura de queda segura atingiu o limite de 12,5 mm, alturas de queda de até 100

mm podem ser empregadas em alguns casos, dependendo da composição da liga.

Entretanto, quedas superiores a 200 mm favoreceram a formação de inclusões de

óxidos, a velocidade obtida no fluxo foi de cerca de 2 m/s.

O líquido que inicia a queda por gravidade no canal de descida possui

turbulência suficiente para que ocorra ruptura dos óxidos da superfície e a

consequente mistura com o líquido em movimento. Por esta razão é adequado

concluir que o vazamento por gravidade nunca irá possuir o mesmo nível de

qualidade que é fornecido pelo sistema de enchimento de baixo para cima, tal como

o processo a baixa pressão e outros sistemas que podem evitar a turbulência na

superfície do líquido em deslocamento (CAMPBELL, 2004).

2.4.6 Relação de área

Os sistemas são divididos em: canal de descida : canal primário : canal de

ataque, como por exemplo, um sistema do tipo “1:1:1” ou “1:2:1”, Sendo que: o

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primeiro número representa o módulo da área transversal da base do canal descida;

o segundo número representa o módulo da área transversal do canal de distribuição;

o terceiro número representa o módulo da área transversal dos canais de ataque. O

menor número da relação representa a seção de estrangulamento do sistema,

também conhecido como seção de choque(FUOCO e CORRÊA, 2003),

(MARIOTTO, ALBERTIN e FUOCO, 1987).

De acordo com as relações de áreas em uso no sistema de canais o mesmo

pode ser do tipo convergente ou divergente, conforme é explicado a seguir.

Sistema convergente: Neste tipo de sistema de canais a seção reguladora do

fluxo (estrangulamento ou choque) de líquido se encontra na região do ataque.

Neste sistema temos o material entrando na cavidade do molde com maior

velocidade, pois, na região do estrangulamento ocorre aumento da velocidade do

fluxo de acordo com lei da continuidade, exemplo “1:08:0,6”. Este sistema também é

conhecido como pressurizado.

Sistema divergente: No sistema de canais a seção reguladora do fluxo se

encontra na base do canal de descida, deste ponto em diante o sistema possui um

aumento das áreas transversais dos canais, possibilitando a redução da velocidade

do fluxo do material no sistema de acordo com a lei da continuidade. Exemplo

“1:4:4”. Este sistema também é conhecido como despressurizado (FUOCO,

MARIOTO e ALBERTIN, 1987).

2.4.7 Funil

O molde deve ser compatível com o método de vazamento. As modernas

máquinas de moldar têm elevado índice de produção e os sistemas de vazamento

automatizados freqüentemente limitam a posição do funil de vazamento em relação

à boca de vazamento que introduz o material no molde. Igualmente, impõe limites na

taxa de vazamento, ou tempo de enchimento.

É importante controlar fluxo de material, garantir que haja uma taxa de fluxo

constante no sistema de canais, a qual deve ser estabelecida o mais cedo possível,

logo que se inicia o enchimento, para que se consiga ter condições de fluxo

previsível e consistente de um canal para o outro. O projeto de um sistema de

canais é regido pela aplicação de diversos conceitos fundamentais do fluxo de fluido:

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O Teorema de Bernoulli, a Lei da Continuidade e o efeito do empuxo (SUSCHIL e

PLUTSHACK, 1992).

O funil de formato cônico conforme mostra a Figura 17 (a), é o mais utilizado

nas fundições, porém é o tipo de funil que mais produz defeitos nas peças, não é

recomendado. Os problemas com o uso de funil cônico podem ser listados:

1) o material entra em velocidade desconhecida;

2) o material entra em velocidade alta, uma vez que o principal problema do sistema

de canais é reduzir a velocidade, este dificulta mais ainda; qualquer contaminante

como escórias ou óxidos, irão entrar diretamente pelo canal de descida;

3) devido a turbulência do líquido caindo no funil e a dificuldade em mantê-lo cheio,

aumenta a incorporação de bolhas de ar, esse é provavelmente o problema mais

grave;

4) o funil é muito pequeno para que o operador consiga mantê-lo cheio, seu tempo

de resposta é muito longo e a incorporação de ar ocorre na junção entre o funil e o

canal de descida;

5) não há repetibilidade do fundido, pois cada vazador fará do seu jeito, jato de

material que cai da panela pode incidir no centro ou a meio raio no funil; esse tipo de

funil é mais suscetível a turbulências (redemoinho).

Figura 17: Funis do sistema de enchimento não recomendados (CAMPBELL, 2004).

Se não bastassem todos os problemas já citados acima, o funil de vazamento

da Figura 17 (b) é muito grande para o canal de descida, pois os jatos de material se

chocam com a borda exposta. O funil da Figura 17 (c), é ruim pelo mesmo motivo do

representado na Figura 17 (b). No esquema de funil da Figura 17 (d), ocorre

aspiração de ar para dentro do material. A expansão na entrada do canal de descida

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como mostra a Figura 17 (e), é considerado a pior de todas, pois poderá ocasionar o

arrastamento de ar incorporando-o.

Em fundição de aço, onde emprega vazamento pelo fundo da panela, é

comum a velocidade na base do canal de descida ser de aproximadamente 5 m/s.

Estes exemplos práticos mostram um dos inconvenientes em utilizar funil para

vazamento, pois não há nenhum mecanismo de controle do fluxo de entrada do

material (FUOCO e CORRÊA, 2003).

O funil de vazamento precisa ser mantido cheio durante o vazamento, senão

é grande a possibilidade de entrar ar e impurezas junto com o material,

(CAMPBELL, 2004).

2.4.8 Bacia de vazamento

A distância entre a saída de material da panela e a entrada de material no

molde deve ser mínima durante o vazamento. O uso de bacias de vazamento é

recomendado. Panelas de vazamento equipadas com válvula no fundo (stopper) são

muito utilizadas para produção de peças em aço com grandes dimensões, isto

ocorre devido aos seguintes benefícios:

1) o material é vazado pelo fundo da panela evitando a transferência de escórias e

óxidos, os quais ficam flutuando sobre a superfície do material.

2) para peças grandes o vazamento por basculamento torna-se impraticável devido

a grande quantidade/peso de material a ser transferido para dentro do molde.

3) é muito importante a precisão e a direção do fluxo, o local onde o material deve

cair. Mesmo assim, é amplamente conhecido pelas fundições que o uso de panelas

com vazamento por baixo provocam mais peças com defeitos do que com o uso de

panelas com bico vazador por cima (na borda da panela). Esta é uma consequência

natural da grande diferença de velocidade de vazamento na bacia e

consequentemente uma maior taxa de arraste de ar. O emprego de bacia de

vazamento com degrau para esse tipo de panela tem um potencial maior para evitar

problema de qualidade, no entanto é necessário atender alguns requisitos, os quais

serão descritos a seguir.

Os cantos vivos ou rebaixo em contra saída na bacia de vazamento, alem da

taxa de fluxo na transferência entre a panela e a bacia de vazamento, há problemas

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adicionais com a aplicação de bacias com ressalto/degrau tipo “represa”, com o

vazamento de panela cujo vazamento é feito por baixo.

A velocidade do material é altíssima quando sai da panela com vazamento

por baixo quando a válvula (stopper) que libera a saída do material é aberta pela

primeira vez. Isso ocorre, pois a coluna de material dentro da panela é bastante alta,

pressurizando a saída de material.

A velocidade de saída na região é de 4 ou 5 m/s, se esse jato fosse

direcionado para a base da bacia iria causar respingos para todos os lados,

conforme mostra a Figura 18 (a), sendo dessa forma não recomendada, pois sempre

entram pelo canal de descida.

Figura 18: Bacias com degrau para alta velocidade de vazamento (CAMPBELL, 2004).

Criar reentrâncias na base da bacia, conforme mostra a Figura 18(b) que com

um rebaixo na base da bacia, “acalma” o material ao entrar no molde, evitando

respingos.

Se a bacia é mantida cheia, a altura de vazamento é constante, a taxa de

fluxo (vazão) será controlada pelo canal de descida. A vazão não ficará mais a

mercê do operador. O sistema de enchimento terá uma maior chance de trabalhar

melhor, de acordo com os cálculos do engenheiro de fundição (CAMPBELL, 2004).

2.4.9 Canal de descida

Para fundição de aço, Guleyupoglu (2003) recomenda que o canal de descida

possua diâmetro entre 25 e 50 mm, materiais com alta resistência a erosão, tais

como cerâmica e concreto aluminoso. Quando houver molde muito alto para encher,

este pesquisador aconselha fazer degraus para reduzir a velocidade. O uso de

canais cerâmicos (manilhas) é bastante adequado. Para peças finas, sujeitas ao

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defeito de solda fria, é recomendável aumentar a seção transversal do canal de

descida.

O canal de descida tem a difícil tarefa de transportar o material do topo do

molde até o nível mais baixo, introduzindo neste o mínimo de defeitos possíveis,

apesar da alta velocidade do fluxo. O problema fundamental do canal de descida é

que ele ultrapassa em muito a altura crítica de queda, que para o alumínio é em

torno de 13 mm, enquanto que para o ferro e aço é de apenas 8 mm. É comum usar

a altura do canal de descida entre 100 e 1000 mm de comprimento, dessa forma a

velocidade crítica é ultrapassada muitas vezes.

Para o canal de descida o problema possui solução. Parece que o segredo de

projetar um canal de descida bom é torná-lo tão estreito quanto possível, de modo

que o material tenha o mínimo de chances de quebrar e arrastar sua superfície

durante a queda, assim vai (i) evitar de ultrapassar a sua velocidade crítica ou (ii) se

a velocidade crítica for ultrapassada, o pouco espaço que ele tem para passar, fará

com que não ocorra respingos.

Teoricamente, o projeto do canal de descida é composto pelo funil ou bacia

de vazamento e o canal que conduz o líquido para dentro do molde, conforme é

mostrado no esquema da Figura 19.

A maioria dos canais de descida são enormes, isso é ruim para o rendimento

metalúrgico, e, portanto, ruim para a economia. No entanto é muito pior para a

qualidade do material que é danificado em dois aspectos importantes:

Figura 19: Geometria do fluxo ao cair livremente da bacia de vazamento (CAMPBELL, 2004).

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1) o canal de descida leva mais tempo para preencher, o ar é arrastado junto com o

material, causando turbulência severa na superfície do canal de descida. Isso

aumenta a possibilidade de ter óxido e ar aprisionado no líquido, os óxidos

geralmente sobrecarregam o filtro. Se for feito uma metalografia na região antes do

filtro, é possível observar os danos, mesmo com um material de boa qualidade o uso

inadequado da bacia e do canal de descida ocorrerá a formação óxidos que ficarão

retidos no filtro. Testes feitos com material limpo e com bacias de boa qualidade

mostraram que o filtro foi capaz de deixar passar indefinida quantidade de líquido

sem problemas de entupimento.

2) A queda livre do líquido em canais de descida muito grande, juntamente com a

presença de ar e de oxigênio, é uma combinação desastrosa para o molde, pois o

líquido vai ricochetear e espirrar, a alta velocidade e agitação danificam a superfície

do molde como um martelo, erodindo a areia. Ao mesmo tempo os bolsões de ar

nesse fluxo instável serão deslocados através da areia como uma explosão, fazendo

com que a matéria orgânica do aglomerante da areia literalmente desapareça numa

nuvem de fumaça. Quando o ligante da areia é queimado, o resultado é uma severa

erosão da areia. A Figura 20 mostra esquematicamente o resultado típico que

ocorreu com uma liga de alumínio em um molde de resina uretânica, o canal de

descida com um tamanho muito longo foi o responsável.

Figura 20: Canal de descida errado (a esquerda) e correto (a direita) (CAMPBELL, 2004).

Se o canal de descida esta dimensionado de maneira adequada, o líquido irá

preenchê-lo rapidamente, excluindo o ar antes que qualquer oxidação do ligante da

areia possa ocorrer. Um canal de descida perfeitamente moldado, conforme mostra

a Figura 20 (direita), é livre de erosão de areia e óxidos ao contrário do canal da

Figura 20 (esquerda).

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Para ter certeza que o tamanho do canal de descida está correto é necessário

calculá-lo. Basicamente o canal de descida é projetado para imitar o fluxo natural

que um líquido adota ao cair livremente sob o efeito da aceleração da gravidade,

conforme mostra a Figura 21. O formato natural adotado é uma hipérbole, embora

muitos canais de descida são feitos com formato reto cônico, isto favorece o

descolamento do fluxo da parede do canal. O problema do descolamento da parede

do molde pode ser resolvido aumentando em cerca de 20% a área de entrada do

canal de descida em relação a área de saída.

Sistemas de enchimento moldados em areia, para fundição de peças em aço,

ficam muito propensos à erosão principalmente quando o sistema não foi bem

projetado ou ainda quando se trata de sistemas de grandes dimensões, como

geralmente ocorre. Sistemas com canais de descida confeccionados no próprio

molde tendem a dar um melhor resultado comparado ao uso de manilhas (tubo de

cerâmica), pois este pode ser projetado de acordo com as dimensões de cada peça,

o que não é possível utilizando manilhas. Entretanto, não há dúvida que os tubos de

cerâmicas seriam excelentes se fossem fabricados de acordo com o projeto

individual de cada peça. Visto que o material de moldagem e as tintas são materiais

caros, as manilhas são uma opção economicamente viável, além disso, são fáceis

de serem incorporadas na areia e evitam muitas vezes o problema de criar mais uma

linha de divisão no molde (CAMPBELL, 2004).

Figura 21: A forma teórica de hipérbole do fluxo em queda comparando com o formato da

bacia e do canal de descida (CAMPBELL, 2004).

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Há muito tempo se discute se é melhor o uso de canal de descida redondo ou

quadrado, porém a maioria dos pesquisadores recomenda o uso de canal de

descida quadrado para evitar a formação de turbulência do tipo rotativa ou em

vórtice. Este formato de canal de descida é muito útil para funis cônicos, mas

quando se trata do uso em conjunto com bacia de vazamento com degrau Campbell

(2004) não constatou a formação de turbulência do tipo em vórtice.

A tentativa de distribuir o líquido através de vários canais de ataque partindo

em diversas alturas do canal de descida é quase sempre um erro e deve ser evitado,

conforme mostra a Figura 22. É comum ocorrer o enchimento prematuro destes

canais de ataque, ocasionando queda e respingos de líquido, podendo danificar o

molde antes do completo enchimento.

Mesmo quando os canais são cuidadosamente inclinados contrariamente ao

fluxo a fim de evitar o enchimento prematuro, pode ocorrer aspiração de ar para

dentro do líquido. Deve-se ter muita cautela ao projetar este tipo de canal, sendo

recomendado o uso de simulações em computador, devido a sua complexidade.

Figura 22: Esquema de vários tipos de junções de canais de ataque e desalinhamento do canal

de descida, não são recomendados (CAMPBELL, 2004).

Resumindo, o canal de descida deve ser um só, suave, praticamente vertical,

com descida cônica e não deve possuir conexões ou interrupções no percurso. A

taxa de enchimento (vazão) deve estar sob absoluto controle, porém se o

enchimento for rápido ou lento demais, a vazão pode ser facilmente modificada com

um pequeno ajuste na área transversal do canal de descida. Toda a extensão do

canal de descida atua no controle da taxa de fluxo, isto é o que se entende por um

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sistema naturalmente sob pressão, sendo assim não adianta modificar somente a

base do canal para controlar o fluxo, este é um conceito errado que se tem, precisa-

se tomar a devida nota deste erro generalizado e talvez repensar os conceitos do

sistema de enchimento.

Existe um problema bastante comum, o qual é encontrado na fabricação de

moldes horizontais em máquinas automáticas, é característico neste tipo de

moldagem o canal de descida possuir conicidade contrária, favorecendo a aspiração

de ar para dentro do líquido e o funil é praticamente a única solução para a entrada

de líquido, não é possível confeccionar uma bacia de vazamento com degrau, por

exemplo, então o funil de vazamento é usinado no molde. Neste caso nem tudo

ainda está perdido. Sugere-se neste caso projetar o topo do canal de descida com o

tamanho correto e empregar um ângulo de saída de areia mínimo, pode-se também

empregar uma barra de aço inox polida, com ângulo de saída de areia igual a zero,

isto favorece o processo de moldagem e reduz o efeito de descolamento do líquido

da parede do molde.

Apesar de todas as precauções tomadas para reduzir ao mínimo a turbulência

na superfície do material no estado líquido, os danos causados ao material vazado

em um canal de descida sem conicidade ou com conicidade invertida, podem ser

amenizados com o uso de um filtro posicionado logo após a base do canal de

descida. O atrito gerado pelos poros do filtro ajuda a controlar o fluxo, favorece o

enchimento rápido do canal de descida pelo efeito de retorno do fluxo (“back-fill”) e a

reduz o dano causado no líquido (CAMPBELL, 2004).

2.4.10 Canal primário

Canal primário ou de distribuição, é a parte do sistema de enchimento

responsável por conduzir o líquido do canal de descida para os ataques. A respeito

desta parte do sistema de canais Guleyupoglu (1997) faz as seguintes

considerações:

Geralmente é usado a relação 1:4:4;

Em baixo do canal de descida o canal primário deve possuir uma bacia rasa;

O uso de uma extensão após o último canal de ataque é recomendado para

reter escórias;

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Sempre que possível em peça oca com formato cilíndrico o sistema de

enchimento deve ser colocado na parte interna. Com esta disposição o sistema

de enchimento demora mais para solidificar e reduz a possibilidade de ocorrer

trincas devido à contração da peça. A desvantagem deste sistema, entretanto

está na dificuldade para a remoção e dos canais e rebarbação no setor de

acabamento;

Os canais de distribuição geralmente estão localizados no molde inferior.

2.4.11 Canais de ataque

Os canais de ataque fazem a ligação entre o canal primário e a cavidade do

molde ou massalote. Guleyupoglu (1997) cita alguns parâmetros que devem ser

considerados para os canais de ataques que serão empregados em aços fundidos:

O canal de ataque para os aços deve ter uma seção redonda, pois este tipo de

seção causa um menor atrito em relação ao canal quadrado;

O diâmetro do canal primário deverá ser menor que o diâmetro do canal de

descida, entretanto a área da seção transversal deverá ser maior que soma da

área da seção transversal dos canais de ataques;

Peça grande em forma de placa, o canal de ataque deve ser preferencialmente

na parte inferior a fim de favorecer o fluxo de líquido;

A seção transversal do canal de ataque deve ser menor que a seção da peça

onde será colocado o ataque;

Os canais de ataque devem ser maiores que os utilizados em peças de ferro

fundido. Isto deve ser feito para evitar solda fria, pois o aço fundido possui

elevada viscosidade;

Geralmente se utiliza uma relação de área 1:4:4, ou seja, um sistema

despressurizado;

Peças em formato de placa devem possuir sistema de canais com vários

ataques para minimizar a erosão no molde. A seção transversal de cada canal

de ataque não deve ser maior que a seção do canal de descida;

A quantidade de canais de ataque deve ser maximizada para evitar pontos

quentes;

Se usar um único canal de ataque, o mesmo deve possuir um alargamento em

direção à peça;

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Canais em forma de corneta podem ser usados em peças pequenas, entretanto

reduzem o rendimento metalúrgico e é mais difícil para a moldagem;

Em peças com formato circular, tais como engrenagens ou rodas, os ataques

geralmente são dispostos de maneira tangencial, isto evita a erosão do macho;

Em peças com formato circular que possuem raios, os quais fazem a ligação

entre o aro e o cubo, recomenda-se colocar os ataques na região do cubo, desta

maneira o aro vai receber o material mais frio e isto vai favorecer a solidificação

direcional em direção ao cubo;

Os canais de ataque geralmente são colocados no molde superior;

Os canais de ataque podem ser curvados de acordo com o perfil da peça;

Canais com formato do tipo “sifão” podem ser usados em moldes com grande

profundidade. Os canais de ataque ficam dispostos em vários níveis no canal de

descida, inclinados em direção à peça (GULEYPOGLU, 2003).

2.4.12 Tipos de sistemas de enchimento

A redução de velocidade pelo aumento progressivo da área do sistema de

enchimento em cada estágio, a fim de reduzir a velocidade do material e

consequentemente gerar um sistema despressurizado, o objetivo era garantir no

ataque uma área suficiente para fazer a redução da velocidade final do fluxo,

fazendo com que o material entre na cavidade do molde com velocidade abaixo da

velocidade crítica. Pesquisas recentes demonstram que o aumento da área no

sistema de canais, na região do canal primário, como é o caso dos sistemas

despressurizados, favorece a incorporação de óxidos e bolhas, isto ocorre devido ao

sistema ficar parcialmente cheio. Além deste problema, os sistemas

despressurizados são muito pesados reduzindo assim o rendimento metalúrgico.

Uma radiografia em vídeo revelou na Figura 23, que o aumento abrupto na

seção transversal do canal primário, a partir da região da base do canal de descida,

causa o inevitável arrastamento de ar. Isso ocorre porque não é possível manter o

canal primário cheio nos instantes iniciais do vazamento. A Figura 23(a) mostra o

esquema do jato de material dentro do molde, o qual é gerado por um sistema

pressurizado. No caso de um sistema despressurizado na Figura 23(b), ocorre à

formação de um jato forte que vai até o final do canal primário e retorna na forma de

uma onda. As Figura 23 (c, d, e) mostram a sequência de enchimento obtida em

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equipamento de Raio-X de uma placa com 100 mm de altura, 200 mm de largura e

20 mm de espessura, neste caso foi empregado um sistema despressurizado, nesta

sequência se constata que o canal primário permanece parcialmente cheio durante a

fase inicial do enchimento. A Figura 23(f), mostra que foram obtidas bolhas na

superfície e fissuras internas.

Figura 23: Sistema de enchimento de um sistema pressurizado e outro despressurizado

(CAMPBELL, 2004).

O retorno da onda de material sobre o jato inicial faz com que haja a

incorporação de óxidos e bolhas entre as duas interfaces, as bolhas viajam ao longo

da interface, avançando pelo canal de ataque e se concentrando dentro da peça

fundida.

O sistema de enchimento pressurizado controla o fluxo de material pelo canal

de ataque, isso funciona bem para ferro fundido, pois um sistema convergente

mantém o líquido sob maior pressão, obrigando o sistema a eliminar o ar, dessa

forma arrasta poucas bolhas e óxidos. Porem força o material a entrar no molde

acima da velocidade critica, provocando respingos e turbulência. Fica claro então,

que este sistema viola uma das principais regras, a entrada do material na cavidade

do molde acima da velocidade crítica.

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Sendo assim, nem os canais despressurizados, nem os pressurizados

tradicionais, trabalham de forma satisfatória.

A reprodutibilidade do processo de fundição só será garantida por sistemas

de enchimento da cavidade do molde com fluxo laminar na superfície do material

fundido. Isto foi possível de ser obtido, somente em sistemas de enchimento de

contra a gravidade, ou seja, de baixo para cima. Hoje em dia é possível obter

sucesso com os sistemas de vazamento/enchimento por gravidade, desde que

projetados corretamente.

Um sistema naturalmente pressurizado é uma maneira de permitir que o

material siga a forma natural do fluxo, Por exemplo, a área da base do canal de

descida pode ser definida unidade inicial, ou seja, com módulo igual a 1. Após o

material passar por essa área ele faz certo ângulo para ir para o canal primário,

nessa mudança de direção o fluxo perde energia de modo que a sua velocidade cai

cerca de 20%, ou seja, pode-se expandir o canal nessa quantidade. O canal primário

pode permanecer nesta proporção de 1,2 ao longo do seu comprimento. Depois de

passar pelo canal primário o líquido muda de direção novamente para entrar no

canal de ataque, ele perde novamente energia, dessa forma os pontos principais

dentro do sistema de enchimento são: canal de descida, canal primário e canal de

ataque, como a perda de energia em cada um deles é em torno de 20%, a relação

de área fica: 1:1,2:1,4. Constata-se então que a velocidade do fluxo de material

fundido no canal de ataque foi reduzida em aproximadamente 40% desde que saiu

da base do canal de descida.

Se uma expansão de 20% não for viável, pode-se trabalhar com uma

expansão de 10% somente, neste caso haveria uma pressurização suave para o

fluxo, a relação de áreas será: 1:1,1:1,2, ou até poderia ser 1:1:1, desta maneira se

vai garantir que o sistema de enchimento permaneça sempre cheio. Esta modesta

pressão contra as paredes dos canais será valiosa para contrariar qualquer efeito

para a formação de bolhas e vai atuar no sentido de evitar problemas relacionados

ao colapso das paredes dos canais, especialmente em sistemas de enchimento para

peças grandes. Seguem alguns exemplos na de relações entre áreas dos canais na

Tabela 7.

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Tabela 7: Exemplos de relação de área dos sistemas de enchimento (CAMPBELL, 2004).

Tipos de sistemas de enchimento Exemplos de relação de área

Pressurizado 1:0,8:0,6 ; 1:1:0,8

Despressurizado 1:2:4 ; 1:4:4

Natural 1:1,2:1,4

Levemente pressurizado 1:1:1 ; 1:1,1:1,2

Com filtro “esponja” no canal de ataque 1:1:4

Redução rápida de velocidade 1:1:10

Projetar sistema de enchimento do tipo meio termo, ou seja, entre

pressurizado e despressurizado é uma informação nova, porém, o grande problema

está em criar mecanismos para reduzir a velocidade nos canais de ataques, para

tornar isso possível seguem algumas sugestões como uso de filtros; ter o canal de

distribuição com um formato diferente, mais comprido ou com canais de ataque na

parte superior; ter um sistema que controle a turbulência; colocar o ataque no final

do canal de distribuição; uso de vórtices (redemoinhos) para absorver energia,

evitando turbulências significativas (CAMPBELL, 2004).

2.4.13 Dimensionamento do sistema de enchimento

Ao se igualar a vazão volumétrica com a gravimétrica é possível obter a

fórmula que permite determinar a área transversal do canal da seção de choque do

sistema de enchimento. Para igualar essas vazões é necessário multiplicar a vazão

volumétrica pela densidade do material, então tem-se a equação 20:

𝑨 =𝑷

𝝆𝒕𝑽 (20)

Sendo: P: peso do conjunto (peça + massalotes) (g); t: tempo de enchimento (s); V:

velocidade do líquido (cm/s); A: área transversal da seção do canal ou área da

seção de choque (cm²); ρ: densidade do líquido (g/cm³).

Sabendo-se que a velocidade pode ser influenciada pelo atrito do líquido com

a superfície onde ele está passando, deve-se considerar na equação 21 uma perda

de carga ().:

𝐕 = 𝛂 𝟐𝐠𝐇 (21)

Sendo: g = Aceleração da gravidade (980cm/s²); H = Altura da coluna de líquido

(cm); = Coeficiente de perda de carga no sistema.

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Portanto, a fórmula final para determinar a área da seção de choque fica

conforme a equação 22:

𝑨 =𝑷

𝝆𝒕𝛂 𝟐𝐠𝐇 (22)

A velocidade do material no sistema é alterada de acordo com as variáveis da

equação acima, sendo que o “” (perda de carga) é um índice de redução da

velocidade por atrito do material com as paredes do canal. O valor de “” para um

sistema convergente (ou pressurizado) é em torno de 0,20 a 0,40, e para sistemas

divergentes (ou despressurizado) os valores passam para 0,70 a 0,90. Quanto

menor a seção maior será a velocidade do líquido. (FUOCO, MARIOTO e

ALBERTIN, 1987).

2.5 FILTROS

Desde 1980 quando foi desenvolvido, o crescimento no uso de filtros na

indústria de fundição tem sido espetacular, a filtragem de material tem sido

responsável por importantes melhorias na qualidade geral das peças fundidas, bem

como aumento significativo no rendimento (BROWN, 2000).

O objetivo que se tem quando se aplica o uso de filtros na fundição é

primeiramente separar alguma partícula sólida de volume que esteja se

movimentando junto com o material, alem disto, é muito utilizado para regular o fluxo

de vazão e retirar a turbulência excessiva com que o primeiro material entra pelo

canal.

Filtros para aço fundido necessariamente devem ter maior resistência, pois a

temperatura de fusão/vazamento e a densidade são maiores quando comparado

com o ferro fundido.

Para aços os filtros cerâmicos feitos a base de zircônio tem resistência a

temperaturas até 1700 ºC e são posicionados no sistema de enchimento. Os filtros

cerâmicos trabalham de diversas maneiras, inclusões grosseiras tais como, grãos de

areia, grandes pedaços de escória e filmes de escória ficam presos na parte frontal,

conforme vai aumentando esse “bolo” frente ao filtro, ele começa a filtrar partículas

mais finas. O suave fluxo do material atravessando o filtro reduz a exposição deste

ao oxigênio da atmosfera, limitando a re-oxidação do aço.

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A eficácia dos filtros para aço está em remover macro inclusões e também as

micro inclusões, por meios mecânicos e aderência a estrutura interna do filtro.

Propriedades mecânicas e de usinabilidade das peças fundidas são melhoradas

consideravelmente, podendo até ser eliminado o excesso de sobre material antes

necessário nas superfícies usinadas.

Para se ter sucesso no uso de filtros para aço, segundo a Foseco –

Handbook, é necessário atender a cinco fatores:

Vazamento: o filtro deve ser devidamente dimensionado para suportar a

quantidade de material que será vazada;

Vazamento: a temperatura do material e a técnica de vazamento deve ser

adequada para que o filtro receba o primeiro choque sem que haja bloqueio da

passagem as vezes por solidificação precoce;

Capacidade: o filtro deve ter interstícios grandes o suficiente para filtrar o

material antes que ele se solidifique;

Tempo: O filtro deve ser grande o suficiente para o material encher a peça no

tempo necessário;

Sistema de enchimento: O sistema de enchimento deve ser despressurizado

(BROWN, 2000).

2.6 SIMULAÇÃO POR COMPUTADOR

Simulação consiste em empregar formalizações em computadores, tais como

expressões matemáticas com o propósito de replicar o que acontece na prática.

Para isto é necessário construir um modelo computacional que corresponda a

situação real que se deseja simular. São fases de elaboração de um programa de

simulação as etapas como, descrever o comportamento de um sistema, construir

teorias e hipóteses considerando as observações efetuadas, usar um modelo para

prever o comportamento futuro, ou seja, os efeitos produzidos por alterações no

sistema ou nos métodos empregados em sua operação.

O objetivo da simulação é de antecipar a prática, otimizando o projeto da peça

e prevendo os defeitos que possam ocorrer. A simulação aumenta a eficiência na

fundição, a economia é considerável em peças em que se aplica simulação antes da

execução final. O investimento necessário em softwares de simulaçao é pago em

poucos meses após o uso da ferramenta.

É utilizada a simulação numérica de altíssima complexidade para representar

o ambiente computadorizado o que acontece na prática, levando em consideração

fatores físicos, químicos, termodinâmicos, entre outros (FREITAS FILHO, 2008).

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A utilização de soluções CAE (Computer Aided Enginering) é mais comum na

resolução de problemas gerados por projetos e/ou processos ineficientes, porém,

quanto antes forem utilizados estes recursos, mais efetiva será a sua

contribuição(REBELLO, VERRAN e OLIVEIRA, 2000).

A utilização destas ferramentas tornaram-se elementos essenciais na

avaliação das condições de processo e design das peças, possibilitando o

desenvolvimento de projetos mais otimizados, produzindo altas taxas de produção e

menores índices de rejeitos e retrabalhos (REBELLO, VERRAN e OLIVEIRA, 2000).

Foi registrado através de pesquisa com usuários sobre os benefícios do uso

de CAE, em estudo conduzido pela American Metalcasting Consortium em Setembro

de 1996, 40% de redução no tempo total de produção, 30% de redução do

retrabalho e 25% de aumento no rendimento(AFS PROCESS DESIGN &

MODELING COMMITEE, 1997).

Na metalurgia, os métodos numéricos seguem três linhas de previsão: Análise

de enchimento; Análise de solidificação e Análise de tensões. Este recurso

possibilita realizar previsões de propriedades estruturais localizadas, campos de

tensões, precisão dimensional, crescimento de grão, segregação e defeitos

provenientes da contração do metal, o que permite ajustes e adequações dos

parâmetros do processo, como o ajuste de canais de distribuição e ataque

(REBELLO, VERRAN e OLIVEIRA, 2000).

A geração da malha é feita automaticamente pelo software, quanto mais

refinada for a malha, mais preciso é o cálculo, porém mais tempo é necessário.

Alguns softwares permitem um refinamento localizado da malha, ou seja, algum

ponto mais crítico da peça pode ter um refinamento maior para precisar mais os

cálculos. A grande maioria dos softwares trabalham com dois tipos de malha para

análise tridimensional: Ortogonais que são normalmente estruturadas mais viáveis

para método de diferenças finitas, sendo que esta tem grande preferência pela

simples formulação matemática e também as Tetraédricas que são normalmente

não estruturadas, adequadas para método de elementos finitos, utilizada mais para

analise de tensões (REBELLO, VERRAN e OLIVEIRA, 2000).

No enchimento de moldes de fundição, altos gradientes de velocidade

associados a um escoamento turbulento é fundamental que, alem do maior

refinamento a discretização coincida o máximo possível com as fronteiras, o que não

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seria tão significativo para a fase de solidificação (REBELLO, VERRAN e OLIVEIRA,

2000).

A ferramenta Magmasoft® é utilizada na simulação do processo de fundição e

baseada no Método dos Elementos Finitos (FEM). Possibilita o desenvolvimento de

projetos, segurança e redução de custos produtivos.

Dentre os recursos do software, destacam-se:

simulação de solidificação das peças;

simulação de preenchimento do molde;

verificação de tensões residuais;

previsão de microestrutura e propriedades mecânicas para ligas de

ferro fundido.

A simulação é feita com base em um componente fundido modelo que é

inserido na ferramenta, em conjunto com os parâmetros do processo produtivo,

como composição química, temperatura de vazamento, entre outros. O programa

realiza cálculos matemáticos e apresenta os resultados, simulando as condições

reais, aplicando equações da fluído dinâmica e transferência de calor. A análise dos

resultados permite prever problemas, o que auxilia na realização ajustes e

adequações dos parâmetros do processo, garantindo a sanidade da peça

fundida(AFS PROCESS DESIGN & MODELING COMMITEE, 1997).

O Magmasoft® permite ao usuário visualizar resultados da geometria

real de qualquer direção e cortar em certas áreas para identificar áreas

comprometidas da modelagem, variação de temperatura, níveis de porosidade e

padrão de enchimento.

De acordo com Rao o Método de Elementos Finitos e utilizado em diversas

áreas da engenharia e pesquisa, podendo ser desenvolvido para resolver problemas

estáticos, dinâmicos, homogêneos, não-homogêneos, etc. Este método divide o

objeto de estudo, por exemplo, uma viga em balanço, uma porção de fluído contido

em um vazo de pressão, transferência de calor, chapa vibrante, etc. em diversos

elementos. Após a inserção de todas as contribuições elementares e da substituição

das condições de contorno do problema, uma técnica adequada e utilizada para

resolver o sistema global de equações, possibilitando a determinação dos valores

nodais e consequentemente a resolução do problema (RAO, 2004).

Através dos resíduos ponderados ou o princípio variacional as equações dos

sistemas são reduzidas gerando equações esparsas e bandas, representados por

todos os valores nodais dos elementos que compõe o objeto de estudo (RAO, 2004).

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68

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito da variação dos projetos dos

sistemas de canais de enchimento para avaliar as condições de fluxo geradas. Tal

estudo tem como finalidade verificar a possibilidade do emprego de sistemas de

enchimento que favoreçam o mínimo de turbulência e possam evitar a formação de

defeitos de fundição, tais como as inclusões de escórias e óxidos. Para isto foi

necessário a confecção de um corpo de prova (peça estratégica) que favorecesse a

flutuação da escória, tornando-a visível na superfície. Estes corpos de prova foram

vazados em aço carbono SAE1020. Esta liga foi empregada devido a alta

temperatura de fusão e por ser uma liga mais reativa com o oxigênio, ou seja, possui

características mais favoráveis para a formação de óxidos e escórias (SOUZA,

2001). Para verificar e avaliar a velocidade do fluxo e a formação de turbulências

nos diversos sistemas de enchimento projetados, foram feitas várias simulações com

o emprego de simulação numérica, utilizando o software Magma®. Alguns resultados

obtidos na simulação foram comparados com os resultados obtidos na prática de

fundição com o vazamento de alguns corpos de prova.

3.1 CORPO DE PROVA

Com base nas literaturas consideradas foram selecionados alguns tipos de

sistemas de enchimento para serem testados, um modelo de corpo de prova para os

testes práticos foi escolhido com base nos seguintes pré-requisitos:

Corpo de prova com geometria que não fosse impactar ou mascarar os

resultados, desta maneira se evitou o emprego de superfícies e geometria

irregulares;

Sistema de alimentação (massalote) dimensionado adequadamente para não

ocorrer à formação de cavidades devido à rechupes, causados por alimentação

insuficiente;

A posição do sistema de alimentação não deveria alterar o fluxo do material no

sistema de enchimento, sendo assim, o massalote foi posicionado na peça sem

ter ligação com o sistema de enchimento. Dessa maneira, o massalote foi

dimensionado para solidificar após a peça, mesmo que receba material mais frio

que o da peça;

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O modelo do corpo de prova possuía um peso e tamanho adequado para

viabilizar os testes sem a necessidade de uso de grande quantidade material

fundido e o uso de caixa de moldar muito grande;

Dentro dos pré-requisitos estabelecidos foi estipulado um corpo de prova para

teste do tipo “chapa” plana, com dimensões 200x200x20 mm.

3.2 SISTEMAS DE ENCHIMENTO PROJETADOS E AVALIADOS

Os sistemas de enchimento foram planejados de acordo com o que foi

descrito em várias literaturas como, Campbell (2004), Fuoco Mariotto e Albertin

(1987), Maehara (1989), entre outros. Foram projetados sistemas para moldagem

com linha de partição do molde na horizontalmente e vertical.

Os sistemas de enchimento propostos foram simulados em um programa de

computador Magma e os testes práticos foram feitos somente em alguns sistemas a

fim de comprovar os resultados simulados. Os sistemas foram desenhados no

programa de desenho em 3D denominado SolidWorks, salvos no formato “step” e

importados para o programa simulador de fundição denominado Magma, da

empresa Magmasoft. A seguir são apresentados e detalhados os projetos de

sistemas de enchimento que foram empregados neste trabalho.

3.2.1 Sistemas de enchimento com relação de área 1:1:1

Sistema com relação de área 1:1:1, com partição horizontal a espessura do

canal primário e ataques foi fixada em 10 mm. Neste caso foi empregado um canal

primário com escalonamento constante, ou seja, a espessura do canal vai sendo

reduzida em formato de uma rampa e não com o escalonamento em degraus, o qual

favorece a geração de turbulência. Neste caso também foi feito o emprego de canal

de ataque reto e com raio de arredondamento. Este tipo de canal é mais conhecido

como canal tipo “faca” (CAMPBELL, 2004), (CAMPBELL, 1991), (FUOCO,

MARIOTO e ALBERTIN, 1987).

Hsu, Mark e Campbell (2009) demonstraram um novo formato para o sistema

de canais 1:1:1. As variações dos sistemas de enchimento com relação de áreas do

tipo sistema 1:1:1 empregadas neste trabalho são mostrados na Figura 24.

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70

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

Figura 24: Sistema 1:1:1 (a) um ataque reto, (b) três ataques retos, (c) três ataques com raio,

(d) três ataques com raio e primário escalonado contínuo, (e) três ataques e escalonamento

interno.

3.2.2 Sistemas de enchimento com relação de área 1:2:1

Sistema com relação de área 1:2:1, com partição horizontal, sugerido pelos

autores Maehara e Esmeraldo (MAEHARA e ESMERALDO, 1989). Em entrevista

com o autor Sr. Maehara, este justificou que aplicara este tipo de sistema para

produção de peças muito grandes (acima de 2 toneladas) na empresa que trabalhou

durante muito tempo (Aços Finos Piratini). Ele comentou que este tipo de sistema se

na maioria das vezes produzia peças com qualidade, justificando que, o material

entra no canal de descida de forma pressionada, despressuriza no canal primário e

reduz a velocidade e a turbulência devido ao aumento da área em duas vezes, ao

chegar no canal de ataque, o qual possui a mesma área do canal de descida. O

material flui na cavidade do molde com velocidade, mas com baixa pressão, pois

este não está condicionado à ação da gravidade de uma coluna de líquido como o

canal de descida, ou seja, preenche suavemente o molde. Enquanto isso, no canal

primário, o material tem tempo para deixar flutuar as impurezas, óxidos, ou possível

escória que tenha entrado pelo funil. Para este sistema, neste trabalho, foram

empregadas três condições para o canal de ataque, as quais são mostradas na

Figura 25.

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71

(a)

(b)

(c)

Figura 25: Sistema 1:2:1 (a) um ataque, (b) três ataques reto, (c) três ataques com raio.

3.2.3 Sistemas de enchimento com relação de área 1:4:4

Sistema com relação de área 1:4:4 com partição horizontal, esta relação de

área foi sugerida por Guleypoglu (2003) em um artigo que trata especificamente de

sistemas de enchimento para peças de aço fundido. O autor sugere esta relação de

área com o intuito de reduzir ao máximo a velocidade de enchimento no canal de

distribuição e ataques e desta maneira provocar o preenchimento da cavidade da

peça com o mínimo de turbulência possível. O autor justifica isto devido a grande

afinidade do aço fundido com o oxigênio, evitando-se assim expor o material fundido

ao oxigênio a consequente formação de inclusões de óxidos e escórias. Este tipo de

sistema de enchimento é muito utilizado em fundições de alumínio, pois este

material também é muito reativo ao oxigênio. Tanto para aços quanto para alumínio,

o autor deixa claro que o preenchimento do molde deve ocorrer de baixo para cima,

para que as impurezas flutuem e fiquem na parte superior.

A variação de projeto para o sistema de enchimento com relação de áreas

1:4:4 empregadas neste trabalho são mostradas na Figura 26.

(a)

(b)

(c)

Figura 26: Sistema 1:4:4 (a) canal primário escalonado no molde superior e três ataques (b)

canal primário escalonado no molde inferior e três ataques, (c) canal primário escalonado

contínuo no molde inferior com três ataques

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3.2.4 Sistemas de enchimento com relação de área 1:0,8:0,6

Os sistemas com relação de área 1:0,8:0,6 com partição horizontal são muito

empregados na fundição de peças de ferro fundido cinzento e nodular, pois todo o

sistema de enchimento trabalha de forma pressurizada, possui menor peso, o que

favorece o rendimento metalúrgico, entretanto geram aumento da velocidade no

canal de ataque (FUOCO, MARIOTO e ALBERTIN, 1987). O sistema com relação

de área 1:0,8:0,6 foi analisado neste trabalho com o objetivo de verificar se este

sistema poderá ser adequado para fundição de peças em aço. As variações para

este tipo sistema empregadas neste trabalho são mostradas na Figura 27.

(a)

(b)

(c)

Figura 27: Sistema 1:0,8:0,6 (a) um ataque (b) três ataques retos, (c) três ataques com raio

3.2.5 Sistemas de enchimento com filtro

Sistemas de enchimento utilizando filtros cerâmicos são empregados com o

objetivo de tentar bloquear a entrada de impurezas para dentro da cavidade do

molde. A filtragem é uma das técnicas mais antigas utilizadas quando se quer

separar geralmente um líquido de um sólido, porém, quando se trata de filtragem de

aço líquido a aproximadamente 1500 ºC de temperatura, a situação não é muito

favorável. Neste caso é necessário o emprego de materiais cerâmicos com altíssima

resistência. A muitos anos empresas vem investindo em tecnologia, testando

materiais que tem resistência para aplicação em fundição de aço.

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Os projetos de sistemas de enchimento feitos neste trabalho com o emprego

de filtros foram elaborados de acordo com recomendações descritas no Handbook

Foseco (2000). A Figura 28 mostra os projetos de sistemas de enchimento

empregados neste trabalho com o uso de filtros.

(e)

Figura 28: Sistema com filtro 50x50x22 mm e três ataques retos com canal primário: (a) reto no

molde superior (b) primário reto no molde inferior com poço, (c) primário escalonado em

rampa no molde superior, (d) primário escalonado em degraus no molde inferior, (e) primário

com escalonamento em rampa no molde inferior.

(a)

(b)

(c)

(d)

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3.2.6 Sistemas de enchimento em molde com partição vertical

Nos sistemas de enchimento com o molde na partição vertical empregados

neste trabalho, o dimensionamento foi feito com o objetivo de reduzir a velocidade

do fluxo de material no canal de ataque. Neste caso foi atribuída nos cálculos a

velocidade de fluxo do material fundido em cerca de 50 cm/s, desta maneira o canal

de ataque gerado apresentou uma área bem maior que a área do canal de descida e

do canal de distribuição. Algumas literaturas recomendam o molde com partição

vertical devido a possibilidade de se desenhar a geometria dos canais de maneira a

se evitar mudanças bruscas de direção. A Figura 29 mostra os projetos de sistemas

de canais em molde com partição vertical que foram empregados neste trabalho.

(a)

(b)

(c)

(d)

Figura 29: Sistema vertical, (a) descida e primário retangular, primário com poço, ataque reto

por baixo, (b) descida e primário retangular e extensão do canal primário para cima, (c)

descida redondo, primário com expansão e ataque arredondado, (d) descida retangular,

primário com expansão e ataque arredondado.

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3.3 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO

A seguir são descritos as etapas dos cálculos que foram empregados para

dimensionar o massalote para o corpo de prova. O procedimento de cálculo envolve

duas etapas, sendo a primeira feita para dimensionar o massalote que atenda ao

requisito térmico, ou seja, solidifique após a peça. A segunda etapa dimensiona o

massalote que atenda ao requisito volumétrico, ou seja, o massalote deve dispor de

certa quantidade de líquido para suprir a necessidade de contração da peça. Após o

dimensionamento destes dois massalotes determina-se qual dos dois será

empregado, sendo que, a regra básica define que se deve empregar o massalote

que atenda a ambos os requisitos de alimentação, ou seja, o massalote de maior

volume.

O requisito térmico conforme demonstrado no Anexo 2, é necessário um

massalote com diâmetro de 5,33 cm com altura de 8 cm, com este tamanho é

garantido que o massalote se solidifique após a solidificação da peça, a margem de

segurança empregada foi de 20%.

Esse requisito garante somente às condições térmicas, não garante se o

massalote terá material suficiente para suprir a necessidade de contração da peça,

para obter esta informação, é necessário calcular o requisito volumétrico.

O requisito volumétrico de acordo com os cálculos demonstrados no Anexo 2,

é necessário um massalote com diâmetro de 7,98 cm e altura de 11,97 cm.

A Tabela 8 compara os valores dos requisitos térmico e volumétrico, para

facilitar a escolha do massalote ideal para a peça em questão:

Tabela 8: comparativo entre os requisitos térmico e volumétrico

Requisito térmico Requisito volumétrico

Diâmetro 5,33 cm 7,98 cm

Altura 8,00 cm 11,97 cm

Observando a tabela em questão nota-se que o requisito volumétrico exige

um massalote maior do que o requisito térmico, logo para satisfazer os dois

requisitos, deve-se utilizar o massalote com maior requisito, ou seja, o obtido no

requisito volumétrico.

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Com estas dimensões definidas, foi calculado o tamanho da bacia e do

pescoço do massalote, conforme demonstrado no anexo 2. O módulo do pescoço

para aços fundidos deve estar entre o módulo da peça e o módulo do massalote,

para favorecer uma solidificação direcional, dessa forma, as medidas devem ser de

um cubo com 21,6x2x3,66 cm. A bacia deve ter raio de 3,99 cm.

3.3.1 Verificação do sistema de alimentação por simulação numérica

A simulação de solidificação da peça e massalote foram feita para verificar a

eficiência do massalote que foi calculado. Com os dados desta simulação o

programa Magma verificou se o módulo do massalote estava acrescido de 20% a

40% sobre o módulo da peça (MINTEGUI, 2001). Conforme mostra a Figura 30, o

desenho em corte possibilita a visualização do módulo da peça e do massalote, de

acordo com as cores referenciadas na escala. O módulo da peça ficou entre 0,6 e 1

e do massalote entre 1 e 1,3, desta forma ficou constatado que o massalote que foi

dimensionado estava adequado para solidificar após a peça (corpo de prova).

Figura 30: Módulo das partes do conjunto fundido.

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3.4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ENCHIMENTO

O sistema de enchimento é dividido em três partes, primeiro é o canal de

descida, segundo é canal primário e terceiro é o canal de ataque, para representar a

relação de área entre cada uma dessas partes do sistema, é atribuído um número,

por exemplo: 1:2:1; nesta representação, o primeiro número se refere ao módulo do

canal de descida, o segundo número ao módulo do canal primário e o terceiro

número ao módulo do canal de ataque.

As relações de áreas dos canais que foram dimensionados para este trabalho

estão listadas na Tabela 9.

Tabela 9: Relações de áreas e posições de enchimento a serem empregadas.

Cálculo Relação de

áreas Descrição

1 1:4:4 Canal primário no molde inferior, três canais de ataque

1 1:4:4 Canal primário no molde superior, três canais de ataque

1 1:4:4 Canal primário tipo rampa no molde inferior com três canais ataque

2 1:0,8:0,6 Um ataque fino e largo

2 1:0,8:0,6 Três ataques equidistantes

2 1:0,8:0,6 Três ataques equidistantes com cantos arredondados

3 1:2:1 Um ataque fino e largo

3 1:2:1 Três ataques equidistantes

3 1:2:1 Três ataques equidistantes com cantos arredondados

4 1:1:1 tipo faca Um ataque fino e largo

4 1:1:1 tipo faca Três ataques equidistantes

4 1:1:1 tipo faca Três ataques equidistantes com cantos arredondados

4 1:1:1 tipo faca Canal primário escalonado constante e três ataques equidistantes com cantos arredondados

4 1:1:1 tipo faca Canal primário com escalonamento interno e três canais de ataque

5 Filtro 50x50x20 Canal primário constante molde superior

5 Filtro 50x50x20 Canal primário escalonado constante molde superior

5 Filtro 50x50x20 Canal primário escalonado molde inferior

5 Filtro 50x50x20 Canal primário escalonado constante molde superior

6 Filtro 50x50x20 Canal primário constante molde inferior com poço

7 Vertical Canal primário com poço na extremidade

7 Vertical Canal primário com prolongamento vertical na extremidade

7 Vertical Canal de descida redondo e expansão no canal primário

7 Vertical Canal de descida retangular e expansão canal primário

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Para efetuar os cálculos das dimensões dos sistemas de canais, é necessário

ter os dados presentes na Tabela 10.

Tabela 10: Dados de entrada para os cálculos

Peso do conjunto (P) 12000 g

Densidade do material (ρ) 7,2 g/cm³

Tempo de enchimento (t) 5 segundos

Coeficiente de atrito para sistema

despressurizado ()

0,6

Coeficiente de atrito para sistema

pressurizado ()

0,38

Aceleração da gravidade (g) 980 cm/s²

Altura da panela de vazamento até a

base do canal de descida (H)

12 cm

3.4.1 Tempo de enchimento

O tempo de enchimento é um fator complexo de prever, pois depende de

muitas variáveis e constantes teóricas, os quais dependem também do processo de

fabricação utilizado.

Dessa forma foi utilizado o gráfico da Figura 14 para estimar o tempo de

vazamento. Primeiramente fixou-se o peso do conjunto em 12 kg e considerando a

espessura da parede entre 12 e 22 mm (), dessa forma o tempo iria variar entre 2,8

a 3,6 segundos:

Para os aços, Heine (1967) cita uma fórmula para calcular o tempo de

enchimento, conforme mostrada abaixo:

𝑡 = 𝐾2 𝑃 sendo K2 1,72 para vazamento de peso até 45 kg.

Considerando um peso aproximado de 12 kg (peça + massalote) o cálculo

ficaria assim:

𝑡 = 1,72 12

𝑡 = 6 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠

Com base nas duas literaturas consultadas o tempo adotado para o

dimensionamento do sistema de canais foi de 5 segundos, ou seja, se optou por um

valor médio(HEINE, 1967).

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3.4.2 Cálculo das seções dos sistemas de canais

Com os dados da Tabela 10 foi possível dimensionar a seção de choque, ou

seja, a menor seção por onde o material vai passar, e a partir desse valor, foi

possível se determinar as outras seções do sistema de enchimento, com a relação

de área que se deseja. As demais informações necessárias para os cálculos foram

geradas a partir do esquema mostrado na Figura 31.

Figura 31: Localização dos dados no sistema de enchimento.

Para dimensionar o sistema de enchimento para as diversas relações de área

utilizadas, é apresentado no Anexo 2 os cálculos na íntegra, na Tabela 11 está um

resumo dos principais valores encontrados:

Tabela 11: Dimensões dos sistemas de enchimento

Sistema Seção choque Base funil Base canal

descida Canal primário 1

1:4:4 Canal descida 21,8 x 21,8 19,0 x 19,0 26,9 x 53,8

1:0,8:0,6 Canal ataque 35,3 x 35,3 30,9 x 30,9 19,5 x 39,1

1:2:1 Canal descida 21,8 x 21,8 19,0 x 19,0 19,0 x 38,1

1:1:1 Canal descida 36,2 x 20,0 36,2 x 10,0 10,0 x 36,2

Filtros Canal descida 27,4 x 27,4 23,9 x 23,9 15,5 x 40,3

Verticais Canal descida 19,6 x 19,6 29,0 x 29,0 10 x 27,5

Sistema

Canal primário

2

Canal primário

3 Canal ataque

Entrada e saída do

filtro

1:4:4 26,9 x 35,9 26,9 x 17,9 38,0 x 12,7 ---

1:0,8:0,6 19,5 x 29,3 19,5 x 19,5 23,9 x 8,0 ---

1:2:1 19,0 x 31,7 19,0 x 25,4 19,0 x 6,3 ---

1:1:1 10,0 x 24,1 10,0 x 12,1 12,8 x 10,0 ---

Filtros 15,5 x 25,8 15,5 x 11 26,1 x 8,7 E: 41,4 x 41,4

S: 31,6 x 31,6

Verticais 10 x 27,5 10 x 27,5 133,3 x 10,0 ---

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3.5 PARÂMETROS UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO

Para a simulação do sistema de enchimento foi utilizado o programa de

computador denominado Magma, versão 8, no qual foram empregados os seguintes

parâmetros:

Malha: 800.000 mesh;

Temperatura vazamento: 1570 ºC;

Tipo de molde: Cura frio;

Pressão de vazamento: 38,38 g/cm².

A pressão de vazamento foi calculada da seguinte forma:

Pressão de vazamento = ρ (g/cm3) / altura (cm);

Pressão de vazamento = 7,833 (g/cm3) / 5 (cm);

Pressão de vazamento = 38,38 (g/cm2).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos através da simulação foram: velocidade, direção e

idade do fluxo de preenchimento, seguem nos itens abaixo a apresentação destes

resultados bem como uma análise destes e por fim, um resumo para facilitar a

avaliação.

4.1 DIREÇÃO, IDADE DO FLUXO E VELOCIDADE DE ENCHIMENTO

O caminho que o material percorre dentro do molde é representado na

simulação computadorizada com setas que indicam a direção que o material está

tomando e com o passar do tempo elas mudam de cor representando a idade do

fluxo dentro cavidade (primeiro e último material a entrar no molde).

Da mesma forma a simulação da velocidade ocorre com o preenchimento da

cavidade onde o fluído muda de cor de acordo com a velocidade da escala.

As figuras apresentadas nos resultados da simulação, são do “início”

representadas pela letra “(a)” e de um ponto onde a cavidade está “parcialmente”

preenchida, no caso as figuras de letra “(b)”.

4.1.1 Sistema de enchimento 1:1:1

(a) Sistema de enchimento 1:1:1 – espessura 10 mm – canal primário

escalonado contínuo no molde superior – um canal de ataque reto no molde

superior.

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 32 (a) e (b), Durante a

etapa inicial de enchimento há um fluxo principal desde o funil até o massalote,

também se constata certa quantidade de material estacionada no funil, da qual uma

parte vaza junto com o fluxo principal no canal primário. O material que está na

extremidade do canal primário, após o canal de ataque, permanece estacionado.

Durante o enchimento da cavidade do molde existe um fluxo turbulento de forma

bastante aleatória, com a cavidade parcialmente preenchida. Existe também um

refluxo de material oriundo do massalote. Essa condição turbulenta na cavidade

favorece a oxidação da liga. Aquele fluxo a partir do material estacionado no funil

continua fluindo junto com o fluxo principal, tal fluxo pode ser danoso devido à

agitação prévia no funil que favorece a oxidação.

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(a)

(b)

Figura 32: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, com um ataque reto. (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 33 (a), inicialmente o fluxo que entrou pelo

canal de descida, fluiu no canal primário em toda a sua extensão até a extremidade

em forma de cunha, observa-se que a região da parede superior logo após o canal

de descida não permaneceu completamente cheia. Em seguida o fluxo seguiu no

canal de ataque que está posicionado a 90o em relação ao canal primário. O fluxo no

canal de ataque apresentou velocidade de aproximadamente 1,8 m/s, no canal de

distribuição a velocidade variou entre 0,6 a 1,2 m/s. O fluxo no canal de ataque

ocorreu de maneira descolada na parede lateral que está mais próxima do canal de

descida.

O fluxo atravessou a cavidade do molde com velocidade cerca de 1,8m/s, o

qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e do massalote, gerando

turbulências e respingos. A velocidade de movimento do fluxo dentro do restante da

cavidade, não considerando o fluxo central do canal de ataque, foi menor, entre 0,2

m/s a 0,7 m/s conforme pode ser visualizado na Figura 33 (b). O preenchimento

completo do canal de ataque ocorreu quando a cavidade no molde estava quase

completa e o material retornou preenchendo o canal de ataque. O tempo de

enchimento total foi de 3,75 s

(b) Sistema de enchimento 1:1:1 – espessura 10 mm – canal primário

escalonado contínuo no molde superior – três canais de ataque reto no molde

superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 34 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento há um fluxo principal desde o funil até o massalote,

também se constata certa quantidade de material estacionada no funil, do qual, uma

parte vaza junto com o fluxo principal no canal primário. O material que está na

extremidade do canal de distribuição, após o último canal de ataque, permanece

estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde constata-se um fluxo

pouco turbulento, com a cavidade parcialmente preenchida. Existe também um

refluxo de material oriundo do massalote. Essa condição turbulenta na cavidade

favorece a oxidação da liga. Aquele fluxo a partir do material estacionado no funil

continua fluindo junto com o fluxo principal, tal fluxo pode ser danoso devido à

agitação prévia no funil, a qual favorece a oxidação do material fundido.

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(a)

(b)

Figura 33: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, com um ataque reto. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 34: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado na lateral e três ataques retos. (a)

início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 35 (a), inicialmente o fluxo que entrou pelo

canal de descida fluiu no canal primário em toda a sua extensão até a extremidade

em forma de cunha, entretanto nesta fase inicial o fluxo se deslocou de maneira

descolada da parede superior do canal primários. Isto não deveria ter ocorrido, pois

o canal com 10 mm de espessura, foi feito para evitar o descolamento, afim de que o

líquido se comportasse como a “gota séssil”, conforme descrito por Campbell (2003).

Em seguida o fluxo seguiu pelos três canais de ataque que estão posicionados

equidistantes um do outro a 90o em relação ao canal de distribuição, sendo que o

último canal de ataque da sequência permaneceu completamente cheio durante o

enchimento da cavidade do molde e os dois primeiros canais de ataque não

permaneceram cheios durante quase todo o tempo de enchimento da cavidade do

molde. O enchimento completo dos dois primeiros canais de ataque ocorreu quando

a cavidade do molde estava quase cheia

O fluxo nos canais de ataque apresentou velocidade entre 1,8 a 2,1 m/s, e no

canal de primário foi entre 0,6 e 1,2 m/s. O fluxo no canal de ataque ocorreu de

maneira descolada na parede lateral que está mais próxima do canal de descida. O

fluxo atravessou a cavidade do molde com o aço na velocidade de 1,5 m/s, o qual

bateu na parede oposta da cavidade do molde e do massalote, gerando pouca

turbulência, o material após bater na parede oposta aos canais retornou a uma

velocidade abaixo de 0,6 m/s conforme pode ser visualizado na Figura 35 (b). O

preenchimento completo do canal de ataque ocorreu quando a cavidade no molde

estava quase completa e o material retornou preenchendo o canal de ataque. O

tempo de enchimento total foi de 3,26 s.

(c) Sistema de enchimento 1:1:1 – espessura 10 mm – canal primário

escalonado contínuo no molde superior – três canais de ataque com raio no

molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 36 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento há um fluxo principal desde o funil até o massalote, não

se constata aquela quantidade de material estacionada no funil, conforme ocorreu

com os sistema 1:1:1 com 1 ataque e 1:1:1 com 3 ataques, o qual uma parte vazava

junto com o fluxo principal no canal primário. O material que está na extremidade do

canal de distribuição, após o último canal de ataque, permanece estacionado.

Durante o enchimento da cavidade do molde o fluxo é pouco turbulento, com a

cavidade parcialmente preenchida.

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(a)

(b)

Figura 35: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, com três ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 36: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado na lateral e três ataques com

arredondamentos. (a) início, (b) parcial.

Velocidade: observando a Figura 37 (a), inicialmente o fluxo que entrou pelo

canal de descida, fluiu no canal primário de maneira descolada da parede superior,

ou seja, não estava em contato permanente com as paredes do molde. Objetivo pelo

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qual foi feito canal com 10 mm de espessura, afim de que o líquido se comportasse

como a “gota séssil”, conforme descrito por Campbell (2003). Em seguida o fluxo

seguiu pelos três canais de ataque que estão posicionados eqüidistantes um do

outro a 90o em relação ao canal de distribuição, sendo que cada um possui um raio

para facilitar a mudança de direção do material. Neste caso constatou-se que o fluxo

entrou de maneira quase igual na cavidade do molde através dos três ataques. A

sequência de enchimento ocorreu da seguinte maneira: o primeiro canal de ataque

iniciou o enchimento, logo em seguida o segundo e por último, o terceiro canal de

ataque. Constatou-se que no último canal de ataque a velocidade foi maior.

O fluxo nos canais de ataque possuíram velocidade média de 1,2 m/s, no

canal de distribuição variou entre 0,4 e 1,0 m/s. Com o raio de arredondamento que

foi feito nos canais de ataque constatou-se que o fluxo não ocorreu de maneira

descolada na parede lateral que está mais próxima do canal de descida. O fluxo

atravessou a cavidade do molde com o aço na velocidade de cerca de 1,0 m/s, o

qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e do massalote, gerando pouca

turbulência, o material após bater na parede oposta aos canais retornou a uma

velocidade abaixo de 0,5 m/s conforme pode ser visualizado na Figura 37 (b). O

preenchimento completo do raio entre o canal de ataque e a peça só ocorreu

quando a cavidade do molde estava quase completamente cheia. O tempo total para

o enchimento da cavidade foi de 3,00 s.

(d) Sistema de enchimento 1:1:1 – espessura 10 mm – canal primário

escalonado tipo rampa no molde superior – três canais de ataque com raio no

molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 38 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento há um fluxo principal desde o funil até o massalote,

também se constata uma pequena quantidade de material estacionada no funil, o

qual uma parte vaza junto com o fluxo principal no canal primário. O material que

está na extremidade do canal primário, após o canal de ataque, permanece

estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde nota-se um fluxo pouco

turbulento, com a cavidade parcialmente preenchida. Existe também um refluxo de

material oriundo do massalote. Essa condição turbulenta na cavidade favorece a

oxidação da liga. O fluxo a partir do material estacionado no funil, apesar de ser uma

quantidade muito pequena, continua fluindo junto com o fluxo principal.

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(a)

(b)

Figura 37: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, canal primário escalonado na lateral e três

ataques com raios. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 38: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado em rampa inferior e três ataques

arredondados. (a) início, (b) parcial.

Velocidade: observando a Figura 39 (a), inicialmente o fluxo que entrou pelo

canal de descida, fluiu no canal primário em toda a sua extensão até a extremidade

em forma de cunha. Somente após o canal primário estar cheio é que o material fluiu

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em contato permanente com as paredes do canal, cumprindo desta maneira o

objetivo pelo qual foi feito canal com 10 mm de espessura, afim de que o líquido se

comportasse como a “gota séssil” conforme explanado por Campbell (2003), o

escalonamento do tipo rampa também contribuiu para isto. Em seguida o fluxo

seguiu pelos três canais de ataque que estão posicionados equidistantes um do

outro a 90º em relação ao canal primário, sendo que cada um possui um raio para

facilitar a mudança de direção do material. A sequência de enchimento dos canais

de ataques foi a seguinte: o último canal de ataque iniciou o enchimento, logo em

seguia o segundo e por último o primeiro canal de ataque.

O fluxo nos canais de ataque possuía velocidade maior que o fluxo no canal

primário, 2,5 m/s no ataque e no canal primário foi entre 1,1 e 1,3 m/s. O fluxo no

canal de ataque ocorreu de maneira descolada na parede lateral que está mais

próxima do canal de descida. O fluxo atravessou a cavidade do molde com o aço na

velocidade obtida de 1,8 m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e

do massalote, gerando turbulência, o material após bater na parede oposta aos

canais retornou a uma velocidade abaixo de 0,8 m/s, conforme pode ser visualizado

na Figura 39 (b). O preenchimento completo do raio entre o canal de ataque e a

peça só ocorreu quando a cavidade estava quase completamente cheia. O tempo de

enchimento total foi de 2,23 s.

(e) Sistema de enchimento 1:1:1 – espessura 10 mm – canal primário

escalonado pela parte interior no molde superior – três canais de ataque com

raio no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 40 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento há um fluxo principal desde o funil até o massalote,

sendo que o canal de ataque central é o que possui o maior fluxo de material.

Também se constata uma pequena quantidade de material estacionada no funil, o

qual uma parte vaza junto com o fluxo principal no canal primário. O material que

está na extremidade do canal primário, após o canal de ataque, permanece

estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde nota-se um fluxo pouco

turbulento, com a cavidade parcialmente preenchida. Existe também um refluxo de

material oriundo do massalote. Essa condição turbulenta na cavidade favorece a

oxidação da liga. O fluxo a partir do material estacionado no funil, apesar de ser uma

quantidade muito pequena, continua fluindo junto com o fluxo principal.

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(a)

(b)

Figura 39: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, canal primário escalonado tipo rampa e três

ataques com raios. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 40: Sistema 1:1:1 com canal primário escalonado pela parte interior e três canais de

ataques arredondados. (a) início, (b) parcial.

Velocidade: observando a Figura 41 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida fluiu no canal primário, e antes que atingisse a extremidade em forma de

cunha do canal primário, o primeiro canal de ataque já iniciou o enchimento da

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cavidade do corpo de prova. Em seguida o fluxo entrou no segundo canal de ataque,

logo a seguir, após o preenchimento completo do canal primário ocorreu o

enchimento pelo último canal de ataque. Constatou-se que o fluxo atuou em contato

permanente com as paredes dos canais, cumprindo o objetivo pelo qual foi feito

canal com 10 mm de espessura, desta maneira o líquido se comportou como a “gota

séssil”, conforme explanado por Campbell (2003). O escalonamento especial deste

sistema de enchimento contribui para que a sequência de enchimento fosse

diferente dos demais sistemas testados. Os canais de ataque possuíam um raio de

arredondamento para facilitar a mudança de direção do fluxo de material.

O fluxo no canal de ataque possuía uma velocidade maior que o fluxo no

canal primário, 1,7 m/s nos ataques e no canal primário foi entre 1,1 e 1,3 m/s. O

fluxo no canal de ataque, ao contrário dos outros sistemas testados, ocorreu de

maneira colada nas paredes dos canais. O fluxo atravessou a cavidade do molde

com o aço na velocidade obtida de 1,5 m/s, o qual bateu na parede oposta da

cavidade do molde e do massalote, gerando pouca turbulência, o material após

bater na parede oposta aos canais retornou em velocidade abaixo de 0,7 m/s,

conforme pode ser visualizado na Figura 41 (b). O tempo de enchimento total foi de

2,13 s.

4.1.2 Sistema de enchimento 1:2:1

(a) Sistema de enchimento 1:2:1 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde superior – um canal de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 42 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento há um fluxo principal desde o funil até o massalote,

também se constata uma pequena quantidade de material estacionada no funil, o

qual uma parte vaza junto com o fluxo principal no canal primário. O material que

está na extremidade do canal de distribuição, após o canal de ataque, permanece

estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde existe um fluxo turbulento

de forma bastante aleatória, com a cavidade parcialmente preenchida. Existe

também um refluxo de material oriundo do massalote. Essa condição turbulenta na

cavidade favorece a oxidação da liga. Aquele fluxo a partir do material estacionado

no funil continua fluindo junto com o fluxo principal, tal fluxo pode ser danoso devido

à agitação prévia no funil que favorece a oxidação.

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(a)

(b)

Figura 41: Sistema 1:1:1 com espessura 10 mm, canal primário escalonado no lado interior e

três ataques com raios. (a) início, (b) parcial.

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97

(a)

(b)

Figura 42: Sistema 1:2:1 com canal primário no molde superior e um ataque reto. (a) início, (b)

parcial.

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Velocidade: observando a Figura 43 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, fluiu no canal primário, em toda a sua extensão, o qual não permaneceu

totalmente cheio na etapa inicial, ao se chocar com a extremidade em forma de

cunha, o material da extremidade retornou pelo canal de distribuição, em forma de

onda em alta velocidade. Antes do canal de distribuição ter ficado completamente

preenchido, iniciou o fluxo no canal de ataque que está posicionado a 90o em

relação ao canal de distribuição.

O fluxo no canal de ataque possuía velocidade de 1,5 m/s, no canal de

distribuição foi entre 0,4 a 1,0 m/s. O fluxo no canal de ataque ocorreu de maneira

descolada na parede lateral que está mais próxima do canal de descida. O fluxo

atravessou a cavidade do molde com o aço na velocidade de 2,0 m/s, o qual bateu

na parede oposta da cavidade do molde e do massalote, gerando turbulências e

respingos. A velocidade de movimento do fluxo dentro do restante da cavidade,

excluindo o fluxo central do canal de ataque, foi menor, cerca de 0,5 m/s conforme

pode ser visualizado na Figura 43 (b). O preenchimento completo do canal de

ataque ocorreu quando a cavidade no molde estava quase completa e o material

retornou para este local. O tempo de enchimento total foi de 3,22 s.

(b) Sistema de enchimento 1:2:1 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde superior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 44 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento o funil enche rapidamente. O material que está na

extremidade do canal de distribuição, após o último canal de ataque, permanece

estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde nota-se um fluxo um tanto

quanto turbulento, com a cavidade parcialmente preenchida. Existe também um

refluxo de material oriundo do massalote este refluxo é responsável por aumentar a

turbulência dentro do molde. Essa condição turbulenta na cavidade favorece a

oxidação da liga.

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99

(a)

(b)

Figura 43: Sistema 1:2:1, canal primário escalonado no molde superior com um ataque reto. (a)

início, (b) parcial.

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100

(a)

(b)

Figura 44: Sistema 1:2:1 com canal primário no molde superior escalonado e três ataques

retos. (a) início, (b) parcial.

Velocidade: observando a Figura 45 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, fluiu no canal primário, em toda a sua extensão, porém se constatou que

a região logo após o canal de descida ficou parcialmente cheia durante certo tempo.

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Quando o fluxo se chocou com a extremidade em forma de cunha do canal primário

o material retornou pelo canal de distribuição. Antes do canal de distribuição ter

ficado completamente preenchido, iniciou a entrada de material na cavidade do

molde através do último canal de ataque, em seguida o penúltimo e o primeiro canal

de ataque completou por último.

O fluxo no canal de ataque possuía velocidade de aproximadamente 1,9 m/s,

e no canal de distribuição entre 0,7 e 1,4 m/s. O fluxo no canal de ataque ocorreu de

maneira descolada da parede lateral que está mais próxima do canal de descida. O

fluxo atravessou a cavidade do molde com o aço na velocidade de

aproximadamente 2,0 m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e

do massalote, gerando turbulência quando entrou no massalote. Devido ao refluxo

após o fluxo ter batido na parede oposta aos canais, o material retornou a uma

velocidade abaixo de 1,0 m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 45 (b). O

preenchimento completo do canal de ataque ocorreu quando a cavidade no molde

estava quase completa, e o material retornou preenchendo o canal de ataque. O

tempo de enchimento total foi de 2,97 s.

(c) Sistema de enchimento 1:2:1 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde superior – três canais de ataque com raio no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra na Figura 46 (a) e (b), durante o

inicio do vazamento constata-se uma pequena quantidade de material estacionada

no funil, o qual uma parte vaza junto com o fluxo principal no canal primário. O

material que está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de

ataque, permanece estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde o

fluxo é uniforme, ocorrendo agitação somente dentro do massalote, que também

causa um pouco de refluxo para a cavidade do molde parcialmente preenchida.

Aquele fluxo a partir do material estacionado no funil continua fluindo junto com o

fluxo principal, tal fluxo pode ser danoso devido à agitação prévia no funil que

favorece a oxidação.

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(a)

(b)

Figura 45: Sistema 1:2:1, canal primário escalonado no molde superior com três ataques retos.

(a) início, (b) parcial.

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103

(a)

(b)

Figura 46: Sistema 1:2:1 com canal primário no molde superior escalonado e três ataques

arredondados. (a) início, (b) parcial.

Velocidade: observando a Figura 47 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, fluiu no canal primário em toda a sua extensão, porém não o preencheu

completamente. Ao se chocar com a extremidade em forma de cunha do canal

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primário, o material da extremidade retorna pelo canal de distribuição. Antes do

canal de distribuição ter enchido completamente, no canal de ataque posicionado a

90o em relação ao canal de distribuição, inicia o fluxo de material para a cavidade do

molde, sendo que o último canal da sequência começou enchendo primeiro, em

seguida, o penúltimo e o primeiro canal de ataque enche por último.

Observa-se que os raios de arredondamentos feitos nos canais de ataque, no

lado do canal primário, favoreceram uma distribuição mais homogênea do material

que entrou para a cavidade do molde. Entretanto o fluxo do primeiro canal de ataque

ficou prejudicado inicialmente devido ao enchimento parcial do canal primário nos

instantes iniciais. O fluxo no canal de ataque possuía velocidade maior que o fluxo

no canal primário, cerca de 1,8 m/s e no canal de distribuição entre 0,3 e 0,9 m/s. O

fluxo atravessou a cavidade do molde com o aço em velocidade de cerca de 1,3 m/s,

o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e do massalote, gerando

pouca turbulência, o material após ter batido na parede oposta aos canais retornou

em velocidade abaixo de 0,6 m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 47 (b). O

preenchimento completo do primeiro canal de ataque, aquele mais próximo do canal

de descida, ocorreu quando a cavidade no molde estava quase completa e o

material retornou preenchendo-o. O tempo de enchimento total foi de 2,56 s.

4.1.3 Sistema de enchimento 1:0,8:0,6

(a) Sistema de enchimento 1:0,8:0,6 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde superior – um canal de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 48 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento ocorreu um fluxo principal desde o funil até o massalote,

também se constatou uma pequena quantidade de material estacionada no funil, o

qual uma parte vazou junto com o fluxo principal no canal primário. O material que

estava na extremidade do canal de distribuição, após o canal de ataque,

permaneceu estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde existiu um

fluxo turbulento de forma bastante aleatória, com a cavidade do molde parcialmente

preenchida. Houve também um refluxo de material oriundo do massalote. Essa

condição turbulenta na cavidade deve favorecer a oxidação da liga. Aquele fluxo a

partir do material estacionado no funil continuou fluindo junto com o fluxo principal,

tal fluxo poderá ser danoso devido à agitação prévia no funil, o qual pode favorecer a

oxidação da liga.

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(a)

(b)

Figura 47: Sistema 1:2:1, canal primário escalonado no molde superior com três ataques

arredondados. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 48: Sistema 1:0,8:0,6 com canal primário no molde superior e um canal de ataque reto.

(a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 49 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, fluiu no canal primário, em toda a sua extensão, porém não o preencheu

completamente. Ao se chocar com a extremidade em forma de cunha do canal

primário, o material iniciou o enchimento do canal de ataque posicionado a 90o em

relação ao canal de distribuição. Antes do fluxo de material ter se chocado com a

parede da cavidade do molde e com o massalote, o canal primário já estava

totalmente preenchido.

O fluxo no canal de ataque possuía uma velocidade maior que o fluxo no

canal primário, cerca de 1,7 m/s e no canal de distribuição foi entre 0,5 e 1,3 m/s. O

fluxo no canal de ataque ocorreu de maneira descolada na parede lateral que está

mais próxima do canal de descida. O fluxo atravessou a cavidade do molde com o

aço na velocidade máxima de 2,5 m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade

do molde e do massalote, gerando turbulências e respingos. A velocidade de

movimento do fluxo dentro do restante da cavidade do molde, não se considerando

o fluxo central do canal de ataque, foi menor, em torno de 0,8 m/s, conforme pode

ser visualizado na Figura 49 (b). O preenchimento completo do canal de ataque

ocorreu quando a cavidade no molde estava quase completa e o material retornou

preenchendo o canal de ataque. O tempo de enchimento total foi de 2,11 s.

(b) Sistema de enchimento 1:0,8:0,6 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde superior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 50 (a) e (b), durante a

etapa inicial de enchimento o funil enche rapidamente. O material que está na

extremidade do canal de distribuição, após o último canal de ataque, permanece

estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde nota-se um fluxo um tanto

quanto turbulento, com a cavidade parcialmente preenchida. Existe também um

refluxo de material oriundo do massalote, este refluxo é responsável por aumentar a

turbulência dentro do molde. Essa condição turbulenta na cavidade favorece a

oxidação da liga.

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(a)

(b)

Figura 49: Sistema 1:0,8:0,6, canal primário escalonado no molde superior com um ataque

reto. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 50: Sistema 1:0,8:0,6 com canal primário escalonado no molde superior e três canais de

ataques retos. (a) início, (b) parcial.

Velocidade: observando a Figura 51 (a), inicialmente o fluxo que entrou pelo

canal de descida, fluiu no canal primário, em toda a sua extensão, porém não o

preenchendo completamente. Ao ter se chocado com a extremidade em forma de

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cunha do canal primário o fluxo de material iniciou o enchimento dos canais de

ataque posicionados a 90o em relação ao canal primário. Antes de o material ter se

chocado com a parede da cavidade do molde e do massalote, o canal primário já

estava totalmente preenchido. O fluxo através dos três canais de ataque ocorreu

maneira quase homogênea deste o início do enchimento. Constata-se nos dois

canais primários mais próximos do canal de descida que houve fluxo parcial, os

quais foram totalmente preenchidos a partir do momento em que a cavidade do

molde ficou completamente cheia.

O fluxo no canal de ataque possuía uma velocidade maior que o fluxo no

canal primário, cerca de 1,9 m/s, e no canal de distribuição entre 0,5 e 1,2 m/s. O

fluxo dos canais de ataque que estão mais próximos do canal de descida ocorreu de

maneira descolada da parede lateral que está mais próxima do canal de descida. O

fluxo atravessou a cavidade do molde com o aço na velocidade de cerca de 2,0 m/s,

o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e do massalote, gerando

turbulência quando entrou no massalote. Isto ocorreu devido ao refluxo e a alta

velocidade, o material após bater na parede oposta aos canais retorna a uma

velocidade abaixo de 1,0 m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 51 (b). O

preenchimento completo dos canais de ataque ocorreu quando a cavidade no molde

estava quase completa e o material retornou preenchendo-os. O tempo de

enchimento total foi de 2,04 s.

(c) Sistema de enchimento 1:0,8:0,6 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde superior – três canais de ataque com raio no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 52 (a) e (b), durante o

início do vazamento constata-se uma pequena quantidade de material estacionada

no funil, o qual uma parte vaza junto com o fluxo principal no canal primário. O

material que está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de

ataque, permanece estacionado. Durante o enchimento da cavidade do molde o

fluxo é uniforme, ocorre agitação somente dentro do massalote, que também causa

um pouco de refluxo para a cavidade do molde que está parcialmente preenchida.

Aquele fluxo a partir do material estacionado no funil continua fluindo junto com o

fluxo principal, tal fluxo pode ser danoso devido à agitação prévia no funil, a qual

favorece a oxidação.

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(a)

(b)

Figura 51: Sistema 1:0,8:0,6, canal primário escalonado no molde superior com três ataques

retos. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 52: Sistema 1:0,8:0,6 com canal primário escalonado no molde superior e três canais de

ataques arredondados (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 53 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, fluiu no canal primário e antes de ter se chocado com a extremidade em

forma de cunha, o material começou a avançar pelo primeiro canal de ataque que

encontra, com velocidade de cerca de 1,5 m/s. O fluxo no canal primário prosseguiu

e logo avançou também pelo último canal de ataque, com velocidade de 3,0 m/s,

quando este fluxo alcançou a metade da cavidade do molde iniciou a passagem de

outro fluxo pelo canal de ataque central. Os canais de ataque estão posicionados a

90o em relação ao canal de distribuição.

Observa-se que o fluxo do primeiro canal de ataque foi parcial, apesar do raio

de arredondamento que deveria ter direcionado melhor este fluxo. Isto deve ter

ocorrido devido ao enchimento parcial do canal de distribuição próximo deste local.

O fluxo no canal de ataque possuía velocidade maior que o fluxo no canal primário,

cerca de 1,8m/s, e no canal de distribuição foi entre 0,7 e 1,5 m/s. O fluxo

atravessou a cavidade do molde com o aço na velocidade de 2,1 m/s, o qual bateu

na parede oposta da cavidade do molde e do massalote, gerando turbulência devido

à alta velocidade do material. Após o fluxo ter batido na parede oposta aos canais de

ataque o fluxo retornou em velocidade abaixo de 0,9 m/s, conforme pode ser

visualizado na Figura 53 (b). O preenchimento completo do primeiro canal de

ataque, aquele mais próximo do canal de descida, ocorreu quando a cavidade no

molde estava quase completa e o material retornou preenchendo o canal de ataque.

O tempo de enchimento total foi de 1,86 s.

4.1.4 Sistema de enchimento 1:4:4

(a) Sistema de enchimento 1:4:4 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde superior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 54 (a) e (b), durante o

início do vazamento não se constatou material estacionado no funil. O material que

está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de ataque,

permanece estacionado. Como a quantidade de material que entra pelo ultimo canal

de ataque é maior do que nos outros dois, o material tende a girar formando

redemoinho dentro da cavidade do molde. Durante o enchimento da cavidade do

molde o fluxo é em geral uniforme, ocorre agitação somente devido ao refluxo do

massalote.

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(a)

(b)

Figura 53: Sistema 1:0,8:0,6, canal primário escalonado no molde superior com três ataques

arredondados. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 54: Sistema 1:4:4 com canal primário escalonado no molde superior e três canais de

ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 55 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, fluiu no canal primário enchendo-o parcialmente e ao ter se chocado

com a extremidade em forma de cunha, o material começou a avançar pelos canais

de ataque com velocidade média de 1,1 m/s. Os canais de ataque estão

posicionados a 90o em relação ao canal de distribuição.

Constatou-se que os canais de ataque não foram completamente preenchidos

durante todo o enchimento da cavidade. O fluxo nos canais de ataque possuia uma

velocidade levemente maior que o fluxo no canal de distribuição, cerca de 1,2 m/s.

No canal de distribuição a velocidade obtida foi entre 0,8 e 1,1 m/s. O fluxo

atravessou a cavidade do molde com o aço velocidade de aproximadamente 1,2

m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e no massalote, gerando

pouca turbulência. Isto ocorreu devido à baixa velocidade do material. Após ter

batido na parede oposta aos canais o fluxo retornou em velocidade abaixo de 0,5

m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 55 (b). O preenchimento completo dos

três canais de ataque ocorreu quando a cavidade no molde estava quase completa e

o material retornou preenchendo-os. O tempo de enchimento total foi de 2,16 s.

(b) Sistema de enchimento 1:4:4 – canal primário escalonado tipo degrau no

molde inferior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 56 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se certa quantidade de material estacionada no funil.

O material que está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de

ataque, permanece estacionado. Como a quantidade de material que entra pelo

ultimo canal de ataque é maior do que nos outros dois, o material tende a girar

formando redemoinho dentro da cavidade do molde, entretanto este efeito ocorre em

baixa velocidade. Durante o enchimento da cavidade do molde o fluxo é em geral

uniforme, em baixa velocidade. Comparando com o sistema 1:4:4 com o canal

primário no molde superior, este sistema mostra o enchimento mais suave.

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(a)

(b)

Figura 55: Sistema 1:4:4, canal primário escalonado no molde superior com três ataques retos.

(a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 56: Sistema 1:4:4 com canal primário escalonado no molde inferior e três canais de

ataques retos. (a) início, (b) parcial.

Velocidade: observando a Figura 57 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, fluiu no canal primário enchendo-o parcialmente e ao ter se chocado

como primeiro degrau do escalonamento, o material líquido fez um salto e foi

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arremessado para o terceiro degrau. Após o fluxo enchimento da extremidade em

forma de cunha, é que o material encheu o segundo degrau do escalonamento do

canal primário. O enchimento dos canais de ataque ocorreu com velocidade média

de 0,9 m/s, sendo que o ultimo canal de ataque encheu por primeiro, em seguida o

canal de ataque central e por ultimo o primeiro canal de atque, aquele que está mais

próximo do canal de descida. Os canais de ataque estão posicionados a 90o em

relação ao canal primário.

Constatou-se que quase todos os canais de ataque estavam praticamente

cheios durante o enchimento da cavidade do molde. Somente o ataque mais

próximo do canal de descida é que estava parcialmente vazio, pois o canal primário

neste local permaneceu incompleto durante quase a metade do tempo de

enchimento da cavidade do molde. O fluxo no canal de ataque possuia velocidade

menor que o fluxo no canal primário, cerca de 0,9 m/s, e no canal primário foi entre

0,9 e 1,5 m/s. O fluxo do material líquido atravessou a cavidade do molde com o aço

velocidade de 0,7 m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e no

massalote, gerando pouca turbulência, isto ocorre devido à baixa velocidade do

material. Após o fluxo ter batido na parede oposta aos canais de ataque, o fluxo

retornou a uma velocidade abaixo de 0,5 m/s, conforme pode ser visualizado na

Figura 57 (b). O preenchimento completo do canal de distribuição ocorreu quando

metade da cavidade já estava completa. O tempo de enchimento total foi de 1,28 s.

(c) Sistema de enchimento 1:4:4 – canal primário escalonado tipo rampa no

molde inferior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 58 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se uma pequena quantidade de material estacionada

no funil, O material que está na extremidade do canal primário, após os canais de

ataque, permanece estacionado. A quantidade de material que entra pelo último

canal de ataque é maior do que nos outros dois, o fluxo de material é maior no canal

de ataque central. Durante o enchimento da cavidade do molde o fluxo é em geral

uniforme, sofrendo agitação somente devido ao refluxo do massalote e a essa alta

velocidade no canal de ataque central. Comparando com os outros dois sistemas o

canal primário com escalonamento contínuo torna o enchimento mais constante e

reduzindo a agitação causada pelos degraus do escalonamento simples.

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(a)

(b)

Figura 57: Sistema 1:4:4, canal primário escalonado no molde inferior com três ataques retos.

(a) início, (b) parcial.

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121

(a)

(b)

Figura 58: Sistema 1:4:4 com canal primário escalonado do tipo rampa no molde inferior e três

canais de ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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122

Velocidade: observando a Figura 59 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida, o qual ficou cheio rapidamente, em seguida fluiu no canal primário

enchendo-o parcialmente. Mesmo após ter iniciado o enchimento da cavidade do

molde, o canal primário não ficou cheio por completo, no qual a velocidade do fluxo

foi menor que 0,9 m/s. O último canal de ataque encheu primeiro, em seguida o

ataque central e por último o primeiro canal de ataque, aquele que está mais

próximo do canal de descida. Os canais de ataque estão posicionados a 90º em

relação ao canal primário.

O fluxo no canal de ataque possuía velocidade menor que o fluxo no canal

primário, 0,7 m/s, sendo que no canal primário a velocidade foi entre 0,6 e 1,3 m/s.

O fluxo atravessou a cavidade do molde com o aço velocidade de 0,6 m/s, o qual

bateu na parede oposta da cavidade do molde e no massalote, gerando

pouquíssima turbulência devido à baixa velocidade do material. Após o fluxo ter

batido na parede oposta aos canais retornou em velocidade abaixo de 0,4 m/s,

conforme pode ser visualizado na Figura 59 (b). O preenchimento completo do canal

primário ocorreu quando metade da cavidade já estava completa. O tempo de

enchimento total foi de 2,10 s.

4.1.5 Sistema de enchimento com filtro 50x50x22

(a) Sistema de enchimento com filtro 50x50x22 mm – canal primário escalonado

tipo rampa no molde superior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 60 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se certa quantidade de material estacionada no funil.

O material que está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de

ataque, permanece estacionado. O material entra pelos três ataques praticamente

juntos e o fluxo se mantém constante, como a velocidade é razoavelmente baixa,

quando o material bate na parede da cavidade do molde oposta aos canais de

ataque provoca uma pequena turbulência. Durante o enchimento da cavidade do

molde o fluxo é em geral uniforme, ocorrendo agitação devido ao refluxo oriundo da

região do massalote e da parede oposta aos canais de ataque.

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123

(a)

(b)

Figura 59: Sistema 1:4:4, canal primário escalonado em rampa no molde inferior com três

ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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124

(a)

(b)

Figura 60: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde superior escalonado do tipo

rampa e três ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 61 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida e teve sua velocidade reduzida para 0,4 m/s ao passar pelo filtro

cerâmico, logo após a velocidade aumentou ao fluir pelo canal primário enchendo-o

rapidamente. Em seguida o fluxo iniciou o enchimento dos três canais de ataque de

maneira simultânea. O último canal de ataque se manteve completamente cheio

durante todo o tempo de enchimento da cavidade do molde, entretanto os outros

dois trabalharam com fluxo de maneira descolada da parede mais próxima ao canal

de descida, o qual ocupava mais ou menos 50% da sua capacidade. A velocidade

média do fluxo nos canais de ataque foi de 1,3 m/s. Os canais de ataque estão

posicionados a 90o em relação ao canal primário.

Constatou-se que os canais de ataque ganharam mais velocidade na entrada

para a cavidade após o enchimento total do canal de distribuição. O fluxo nos canais

de ataque possuíam velocidade maior que o fluxo no canal primário, cerca de 1,3

m/s, e no canal primário entre 0,5 e 0,8 m/s. O fluxo de material atravessou a

cavidade do molde com velocidade de 1,3 m/s, o qual bateu na parede do molde

oposta aos canais de ataque da cavidade gerando pouca turbulência. Isto ocorreu

devido à velocidade do material estar relativamente baixa. Após o fluxo ter batido na

parede oposta aos canais de ataque, o fluxo retornou em velocidade abaixo de 0,6

m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 61 (b). O tempo de enchimento total

foi de 2,40 s.

(b) Sistema de enchimento com filtro 50x50x22 mm – canal primário de seção

contínua no molde superior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 62 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se certa quantidade de material estacionada no funil.

O material que está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de

ataque, permanece estacionado. O material entra pelos três ataques praticamente

juntos e o fluxo mantém-se constante, como a velocidade é um tanto alta, o material

bate na parede do molde, oposta aos canais de ataque e provoca turbulência.

Durante o enchimento da cavidade do molde o fluxo é em geral uniforme, ocorrendo

alguma agitação devido a velocidade maior de entrada e também devido ao refluxo

vindo do massalote.

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126

(a)

(b)

Figura 61: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário escalonado em rampa no molde

superior e três ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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127

(a)

(b)

Figura 62: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde superior e três ataques retos.

(a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 63 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida e atravessou o filtro cerâmico com velocidade baixa, 0,4 m/s, após ter

atravessado o filtro a velocidade aumentou um pouco e fluxo ocorreu pelo canal

primário até a sua extremidade. Na extremidade do canal primário ocorreu um

pequeno refluxo de material. O fluxo nos três canais de ataque foi simultâneo, mas

não ocorreu de maneira completa, o fluxo foi de maneira descolado da parede que

está do lado do canal de descida. Entretanto o fluxo ocorreu de maneira simultânea

nos três canais de ataque e com a mesma velocidade, cerca de 1,5 m/s. Os canais

de ataque estão posicionados a 90o em relação ao canal primário.

Constatou-se que após o enchimento total do canal de distribuição, houve

aumento da velocidade nos canais de ataque. O fluxo nos canais de ataque possuía

velocidade maior que o fluxo no canal primário, a qual foi de 1,5 m/s e entre 0,5 e

1,1 m/s respectivamente. O fluxo de material atravessou a cavidade do molde com

velocidade de 1,4 m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e no

massalote, isto favoreceu certo nível de turbulência devido à alta velocidade do

material. Após ter batido na parede oposta aos canais de ataque, o fluxo retornou

em velocidade abaixo de 0,5 m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 63 (b). O

tempo de enchimento total foi de 2,30 s.

(c) Sistema de enchimento com filtro 50x50x22 mm – canal primário escalonado

no molde inferior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 64 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se certa quantidade de material estacionada no funil.

O material que está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de

ataque, permanece estacionado. A quantidade de material que entra pelos três

ataques é a mesma e o fluxo mantém-se constante, como a velocidade é baixa, o

material bate na parede o oposta aos canais de ataque e começa a retornar,

preenchendo a cavidade do molde. Durante o enchimento da cavidade do molde o

fluxo é em geral uniforme, ocorrendo pouca agitação, somente devido ao refluxo do

massalote.

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(a)

(b)

Figura 63: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário reto no molde superior e três

ataques retos. (a) início, (b) parcial

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(a)

(b)

Figura 64: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde inferior escalonado e três

ataques retos. Fluxo de preenchimento. (a) início (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 65 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida e atravessou o filtro cerâmico com baixa velocidade, 0,4 m/s, logo após a

velocidade aumentou ao fluir pelo canal primário, enchendo-o completamente.

Quando o material se chocou com a cunha no final no canal primário o material

iniciou o enchimento dos três canais de ataque com velocidade média de 1,3 m/s,

sendo que neste sistema o enchimento dos três ataques ocorreu simultaneamente.

Os canais de ataque estão posicionados a 90o em relação ao canal primário.

Constatou-se que tanto o canal primário quanto os canais de ataque

trabalharam cheios durante todo o processo de enchimento da cavidade do molde.

O fluxo nos canais de ataque possuía velocidade maior que o fluxo no canal

primário, que foi de 1,3 m/s, e entre 0,5 e 1,1 m/s respectivamente. O fluxo de

material atravessou a cavidade do molde com velocidade de 0,9 m/s, o qual bateu

na parede oposta da cavidade do molde e no massalote, gerando pouca turbulência.

Isto ocorreu devido à baixa velocidade do material, após ter batido na parede oposta

aos canais de ataque, o fluxo retornou em velocidade abaixo de 0,4 m/s, conforme

pode ser visualizado na Figura 65 (b). O tempo de enchimento total foi de 2,64 s.

(d) Sistema de enchimento com filtro 50x50x22 mm – canal primário de seção

contínua no molde inferior com poço na extremidade – três canais de ataque

reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 66 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se certa quantidade de material estacionada no funil.

O material que está na extremidade do canal de distribuição, após o último canal de

ataque, permanece estacionado. Como a quantidade de material que entra pelo

último canal de ataque é maior do que nos outros dois, o material tenderia a girar

formando redemoinho dentro da cavidade, porém não é bem isso que acontece,

como a velocidade é baixa, o material bate na parede e começa a retornar

preenchendo suavemente a cavidade do molde. Durante o enchimento da cavidade

do molde o fluxo é em geral uniforme, ocorrendo pouca agitação, somente devido ao

refluxo do massalote.

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(a)

(b)

Figura 65: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário escalonado no molde inferior e três

ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 66: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário reto no molde inferior e três ataques

retos. (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 67 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida e atravessou o filtro cerâmico com velocidade reduzida, cerca de 0,4 m/s,

logo após o filtro a velocidade sobe ao fluir pelo canal primário. Quando o fluxo se

chocou com a parede no final no canal primário, um pouco de material retornou pelo

canal primário, após este estar completo, iniciou-se o enchimento através dos canais

de ataque, com velocidade média de 1,3 m/s. Sendo que o último canal de ataque

encheu por primeiro, em seguida o canal de ataque central e por último o primeiro

canal de ataque, aquele que está mais próximo do canal de descida. Os canais de

ataque estão posicionados a 90o em relação ao canal primário.

Constatou-se que os canais de ataque trabalharam cheios, de maneira

homogênea. O fluxo no canal de ataque possuía velocidade de cerca de 1,3 m/s, e

no canal primário foi entre 0,5 e 1,2 m/s. O fluxo atravessou a cavidade do molde

com o aço velocidade de 1,0 m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade do

molde e no massalote, gerando pouca turbulência. Isto ocorreu devido à baixa

velocidade do material, após o fluxo ter batido na parede oposta aos canais de

ataque, o fluxo retornou em velocidade abaixo de 0,4 m/s, conforme pode ser

visualizado na Figura 67 (b). O preenchimento completo do canal de distribuição

ocorreu quando metade da cavidade do molde estava completa. O tempo de

enchimento total foi de 2,60 s.

(e) Sistema de enchimento com filtro 50x50x22 mm – canal primário escalonado

tipo rampa no molde inferior – três canais de ataque reto no molde superior

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 68 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se certa quantidade de material estacionada no funil.

O material que está na extremidade do canal primário, após os canais de ataque,

permanece estacionado. O material entra na cavidade pelos três ataques

praticamente juntos, bate na parede e começa a retornar preenchendo a cavidade.

Durante o enchimento da cavidade do molde o fluxo é em geral uniforme, sofrendo

pouca agitação, somente devido ao refluxo do massalote.

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(a)

(b)

Figura 67: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário reto no molde inferior, extensão

com poço e três ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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136

(a)

(b)

Figura 68: Sistema com filtro 50x50x22 mm, primário no molde inferior escalonado do tipo

rampa e três ataques retos.. (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 69 (a), inicialmente o fluxo que entrou pelo

canal de descida teve sua velocidade reduzida a 0,6 m/s ao passar pelo filtro

cerâmico, logo seguir a velocidade aumentou ao fluir pelo canal primário, enchendo-

o sem turbulência excessiva. Quando o material se chocou com a cunha no final no

canal primário, o material iniciou o enchimento do canal de ataque com velocidade

média de 1,0 m/s, sendo que neste sistema o enchimento dos três ataques ocorreu

praticamente simultâneo, somente o último canal de ataque que iniciou antes o

preenchimento. Os canais de ataque estão posicionados a 90º em relação ao canal

primário.

Constatou-se que tanto o canal primário quanto os canais de ataque

trabalharam cheios durante todo o processo de enchimento da cavidade. O fluxo no

canal de ataque possuía velocidade maior que o fluxo no canal primário, 1,0 m/s e

0,8 e 1,0 m/s respectivamente. O fluxo de material atravessou a cavidade do molde

com velocidade de 0,8 m/s, o qual bateu na parede oposta da cavidade do molde e

no massalote, gerando pouca turbulência. Isto ocorreu devido à baixa velocidade do

material. Após bater na parede oposta aos canais, o fluxo retornou a uma velocidade

abaixo de 0,4 m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 69 (b). O tempo de

enchimento total foi de 2,54 s.

4.1.6 Sistema de enchimento vertical

(a) Sistema de enchimento vertical – canal primário retangular de seção contínua

com poço na extremidade – um canal de ataque fino e largo

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 70 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se elevada velocidade do fluxo devido a grande altura

de queda livre proporcionada por este tipo de projeto. As linhas de fluxo mostram a

formação de um sistema em formato de redemoinho durante o enchimento da

cavidade do molde, está turbulência ocorreu devido à energia cinética que o fluxo

ganhou devido a maior altura de queda proporcionada neste tipo de projeto. Mesmo

com o aumento da seção transversal do canal de ataque, não se conseguiu neste

caso bom êxito na redução da turbulência dentro da cavidade do molde.

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138

(a)

(b)

Figura 69: Sistema com filtro 50x50x22 mm, canal primário escalonado em rampa no molde

inferior, três ataques retos. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 70: Sistema de enchimento vertical tipo faca com extremidade em “poço”. (a) início, (b)

parcial.

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Velocidade: observando a Figura 71 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida e realizou a curva para o canal de distribuição, neste local a velocidade

obtida foi de aproximadamente 3,0 m/s. O material seguiu então pelo canal de

distribuição até chegar a sua extremidade, na qual possui um desvio para baixo

(poço). Este desvio foi feito para evitar que o material viesse a se chocar com a

parede e retorna-se no contra fluxo. O que ocorreu foi que parte do fluxo seguiu para

o “poço” e parte retornou no contra fluxo após o enchimento do “poço”. Quando o

canal primário estava totalmente preenchido, o fluxo deslocou-se com muita

violência pelo canal ataque e para cima. Nos instantes iniciais do enchimento da

cavidade do molde o canal de ataque não foi preenchido totalmente, isto ocorreu

devido a força cinética direcional do fluxo. O canal de ataque está posicionado a 90o

para cima em relação ao canal primário.

O fluxo inicial no interior da cavidade do molde foi muito violento, chegou a

formar um chafariz. O fluxo no canal de ataque possuía velocidade menor que o

fluxo no canal primário, cerca de 2,0 m/s no máximo, isto ocorreu devido ao aumento

de seção deste canal que feita no projeto. No canal primário a velocidade variou

entre 2,0 a 3,0 m/s. O fluxo de material atravessou a cavidade do molde com

velocidade de cerca de 0,8 m/s, o qual subiu até a parede oposta da cavidade do

molde, em seguida caiu, gerando muita turbulência, conforme pode ser visualizado

na Figura 71 (b). O tempo de enchimento total foi de 3,28 s.

(b) Sistema de enchimento vertical – canal de descida retangular – canal primário

com expansão de área – um canal de ataque com raio, fino e largo

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 72 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se um aumento da velocidade devido a queda livre.

Logo após a curva o material manteve-se descolado da parede superior do canal

primário. Após chegar ao final do canal primário, o material que já deveria ter

reduzido a velocidade, em função do aumento de área, sofreu um impulso quando

passou pelo canal de ataque chocando-se com a parte superior do molde, devido à

ação da gravidade e a coluna de líquido que continua entrando pelo canal de

descida. Isto provocou altíssima agitação do material.

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(a)

(b)

Figura 71: Sistema vertical tipo faca, ataque expandido e poço na extremidade do canal

primário. (a) início, (b) parcial.

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142

(a)

(b)

Figura 72: Sistema de enchimento vertical, canais tipo faca com alargamento do canal primário

e extremidade reta. (a) início, (b) parcial.

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143

Velocidade: observando a Figura 73 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida mantendo-se colado a parede do canal e realiza a curva de 90º em

direção ao o canal primário. Neste momento o fluxo atingiu a velocidade de

aproximadamente 1,3 m/s e segue pelo canal primário, o qual possui maior área.

Quando o canal primário foi preenchido o material deslocou-se violentamente pelo

canal de ataque, como um tiro, atingindo o topo do molde. Somente metade da área

total do ataque foi efetivamente aproveitado para o enchimento na fase inicial do

enchimento da cavidade do molde.

O fluxo no canal de ataque possuía velocidade de 1,0 m/s e no canal primário

foi entre 1,0 e 1,3 m/s. O fluxo de material atravessou a cavidade do molde com

velocidade de 0,7 m/s, o qual bateu no topo da cavidade do molde e gerou

turbulência no início do enchimento, conforme pode ser visualizado na Figura 73 (b).

O tempo de enchimento total foi de 3,36 s.

(c) Sistema de enchimento vertical – canal primário retangular de seção contínua

com prolongamento vertical na extremidade – um canal de ataque com raio,

fino e largo

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 74 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se um aumento da velocidade devido a queda livre. A

curvatura para mudar a direção do material de forma mais suave, ajudou, porém ele

manteve-se inicialmente descolado da parede superior logo após a curva. O

prolongamento no final do canal primário foi projetado com o intuito de amenizar o

impacto gerado pela coluna de líquido, para que a entrada do material dentro da

cavidade ocorresse de forma suave. Esta aplicação obteve sucesso parcial,

diminuindo consideravelmente a turbulência quando comparado com os sistemas

anteriores, mas não eliminando completamente a agitação dentro da cavidade.

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(a)

(b)

Figura 73: Sistema vertical tipo faca, canal primário com largura aumentada e ataque

expandido arredondado. (a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 74: Sistema de enchimento vertical com canal de descida e distribuição tipo faca e

extremidade para cima. (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 75 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida manteve-se colado a parede do canal fez a curva de 90º para o canal

primário. Neste momento o material atingiu a velocidade de aproximadamente 2,5

m/s e seguiu pelo canal primário, o qual que possui na sua extremidade uma

extensão em subida. Ao entrar no canal de ataque o material utilizou

aproximadamente 1/3 da área deste canal somente, e ao contrário dos outros

sistemas verticais testados, não ocorreu o impacto de fluxo na parte superior do

molde, ou seja, a entrada do fluxo ocorreu de maneira um pouco mais suave.

O fluxo no canal de ataque possuía velocidade de 1,5 m/s e no canal primário

foi entre 1,0 e 1,6 m/s. O fluxo de material atravessou a cavidade do molde com

velocidade de 0,4 m/s, conforme pode ser visualizado na Figura 75 (b). O tempo de

enchimento total foi de 4,10 s.

(d) Sistema de enchimento vertical – canal de descida cilíndrico – canal primário

com expansão de área – um canal de ataque com raio, fino e largo

Direção e idade do fluxo: conforme mostra a Figura 76 (a) e (b), durante o

início do vazamento constatou-se um aumento da velocidade devido a queda livre.

Logo após a curva o material manteve-se descolado da parede superior do canal

primário. Após chegar ao final do canal primário, o material que já deveria ter

reduzido a velocidade, em função do aumento de área, sofreu um impulso quando

passou pelo canal de ataque chocando-se com a parte superior do molde, devido a

pressão gerada pela coluna de líquido que continua entrando pelo canal de descida.

Isto provocou altíssima agitação do material.

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(a)

(b)

Figura 75: Sistema vertical tipo faca, ataque expandido e arredondado e extensão para cima.

(a) início, (b) parcial.

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(a)

(b)

Figura 76: Sistema de enchimento vertical, canal de descida redondo e primário tipo faca com

alargamento e extremidade reta. (a) início, (b) parcial.

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Velocidade: observando a Figura 77 (a), inicialmente o fluxo entrou pelo canal

de descida mantendo-se colado a parede do canal e realizou a curva de 90º para o

canal primário. Neste momento o material atingiu a velocidade de aproximadamente

1,8 m/s e seguiu pelo canal primário, o qual possui maior área. Quando o canal

primário foi preenchido o material deslocou-se violentamente pelo canal de ataque,

como um tiro, atingindo o topo do molde. Pouco mais da metade da área total do

ataque foi efetivamente aproveitado para o enchimento da cavidade nos instantes

iniciais.

O fluxo no canal de ataque possuía velocidade de 0,6 m/s e no canal primário

foi entre 0,5 e 1,0 m/s. O fluxo de material atravessou a cavidade do molde com

velocidade de 0,4 m/s, o qual bateu no topo da cavidade do molde e gerou

turbulência no início do enchimento, conforme pode ser visualizado na Figura 77 (b).

O tempo de enchimento total foi de 5,76 s.

Para facilitar a análise dos sistemas estudados, foi plotado um gráfico com os

resultados obtidos na simulação, assim é possível ter uma visão geral e comparar os

diversos sistemas. A análise de cada sistema é apresentada na Tabela 12, citando a

característica de cada um, bem como se ele atende ou não os requisitos

estabelecidos, como turbulência, velocidade, canal parcialmente cheio, entre outras.

No gráfico da Figura 78 é possível visualizar o tempo e a velocidade de simulação,

assim como, os melhores resultados são apontados com uma seta verde. Alguns

pontos importantes são que o menor tempo de enchimento foi do sistema 1:4:4 com

canal primário no molde inferior e três canais de ataque com 1,28 s. A menor

velocidade foi alcançada com o sistema vertical com canal de descida redondo e

expansão da área no canal primário com 0,64 m/s. O maior tempo de enchimento foi

do sistema vertical com descida retangular e expansão no canal primário com 5,76

s. A maior velocidade no canal de ataque foi de 2,07 no sistema vertical com

espessura de 10 mm e expansão no canal de ataque para reduzir a velocidade. O

sistema vertical com canal de descida redondo e expansão da área no canal

primário foi o sistema que mais próximo chegou da velocidade crítica (0,5 m/s)

estudada por Campbell (2003).

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150

(a)

(b)

Figura 77: Sistema vertical, canal de descida redondo, primário tipo faca e expandido e ataque

expandido arredondado. (a) início, (b) parcial.

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151

Em resumo a análise dos resultados obtidos na simulação,é explanada na

Tabela 12, onde demonstra os sistemas que tiveram um mau desempenho

classificando como “não ok” sistemas com desempenho razoável sendo classificado

como “ok*” e sistemas que tiveram um bom desempenho nas simulações sendo

classificado como “ok”.

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152

Tabela 12: Análise dos resultados em Ok e Não Ok.

Relação de

áreas Descrição Avaliação Situação

1:4:4 Canal primário no molde inferior, três canais de ataque Ataque trabalhou cheio, porem no canal primário houve refluxo Não ok

1:4:4 Canal primário no molde superior, três canais de ataque Ataque trabalhou parcialmente cheio Não ok

1:4:4 Canal primário tipo rampa no molde inferior com três canais ataque Ataque trabalhou cheio, mas não encheu simultaneamente e o canal primário não houve

refluxo, OK

1:0,8:0,6 Um ataque fino e largo Ataque trabalhou parcialmente cheio Não ok

1:0,8:0,6 Três ataques equidistantes Ataque trabalhou parcialmente cheio Não ok

1:0,8:0,6 Três ataques equidistantes com cantos arredondados Ataque trabalhou parcialmente cheio Não ok

1:2:1 Um ataque fino e largo Ataque trabalhou parcialmente cheio Não ok

1:2:1 Três ataques equidistantes Ataque trabalhou parcialmente cheio Não ok

1:2:1 Três ataques equidistantes com cantos arredondados Ataque trabalhou parcialmente cheio Não ok

1:1:1 tipo faca Um ataque fino e largo Ataque trabalhou parcialmente cheio e com alta velocidade; Não ok

1:1:1 tipo faca Três ataques equidistantes Ataque trabalhou parcialmente cheio, manteve a alta velocidade, porem reduziu a turbulência

na cavidade ao distribuir melhor o metal; Não ok

1:1:1 tipo faca Três ataques equidistantes com cantos arredondados Ataque trabalhou cheio, reduziu a velocidade e distribuiu melhor o metal; OK

1:1:1 tipo faca Canal primário escalonado constante e três ataques equidistantes

com cantos arredondados Ataque trabalhou parcialmente cheio, mas a velocidade aumentou e a turbulência também Não ok

1:1:1 tipo faca Canal primário com escalonamento interno e três canais de ataque Ataque trabalhou cheio e reduziu a velocidade. OK

Filtro 50x50x20 Canal primário constante molde superior Ataque trabalhou parcialmente cheio e o preenchimento da cavidade foi turbulento Não ok

Filtro 50x50x20 Canal primário escalonado constante molde superior Ataque trabalhou parcialmente cheio, porem o preenchimento da cavidade foi suave Não ok

Filtro 50x50x20 Canal primário escalonado molde inferior Ataque trabalhou cheio, preenchimento foi suave OK

Filtro 50x50x20 Canal primário escalonado constante molde inferior Ataque trabalhou cheio, preenchimento foi suave OK*

Filtro 50x50x20 Canal primário constante molde inferior com poço Ataque trabalhou cheio, preenchimento foi suave, porem no canal primário houve um pequeno

refluxo Não ok

Vertical Canal primário com poço na extremidade Ataque trabalhou parcialmente cheio, houve muita turbulência ao preencher a cavidade Não ok

Vertical Canal primário com prolongamento vertical na extremidade Ataque trabalhou parcialmente cheio, porem a velocidade ficou bem abaixo da registrada nos

outros sistemas. OK*

Vertical Canal de descida redondo e expansão no canal primário Ataque trabalhou parcialmente cheio, porem o preenchimento da cavidade foi menos

turbulento do que nos outros sistemas verticais Não ok

Vertical Canal de descida retangular com expansão no canal primário Ataque trabalhou parcialmente cheio, houve muita turbulência ao preencher a cavidade Não ok

OK*: é melhor resultado encontrado para o tipo de relação de área, porem não é o ideal ainda.

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153

Figura 78: Comparativo entre “tempo de enchimento” e “velocidade no canal de ataque” na simulação

0

1

2

3

4

5

6

71

:1:1

-1

ata

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1:1

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Tem

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s);

Ve

loci

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m/s

)

Comparativo entre "tempo de enchimento teórico" x "velocidade ataque"

Tempo de enchimento teórico

Velocidade no canal de ataque

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154

5 CONCLUSÃO

Os resultados que a simulação forneceu neste trabalho foram à velocidade,

tempo de enchimento e turbulência. Estes fatores influenciam diretamente na

qualidade do material fundido quanto aos quesitos: oxidação, aspiração de ar,

geração de escória e bolhas. Portanto subentende-se que controlando a velocidade,

o tempo de enchimento, a turbulência e tendo um preenchimento no qual o material

não descole da parede dos canais, são formas de se evitar esses tipos de defeitos.

Com os testes realizados, observou-se alguns pontos de maior importância,

como, a geometria dos canais influência diretamente na turbulência durante o

enchimento; é possível encher rápido com baixa velocidade; alta velocidade, nem

sempre é sinônimo de turbulência; é extremamente difícil criar uma geometria que

possibilite o preenchimento do molde com velocidade abaixo de 0,5 m/s.

A velocidade de enchimento obtida em todos os sistemas de enchimento

testados por simulação numérica foi entre 0,64 e 2,07 m/s, ou seja, todos ficaram

acima da velocidade crítica. Porém os aços possuem algumas particularidades

quando comparado ao ferro fundido e ao alumínio, por exemplo, o gradiente de

temperatura é mais elevado, e isso exige que o molde seja preenchido rapidamente,

caso contrário há a possibilidade de ocorrer solda fria. Sendo assim, pode-se supor

que a recomendação de Campbell (1991), quanto à velocidade crítica para

enchimento da cavidade do molde, 50 cm/s, indicada para ligas de alumínio, não se

aplique aos aços. Entretanto não foram encontrados na literatura dados a respeito

da velocidade crítica de enchimento para aços.

Constatou-se com a simulação que a turbulência foi reduzida em sistemas

com três canais de ataque com raio, quando comparado ao canal de ataque sem

raio.

O canal primário no molde inferior apresentou melhores resultados na

simulação, pois é um canal que trabalha sempre cheio. Porém para ligas de aço, é

necessário testar este sistema na prática, pois é comum escória líquida flutuando no

material líquido e esse tipo de canal poderia favorecer a entrada de escória para

dentro da cavidade.

O uso de filtro obteve ótimos resultado quando utilizado com canal primário no

molde inferior.

O sistema a de enchimento 1:1:1 tipo faca, realmente mantém o metal colado

na parede dos canais conforme referenciado por Campbell (2003) e Fuoco (1987).

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155

O sistema de enchimento com relação de áreas 1:1:1 vertical no qual foi

dimensionado o canal de ataque com maior área, com o objetivo de reduzir a

velocidade do material, ocorreu o contrário, o fluxo ocupou menor área no ataque,

menos de 30% da área existente e preencheu o molde com alta velocidade (2,0 m/s)

e turbulência.

Sistemas com o canal primário no molde inferior com escalonamento

contínuo, tais como o sistema 1:4:4 primário com escalonamento constante no

molde inferior e três canais de ataque e o sistema com filtro 50x50x22 mm, canal

primário com escalonamento contínuo no molde inferior e três canais de ataque, não

apresentaram refluxo do material quando o fluxo se chocou com o final do canal

primário, isso foi positivo, pois neste caso não se favorece a incorporação de óxidos

no material líquido (Campbell, 2004).

Os sistemas de enchimento que utilizaram filtro, com canais primários com

escalonamento contínuo, apresentaram preenchimento mais constante, não houve

refluxo de material no canal primário, os canais de ataques foram preenchidos

praticamente juntos e com velocidade constante.

Em todos os sistemas de enchimento com três canais de ataque, em que o

canal primário estava no molde superior, o canal de ataque mais distante do canal

de descida trabalhou cheio, o canal de ataque do meio trabalhou aproximadamente

20% em vazio e o canal de ataque mais próximo do canal de descida, trabalhou com

aproximadamente 30% em vazio durante o enchimento. Isso comprova que não é

necessário ter mesma área para os canais de ataque, pois quanto mais próximo do

canal de descida, menor tende a ser a vazão de enchimento. Isso não acontece

quando o canal primário esta no molde inferior e os canais de ataque estão no

molde superior.

Os canais de ataque com raio de arredondamento ajudaram na mudança de

direção do material, mas após passar pelo canal de ataque o fluxo segue para a

cavidade sem preencher ou se espalhar no raio entre o canal de ataque e a peça,

sendo este preenchido somente quando a cavidade já está quase que

completamente cheia. Com base neste comportamento e também no trabalho

desenvolvido por HSU, MARK e CAMPBELL (2009), foi sugerido o sistema 1:1:1

com escalonamento interno (entre o canal primário e a peça) sendo que onde o

material necessitava mudar de direção, foi colocado um raio para facilitar o fluxo,

notou-se que o material não descolou da parede ao fazer a curva em nenhum dos

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156

ataques, porém a velocidade de enchimento ainda foi alta, em torno de 1,5 a 1,8

m/s.(HSU, MARK e CAMPBELL, 2009)

A turbulência está diretamente ligada à velocidade de enchimento e ao

formato do sistema de enchimento. Quanto mais turbulência, maior a oxidação e

menor será a qualidade do material vazado. Sendo assim, pode-se concluir, com

base em cada simulação em particular, que dos sistemas testados, o que obteve

menor turbulência, foi o sistema vertical com prolongamento do canal primário.

Neste caso, o prolongamento anulou boa parte da energia potencial adquirida na

queda do material. Sendo que, dos sistemas verticais este foi o único que não

apresentou o jato de fluxo de material direcionado para cima, como se fosse um

chafariz.

Os melhores resultados foram dos sistemas: 1:1:1 com três canais de ataque

com raio; 1:1:1 com escalonamento interno; 1:4:4 com escalonamento contínuo no

canal primário no molde inferior; filtro 50x50x22 mm canal primário no molde inferior;

filtro 50x50x22 mm canal primário escalonado constante no molde inferior e vertical

com descida retangular e prolongamento do canal primário.

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157

6 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Apresentam-se como sugestões para trabalhos futuros:

1) Desenvolver uma pesquisa que determine a velocidade crítica para o aço;

2) Aplicar na prática as simulações realizadas neste trabalho;

3) Testar os melhores resultados em peças práticas de alta complexidade;

4) colocar em prática os melhores resultados encontrados.

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158

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161

8 ANEXOS

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162

ANEXO 1

Cálculo de dimensionamento dos canais:

SISTEMA 1:4:4

SISTEMA 1:4:4. Dados: d= 7,2g/cm³ (densidade do aço líquido) t = 5 seg (tempo de vazamento) g = 980cm/s² α =0,6 H = 12 cm P = 12000g

Seção de choque – “base do canal de descida”

𝐴 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,6 2 ∙ 980 ∙ 12

𝑨 = 𝟑, 𝟔𝟐𝟐𝟓 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟑𝟔𝟐, 𝟐𝟓 𝒎𝒎²

Formato da seção de choque: b=a A = axb A=axa

𝑎 = 𝐴

𝑎 = 362,25

𝒂 = 𝟏𝟗, 𝟎𝒎𝒎

Base do funil – SF

𝑆𝐹 = 𝑆𝐴 𝐻

ℎ 𝑆𝐹 = 362,25

120

70

𝑺𝑭 = 𝟒𝟕𝟒, 𝟐𝟗 𝒄𝒎²

Formato do canal: SF = a.b (a = b)

𝑎 = 𝑆𝐹

𝑎 = 474,29

𝒂 = 𝟐𝟏, 𝟕 𝒎𝒎

Canal Primário (P1) 1 362,25 4 P1

𝑃1 = 4 ∙ 362,25

1

𝑷𝟏 = 𝟏𝟒𝟒𝟗𝒎𝒎²

Formato do canal (P1)

P1 = a x b b = 2a P1 = a.2a P1 = 2a²

𝑃1

2= 𝑎2

𝑎 = 𝑃1

2

𝑎 = 1449

2

𝒂 = 𝟐𝟔, 𝟗𝟏 𝑏 = 2 ∙ 26,91 → 𝒃 = 𝟓𝟑, 𝟖𝟑

Canal de Ataque (A1) 1 362,25 mm² 4 ataques (mm²)

𝐴𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒 =4 ∙ 362,25

1

𝐴𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒 = 1449,00 𝑚𝑚² Divido por 3 ataques = 1449/3 = 483 mm² A1 = A2 = A3 = 483 mm³ (área do ataque)

Formato do Canal de Ataque A1=A2=A3 𝐴1 = 𝑎 ∙ 𝑏

𝑏 = 3𝑎 𝐴1 = 𝑎 ∙ 3𝑎

𝐴1 = 3𝑎2

𝐴1

3= 𝑎2

𝑎 = 483

3

𝒂 = 𝟏𝟐,𝟔𝟖𝒎𝒎 𝒃 = 𝟑𝟖, 𝟎𝟎 𝒎𝒎

Canal Primário P2 P2 = P1-A1 P2 = 1449 – 483 P2 = 966 mm²

Formato Canal Primário P2

P2 = 26,91 ∙ b

𝑏 =966

26,91

𝒃 = 𝟑𝟓, 𝟖𝟗 𝒎𝒎

Canal Primário P3 P3 = P2-A2 P2 = 966 – 483 P2 = 483 mm²

Formato Canal Primário P3 P3 = 26,91 ∙ b

𝑏 =483

26,91

𝒃 = 𝟏𝟕, 𝟗 𝒎𝒎

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163

3) SISTEMA 1 : 0,8 : 0,6. 3.1) Dados: d= 7,2g/cm³ (densidade do aço líquido) t = 5 seg (tempo de vazamento) g = 980cm/s² α =0,38 H = 12 cm P = 12000g

3.2) Seção de choque – “canal de ataque”

𝐴 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,38 2 ∙ 980 ∙ 12

𝑨 = 𝟓, 𝟕𝟏𝟗𝟕 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟓𝟕𝟏, 𝟗𝟕 𝒎𝒎² Cada ataque = 571,97 / 3ataques = 190,66mm²

3.3) Formato da seção de choque: A=axb b=3a A=3a²

𝑎 = 𝐴

3 𝑎 =

190,65

3

𝒂 = 𝟕, 𝟗𝟕𝒎𝒎

𝒃 = 𝟐𝟑, 𝟗𝟐𝒎𝒎

4 – Canal Primário (P1) 0,6 571,97 0,8 P1

𝑃1 = 0,8 ∙ 571,97

0,6

𝑷𝟏 = 𝟕𝟔𝟐, 𝟔𝟑𝒎𝒎²

4.1 Formato do canal (P1) P1 = a x b b = 2a P1 = a.2a P1 = 2a²

𝑃1

2= 𝑎2

𝑎 = 𝑃1

2 𝑎 =

762,63

2

𝒂 = 𝟏𝟗, 𝟓𝟑 𝒎𝒎 𝑏 = 2 ∙ 19,53 → 𝒃 = 𝟑𝟗, 𝟎𝟓

5 – Canal Primário (P2) P2 = P1-A1 P2 = 762,63 – 190,66 P2 = 571,97 mm²

5.1 – Formato Canal Primário P2

P2 = 19,53 ∙ b

𝑏 =571,97

19,53

𝒃 = 𝟐𝟗, 𝟐𝟗 𝒎𝒎

6 – Canal Primário (P3) P3 = P2-A2 P2 = 571,97 – 190,66 P2 = 381,31 mm²

6.1 – Formato Canal Primário P3 P3 = 19,53 ∙ b

𝑏 =381,31

19,53

𝒃 = 𝟏𝟗, 𝟓𝟐 𝒎𝒎

7 – Base do canal de descida – SA 0,6 571,97 1 SA

𝑆𝐴 =1∙571,97

0,6 𝑺𝑨 = 𝟗𝟓𝟑, 𝟐𝟖 𝒎𝒎²

7.1 Formato do canal de descida: SA = a.b (a = b) SA=a²

𝑎 = 𝑆𝐴

𝑎 = 953,28

𝒂 = 𝟑𝟎,𝟖𝟖 𝒎𝒎

8 – Base do funil – SF

𝑆𝐹 = 𝑆𝐴 𝐻

ℎ 𝑆𝐹 = 953,28

12

7

𝑺𝑭 = 𝟏𝟐𝟒𝟖, 𝟏𝟒 𝒎𝒎²

8.1 Formato do canal de descida: SF = a.b (a = b) SF=a²

𝑎 = 𝑆𝐹

𝑎 = 1248,14

𝒂 = 𝟑𝟓, 𝟑𝟑 𝒎𝒎

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3) SISTEMA 1 : 2 : 1. 3.1) Dados: d= 7,2g/cm³ (densidade do aço líquido) t = 5 seg (tempo de vazamento) g = 980cm/s² α =0,6 H = 12 cm P = 12000g

3.2) Seção de choque – “base do canal de descida”

𝐴 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,6 2 ∙ 980 ∙ 12

𝑨 = 𝟑, 𝟔𝟐𝟐𝟓 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟑𝟔𝟐, 𝟐𝟓 𝒎𝒎²

3.3) Formato da seção de choque: b=a A = axb A=axa

𝑎 = 𝐴

𝑎 = 362,25

𝒂 = 𝟏𝟗, 𝟎𝒎𝒎

4 – Base do funil – SF

𝑆𝐹 = 𝑆𝐴 𝐻

ℎ 𝑆𝐹 = 362,25

120

70

𝑺𝑭 = 𝟒𝟕𝟒, 𝟐𝟗 𝒄𝒎²

4.1 Formato do canal: SF = a.b (a = b)

𝑎 = 𝑆𝐹

𝑎 = 474,29

𝒂 = 𝟐𝟏, 𝟕𝟖 𝒎𝒎

5 – Canal Primário (P1) 1 362,25 2 P1

𝑃1 = 2 ∙ 362,25

1

𝑷𝟏 = 𝟕𝟐𝟒, 𝟓𝟎𝒎𝒎²

5.1 Formato do canal (P1)

P1 = a x b b = 2a P1 = a.2a P1 = 2a²

𝑃1

2= 𝑎2

𝑎 = 𝑃1

2

𝑎 = 724,50

2

𝒂 = 𝟏𝟗, 𝟎𝟑 𝑏 = 2 ∙ 19,03 → 𝒃 = 𝟑𝟖, 𝟎𝟔

6 – Canal de Ataque (A1) 1 362,25 mm² 1 ataques (mm²)

𝐴𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑠 = 362,25 𝑝𝑎𝑟𝑎 3 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑖𝑠 Divido por 3 ataques = 362,25/3 = 120,75 mm² A1 = A2 = A3 = 120,75 mm³ (área do ataque)

6.1 – Formato do Canal de Ataque A1=A2=A3

𝐴1 = 𝑎 ∙ 𝑏 𝑏 = 3𝑎

𝐴1 = 𝑎 ∙ 3𝑎

𝐴1 = 3𝑎2

𝐴1

3= 𝑎2

𝑎 = 120,75

3

𝒂 = 𝟔, 𝟑𝟒𝒎𝒎

𝒃 = 𝟏𝟗, 𝟎𝟑 𝒎𝒎

7 – Canal Primário P2 P2 = P1-A1 P2 = 724,50 – 120,75 P2 = 603,67 mm²

7.1 – Formato Canal Primário P2 P2 = 19,03 ∙ a

𝑎 =603,67

19,03

𝒂 = 𝟑𝟏,𝟕𝟐 𝒎𝒎

8 – Canal Primário P3 P3 = P2-A2 P2 = 603,67 – 120,75 P2 = 482,92 mm²

8.1 – Formato Canal Primário P3

P3 = 19,03 ∙ a

𝑎 =482,92

19,03

𝒂 = 𝟐𝟓,𝟑𝟕 𝒎𝒎

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3) SISTEMA 1 : 1 : 1 (esp=10mm). 3.1) Dados: d= 7,2g/cm³ (densidade do aço líquido) t = 5 seg (tempo de vazamento) g = 980cm/s² α =0,6 H = 12 cm P = 12000g

3.2) Seção de choque – “base do canal de descida”

𝐴 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,6 2 ∙ 980 ∙ 12

𝑨 = 𝟑, 𝟔𝟐𝟐𝟓 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟑𝟔𝟐, 𝟐𝟓 𝒎𝒎²

3.3) Formato da seção de choque: a=10 A = axb A=6xb

𝑏 =362,25

10

𝒃 = 𝟑𝟔, 𝟐𝟐𝒎𝒎

4 – Base do funil – SF

𝑆𝐹 = 𝑆𝐴 𝐻

ℎ 𝑆𝐹 = 362,25

120

70

𝑺𝑭 = 𝟒𝟕𝟒,𝟐𝟗 𝒎𝒎²

4.1 Formato do canal: SF = a.b (36,22 = b)

𝑎 = 𝑆𝐹

𝑏

𝑎 = 474,29

36,22

𝒂 = 𝟏𝟑,𝟎𝟗 𝒎𝒎 (alterar para 20mm)

5 – Canal Primário (P1) 1 362,25 1 P1

𝑷𝟏 = 𝟑𝟔𝟐, 𝟐𝟓𝒎𝒎²

5.1 Formato do canal (P1) a = 10

P1 = a x b 362,25 = 10 . b

𝑏 =362,25

10→ 𝒃 = 𝟑𝟔, 𝟐𝟐𝒎𝒎

6 – Canal de Ataque (A1) 1 362,25 mm² 1 ataques (mm²)

𝐴𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑠 = 362,25 𝑝𝑎𝑟𝑎 3 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑖𝑠 Divido por 3 ataques = 362,25/3 = 120,75 mm² A1 = A2 = A3 = 120,75 mm³ (área do ataque)

6.1 – Formato do Canal de Ataque A1=A2=A3

𝑎 = 10

𝐴1 = 𝑎 ∙ 𝑏 120,75 = 10 ∙ 𝑏

𝑏 =120,75

10 𝒃 = 𝟏𝟐, 𝟎𝟖 𝒎𝒎

7 – Canal Primário P2 P2 = P1-A1 P2 = 362,25 – 120,75 P2 = 241,50 mm²

7.1 – Formato Canal Primário P2 a = 10

P2 = a x b 241,50 = 10 . b

𝑏 =241,50

10→ 𝒃 = 𝟐𝟒, 𝟏𝟓𝒎𝒎

8 – Canal Primário P3 P3 = P2-A2 P2 = 241,50 – 120,75 P2 = 120,75 mm²

8.1 – Formato Canal Primário P3 a = 10

P3 = a x b 120,75 = 10 . b

𝑏 =120,75

10→ 𝒃 = 𝟏𝟐, 𝟎𝟖𝒎𝒎

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3) SISTEMA COM FILTRO 50X50X22 canal primário escalonado no molde inferior. 3.1) Dados: d= 7,2g/cm³ (densidade do aço líquido) t = 5 seg (tempo de vazamento) g = 980cm/s² α =0,38 H = 12 cm P = 12000g

3.2) Seção de choque – “base do canal de descida”

𝐴 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,38 2 ∙ 980 ∙ 12

𝑨 = 𝟓, 𝟕𝟏𝟗𝟕𝟒 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟓𝟕𝟏,𝟗𝟕 𝒎𝒎²

3.3) Formato da seção de choque: a=b A = axb A=axa

𝑎 = 𝐴

𝑎 = 571,97

𝒂 = 𝟐𝟑, 𝟗𝟐𝒎𝒎 𝒃 = 𝟐𝟑, 𝟗𝟐𝒎𝒎

4 – Entrada do Filtro - EF 1 571,97 3 EF

𝐸𝐹 = 3 ∙ 571,97

1 → 𝑬𝑭 = 𝟏𝟕𝟏𝟓,𝟗𝟏 𝒎𝒎²

4.1 Formato da entrada do filtro: EF = a.b (a = b)

𝑎 = 𝐸𝐹

𝑎 = 1715,91

𝒂 = 𝟒𝟏, 𝟒𝟐 𝒎𝒎

5 – Saída do Filtro - SF 1 571,97 1,75 SF

𝑆𝐹 = 1,75 ∙571,97

1 𝑺𝑭 = 𝟏𝟎𝟎𝟎,𝟗𝟒𝒎𝒎²

5.1 Formato da saída do filtro: SF = a x b (a = b)

𝑎 = 1000,94 → 𝒃 = 𝟑𝟏,𝟔𝒎𝒎

6 – Canal Primário - P1 1 571,97 mm² 1,1 P1

𝑃1 = 1,1 ∙ 571,97

1

𝑷𝟏 = 𝟔𝟐𝟗, 𝟐𝟎 𝒎𝒎²

6.1 – Formato do Canal primário: 𝑏 = 2,6𝑎

𝑃1 = 𝑎 ∙ 𝑏 𝑃1 = 𝑎 ∙ 2,6𝑎

𝑎 = 629,20

2,6

𝒂 = 𝟏𝟓, 𝟓 𝒎𝒎 𝒃 = 𝟒𝟎, 𝟑𝟎 𝒎𝒎

7 – Canal de Ataque (A) 1 571,93 mm² 1,2 Ataques (mm²)

𝐴𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑠 = 686,30 𝑝𝑎𝑟𝑎 3 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑖𝑠 Divido por 3 ataques = 686,30/3 = 228,80 mm² A1 = A2 = A3 = 228,80 mm³ (área do ataque)

7.1 – Formato do Canal de Ataque A1=A2=A3

𝑏 = 3𝑎

𝐴1 = 𝑎 ∙ 𝑏 228,80 = 𝑎 ∙ 3𝑎

228,80 = 3𝑎2

𝑎 =228,80

3

𝒂 = 𝟖, 𝟕𝟎 𝒎𝒎 𝒃 = 𝟐𝟔, 𝟏𝟎 𝒎𝒎

8 – Canal Primário P2 P2 = P1-A1 P2 = 629,20 – 228,8 P2 = 400,40 mm²

8.1 – Formato Canal Primário P2 a = 15,5

P2 = a x b 400,40 = 15,5 . b

𝑏 =400,40

15,5→ 𝒃 = 𝟐𝟓,𝟖𝟎 𝒎𝒎

9 – Canal Primário P3 P3 = P2-A2 P2 = 400,40 – 228,80 P2 = 171,60 mm²

9.1 – Formato Canal Primário P3 a = 15,5

P3 = a x b 171,60 = 15,5 . b

𝑏 =171,60

15,5→ 𝒃 = 𝟏𝟏 𝒎𝒎

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3) SISTEMA VERTICAL FACA 1:1:1 (esp.=10mm). 3.1) Dados: d= 7,2g/cm³ (densidade do aço líquido) t = 5 seg (tempo de vazamento) g = 980cm/s² α =0,5 H = 27 e 30 cm P = 12000g

3.2) Seção A2 – “base do canal de descida”

𝐴2 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴2 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,5 2 ∙ 980 ∙ 27

𝑨𝟐 = 𝟐, 𝟖𝟗𝟖 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟐𝟖𝟗, 𝟖𝟎 𝒎𝒎²

3.3) Formato da seção:SA2 a=10 A2 = axb A2=10xb

𝑏 =𝐴2

10

𝑏 =289,80

10

𝒃 = 𝟐𝟖, 𝟗𝟖 𝒎𝒎

4.2) Seção A3 de choque – “base do canal de descida”

𝐴3 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴3 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,5 2 ∙ 980 ∙ 30

𝑨𝟑 = 𝟐, 𝟕𝟒𝟗 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟐𝟕𝟒, 𝟗𝟎 𝒎𝒎²

4.3) Formato da seção de choque: SA3 a=10 A3 = axb A3=10xb

𝑏 =𝐴3

10

𝑏 =274,90

10

𝒃 = 𝟐𝟕, 𝟒𝟗 𝒎𝒎

5.2) Seção A4 – canal de ataque

𝐴4 = 𝑃

𝑑 𝑡 𝛼 2𝑔𝐻

𝐴4 = 12000

7,2 ∙ 5 ∙ 0,5 2 ∙ 980 ∙ 50

𝑨𝟒 = 𝟏𝟑, 𝟑𝟑𝟑 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟏𝟑𝟑𝟑,𝟑𝟎 𝒎𝒎²

5.3) Formato da seção do canal de ataque: SA4 a=10 A4 = axb A4=10xb

𝑏 =𝐴4

10

𝑏 =1333,30

10

𝒃 = 𝟏𝟑𝟑,𝟑𝟑 𝒎𝒎

6.2) Seção A1 – “base do funil”

𝐴1 = 𝐴2 𝐻

𝐴1 = 289,80 270

70

𝑨𝟏 = 𝟓, 𝟔𝟗𝟏𝟎 𝒄𝒎² 𝒐𝒖 𝟓𝟔𝟗,𝟏𝟎 𝒎𝒎²

6.3) Formato da base do funil: SA1 a=28,98 A1 = axb

𝑏 =𝐴1

𝑎

𝑏 =569,10

28,98

𝒃 = 𝟏𝟗, 𝟔𝟎 𝒎𝒎

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DIMENSIONAMENTO DO MASSALOTE

1 REQUISITO TÉRMICO

1.1 Volume da peça ou seção (cm²) Lado a = 20 cm (comprimento) Lado b = 20 cm (largura) Lado c = 20 cm (espessura)

Volume da peça = 20*20*2 = 800cm³

1.2 Área das superfícies em contato com a areia (cm²)

2*(20*20) + 4*(2*20) = 960 cm²

1.3 Módulo da peça ou seção

𝑀𝑝𝑒ç𝑎 =𝑉

𝑆 𝑀𝑝𝑒ç𝑎 =

800

960

𝑴𝒑𝒆ç𝒂 = 𝟎, 𝟖𝟑𝟑

1.4 Módulo do massalote 𝑀𝑚 = 𝐾. 𝑀𝑝𝑒ç𝑎 𝐾 = 1,2

𝑀𝑚 = 1,2 ∗ 0,833 𝑴𝒎 = 𝟎, 𝟗𝟗𝟗𝟔

1.5 Dimensões do massalote (massalote lateral)

𝐷𝑚 =𝑀𝑚 (2+ 4𝑝 )

𝑝 (cm)

𝐷𝑚 =0,9996∗(2+ 4∗1,5 )

1,5 𝑫𝒎 = 𝟓, 𝟑𝟑 𝒄𝒎

𝐻𝑚 = 𝑝. 𝐷𝑚 𝐻𝑚 = 1,5 ∗ 5,33 𝑯𝒎 = 𝟕, 𝟗𝟗𝟔𝟖 cm

𝑉𝑚 =𝜋 .𝐷𝑚

2

4. 𝐻𝑚 (cm³)

𝑉𝑚 =𝜋 .5,332

4. 7,9968

𝑽𝒎 = 𝟏𝟕𝟖, 𝟑𝟑cm³

Portanto através do requisito térmico, é necessário um massalote com diâmetro de 5,33 cm por uma altura de aproximadamente 8 cm, esse tamanho garantiria que o metal ficasse líquido e só se solidificasse após a solidificação da peça. Porem esse requisito garante somente as condições térmicas, não garantindo se o massalote terá metal suficiente para suprir a necessidade de contração da peça, para obter esta informação, é necessário calcular o requisito volumétrico, conforme segue:

2 REQUISITO VOLUMÉTRICO

Dados: Corpo de prova com medidas 20x20x2 cm (CxLxH) η=0,14 K=1,2 p=1,5 b=0,06

2.1 Volume do massalote (Vm)

𝑉𝑚 =𝑉.𝑏

η-b (sendo “V” o volume total da peça)

𝑉𝑚 =800 ∗ 0,06

0,14- - 0,06

𝑽𝒎 = 𝟔𝟎𝟎cm³

2.2 Dimensionamento do Massalote

Dm = Vm .4

π .p

3 (cm)

𝐷𝑚 = 600 ∗ 4

𝜋 ∗ 1,5

3

𝑫𝒎 = 𝟕, 𝟗𝟖cm

𝐻𝑚 = 𝑝. 𝐷𝑚 (cm) 𝐻𝑚 = 1,5.7,98 𝑯𝒎 = 𝟏𝟏, 𝟗𝟕 cm

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3 DEFINIR O MASSALOTE A SER USADO

De acordo com os cálculos demonstrados, o massalote que deve ser utilizado é o de maior tamanho acusado nos cálculos, só assim ele conseguirá atender os dois requisitos estudados, o térmico e o volumétrico, ou seja, neste caso como o requisito volumétrico foi maior que o térmico, utiliza-se as dimensões do requisito volumétrico, pois assim ele atende tanto o requisito volumétrico quanto o requisito térmico. Dessa forma fica estipulado as seguintes dimensões para o massalote:

7,98 e a H=11,97 Com estas medidas definidas, pode-se encontrar os tamanhos da bacia e do pescoço do massalote, conforme segue:

4 BACIA E PESCOÇO

Bacia:

𝑅 =𝐷𝑚

2

𝑅 =7,98

2

𝑹 = 𝟑, 𝟗𝟗cm

Pescoço: Módulo do pescoço (Mn)

𝑀𝑛 =𝑀𝑚 − 𝑀

2

𝑀𝑛 =0,999 − 0,833

2

𝑀𝑛 = 0,916

𝑀𝑛 =𝑉(𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 )

𝑆(á𝑟𝑒𝑎 )

𝑀𝑛 =𝑎 ∗ 𝑎 ∗ 𝑎

4 ∗ (𝑎 ∗ 𝑎)

𝑴𝒏 =𝒂

𝟒

𝒂 = 𝟒 ∗ 𝑴𝒏

𝑎 = 4 ∗ 𝑀𝑛 𝑎 = 4 ∗ 0,916 𝒂 = 𝟑, 𝟔𝟔 cm

𝑀𝑛 =𝐴 ∗ 𝐵 ∗ 𝐶

2 ∗ 𝐴 ∗ 𝐵 + 2 ∗ (𝐴 ∗ 𝐶)

0,916 =3,6 ∗ 2 ∗ 𝐶

2 ∗ 3,6 ∗ 2 + 2 ∗ (3,6 ∗ 𝐶)

0,916 =7,2𝐶

(14,4 + 7,2𝐶)

0,916 ∗ (14,4 + 7,2𝐶) = 7,2𝐶 7,2𝐶 − 6,59𝐶 = 13,19

0,61𝐶 = 13,19

𝐶 =13,19

0,61

𝑪 = 𝟐𝟏, 𝟔𝟎 cm