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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY TECNOLOGIA EM MATERIAIS INFLUÊNCIA DO TEOR DE FINOS NAS PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DA AREIA A VERDE BIANCA BAUMER PROFESSOR ORIENTADOR: MAX HERMANN PROJETO FINAL JOINVILLE 2004

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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA

INSTITUTO SUPERIOR TUPY

TECNOLOGIA EM MATERIAIS

INFLUÊNCIA DO TEOR DE FINOS NAS PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS

DA AREIA A VERDE

BIANCA BAUMER

PROFESSOR ORIENTADOR: MAX HERMANN

PROJETO FINAL

JOINVILLE

2004

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RESUMO

O presente trabalho aborda o estudo da influência que a adição de finos inertes e de

exaustão pode trazer às propriedades de uma areia a verde. Os finos foram coletados em

um sistema de exaustão e durante o ensaio de granulometria de diversas areias a verde,

após foram adicionados tanto em misturas utilizando areia padrão, neste caso variou-se

a adição de finos entre 0 e 10%, como em uma areia de sistema de uma fundição, onde

adicionou-se até 6% de finos além dos que já estavam presentes na areia utilizada.A

influência desta adição foi avaliada através dos ensaios de umidade, permeabilidade,

resistência à compressão a verde, resistência à tração a úmido e resistência à tração a

verde. Através dos resultados obtidos observou-se que as características que são mais

afetadas com a adição dos finos são a umidade, a permeabilidade, a resistência a

compressão a verde e a resistência a tração a verde, sendo que a resistência a tração a

úmido não apresentou variação significativa com a adição de finos.

Palavras-Chave: areia a verde, teor de finos, propriedades

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ABSTRACT

The current work, the study of the influence that the addition of inert fines and of the

exhaustion can bring to the properties of a green sand. The fines were collected in

exhaustion system and during the grain size test from various green sand, after were

added both in mixtures using pattern sand, in this case the addition was varied of fine

between 0 and 10%, as in a system sand of a foundry where it was added more 6% of

fine besides the ones that were already present in the used sand. The influence of this

addition was evaluated through the moisture, permeability, green compressive strength,

humid tensile strength and green tensile strength. Trough the obtained results it was

observed that the properties that are more affected, with the fine addition are the

moisture, the permeability, the green compressive strength and the green tensile

strength, and the humid tensile strength didn’t present significant variation with the fine

addition.

Keywords: green sand, fines tenor, properties

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LISTA DE FIGURAS

1 Forças Adesivas e Coesivas.............................................................................................. .... 17

2 Esquema do Ensaio de Resistência a Tração à Úmido ....................................................... 24

3 Exemplo de Sistema de Areia a Verde ............................................................................... 29

4 Vazamento em molde de Areia a Verde............................................................................. 31

5 Molde em Areia a Verde com Metal em Alta Temperatura ................................................ 31

6 Exemplo de Desmoldagem ................................................................................................ 32

7 Influência da Argila Oolitizada no Teor de Umidade ......................................................... 37

8 Influência da Argila Oolitizada na Resistência a Compressão a Verde ............................... 38

9 Influência da Argila Oolitizada na Permeabilidade ............................................................ 39

10 Matérias Primas utilizadas nas Misturas .......................................................................... 43

11 Misturador de areia, de laboratório do tipo mós verticais ................................................. 45

12 Martelete Mecânico para Compactabilidade .................................................................... 47

13Lâmpada Infra-Vermelha para Ensaio de Umidade ........................................................... 47

14Permeâmetro............................................................................ ........................................... 48

15 Máquina Universal de Ensaios...................................................................................... ...... 48

16 Máquina de RTU ............................................................................................................. 49

17 Máquina de RTV ............................................................................................................. 49

18 Influência do Teor de Finos na Umidade ......................................................................... 52

19 Influência do Teor de Finos na Permeabilidade ............................................................... 53

20 Influência do Teor de Finos na RCV ............................................................................... 55

21 Influência do Teor de Finos na RTU................................................................................ 56

22 Influência do Teor de Finos na RTV................................................................................ 58

23 Influência do Teor de Finos na Umidade ......................................................................... 59

24 Influência do Teor de Finos na Permeabilidade ............................................................... 60

25 Influência do Teor de Finos na RCV ............................................................................... 61

26 Influência do Teor de Finos na RTU................................................................................ 62

27 Influência do Teor de Finos na RTV................................................................................ 63

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LISTA DE TABELAS

1 Condições Específicas da Areia Padrão........................................................................... ..... 16

2 Composição dos Finos ...................................................................................................... 34

3 Composição das Misturas Realizadas com Areia Padrão CEMP ........................................ 44

4 Composição das Misturas com Areia a Verde de Sistema .................................................. 46

5 Composição dos Finos Utilizados na Experiência .............................................................. 50

6 Influência dos Finos na Umidade ...................................................................................... 52

7 Influência dos Finos na Permeabilidade............................................................................. 53

8 Influência dos Finos na RCV............................................................................................. 54

9 Influência dos Finos na RTU ............................................................................................. 56

10 Influência dos Finos na RTV ........................................................................................... 57

11 Influência dos Finos na Umidade .................................................................................... 59

12 Influência dos Finos na Permeabilidade .......................................................................... .60

13 Influência dos Finos na RCV ........................................................................................... 61

14 Influência dos Finos na RTU ........................................................................................... 62

15 Influência dos Finos na RTV ........................................................................................... 63

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 12

1 MOLDAGEM EM AREIA A VERDE ........................................................................... 14

1.1 COMPONENTES DA MISTURA ................................................................................. 14

1.1.1 Areia Base ................................................................................................................... 14

1.1.2 Argila .......................................................................................................................... 16

1.1.3 Água ........................................................................................................................... 17

1.1.4 Aditivos...... ................................................................................................................. 18

1.1.5 Areia de Retorno ......................................................................................................... 19

1.2 PREPARAÇÃO DA MISTURA .................................................................................... 19

1.2.1 Ordem da Adição dos Componentes ............................................................................ 20

1.2.2 Tempo de Mistura ....................................................................................................... 21

2 PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DA MISTURA ................................................. 22

2.1 COMPACTABILIDADE............................................................................ ...................... 22

2.2 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO A VERDE (RCV)............................................... ..... 23

2.3 PERMEABILIDADE A VERDE ................................................................................... 23

2.4 RESISTÊNCIA A TRAÇÃO A ÚMIDO (RTU) ............................................................ 24

2.5 RESISTÊNCIA A TRAÇÃO A VERDE (RTV) ............................................................. 25

2.6 UMIDADE .................................................................................................................... 25

3 VARIÁVEIS DO PROCESSO ....................................................................................... 27

4 FORMAÇÃO DOS FINOS EM UM SISTEMA DE MOLDAGEM ............................. 28

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................ 28

4.2 FINOS DA MOLDAGEM ............................................................................................. 29

4.3 FINOS DO VAZAMENTO ............................................................................................ 30

4.4 FINOS DA DESMOLDAGEM ...................................................................................... 31

4.5 FINOS GERADOS EM OUTROS PONTOS ................................................................. 32

5 FORMA DOS FINOS INERTES PRESENTES NA AREIA ........................................ 33

5.1 COMPOSIÇÃO DOS FINOS ......................................................................................... 34

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6 INFLUÊNCIA DOS FINOS DE EXAUSTÃO/INERTES SOBRE AS

CARACTERÍSTICAS DA AREIA ................................................................................... 36

6.1 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA UMIDADE ................................................................. 36

6.2 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA RCV ........................................................................... 37

6.3 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA RTV............................................................................ 38

6.4 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA RTU............................................................................ 39

6.5 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA PERMEABILIDADE.................................................. 39

7 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ......................................................................... 40

7.1 MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS UTILIZADOS .............................. 40

7.1.1 Materiais ..................................................................................................................... 40

7.1.2 Equipamentos .............................................................................................................. 40

7.1.3 Acessórios ................................................................................................................... 41

7.2 COLETA DOS FINOS ................................................................................................... 41

7.3 PREPARAÇÃO DAS MISTURAS ................................................................................ 42

8 RESULTADOS E DISCUSÕES ..................................................................................... 50

8.1 COMPOSIÇÃO DOS FINOS UTILIZADOS ................................................................. 50

8.2 MISTURAS COM AREIA PADRÃO ............................................................................ 51

8.2.1 Umidade...................................................................................................................... 51

8.2.2 Permeabilidade ............................................................................................................ 52

8.2.3 Resistência a Compressão a Verde .............................................................................. 54

8.2.4 Resistência a Tração a Úmido...................................................................................... 55

8.2.5 Resistência a Tração a Verde ....................................................................................... 57

8.3 MISTURAS COM AREIA DE SISTEMA ..................................................................... 58

8.3.1 Umidade...................................................................................................................... 59

8.3.2 Permeabilidade ............................................................................................................ 60

8.3.3 Resistência a Compressão a Verde .............................................................................. 61

8.3.4 Resistência a Tração a Úmido...................................................................................... 62

8.3.5 Resistência a Tração a Verde ....................................................................................... 63

CONCLUSÃO .................................................................................................................... 64

SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS ................................................................. 66

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 67

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INTRODUÇÃO

A moldagem em areia a verde é um processo de confecção de moldes com

uma mistura preparada com areia de retorno, areia base, argila, os aditivos necessários e

água, devidamente balanceados para atender às aplicações específicas. Esta areia de

moldagem passa por várias etapas de processamento para resultar em moldes onde se

vazam o metal líquido para a obtenção de uma peça fundida. A areia a verde pode ser

utilizada em diversos tipos de processos de moldagem, baixa, média ou alta pressão,

sendo que os vários processos por onde esta passa acarreta na formação de partículas

muito pequenas denominadas finos inertes ou finos de exaustão. Estes finos são

formados desde a preparação da mistura até a desmoldagem das peças sólidas, ou seja, a

cada ciclo em que a areia é reutilizada ocorre a formação destas partículas finas, que

podem possuir na sua constituição, bentonita calcinada, bentonita ativa, pó de carvão

calcinado, grãos de areia moídos, entre outras partículas finas existentes em uma

fundição.

Muitas fundições de pequeno e médio porte não possuem um sistema de

exaustão, ou se possuem não atuam de forma eficiente, e consequentemente os finos

formados no ciclo normal de reutilização da areia de sistema, estarão presentes nas

misturas utilizadas para a obtenção de moldes.

Como a maioria das fundições possuem este componente na constituição da

areia de moldagem e não tem clareza dos seus reais efeitos, teve-se a proposta deste

trabalho. O trabalho consta inicialmente de uma revisão bibliográfica, tratando da

moldagem em areia a verde, outros assuntos são abordados nos demais capítulos, como:

propriedades que uma areia verde deve possuir para garantir bons moldes, variáveis do

processo, como os finos formam-se em uma areia de moldagem, a forma que os

mesmos possuem em uma areia, a influência que exercem sobre as características da

areia. Já no capítulo sete inicia a parte experimental do trabalho, desde os equipamentos

até os métodos utilizados na realização do trabalho, sendo que o capítulo oito apresenta

os resultados e discussões dos mesmos.

Os ensaios realizados com o intuito de conhecer quais os efeitos destes finos

incorporados a uma areia de moldagem a verde foram: umidade, permeabilidade,

resistência à compressão a verde, resistência à tração a úmido, resistência à tração a

verde, em misturas de areia, além da determinação de voláteis, perda ao fogo e argila

ativa nos finos utilizados nas misturas.

Este trabalho consiste na adição de finos inertes em misturas utilizando areia

padrão e areia de sistema, e na verificação do que este acréscimo pode acarretar nas

propriedades destas areias.

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1 MOLDAGEM EM AREIA A VERDE

A moldagem em areia a verde é um processo de confecção de moldes utilizando

mistura preparada com areia de retorno, areia base, argila, os aditivos necessários e

água, devidamente balanceados para atender às aplicações específicas. [1]

1.1 COMPONENTES DA MISTURA

Abaixo tem-se a descrição de cada componente utilizado na mistura da areia a

verde.

1.1.1 Areia Base

A areia base é um componente refratário e geralmente utiliza-se areia de sílica,

devido a sua maior disponibilidade e menor custo. Esta areia deve apresentar algumas

características básicas como:

- Módulo de Finura: 50 – 70 AFS

- Teor de Finos: máx 1,0%

- Argila AFS: máx.0,5%

- Ponto de fusão: min 1400°C

- Umidade: máx. 0,5% para areia seca

- Temperatura: máx. 40°C

- Formato de grãos: sub-angular e/ou arredondado

- Teor de Si02: min.98% [1]

A areia base tem influência direta nas propriedades, conforme pode ser visto

abaixo.

Quanto maior o módulo de finura:

- Menor a refratariedade devido a menor massa

- Menor a permeabilidade devido ao menor tamanho do grão

- Melhor o acabamento porque os espaços entre os grãos são menores evitando a

penetração do metal

Quanto maior o teor de finos:

- Menor a refratariedade devido à massa ser menor

- Menor a permeabilidade, porque dificulta a saída dos gases devido ao menor

espaço entre os grãos

- Melhor é o acabamento devido aos menores espaços entre os grãos [2]

Além da areia base utilizada nas fundições como renovação do sistema, existe

uma areia utilizada para realizar ensaios de laboratório conhecida como areia

padrão. Esta areia possui todas as suas características controladas e é beneficiada

conforme a norma CEMP E01. [3] Esta areia deve possuir as seguintes

características:

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Tabela 1 - Condições específicas da areia padrão [3]

Características Valores

Teor de Umidade (%) máx. 0,10

Teor de SiO2 (%) min. 99,00

Teor de Argila Total (%) máx. 0,10

Superfície específica teórica (cm2/g) 95 - 107

Tamanho do grão médio (mm) 0,230 - 0,260

Coeficiente de angularidade 1,20 - 1,40

Módulo de finura 55 - 61

Teor de Finos ( % ) máx. 0,1

Valor da demanda de ácido (ml NaOH - 0,1N/50g de areia a pH2) máx. 3,0

Permeabilidade base (AFS) 110 - 140

Número específico teórico de grãos (104 unidades/g) 7,0 - 10,0

Diâmetro representativo (mm) 0,188 - 0,211

Grau de afastamento (%) 10,0 - 13,0

PH 6,0 - 7,0 Fonte: Recomendação CEMP E01

Esta será a areia utilizada neste trabalho, pois não há variação de módulo de

finura e outras características. Esta areia é isenta de materiais orgânicos e outras

partículas estranhas e já é fornecida na quantidade ideal para a mistura a ser preparada

1.1.2 Argila

É um material lamelar, composto essencialmente de silicato de alumínio

hidratado, utilizado como aglomerante da mistura, sendo mais utilizado o tipo

montmorilonítico. Utiliza-se a bentonita que, misturada com a água desenvolve

propriedades adesivas e coesivas. A adesividade permite que a argila envolva o grão de

areia, estabelecendo uma forte ligação entre as superfícies dos grãos de areia e as

pequenas partículas de argila, enquanto que a coesividade é a característica que

proporciona a resistência ao filme de argila, conforme pode ser visto na figura 1. [2]

Figura 1 – Forças Adesivas e Coesivas [2]

Fonte: Areias de Moldagem a Verde – Maria Inêz Reinert

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A bentonita pode ser do tipo sódica natural, sódica ativada ou cálcica, mas as

que são mais utilizadas na preparação da areia de moldagem são as sódicas naturais e

ativadas, normalmente utilizadas em conjunto.

1.1.3 Água

A água afeta significativamente a maioria das principais propriedades da areia e

exerce grande influência nas ligações areia-argila. A água industrial contem grandes

quantidades de sais prejudiciais que afetam as características das bentonitas, a qualidade

do acabamento superficial das peças e a resistência a tração a úmido da areias [2]. É

desejável que esta água possua um teor de sais (resíduo) de no máximo 0,2g/L [1]. O

teor de água adicionado à uma areia de moldagem não deve ser excessivo, pois este

excesso fica na forma livre e isto aumenta a compactabilidade prejudicando

principalmente sistemas de alta pressão, além de água livre ser tendiosa a gerar gases.

Uma deficiência de água pode causar moldes trincados ou parcialmente

quebrados, bem como cantos friáveis, podendo gerar erosão e inclusão de areia. A

quantidade correta de água depende da compactabilidade desejada na areia, do tipo e a

quantidade de argila e de outros aditivos presentes na areia, bem como do tamanho,

formato e da densidade da areia base utilizada e da temperatura da areia do sistema.

Outro fator que interfere na quantidade de água adicionada é a geometria do molde e as

características do equipamento de moldagem.

1.1.4 Aditivos

Todo componente adicionado à mistura que não seja areia, água ou argila é

denominado aditivo. Um dos mais utilizado é o pó de carvão que é um produto

carbonáceo, adicionado com a finalidade principal de gerar carbono vítreo durante o

vazamento do metal, evitando a sinterização da areia e melhorando o acabamento

superficial das peças, pois a aproximadamente 450º C amolece, permitindo rearranjo

dos grãos, evitando a penetração. Outro fator importante é a atmosfera redutora, onde o

ferro líquido reage exotermicamente com o O2 contido na cavidade do molde (ar, poros

de areia e umidade) formando FeO. O FeO reage com SiO2 para formar silicato de baixo

ponto de fusão (fayalita), baixando a viscosidade, a tensão superficial, gerando defeitos.

A atmosfera redutora do pó de carvão propicia reação com O2 inibindo as reações de

oxidação. A deposição de carbono vítreo é uma barreira para as interações metal/molde

[2]. O tipo mais utilizado é o pó de carvão mineral (Cardiff).

Existem ainda outros aditivos utilizados como, por exemplo, o amido de milho, a

dextrina entre outros.

1.1.5 Areia de Retorno

A areia de retorno é a que se utiliza várias vezes, ou seja, após a desmoldagem

da peça, a areia do molde volta para o sistema para ser reaproveitada, incorporando

novas adições de areia nova, argila, água e aditivos. Esta areia passa por alguns ciclos

de utilização (varia de fundição para fundição), e deve ser descartada depois de

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recircular no sistema por um tempo pré-estabelecido pela fundição que a utiliza,

reforçando que esta areia deve ser renovada a cada ciclo, ou seja deve-se realizar-se

novas adições de areia base, bentonita, aditivos e água, pois a cada ciclo a areia é

exposta a altas temperaturas e situações que envolvem o impacto, fazendo com que seus

componentes sejam sacrificados, ou seja, a bentonita e aditivos calcinados, a areia base

tem seus grãos quebrados, por isso a necessidade da renovação, para que a nova mistura

a ser utilizada forneça as propriedades necessárias para a obtenção de um molde que

resulte em um produto final de boa qualidade.

1.2 PREPARAÇÃO DA MISTURA

As areias de moldagem a verde são preparadas em misturadores que tem a

função de comprimir, amassar, cisalhar e misturar os componentes da mistura. É o

equipamento básico para homogeneizar os componentes da mistura. Os tipos mais

usuais são com mós verticais ou horizontais, ou ainda, agitadores de alta rotação, podem

ser também contínuo ou intermitente, sendo os dois primeiros os mais utilizados no

momento.

Uma areia deve ser muito bem preparada, o ideal é ter uma mistura eficiente, ou

seja, uma areia de moldagem com as propriedades ideais para obtenção de um molde

resistente às condições a que serão expostos. Esta preparação é influenciada pelo tempo

de mistura, ordem de adição dos componentes, carga do misturador e tipo e estado de

manutenção do misturador [1]. O grau de preparação da areia de moldagem afeta

praticamente todas as suas principais características, areias mal preparadas conferem à

mistura:

- Baixa resistência mecânica

- Baixa resistência na zona de condensação

- Baixa capacidade para acomodação da expansão térmica dos grãos

- Alta formação de argila latente [2]

Na preparação da mistura deseja-se que a bentonita seja dispersada sobre os

grãos de areia, e que a umidade seja distribuída homogeneamente na bentonita.

1.2.1 Ordem de Adição dos Componentes

Para preparar-se uma areia de moldagem a verde deve-se seguir uma ordem no

momento de adicionar todos os componentes presentes na mistura, portanto deve-se

realizar a mistura na seguinte ordem:

1º areia de retorno e/ou areia base

2º cerca de 50% da água supostamente necessária

3º argila e outros aditivos

4º restante da água [1]

A adição dos componentes é realizada desta forma para que ocorra uma

distribuição prévia da água sobre cada grão, diminuindo a evolução de poeira e a argila

ao ser distribuída vai encontrando sobre cada grão a quantidade ideal de umidade, além

do fato de que a bentonita tem grande facilidade de formar pelotas se for adicionada

primeiramente.

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1.2.2 Tempo de Mistura

O tempo da mistura, que depende da composição e das propriedades desejadas,

está diretamente ligado às características, regulagem e potência dos equipamentos.

Maiores tempos de mistura promovem maiores resistências, porém tem-se o

inconveniente da operacionalidade e prazo, já que nos dias atuais todas as fundições

visam muita produtividade e por conseqüência necessitam das misturas prontas o mais

rápido possível.

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2 PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DA MISTURA

Após a preparação a mistura da areia verde, conforme descrito acima existem

algumas propriedades exigidas pelo processo de moldagem, que devem atender à

configuração das peças e da liga metálica a ser vazada. Esta mistura de areia moldada

deve, por exemplo, resistir à pressão do metal no interior do molde no momento do

vazamento e solidificação. Abaixo tem-se uma descrição de cada propriedade.

2.1 COMPACTABILIDADE

A compactabilidade é o percentual de redução sofrida pela massa solta de areia

após a compactação, sendo sensível à relação água/argila [4]. É importante que a

compactabilidade esteja na faixa ideal, pois pode influenciar os resultados das demais

propriedades da areia a verde. Esta característica depende da densidade da areia, é um

indicativo da umidade ótima e da moldabilidade da areia.

É uma das principais características, pois é uma função direta do tipo de

moldagem empregado, sendo que os melhores resultados são obtidos com as seguintes

faixas:

- moldagem manual e mecanizada de baixa pressão: 50- 55%

- moldagem por impacto e compressão, de média pressão: 45 - 50%

- alta produtividade (alta e média pressão): 40 - 45.% [1]

2.2 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO A VERDE (RCV)

É a capacidade que a massa de areia deve ter para fornecer ao molde a

resistência suficiente para que este não se deforme durante a retirada do modelo [4] e

durante o vazamento do metal.

A Resistência a Compressão a Verde, medida em laboratório, deve ser

suficientemente elevada para que o molde possa resistir aos esforços durante seu

fechamento, a movimentação bem como ao impacto e pressão inicial do metal vazado.

2.3 PERMEABILIDADE A VERDE

É a capacidade que deve ter a mistura de areia compactada de permitir o escape

rápido dos gases e vapores. A permeabilidade é afetada pelo tamanho do grão e pela

distribuição granulométrica da areia, o teor de finos, umidade e grau de compactação da

areia [4]. Esta característica é diretamente afetada pelo adensamento dos grãos e pela

configuração dos vazios. Este é o principal motivo pelo qual uma areia fina possui

permeabilidade menor que uma areia mais grossa; ocorre que a areia fina, embora tenha

maior porcentagem de vazios que a grossa, possui vazios de menor tamanho.

Deve estar situada em níveis tais que não se venha a ter defeitos tais como

pinholes, bolhas de gás e penetração por explosão, principalmente [1].

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2.4 RESISTÊNCIA A TRAÇÃO A ÚMIDO (RTU)

É a resistência na camada de condensação de água. Se esta camada possui baixos

valores, poderão ocorrer defeitos de expansão [4]. O ensaio em si tem como finalidade

determinar a menor resistência possível de ser encontrada num molde de areia a verde,

sendo que esta ocorre na zona de condensação a umidade. Esta propriedade pode ser

encarada como uma medida quantitativa da força de adesão da camada da areia. Além

disso, esta característica fornece dados numéricos a respeito do grau de ativação, da

estabilidade térmica e da superfície ativa da bentonita.

Este ensaio é um indicador bastante apropriado para verificar a tendência do

molde a defeitos como escama e rabo de rato. A RTU deve ser suficientemente elevada

para evitar escamas de expansão, principalmente. Na figura 2 [5], tem-se um esquema

do ensaio de RTU.

Figura 2 – Esquema do Ensaio de Resistência a Tração a Úmido [5]

Fonte: Operation and Control of Greensand Systems - BCIRA

2.5 RESISTÊNCIA A TRAÇÃO À VERDE (RTV)

Este ensaio tem correlação direta com problemas de quebra de bolo de areia e

recentemente foi desenvolvido um equipamento que faz especificamente este ensaio. A

resistência à tração a verde é um índice valioso do comportamento da areia ao se efetuar

a extração do modelo. Serve para avaliar a efetividade de compactação das máquinas de

moldagem e as variáveis de composição da areia de moldagem a verde. Valores

elevados de RTV provocam defeitos de trincas, expansão e bolhas. Valores baixos

provocam defeitos de inchamento, quebra de bolo, inclusão de areia e rugosidade [2]

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16

2.6 UMIDADE

O teor de umidade é uma das variáveis mais importantes de uma mistura de areia

de moldagem porque afeta quase todas as propriedades físicas e, portanto, deve ser

regularmente determinada. Cada composição de areia e aplicação demanda um teor

específico de água para atingir as melhores propriedades. O teor correto está

relacionado com o tamanho do grão da areia, o teor de argila ativa e o teor de outros

materiais que absorvem água, como argila inerte e amidos presentes na mistura.

A água é absorvida pela argila até certo limite e somente a água absorvida é que

torna eficiente para desenvolver a resistência do aglomerante. Um excesso de água torna

a areia mais plástica diminuindo a resistência. A compactabilidade é profundamente

afetada pela umidade da mistura [2].

Deve sempre ser a mais baixa possível ao nível desejado de compactabilidade, a

fim de evitar, entre outras, o aparecimento dos seguintes defeitos: penetração por

explosão, sinterização, pinholes (bolhas de gás) e inchamento das peças [1].

Numa fundição bem controlada, ou seja, sabendo exatamente a

compactabilidade ideal para a sua atividade, o valor percentual de umidade atualmente

não tem mais nenhuma importância porque está interligado com a composição da

mistura e da faixa ideal de compactabilidade, tornando-se apenas uma conseqüência

natural.

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3 VARIÁVEIS DO PROCESSO

O processo de moldagem em areia a verde apresenta algumas variáveis, dentre

as quais pode-se citar:

- o grau de preparação da mistura (já citado anteriormente)

- o balanço de massa (composição): é a adequação da composição da mistura ao

processo de moldagem, à configuração da peça e à liga metálica a ser vazada,

principalmente.

- finos inertes: são os produtos pulverulentos existentes na areia, que perderam seu

poder ativo (bentonita, pó de carvão, etc...) e que devem ser retirados do sistema

preferencialmente via exaustão ou então, de forma alternativa, via adição substancial de

areia base como conseqüente descarte forçado de areia de retorno.

- temperatura da areia: recomenda-se que a temperatura da areia preparada esteja o mais

próxima possível da temperatura ambiente, sendo que o ideal é não utilizar misturas

com temperaturas superiores a 50°C [1]

Como este trabalho tem por objetivo avaliar a presença do teor de finos na areia

a verde, a seguir apresenta-se um estudo mais específico a respeito.

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4 FORMAÇÃO DOS FINOS EM UM SISTEMA DE MOLDAGEM

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Na central de preparação de areias há a formação de finos, que são succionados

pelo sistema de exaustão que, por sua vez, geralmente os conduz a uma decantação em

água, formando uma lama. A extração dos finos de exaustão também pode ser realizada

sem a decantação em água, tendo como produto final desta sucção um material seco.

Esses finos contem boa parte da bentonita e do pó de carvão que continuam ativos; mas

deve-se ter uma série de cuidados para reutilizar este material, visto que, em grande

parte dos casos, a maioria dos componentes da lama ou resíduos de exaustão está sob a

forma inerte, calcinada. Uma fundição que não possui um sistema de exaustão tem na

sua areia de retorno todos estes finos aglomerados, tanto a parte que ainda pode

colaborar (um pouco de argila ativa e pó de carvão) quanto a parte que pode ser

prejudicial ao sistema. Além de serem gerados na própria preparação de areia, também

são obtidos em outros processos, conforme será visto nos próximos tópicos [6].

Na figura 3, tem-se um esquema de um sistema de moldagem completo com os

principais pontos onde pode ocorrer a formação dos finos inertes.

Figura 3 – Exemplo de Sistema de Areia a Verde [7]

Fonte: Catálogo Disamatic Foundry Systems – Disa – George Fischer - 1996

Os principais pontos de geração e coleta de finos, podem ser visualizados na

figura 3 e estão identificados conforme legenda abaixo:

1 – Peneiramento e Armazenagem de Areia de Retorno

2 – Misturador de Areia

3 – Máquina de Moldar

4 – Vazamento

5 – Desmoldagem

6 – Coletor de Pó

4.2 FINOS DA MOLDAGEM

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Existem várias maneiras para fabricar-se um molde de areia, pois existem

diversos tipos de equipamentos para realizar a compactação deste molde. A diferença

entre estes equipamentos está basicamente na pressão utilizada, na maneira em que a

areia é adicionada à caixa, ou até mesmo, em alguns casos, a não utilização das caixas

de moldar. Dentre os métodos pode-se citar: manual, impacto e compressão, alta

pressão. Durante a moldagem pode-se ter alguma quebra dos grãos de areia durante o

sopro, por exemplo, isto faz com que o tamanho das partículas sejam diminuídas

gerando finos.

4.3 FINOS DO VAZAMENTO

Durante o vazamento do metal líquido (altas temperaturas) no interior dos

moldes de areia, inicia uma queima dos componentes destes moldes, principalmente na

interface metal/molde. Estes componentes queimados são a bentonita, o pó de carvão,

outros aditivos e até mesmo a areia, já que se tem nesta mistura uma areia de retorno

que já vem passando por este processo de vazamento por alguns ciclos. A bentonita

calcinada torna-se argila inerte que não contribui em nada para a resistência da areia,

apenas absorve água; esta queima da bentonita também é conhecida como oolitização.

Outro problema no vazamento é que com a alta temperatura pode ocorrer um

trincamento dos grãos por existir a expansão da sílica, o que acarreta na diminuição do

tamanho dos mesmos.

Após o vazamento do metal dentro do molde (figura 4), este permanece com o

metal a alta temperatura por um certo tempo (figura 5), sendo neste tempo em que

ocorre a queima dos constituintes da mistura de areia a verde.

Figura 4 – Vazamento em molde de areia a verde.

Figura 5 – Molde em areia a verde com metal em alta temperatura.

4.4 FINOS DA DESMOLDAGEM

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A desmoldagem das peças após solidificação também é um foco gerador de

finos, pois ocorrem impactos entre metal e areia durante a separação do molde da peça.

A quantidade de finos aí gerada, depende do tipo de equipamento, intensidade de

vibração ou rotação, bem como do tamanho das peças.

Na figura 6, é apresentado um desmoldador rotativo típico, onde existe uma boa

intensidade de impactos entre torrões de areia e peças e por conseqüência poderá

ocorrer quebra dos grãos de areia e geração de finos

Figura 6 – Exemplo de Desmoldagem [7]

Fonte: Catálogo Disamatic Foundry Systems – Disa – George Fischer - 1996

4.5 FINOS GERADOS EM OUTROS PONTOS

Além dos pontos geradores de finos que foram abordados pode-se ainda citar:

- peneiramento de areia de retorno

- separadores magnéticos

- silos de armazenamento da areia de retorno

- resfriadores de areia

- misturadores

- transportadores e pontos de transferência

- aeradores [6]

5 FORMA DOS FINOS INERTES PRESENTES NA AREIA

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Os finos inertes podem estar presentes na areia sob as mais variadas formas,

conforme abaixo:

a) pelotas de material inerte úmido, que reduz a porcentagem de vazios da areia, mas

não aumenta a resistência a seco;

b) pelotas compostas por uma mistura de material inerte e argila ativa, que podem

reduzir a porcentagem de vazios, dependendo se as pelotas se formam nos vazios ou

entre as áreas de contato dos grãos de areia;

c) podem estar misturados uniformemente à argila ativa que recobre os grãos de areia

fazendo com que a porcentagem de vazios diminua, devido ao aumento da área de

contato [6].

Geralmente a distribuição dos finos na areia depende da forma física com que

são misturados à água e à argila ativa. Em geral, estes materiais situam-se em três

classes:

a) sob forma de materiais granulares insolúveis em água ou que não absorvem água; são

eles: argila inerte, pó de sílica, pó de carvão, piche e grafite;

b) sob forma de materiais solúveis em água ou que absorvem água: dextrina e amido de

milho;

c) materiais fibrosos: pó de madeira e sabugo de milho.

Atualmente utiliza-se nas misturas de areia a verde somente argila, pó de carvão

e em alguns casos amido de milho ou dextrina.

5.1 COMPOSIÇÃO DOS FINOS

Em fundições de ferro que utilizam areia a verde, tem-se a formação de 75 a 100

kg de pó para cada tonelada de peças fundidas, isto é, cerca de 1% do total de areia

utilizada na fundição. Normalmente os finos de exaustão compõem-se de argila ativa,

argila inerte e partículas finas de areia; no caso das fundições de ferro, tem-se também a

presença de pó de carvão ativo e inerte ou de substitutos do pó de carvão.

Segundo o CIATF apud ROMANUS, na lama de exaustão geralmente tem-se

cerca de 10 a 20% de sólidos, cuja análise, após secagem, apresentou os seguintes

resultados médios em uma série de fundições estudadas [6]:

Tabela 2 – Composição dos Finos [6]

Composição Material de Exaustão (%) Lama do Coletor (%)

Teor de Sólidos (%) 15,1 20,3

Teor de Voláteis (%) 11,9 10,2

Argila Ativa (%) 8,9 7,6

Perda ao Fogo (%) 32,3 33,4 Fonte: Areias de Moldagem a Verde – Arnaldo Romanus

É importante ressaltar que a sucção na exaustão deve ser controlada para não

retirar do sistema de areias as partículas que podem contribuir na próxima mistura a ser

realizada, ou seja, esta exaustão não pode retirar a bentonita, o pó de carvão que não

calcinaram e ainda tem poder aglomerante no molde. Caso estes materiais ativos sejam

retirados, no momento de realizar uma nova mistura, a quantidade de bentonita e pó de

carvão a serem adicionados será bem superior.

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Pelo fato da argila ser um colóide, a mesma não sedimenta e não pode ser

removida pelo processo normalmente utilizado na remoção de materiais decantados. À

medida que a argila vai engrossando a água proveniente da exaustão, começa a haver

uma suspensão de outras partículas finas. A fim de diminuir a quantidade de argila ativa

presente na lama, recomenda-se:

a) trabalhar com a menor pressão de sucção possível;

b) não ter sucção elevada nas proximidades de quedas da areia de retorno;

c) reduzir tanto quanto possível a formação de finos entre a desmoldagem e os silos da

areia de retorno, através da adição de água à areia imediatamente após a desmoldagem;

d) não efetuar injeção de ar para resfriamento da areia de retorno no momento em que

esta sofrer adição de bentonita e de pó de carvão [6].

6 INFLUÊNCIA DOS FINOS DE EXAUSTÃO/INERTES SOBRE AS

CARACTERÍSTICAS DA AREIA

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Os finos presentes em uma areia de moldagem a verde podem proporcionar

alguns efeitos colaterais sobre as propriedades desta areia. Quando se trata da

abordagem destes efeitos colaterais, ou até mesmo da reutilização dos finos de exaustão

tem-se nas conclusões muitas controvérsias. Desta forma podem-se citar algumas das

influências, segundo a literatura.

6.1 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA UMIDADE

Pesquisas demonstraram que a argila inerte absorve água com mais facilidade do

que a própria argila ativa, sem, no entanto, melhorar a resistência a verde da areia. Além

disso, verificou ainda que, havendo presença de uma quantidade significativa de argila

inerte na areia, somente consegue-se uma boa moldabilidade quando tiver sido

adicionado até 15-20% de água em relação à quantidade de argila inerte existente na

areia. Neste trabalho, afirma-se que aparentemente não é a granulometria mais fina da

argila inerte a causa dessa absorção de água, e sim, que a mesma é porosa e absorve

água por efeito da capilaridade.

Já em outro trabalho do mesmo autor tem-se a afirmação de que o aumento da

quantidade de água necessária para se obter uma areia facilmente moldável é devido ao

fato das partículas de argila inerte serem extremamente finas, o que ocasiona um forte

aumento da superfície específica a ser umedecida pela mistura argila ativa-água; este

trabalho cita que, para misturadores convencionais, geralmente é necessário adicionar-

se 0,25% de água para cada 1% de argila inerte existente no sistema, a fim de se

alcançar a moldabilidade ideal [6].

Na figura 7, pode-se notar que quanto maior o teor de argila oolitizada (fino

resultante da bentonita calcinada no molde após o vazamento do metal líquido) maior é

a umidade da mistura, o que comprova a facilidade de absorção de água pelos finos [8].

Figura 7 – Influência da Argila Oolitizada no Teor de Umidade [8] Fonte: AFS Transactions

6.2 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA RCV

Bentonita Sódica

Bentonita Cálcica

Argila Oolitizada (%)

Um

ida

de (

%)

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Nesta propriedade tem-se muitas controvérsias quanto ao real efeito colateral do

teor de finos, pois três pesquisadores diferentes tem opiniões distintas.

Na opinião de Dietert et aL apud ROMANUS, a resistência à compressão a

verde pode ser afetada pela presença de finos inertes [6].

Boenisch apud ROMANUS, em contrapartida, afirma que a argila inerte

praticamente não afeta a RCV enquanto que Parkes apud ROMANUS concluiu que a

presença desse componente aumenta essa propriedade [6].

Em outra pesquisa realizada (figura 8) pode-se observar que a resistência a

compressão a verde tem um leve aumento com o acréscimo de argila oolitizada, que

também é um tipo de finos na areia de moldagem, como já citado anteriormente [8].

Figura 8 – Influência da Argila Oolitizada na Resistência a Compressão a Verde [8]

Fonte: AFS Transactions

6.3 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA RTV

Sobre a resistência a tração a verde, pesquisas revelaram que esta propriedade

pode ser fortemente prejudicada pela presença de argila inerte na areia de moldagem

[6].

6.4 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA RTU

Várias pesquisas realizadas, afirmam que a presença de argila inerte na areia de

moldagem diminui a resistência à tração a úmido. Isto ocorre porque as ligações entre as

partículas de argila não são mantidas, ocorrendo a quebra do molde [3].

6.5 INFLUÊNCIA DOS FINOS NA PERMEABILIDADE

Sabe-se que quanto maior o teor de finos, menor é a permeabilidade do molde,

como pode-se verificar na figura 9. [8]

Bentonita Sódica

Bentonita Cálcica

Argila Oolitizada (%)

Resi

stên

cia

a

Co

mp

ress

ão

a V

erd

e

(N/c

m²)

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Figura 9 – Influência da Argila Oolitizada na Permeabilidade [8] Fonte: AFS Transactions

Argila Oolitizada (%) P

erm

ea

bil

ida

de (

AF

S)

Bentonita Sódica

Bentonita Cálcica

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7 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para a realização deste trabalho e a execução da parte experimental utilizou-se os

equipamentos e procedimentos descritos abaixo.

7.1 MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS UTILIZADOS

7.1.1 Materiais

- Areia Padrão CEMP

- Bentonita Sódica Ativada

- Pó de Carvão, tipo Cardiff

- Água

- Finos de Exaustão e de Granulometria

7.1.2 Equipamentos

- Misturador de Mós de Laboratório (ML 07) – Capacidade 7,0 kg – Fabricante:

GF

- Balança semi-Analítica

- Martelete Mecânico – Fabricante: Tecnofund

- Máquina Universal de Ensaios (determinação da RCV) – Fabricante: GF

(equipamento manual e analógico)

- Lâmpada Infra-vermelha – Fabricante: Tecnofund

- Permeâmetro – Fabricante: GF (equipamento analógico)

- Máquina para determinação da RTU – Fabricante: Tecnofund (equipamento

digital)

- Máquina para determinação da RTV – Fabricante: Tecnofund (equipamento

digital)

- Aparelho Granulométrico – Fabricante: Bertel

- Kit manual para determinação da Argila AFS (argila total)

- Conjunto de Peneiras para Granulometria

- Aparelho determinador de Argila Ativa

- Mufla Microprocessada – Fabricante: EDG

7.1.3 Acessórios

- Cronômetro

- Embalagens para acondicionar a areia preparada

- Funil e Peneira

- Cilindros para Compactabilidade, RCV, RTU e RTV

- Proveta graduada

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7.2 COLETA DOS FINOS

Os finos utilizados nesta experiência foram coletados de duas maneiras:

retirados do sistema de exaustão de uma fundição de areia a verde e, coletados da

própria análise de granulometria das areias a verde, ou seja, após efetuar a lavagem da

areia e ensaio de granulometria, guardou-se o material retido nas duas últimas peneiras e

no prato do conjunto de análise granulométrica. Todos estes finos coletados foram

misturados e homogeneizados.

Após serem homogeneizados retirou-se uma amostra representativa dos finos

obtidos e realizou-se as análises de teor de voláteis, perda ao fogo e argila ativa, para

ter-se uma noção da composição do material utilizado nas misturas. Estas análises

foram realizadas conforme recomendações CEMP 141 (Materiais para Fundição –

Determinação do Teor de Matérias Voláteis) [9], 120 (Materiais para Fundição –

Determinação do Teor da Perda ao Fogo) [10] e 197 (Areias para Fundição –

Determinação do Teor de Argila Ativa pelo Método da Curva de Regressão e da

Adsorção). [11]

7.3 PREPARAÇÃO DAS MISTURAS

Utilizou-se dois tipos de areia na preparação das misturas. Em primeira instância

realizou-se as misturas utilizando areia padrão (conforme especificação técnica CEMP

E01), esta areia foi utilizada para que não ocorresse variação de granulometria e até

mesmo da quantidade de finos proveniente da areia base. A principal variável neste caso

foi a quantidade de finos adicionada a cada mistura. Desta forma a quantidade de

bentonita foi mantida em 7% e a de pó de carvão em 3% para cada mistura (figura 10).

Outra variável nestas misturas foi a quantidade de água adicionada, pois desejava-se em

todas as misturas uma compactabilidade de 45 + 1%, para que esta propriedade não

influenciasse as demais. Variou-se a quantidade de finos de 0 a 10%. Todas as misturas

foram realizadas conforme recomendação CEMP 068 – Preparação da Mistura Padrão

de Bentonitas para Fundição [12]. Como o misturador utilizado (figura 11) possui 40

RPM de rotação, o tempo total de cada mistura foi de 18,5 minutos. As composições de

cada mistura podem ser visualizadas na tabela 3.

Figura 10 – Matérias-primas utilizadas nas misturas.

Areia Padrão

Finos Inertes Pó de Carvão

Bentonita Sódica Ativada

Água

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Tabela 3 – Composição das Misturas Realizadas com Areia Padrão CEMP.

Componentes

Mistruras Realizadas (Quantidade Componentes Utilizados)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

Areia Padrão 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200 100 4200

Bentonita 7 294 7 294 7 294 7 294 7 294 7 294 7 294 7 294 7 294 7 294 7 294

Pó de Carvão 2 84 2 84 2 84 2 84 2 84 2 84 2 84 2 84 2 84 2 84 2 84

Água (mL)* 50 54 55 55 80 90 95 98 106 113 119

Finos 0 0 1 42 2 84 3 126 4 168 5 210 6 252 7 294 8 336 9 378 10 420

*Quantidade de água adicionada para obtenção de compactabilidade de 45 + 1%.

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Figura 11 – Misturador de areia de laboratório do tipo mós verticais.

Posteriormente, foram realizadas misturas em uma areia a verde de sistema

utilizada em uma fundição da região. Antes de realizar as misturas homogeneizou-se a

areia utilizada e retirou-se uma amostra representativa para determinar-se a quantidade

de finos existente nesta areia, esta análise foi realizada conforme recomendações CEMP

082 – Areia Base para Fundição – Determinação do teor de Argila pelo Método do

Sifonamento [13] e 081 – Materiais Granulares usados em Fundição – Determinação da

Distribuição Granulométrica e Módulo de Finura [14]. Após a obtenção deste resultado,

decidiu-se acrescentar mais 3,0 e 6,0 % de finos, para ver qual a influência que teriam

em uma areia de real utilização nas fundições. Antes de adicionar os finos, corrigiu-se a

umidade desta areia e determinou-se as propriedades com o teor de finos já presente na

areia de sistema (1,80%). Após realizou-se duas novas misturas adicionando mais finos.

É importante ressaltar que nesta areia de sistema foi apenas corrigida a umidade e

adicionado finos, não sendo acrescentado bentonita e pó de carvão, pois os mesmo já

estão constituídos na mistura. As misturas também foram realizadas conforme

recomendação CEMP 068 e, podem ser visualizadas na tabela 4.

Tabela 4 – Composição das Misturas com Areia a Verde de Sistema.

Componentes

Misturas

1 2 3

% Peso

(g)

% Peso

(g)

% Peso

(g)

Areia de

Sistema 100 4200 100 4200 100 4200

Finos 1,80% 3 126 6 252

Água* 10 mL 28 mL 39 mL

*Quantidade de água adicionada para obtenção de compactabilidade de 45 + 1%.

Na metade do tempo de cada mistura (aproximadamente 9 minutos) determinou-

se a compactabilidade (figura 12) conforme recomendação CEMP 065 – Bentonitas

para Fundição – Determinação da Compactabilidade da Mistura Padrão [15]. Através

desta análise, checou-se se esta característica encontrava-se dentro do desejado, quando

a mesma encontrava-se abaixo, adicionava-se mais água e quando acima continuava-se

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a mistura pois, no restante do tempo a areia perde um pouco da água, ou seja fica mais

seca. No final de cada mistura, novamente determinou-se esta propriedade, para poder

dar continuidade nos experimentos com esta característica dentro do especificado. Após

determinou-se as seguintes propriedades:

- Umidade - Figura 13

- Permeabilidade - Figura 14

- Resistência a Compressão a Verde (RCV) - Figura 15

- Resistência a Tração a Úmido (RTU) - Figura 16

- Resistência a Tração a Verde (RTV – este ensaio possui o mesmo princípio da

RTU, porém o equipamento não possui aquecimento e não ocorre a variação do

tempo de ensaio) - Figura 17.

Figura 12 – Martelete mecânico para Compactabilidade.

Figura 13 – Lâmpada Infra-vermelha para Ensaio de Umidade

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Figura 14 – Permeâmetro

Figura 15 – Máquina Universal de Ensaios

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Figura 16 – Máquina de RTU

Figura 17 – Máquina de RTV

8. RESULTADOS E DISCUSSÕES

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Apresentam-se abaixo os resultados obtidos com a realização dos experimentos,

assim como as suas respectivas discussões.

8.1 COMPOSIÇÃO DOS FINOS UTILIZADOS

Através da tabela 5, tem-se a composição dos finos utilizados na experiência,

provenientes da exaustão e de análises granulométricas. Pode-se perceber que os

resultados obtidos de voláteis e perda ao fogo estão bem coerentes com o que a

literatura cita. Percebe-se através destas duas características que estes finos possuem

material carbonáceo, ou seja, possuem na sua constituição pó de carvão. Outra matéria

prima presente na composição, porém em pequena quantidade, é bentonita ativa, supõe-

se que esta quantidade presente na constituição dos finos não chegou a interferir nas

propriedades como a resistência a compressão a verde, justamente pelo teor de argila

ativa obtido ser baixo.

Tabela 5 – Composição dos Finos Utilizados na Experiência

Característica Resultado (%)

Teor de Voláteis (%) 8,73

Perda ao Fogo (%) 31,63

Argila Ativa (%) 1,40

8.2 MISTURAS COM AREIA PADRÃO

Conforme já comentado, a primeira propriedade determinada em cada mistura

foi a compactabilidade, pré-fixada em 45 + 1%. Através das análises das misturas,

obteve-se os resultados descritos abaixo.

8.2.1 Umidade

O ensaio de umidade foi realizado conforme recomendação CEMP 105 –

Materiais para Fundição – Determinação do Teor de Umidade [16]. Para cada ensaio

utilizou-se 20 gramas da areia preparada e deixou-se secar por 20 minutos em lâmpada

infravermelha.

Através do ensaio de umidade constatou-se que adicionando finos na areia,

aumenta-se a esta propriedade, conforme pode ser visto na tabela 6 e figura 18. Isto

pode ser explicado pelo fato de que as partículas finas possuem uma maior capacidade

de absorver água e esta absorção ocorre por um efeito de capilaridade que os finos

possuem.

Este resultado obtido confirma o que a literatura cita, que conforme o aumento

dos finos tem-se um aumento da umidade.

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34

Tabela 6 – Influência dos Finos na Umidade

Teor de Finos (%) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Umidade (%) 1,5 2,0 2,5 3,0 3,0 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 4,0

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0

Teor de FInos (%)

Um

idad

e (

%)

Figura 18 – Influência do Teor de Finos na Umidade

8.2.2 – Permeabilidade

A análise de permeabilidade foi realizada conforme especificação técnica CEMP

061 – Aglomerantes para Fundição – Determinação da Permeabilidade da Mistura

Padrão [17]. Foram realizadas análises em três corpos de prova padrão para cada

percentual de finos adicionados, para que fosse possível a obtenção de resultados

representativos.

Desta forma constatou-se que a permeabilidade também é afetada pelo

acréscimo do teor de finos, como pode ser observado na tabela 7 e figura 19.

Aumentando-se o teor de finos tem-se um decréscimo na permeabilidade, pois se tem

uma diminuição na granulometria da areia, ou seja, um aumento de grãos pequenos na

mistura, dificultando a passagem de ar entre os grãos de areia.

Tabela 7 – Influência dos Finos na Permeabilidade

Teor de Finos (%) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Permeabilidade (AFS) 236 225 206 200 200 200 190 183 150 130 116

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35

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170

180

190

200

210

220

230

240

250

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0

Teor de Finos (%)

Perm

eab

ilid

ad

e (

AF

S)

Figura 19 – Influência do Teor de Finos na Permeabilidade

8.2.3 – Resistência a Compressão a Verde

A RCV foi determinada conforme recomendação CEMP 060 – Bentonitas para

Fundição – Determinação da Resistência a Compressão a Verde da Mistura Padrão [18],

sendo que foram rompidos três corpos de prova padrão para a obtenção de um resultado

representativo. Este ensaio foi realizado em uma máquina de ensaios universal

analógica e manual.

Segundo os resultados obtidos, que podem ser visualizados na tabela 8 e figura

20, a adição dos finos prejudica esta propriedade. Observa-se que a maior queda na

propriedade ocorre a partir da adição de 6% de finos. O interessante nesta característica

é que os resultados encontrados na experiência são contraditórios a duas citações da

literatura: uma que diz que os finos não afetam a RCV e outra que comenta que a RCV

aumenta com a adição destes componentes.

Tabela 8 – Influência dos Finos na RCV

Teor de Finos (%) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

RCV (N/cm²) 18,7 18,3 18,3 17,9 17,8 17,7 17,4 15,5 14,7 14,2 13,8

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36

12,0

12,5

13,0

13,5

14,0

14,5

15,0

15,5

16,0

16,5

17,0

17,5

18,0

18,5

19,0

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0

Teor de Finos (%)

RC

V (

N/c

m²)

Figura 20 – Influência do Teor de Finos na RCV

8.2.4 – Resistência a Tração a Úmido

A RTU foi determinada através da recomendação CEMP 062 – Bentonitas para

Fundição – Determinação da Resistência a Tração a Úmido da Mistura Padrão [019], a

uma temperatura de 310º C, em diversos tempos, variando-os de 5 à 35 segundos.

Esta propriedade não foi afetada pela adição de finos (conforme tabela 9 e figura

21). Os resultados dos corpos de prova com a adição de 10% de finos não foram

adicionados ao trabalho, pois, nesta porcentagem, tiveram-se dificuldades em encaixar o

corpo de prova na base da máquina, pois o mesmo rompia antes mesmo de acionar-se a

tração, desta forma não conseguiu-se obter nenhum resultado.

Os resultados constantes desta propriedade não foram os esperados, já que

esperava-se a diminuição da RTU com o acréscimo de finos, pois segundo a literatura, o

aumento dos finos diminui as ligações entre as partículas de argila não são mantidas,

ocorrendo a quebra do molde.

Supõe-se que tal fato tenha ocorrido por conseqüência dos finos presentes na

mistura absorverem toda a água presente, ou seja, a água na zona de condensação não

ficou na forma livre, pois os finos a absorvem pela sua porosidade, por efeito de

capilaridade, e por isto esta propriedade pode não ter sido afetada.

Tabela 9 – Influência dos Finos na RTU

Teor de Finos (%) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

RTU (N/cm²) 0,23 0,22 0,22 0,21 0,22 0,22 0,22 0,22 0,22 0,22 --

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37

0,20

0,21

0,22

0,23

0,24

0,25

0,26

0,27

0,28

0,29

0,30

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0

Teor de Finos (%)

RT

U (

N/c

m²)

Figura 21– Influência do Teor de Finos na RTU.

8.2.5 – Resistência a Tração a Verde

Este é um novo ensaio introduzido nas fundições para controle de areia a verde,

extremamente importante para empresas que trabalham com bolo de areia suspenso.

Possui o mesmo principio que o ensaio de RTU, porém não possui aquecimento e não

ocorre a variação no tempo de ruptura dos corpos de prova. Realizaram-se três analises

em cada porcentagem de finos para a obtenção de resultados representativos.

Esta propriedade foi bastante influenciada, já que a partir de 4% de finos, teve-se

uma queda nos resultados (tabela 10 e figura 22). Esta influência pode ser explicada

pelo fato de que os finos adicionados à areia alteram as ligações das forças adesivas e

coesivas, principalmente entre as lâminas de bentonita ligadas pelas forças coesivas,

fragilizando assim o conjunto quando tracionado.

Tabela 10 – Influência dos Finos na RTV

Teor de Finos (%) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

RTV (N/cm²) 2,80 2,97 2,88 2,93 2,88 2,75 2,72 2,35 1,99 1,74 1,60

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38

1,50

1,60

1,70

1,80

1,90

2,00

2,10

2,20

2,30

2,40

2,50

2,60

2,70

2,80

2,90

3,00

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0

Teor de Finos (%)

RT

V (

N/c

m²)

Figura 22 – Influência do Teor de Finos na RTV.

8.3 MISTURAS COM AREIA DE SISTEMA

Estas misturas foram realizadas com areia de sistema. Neste caso, também

utilizou-se a compactabilidade de 45 + 1% como constante para a realização dos demais

ensaios. Todas as análises foram realizadas conforme as recomendações CEMP já

citadas anteriormente. Obteve-se os seguintes resultados:

8.3.1 Umidade

Conforme pode ser observado na tabela 11 e figura 23, o aumento do teor de

finos acarretou em um aumento da umidade da mistura de areia de sistema, o que ocorre

pelo mesmo fato citado anteriormente na areia padrão.

Tabela 11 – Influência dos Finos na Umidade

Teor de Finos (%) 1,80 4,80 7,80

Umidade (%) 3,00 3,50 3,50

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0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

1,8 4,8 7,8

Teor de Finos (%)

Um

idad

e (

%)

Figura 23 – Influência do Teor de Finos na Umidade

8.3.2 Permeabilidade

A permeabilidade teve um decréscimo com o aumento dos finos, conforme

tabela 12 e figura 24, este mesmo fato ocorreu com a areia padrão. Na areia de sistema

também ocorre um decréscimo dos espaços vazios entre os grãos de areia, dificultando a

passagem de ar entre os grãos.

Tabela 12 – Influência dos Finos na Permeabilidade

Teor de Finos (%) 1,80 4,80 7,80

Permeabilidade (AFS) 80 80 70

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40

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170

180

190

200

210

220

230

240

250

1,8 4,8 7,8

Teor de Finos (%)

Perm

eab

ilid

ad

e (

AF

S)

Figura 24 – Influência do Teor de Finos na Permeabilidade

8.3.3 Resistência a Compressão a Verde

A RCV não apresentou grandes variações na areia de sistema, porém pode-se

perceber que com o aumento dos finos ocorreu uma leve queda nesta propriedade, como

o que aconteceu na areia padrão. Abaixo na tabela 13 e figura 25 pode-se perceber este

resultado.

Tabela 13 – Influência dos Finos na RCV

Teor de Finos (%) 1,80 4,80 7,80

RCV (N/cm²) 18,8 18,5 17,5

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41

13,0

13,4

13,8

14,2

14,6

15,0

15,4

15,8

16,2

16,6

17,0

17,4

17,8

18,2

18,6

19,0

1,8 4,8 7,8

Teor de Finos (%)

RC

V (

N/c

m²)

Figura 25 – Influência do Teor de Finos na RCV

8.3.4 Resistência a Tração a Úmido

Para a areia de sistema, a RTU obtida também não foi o que esperava-se (tabela

14, figura 26), os resultados são constantes com a adição de finos, assim como

aconteceu com a areia padrão.

Tabela 14 – Influência dos Finos na RTU

Teor de Finos (%) 1,80 4,80 7,80

RTU (N/cm²) 0,26 0,27 0,27

0,20

0,21

0,22

0,23

0,24

0,25

0,26

0,27

0,28

0,29

0,30

1,8 4,8 7,8

Teor de Finos (%)

RT

U (

N/c

m²)

Figura 26 – Influência do Teor de Finos na RTU.

8.3.5 Resistência a Tração a Verde

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A quantidade de finos adicionado na areia de sistema acarretou em uma queda

desta propriedade, conforme tabela 15 e figura 27. Ocorreu o mesmo fato que na areia

padrão.

Tabela 15 – Influência dos Finos na RTV

Teor de Finos (%) 1,80 4,80 7,80

RTV (N/cm²) 2,59 2,55 2,52

1,50

1,60

1,70

1,80

1,90

2,00

2,10

2,20

2,30

2,40

2,50

2,60

2,70

2,80

2,90

3,00

1,8 4,8 7,8

Teor de Finos (%)

RT

V (

N/c

m²)

Figura 27 – Influência do Teor de Finos na RTV.

CONCLUSÃO

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Através da adição dos finos em areia padrão e areia de sistema e da execução

dos ensaios de umidade, compactabilidade, permeabilidade, resistência à compressão a

verde, resistência à tração a úmido e resistência à tração a verde, conclui-se que a única

propriedade que praticamente não foi afetada pela adição de finos inertes foi a

resistência a tração à úmido, tanto para a mistura com areia padrão quanto para areia de

sistema.

O aumento da umidade para os dois tipos de areia utilizados deve-se ao fato de

que os finos inertes tendem a absorver mais água, já que possuem um efeito de

capilaridade, ou seja, tem extrema facilidade em absorver água, pois são porosos. Já o

decréscimo da permeabilidade pode ser explicado pela diminuição de espaços vazios

entre os grãos de areia da mistura, pois há um acréscimo de partículas finas, dificultando

a passagem de ar entre as mesmas. A resistência à tração a verde (RTV) tem um

decréscimo para ambas as areias utilizadas porque há uma alteração nas ligações entre

as forças adesivas e coesivas, ou seja, entre as lâminas de bentonita e os grãos de areia,

o que fragiliza o conjunto quando recebe o esforço de tração. A resistência a

compressão a verde (RCV) também diminuiu com o acréscimo dos finos, sendo que

estes resultados são contraditórios ao encontrado na literatura, uma cita que esta

característica não é afetada pela adição de finos, enquanto outra aborda o aumento da

propriedade com o acréscimo deste constituinte.

Como já citado anteriormente os resultados obtidos de resistência à tração a

úmido foram totalmente contrários dos que se esperava, ou seja, esperava-se um

decréscimo da propriedade com a adição de finos. Supõe-se que isto tenha ocorrido

porque os finos tendem a absorver toda a água presente na areia, desta forma esta água

não fica na forma livre na zona de condensação.

Pode-se dizer que os finos presentes na areia a verde podem prejudicar em muito

a qualidade desta areia, já que alteraram várias propriedades como: umidade,

permeabilidade, RCV e RTV, tanto para areia padrão quanto para areia de sistema.

Estas mudanças nas propriedades podem acarretar em problemas no produto final,

como: quebra de bolo suspenso em moldes com baixa resistência a tração a verde, ou

até mesmo, peças com defeito de gases por uma baixa permeabilidade do molde. Desta

forma, não recomenda-se utilizar uma areia a verde com um teor de finos maior de 6%,

pois acima desta porcentagem obteve-se a maior variação das propriedades.

REFERÊNCIAS

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44

[1] Caderno Técnico: Processo de Moldagem em Areia a Verde. Fundição e Matérias

Primas, São Paulo

[2] REINERT, M. I. Areias de Moldagem a Verde. Joinville: Sociedade Educacional

de Santa Catarina. 1997.

[3] ABIFA – CEMP E01. Areia Padrão para Ensaios em Fundição. São Paulo, 2003.

[4] KOERBER, V. Ensaios em Areia de Fundição. Joinville: Sociedade Educacional

de Santa Catarina - Escola Técnica Tupy. 1990.

[5] Operation and Control of Greensand Systems. BCIRA Merbership Services

[6] ROMANUS, A. Areias de Moldagem a Verde. 1. ed. Joinville: Sociedade

Educacional de Santa Catarina – Escola Técnica Tupy. 1991.

[7] Catálogo Disamatic Foundry Systems – Disa – George Fischer - 1996

[8] KUROKAWA, Y. et al... Effects os Oolitics on Green Sand Properties and

Casting Defects. American Foundry Society, 2001.

[9] ABIFA - CEMP 141. Materiais para Fundição – Determinação do Teor de

Matérias Voláteis. São Paulo, 2003

[10] ______ CEMP 120. Materiais para Fundição – Determinação da Perda ao

Fogo. São Paulo, 2003

[11] ______ CEMP 197. Areias para Fundição – Determinação do Teor de Argila

Ativa pelo Método da Curva de Regressão e da Adsorção. São Paulo, 2004

[12] ______ CEMP 068. Preparação da Mistura Padrão de Bentonitas para

Fundição. São Paulo, 2003

[13] ______ CEMP 082. Areia Base para Fundição – Determinação do Teor de

Argila pelo Método do Sifonamento. São Paulo, 2003

[14] ______ CEMP 081. Materiais Granulares Usados em Fundição –

Determinação da Distribuição Granulométrica e Módulo de Finura. São Paulo,

2003

[15] ______ CEMP 065. Bentonitas para Fundição – Determinação da

Compactabilidade da Mistura Padrão. São Paulo, 2003

[16] ______ CEMP 105. Materiais para Fundição – Determinação do teor de

Umidade. São Paulo, 2003

[17] ______ CEMP 061. Aglomerantes para Fundição – Determinação da

Permeabilidade da Mistura Padrão. São Paulo, 2003

[18] ______ CEMP 060. Bentonitas para Fundição – Determinação da Resistência a

Compressão a Verde da Mistura Padrão. São Paulo, 2003

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45

[19] ______ CEMP 062. Bentonitas para Fundição – Determinação da Resistência a

Tração a Úmido da Mistura Padrão. São Paulo, 2003