Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz Departamento...
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MAGNETISMO e
ESPIRITISMO
Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz
Departamento Doutrinário
GRUPO de ESTUDO
AULA 16
Revista Espírita – setembro de 1865
“Mediunidade curadora”
7. O médium curador recebe o influxo fluídico do
Espírito, ao passo que o magnetizador haure tudo
em si mesmo. Mas os médiuns curadores, na
estrita acepção da palavra, quer dizer, aqueles cuja
personalidade se apaga completamente diante da
ação espiritual, são extremamente raros, porque
esta faculdade, elevada ao seu mais alto grau,
requer um conjunto de qualidades morais que
raramente se encontra sobre a Terra; (...).
8. A mediunidade curadora pura sendo, pois, uma
exceção neste mundo, disso resulta que há quase
sempre ação simultânea do fluido espiritual e do
fluido humano; quer dizer, que os médiuns
curadores são todos mais ou menos magnetiza-
dores, é por isso que agem segundo os procedi-
mentos magnéticos; a diferença está na predomi-
nância de um ou de outro fluido, e na maior ou na
menor rapidez da cura.
Todo magnetizador pode se tornar médium
curador, se sabe se fazer assistir pelos bons
Espíritos; neste caso os Espíritos lhe vêm em
ajuda, derramando sobre ele seu próprio fluido
que pode decuplicar ou centuplicar a ação do
fluido puramente humano.
9. Os Espíritos vão para onde querem; nenhuma
vontade pode constrangê-los; eles se rendem à
prece se é fervorosa, sincera, mas jamais à
injunção. Disso resulta que a vontade não pode
dar a mediunidade curadora, e que ninguém
pode ser médium curador de desejo premedi-
tado. Reconhece-se o médium curador pelos
resultados que obtém, e não pela sua pretensão
de sê-lo.
10. Mas se a vontade é ineficaz quanto ao
concurso dos Espíritos, ela é onipotente para
imprimir ao fluido, espiritual ou humano, uma
boa direção, e uma energia maior. No homem
débil e distraído, a corrente é débil, a emissão
fraca; o fluido espiritual se detém nele, mas sem
proveito para ele; no homem de uma vontade
enérgica, a corrente produz o efeito de uma
ducha.
Não é preciso confundir a vontade enérgica com a
teimosia, porque a teimosia é sempre uma
consequência do orgulho e do egoísmo, ao passo
que o mais humilde pode ter a vontade do
devotamento.
A vontade é ainda onipotente para dar aos fluidos
as qualidades especiais apropriadas à natureza
do mal. Este ponto, que é capital, se prende a um
princípio ainda pouco conhecido, mas que está
em estudo, o das criações fluídicas, e das
modificações que o pensamento pode fazer a
matéria suportar. O pensamento, que provoca
uma emissão fluídica, pode operar certas
transformações moleculares e atômicas, como
se vê isto se produzir sob a influência da
eletricidade, da luz ou do calor.
14. A mediunidade curadora é uma aptidão, como
todos os gêneros de mediunidade, inerente ao
indivíduo, mas o resultado efetivo dessa aptidão é
independente de sua vontade. Ela se desenvolve,
incontestavelmente, pelo exercício, e sobretudo
pela prática do bem e da caridade; mas como ela
não poderia ter a constância, nem a pontualidade
de um talento adquirido pelo estudo, e do qual se
é sempre senhor, não poderia tornar-se uma
profissão.
Seria, pois, abusivamente que uma pessoa se
ostentasse diante do público como médium
curador. Estas reflexões não se aplicam aos
magnetizadores, porque a força está neles, e
são livres para dela dispor.
O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. XIX
PODER DA FÉ
1. Quando ele veio ao encontro do povo, um
homem se lhe aproximou e, lançando-se de
joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade
do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois
cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água.
Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o
puderam curar.
– Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e
depravada, até quando estarei convosco? Até
quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse
menino. – E tendo Jesus ameaçado o demônio,
este saiu do menino, que no mesmo instante
ficou são.
Os discípulos vieram então ter com Jesus em
particular e lhe perguntaram:
- Por que não pudemos nós outros expulsar
esse Demônio?
– Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa
incredulidade. Pois em verdade vos digo, se
tivésseis a fé do tamanho de um grão de
mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te
daí para ali e ela se transportaria, e nada vos
seria impossível. (S. MATEUS, 17:14 a 20.)
Comentários de Kardec:
3. A fé sincera e verdadeira é sempre calma;
faculta a paciência que sabe esperar, porque,
tendo seu ponto de apoio na inteligência e na
compreensão das coisas, tem a certeza de chegar
ao objetivo visado.
4. Cumpre não confundir a fé com a presunção. A
verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que
a possui deposita mais confiança em Deus do que
em si próprio, por saber que, simples instrumento
da vontade divina, nada pode sem Deus.
5. O poder da fé se demonstra, de modo direto e
especial, na ação magnética; por seu intermédio, o
homem atua sobre o fluido, agente universal, modi-
fica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por
assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que
a um grande poder fluídico normal junta ardente fé,
pode, só pela força da sua vontade dirigida para o
bem, operar esses singulares fenômenos de cura e
outros, tidos antigamente por prodígios, mas que
não passam de efeito de uma lei natural.
Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos:
se não o curastes, foi porque não tínheis fé.
Revista Espírita – janeiro de 1864
PAULO, apóstolo (Médium, Sr. Albert).
"Uma palavra sobre os médiuns curadores, dos
quais vindes de falar; estão todos nas disposições
mais louváveis; têm a fé que ergue as montanhas,
o desinteresse que purifica os atos da vida, a
humildade que os santifica. Que perseverem na
obra de beneficência, que empreenderam; que se
recordem bem que aquele que pratica as leis
sagradas que o Espiritismo ensina, se aproxima
constantemente do Criador.
Que, quando empregam sua faculdade, a prece,
que é a vontade mais forte, seja sempre seu guia,
seu ponto de apoio. O Cristo vos deu, em toda a
sua existência, a prova mais irrecusável da
vontade mais firme, mas era a vontade do bem e
não a do orgulho. Quando dizia às vezes: “Eu
quero”, essa palavra estava cheia de unção; seus
apóstolos, que o cercavam, sentiam seus
corações se abrirem a essa santa palavra.
A doçura constante do Cristo, sua submissão à
vontade de seu Pai, sua perfeita abnegação, são
os mais belos modelos de vontade que se possa
propor para exemplo.”
A FÉ HUMANA E A DIVINA
Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.)
1. (...) Até ao presente, a fé não foi compreendida
senão pelo lado religioso, porque o Cristo a
exalçou como poderosa alavanca e porque o têm
considerado apenas como chefe de uma religião.
Entretanto, o Cristo, que operou milagres
materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o
que pode o homem, quando tem fé, isto é, a
vontade de querer e a certeza de que essa vontade
pode obter satisfação.
Também os apóstolos não operaram milagres,
seguindo-lhe o exemplo?
Ora, que eram esses milagres, senão efeitos
naturais, cujas causas os homens de então
desconheciam, mas que, hoje, em grande parte
se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e
do Magnetismo se tornarão completamente
compreensíveis?
(...) O Magnetismo é uma das maiores provas do
poder da fé posta em ação.
É pela fé que ele cura e produz esses
fenômenos singulares, qualificados outrora de
milagres.
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os
encarnados se achassem bem persuadidos da
força que em si trazem, e se quisessem pôr a
vontade a serviço dessa força, seriam capazes de
realizar o a que, até hoje, eles chamaram
prodígios e que, no entanto, não passa de um
desenvolvimento das faculdades humanas.
Instruções práticas sobre o Magnetismo
Joseph Philippe François Deleuze
(revisão de Jacob Melo)
Cap. 1 – Noções gerais e princípios
14. O magnetismo, ou a ação de magnetizar,
compõe-se de três coisas: 1) a vontade de agir;
2) um sinal que seja a expressão dessa vontade;
3) a confiança no meio que se emprega.
Se o desejo do bem não está unido à vontade de
agir, poderá haver alguns efeitos, porém esses
efeitos serão desordenados.
20. A ação do magnetismo pode transportar-se a
grandes distâncias; porém, não age desse modo
senão sobre um indivíduo com o qual se está
perfeitamente em relação.
26. A confiança, que é uma condição essencial no
magnetizador, não é necessária no magnetizado;
tanto se age sobre os que creem no magnetismo
como sobre os que não creem. Basta que o magne-
tizado se abandone e não oponha resistência, mas
a sua confiança contribui em qualquer tratamento.
2° Exercício do Barão Du Potet
As mumificações
O magnetismo humano tem um poder
conservador e bactericida que era conhecido
na Antiguidade. As múmias egípcias e incas são
testemunhos eloquentes.
Submissos a uma poderosa irradiação
magnética, os cadáveres (de plantas, animais ou
humanos) decompõem-se, putreficam-se,
menos rapidamente que no estado natural.
É esse poder de conservação que fundamenta o
magnetismo curativo.
Podemos exercitar a emissão magnética
exercitando a mumificação de pedaços de
carne, frutas, pão, queijos, etc..
Coloque um pedaço de carne sobre uma folha de
alumínio ligeiramente untada com óleo vegetal,
ponha sobre uma mesa em ambiente ventilado e
iluminado, sem excesso de umidade.
Imponha as mãos bem abertas, com as palmas a
10 cm do objeto, durante 15 segundos. Então inicie
um movimento lento longitudinal, conservando a
mesma distância. Feche as mãos, distancie-as do
objeto e rapidamente volte à posição de imposição
de mãos e reinicie o processo. Repita a operação
por 20 a 25 vezes (=uma sessão).
Faça uma sessão de magnetização por dia por 5
dias.
Ao final da 5a sessão, envolva o pedaço de carne
com um tecido leve e arejado ou papel adequado
e armazene em local bem ventilado e seco. A
carne se dissecará, desprendendo algumas
vezes um pequeno odor durante 3 ou 4 dias, que
se dissipará. Duas semanas mais tarde, a carne
tomará o aspecto de um velho pedaço de
madeira e estará mumificada.
Pode-se praticar a mumificação com outros
materiais (peixes, frutas, flores...).
Quanto mais praticarmos este exercício, mais
desenvolveremos o poder magnético.
Reforce seu poder magnético através da auto-
sugestão, pensando, com firmeza, no
momento de iniciar as primeiras sessões de
magnetismo por imposição:
“Eu quero que (este objeto) seja mumificado.”
“Eu vou mumificá-lo.”