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Web-Revista SOCIODIALETO • www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande M e s t r a d o e m L e t r a s • U E M S / C a m p o G r a n d e I SSN : 217 8 -148 6 • Vo l u m e 4 • N úm er o 12 • m a i o 201 4
E d iç ã o E s p ec i a l • Hom e n a g e a d o F E R N A N D O T A R A L L O
Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai. 2014 504
SOCIOLINGUÍSTICA: TEORIA, MÉTODO E OBJETO EM
PESQUISAS IN LOCO
Clarice Nadir von Borstel1 (UNIOESTE)
RESUMO: O presente texto reverencia os estudos da diversidade linguística e a importância do tema
sobre a variabilidade nas obras de Fernando Tarallo, na década de oitenta, em que se situa a configuração
mais significativa da produção intelectual do homenageado, antes de sua morte. De acordo com as leituras
introdutórias das obras do autor iniciei o meu conhecimento sobre a sociolinguística. Para tanto, descrevo
neste texto, as abordagens de bilinguismo e do bidialetalismo que foram fundamentais em minhas
pesquisas nas comunidades de fala de (i)migrantes e de fronteiras geográficas, a partir de várias leituras
da sociolinguística: sob bases teóricas, o percurso metodológico, o corpus linguísticos com enfoque nos
fatores sócio-históricos, geográficos, culturais e de ensino. Destaco, inicialmente, os princípios
introdutórios de Tarallo e de William Labov, sobre a variação, nas variáveis linguísticas e não-
linguísticas, na sequência as contribuições teórico-metodológicas de outros pesquisadores sobre estudos
de contato linguístico. Para finalizar, apresento um estudo de caso sobre línguas em contato, abordando a
mudança de língua, alternância de código e alternância linguística do falar alemão-português de um
comunicador de rádio difusão.
PALAVRAS-CHAVE; Fernando Tarallo, Sociolinguística, Variabilidade Linguística; Línguas em
Contato, Mudança e Alternância de Código.
ABSTRACT: This text reverences the studies of the lingusitic diversity and the importance of the theme
about the variability in Fernando Tarallo‟s titles, in the eighties decade, in which is situated the most
significative configuration of the intellectual production of the honoured, before his death. According to
the introducing readings of the authors titles, I started my knowledge about the sociolinguistic. For that, I
describe in this text, the approaches of the bilingualism and the bidialetalism that were fundamental in my
researches on the language communities of (i)migrants and of geographic frontiers, from the various
readings of sociolinguistic: on this theoretical basis, the methodological trajectory, the linguistic corpus
focused on socio-historical, geographical, cultural factors and of teaching. I emphasize, first, the
introductory principles of Tarallo and of William Labov, about variation, on the linguistic variables and
non-linguistic, on the sequence the theoretical and methodological contributions of other researchers
about studies of linguistic. To finish, I present a case study about languages in contact, approaching
changes in the language, code switching and linguistic alternance of the use of German-Portuguese of a
communicator of radio diffusion.
KEYWORDS; Fernando Tarallo, Sociolinguistic, Linguistic Variability; Languages in contact, Change
and Code Switching.
1 Professora Doutora em Linguística do Programa de Pós-Graduação em Letras – nível Mestrado e
Doutorado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste.
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INTRODUÇÃO
Quando se homenageia Fernando Tarallo, como se pretende nesta publicação
especialmente a ele dedicada, discorre-se sobre a sua produtiva e importante obra,
acerca do qual muito já foi escrito e referenciado quando se trata de estudos da
Sociolinguística no Brasil, e sob a minha visão de linguística e da sociolinguística a sua
contribuição mais significativa foi a obra Pesquisa Sociolingüística, em 1986, que para
os meus estudos introdutórios bilíngues e bidialetais, quando da pesquisa de línguas em
contato dos falares da língua alemã e do português, na comunidade de fala de Marechal
Cândido Rondon, Paraná, no final da década de oitenta e início de noventa, foi
fundamental, assim como, também foram relevante as obras Falares Crioulos: línguas
em contatos com a contribuição de Tânia Alkmin, em 1987; e a obra organizada pelo
autor Fotografias Sociolinguísticas, em 1989, sobre várias pesquisas sociolinguísticas
que tratavam sobre o bilinguismo de línguas indígenas, de imigrantes e do
bidialetalismo do português.
Essas, três obras, em especial, despertaram em mim um interesse em pesquisar
os conflitos psicolinguísticos existentes e que me incomodavam sobre a minha língua
materna vernácula (os falares dialetais da língua alemã) em contato com o português,
situação tão criticada e estigmatizada pela sociedade brasileira, no período da minha
formação escolar (na adolescência).
Os estudos da variação e das variáveis linguísticas de acordo com Fernando
Tarallo, sobre a língua, distinguia-se de seus contemporâneos por divulgar, no país, um
referencial teórico novo, no país, com base nas pesquisas, da década de sessenta e
setenta, de William Labov, quando da abordagem da relação entre língua e sociedade.
Creio que o mais importante nos estudos de Fernando Tarallo, sobre o processo
histórico dos estudos da Sociolinguística no Brasil é apresentar a sua obra Pesquisa
Sociolingüística em sua própria época, caracterizar-lhes a Teoria, o Método e o Objeto,
depreendendo da contribuição alcançada por cada um dos estudiosos da
sociolinguística, sobre estudos de língua(s). A compreensão de que esses estudos sobre
a heterogeneidade constituem direções ou perspectivas, de igual modo, válidas no qual
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se sucederam e se complementam no estudo de um objeto tão complexo como foi esses
estudos da linguística no país.
Dessa forma, apresento reflexões que surgiram a partir dos estudos de Tarallo
sobre a variabilidade linguística e línguas em contato, discutindo e interpretando dados
investigados com outros estudiosos da sociolinguística e da sociologia sob o enfoque na
diversidade linguística: sócio-histórica, cultural, religiosa e de escolaridade no grupo ou
na sociedade e, por último, uma abordagem da Etnografia da Comunicação Social sob o
enfoque de um Estudo de Caso sobre a mudança de língua, alternância de código e
alternância lingüística do falar alemão-português de um comunicador de rádio difusão,
no Programa Bom Domingo da Emissora de Rádio Educadora de Marechal Cândido
Rondon, Paraná.
O FATO SOCIOLINGUÍSTICO
Ao estudar a língua e sociedade enquanto uso e não sistema linguístico em uma
comunidade ou em um dado grupo de fala, depara-se com a variação linguística,
podendo esta ser de nível fonológico, morfossintático e semântico, podendo ser
conjugados os dados gramaticais de uma língua aos fatores sociais, pragmáticos e
estilísticos da cultura de um dado grupo.
As variantes linguísticas podem manter-se estáveis no sistema ou podem,
também, encontrar-se em mutação. Dessa forma, o objeto da sociolinguística é
investigar o grau de estabilidade ou de mudança da variante linguística de uma
sociedade, comunidade e ou um grupo de fala, descrevendo seu comportamento
preditivo e interpretativo.
É graças aos estudos inovadores de Tarallo, na década de sessenta, que foi
possível tratar objetivamente sobre a Teoria, o Método e o Objeto dos fatos
sociolinguísticos, bem como, sobre a variação e as variantes linguísticas.
Portanto, desde os anos de 1992 até a presente data, trabalho com meus alunos
da Graduação na disciplina de Estudos Linguísticos (sob a abordagem da
Sociolinguística) e na Pós-Graduação com a disciplina Heterogeneidade Linguística, na
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Universidade Estadual do Oeste do Paraná, abordando estudos sobre A pesquisa
Sociolinguística de Tarallo. E, vários, foram os artigos em Periódicos e Anais que
referenciei as obras do autor.
A realidade da heterogeneidade, tanto linguística como cultural no Brasil, torna-
se um ponto de reflexão básico para um contingente significativo de estudos
linguísticos, do português e das línguas em contato de indígenas, de (i)migrantes e de
fronteiras em nosso espaço geográfico no oeste do Paraná, caracterizando uma
realidade linguística atual e presente no contexto brasileiro.
Quando se trata sobre os estudos de Fernando Tarallo, é impossível não falar
sobre William Labov, que foi seu orientador, considerado um dos precursores da
sociolingüística. Através de seus estudos linguísticos e pesquisas sobre a variação, os
autores evidenciaram em suas pesquisas que a variação e, ou a mudança linguística
ocorria não por fatores propriamente linguísticos, mas também, por fatores não-
linguísticos, ou seja, a idade, classe social, sexo/gênero feminino e masculino, tempo e
espaço geográfico, escolaridade, etnia, religião, fatores que influenciavam,
sobremaneira, os elementos linguísticos da língua.
Para tanto, de acordo com a definição proposta por Tarallo, a partir das primeiras
reflexões da Teoria Variacionista de William Labov, a Sociolinguística constitui um
estudo científico que prima pela relação língua e sociedade, mostrando que o fenômeno
linguístico sofre a influência dos aspectos sociais, culturais, identitários, econômicos,
étnicos, religiosos e políticos.
O surgimento dos estudos sociolinguísticos deve-se a uma tentativa de combate
aos estudos puramente estruturalista da linguagem, uma vez que este não levava em
conta as considerações sobre a relação língua e sociedade, mas tão somente à relação
interna da língua, sem observar o contexto: social, cultural, étnico, religioso, político e
econômico em uma sociedade ou comunidade de fala.
Quando se começou a observar os aspectos sociais da língua percebeu-se que a
função comunicativa, de interação dos sujeitos, não ocorria de forma homogênea, mas
pelo contrário, de maneira heterogênea, tão diferente de pessoa para pessoa, de região,
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de idade, de escolaridade entre outros fatores sócio-psicológicos e culturais, adotando o
modelo de análise da Sociolinguística e da Teoria da Variação Linguística.
Os estudos de William Labov, também receberam o nome de Sociolinguística
Quantitativa – quando do levantamento de dados estatísticos; sob o enfoque da teoria de
base sociológica, do método de levantamento de dados por um roteiro de entrevista,
narrativas individuais e a quantificação dos mesmos, objeto de pesquisa de variação
linguística correlacionado com os fatores extralinguísticos.
A partir deste modelo de pesquisa linguística de William Labov várias foram as
pesquisas desenvolvidas no âmbito nacional sobre as línguas de minorias linguísticas, o
português brasileiro, estudos contrastivos e comparativos do português de Portugal com
o português do Brasil.
Quando se fala em variação linguística é preciso esclarecer que essas formas de
variação existentes recebem o nome de variantes linguísticas, ou seja, as diversas
maneiras de dizer as coisas, mas de forma diferente. Por outro lado, o conjunto de
variantes recebe o nome de variável linguística.
Tarallo cita um exemplo morfossintático que esclarece essa diferença entre
variável e variante, por exemplo, a marcação de plural no sintagma nominal constitui-se
em uma variável linguística que possui duas variantes linguísticas: a presença e a
ausência do SN [-s]. Assim, de acordo os estudos de Tarallo (1986, p. 9) no português
falado no Brasil há três variantes de marca de plural do sintagma nominal: (1) As
meninaS bonitaS (2) AS meninaS bonitaØ (3) AS menina Ø bonita Ø.
Para poder chegar a este tipo de variação, o linguista apresenta uma análise que
consiste numa sistematização dos dados investigados, na descrição detalhada, na
interpretação de fatores linguísticos e extralinguísticos ou não-linguístico, na
determinação do nível linguístico e social da comunidade em que a variável pode ser
encaixada, e, por fim, uma projeção histórica da variável no sistema linguístico e, ou
sociolinguístico da comunidade de fala, conjugando a relação entre língua e sociedade
no decorrer do tempo, na história do grupo estudado o percurso de mudança ocorrida,
diacrônica e sincronicamente no processo linguístico desta variável.
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Tarallo (1986) apresenta-nos, ainda, as variantes: padrão/não padrão;
conservadora/inovadora, estigmatizada/de prestígio. Para o autor, as variantes: padrão e
conservadora estão sempre ligadas à determinação da língua que detém o prestígio
social. Ocorrendo, o mesmo com a variante não padrão, pois esta se encontra fora do
contexto da norma socialmente prestigiada, sofrendo estigmatização pela sociedade. As
variantes inovadoras segundo Tarallo, são quase sempre não padrão e, por isso, são
estigmatizadas no meio social da comunidade. No entanto, como observa o autor, nem
sempre os três pares de variantes se dão conjuntamente. Tudo depende da atitude dos
membros da comunidade se aceita ou não a variante estigmatizada e, ou inovadora.
No entender de William Labov os traços linguísticos e seus falares determinam e
identificam os grupos, assim como marcam as diferenças sociais na comunidade. É,
neste sentido, que a Sociolinguística se constitui como uma Teoria da Variação que
observa, analisa, identifica e interpreta como a relação língua e sociedade,
caracterizando a variável e, ou variante linguística constituída por um grupo, se efetiva.
Os fenômenos de uso de variáveis linguísticas podem condicionar positiva ou
negativamente as variantes de uma língua, como também, a natureza dos fatores
atuantes na variação de uma língua: variáveis internas e externas à língua. As variantes
internas encontram-se arroladas e conjugadas com relação aos fatores linguísticos nos
campos: fonológicos, morfológicos, sintáticos, semânticos e lexicais. As variantes
externas à língua encontram-se agrupados aos fatores inerentes ao sujeito da língua:
como gênero feminino e masculino, idade, etnia; aos fatores sócio-geográficos: como
região, escolarização, níveis de renda, classe social, profissão; aos contextuais: como
grau de formalidade e tensão discursiva que apresentam características circunstanciais
que ora envolvem o falante, ora o evento de fala.
Assim, de acordo com a Pesquisa Sociolingüística, quando Tarallo apresenta o
“Fato Sociolinguístico” em sua obra, discute a teoria, método e objeto, essa abordagem
que adaptei para poder desenvolver minhas pesquisas e na orientação de acadêmicos e
pós-graduandos, para poder gerar e levantar dados em comunidades plurilíngues e em
grupos minoritários bidialetais, no qual pode se referenciar a Teoria como um estudo
linguístico sob a abordagem da diversidade linguística.
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A TEORIA PARA UM ESTUDO DA DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
Para poder construir uma teoria que permita refletir sobre a língua em sua
diversidade linguística e cultural sob o viés de línguas em contato, tanto em
comunidades de fala bilíngues como também bidialetais, foi preciso buscar referenciais
teóricos que me proporcionassem esse conhecimento, para poder entender a gama de
fenômenos de usos de línguas utilizados por um determinado grupo, correlacionando
com os sistemas de línguas.
Quando descrevo pesquisas sobre contato linguístico, normalmente, procuro
referenciar as contribuições de Uriel Weinreich, de 1953, como precursor de estudos de
fenômenos de línguas em contato de natureza sociolinguística, com o seu estudo
clássico de Languages in Contac. Para o autor, “bilinguismo é a prática de empregar
duas línguas alternadamente” (WEINREICH, 1953, p. 01), para tanto, apresenta estudos
de interferência linguísticas (fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas), em
contextos bilíngues e de variação social, este texto foi muito importante para as minhas
pesquisas em comunidades de fala de línguas em contato de imigrantes (seus
descendentes) e de fronteiras geográficas.
Os textos que mais utilizei, em meus estudos, tanto teóricos como metodológicos
de William Labov, foram o Estágio na aquisição do inglês standard (LABOV, 1974
[1964]) – abordando os estágios de aquisição da língua alemã e portuguesa nas
comunidades de fala interétnicas; The social stratification of English in New York
city (LABOV, 1966) quando referencie estudos fonológicos, abordando a variação da
vibrante múltipla e simples em comunidades de fala bilíngue sobre o Brasildeutsch
(alemão-português), em Marechal Cândido Rondon e do Talian (italiano-português), em
Palotina, na região oeste do Paraná; os Modelos sociolinguísticos (LABOV, 1983
[1972]) quando descreve a variação linguística fonológica de Martha‟s Vineyar com
grupos nativos e de imigrantes na comunidade. Destaco a abordagem teórico-
metodológica utilizada pelo autor, contribuindo em minhas pesquisas sobre contato
linguísticos nas comunidades de fala de imigrantes e seus descendentes de alemães em
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Marechal Cândido Rondon e Entre Rios-Guarapuava; com os descendentes de
poloneses no distrito de Vila Margarida, também, em Marechal Cândido Rondon; com
imigrantes e descendentes de italianos em Palotina e com os imigrantes fronteiriços
remanescentes do Paraguai, na região de fronteira geográfica em Guaíra, no estado do
Paraná..
Outra contribuição dos estudos de William Labov foi a possibilidade de
descrever traços idiossincráticos, ou seja, o idioleto de um dado entrevistado que pode
diferir, consideravelmente, na fala de outros falantes e, além disso, traços fonéticos na
interlocução do falante pode ser psicolinguísticamente, muito inconsistente. Como por
exemplo, algumas vezes, o falante imigrante ou seu descendente alemão, pode realizar o
falar do termo em alemão klar – [kla:r] (límpido, claro) com o [ r ] final, outras vezes
sem o [ r ] final, ou a utilização da variação do Tepe, ou do uso da vibrante alveolar, ou
fricativa glotal em início, final de sílabas e final de palavras. A esse tipo de variação, os
linguistas denominam, tradicionalmente, de variação livre. Labov demonstrou, porém,
que a variação não é livre, mas, sim é determinada por fatores extralinguísticos e
intralinguísticos de forma predizível e que existe, mesmo no nível do idioleto. O
pesquisador não terá condições de predizer em que ocasião um falante utilizar-se-á desta
ou daquela forma, mas poderá descrever que, dependendo da classe sócio-econômica,
do espaço geográfico, do grupo étnico/cultural, da faixa etária, da escolaridade, o falante
utilizará uma ou outra variante.
De acordo com os estudos de Labov e Tarallo foi possível, em minhas pesquisas
in loco, correlacionar dados linguísticos com fatores históricos, geográficos,
socioculturais, religiosos e de escolaridade, obter, assim, um quadro mais nítido da
diferenciação bilíngue e bidialetal nas comunidades de fala investigadas. Diante disso,
muitas foram as contribuições teóricas utilizadas em minhas reflexões linguísticas,
quando investiguei as duas comunidades de fala alemão-português em Marechal
Cândido Rondon e Entre Rios-Guarapuava, Paraná.
Também referenciei estudos teóricos do artigo Sociolingüística de Jürgen Heye,
de 1986, quando apresenta as variedades da fala de acordo com as características
linguísticas distintas, trazendo discussões sobre comunidades linguísticas: estudar os
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atos linguísticos em universo socialmente definido e referencia estudos de Gumperz
(1998 [1982]), ao enfatizar o caráter negociativo da interação, em relação aos papeis
desenvolvidos pelos participantes na interação comunicativa, partindo da premissa de
que “a língua é constituída da realidade social” (GUMPERZ, 1998, p. 01 [1982]).
Heye, nesse texto, ainda, explica e exemplifica os estudos de Dittmar (1976)
quanto às variedades linguísticas (variedade padrão, regional, social e funcional).
Tratando da importância dos estudos da sociolinguística e da sociologia da linguagem,
referenciando Hymes (1968, 1972), Fishman (1968, 1971), Labov (1972) e as
concepções de bilinguismo e multilinguismo em situação linguística em duas ou mais
línguas coexistem em uma comunidade de fala ou sociedade, referenciando os estudos
de Weinreich (1953) sobre bilinguismo quando trata de interferências quanto ao nível
linguístico fonológico, morfológico, sintático e semântico, como manifestações de
desvio da norma de cada uma das línguas na fala de bilíngues, como resultado de seu
conhecimento de mais de uma língua.
Ainda de acordo com Heye (1983), “o termo „interferência‟ indica, pelo menos
em parte, a causa do fenômeno linguístico, enquanto conceito de „transferência‟
descreve o fenômeno de usos linguísticos de qualquer elemento ou traço de uma língua
numa outra” (HEYE, 1983, p. 13). Jürgen Heye, em seus estudos, preferiu utilizar o
termo transferência linguística, por ser mais neutro, quando trata sobre os traços
bilíngues em comunidades de fala. Se, para estes autores, a interferência ou
transferência linguística foi estudada mais a nível intralinguístico, em meus estudos
sobre o Brasildeutsch (traços do falar alemão e do português padrão com traços
bilíngues regionais da língua de origem étnico-cultural com os traços bidialetais da
língua nacional), houve a necessidade de considerar, também, os elementos
interlinguísticos, para tanto, em meus estudos sobre A linguagem sociocultural do
Brasildeutsch, em 2011, utilizei o termo alternância linguística. Nessa pesquisa,
evidenciaram-se traços bilíngues dialetais intralinguísticos e interlinguísticos, portanto,
“as alternâncias linguísticas ocorreram de forma inconsciente pelo falante bilíngue, por
fatores emocionais e situacionais que podem influenciar em todos os níveis do sistema
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linguístico – fonológico, morfológico, sintático, lexical, semântico e pragmático” (VON
BORSTEL, 2011, p. 90).
Ao abordar estudos bilíngues ou bidialetais referenciei estudos de Ferguson,
quando em 1959, usou o termo diglossie, para caracterizar o uso de “duas ou mais
variantes de uma mesma língua em diferentes condições” (FERGUSON, 1974, 99). De
acordo com o autor, uma comunidade se encontra em situação diglóssica, quando uma
variedade alta (do inglês high, sigla H) em caso extremo de estandardização, superpõe-
se a uma ou mais variedades baixas (do termo low, sigla L), com domínio de uso,
rigidamente determinado para uma e para outra variante. A variedade H é utilizada no
registro escrito e no uso oral formal (escola, sermão de igreja, discurso político,
conferências, noticiários, editoriais de jornais ou revistas, entre outros) – uma variável
prestigiada, já a variedade L é utilizada na comunidade em situações de conversação
informal (conversa em família e com amigos, sátiras, folclore, entre outras) – uma
variável menos prestigiadas na sociedade. Em seus estudos o autor cita e exemplifica
quatro principais comunidades em situação diglóssica: Suíça, Haiti, Grécia e países
árabes.
Fishman, em 1966, retoma o conceito de Charles Ferguson, e amplia a noção de
diglossia, estabelecendo uma delimitação analítica em bilinguismo (perspectiva
individual) e diglossia (perspectiva social), ou seja, o “bilingüismo é essencialmente
uma caracterização da versatilidade linguística individual, enquanto diglossia é uma
caracterização social de funções entre diferentes línguas e variantes” (FISHMAN, 1972,
p. 102).
A partir das discussões introdutórias destes dois autores sobre bilinguismo e
diglossia, vária foram as discussões reflexões sobre esta temática em comunidades
bilíngues ou plurilíngues, por vários estudiosos da área da Linguística, Sociologia e
Sociolinguística no mundo.
Embora, em muitas comunidades bilíngues ou plurilíngues, seja verificado o uso
regular de uma variante para finalidades mais públicas e formais e, outra, para situações
mais informais, a diglossia pode ou não ocorrer, tanto em comunidades monolíngues,
bilíngues ou plurilíngue. Ainda hoje, há sociedades que tem um prestígio maior a
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respeito da variável de uso como é o caso da Suíça, com quatro línguas oficiais: o
alemão, o francês, o italiano, o romanche e o dialeto de pretígio o Schwyzerdütch; e do
nosso país vizinho, o Paraguai, com duas línguas oficiais: o guarani e o espanhol.
Uma excelente contibuição ao estudo do bilinguismo foi o modelo de descrição
proposto por Mackey (1968) que define o “bilinguismo como uma característica
individual que pode ocorrer em graus variáveis, desde a uma competência mínima até
um domínio completo de mais de uma língua” (MACKEY, 1968, p. 555). Para o autor,
o conceito de bilinguismo é relativo e, por isso, defrontamo-nos com um problema que
envolve questões de grau, função, alternância e interferência linguísticas.
Para que eu pudesse analisar os fenômenos de a mudança de língua (language
shift), alternância de código (code switching) e alternância linguística (interferência ou
transferência), foram utilizados, principalmente, os estudos teóricos e metodológicos de
Gal (1979), Gumperz (1964, 1976, 1991,1998 [1982]), Poplack (1980, 1988), Hoffmann
(1991), Myers-Scotton (1991, 1992, 1997).
Ainda, neste meu percurso sobre a pesquisa sociolinguística, não posso deixar
de referenciar a importância dos estudos de Paulino Vandresen sobre bilinguismo, de
Stella Maris Bortoni-Ricardo sobre bidialetalismo e ensino, de Maria Cecília Mollica
tendo com base a sociolinguística e ensino, de Louis–Jean Calvet sobre políticas
linguísticas e educacionais, pesquisas que estão sendo desenvolvidas no momento atual,
de acordo com projetos de pesquisas com orientandas do doutorado.
Para consolidar o meu conhecimento sobre a diversidade linguística, quanto ao
bilinguismo, o bidialetalismo, variação/mudança na fala e na escrita, na área da
linguística, referenciando também, os estudos de Erickson (1989, 2001) e Gumperz
(1991, 1998), sob essa área do plurilinguismo cultural.
O PERCURSO METODOLÓGICO SOBRE A DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
O processo teórico-metodológico in loco, inicialmente, foi utilizado em minhas
pesquisasa a partir de um roteiro de entrevistas de acordo com estudos de Mackey
(1968) conjugado com as abordagens teórico-metodológicas de Tarallo (1986), sobre as
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narrativas de experiências pessoais e cotidianas, no qual foi possível manter entre si
uma relação lógica na geração e do levantamento de dados, utilizando tanto o método
quantitativo como qualitativo (interpretativo). E, dos estudos teórico-metodológicos de
John Gumperz quando utilizava em suas pesquisas in loco a observação participante.
Portanto, os instrumentos e as técnicas de pesquisa empírica in loco, foram
descritas, tendo como suporte os métodos utilizados por Mackey (1968), Labov (1983 e
2008 [1972]), Gumperz (1998 [1982]), de Bortoni-Ricardo 2011 ([1985]) e Tarallo
(1986).
Os estudos de Stella Maris Bortoni-Ricardo contribuíram para que eu pudesse
investigar os dados sobre redes de comunicação social, estudos que investigam a relação
de língua e sociedade no grupo, objetivando averiguar o grau de estabilidade ou de
mudança da variedade linguística do falar alemão-português na comunidade de
Marechal Cândido Rondon, Paraná, descrevendo seu comportamento preditivo, com
base em teoria e métodos de estudos sociolinguísticos quantitativos que descrevem os
dados estatísticos tanto nos aspectos linguísticos internos à língua (fonologia,
morfossintaxe, semântica) quanto às variáveis externas à língua (fatores socioculturais,
geográficos, escolaridade, faixa etária, etnias, entre outros) e qualitativos
(interpretativos), contribuindo para a interpretação de uma ou de outra variante das
formas linguísticas do falar alemão em competição com o falar português na
comunidade. Depois, inúmeras foram as contribuições teórico-metodológicas utilizadas
em minhas pesquisas in loco.
A seguir apresento uma análise que envolve a mudança de língua, a alternância
de código e a alternância linguística, na qual utilizei dos métodos acima arrolados, de
acordo com os autores citados, bem como, da observação participante de acordo com
abordagem da Etnografia da Comunicação Social, tendo como enfoque um Estudo de
Caso de um comunicador (radialista). A presente análise tem como objetivo retomar os
estudos de 1992 e contrastar episódios comunicativos do momento, para ver como se
evidencia a comunicação intercultural do radialista nos dois códigos linguísticos em
suas interlocuções com os ouvintes, nesta região do oeste do Paraná.
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A ANÁLISE DE MUDANÇA DE LÍNGUA E ALTERNÂNCIA DE CÓDIGO
CONVERSACIONAL
Passo a apresentar contato linguístico e sociocultural, tendo como objetivo
analisar as situações de mudança de língua, alternância de código e alternância
linguística da língua alemã e portuguesa, com base no instrumento de investigação de
um Estudo de Caso: entrevista e gravação de um radialista da Emissora de Rádio
Educadora de Marechal Cândido Rondon, Paraná, do Programa Bom Domingo ou
Guten Sontag que foi observado durante o mês de outubro/1991 (o radialista na época
tinha 46 anos de idade) e, agora, nos meses de março a abril de 2014 (o entrevistado tem
69 anos de idade), este estudo tem a ver com a rede de comunicação social, de um
descendente de primeira geração – falante do dialeto alemão Hunsrückisch, nascido em
São Paulo das Missões, no Rio Grande do Sul que veio para Marechal Cândido Rondon,
Paraná, na década de setenta. O entrevistado é comunicador desta emissora de rádio
difusão que tem como meios de predição e explanação o comportamento das pessoas
que ouvem todo o domingo este programa que trata sobre a cultura dos (i)migrantes e
seus descendentes germânicos, italianos, poloneses e das pessoas que moram na
fronteira geográfica com o Paraguai, nesta região do oeste paranaense.
A característica da rede social deste falante comunicador se posiciona com
relação a uma rede social. De acordo com Gumperz (1976), a posição em uma rede
social:
[...] é função da experiência comunicativa real e também varia com
educação, ocupação, segmento geracional, valores políticos e aspiração
individual de mobilidade. Dessa forma, membros de uma mesma família e
de um mesmo grupo de vizinhança poderão existir diferentes práticas no seu
uso lingüístico (GUMPERZ, 1976, p. 13-14).
Sem dúvida, língua, cultura, história e experiência comunicativa do radialista
comunicador são compartilhadas e facilitam a interação social e cultural do Programa
que está no ar a mais de quarenta anos nesta região. Na investigação in loco em 1991, o
radialista em sua interlocução no Programa Guten Sontag, fez uso da mudança de língua
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(language shift), da alternância de códico (code switching) e da alternância linguística
da língua alemã e portuguesa.
De acordo com Gal (1979),
[...] a mudança de código e a mudança de língua são funcionalmente muito
similares, pois o mesmo tipo de contexto ou intenção comunicativa levaria
um monolíngue a mudar de um estilo coloquial para outro formal, podendo
também um bilíngüe a mudar de uma língua para a outra (GAL, 1979, p.
11).
Assim, em comunidades de fala bilíngues é possível evidenciar não só a escolha
entre as línguas disponíveis aos falantes, mas também a escolha entre estilos de cada
língua.
Os fenômenos sociais, culturais e linguísticos estão sempre presentes em línguas
em contato, nas interações comunicativas entre falantes e ouvintes, quando utilizam
estes fenômenos de usos em situações enunciativas bilíngues e bidialetais.
Portanto, a alternância de código conversacional pode ser definida como
justaposição ou conjugação de fala pertencente a dois sistemas ou subsistemas
gramaticais diferentes, em um mesmo enunciado do discurso. Desta forma, Gumperz
(1976), aborda que
Com maior freqüência, a alternância de línguas toma a forma de duas
sentenças subseqüentes, isto é, quando um falante usa uma língua, ou para
reiterar sua mensagem, ou para responder à afirmação de alguém
(GUMPERZ, 1976, p. 48).
A relação existente entre o uso linguístico e o contexto social, quando se faz uso
da alternância de código, é bastante complexa, porque os participantes durante a
interação comunicativa selecionam seus códigos de maneira automática e quase
inconsciente.
Gumperz (1976) trata a alternância de código como um recurso comunicativo
imbuído de informações semântico-pragmáticas.
Assim, apresento a análise de dois fragmentos sobre a mudança de língua
(language shift), alternância de código (code switching) e alternância linguística
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(interferência ou transferência), o primeiro que foi abordado nos meus estudos na
Dissertação de Mestrado, em 1992, e, o segundo na pesquisa de março a abril de 2014.
01) (L) – Die Leute von Luzerna, Staat Santa Catarina sind hier auf Besuch
in Marechal Cândido Rondon, um Fuβball zu spielen, sich vergnüchen, mit
dem Heinrich Neumann, há!, há!, há!, Edmund Granisch und der Heitor
Vaslavic, né! Paβ euch die Kanell auf, die verbrechen euch die Kanelle, die
sind pro forsch, viu!? (O pessoal de Luzerna, estado de Santa Catarina está
aqui de visita em Marechal Cândido Rondon, para jogar futebol e, se
divertirem com Heinrich Neumann, há!, há!, há!, Edmund Granisch e
Heitor Vaslavic, né! Cuidem-se com as canelas, eles podem quebrar as
canelas, são muito fortes, viu!?)
(L) – Então pessoal de Luzerna que está aqui de visita, parabéns pra vocês e
sejam bem-vindos a Marechal Cândido Rondon e, também, a Rádio
Educadora está à disposição de vocês. Né! Vamos então trazer uma música
em alemão para homenagear os visitantes. (Fragmento do Episódio 4, do
comunicador do Programa Bom Domingo, em março/1992 – VON
BORSTEL, 1992, p. 161).
Neste fragmento 01, evidencia-se tanto a mudança de língua (language shift), a
alternância de código (code switching), a alternância linguística da língua alemã e
portuguesa, analisando os traços de alternância linguísticas fonético-semânticas de
expressões interlinguísticas da língua alemã nas situações enunciativas da alternância
dos dois códigos.
No primeiro parágrafo (L), o locutor utilizou uma situação enunciativa em
língua alemã com traços bidialetais de alternância linguística. Já no segundo parágrafo
(L), o locutor fez uso em sua comunicação da língua portuguesa, com o objetivo de se
comunicar eficientemente, o comunicador precisa controlar não apenas os códigos
linguísticos, mas a sua escolha, de modo a produzir um discurso coeso e coerente, a fim
de manter ou criar relações sociais. Essa seleção é necessária, pois os ouvintes estão
muito mais interessados no efeito comunicativo do discurso da língua alemã, do que na
forma linguística da mesma.
O comunicador utilizou de alternâncias fonético-semânticas intersentencial com
relação as seguintes expressões lexicais “sich ver’gnüchen” no sentido semântico “de
se divertir”, porém de acordo com a norma linguística da língua alemã tem-se a
expressão linguística “sich ver’gnügen”, ocorrendo na fala do radialista a troca do traço
fonético consonantal fricativo palatoalveolar // pela consoante oculusiva velar /g/,
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neste item lexical. Também utilizou a alternância linguística da expressão "Paβ euch
die Kanell auf” (Cuidem-se com as canelas) – o item lexical Kanell (as canelas), no
sentido de quebrar as pernas, na cultura popular alemã há o termo die Keule e no sentido
formal da língua alemã das Bein (a perna). Como também, fez uso da alternância de
código (code switching) fonético-semântica na expressão linguística “die sind pro
forsch” (die sind sehr stark: eles são muito fortes), na expressão “pro forsch”,
utilizando em sua fala o item lexical “pro”, ou seja, a contração da preposição „para’
mais o artigo definido masculino ‘o’ “pro” do português e o item lexical da língua
alemã Fort (forte), ocorrendo aqui o neologismo “pro forsch” do Brasildeutsch.
Em seguida, a análise do segundo episódio:
02 (L) – Hörer und Hörerinnen do programa Bom Domingo cumprimenta a
todos os ouvintes e vai ao ar todos os domingos das dez às onze e trinta
horas, nós estamos falando em nome da Auto Elétrica do João, troca
baterias, pneus e cuida de qualquer problema elétrico de seu carro, vá visitar
a Auto Elétrica do João na Rua Independência... Homenagemos os
aniversariantes Ruben Hann de Palotina e Arlindo Grass da Linha Concórdia
com a música alemã Schön ist die Jugend... (Hörer und Hörerinnen do
programa..: Senhores e senhoras ouvintes do programa.... Schön ist die
Jugend...: Bela é a juventude...) – (Fragmento de um Episódio do
comunicador do Programa Bom Domingo – Pesquisa de VON BORSTEL,
março/2014 ).
Durante os meses de março e abril de 2014, ouvi e gravei todos os domingos o
Programa Bom Domingo, das dez às onze e trinta horas. O radialista comunicador é o
mesmo da pesquisa de outubro de 1991, porém foram poucas as expressões linguísticas
utilizadas na língua alemã, atualmente interage com os ouvintes praticamente na língua
portuguesa.
Assim, nesta pesquisa, observei que o locutor utilizou as alternâncias de código
tag switching (VON BORSTEL, 1992, 1999, 2011), quando o comunicador faz uso de
expressões idiomáticas ou retóricas da língua alemã em suas interlocuções
comunicativas com os ouvintes, como no caso a alternância de código utilizando o tag
switching: Hörer und Hörerinnen...(Senhores e senhoras ouvintes...). O comunicador
em seu programa de rádio difusão homenageia os ouvintes descendentes de imigrantes
germânicos, italianos, poloneses e os vizinhos paraguaios, sempre com músicas étnico-
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culturais e enuncia a música na língua de origem, como o fez neste fragmento na língua
alemã “[...] com a música alemã Schön ist die Jugend... “, do episódio de março/2014.
A partir destes dois episódios do programa de rádio difusão Bom Domingo,
observei que no primeiro (em 1992), o locutor utiliza e interage nos dois códigos
linguísticos com os seus ouvintes, neste caso, evidenciei um continuum de sequências
enunciativas intercaladas de elementos linguísticos das duas línguas. Porém, no segundo
(de março a abril de 2014) episódio, utilizou-se de expressões idiomáticas de alternância
linguística na língua alemã.
Finalizando esta análise da mudança e alternância de código conversacional do
comunicador nos dois códigos linguísticos, verifiquei nesta pesquisa e nas gravações
deste programa de domingo, que na década de noventa o radialista utilizava os recursos
estratégico-discursivos da mudança de língua, da alternância de código e da alternância
linguística dos dois códigos lingüísticos (alemão-português), porém no presente
momento, o locutor não fez uso destes recursos linguísticos e, poucas vezes, foram
utilizadas expressões idiomáticas e retóricas da língua alemã em seu programa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir precisamente por onde iniciei este meu texto, sobre os estudos da
Sociolinguística, tendo como base inicial os estudos de Fernando Tarallo, dando
depoimentos misturando com observações bibliográficas de pesquisas muito pessoais,
sendo impossível resumir com precisão os rumos que a pesquisa de Tarallo tomou
nestas três últimas décadas e nos mostrar que não se deve temer e nem negar o passado
quando tratamos sobre teorias Linguísticas, mas nelas mergulhar sempre que pudermos,
não apenas para referenciar o estudo de Fernando Tarallo, mas acima de tudo para
podermos compreender que no momento o antigo e o atual implicam e significam na
dinâmica de estudos e reflexões sobre a Sociolinguística, na determinação e coragem
que Tarallo teve em defender suas posições e ideias sobre a variabilidade linguística
tanto bidialetal como bilíngue, em suas pesquisas no país.
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Para mostrar que os estudos de Tarallo foram importantes para o meu
conhecimento linguístico, ao finalizar o presente texto, apresentei uma análise do objeto
de pesquisa, aqui no caso, a mudança de língua e a alternância conversacional de um
radialista bilíngüe (alemão-português). Situação evidenciada em dois momentos, o
primeiro na pesquisa em outubro de 1991 e o segundo, agora, em março e abril de 2014.
Ou seja, depois de vinte anos, retomei o mesmo objeto de pesquisa do comunicador de
rádio difusão da língua e cultura teuto-brasileira na cidade de Marechal Cândido
Rondon , a partir da audição do Programa Bom Domingo.
Neste estudo comparativo e, ao mesmo tempo, contrastivo, pude verificar que no
momento atual, poucas vezes o locutor utilizou em sua comunicação a língua alemã,
portanto, o que tenho evidenciado é que o uso da língua do imigrante está
desaparecendo aos poucos na comunidade de fala de Marechal Cândido Rondon,
Paraná.
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E d iç ã o E s p ec i a l • Hom e n a g e a d o F E R N A N D O T A R A L L O
Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai. 2014 524
Recebido Para Publicação em 16 de abril de 2014.
Aprovado Para Publicação em 7 de maio de 2014.