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7 Sociologia PRÉ-VESTIBULAR sociologia homem tenta compreender as relações entre as coisas e os acontecimentos através da observação cienfica e do raciocínio, formulando leis; portanto, não mais procura conhecer a úlma das coisas e as causas absolutas. 1.8.4 O conhecimento positivo Segundo Comte, o único conhecimento válido é que se baseia em fatos. Por isso, a imaginação deve estar completamente subordinada a observação da realidade sensível e manipulável pela técnica. Constantemente, abandona-se qualquer tentava de conhecimento absoluto ou pelas causas, o objevo é chegar às leis, ou seja, as relações constantes que os fatos possuem entre si. Para Comte, somente a filosofia posivista, livre das teologias e da metasica, poderia superar as contradições da humanidade, levando a alcançar o seu desno de progresso. 1.8.5 A classificação das ciências Comte classificou as ciências segundo dois critérios interdependentes: a) O critério de generalidade decrescente e complexidade crescente; b) O critério histórico, a ordem histórica das ciências: matemáca, astronomia, sica, química, biologia e sociologia. 1.8.6 A política positivista O fundamento da políca posiva é: “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Só pode haver progresso social na medida em que o governo mantém a ordem, reprimindo as manifestações crícas, sufocando revoltas, garanndo desta forma a paz, a ordem e o progresso. Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder instaurar a nova moral posiva, subordinando os interesses individuais ao colevo, garanr a ordem social a qualquer custo. 1.8.7 A religião da humanidade Comte propôs uma religião posivista, cujo objeto de culto é a própria humanidade, através da veneração dos movos, principalmente os filósofos e cienstas. Essa religião seria a base da políca posiva, na medida em que seus sacerdotes, os sábios deveriam inculcar na sociedade os princípios morais. EXERCÍCIOS 1. (Uffs 2011) Podemos conceituar a Sociologia como a ciência que estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. No entanto, só passou a ser considerada ciência quando um determinado autor passou a formular os primeiros conceitos e demonstrou que os fatos sociais têm características próprias. Qual foi esse autor? a) Karl Marx. b) Max Weber. c) Émile Durkheim. d) Augusto Comte. e)Jean-JacquesRousseau 2. (Unicentro 2012) Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade, aquelas que aconteceram no século XVIII — e que se estenderam no século XIX — só foram superadas pelas grandes transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela revolução científico- tecnológica, que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando-a por completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras, que perduram até os dias atuais. DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. São Paulo: Persons Prentice Hall, 2004. Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar: a) A intensificação da economia agrária em larga escala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo. b) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levou ao crescimento das cidades rurais. c) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais. d) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que fez surgir as ciências sociais. e) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a diminuição da divisão do trabalho. 3. (Unioeste 2013) Em seu artigo Max Horkheimer: teoria crítica e materialismo interdisciplinar (2011), o filósofo Luís Sérgio Repa afirma que a teoria crítica procurou reintegrar a razão pelas promessas não cumpridas pelo Iluminismo. Entre os pensadores ligados a Escola de Frankfurt, Max Horkheimer se destacou por ter sistematizado e teorizado a teoria crítica, além de ter formulado um programa de pesquisa. Entre os principais fundamentos teóricos da teoria crítica frankfurtiana, assinale a alternativa correta: a) O grande mérito da teoria crítica foi separar teoria e prática e de considerar a realidade social distante do seu devir histórico. b) A teoria crítica faz uma crítica das noções de teoria e práxis, suprimindo a separação entre o ser e o dever, tão caras ao marxismo e ao ativismo político. c) Segundo a teoria crítica de Horkheimer, o pesquisador é neutro em relação à sociedade que estuda e critica, ou seja, a teoria crítica separa o sujeito do objeto do conhecimento. d) A teoria crítica tem como principal característica não se preocupar com os problemas sociais do tempo presente e por demonstrar desinteresse pela emancipação humana diante das estruturas econômicas, políticas e culturais de seu tempo. e) A ideia de emancipação humana e de um comportamento

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homem tenta compreender as relações entre as coisas e os acontecimentos através da observação científica e do raciocínio, formulando leis; portanto, não mais procura conhecer a última das coisas e as causas absolutas.

1.8.4 O conhecimento positivo

Segundo Comte, o único conhecimento válido é que se baseia em fatos. Por isso, a imaginação deve estar completamente subordinada a observação da realidade sensível e manipulável pela técnica. Constantemente, abandona-se qualquer tentativa de conhecimento absoluto ou pelas causas, o objetivo é chegar às leis, ou seja, as relações constantes que os fatos possuem entre si. Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das teologias e da metafísica, poderia superar as contradições da humanidade, levando a alcançar o seu destino de progresso.

1.8.5 A classificação das ciências

Comte classificou as ciências segundo dois critérios interdependentes:

a) O critério de generalidade decrescente e complexidade crescente;

b) O critério histórico, a ordem histórica das ciências: matemática, astronomia, física, química, biologia e sociologia.

1.8.6 A política positivista

O fundamento da política positiva é: “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Só pode haver progresso social na medida em que o governo mantém a ordem, reprimindo as manifestações críticas, sufocando revoltas, garantindo desta forma a paz, a ordem e o progresso. Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder instaurar a nova moral positiva, subordinando os interesses individuais ao coletivo, garantir a ordem social a qualquer custo.

1.8.7 A religião da humanidade

Comte propôs uma religião positivista, cujo objeto de culto é a própria humanidade, através da veneração dos motivos, principalmente os filósofos e cientistas. Essa religião seria a base da política positiva, na medida em que seus sacerdotes, os sábios deveriam inculcar na sociedade os princípios morais.

EXERCÍCIOS1. (Uffs 2011) Podemos conceituar a Sociologia como a ciência que estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. No entanto, só passou a ser considerada ciência quando um determinado autor passou a formular os primeiros conceitos e demonstrou que os fatos sociais têm características próprias. Qual foi esse autor? a) Karl Marx. b) Max Weber. c) Émile Durkheim. d) Augusto Comte. e)Jean-JacquesRousseau

2. (Unicentro 2012) Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade, aquelas que aconteceram no século XVIII — e que se estenderam no século XIX — só foram superadas pelas grandes transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela revolução científico-tecnológica, que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando-a por completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras, que perduram até os dias atuais. DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. São Paulo: Persons Prentice Hall, 2004. Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar:

a) A intensificação da economia agrária em larga escala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo. b) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levou ao crescimento das cidades rurais. c) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais.d) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que fez surgir as ciências sociais. e) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a diminuição da divisão do trabalho.

3. (Unioeste 2013) Em seu artigo Max Horkheimer: teoria crítica e materialismo interdisciplinar (2011), o filósofo Luís Sérgio Repa afirma que a teoria crítica procurou reintegrar a razão pelas promessas não cumpridas pelo Iluminismo. Entre os pensadores ligados a Escola de Frankfurt, Max Horkheimer se destacou por ter sistematizado e teorizado a teoria crítica, além de ter formulado um programa de pesquisa. Entre os principais fundamentos teóricos da teoria crítica frankfurtiana, assinale a alternativa correta:

a) O grande mérito da teoria crítica foi separar teoria e prática e de considerar a realidade social distante do seu devir histórico. b) A teoria crítica faz uma crítica das noções de teoria e práxis, suprimindo a separação entre o ser e o dever, tão caras ao marxismo e ao ativismo político. c) Segundo a teoria crítica de Horkheimer, o pesquisador é neutro em relação à sociedade que estuda e critica, ou seja, a teoria crítica separa o sujeito do objeto do conhecimento. d) A teoria crítica tem como principal característica não se preocupar com os problemas sociais do tempo presente e por demonstrar desinteresse pela emancipação humana diante das estruturas econômicas, políticas e culturais de seu tempo. e) A ideia de emancipação humana e de um comportamento

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crítico em relação à sociedade e à cultura contemporânea não é uma preocupação da teoria crítica, pois ela não anseia uma sociedade emancipada por um interesse universalista.

4. (UNIOESTE) Sobre a “Lei do Três Estados” formulada por Comte, é correto afirmar que

a) Augusto Comte demonstra com essa lei que todas as ciências e o espírito humano desenvolvem-se na seguinte ordem em três fases distintas ao longo da história: a positiva, a teológica e a metafísica.b) na “Lei dos Três Estados” a argumentação desempenha um papel de primeiro plano no estado teológico. O estado teológico, na sua visão, corresponde a uma etapa posterior ao estado positivo.c) o estado positivista apresenta-se na “Lei dos Três Estados” como o momento em que a observação prevalece sobre a imaginação e a argumentação, e na busca de leis imutáveis nos fenômenos observáveis.d) para Comte, o estado metafísico não tem contato com o estado teológico, pois somente o estado metafísico procura soluções absolutas e universais para os problemas do homem.

5. Uma série de mudanças políticas e econômicas ocorreu na Europa, a partir do fim da Idade Média. O quadro “A liberdade guiando o povo” (1830), de Eugène Delacroix, alude a um dos mais importantes acontecimentos decorrentes desse período na história europeia, a Revolução Francesa. Sobre a ligação entre as mudanças referidas no texto e o surgimento da Sociologia, é correto afirmar:

a) O desenvolvimento tecnológico e a nova postura do homem ocidental decorrentes das transformações desse período histórico propiciaram o interesse pelo entendimento da vida social. b) A credibilidade da vida social, nas cidades, passa a ser buscada na coerência dos textos sagrados e na adoração religiosa. c) A vida religiosa foi adquirindo cada vez mais importância, o que fez com que a história do cotidiano fosse concebida por um olhar sagrado. d) A arte renascentista, ao apresentar a forte ligação entre Deus e os homens, expressou as transformações sociais de forma contundente. e) O desenvolvimento da indústria se opunha à formação do processo de instalação da sociedade moderna.

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C E B C A

CAPÍTULO II KARL MARX

AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA

Os primeiros pensadores que testemunharam as transformações sociais que ocorriam desde o século XVIII e que se preocuparam em compreender e explicá-las, não eram homens de ciência ou sociólogos que viviam desta profissão. Eram antes de tudo homens voltados para a ação, que desejavam introduzir determinadas modificações na sociedade. Participavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as correntes liberais, conservadoras e socialistas. Eles não desejaram introduzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu tempo. Entre esses pensadores podemos destacar: Marx, Durkheim e Weber. Estes são considerados clássicos da sociologia, pois seus pensamentos ainda têm poder explicativo, sua vitalidade teórica e explicativa ainda alcança a era contemporânea, embora apresente limitações.

2.1 Vida e obra

Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier cidade situada na fronteira da Prússia Renana com a França. Marx foi um dos principais pensadores do século XIX, ele foi fundador do socialismo científico e grande ativista a favor da revolução proletária, apesar de não ser um sociólogo de profissão, suas teorias despertaram a consciência de uma sociologia crítica. Uma das principais

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2.8 A função da ideologia

A função da ideologia é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na esfera da produção. Busca camuflar as diferenças de classes sociais antagônicas e de fornecer aos membros da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo: a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso, a Família e etc.

2.9 A questão do método em marx a dialética materialista e

materialismo histórico

Em termos de método, Marx enfatiza que o pesquisador não deve se restringir à descrição da realidade social, mas deve também se ater á análise de como essa realidade se produz e se reproduz ao longo da história. Por exemplo, em relação às classes na sociedade capitalista não basta a descrição das duas classes sociais existentes – a capitalista e a dos trabalhadores –, mas é preciso mostrar a maneira como essas classes surgiram na história, como o conflito entre elas se mantém e quais as possibilidades de transformação dessas relações de classe no futuro.

Mostrando as possibilidades de transformação da realidade social, o cientista social pode desempenhar um papel político revolucionário, ao tomar partido da classe trabalhadora. Por isso, em Marx, a ciência tem um papel político necessariamente crítico em relação à sociedade capitalista, devendo ser um instrumento não só de compreensão, mas também de transformação da realidade.

A metodologia sociológica de Marx baseia-se na aplicação do seu materialismo dialético(concepção filosófica) aos fenômenos sociais, que por sua vez, teve mérito de fundar uma teoria científica de inegável alcance explicativo: o materialismo histórico (concepção científica). A teoria da dialética materialista se resume em: tese, antítese e síntese. E as características de sua dialética são: tudo se relaciona, tudo se transforma, mudança qualitativa e luta dos contrários.

2.10 A concepção de estado

Marx relacionou a existência do Estado às condições das classes sociais existentes na sociedade. Assim, em vez do Estado imanente e superior, acima dos homens (como pensavam os filósofos Hobbes, Locke e Rousseau), Marx apresenta-o como um instrumento da classe dominante. A gênese do Estado reside, portanto na divisão da sociedade em classes, sendo sua principal função conservar e reproduzir esta divisão, garantindo os interesses da classe que domina as outras classe.

EXERCÍCIOS

1. (UEM – Inverno 2008) E Em termos sociológicos, assinale o que for correto sobre o conceito de classes sociais:

a) Sua utilização visa explicar as formas pelas quais as desigualdades se estruturam e se reproduzem nas sociedades.b) De acordo com Karl Marx, as relações entre as classes sociais transformam-se ao longo da história conforme a dinâmica dos modos de produção.c) As classes sociais, para Marx, definem-se, sobretudo, pelas relações de cooperação que se desenvolvem entre os diversos grupos envolvidos no sistema produtivo.d) A formação de uma classe social, como os proletários, só se realiza na sua relação com a classe opositora, no caso do exemplo, a burguesia.e) A afirmação “a história da humanidade é a história das lutas de classes” expressa a ideia de que as transformações sociais estão profundamente associadas às contradições existentes entre as classes.

2. (Uel 2016) A ópera-balé Os Sete Pecados Capitais da Pequena Burguesia, de Kurt Weill e Bertold Brecht, composta em 1933, retrata as condições dessa classe social na derrocada da ordem democrática com a ascensão do nazismo na Alemanha, por meio da personagem Anna, que em sete anos vê todos os seus sonhos de ascensão social ruírem. A obra expressa a visão marxista na chamada doutrina das classes.

Em relação à doutrina social marxista, assinale a alternativa correta.

a) A alta burguesia é uma classe considerada revolucionária, pois foi capaz de resistir à ideologia totalitária através do controle dos meios de comunicação. b) A classe média, integrante da camada burguesa, foi identificada com os ideais do nacional-socialismo por defender a socialização dos meios de produção. c) A pequena burguesia ou camada lúmpen é revolucionária, identificando a alta burguesia como sua inimiga natural a ser destruída pela revolução. d) A pequena burguesia ou classe média é uma classe antirrevolucionária, pois, embora esteja mais próxima das condições materiais do proletariado, apoia a alta burguesia.

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e) O proletariado e a classe média formam as classes revolucionárias, cuja missão é a derrubada da aristocracia e a instauração do comunismo. 3. (Ueg 2015) Para Marx, diante da tentativa humana de explicar a realidade e dar regras de ação, é preciso considerar as formas de conhecimento ilusório que mascaram os conflitos sociais. Nesse sentido, a ideologia adquire um caráter negativo, torna-se um instrumento de dominação na medida em que naturaliza o que deveria ser explicado como resultado da ação histórico-social dos homens, e universaliza os interesses de uma classe como interesse de todos. A partir de tal concepção de ideologia, constata-se que:

a) a sociedade capitalista transforma todas as formas de consciência em representações ilusórias da realidade conforme os interesses da classe dominante. b) ao mesmo tempo que Marx critica a ideologia ele a considera um elemento fundamental no processo de emancipação da classe trabalhadora. c) a superação da cegueira coletiva imposta pela ideologia é um produto do esforço individual principalmente dos indivíduos da classe dominante. d) a frase “o trabalho dignifica o homem” parte de uma noção genérica e abstrata de trabalho, mascarando as reais condições do trabalho alienado no modo de produção capitalista

4. (Uel 2005) Analise a figura a seguir.

A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva sociológica baseada nas reflexões teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao caráter ideológico de certas noções de Estado. Sobre a relação entre Estado e sociedade segundo Karl Marx, é correto afirmar:

a) A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem indispensável à sociedade.b) O Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses dos setores hegemônicos das classes dominantes.c) O Estado tem por finalidade assegurar a felicidade dos cidadãos e garantir, também, a liberdade individual dos homens.d) O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos cidadãos, garantindo, assim, a harmonia social.e) Os regimes totalitários são condição essencial para que o Estado represente, igualmente, os interesses das diversas classes sociais

5. (Uem 2012) Escrito há quase duzentos anos, por Karl Marx e Friedrich Engels, o Manifesto Comunista denunciava as desigualdades sociais vividas pelos homens na sociedade capitalista. Leia trecho dessa obra, reproduzido a seguir, e assinale o que for correto sobre o desenvolvimento econômico.

“A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos das classes. Estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta no lugar das antigas [...] A manufatura já não era suficiente. Em consequência disso, o vapor e as máquinas revolucionaram a produção industrial. O lugar da manufatura foi tomado pela indústria gigantesca moderna, o lugar da classe média industrial, pelos milionários da indústria, líderes de todo o exército industrial, os burgueses modernos”

(MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. O Manifesto do Partido Comunista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, 10ª Edição, p.09 e 11 – Coleção Leitura).

I- A passagem da manufatura para indústria gerou um processo de modificação do espaço natural que foi bastante equilibrado, sem prejuízos ao meio ambiente. II - O trecho acima se refere ao contexto de formação da sociedade capitalista e à composição dos antagonismos de classe, os quais opõem proprietários dos meios de produção e proprietários da força de trabalho. III - As relações estabelecidas pelas classes sociais na sociedade burguesa moderna são pautadas pela cooperação, a qual conduz ao desenvolvimento econômico gerador de melhor condição de vida para todos. IV - As relações de troca se revolucionaram em virtude de o crescimento da burguesia moderna ter ocorrido na mesma proporção do crescimento da produção industrial. V - O desenvolvimento da indústria está assentado no emprego do trabalho humano, o único detentor de conhecimento para alterar a matéria-prima, a partir do uso de instrumentos que ele mesmo produz.

Estão corretas:a) II, IV, Vb) I, II, Vc) III, IV, Vd) I, IV, Ve) I, II, III

gabarito

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E D A B A

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a vida dos indivíduos em sociedade. Tais fatos sociais são diferentes dos fatos estudados por outras ciências por terem origem na sociedade, e não na natureza (como nas ciências naturais) ou no individuo (na psicologia)

3.7 Características do fato social

Esses fatos sociais têm três características básicas que permitirão sua identificação na realidade, elas são: gerais, exteriores e coercitivos.

1ª. Generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;

2ª. Exterioridade – o fato social é externo ao individuo, existe independentemente de sua vontade. Isto é, consistem em ideias, normas ou regras de conduta que não são criadas isoladamente pelos indivíduos, mas foram criadas pela coletividade e já existem fora de nós quando nascemos.

3ª. Coercitividade – os indivíduos veem-se obrigados a seguir o comportamento estabelecido porque essas ideias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade; se isso não acontece, se alguém desobedece a elas, é punido, de alguma maneira pelo resto do grupo.

É justamente a educação um dos exemplos preferidos por Durkheim para mostrar o que é um fato social. O individuo, segundo ele, não nasce sabendo previamente as normas de conduta necessárias para a vida em sociedade. Por isso, toda sociedade tem de educar seus membros, fazendo com que aprendam as regras necessárias à organização da vida social. As gerações adultas transmitem às crianças e aos adolescentes aquilo que aprenderam ao longo de sua vida em sociedade. Com isso, o grupo social é perpetuado, a pesar da morte dos indivíduos.

O que a criança aprende na escola? Ideias, sentimentos e hábitos que ela não possui quando nasce, mas que são essenciais para a vida em sociedade. A linguagem, por exemplo, é aprendida, em grande medida, na escola. Ninguém nasce conhecendo a língua de seu país. É necessário um aprendizado, que começa já nos primeiros dias de vida e se prolonga no decorrer dos muitos anos na escola, para que a criança consiga se comunicar de maneira adequada com seus semelhantes. Sem o aprendizado da linguagem, a criança não poderia participar da vida em sociedade

3.8 Instituição

Outro conceito importante para Durkheim é o de instituição. Para ele, uma instituição é um conjunto de normas e regras de vida que se consolidam fora dos

indivíduos e que as gerações transmitem uma às outras. Há ainda muitos outros exemplos de instituições: família Estado, Igreja, Exército, etc. Assim, para Durkheim é a sociedade, como coletividade, que organiza, condiciona as ações individuais. O individuo aprende a seguir normas e regras de ação que lhes são exteriores. Ou seja, que não foram criadas por ele, e são coercitivas, pois limitam sua ação e prescreve punições para quem não obedecer aos limites sociais. A função das instituições é socializar os indivíduos, fazer com que eles assimilem as regras e normas necessárias à vida em comum.

EXERCÍCIOS1. De acordo com Émile Durkheim, os fatos sociais são características que moldam o comportamento dos indivíduos em sociedade. Os fatos sociais são definidos pelo autor como sendo:

a) Exteriores ao indivíduo, expressivos e generalizados.b) Generalizados, expressivos e naturais.c) Exteriores ao indivíduo, coercitivos e generalizados.d) Coercitivos, naturais e expressivos.

2. (Unioeste/2015) “Solidariedade orgânica” e “solidariedade mecânica” são conceitos propostos pelo sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) para explicar a ‘coesão social’ em diferentes tipos de sociedade. De acordo com as teses desse estudioso, nas sociedades ocidentais modernas, prevalece a ‘solidariedade orgânica’, onde os indivíduos se percebem diferentes embora dependentes uns dos outros. A lógica do mercado capitalista, entretanto, baseada na competição individualista em busca do lucro, pode corromper os vínculos de solidariedade que asseguram a coesão social e conduzir a uma situação de ‘anomia’. De acordo com os postulados de Durkheim, é CORRETO dizer que o conceito de “anomia” indica

a).A condição na qual os indivíduos não se identificam como membros de um grupo que compartilha as mesmas regras e normas e têm dificuldades para distinguir, por exemplo, o certo do errado e o justo do injusto. b). uma situação na qual aqueles indivíduos portadores de um senso moral superior devem se colocar como líderes dos grupos dos quais fazem parte. c). a necessidade de todos demonstrarem solidariedade com os mais necessitados. d). a solidariedade que as pessoas demonstram quando entoam cantos nacionalistas e patrióticos em manifestações públicas como os jogos das seleções nacionais de futebol

3. (Ufu 2016) A Sociologia surge no século XIX, momento marcado por uma intensa crise social na Europa. Émile Durkheim não deixou de ser influenciado por esse contexto. Nesse sentido, um dos seus objetivos era fazer da Sociologia uma disciplina científica capaz de criar repostas aos desafios enfrentados pela sociedade moderna. Entre os desafios, colocava-se a crescente contradição entre capital e trabalho, entendida pelo autor como um exemplo dos efeitos de um estado de anomia, caracterizado

a) pela excessiva regulamentação estatal sobre as atividades econômicas.

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b) pela intensificação dos laços de solidariedade mecânica no interior das corporações. c) pela ausência de instituições capazes de exercerem um poder moral sobre os indivíduos. d) pelo aprofundamento da desigualdade econômica. 4. (Ufu 2016) Em 1987, a então Primeira-Ministra da Grã-Bretanha, Margaret Thatcher, deu uma declaração durante uma entrevista que resumia, em parte, o seu ideário político liberal: “A sociedade não existe. Existem homens, existem mulheres e existem famílias”.

O governo de Thatcher ficaria conhecido como um dos precursores do chamado Estado neoliberal, que enfatizava, entre outros ideais, o individualismo. Assim, esta concepção de governo contradiz os fundamentos da Sociologia de Durkheim, segundo o qual a sociedade poderia ser identificada

a) como a soma de indivíduos que definem seus valores em comum, unindo-se por laços de solidariedade voluntária. b) a partir da existência de um contrato social que dá origem ao Estado e à sociedade civil. c) como o resultado da ação da classe dominante, capaz de reunir e controlar as massas. d) pela síntese de ações e sentimentos individuais que originam uma vida psíquica sui generis. 5. (Ueg 2016) O objeto de estudo da sociologia, para Durkheim, é o fato social, que deve ser tratado como “coisa” e o sociólogo deve afastar suas prenoções e preconceitos. A construção durkheimiana do objeto de estudo da sociologia pode ser considerada:

a) positivista, pois se fundamenta na busca de objetividade e neutralidade. b) dialética, pois reconhece a existência de uma realidade exterior ao pesquisador. c) kantiana, pois trata da “coisa em si” e realiza a coisificação da realidade. d) nietzschiana, pois coloca a “vontade de poder” como fundamento para a pesquisa. e) weberiana, pois aborda a ação social racional atribuída por um sujeito.

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CAPÍTULO IV: MAX WEBER

4.1 Vida e obra

Nascido em Erfut, a 21 de Abril de 1864, Max Weber

tornou-se um dos sociólogos e economistas político mais importantes da Alemanha nos séculos XIX e XX. Max Weber foi um dos mais importantes clássicos da sociologia, pois suas teorias contribuem até hoje para a análise da vida social. Filho de uma abastada família de comerciantes formou-se em direito e economia nas Universidades de Berlim e de Heidelberg respectivamente. Mais tarde trabalhou como professor nas Universidades de Berlim (1893), Freiburg (1894), Heidelberg (1897), Viena (1917). Pode-se afirmar que a vida de Max Weber foi totalmente dedicada aos estudos, à pesquisa e à participação ativa na política alemã de seu tempo, principalmente mediante suas intervenções em conferências, seus artigos para jornais e revistas e seus escritos publicados em vida e postumamente. Max Weber é um pensador de tendência ideológica conservadora e suas análises têm características histórico-comparativa. Entre suas principais obras podemos destacar: A ética protestante e o espírito do capitalismo e Economia e sociedade.

4.2 A metodologia e a neutralidade científica

A sua insistência em compreender as motivações das ações humanas levou-o a rejeitar a proposta do positivismo de transferir para a sociologia a metodologia de investigação utilizada pelas ciências naturais. Não havia, para ele, fundamento para esta resposta, uma vez que o sociólogo não trabalha sobre uma matéria inerte,

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EXERCÍCIOS

1. Max Weber alinhava-se à visão de Marx em relação ao tratamento do desenvolvimento do capitalismo no mundo moderno e às investigações sobre os sistemas anteriores de produção e as lógicas de relações sociais que se estabeleciam em volta deles. Entretanto, Weber discordava de Marx em alguns pontos cruciais. Quais são eles?

a) Enquanto Marx acreditava que a religião era o ópio do povo, Weber era um religioso convicto.b) Enquanto Weber elaborou seus trabalhos sob a perspectiva do materialismo histórico, Marx foi lembrado por sua sociologia compreensiva.c) Enquanto Marx construiu sua teoria sob a perspectiva do materialismo histórico, Weber foi lembrado por sua sociologia compreensiva.d) Marx e Weber não discordaram em nenhum ponto de suas teorias.

2. (Unicentro) D “A ação social (incluindo tolerância ou omissão) orienta-se pela ação de outros, que podem ser passadas, presentes ou esperadas como futuras (vingança por ataques anteriores, réplica a ataques presentes, medidas de defesa diante de ataques futuros). Os ´outros` podem ser individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos” (Max Weber. Ação social e relação social. In M.M. Foracchi e J.S Martins. Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro, LTC, 1977, p.139).

Max Weber, um dos clássicos da sociologia, autor dessa definição de ação social, que para ele constitui o objeto de estudo da sociologia, apontou a existência de quatro tipos de ação social. Quais são elas?a) Ação tradicional, ação afetiva, ação política com relação a valores e ação racional com relação a fins.b) Ação tradicional, ação afetiva, ação racional e ação carismática.c) Ação tradicional, ação afetiva, ação política com relação a valores, ação política com relação a fins.d) Ação tradicional, ação afetiva, ação racional com relação a fins, ação racional com relação a valores.e) Ação tradicional, ação emotiva, ação racional com relação a fins e ação política não esperada.

3. Max Weber alinhava-se à visão de Marx em relação ao tratamento do desenvolvimento do capitalismo no mundo moderno e às investigações sobre os sistemas anteriores de produção e as lógicas de relações sociais que se estabeleciam em volta deles. Entretanto, Weber discordava de Marx em alguns pontos cruciais. Quais são eles?a) Enquanto Marx acreditava que a religião era o ópio do povo, Weber era um religioso convicto.b) Enquanto Weber elaborou seus trabalhos sob a perspectiva do materialismo histórico, Marx foi lembrado por sua sociologia compreensiva.c) Enquanto Marx construiu sua teoria sob a perspectiva do materialismo histórico, Weber foi lembrado por sua sociologia compreensiva.d) Marx e Weber não discordaram em nenhum ponto de suas teorias.

4. (UEL 2008) Max Weber, sociólogo alemão, conceituou três tipos ideais de dominação: dominação legal, dominação tradicional e dominação carismática. São tipos ideais porque são construções conceituais que o investigador utiliza para fazer aproximações entre a teoria e o mundo empírico.

Leia a seguir o trecho da Carta Testamento de Getúlio Vargas:

Sigo o destino que é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. (VARGAS, G. Carta Testamento. Disponivel em: http://www.cpdoc.fgv.br/dhbd/verbetes_htm/5458_53.asp. Acesso em: 17 nov. 2007.)

Com base nos conhecimentos sobre os tipos ideais de dominação e levando em consideração o texto citado e as características históricas e políticas do período, assinale a única alternativa que apresenta a configuração correta do tipo de dominação exercida por Getúlio Vargas.

a. Dominação carismática e tradicional.b. Dominação tradicional que se opõe à dominação carismática.c. Dominação tradicional e legal.d. Dominação legal e carismática.e. Dominação legal que reforça a dominação tradicional.

5. UEL 2009 Observe a figura a seguir.

Sobre o processo de organização do trabalho representado na figura, é correto afirmar que esse expressa, segundo a forma pela qual Max Weber o analisa,

a. o papel libertador da técnica na vida dos indivíduos, pois potencializa as capacidades físico-intelectuais humanas.

b. o tipo ideal de sociedade, pois esta, por ser justa aloca cada um nas funções para as quais tem aptidões inatas.

c. o declínio das formas racionais de dominação burocrática que, tradicionalmente, estiveram presentes nas sociedades orientais.

d. a formação de uma ordem econômica e técnica que define violentamente a vida dos indivíduos nascidos sob esse sistema.

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gabarito01 02 03 04 05

C D C A D

CAPÍTULO V: OS DEBATES ENTORNO DA CULTURA

5.1 Cultura erudita e cultura popular

Ao analisar o “Renascimento”, movimento cultural surgido no norte da Itália, nos séculos XIV e XV, percebemos que ele estava ligado a uma determinada parcela da população da Europa: a burguesia e a uma determinada elite intelectual.

A burguesia era formada por comerciantes que tinham como objetivo principal o lucro, através do comércio de especiarias vindas do oriente. Esse segmento da sociedade conquistou não apenas novos espaços sociais e econômicos, mas também procurou resgatar ou fazer renascer antigos conhecimentos da cultura greco-romana. Daí o nome Renascimento.

A burguesia não só assimilou esses conhecimentos como, ainda, acrescentou outro, ampliando o seu universo cultural. Por exemplo, ao tentar reviver o teatro de Sófocles e Euripedes (que viveram na Grécia antiga), os poetas italianos do século XVI substituíram a simples declaração pela recitação contada dos textos acompanhada por instrumentos musicais. Dessa forma, acabaram por criar um novo gênero a “ópera”.

Desde a sua origem, a burguesia preocupou-se com a transmissão desse conhecimento a seus pares. A partir daí, então, foram surgindo instituições como as universidades, as academias e as ordens profissionais (advogados,

médicos, engenheiros e outros). Com o passar dos séculos e com o processo de escolarização, a cultura dessa elite burguesa tomou corpo, desenvolveu-se com base em técnicas racionalistas e científicas. Surgiu assim a cultura erudita.

Essa cultura “erudita”, ou “superior”, também designada de “elite”, foi se distanciando da cultura, da maioria da população, pois era feita pela e para a burguesia. Por isso, ao pensarmos em cultura erudita, imediatamente concluímos que seus produtores fazem, parte de uma elite política, econômica e cultural que pode ter acesso ao saber associado à escrita, aos livros, ao estudo.

A cultura popular, por sua vez, mais próxima do senso comum e mais identificada com ele, é produzida e consumida pela própria população, sem necessitar de técnicas racionalizadas e científicas. É uma cultura em geral transmitida oralmente, registrando as tradições e os costumes de um determinado grupo social. Da mesma forma que a cultura erudita, a cultura popular alcança formas artísticas expressivas e significativas.

Vale ressaltar que, ao afirmar que os produtores da cultura erudita fazem parte de uma elite não significa dizer que essa cultura seja homogênea, é impossível definir cultura erudita, porque não podem ser homogeneizados os elementos culturais produzidos por intelectuais, fazendeiros, empresários, burocratas. Porém, é igualmente impossível definir cultura popular, dada as populações culturais diferenciadas de camponeses, operários, classe média baixa, etc.

De qualquer forma, não podemos perder de vista que o espaço reservado na sociedade para cada uma das duas culturas é bastante diferenciado, este é um dos aspectos que diferencia essas duas culturas: enquanto a cultura erudita é transmitida pela escola e confirmada pelas instituições (governo, religião, economia), a cultura popular não é oficial, é a do povo comum, ela expressa sua forma simples de conceber a realidade.

Não devemos esquecer que a cultura é dinâmica, por isso, tanto a cultura popular quanto a cultura erudita estão sempre, com maior ou menor intensidade, incorporando e reconstruindo novos elementos culturais sem perder a sua essência expressiva.

5.2 Cultura de massa e indústria cultural

A partir do final do século XX, a industrialização em larga escala atingiu, também, os elementos da cultura erudita (pertence a uma elite que pode ter acesso ao saber associado à escrita, aos livros, ao estudo) e da cultura popular (aquela de senso comum produzida e consumida pela própria população, sem necessidade de técnicas racionalizadas e científicas, transmitida oralmente,

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semanal da Loto, Sena, jogo do bicho, rifas, bingos e demais loterias. Além disso, há sempre o recurso ao ersatz, ou seja, a imitação barata da roupa, da jóia.

EXERCÍCIOS1. (Unesp 2014) E Não somente os tipos das canções de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como invariantes fixos, mas o conteúdo específico do espetáculo só varia na aparência. O fracasso temporário do herói, que ele sabe suportar como bom esportista que é; a boa palmada que a namorada recebe da mão forte do astro, são, como todos os detalhes, clichês prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema. Desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O número médio de palavras é algo em que não se pode mexer. Sua produção é administrada por especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no escritório. (Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. “A indústria cultural como mistificação das massas”. In: Dialética do esclarecimento, 1947. Adaptado.)

O tema abordado pelo texto refere-se:a) ao conteúdo intelectualmente complexo das produções culturais de massa.b) à hegemonia da cultura americana nos meios de comunicação de massa.c) ao monopólio da informação e da cultura por ministérios estatais.d) ao aspecto positivo da democratização da cultura na sociedade de consumo.e) aos procedimentos de transformação da cultura em meio de entretenimento.

2. (UEPG PR/2013) O conceito de comunicação de massa se tornou conhecido no século XX e está ligado à expansão e popularização dos grandes veículos de comunicação como os jornais, as emissoras de rádio e de TV e o cinema. A respeito desse tema, assinale o que for correto.1. Líderes políticos vinculados a regimes autoritários, como Hitler e Mussolini, controlaram e utilizaram fartamente os meios de comunicação para estabelecer contato direto com as massas. 2. Comunicação de massa e indústria cultural são elementos que se complementam. Essa indústria se utiliza dos meios de comunicação de massa para difundir valores e estimular comportamentos coletivos. 3. A informação, a educação e o entretenimento são funções que podem ser exercidas pelos meios de comunicação de massa. 4. Os meios de comunicação de massa se preocupam sempre com um segmento social: aquele que verdadeiramente detém maior poder aquisitivo. As camadas populares não são atingidas por esses veículos de comunicação. 5. Uma das principais características dos meios de comunicação de massa, desde a sua origem, foi o estabelecimento de um diálogo entre emissores e receptores, o que chama-se atualmente de interatividade.

3. Com base nos gráficos e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir:

I. Os dados sobre a divisão das concessões de Rádio e TV no Brasil indicam concentração de poder, de produção e de circulação de produtos culturais.II. Embora a Rede Globo tenha o maior número de grupos afiliados, de audiência e de arrecadação com o mercado publicitário, a divisão equânime entre as outras redes garante a feição democrática da maior indústria cultural do Brasil.III. O mercado dos diferentes veículos de mídia revela que mais de 60% dos jornais e 70% da audiência de TV pertencem a dois grupos, que apresentam o maior faturamento na indústria cultural nacional.IV. Os números de grupos afiliados às grandes redes revelam diversificação, flexibilização e maior regionalização na produção dos bens culturais, e, portanto, uma tendência de fortalecimento da democratização social.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.a) I e II.b) I e III.c) III e IV.d) I, II e IV.e) II, III e IV.

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4. (UENP-PR) Sobre a cultura de massa, a indústria cultural e a pop art, julgue as afirmativas a seguir.

I. A pop art socializou a arte mantendo o engajamento político; em suas obras, o sonho americano se dividiu entre promessa e maldição, já que os avanços tecnológicos capazes de preencher o mercado com uma série de diferentes produtos também contribuíam para a criação de armas e outros objetos que limitavam a liberdade individual. II. Indústria cultural é o nome dado a empresas e instituições que trabalham com a produção de projetos, canais, jornais, rádios, revistas e outras formas de descontração baseadas na cultura, visando o lucro e produzindo cultura de massa. III. O grande fato cultural que cerca a televisão é que, a partir dos anos 1950, ela passou a centralizar os debates sobre a cultura de massa da mesma forma que esses debates eram centralizados no cinema nas décadas de 1940 e 1950, pois quem fala nessas décadas tem como referência os anos dourados de Hollywood.

Está/Estão:

a. Nenhumab. Apenas IIc. Todasd. Apenas IIIe. Apenas I e III

5. (Fgv 2015) A regulamentação dos meios de comunicação tem gerado controvérsias, trazendo à tona a discussão sobre o direito de liberdade de expressão. Recentemente, no Brasil, esse debate se desenvolveu em torno do Marco Civil da Internet, sancionado em 2014.Relacione os princípios do Marco Civil da Internet às normas listadas.

I. NeutralidadeII. PrivacidadeIII. Liberdade de expressão

( ) O sigilo e a inviolabilidade dos fluxos de comunicação e de conversas armazenadas devem ser garantidos.( ) A remoção de conteúdo, para impedir a censura, não fica a cargo do provedor, podendo ser feita mediante ordem judicial.( ) As fotos de indivíduos devem ser autorizadas por eles para serem veiculadas em anúncios na rede.( ) Os pacotes de dados que circulam pela rede devem ser tratados de forma isonômica, sem distinção por conteúdo, origem, destino ou serviço.

Assinale a opção que mostra a relação correta, de cima para baixo.

a) I, III, II e I. b) II, I, II e III. c) III, III, I e II. d) I, II, III e III. e) II, III, II e I.

gabarito

01 02 03 04 05

E 1, 2, 3 B B B

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6.4 Socialização

A socialização é um tipo específico de inteiração que molda a natureza da personalidade humana e, por sua vez, o comportamento humano, a interação e a participação na sociedade. Sem socialização, nem os homens sem a sociedade seriam possíveis.

São facilmente perceptíveis as diferenças de costumes que existem de uma sociedade para outra. Os primeiros pensadores sociais apontaram, com certa razão, que estes costumes são diferentes em parte por causa da própria diferença entre os meios físicos em que se encontram as sociedades: em um ambiente de clima frio, as pessoas usarão mais roupas e provavelmente ficarão menos tempo fora de suas casas; em um local com alimentos abundantes elas poderão trabalhar menos e não terão de competir por comida. Mas como explicar, através desta ideia de determinismo físico, que em certos lugares a manipulação da comida seja feita com dois pauzinhos, em outros com diversos talheres e ainda em outros com as próprias mãos? Estas diferenças são resultados não da adaptação da sociedade ao meio, mas da adequação dos indivíduos à vida em sociedade. E a este processo de integração de cada pessoa aos costumes preexistentes que damos o nome da socialização.

De maneira mais completa, define-se socialização como a internalização de ideias e valores estabelecidos coletivamente e a assimilação de papéis e de comportamentos socialmente desejáveis. Significa, portanto, a incorporação de cada homem a uma identidade maior que a individual: no caso, a incorporação do homem à sociedade. É importante associar de maneira correta a socialização à cultura: esta se encontra profundamente ligada à estrutura social, enquanto que a socialização pode ser resumida à transmissão de padrões culturais.

O processo de socialização por excelência é a educação. Mas não somente aquela que adquirimos na escola, a denominada educação formal que consiste, entre outros conhecimentos, no aprendizado da língua e da história do próprio povo. Há uma outra educação, que aprendemos apenas no próprio convívio com as outras pessoas e que corresponde ao modo como devemos agir em momentos-chave da nossa vida. E a socialização através da família, dos amigos e até mesmo de desconhecidos. As famílias ensinam, a título de exemplo, quais das suas necessidades devem ser atendidas pelo pai e quais devem ser atendidas pela mãe. Com os amigos aprendemos os princípios da solidariedade e a importância da prática de esportes. Com desconhecidos podemos aprender a aguardar a nossa vez em fila, sem atropelos, e a não falar alto em locais como o teatro ou a sala de aula. Outro exemplo claro é o caso de um

homem que muda de país e que tem de aprender o idioma e as normas da nova sociedade em que se encontra, isto é, os padrões segundo os quais seus membros se relacionam.

Vista dessa maneira, a socialização pode ser interpretada como condicionadora das atitudes e, portanto, como uma expressão da coerção social. Mas a socialização, justamente por se realizar de maneira difusa e fragmentada por diferentes processos, deixa alguns espaços livres para a iniciativa individual espontânea, como a escolha dos amigos, do local onde se deseja morar ou da atividade que se quer exercer.

Se existem diferentes processos de socialização, tanto entre sociedades quanto dentro de uma mesma, é possível atribuir a eles limites e graduações. A socialização na esfera econômica induz ao trabalho, mas não a que tipo de trabalho. Aprende-se a respeitar os mais velhos, mas nada impede a repreensão de um setuagenário que solta baforadas de charuto em alguém. Há a possibilidade de identificarmos indivíduos mais ou menos socializados, isto é, mais ou menos integrados aos padrões sociais. Uma pessoa pode ser um ótimo arquiteto, ao mesmo tempo em que é alcoólatra. Uma pessoa pouco socializada não absorveu completamente os princípios que regem a sociedade, causando frequentemente transtornos aos que estão à sua volta.

EXERCÍCIOS1. É, assim, imprescindível debater com a sociedade um outro conceito de currículo e escola, com novos parâmetros de qualidade. Uma escola que seja um espaço e um tempo de aprendizados de socialização, de vivências culturais, de investimento na autonomia, de desafios, de prazer e de alegria, enfim, do desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões. Essa escola deve ser construída a partir do conhecimento da realidade brasileira. Nesse processo, é preciso valorizar os avanços e superar as lacunas existentes no projeto político-pedagógico, ou seja, melhorar aquilo que pode ser melhorado.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Departamento de políticas de educação infantil e ensino fundamental. Coordenação geral do ensino fundamental. Orientações gerais. Brasília, 2004. p. 11.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf>. Acessado em: 26/05/2012.

A partir do texto citado podemos estabelecer que:

a) A escola é a única instituição para que as crianças aprendam e interiorizem as normas e regras que o processo de socialização tem para nos transmitir.b) A escola não tem a obrigação de considerar dimensões ou problemáticas externas, já que é somente responsável por

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aquilo que acontece nas salas de aula e por ensinar o conteúdo curricular estabelecido.c) A transmissão de conhecimentos sociais, de regras, comportamentos, respeito e atitudes corretas para as crianças acontece no espaço da escola de maneira exclusiva e unilateral do professor para a criança, já que, quando entram na escola, elas desconhecem as maneiras apropriadas de se comportar.d) A escola é uma das instituições que fazem parte do processo de socialização e, precisamente por isso, deve ser sensível às problemáticas externas, pois as crianças convivem com diversas realidades econômicas e culturais.

2. Temos trabalhado o conceito de indivíduo e a sua relação com as sociedades tradicionais e as modernas ou industriais, no processo de definição daquilo que foi definido como individualidade. Sobre tal questão, podemos afirmar que:a) Nas sociedades modernas o indivíduo não tem chance de escolha nenhuma já que todas as pessoas respondem aos mesmos estereótipos.b) A música, roupa e as aparências diferentes são expressões de uma liberdade maior que o indivíduo tem nas sociedades modernas.c) Nas sociedades tradicionais as pessoas também podiam escolher variações nos seus estilos de vida, roupa, gostos e preferências, mas somente se pertenciam aos grupos sociais mais abastados.d) A necessidade de construir uma identidade própria e diferente também existia nas sociedades tradicionais, só que as pessoas não tinham o direito de escolher.

3- (Ufu 2012) A estética nas diferentes sociedades vem geralmente acompanhada de marcas corporais que individualizam seus sujeitos e sua coletividade. Discos labiais, piercings, tatuagens, mutilações, pinturas, vestimentas, penteados e cortes de cabelo são algumas marcas reconhecíveis de um inventário possível das técnicas corporais em toda sua riqueza e diversidade. Embora universal, as formas das quais se valem os grupos e indivíduos para se marcarem corporalmente são vistas, às vezes, como estranhas a indivíduos que pertencem a outros grupos.Essa atitude de estranhamento em relação ao diferente é considerada conceitualmente como

a) preconceito: reconhece no valor das raças o que é correto ou não na estética corporal. b) relativização: o outro é entendido nos seus próprios termos. c) etnocentrismo: só reconhece valor nos seus próprios elementos culturais. d) etnocídio: afasta o diferente e procura transformá-lo num igual.

4- (Ueg 2012) “Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados, nem que minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.” GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia; COELHO, Marcos de A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.137.

Considerando-se as ideias pressupostas, o texto a) afirma que a globalização aumentou, de modo sem precedente, os contatos e a união entre os povos e seus valores, reforçando o respeito às diferenças socioculturais. b) critica a intolerância com relação a outras culturas, gerando assim os conflitos comuns neste novo século. c) indica o reconhecimento à diversidade cultural, além das necessidades de afirmação e de identidade, seja étnica, seja cultural, seja religiosa. d) nega a existência da exclusão cultural e ressalta a homogeneização mundial e a superação/eliminação de fronteiras culturais.

5- (Unesp 2012) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais.(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve

a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas. b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história. c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais. d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história. e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.

GABARITO

01 02 03 04 05

d b c C d

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EXERCÍCIOS1. (Upe-ssa 2 2016) Observe a charge a seguir:

A estrutura social é um tema presente nos estudos sociológicos. Com base na charge, é CORRETO afirmar que:

a) a desigualdade social fundamenta-se na habitação, pois a obtenção de outros elementos de sobrevivência depende, exclusivamente, dos indivíduos. b) os movimentos sociais funcionam como mecanismos que incentivam a criação de espaços sociais, a exemplo do apresentado na charge. c) a estratificação da sociedade brasileira é dividida em classes sociais, que são determinadas por condições econômicas e sociais de vida. d) o morador de uma das casas da charge compara sua residência com a de uma classe social superior. Esse fato o deixa satisfeito com sua condição social. e) a classe média no Brasil é caracterizada por possuir grande acúmulo de dinheiro que a torna uma estrutura social frágil, se comparada a outras organizações sociais.

2. (Fgv 2016) Em junho de 2015, o Papa Francisco tornou pública a encíclica Laudato sí (Louvado sejas), na qual trata do meio ambiente e da atual crise ecológica, conforme trecho a seguir.

48. O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social. De fato, a deterioração do meio ambiente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frágeis do planeta: “Tanto a experiência comum da vida quotidiana como a investigação científica demonstram que os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres”. Por exemplo (...), a poluição da água afeta particularmente os mais pobres que não têm possibilidades de comprar água engarrafada, e a elevação do nível do mar afeta principalmente as populações costeiras mais pobres que não têm para onde se transferir. O impacto dos desequilíbrios atuais manifesta-se também na morte prematura de muitos pobres, nos conflitos gerados pela falta de recursos e

em muitos outros problemas que não têm espaço suficiente nas agendas mundiais.(Apud http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html)No trecho selecionado da encíclica, o papa estabelecea) a relação entre a desigualdade social e a fragilidade do equilíbrio ecológico planetário. b) o vínculo entre a responsabilidade humana no aquecimento global e a elevação do nível do mar. c) a interdependência entre o desenvolvimento tecnológico e o progresso material e moral. d) o papel da política internacional para o uso responsável das fontes hídricas. e) a importância de preservar o bem comum, sobretudo a água potável.

3. (Uem 2012) Sobre as teorias clássicas da estratificação social, assinale o que for correto.

01) Segundo a sociologia marxista, a diferenciação entre os indivíduos na sociedade capitalista se dá pela posição que eles ocupam na estrutura produtiva. 02) Apesar de reconhecer a existência da pequena burguesia, Marx defendia que, com o desenvolvimento do capitalismo, haveria a redução da sociedade a apenas duas classes fundamentais: burguesia e proletariado. 04) A sociologia weberiana desenvolve uma teoria da estratificação social que inclui, além das posses materiais, o nível de educação e o conjunto das habilidades técnicas individuais na definição das classes. 08) Para Max Weber, os grupos de status são unidades de estratificação tão importantes quanto a classe social. 16) Os grupos de status distinguem e agrupam os indivíduos em termos do prestígio, honra social ou estilo de vida que possuem.

4. (Unimontes 2011) “Quando os recursos importantes para uma sociedade são distribuídos desigualmente e quando, como consequência, as pessoas ou grupos de pessoas podem ser classificadas(os) em razão de suas parcelas de recursos, que definem suas diferenças, dizemos que existe um sistema de estratificação social. Existem diversos sistemas de estratificação social em diferentes sociedades.”

(TURNER, J.H. Sociologia – Conceitos e aplicações)

As estruturas sociais, nas sociedades modernas, apresentam como características, exceto

a) Cada indivíduo está encaixado num grupo ou organização social, tendo os seus pensamentos, sentimentos e ações extremamente ilimitados em relação à cultura do grupo ou organização. b) Existem grupos compostos de cadeias relativamente pequenas de pessoas em contato face a face, ou ainda de grande número de indivíduos com acesso diferenciado a algum recurso. c) Há organizações sociais e estruturas institucionais combinadas, com complexos princípios voltados para o atendimento das necessidades básicas da existência humana como, por exemplo, a riqueza, o poder e o prestígio. d) A vida social é um constante movimento nas estruturas sociais, uma teia de partições e engrenagens que definem as relações sociais entre pessoas e grupos na sociedade.

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5. (UEL – 2003) Observe os quadrinhos:

Os quadrinhos ilustram uma forma comum de explicar a pobreza e as desigualdades sociais. Assinale a alternativa que apresenta pressupostos utilizados pela teoria liberal clássica para compreender a existência da pobreza e que foram também assumidos pela personagem Susanita em suas falas.

a) As desigualdades sociais podem ser compreendidas através da análise das relações de dominação entre classes, que determinam o sucesso ou o fracasso dos indivíduos.b) A existência da pobreza pode ser compreendida a partir do estudo das relações de produção resultantes da exploração de uma classe sobre a outra.c) A divisão em classes sociais no capitalismo está baseada na liberdade de concorrência; assim, a pobreza decorre das qualidades e das escolhas individuais.d) O empobrecimento de alguns setores sociais no capitalismo decorre da apropriação privada dos meios de produção, que dificulta a ascensão social da maioria da população.e) O empobrecimento de grande parte da população mundial decorre da definição pelo imperialismo de políticas econômicas discriminatórias.

gabarito

01 02 03 04 05

C A 31 A C

CAPÍTULO VIII POLÍTICA ORIGEM E SIGNIFICADOS

8.1 Definição e origem do termo

A palavra política tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em Cidades Estado chamadas “pólis”, nome do qual se derivaram palavras como “politiké” (política em geral) e “politikós” (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim “politicus” e chegaram as línguas européias modernas através do francês “politique” que, em 1265 já era definida nesse idioma como “ciência do governo do Estado”.

O termo política é derivado do grego antigo πoλτєіa (politéia), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis ou Cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto Cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.

O termo política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles, para este filósofo, política significava funções e divisão do Estado e as várias formas de governo, com a significação mais comum de arte ou ciência do Governo; desde a origem ocorreu uma transposição de significado das qualificadas como político, para a forma de saber mais ou menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas.

Na época moderna, o termo política perdeu seu significado original, substituído pouco a pouco por outras expressões como ciência do Estado, doutrina do Estado, ciência política, filosofia política, passando a ser comumente usado para indicar a atividade ou conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado.

8.2 Ciência política: estudo do poder e do estado

O termo “Ciência Política” foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor de história da Universidade Johns Hopkins. A Ciência Política é o estudo da política – dos sistemas políticos, das organizações políticas e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo – ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis.

Política é ciência, porque estuda o comportamento humano e assim se torna possível estabelecer cientificamente algumas regras sobre a vida humana em sociedade e sobre como os seres humanos deveriam reagir

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O desemprego, crescente inclusive nos países capitalistas mais avançados, é hoje o maior problema em todas as sociedades industrializadas. Em algumas das economias mais avançadas, os trabalhadores, ainda podem contar com um seguro-desemprego estável e de valor significativo, uma forma de remediar essa situação.

Entretanto na maioria dos países, e principalmente naqueles em que não existe um sistema de amparo regular ao desemprego, a solução é terrível, deixando os desempregados em uma situação desesperadora. A outra característica que envolve o trabalho neste momento é que este processo exigirá um trabalhador polivalente. Não temos mais um indivíduo que sabe fazer ou que faz somente uma coisa. Isso permite que alguém trabalhe em qualquer coisa, portanto a especialização não é mais a grande necessidade do mercado de trabalho, pois se necessita de trabalhadores que possam fazer de tudo um pouco.

A exploração de trabalho torna-se também mundial, pois os trabalhadores serão alcançados pelas grandes empresas ou poderão circular no mundo todo. A rápida obsolescência dos conhecimentos técnicos devido ao constante avanço tecnológico exige atualmente um profissional com um hábito da aprendizagem permanente para poder continuar acompanhando as transformações do mercado.

EXERCÍCIOS1. (Unioeste 2016) Max Weber (1864-1920) afirma que “devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território […], reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física” (Weber, Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2006, p. 56). Assinale a alternativa CORRETA, a respeito do significado da afirmação de Weber.

a) Para Weber, no caso do Estado contemporâneo, apenas seus agentes podem utilizar a violência de modo legítimo dentro dos limites do seu território. b) O Estado foi sempre o único agente que pode utilizar legalmente a violência com o consentimento dos cidadãos – a violência dos pais contra os filhos, por exemplo, sempre foi ilegal. c) Atualmente, o Estado é o único agente que utiliza a violência (ameaças, armas de fogo, coação física) como meio de atingir seus fins – assim a segurança de todos os cidadãos está garantida. d) Outros grupos também podem utilizar a violência como recurso – por exemplo, as empresas privadas de vigilância – independente da autorização legal do Estado. e) Todos os cidadãos reconhecem como legítima qualquer violência praticada pelos agentes do Estado contemporâneo – por exemplo, quando a polícia usa balas de borracha contra grevistas. 2. (Unioeste 2015) Assinale a alternativa CORRETA. Segundo a definição de Estado proposta pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), o que caracteriza e diferencia o Estado Moderno

de outras associações no interior das sociedades éa) o exercício do monopólio do uso da violência legítima em um território. b) a racionalidade dos processos de produção. c) a presença de um grande corpo de burocratas no exercício das funções. d) um sistema legislativo composto por deputados e senadores eleitos pelo voto popular. e) o patrimonialismo das elites dominantes. 3. (Unimontes 2015) O Estado, objeto de estudo da Sociologia e da Ciência Política, constitui um mecanismo de controle social existente na sociedade. É CORRETO afirmar quea) o Estado democrático tem o poder pleno para determinar a vida de todos os indivíduos em sociedade, a partir do exercício de uma autoridade pessoal. b) o Estado constitui a totalidade da estrutura social. c) só o Estado possui autoridade - poder legitimo - para regulamentar o uso da força. d) somente o Governo expressa a autoridade legítima do Estado, com os demais Poderes assumindo uma atuação alheia a esse aparato institucional.

4. (Uel 2015) Leia o texto a seguir e responda à(s) próxima(s) questão(ões).

O desenvolvimento da civilização e de seus modos de produção fez aumentar o poder bélico entre os homens, generalizando no planeta a atitude de permanente violência. No mundo contemporâneo, a formação dos Estados nacionais fez dos exércitos instituições de defesa de fronteiras e fator estratégico de permanente disputa entre nações. Nos armamentos militares se concentra o grande potencial de destruição da humanidade. Cada Estado, em nome da autodefesa e dos interesses do cidadão comum, desenvolve mecanismos de controle cada vez mais potentes e ostensivos. O uso da força pelo Estado transforma-se em recurso cotidianamente utilizado no combate à violência e à criminalidade.

Adaptado de: COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997. p.283-285.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a concepção sociológica weberiana sobre o uso da força pelo Estado contemporâneo.a) A força militar contemporânea, por seu poder de persuasão e atributos personalísticos, é um agente exemplar do tipo de dominação carismática. b) Na sociedade contemporânea, o poder compartilhado entre cidadãos e Estado, para o uso da força, define a dominação legítima do tipo racional-legal. c) O Estado contemporâneo caracteriza-se pela fragmentação do poder de força, conforme o tipo ideal de dominação carismática, a exemplo do patriarca. d) O Estado contemporâneo define-se pelo direito de monopólio do uso da força, baseado na dominação legítima do tipo racional-legal. e) O tipo ideal de dominação tradicional é exercido com base na legitimidade e na legalidade do poder de uso democrático da força pelo Estado contemporâneo. 5. (Unioeste 2013) Em seu texto, O Enfraquecimento da Sociedade Civil, Michael Hardt salienta que na obra de Michel Foucault, a intermediação institucional que define a relação entre sociedade civil e Estado aparece em uma funcionalidade totalmente projetada para fins autoritários e antidemocráticos.

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SociologiaPRÉ-VESTIBULAR

Foucault se refere às múltiplas formas de organização e produção de forças sociais pelo Estado que impedem que forças pluralistas e interesses da sociedade civil se sobressaiam sobre o Estado.

Tendo em vista essa intermediação entre Estado e sociedade civil, assinale a alternativa que corresponda à concepção foucaultiana de Estado.a) Na concepção de Foucault, o Estado é considerado a fonte central das relações de poder na sociedade, cujo controle exerce através da máquina burocrática. b) Segundo Michel Foucault, o poder está limitado apenas ao âmbito do Estado, portanto, ele reconhece um distanciamento teórico entre Estado e sociedade civil. c) Para Michel Foucault, o Estado não detém o monopólio legítimo da força. Nesse sentido, podemos dizer que o monopólio da força não é a condição necessária para a existência do Estado. d) Michel Foucault prefere usar o termo Governo em lugar de Estado para indicar a multiplicidade e a imanência pluralista das forças de estatização no interior do campo social. Para Foucault, a sociedade civil está fundada na disciplina e na normatização. e) Segundo Foucault, na sociedade disciplinar, há apenas Estado, pois ele pode ser concretamente isolado e contrastado num plano separado da sociedade civil. O exercício do poder dá-se por intermédio de dispositivos de poder organizados na sociedade civil.

gabarito

01 02 03 04 05

A A C D D

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