Soldagem de Manutenção - 2014

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    FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SO PAULO

    DEPARTAMENTO DE SOLDAGEM

    SOLDAGEM DE MANUTENO I&II

    SUMRIO

    1. FATORES INERENTES SOLDAGEM DE MANUTENO

    2. MOVIMENTAO DE PEAS

    3. PREPARAO DE PEAS PARA SOLDAGEM

    4. TCNICAS OPERATRIAS

    5. SOLDABILIDADE

    6. MECANISMOS DE FALHAS NOS METAIS

    7. TIPOS DE TRINCAS NA SOLDAGEM

    8. METODOLOGIA DE INVESTIGAO DE FALHA

    9. TENSES RESIDUAIS

    10. RECURSOS COMPLEMENTARES

    11. APRESENTAO DE CASOS

    12. BRASAGEM

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    1. FATORES INERENTES SOLDAGEM DE MANUTENO

    A tecnologia de Soldagem como elemento

    de unio de partes metlicas e reconstruo de

    componentes alcanou grande progresso graas

    s muitas conquistas cientficas e tecnolgicas

    alcanadas nos ltimos tempos. A soldagem

    ocupou um lugar de destaque, passando de um

    processo artesanal para uma tecnologia com

    bases cientficas bastante slidas.

    A unio de metais j era praticada no ano 1200 antes de Cristo, por forjamento a quente

    ou por estanho, entretanto evoluiu muito pouco at o final do sculo XIX. Com o surgimento da

    soldagem por arco eltrico por eletrodo metlico em 1885 marcou-se o inicio de uma nova era.

    A partir de ento a evoluo da tecnologia de soldagem tem sido intensa, buscando atender

    aos mltiplos segmentos industriais bem como a uma enorme variedade de ligas metlicas

    desenvolvidas a partir de ento. Essa evoluo no aconteceu de forma aleatria ou

    independente, pois devido soldagem estar relacionada s transformaes metalrgicas foi

    necessrio um encadeamento de conhecimentos e a consequente criao de normas a fim de

    fixar caractersticas, variveis e limites dos diversos processos, regras para os projetos e os

    mtodos para ensaios destrutivos e no destrutivos END assim como definir os critrios de

    aceitao para as descontinuidades.

    Do ponto de vista da aplicao, a tecnologia de soldagem pode ser dividida em dois

    grandes grupos, a soldagem de fabricao e a soldagem de manuteno, sendo que, enquanto

    a fabricao baseia-se em: especificaes tcnicas, clculos e procedimentos qualificados,conforme normas especficas, a soldagem de manuteno apresenta dificuldades do tipo: metal

    de base desconhecido, contaminaes, e emergncias, sendo que tudo isso ainda pode vir

    acompanhado da necessidade da soldagem ser realizada em local desprovido de recursos

    adequados e de difcil acesso. Outro aspecto a ser considerado que na soldagem de

    manuteno no comum ser especificado um procedimento, ficando as decises para o

    soldador ou para o supervisor. A soldagem de manuteno abrange a recuperao de peas

    defeituosas, quebradas, trincadas e desgastadas, com ou sem usinagem posterior, consiste em

    reparar ou reconstruir conjuntos metlicos sem alterar suas caractersticas.

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    Especificaes tcnicas iniciais

    Projeto - formas, dimenses, caractersticas

    Soldagem de Fabricao Clculo de esforos atuantes

    Processos e Procedimentos definidos

    Normas e Cdigos

    Condies operacionais

    Dificuldades de acesso

    Soldagem de Manuteno Metal base desconhecido

    Contaminaes do metal base

    Experincia e habilidade

    Processo de soldagem

    Metalurgia da soldagem

    Fatores Tecnolgicos Materiais de base e de soldagem

    Controle de qualidade

    Ensaios no destrutivos

    Manuteno corretiva

    Fatores Administrativos Manuteno preventiva

    Manuteno preditiva

    Reposio

    Fatores Econmicos

    Recuperao

    Ousadia com bom senso

    Fatores Humanos Integridade moral - tica

    Capacidade investigativa (saber ouvir)

    Poder de anlise (conhecimento tecnolgico)

    Custo da recuperaoTempo (custo do lucro cessante)Garantia duvidosa

    Custo da pea novaDisponibilidade de componentesGarantia possvel

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    2. MOVIMENTAO DE PEAS

    A movimentao de peas merece destaque na soldagem de manuteno, pois com

    freqncia surge a necessidade de posicionamento entre as partes durante um reparo. Em

    alguns casos essas cargas atingem massa elevada e devem ser movimentadas suspensas,

    nessas condies o fator segurana se torna prioritrio. Dessa forma apresentamos algunsequipamentos e acessrios disponveis no mercado para a execuo desses trabalhos.

    2.1 Talha manual

    Dados Tcnicos

    Capacidade de levantamento [Kg] 750Elevao mxima [m] 1,5Massa do equipamento [Kg] 6,5Reduo 1:45Esforo Necessrio [Kgf] 20

    Dimenses [mm]

    A [min.] 280B 130C 300D 80E 125F 22

    2.2 Cabos de ao

    Os cabos de ao polido so os mais comuns, eles so fabricados a partir de arames de

    ao trefilados e polidos, onde os teores de carbono variam de 0,3% a 0,8%, sendo que os mais

    resistentes situam-se entre 0,60% a 0,80%. O teor de mangans estar prximo de 0,60% e o

    Fsforo + Enxofre somados no devem exceder 0,03 para obter um arame mais malevel.

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    Para determinar as caractersticas de um cabo de ao verifique os cdigos como segue:

    O 1 nmero indica a quantidade de pernas do cabo sendo 6 o mais usual.

    O 2 nmero indica a quantidade de fios que compe a perna.

    AF define: alma de fibra, que pode ser fibra natural ou artificial.

    AACi indica alma de ao com cabo independente.

    As cargas de trabalho dos cabos dobrados so baseadas em dimetros de curvatura

    mnimos de 8 a 10 vezes o dimetro do cabo. Se esse dimetro for menor deve-se aumentar o

    fator de segurana.

    CARGAS DE TRABALHO -CABO 6X 41WARRINGTON SEALE +AF(IPS)-FATOR DE SEGURANA 5:1

    B

    C

    A

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    CARGAS DE TRABALHO -CABO 6X 47WARRINGTON SEALE +AACI(IPS)-FATOR DE SEGURANA 5:1

    REFERNCIA:CATLOGO CIMAF

    2.3 Normas para cabos de ao

    Os cabos de ao para uso geral no Brasil so regidos pela NBR-ISO 2408 acrescidas das

    resolues do INMETRO referentes ao Programa de Avaliao da Conformidade, conforme

    regulamento aprovado pela Portaria INMETRO N.176, que probe o uso de construes

    consideradas perigosas, limitando os dimetros menores e introduzindo o uso obrigatrio de

    fitilho interno para a identificao do fabricante.

    2.4 Acessrios para movimentao de peas

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    2.5 Cintas de Poliester

    No propaga a combusto, mas queima em contato com a chama, porm, a combusto

    se extingue imediatamente, assim que se elimina o contato com a mesma, uma das fibras

    txteis mais elsticas. Sua elasticidade varivel atinge 8% com a capacidade mxima da cinta.

    2.5.1 Tipo Sling

    Largura C Capacidade kg Olhalmm Basket mm

    35 S 400 20035 D 800 20050 S 1.000 22050 D 2.000 22060 S 2.200 26060 D 5.000 26080 S 3.000 30080 D 6.000 300100 S 4.000 300100 D 8.000 300

    S = cinta simples / D = cinta dupla

    Largura C Capacidade kg Olhal

    mm Choker mm

    35 S 200 20035 D 400 20050 S 500 22050 D 1.000 22060 S 1.100 26060 D 2.500 26080 S 1.500 30080 D 3.000 300100 S 2.000 300100 D 4.000 300

    S = cinta simples / D = cinta dupla

    Ateno a temperatura mxima de utilizao = 80 C.

    Forma - Basket

    Comprimento L especificar

    Largura C

    olhal

    Tipo - Olhal normal

    Comprimento L especificar

    Largura C

    olhal

    Tipo - Olhal torcido

    Forma - Choker

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    3. PREPARAO DE PEAS PARA SOLDAGEM

    3.1 Corte

    O corte de metais abrange inmeras modalidades e depende: do tipo do metal, do

    formato (chapas, perfiz, fundidos, forjados, etc.), das dimenses e da preciso dimensionaldesejada. A seguir indicamos os mtodos mais usuais para corte de metais:

    1. Corte mecnico

    Corte por tesoura guilhotina

    Corte por serra

    Cortador de tubos

    2. Corte plasma

    3. Oxicorte

    4. Corte por grafite Arc Air5. Corte por LASER

    3.1.1 Corte mecnico

    Corte por tesoura guilhotina

    Equipamento utilizado para cortes retos em chapas metlicas, onde o corte obtido por

    cizalhamento. Existem diversas verses e capacidades que vo desde a guilhotina mecnica

    utilizada para fabricao de calhas e perfiz industriais, capazes de cortar chapas de ao at

    espessura de 6 mm, enquanto que as guilhotinas hidrulicas possuem potencia maior e podem

    cortar chapas de ao at uma espessura de 25 mm.

    O funcionamento da guilhotina mecnica consiste em um volante que acumula energia

    cintica a partir da rotao, fornecida por um motor eltrico, a qual liberada por uma frico

    que ir acionar uma biela acoplada a um volante excntrico, transformando assim movimento

    giratrio em linear alternativo. Devido a alta velocidade da lmina de corte o impacto grande

    limitando as espessuras a serem cortadas.

    Guilhotina mecnica Guilhotina hidrulica

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    Corte por serra

    Existem diversos tipos de equipamentos para corte de metais, eles so destinados ao

    corte de perfiz e barras de ao prioritariamente. A escolha do tipo mais apropriado ir depender

    de vrios fatores, tais como: o formato de pea, o tipo de material (natureza metalrgica e

    dureza), as dimenses da pea e a quantidade de peas / unidade de tempo desejada(produtividade). Indicamos a seguir os trs mtodos mais usuais.

    Serra circular:O equipamento ao lado muito utilizado para o

    corte de barras, perfiz, cantoneiras e tubos. A maior restrio

    desse equipamento est na seo transversal da pea devido a

    limitao da mesa de fixao, por outro lado o comprimento

    poder alcanar grandes dimenses. A refrigerao durante o

    corte recomendvel. Podem ser utilizadas serras com metalduro. O equipamento pode possuir alimentao automtica.

    Serra alternativa: um equipamento bastante comum para o

    corte de barras, perfiz e cantoneiras, dependendo do modelo a

    dimenso da mesa de fixao poder ser bem maior que no

    caso anterior. A refrigerao durante o corte recomendvel. A

    lamina de corte fabricada em ao de alto carbono, o mtodo

    de corte consiste da combinao do movimento alternativo da

    lamina com o esforo de compresso da mesma sobre a pea.

    O equipamento pode ser dotado de alimentao automtica

    Serra de fita horizontal: um equipamento muito utilizado

    para corte de barras em produo seriada, possui alta

    eficincia e podem ser equipados com alimentao

    automtica, para maior produtividade. A refrigerao duranteo corte recomendvel. A fita de serra utilizada fabricada

    em ao carbono fornecida em rolos e deve ser cortada e

    soldada no comprimento adequado.

    Cortador de tubos

    Trata-se de um dispositivo para uso manual, ideal para

    cortar tubos de ao de parede fina, sua maior vantagem promover um corte no esquadro com bom acabamento a um

    baixo custo.

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    3.1.2 Corte plasma

    Permite o corte de qualquer metal ou liga metlica ferrosa ou no ferrosa, devido

    concentrao de altas temperaturas o corte muito rpido e as deformaes so minimizadas

    Permite corte espessuras de 0,5 a 150 mm, utilizando equipamentos que vo de 200 a 1000

    ampres, possui alta qualidade de corte quando comparado a outros processos. O processopode ser manual ou automtico.

    Corte plasma manual Corte plasma automtico

    3.1.3 Oxicorte

    O oxicorte ocorre pela reao do Ferro com oxignio puro. Consiste em aplicar umachama de aquecimento ao metal at o mesmo atingir a temperatura ideal para inicio da reao

    ento nesse momento um jato de oxignio puro liberado com alta presso. A oxidao

    instantnea. Essa reao exotermica gerando calor suficiente para manter a oxidao. Este

    processo no pode ser aplicado a metais no ferrosos. Para corte de chapas em ao carbono

    possvel atingir espessuras de at 450 mm. O oxicorte pode ser manual ou automtico.

    A qualidade da superfcie de corte adequada para construes soldadas e trabalhos

    em caldeiraria de forma geral, bastando apenas a eliminao das rebarbas por esmerilhamento.

    Oxicorte manual Oxicorte automtico

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    3.1.4 Corte por grafite Arc Air

    O processo de corte com eletrodo de grafite, tambm conhecido como Arc Air, consiste

    de uma tocha especial que se assemelha ao alicate do eletrodo revestido, porm dotada de um

    dispositivo que direciona um jato de ar comprimido na poa de fuso a fim de expulsar o metal

    lquido. Para a execuo do corte, necessrio inclinar o eletrodo num ngulo entre 25 e 45graus. Normalmente o corte com eletrodo de grafite empregado para a remoo das

    razes das soldas para penetrao total ou para remoo de defeitos podendo tambm ser

    empregado para remoo de dispositivos auxiliares (travas, olhais, etc.)

    Tocha para goivagem

    3.1.5 Corte LASER

    O corte por laser encontra sua maior aplicao na produo de peas onde se busca

    maior preciso dimensional com baixa deformao, as variveis do processo tambm garante

    uma pequena zona termicamente afetada devido as altas velocidades de corte. O equipamento

    laser mais comum utiliza: o dixido de carbono CO2 para a emisso do feixe laser, o Nitrognio

    para a excitao das molculas (gs de assistncia), e o Hlio na dissipao do calor gerado

    pelo campo eltrico. Estes gases combinados so capazes de produzir uma potncia de 5 kW.

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    3.2 Conformao

    A conformao de peas pode reunir diferentes tcnicas, sendo as mais comuns: o

    dobramento e a calandragem de chapas utilizada na fabricao de cilindros ou tubos.

    3.2.1 Dobramento de chapas

    A linha de dobra deve sempre que possvel estar ortogonal ao sentido de laminao da

    chapa, para evitar trincas no lado externo do raio de dobra. Para evitar esmagamento na regio

    do raio a fora de dobra no pode ser muito maior do que o valor calculado pela frmula abaixo.

    Como no se tem o controle total das propriedades mecnicas, o valor calculado o mnimo

    necessrio e serve como ponto de partida para o incio das operaes. O comprimento de

    dobra depende da potncia hidrulica da prensa.

    O material a ser deformado anisotrpico, ou seja, as propriedades mecnicas do

    material variam de direo para direo quando testados em trao. Esta propriedade causadefeitos nas peas deformadas e ao mesmo tempo facilita as operaes de dobra desde que se

    tenha um controle dos parmetros de anisotropia em cada direo. Como no processo de

    produo, um controle desta natureza no vivel, alguns cuidados devem ser tomados a fim

    de se obter uma pea dentro do especificado. A dobra deve sempre que possvel ser executada

    na direo perpendicular direo de laminao.

    A recuperao elstica a capacidade que o material tem de recuperar as pequenas

    deformaes elsticas causadas no processo de conformao. O clculo da recuperaoelstica possvel de ser feito, porm para cada geometria de dobra e de material, a matriz e o

    puno tero de ser modificados (ajustados) para cada caso. Este procedimento vivel desde

    que se tenha um volume grande de peas iguais a serem dobradas, compensando os

    investimentos aplicados nas modificaes e fabricao de matrizes e punes. Dessa forma

    haver um menor tempo de retrabalho para acertar as peas aps a conformao. Para

    pequenos lotes de peas onde o investimento em ferramentas se torna invivel, a soluo

    utilizar o ferramental padronizado e controlar as alteraes possveis durante o processo.

    Prensa dobradeira hidrulica

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    Clculo de dobra

    A fora necessria, em toneladas, para efetuar uma dobra a 90, para ao ao carbono

    do tipo ASTM A36 pode ser calculada pela expresso:

    F = Fora de dobramento em TON

    s = Espessura da chapa em mmb = Comprimento de dobra em mmT = Tenso de escoamento em kgf/mm2W = Boca do prisma em mm

    3.2.2 Calandragem

    A calandragem um processo fundamental nas caldeirarias especializadas em produtos

    petroqumicos ou de fabricao de tubos. Seu objetivo transformar chapas planas em

    cilndricas atravs da rolagem das mesmas entre rolos de ao de alta resistncia. O processo

    consiste em passar a chapa plana atravs de trs rolos sendo dois inferiores e um superior

    onde o rolo superior possui movimento de aproximao gerando assim uma grande tenso de

    copresso na chapa a qual simultaneamente tracionada por um dos rolos inferiores.

    Para iniciar a calandragem necessrio curvar as extremidades da chapa para facilitar

    o contato com os rolos e consequente arraste. Existem duas formas de executar essa

    operao. A mais comum camada de bater as pontas na prensa e a segunda atravs douso de um equipamento especial chamado calandra de 4 rolos onde existe um rolo suplementar

    inferior que serve para fixar a chapa enquanto os rolos laterais promovem a devida deformao.

    Espessura dachapa

    S1.5 2 3 4 5 6 8 10 12 15 20 25 30 35 40

    Min. raio de dobra

    Ri 2.5 3,5 5 7 8 10 16 20 24 30 40 50 60 80 90

    Min. largura dedobra L

    10 12 12 24 32 40 65 80 100 120 160 200 240 280 320

    Min. boca do prismaW

    15 15 25 40 50 70 110 120 160 190 250 320 380 450 510

    1000

    7,1

    =

    W

    TbsF

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    Calandra de 3 rolos Calandra de 4 rolos

    3.2.3 Rebordeamento de tampos industriais

    O rebordeamento de chapas tem como principal objetivo a fabricao de tampos

    industriais, o processo semelhante ao torno de repuxo, porm em escala maior, a partir de um

    disco de chapa de ao cujo dimetro resulta do desenvolvimento do tampo conformadoprimeiramente o grande raio em prensa hidrulica e a seguir a pea fixada na rebordeadora

    que ir promover o repuxo do raio menor com a pea girando. Na regio do raio menor ocorre

    sempre uma diminuio de espessura a qual deve ser prevista no projeto do equipamento.

    Tampos torisfricos Transporte de tampos torisfricos

    Rebordeadeira de tampos

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    3.3 Condicionamento trmico na soldagem

    Os condicionamentos trmicos como preparao para soldagem: pr-aquecimento, ps-

    aquecimento e alivio de tenses, podem ser feitos de diversas maneiras sendo que as mais

    comuns so: por resistncias eltricas, por maaricos e por sopro de ar quente. Existe hoje no

    mercado uma ampla gama de resistncias eltricas que podem ser utilizadas, vide figuras:

    O bloqueio trmico assim como o controle do tempo e da temperatura essencial para

    garantir uma melhor eficincia do processo, para tanto existem equipamentos portteis que

    podem ser levados ao local da soldagem e atravs de pirmetros podem controlar as

    temperaturas e at mesmo registrar o ciclo em um grfico no caso de alivio de tenses.

    A utilizao de bloqueio trmico normalmente feita atravs da aplicao de mantas de

    fibra de rocha ou de cermica, essas mantas so encontradas no formato de placas com

    espessuras entre 25 a 75 mm, com diversas larguras e comprimentos, a l de vidro no

    recomendada, pois pode causar irritao na pele. A seguir apresentamos um exemplo de

    aplicao de condicionamento trmico feito no campo para alivio de tenses:

    Se~]ao

    Foi executado alivio de tenses

    localizadas, por resistncias

    eltricas de contato sobre a

    solda de reparo, conforme

    parmetros do Cdigo ASME

    Seo VIII - Diviso 1 UCS 56.

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    2. Quando a junta soldada liga partes de mesma espessura, por meio de uma junta

    de topo com penetrao total, a espessura nominal a profundidade total da

    solda, desconsiderado o reforo de solda, ou seja, a espessura da chapa.

    3. Para as soldas em ngulo com chanfro, a espessura nominal a profundidade

    do chanfro, ou a soma das profundidades quando o chanfro for duplo.

    4. Para as soldas de filete, a espessura nominal a dimenso da garganta da

    solda.

    5. Se uma solda de filete for utilizada em conjuno com uma solda em chanfro, a

    espessura nominal a profundidade da solda em chanfro mais a dimenso da

    garganta da solda do filete.

    6. Quando uma junta de topo liga partes de espessuras diferentes, a espessuranominal

    7. A menor espessura entre as duas partes adjacentes soldagem.

    8. A espessura do casco ou da garganta da solda de filete, optando-se para a que

    for maior, nas ligaes de tampos intermedirios do tipo ilustrado na Fig. A.

    9. A espessura do casco nas ligaes com espelhos, tampos planos, flanges ou

    peas similares.

    10. A espessura da solda atravs do pescoo do bocal, ou casco, ou tampo, ou

    chapa de reforo, ou da solda de filete de ligao, ou seja, a que for maior

    (refere-se s figuras UW 16.1 e UW 16.2 do Cdigo ASME, Seo VIII, Div. 1).

    11. A espessura do pescoo do bocal, medida na junta de ligao entre o pescoo e

    o flange do bocal.

    12. A espessura da solda, medida no ponto de ligao, quando uma parte no

    sujeita presso soldada a uma parte sujeita presso.

    13. A espessura da solda nas ligaes tubo/ espelho.

    14. No caso de reparos, a profundidade da solda de reparo.

    t1 pode ser diferente de t2

    Fig. A

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    Tratamento em duas etapas

    Quando o tratamento trmico no pode ser feito em uma s etapa (quando o

    comprimento do equipamento maior que o comprimento do forno), o tratamento trmico aps

    soldagem pode ser conduzido em duas etapas (tcnica da parede) desde que a sobre-posio

    das partes aquecidas seja igual ou maior que 1,5 m. Precaues

    Durante os perodos de aquecimento e de reteno da temperatura de tratamento, nos

    fornos a gs ou leo, evita-se a incidncia direta da chama sobre as superfcies, se necessrio,

    atravs da colocao / montagem de defletores.

    Devem ser tomadas precaues para evitar a expanso do ar retido nas soldas

    parcialmente penetradas deixando um dos topos aberto para a sada dos gases, essaprecauo tem por objetivo evitar trincas de origem mecnica que podero ocorrer nessas

    condies. Carregamento do Forno

    Durante o carregamento, so tomados cuidados, a fim de evitar deformaes. A

    temperatura do forno durante o carregamento no deve exceder 427C (800F), sendo que at

    essa temperatura o forno pode ser aquecido sem que qualquer controle ou registro da

    temperatura. As peas devem ser colocadas sobre calos para permitir a circulao do ar

    quente para que todas as superfcies sejam aquecidas uniformemente. Termopares

    Onde um ou mais conjuntos soldados so tratados em uma carga de forno, termopares

    devero ser colocados em diversas posies da carga onde possa ocorrer variaes de

    temperatura, de maneira que a temperatura real seja indicada. Para tanto se recomenda um

    mnimo de 4 termopares, independente do peso ou dimenso da carga, sendo que em cargasonde existe grande variao de espessuras e eventuais zonas mais aquecidas, se recomenda

    utilizar seis termopares acoplados a um registrador grfico com controlador de potncia.Os termopares devem ser fixados na espessura mais fina e na mais grossa, no topo e

    na base da carga, e se possvel, o mais prximo e o mais longe da porta do forno. A distncia

    entre termopares, em qualquer direo, no deve exceder a 4,5 m. A fixao dos termopares

    nunca deve ser feita sobre um cordo de solda do equipamento a ser aliviado.A fixao deve

    ser atravs de porcas ranhuradas ponteadas no equipamento com dois pontos de solda, utilizar

    eletrodo AWS E 309 16. Os termopares, uma vez alojados nas ranhuras, devem ser levemente

    pressionados contra a pea com um parafuso, vide Fig. B.

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    Procedimento

    Taxa de Aquecimento

    Acima de 427C (800F), a taxa de aquecimento no deve ser maior que 222C/h

    (400F/h) dividido pela mxima espessura de solda das peas, em polegadas; em nenhum caso

    a taxa de aquecimento deve ser maior que 222C/h (400F/h), vide tabela C. A taxa de

    aquecimento no precisa ser, em nenhum caso, menor que 37C/h (100F). Durante o perodo

    de aquecimento, as temperaturas registradas no devem ter variao maior que 139C (250F).

    Tempo de patamar

    O componente ou equipamento deve ser aquecido at a temperatura especificada, pelo

    perodo de tempo indicado na Tabela A. Durante o patamar, a maior diferena entre o ponto

    mais frio e o ponto mais quente, no deve ser maior que 83C (150F), exceto onde os limites

    suplementares de variao so especificados.

    NmeroP

    Nmero doGrupo

    Temperatura deTratamento Trmico

    (C)

    Tempo mnimo de permanncia (t) para cadaespessura (e) para Tratamento Trmico

    e 2 2 < e 5 e > 5

    1 1, 2 e 3593 - 625

    (1100F - 1157F)

    t = 1h para cadapolegada deespessura.

    Mnimo de 15minutos.

    t = 2h mais 15minutos para cada

    polegada acimade 2.

    t = 2h mais 15minutos para

    cada polegadaacima de 2.3 1, 2 e 3

    4 1 e 2 593 - 625(1100F - 1157F)

    t = 1hpara cada

    polegada deespessura.

    Mnimo de 15minutos.

    t = 1hpara cada

    polegada deespessura.

    t = 5hmais 15 minutos

    para cadapolegada acima

    de 5.

    5 1 e 2 680 - 700(1256F - 1292F)

    9A9B10A10B

    1111

    593 - 625(1100F - 1157F)

    10C 1593 - 625

    (1100F - 1157F)

    10F 1 593 - 625(1100F - 1157F)

    Tabela A

    Temperatura[C]

    Tempo

    1

    2

    3

    4

    5

    1) Temperatura de inicial do tratamento 427 C

    2) Taxa de aquecimento

    3) Temperatura de patamar

    4) Taxa de resfriamento5) Temperatura final do tratamento

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    Taxa de Resfriamento

    Acima de 427C (800F), o resfriamento feito no forno fechado, abaixo de 427C

    (800F), pode ser resfriado fora do forno, desde que no haja a presena de ventos. Acima de

    427C (800F), a taxa de resfriamento no deve ser maior que 222C/h (400F/h) dividido pela

    maior espessura de solda, em polegadas; em nenhum caso, a taxa de resfriamento maior que222C/h (400F/h), vide tabela C. A taxa de resfriamento no precisa ser menor que 37C/h

    (100F/h). Durante o resfriamento, as temperaturas registradas no devem ter uma variao

    maior que 139C (250F).

    Reduo da temperatura de patamar

    A reduo de temperatura de patamar do tratamento trmico com o conseqente

    aumento do tempo de permanncia pode ser aplicado, desde que permitido pelas notas da

    tabela UCS-56 do Cdigo ASME, Seo VIII, Diviso I, para cada material. Quando esta

    soluo aplicada, a reduo de temperatura com o conseqente aumento do tempo, deve ser

    de acordo com a tabela B.

    Reduo da Temperaturade Tratamento Trmico

    Tempo Mnimo de Permanncia(horas / polegada)

    28C - 50F 2

    56C - 100F 4

    83C - 150F 10111C - 200F 20

    Tabela B

    Taxa mxima de aquecimento e resfriamento por espessura

    Espessura(polegada)

    Taxa Mxima de Aquecimentoe Resfriamento

    t 1 222C/h - 400F/h1 < t 1.1/4 160C/h - 320F/h1.1/4 < t 1.1/2 130C/h - 266F/h1.1/2 < t 1.3/4 110C/h - 230F/h

    1.3/4 < t 2 100C/h - 212F/h2 < t 2.1/2 80C/h - 176F/h2.1/2 < t 3 65C/h - 149F/h3 < t 3.1/2 55C/h - 131F/h3.1/2 < t 4 50C/h - 122F/h

    4 < t 5 40C/h - 104F/h5 < t 6

    37C/h - 100F/h6 < t 77 < t 8

    8 < t 99 < t 10

    Tabela C

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    Fixao de termopares

    3.3.2 Pr-aquecimento em funo da Espessura e Carbono Equivalente

    C E

    Espessura0,41 0,43 0,45 0,47 0,49 0,51 0,53 0,55

    > 16 20 - - - - 70 80 90 100

    > 20 25 - - - 90 100 120 130 150

    > 25 36 - - 80 100 120 140 150 150

    > 36 50 - 80 110 130 150 160 175 180

    > 50 100 80 100 120 140 160 170 190 200

    > 100 150 120 120 130 150 170 190 200 200

    Acima de 150 mm de espessura necessrio a anlise e classificao da junta emfuno de sua rigidez conforme o seguinte critrio: baixa restrio, mdia restrio e alta

    restrio. Para baixa restrio utilizar os valores indicados para a faixa de 100 a 150 mm, para

    mdia restrio, acrescentar 10% nesses valores, e para alta restrio acrescentar 25%.

    Para materiais com carbono equivalente superiores a 0,55 a soldabilidade fica bastante

    prejudicada, pois a susceptibilidade de formao de fase martenstica muito grande, o que

    aumenta em muito a fragilidade do material, nesse caso recomenda-se o pr-aquecimento

    ligeiramente acima da temperatura de inicio de formao da martensita (ms), o que certamenteser bastante desconfortvel para o soldador, porm trar uma maior garantia.

    TermoparPorca ranhurada

    Fig. B

    Termopar

    Parafuso

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    3.4 Jateamento abrasivo

    O jateamento de peas utilizado em soldagem de manuteno para limpeza da regio

    que receber soldagem, seu objetivo eliminar as calaminas provenientes do processo de

    laminao a quente ou de processos corrosivos, tambm se aplica em peas fundidas na

    eliminao de borras que consistem de: xidos, metais, areia e elementos no metlicos. Osmateriais abrasivos mais comuns so: granalhas de ao esfricas, granalhas de ao angulares,

    xido de alumnio e areia, sendo que este ltimo est proibida a aplicao, pois, pode causar

    doenas como por exemplo a silicose pulmonar.

    Jateamento manual Equipamento para jateamento

    4. TCNICAS OPERATRIAS

    4.1 Passo Peregrino

    A tcnica de soldagem por passo peregrino tambm conhecida como (passe a r) e

    consiste numa tcnica de melhor distribuio de calor, onde a junta a ser soldada dividida em

    mltiplos segmentos e os cordes de solda so aplicados em sentido contrrio ao da evoluo

    da soldagem, dessa forma as linhas isotrmicas (linhas de temperatura constante) assume um

    formato conveniente onde sua somatria se traduz numa forma retangular promovendo assim

    uma deformao de fcil correo.

    Distribuio das linhas de calor (Isotermas)

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    4.2 Retardamento da vinculao

    A tcnica de retardamento da vinculao muito eficiente para evitar deformaes ou

    trincas no conjunto aps soldagem. Essa tcnica consiste em evitar altos nveis de restrio no

    conjunto durante a soldagem, em outras palavras significa buscar uma seqncia de soldagem

    que permita a movimentao dos elementos pelo maior tempo possvel.

    Nesse caso para obter o retardamento da vinculao necessrio executar

    primeiramente as soldas em circunferncia, pois ao executar as soldas radiais os discosestaro formados, criando assim uma grande rigidez. Essa rigidez ser responsvel pelas

    tenses residuais que iro provocar trincas ou deformaes.

    4.3 Tcnica de Blocos

    A tcnica de blocos uma variante do retardamento da vinculao e consiste em se

    aplicar uma sequencia de 3 filetes de solda sobrepostos em processo de soldagem ao arco

    eltrico, formando assim um bloco e dessa forma garantindo uma maior resistncia associada a

    um maior aporte trmico.

    Os filetes desses blocos devem ter diferentes comprimentos, de maneira a no permitir

    alinhamento de possveis imperfeies oriundas da abertura e fechamento do arco eltrico.

    Recomenda-se ainda a execuo de dois ou mais blocos simultaneamente para uma melhor

    distribuio de tenses residuais.

    Distribuio e formato dos blocos na junta

    Junta circunferencial

    Junta radial

    Bloco inicial Bloco final

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    4.4 Balanceamento das tenses residuais

    Essa tcnica considerada a mais comum de todas e tem grande campo de aplicao

    na soldagem de forma geral, ela pode ser feita dentro do chanfro alternando-se os depsitos do

    metal de adio em cada lado do chanfro, ou pode ser na distribuio dos filetes em segmentosao longo da junta em seu comprimento total, nesse caso devemos intercalar os depsitos para

    melhor distribuio do calor introduzido. Outra formas de balanceamento podero ocorrer e o

    mtodo de controle dever ser visual e dimensional.

    Balanceamento em cada lado do chanfro Balanceamento ao longo da junta

    4.5 Reforo em cruz (espinha de peixe)

    utilizada para metais de base com estrutura cristalina frgil como o ferro fundido

    cinzento, nesses casos as ligaes da zona de diluio ao metal de base podem possuir

    tenses acima do suportvel pelo metal de base, dessa forma aconselha-se a adio de filetes

    de solda ortogonais junta soldada os quais agiro como apoio na absoro dessas tenses.

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    4.6 Triangulo de calor

    utilizado mais comumente na correo dos empenamentos sofridos por um conjunto

    aps soldagem. Baseia-se na ao simultnea de duas leis da fsica dos metais, ou seja: no

    coeficiente de dilatao trmica e na diminuio das propriedades mecnicas pelo aumento da

    temperatura.

    No caso do triangulo de calor a eficincia estar diretamente proporcional velocidade

    de aquecimento, ou seja: ser necessria uma grande velocidade no aquecimento para garantir

    a formao do triangulo de calor na pea, disso resultar uma dilatao diferencial que ira

    empurrar o metal adjacente, porm estando o metal contido no tringulo com resistncia

    menor ao adjacente ele se auto deformar atravs da fluncia desse metal para fora de

    maneira que ao resfriar o conjunto assumir um novo formato. muito importante a escolha

    dos pontos de calor bem como as dimenses dos tringulos de calor aplicados.

    Dilatao diferencial

    Condio inicial Condio final

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    5. SOLDABILIDADE

    Na soldagem de manuteno define-se soldabilidade como sendo, a capacidade de um

    metal ser soldado em condies estruturais e ou metalrgicas, sem entrar em colapso,

    mantendo o mnimo de resistncia exigida pela operao do produto em questo e nessas

    condies podemos classific-la em:

    Operatria

    Construtiva

    Metalrgica

    5.1 Soldabilidade Operatria

    A soldabilidade operatria est associada s condies encontradas no momento da

    execuo da soldagem. Tais condies devem ser muito bem analisadas, pois freqentemente

    as mesmas so bastante precrias, seja pela localizao, pelo acesso ou mesmo pela posio

    em que a soldagem ser executada. As anlises devem considerar o processo a ser utilizado,

    pois poder haver restries quanto sua aplicao em determinadas posies, a tcnica

    operatria escolhida, filete ou passe oscilado, tambm deve estar coerente com a situao, pois

    elas influem no calor introduzido e conseqentemente nas alteraes metalrgicas.

    5.2 Soldabilidade Construtiva

    A concepo adotada na fabricao original da pea ou conjunto a ser reparado pode

    influir na recuperao do mesmo, principalmente no que se refere s tenses residuais

    existentes, as quais por serem de natureza complexa e multi-direcionais, no podem serverificadas por instrumento. Contudo o formato e as tendncias ao empenamento so

    indicativos de estarmos diante um componente tencionado, e nessas condies deve-se buscar

    seqncias de deposio que possam agir em sentido contrrio ao das tenses residuais,

    anulando assim o efeito das mesmas.

    Uma tcnica de distencionamento mecnico por martelamento durante a soldagem,

    tambm poder ser utilizada dependendo do tipo de metal de adio que ser depositado.

    Alguns exemplos sero apresentados mais adiante.

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    5.3 Soldabilidade Metalrgica

    De todos os tipos aqui apontados, a soldabilidade metalrgica provavelmente a mais

    complexa, e tambm a que mais tem sido estudada. A soldabilidade metalrgica

    influenciada por inmeros fatores, tais como:

    O controle desses efeitos se restringe ao condicionamento trmico imposto, dessa formatorna-se imprescindvel a verificao da natureza dos metais envolvidos no processo de

    maneira a se estabelecer o regime trmico apropriado, em grande parte dos casos isso ir

    implicar na aplicao de pr-aquecimento, controle das temperaturas de interpasse e um ps-

    aquecimento.

    As variantes que podem surgir quando combinamos os fatores acima definidos, com a

    imensa quantidade de ligas metlicas existentes praticamente infinita, inviabilizando assim a

    definio de uma receita ou regra geral, dessa forma precisamos entender todos essesfenmenos e associ-los para melhor definio dos parmetros de condicionamento trmico.

    5.3.1 Aporte trmico

    A quantidade de calor introduzida na soldagem conhecida por aporte trmico ou energia

    de soldagem Heat Input. O aporte trmico H para soldagem, em geral, pode ser expresso

    pela equao:H = P / Va

    Onde:H = Energia de Soldagem [Joule.mm ]

    P = Potncia da fonte de calor [Watt ]

    Va = Velocidade de avano [mm / s ]

    Na soldagem ao arco eltrico, o aporte trmico H expresso pela equao:H = V. I / Va

    Onde:

    H = Energia de Soldagem [Joule.mm ]

    V = Tenso [Volt ]

    I = Corrente [Ampre ]

    Va= Velocidade de avano [mm / s ]

    Aporte trmico

    Tenses x deformaes

    Alterao do diagrama de equilbrio

    Transformaes da estrutura cristalina

    Incluses e segregaes

    Tratamentos trmicos

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    A energia de soldagem uma caracterstica do processo e da tcnica utilizada, os

    processos tais como: arco submerso ou eletroescoria, por exemplo, possuem energia de

    soldagem elevada, enquanto que outros onde a rea de aquecimento pequena como o TIG,

    por exemplo, so considerados de baixa energia. Quanto mais alto for o aporte de calor

    (energia de soldagem), maior ser a quantidade de calor transferido a pea,

    conseqentemente, maior ser a poa de fuso, mais larga a zona aquecida e menor ser ogradiente trmico entre a solda e o metal de base. A eficincia de transmisso pode ser

    considerada constante para um mesmo processo, pois exprime a parcela de energia

    efetivamente transferida pea. Perdas decorrentes do aquecimento de cabos e eletrodos,

    respingos e resfriamento pelo meio ambiente, fazem diminuir o valor de .

    A forma de se controlar o aporte trmico, num determinado processo de soldagem,

    buscando a condio de potncia e velocidade de soldagem, que garantam uma conformidade

    de deposio e uma estrutura cristalina sem grandes alteraes, se comparadas com a

    estrutura original do metal base. A tcnica de soldagem com cordes estreitos assume valoresde velocidade de avano bem mais elevados do que a tcnica de soldagem com oscilao, e

    conseqentemente, com menor quantidade de calor introduzido.

    Valores elevados de aporte trmico podem provocar alteraes metalrgicas importantes

    tais como: a precipitao de carbetos de cromo, ou formao de fase sigma nos aos

    austenticos, ou mesmo um crescimento de gro exagerado nos aos ferrticos, sendo que em

    ambos os casos o resultado final a diminuio da tenacidade do metal depositado ou da zona

    fundida. Por outro lado, dependendo da natureza do ao, o aporte trmico pode ser insuficiente,

    levando a uma taxa de resfriamento elevada que por sua vez resultar na formao deestruturas duras como, por exemplo, a martensita, aumentado assim o risco de fissurao.

    Um mtodo bastante utilizado na preveno de trincas por fragilizao a determinao

    da temperatura de pr-aquecimento, a partir da maior ou menor probabilidade de formao de

    estrutura martenstica, com isso consegue-se alterar a taxa de resfriamento da poa de fuso,

    atenuando assim a formao de estruturas frgeis. A determinao da temperatura de pr-

    aquecimento possvel atravs da quantificao do Carbono Equivalente, que significa dizer,

    qual o percentual de carbono e de elementos de liga, que favorecem a formao da martensita,

    esto presentes no ao a ser soldado.

    Para a determinao do Carbono Equivalente pode ser utilizada uma equao

    desenvolvida por pesquisadores do IIW - International Institute of Welding, conforme segue:

    49,024

    %

    2

    %

    13

    %

    15

    %

    5

    %%

    4

    %

    6

    %%% ++++

    ++++=

    SiPCuNiVCrMoMnCCeq

    sendo:Boa Soldabilidade - Ceq 0,49 %

    Mdia Soldabilidade - 0,5 % Ceq 0,65 %

    M Soldabilidade - Ceq > 0,65 %

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    Bandas de deslizamento na face da fratura de um ao SAE 4340

    5.3.3 Alterao do diagrama de equilbrio

    A soldagem nos aos em geral bem como no ferro fundido, devido aos ciclos trmicos

    envolvidos, implica num tratamento trmico localizado que pode causar alteraes na estruturados materiais e conseqentemente afeta as propriedades mecnicas dos mesmos. Essas

    alteraes podem comprometer o desempenho em trabalho da junta soldada e portanto devem

    ser minimizadas, na soldagem de produo isso relativamente fcil, uma vez que contamos

    com a possibilidade da escolha do ao em funo das caractersticas desejadas no projeto da

    junta. Por outro lado isso no ocorre na soldagem de manuteno, onde freqentemente vamos

    encontrar aos com altos teores de carbono ou mesmo com elementos de liga que favorecem a

    formao de estruturas frgeis durante o resfriamento. O caso mais comum o do ferro

    fundido, que muito utilizado na fabricao de maquinas e equipamentos, e que possuielevados teores de carbono.

    Marcas de praia

    Marcas Radiais

    Final da fratura

    Bandas dedeslizamento

    Inicio da trinca

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    As fases de um metal podem se modificar atravs de ciclos trmicos inibindo ou

    promovendo a formao de novas fases, dessa forma as propriedades mecnicas, fsicas e

    qumicas da liga tambm se modificam, ou seja: possvel obter diferentes microestruturas, e

    conseqentemente diferentes propriedades a partir de uma mesma composio qumica.

    Quando uma liga resfriada lentamente a partir da fase lquida, as fases presentes no

    estado slido a cada temperatura estaro em equilbrio termodinmico e podem ser previstaspor diagramas que mostram as fases estveis em funo da temperatura e da composio

    qumica, ou seja, percentual de elemento soluto. Estes diagramas so denominados diagramas

    de fases. Um exemplo clssico de diagrama de fases o diagrama ferro-carbono, o ferro puro

    apresenta duas transformaes alotrpicas, ou seja, de mudanas de estrutura cristalina.

    A temperatura ambiente a estrutura termodinamicamente estvel a cbica de corpo

    centrado ccc. Quando aquecido acima de 910C o ferro passa de ccc para cfc cbico de faces

    centradas e volta a ser ccc acima de 1394C; passando para o estado lquido ao atingir

    aproximadamente 1540C. A figura abaixo mostra o diagrama da liga binria FeC para teoresde carbono at 6,7%. O diagrama assim representado pois o Fe3C, carboneto de ferro,

    apresenta saturao a partir desse limite, embora as ligas acima de 4,5% de carbono no

    apresentem nenhum interesse comercial. As transformaes de uma fase para outra ou a

    variao de composio de uma certa fase, envolvem o rearranjo dos tomos do material, o

    tempo necessrio para essas alteraes depende da temperatura e da complexidade da

    alterao.

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    Ferro = Ferrita = Cbico de corpo centrado ( < 910C )

    Ferro = Austenita = Cbico de face centrada ( > 910C < 1400 C )

    Ferro = Ferrita = Cbico de corpo centrado ( > 1400C )

    Euttico= Mistura de componentes slidos que ao fundir-se fica em equilbrio com um lquido

    da mesma composio que a sua, e cuja temperatura de fuso um mnimo na curva.

    Temperatura eutetide = Para aos ao carbono 723 C e a composio eutetide

    corresponde a 0,80% C. No sistema FeC tem-se uma soluo slida e portanto no ocorre uma

    reao euttica verdadeira, porm devido sua semelhana foi denominada eutetide.

    A perlita uma mistura de duas fases, formada pela transformao da austenita em

    ferrita e cementita, h cerca de 12% de cementita e 88% de ferrita na mistura resultante,devido se formarem simultaneamente a ferrita e a cementita esto intimamente ligadas em

    camadas alternadas caracteristicamente lamelar.

    5.3.4 Transformao da estrutura cristalina

    A velocidade de resfriamento tem um papel fundamental na formao da microestrutura,

    e por conseqncia nas propriedades mecnicas da junta soldada, no se deve esquecer que

    dureza e tenacidade trafegam em vias contrrias, ou seja um aumento de dureza implica quasesempre em uma diminuio da tenacidade e portanto aumenta a propenso formao e

    propagao de trincas, no diagrama abaixo podemos observar as diferentes microestruturas

    que podem se formar a partir de um resfriamento continuo em diferentes velocidades, num ao

    de alta resistncia e baixa liga do tipo SAE 4340.

    C

    100

    200

    300

    723

    10 103100 104 105 103

    seg

    Austenita Martensita

    MartensitaMartensita

    FerritaBainita

    MartensitaFerritaPerlitaBainita

    FerritaPerlita

    8,4C/seg 0,33C/seg 0,0062C/seg0,23C/seg

    MartensitaBainita

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    34

    5.3.5 Impurezas e defeitos

    Impurezas

    Decorrem dos processos siderrgicos ou de fundio, so conseqncias de acmulo

    de elementos no metlicos tais como: xidos e sulfetos que se localizam nas chamadas

    cabeas de lingote, isso nos casos de lingoteamento convencional, podem tambm estaremrelacionados desgazeificao ou dessulfurizao ineficiente durante o processo, tais

    elementos iro se alinhar durante a laminao diminuindo consideravelmente a resistncia na

    direo Z.

    Defeitos externos

    So decorrentes de falhas operacionais, sendo as mais comuns:

    mordeduras

    respingos reforo excessivo cordo assimtrico escorrimento

    Defeitos Internos

    Os defeitos internos podem ter as mais diversas origens, sendo em alguns casos

    bastante complexa sua interpretao e sua conseqente preveno, bastante comum termosum defeito no com uma nica causa, mas sim com diversas causas. Os defeitos internos

    dividem-se em bidimensionais e tridimensionais.

    Os defeitos bidimensionais so os mais graves devido sua tendncia propagao, so

    eles a falta de fuso e as trincas.

    Os defeitos tridimensionais so estveis e implicam unicamente na diminuio da seo

    resistente, os mais comuns so: incluso de escria e porosidades.As incluses de escria

    podem decorrer dos seguintes fatores:

    Limpeza incorreta;

    Ausncia de limpeza;

    Seqncia de filetes inadequada;

    Chanfro Inadequado;

    ngulo do eletrodo incorreto;

    Tcnica operatria inadequada.

    Os poros so cavidades que se formam internamente no metal depositado, podendo se

    de forma esfrica ou vermicular, manifestando-se isoladamente ou em agrupamentos, suas

    provveis causas so as seguintes:

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    a) Eletrodo mido

    Nesse caso devem ser examinados os cuidados de armazenagem e ressecagem

    dos eletrodos, para tanto so necessrios fornos especialmente projetados.

    b) Amperagem inadequada

    Ajuste a amperagem em funo do tipo de eletrodo, importante trabalhar sempre

    dentro das faixas recomendadas pelos fabricantes, ou determinadas na EPS.

    c) Chapas midas ou oleadas

    Deve-se sempre proceder mais comuns de limpeza so: o jateamento com areia ou

    granalhas de ao e decapagem qumica ,podendo tambm utilizar-se de lixadeira ou

    escovas.

    d) Tcnica operatria incorreta

    Um tipo comum de porosidade o chamado poro de cratera, eles ocorrem no

    fechamento de arco quando o mesmo feito abruptamente, nesse caso a formamais recomendvel de evit-los aps encher a cratera retornar com o eletrodo de

    forma a descrever uma vrgula com a ponta do mesmo, a distncia grande entra o

    eletrodo e a fuso, e a velocidade de avano alta tambm ocasionam poros.

    5.3.6 Tratamentos trmicos

    A soldabilidade pode tambm ser afetada por tratamentos trmicos, isso devido ao

    aquecimento localizado promovido pela soldagem, durante o processo o material ultrapassa a

    temperatura de austenitizao dos aos, promovendo assim transformaes estruturais nazona intermediaria entre o metal de base e o de adio, denominada ZTA - Zona Termicamente

    Afetada, alterando por conseqncia as propriedades mecnicas da junta soldada nessa

    regio. Nessas condies essa regio pode apresentar alteraes estruturais bastante

    evidentes, tais como fases martensticas ou bainiticas, com elevada dureza e risco de

    fissurao por fragilizao da junta soldada. Pode ainda o metal de base estar na condio de

    temperado e revenido e nesse caso podero ocorrer alteraes ainda mais complexas durante

    a soldagem, nesse caso deve-se minimizar o aporte trmico atravs do controle dos

    parmetros da soldagem.

    Diagrama de transformao isotrmica - ao SAE 4340

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    Ruptura frgil

    Ocorre quando uma transformao metalrgica fragilizou as ligaes intergranulares

    ou conferiu grande dureza aos gros (baixa tenacidade) podendo estar ou no associada ao

    crescimento dos mesmos. A separao intergranular requer baixa energia, pois neste caso, a

    trinca segue os contornos de gros e ocorre quando estes so mais frgeis. Essa fragilizao,

    ou reduo na energia para a fratura, pode ocorrer devido ao de diversos agentes comoradiao, absoro de Hidrognio, precipitao de intermetlicos ou fases frgeis junto aos

    contornos de gros. Quando se verifica pouca ou nenhuma deformao plstica aparente a

    ruptura classificada como frgil. A formao de superfcies lisas ou regulares de fratura, com

    aspecto brilhante, ou ainda a presena de marcas em V denominadas: chevrons, caracterizam

    uma ruptura frgil, como evidenciado na foto.

    Ruptura fragil - Macrografia

    Clivagem

    Ocorre por separao direta ao longo de planos cristalogrficos especficos. Portanto, a

    fratura por clivagem transgranular, isto , passa preferencialmente pelo interior dos gros.

    Neste mecanismo nota-se pouca ou nenhuma deformao plstica. A face da fratura tem

    aparncia lisa e plana, podendo apresentar irregularidade na sua superfcie semelhantes a

    marcas de rio que surgem devido movimentao de discordncia em hlice, se a superfcie

    fraturada apresenta predominncia de planos de clivagem ou ausncia de deformao plstica,

    a mesma ser classificada como ruptura frgil.

    Clivagem

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    Trinca mecnica ocorrida em um rotor de hidrogerador

    A trinca mecnica tambm pode ocorrer durante a soldagem quando os esforos forem

    superiores resistncia do metal de base como mostrado na figura, onde a geometria circular

    da junta soldada fez com que as tenses de contrao fossem mximas.

    1200

    Trinca mecnica em todo o contorno

    7.2 Trinca de solidificao

    A granulao grosseira, a orientao da estrutura e a concentrao de

    segregaes, inerentes prpria solidificao exercem uma influncia marcante sobre a

    susceptibilidade formao de defeitos no metal de solda, principalmente sobre o mecanismo

    de formao da trinca a quente, tambm conhecida como trinca de solidificao.

    Existem cinco tipos diferentes de estrutura de solidificao, que so: a planar, a celular,

    a celular dendrtica, a colunar dendrtica e a equiaxial dendrtica. O que determina o tipo de

    solidificao que ser predominante no metal de solda o grau de resfriamento no material,

    que por sua vez depende da composio qumica da liga e do gradiente de temperaturas

    formado pelo procedimento de soldagem imposto.

    As trincas a quente se formam em altas temperaturas no metal de solda (trincas de

    solidificao) ou na zona de ligao (trincas de liquao), e resultam das tenses geradas na

    contrao durante o resfriamento.

    200 Material:

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    A presena de um filme lquido de produtos de baixo ponto de fuso no consegue

    resistir a tenses de trao e se abre, a trinca de cratera nos aos inoxidveis uma variante

    das trincas a quente. Em termos prticos pode-se afirmar que uma solidificao mais rpida e

    cordes menores, formados com baixa energia de soldagem, de um metal de solda mais puro,

    minimizam os efeitos das segregaes reduzindo a susceptibilidade ao trincamento durante a

    solidificao.

    A trinca a quente ocorre na regio central do cordo e ser tanto mais favorecida sua

    formao quanto maiores forem os nveis de impurezas existentes no metal de base. As

    impurezas a que nos referimos so notadamente: os xidos, sulfetos ou silicatos eventualmente

    encontrados dispersos nos aos laminados. Essas partculas no metlicas no se fundem e

    permanecem dispersas no banho de metal lquido.

    Durante o resfriamento, as dendritas, formaes caractersticas da zona de fuso, agemcomo cunhas segregando essas partculas na linha de centro do cordo, formando assim uma

    regio fragilizada pela alta concentrao de elementos no metlicos.Nos aos austenticos a

    sensibilidade fissurao a quente se deve formao de uma pelcula de silicatos em torno

    dos gros da austenita. Pode-se evitar a presena desses silicatos favorecendo a formao de

    uma fase susceptvel de precipitar entre os gros, que a ferrita . Entretanto um excesso de

    ferrita pode reduzir a ductilidade caracterstica da austenita. importante haver um controle

    sobre os nveis de silcio, os quais no devem ser superiores a 0,6%, sob o risco de aumentar a

    sensibilidade fissurao a quente, (Sfrian, 1965).

    Os esforos resultantes da contrao, decorrente do resfriamento, agem sobre o cordo

    provocando a trinca, a figura abaixo mostra esquematicamente o corte transversal de um

    cordo de solda, ilustrando uma trinca a quente, esse tipo de trinca assim denominado, pois

    ocorre, normalmente, em altas temperaturas, acima de 300 C, quanto maior for a vinculao

    das partes que compem a junta, maior ser a probabilidade de ocorrncia de fissuraes.

    Trinca quente

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    Trinca de liquao

    A zona de diluio a regio do metal de base que sofreu fuso parcial durante a

    soldagem, e sobre a qual se inicia a solidificao do metal de solda. Em muitos materiais esta

    regio pequena e somente pode ser observada em nvel microscpico, podendo mesmo no

    ser identificada, como o caso dos aos de baixo carbono. Porm existem materiais,austenticos, por exemplo, cuja presena desta regio parcialmente fundida pode levar

    fissurao por liquao. Algumas ligas metlicas quando em estado lquido, so muito

    susceptveis a precipitaes em contornos de gro, principalmente devido granulao

    grosseira e presena de fases eutticas.

    Materiais conformados por forjamento tambm podem apresentar este tipo de problema,

    relacionados linhas de deformao, fases de diferentes pontos de fuso, etc. Normalmente os

    cuidados para minimizar trincas de solidificao no so efetivos para evitar trincas de liquao

    sendo importante neste caso minimizar o tensionamento residual da junta soldada atravs da

    utilizao de tcnicas de amanteigamento.

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    7.3 Trinca lamelar

    A trinca lamelar ocorre em soldagens estruturais de aos, normalmente em altas

    espessuras, quando nas soldagens em ngulo, a chapa carregada no sentido ortogonal

    espessura, tambm conhecida como direo Z. A abaixo mostra uma estrutura soldada, onde

    os esforos decorrentes da contrao do metal de solda incidem na direo Z.

    As causas desse tipo de trinca so: as segregaes e impurezas presentes nas chapas

    de ao laminadas, o formato da pea ou da junta o grau de rigidez da estrutura.

    Junta crtica

    Nervura

    Vaso cilndrico Disco rgido

    Incluses no metlicas em chapalaminada: xidos, sulfetos e silicatos

    Forma caracterstica da trinca lamelar

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    FATORES DE INFLUNCIA

    ZthA

    ESPESSURA

    DA

    SOLDA

    a 10 310 < a 20 620 < a 30 930 < a 40 12

    40 < a 50 15a > 50 18

    ZthB

    FORMATO

    DA

    JUNTA

    -25

    - 5

    0

    S Sx

    S

    3

    S S S

    5

    S S

    8

    ZthC

    ESPESSURA

    DA CHAPA

    CARREGADA

    s 10 mm10< s 20 mm20< s 30 mm30< s 40 mm40< s 50 mm50< s 60 mm60< s 70 mm

    s > 70 mm

    246810121416

    ZthD RIGIDEZPouco rgido

    RgidoMuito Rgido

    035

    ZthE TEMPERATURA Com pr-aquecimentoSem pr-aquecimento-80

    0,7. S

    S

    S

    0,5. S

    S S

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    A reduo de rea no sentido transversal curto, mnima aceitvel de uma determinada

    chapa de 5%, independente do valor de Zth terico requerido para a junta, j que o mesmo

    poder se negativo, conforme pode ser visto na tabela acima. Os valores de estrico adotados

    pelas usinas siderrgicas so: 15%, 25% e 35%, dessa forma aps o ensaio de extrico, o

    valor obtido ser confrontado com a tabela abaixo para se determinar o fator Z da chapa de

    teste. Com o auxilio da tabela acima podemos determinar a reduo de rea mnima no sentido

    transversal curto Fator Z, em funo do valor de Zth obtido pela soma dos diversos fatores de

    influncia:

    Zth = ZthA + ZthB ................+ ZthE

    Exemplo de clculo

    Verificar os fatores de influncia para junta abaixo, (sem pr-aquecimento) e determinar

    qual dever ser a qualidade da chapa posio 1 no tocante a extrico na direo Z a ser

    especificada.

    A B C D E9 8 8 5 0

    A simples exigncia de qualidade Z na aquisio de uma chapa de ao no garante

    plenamente a ausncia de trinca lamelar, isso ocorre devido que a retirada dos corpos de prova

    conforme ASTM A370 podem ter encontrado uma regio favorvel enquanto que o restante da

    chapa pode estar comprometida. Dessa maneira recomendamos um ensaio por ultra som mais

    rigoroso em toda a extenso da chapa como exemplo citamos: EN 10160 classe S1-E1.

    = 30

    Portanto... Z = 25%

    22

    37.5

    1

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    As micrografias mostram dobras de forjamento e descarbonetao

    superficial com diversos incios de trincas secundrias

    Trinca de fadiga originada em umamordedura de soldagem

    12

    3

    4

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    7.5 Trinca por corroso

    Existem duas categorias de corroso que podem levar uma junta soldada ruptura, a

    corroso sob tenso que pode ser intergranular, transgranular ou mista, e que se caracteriza

    por ser um fenmeno eletroqumico onde o metal tende a se ionizar na presena de um

    eletrlito, ou pela ao galvnica entre metais de diferentes potenciais eltricos, o processo

    corrosivo pode ser agravado nas juntas soldadas pela presena de mordeduras ou

    sobreposies over lap.

    A segunda maneira a chamada sensitizao, que ocorre mais notadamente nos aos

    inoxidveis austenticos, particularmente quando os mesmos so expostos a temperaturas

    elevadas, acima de 500 C, nessas condies podero ocorrer, precipitaes de carbetos de

    cromo nos contornos de gros, fragilizando a estrutura e ao mesmo tempo empobrecendo a

    regio vizinha aos mesmos, pela diminuio do elemento cromo (Sfrian, 1965). Esses gros

    assim afetados daro inicio ao um processo corrosivo e a partir da podero surgir

    microfissuras, que em funo dos esforos atuantes sobre o componente podero setransformar em trincas.

    Trinca por corroso intergranular - ao inoxidvel tp 409

    Durante o projeto fundamental uma anlise sobre as condies de operao do

    equipamento, particularmente quando o mesmo for submetido a altas temperaturas, pois uma

    precipitao de fases secundrias poder ocorrer e degradar completamente a estrutura, como

    ocorreu nos defletores dessa chamin de exausto de gases aquecidos a 550C. A soluo foisubstituir o material de inox para ao carbono refratrio.

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    7.6 Trinca por hidrognio

    A trinca de hidrognio tambm conhecida como a frio ou sob cordo provavelmente

    a de maior incidncia na soldagem dos aos estruturais, ela est intimamente ligada aos

    parmetros adotados na soldagem, como tambm s condies de trabalho no que se refere

    limpeza e condicionamento dos materiais de soldagem. Seu mecanismo de formao baseia-sena combinao de trs fatores:

    A ausncia ou a sensvel diminuio de um desses fatores pode impedir a ocorrnciadesse tipo de trinca, para tanto algumas aes preventivas se fazem necessrias. Tais aes

    abrangem a engenharia e a fabricao como demonstrado a seguir.

    Projeto

    O projetista pode estudar disposies ou formas geomtricas que minimizem as tenses

    residuais, evitando tanto quanto possvel a hiper vinculao das partes ou a concentrao de

    tenses em regies crticas, e no momento da definio dos materiais, buscar aqueles queatendam as necessidades mecnicas e fsicas, mas que tambm possuam um baixo valor de

    carbono equivalente.

    Procedimentos

    Procedimentos que podem minimizar o aporte de H2na poa de fuso:

    - A escolha de um processo de extra baixo hidrognio como, por exemplo, oprocesso MIG/MAG, ou a utilizao de eletrodos bsicos.

    - O condicionamento adequado dos eletrodos em ambiente seco com temperatura

    - (25C) e umidade relativa do ar controlada ( 50 %) seguidos de ressecagem doseletrodos antes do uso.

    - A manuteno dos eletrodos bsicos em estufas apropriadas com temperaturasentre 105 e 115 C, e a utilizao de estufas portteis quando em canteiro.

    - Um ps-aquecimento eficiente tambm ir colaborar na difuso do hidrognio

    remanescente.

    - Fluxos bsicos para o processo arco submerso (SAW) e arames tubulares bsicostambm devem ser mantidos em ambientes secos.

    Trinca de H2 = Tenso + Martensita + Hidrognio

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    7.6.1 Fatores de influncia na formao da trinca de H2

    Conforme Million (1971) as influncias do hidrognio sobre as propriedades dos aos sodescritas como sendo extremamente variadas e tem sido objeto de muitos estudos at omomento. Porm a mais freqente das afirmaes a reduo da ductilidade e da tenacidade

    dos aos sob influncia de pequenas quantidades de hidrognio. Isso equivale a dizer que,nessas condies, ir ocorrer uma diminuio das propriedades plsticas e da resistncia aruptura. A grande interao existente entre os tomos de hidrognio e os de carbono, resulta

    que o hidrognio dificulta a sada do carbono da soluo slida agindo, portanto como umestabilizador da martensita, o hidrognio dissolvido na estrutura cristalina do ao tambmprovoca um crescimento de dureza.

    O mecanismo de fissurao devido ao hidrognio tem por principio as presses internas,geradas pelo aumento de volume, que acontece quando o hidrognio, que aps ter sido

    introduzido na estrutura do ao em sua forma atmica H+, passa a se agrupar, atrado pelastenses internas, e se transforma em hidrognio molecular H2, com um grande aumento devolume. Isso ocorre em temperaturas baixas, menores que 150 C.

    A presso gerada pode facilmente ultrapassar o limite de escoamento, e associada fragilidade causada pela formao da martensita, na zona termicamente afetada (ZTA), introduzdeformaes plsticas que do origem as microfissuras intergranulares e transgranulares. Asintegraes dessas microfissuras daro origem a trinca conhecida como, trinca de fragilizaopelo hidrognio, esse tipo de trinca ocorre mais freqentemente nos processos de soldagem

    tradicionais onde normalmente a presena de gua proveniente da umidade nos eletrodos ou

    fluxos eletro-condutores, favorecem a introduo do hidrognio na poa de fuso, uma vez quea molcula da gua se decompe no arco eltrico liberando o hidrognio, seu mecanismo de

    formao baseia-se na combinao de trs fatores:

    A figura abaixo mostra uma trinca de hidrognio, ocorrida em uma junta circunferencial, o

    conjunto foi construdo em chapa extra grossa de ao laminado S 355 J2, o processo utilizadofoi o FCAW, com pr aquecimento de 120 C. Nesse caso foi executado um ps aquecimento a150 C por 30 minutos para difundir o hidrognio remanescente, o pr aquecimento estava

    coerente com o carbono equivalente do metal de base, e apesar disso a trinca ocorreu, devido

    hiper vinculao decorrente da junta circular.

    Trinca de H2em cubo de rotor

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    8.1 Tipos de falhas mais comuns

    Encruamento por trabalho mecnicoDeformao elsticaDeformao plsticaTrincas de origem mecnica

    Trincas de origem metalrgicaRelaxao trmicaFragilizao pelo hidrognioFragilizao por radiao

    Fratura dctilFratura frgilOxidaoCorroso

    FlambagemDesgasteErosoCavitao

    8.2 Identificao visual alguns metais

    Caractersticas

    MateriaisFratura Superfcie em bruto Usinagem recente

    Ao baixo carbono e aofundido Cinza brilhante

    Cinza escuro, eventualmentemarcas de fundio ouforjamento

    Muito lisa, cinzabrilhante

    Aos alto carbono Cinza muito claroCinza escuro, riscos delaminao ou marcas deforjamento

    Muito lisa, cinzabrilhante

    Aos ligados Cinza mdioCinza escuro, relativamenterugosa, eventualmente riscosde laminao ou forjamento

    Muito lisa, cinzabrilhante

    Cobre Avermelhada

    Superfcie lisa com graduao

    de marrom avermelhado paraverde, devido oxidao

    Vermelho brilhantetornando-se foscocom o tempo, muitolisa

    Lato e bronzeAmareloavermelhado

    Superfcie lisa com vriastonalidades de marrom, verdeou amarelo devido oxidao

    Aparncia vermelhoamarelada, muito lisa

    Alumnio e ligas Branca Evidencias do molde ou dalaminao, cinza muito claro

    Lisa, muito branca

    Monel Cinza claro Lisa, cinza escuro Muito lisa e branca

    Nquel Quase branca Lisa, cinza escuro Muito lisa e branca

    Chumbo Branca cristalina Branca a cinza, lisa aveludada Muito lisa e branca

    Ferro fundido branco

    Formaocristalina sedosa,muito fina ebranco-prateada

    Evidncia de molde de areia,cinza fosco

    Raramente usinada

    Ferro fundido cinzento Cinza escuro Evidncia de molde de areia,cinza muito foscoModeradamente lisa,cinza claro

    Ferro fundido malevel Cinza escuro Evidncia de molde de areia,cinza foscoSuperfcie lisa, cinzaclaro

    Ferro batido Cinza brilhante Cinza claro, lisaSuperfcie lisa, cinzaclaro

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    8.3 Exame da superfcie de fratura e da pea fraturada

    8.3.1 Inspeo visual

    A inspeo visual, por vezes, a etapa da investigao que fornece as informaes mais

    importantes para a anlise do mecanismo de falha. Algumas vezes, a inspeo visual indica omodo de fratura e a causa provvel em poucos segundos, sendo que as outras tcnicas so

    empregadas, nestes casos, apenas para confirmar a hiptese levantada nesta etapa. A

    inspeo a olho nu permite, certamente, levantar as hipteses mais provveis sobre o

    mecanismo de falha, direcionando a investigao quanto a seqncia de emprego das tcnicas

    de anlise e a interpretao dos dados por estas obtidos.

    A anlise de uma fratura deve ter sempre como referncia o aspecto global da superfcie.

    Os processos de fratura deixam marcas significativas nas superfcies fraturadas que permitem,

    muitas vezes, a identificao das regies de nucleao, propagao de trincas e fratura final.

    Tais informaes indicam, qualitativamente, os nveis de tenso aplicados e o modo de

    carregamento.LIPSON e JACOBY esquematizaram esta relao entre o aspecto da fratura e o

    tipo e intensidade do carregamento, em mapas que mostram a distribuio das diferentes

    regies formadas pelo processo de fratura. A figura abaixo elaborada por Lipson e Jacoby,

    empregada para peas com seo transversal circular, como eixos e pinos, e considera a

    presena de concentradores de tenses. importante observar que no foi considerada a

    possibilidade de nucleao a partir de falhas internas.

    Tenso Nominal Elevada Tenso Nominal Baixa

    45o

    Forma helicoidal

    Trao-Trao ou Trao-Compresso

    Flexo Unidirecional

    Flexo Alternada

    Flexo Rotativa

    Toro

    semconcentradorde tenses

    moderadoconcentradorde tenses

    severoconcentradorde tenses

    severoconcentradorde tenses

    moderadoconcentradorde tenses

    semconcentradorde tenses

    Nucleaoe Propagao

    Ruptura Final

    Representaes esquemticas de superfcies de fratura em eixos cilndricosde acordo com a intensidade e tipo de carregamento

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    8.3.3 Observao em microscpio ptico

    Um dos mandamentos da Anlise de Fratura jamais remontar a pea fraturada antes de

    se completar a investigao, pois podem ser produzidos pequenos danos ao se unir superfcies

    fraturadas, reduzindo-se a rea til para obteno de informaes.

    Outro cuidado consiste em proteger as superfcies fraturadas contra a corroso, limpando-

    as e cobrindo-as com verniz acrlico ou leo neutro, que podem ser removidos posteriormente por

    solventes orgnicos. Nunca se deve tocar a superfcie de fratura com os dedos, pelo mesmo

    motivo. A observao das superfcies adjacentes de fratura fornece informaes quanto a

    possveis concentradores de tenso, como fissuras, porosidades, etc.

    O microscpio estereoscpico ptico permite a observao com sensao de

    profundidade, isto , permite visualizar relevos no-planos atravs da fuso de duas imagens

    tomadas com ngulos diferentes, mas a uma mesma distncia, de uma mesma regio do objeto

    observado.A fuso destas imagens se d por meio de jogos de lentes e/ou espelhos construdos

    de forma a se obter uma nica imagem, que ser projetada em uma tela ou observada atravs de

    duas oculares, tendo ampliadas as protuberncias ou reentrncias verticais do objeto observado

    em relao ao aumento lateral da imagem.

    Entretanto, h uma certa limitao em grandes ampliaes, com um aumento na distorode formas e reduo do foco, exigindo o uso de lentes cada vez mais o que restringe seu uso ao

    limite de at 80X. Cabe lembrar que a obteno de fractografias nestes equipamentos exige

    ateno especial com as condies de iluminao sobre a amostra.

    Zona fundida + metal de adio / dendritas - 200 X

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    9. TENSES RESIDUAIS

    O nvel de tenses residuais em uma junta soldada pode ser diminudo reduzindo-se a

    quantidade de calor fornecido junta ou a quantidade de metal depositado. Na prtica, isto pode

    ser feito atravs da otimizao do desenho do chanfro (veja capitulo especifico) e tambm

    evitando excessos de metal de adio. Tenses residuais tambm podem ser reduzidas pelo usode metal de adio com a menor resistncia mecnica, desde que seja permitido pelo projeto.

    Para a soldagem de alguns tipos de aos, metais de adio que sofrem transformao de fase a

    uma temperatura suficientemente baixa, podem ser usados. Como j mencionamos, a formao

    da martensita vem acompanhada por um aumento de volume que contrabalanceia a contrao do

    material e, assim, reduz o nvel de tenses residuais.

    Aps a soldagem, as tenses residuais podem ser aliviadas em uma pea ou estrutura por

    mtodos trmicos ou mecnicos. Estes mtodos se baseiam em permitir a deformao

    permanente localizada do componente que possui tenses residuais reduzindo ou eliminando as

    variaes dimensionais responsveis pela existncia das tenses residuais. No caso do uso de

    mtodos trmicos, a elevao da temperatura leva a uma reduo do limite de escoamento do

    material facilitando a sua deformao plstica. Alm disto, dependendo da temperatura e do

    tempo de tratamento, deformao por fluncia pode ocorrer no material e contribuir para o alvio

    de suas tenses residuais. Os mtodos mecnicos se baseiam em facilitar o escoamento plstico

    localizado pela aplicao de alguma forma de carregamento mecnico.

    As tenses residuais podem contribuir para o aparecimento de vrios problemas em

    juntas soldadas. Contudo, antes de discutir esses, ser discutida abaixo a conseqncia da

    aplicao de um carregamento externo sobre a distribuio de tenses residuais em uma junta.

    Essa discusso permitir definir os tipos de problemas usuais para os quais a presena de

    tenses residuais poder ter uma maior influncia. Quando um componente soldado, contendo

    uma distribuio inicial de tenses residuais submetido a um carregamento de trao, as

    tenses residuais se somam diretamente s tenses do carregamento, enquanto todas as

    deformaes forem elsticas, isto , no ocorrerem deformaes plsticas no componente. Desta

    forma, se o carregamento externo for aumentado lentamente, as regies da solda, nas quais as

    tenses residuais de trao so mais elevadas, devem atingir condies de escoamento plstico

    antes do resto do componente.

    O desenvolvimento de deformaes plsticas, localizadas principalmente na regio da

    solda, tende a diminuir as variaes dimensionais ocorridas durante a soldagem e que so as

    principais responsveis pela existncia das tenses residuais. Desta forma, tendo ocorridodeformaes plsticas localizadas durante o carregamento, quando este for retirado, o nvel das

    tenses residuais tende a ficar menor do que existia anteriormente.

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    A temperatura deve, sempre que possvel, ser verificada com um instrumento de rpida

    indicao. Um meio simples para o controle da temperatura, normalmente existente nos locais de

    instalaes o dos lpis de cor de medio de temperatura, (Thermochrom, Thermocolore), a

    temperatura mxima admissvel no pode ser ultrapassada. Um aquecimento em profundidade

    do eixo deve ser evitado absolutamente, uma vez que com isto a estrutura do material pode ser

    alterada de forma prejudicial.

    O aquecimento deve abranger apenas a camada superior e no deve progredir em

    profundidade. Como norma, pode ser admitido um aumento da curvatura, da ordem de 3 - 4

    vezes a curvatura inicial. Para resfriar o eixo mais rapidamente aps o aquecimento, retira-se a

    isolao trmica e o eixo girado, se possvel, e resfriado com ar comprimido (no usar gua).

    Na medida em que o empenamento ainda no tenha desaparecido totalmente ou

    suficientemente, deve ser repetida a mesma operao de aquecimento, de forma exatamente

    igual, mas em funo da indicao do relgio comparador, o eixo deve ser aquecido menos ou

    mais tempo, (baseia-se no tempo e no ajuste da chama durante o primeiro aquecimento).

    Como a flexo do eixo apresenta durante o aquecimento uma boa amplitude, em funo

    do tempo de durao e da intensidade de aquecimento, usa-se um relgio comparador, que

    aplicado e cuidadosamente observado durante a operao de aquecimento, do lado oposto ao

    lugar a ser aquecido. Antes de cada operao de aquecimento, deve ser controlada atemperatura do eixo, a qual deve ser igual temperatura do ambiente.

    ATENO:NO AQUECER O MESMO LUGAR MAIS DO QUE DUAS VEZES.

    Nas rotaes de 1500 at 6000 rpm, suficiente, em regra, o endireitamento at os

    valores de 0,04 at 0,02 mm. Para eixos com rotaes abaixo de 1500 rpm, so suficientes

    valores de aproximadamente 0,05 mm. O empenamento admissvel, depende muito do lugar do

    empenamento, distncia entre mancais e comprimento de todo o eixo e, deve-se consultar a

    Norma NEMA. Os eixos endireitados devem, em todo caso, ser controlados com relao ao seu

    balanceamento e, quando necessrio, devem ser balanceados. Aps o endireitamento, deve serrealizado um controle de fissura. O mesmo deve ser realizado por Lquido Penetrante ou por

    Ultra-som.

    10.2 Montagem de peas com interferncia

    Montagem a quente

    Aplicvel nos casos onde se pretende a unio de eixo e bucha sem a utilizao dechavetas, nesse caso o torque ser transmitido pela interferncia entre as partes, mais

    recomendado quando a bucha e o eixo so feitos de materiais similares,

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    2 - 3 Velocidade de aquecimento controlada

    Clculo da velocidade de aquecimento: )/(5000

    hCe

    Va =

    Onde: h = horas

    e = mxima espessura do componente em mm.

    Vlida para e 125 mm. Para e > 125 mm, Va 40C/h.

    3 - 4 Estabilizao da temperatura

    Temperatura de patamar (Tp): 620 25C

    Tempo de patamar (t): Consultar grficos 1 ou 2, de acordo com a temperatura de

    patamar (Tp) utilizada. O tempo de patamar do tratamento de desidrogenao funo dos

    parmetros mencionados abaixo:

    Co = Concentrao inicial de hidrognio no centro da espessura da chapa;C = Concentrao final de hidrognio no centro da espessura da chapa aps

    tratamento trmico. Especificao: Mximo = 1,2 cm/ 100 g

    = Distncia da superfcie at o centro da espessura da chapa.

    Para a determinao do tempo de patamar (t), deve-se determinar inicialmente o valor de

    Co da chapa, calculando-se a seguir o valor da relao C/Co (adotar C=1,1 cm/100 g), que deve

    ser inserido no grfico, juntamente com o valor de , obtendo-se, na interseo destas

    coordenadas, o tempo de patamar (t).

    4 - 5 Velocidade de resfriamento controlada

    Clculo da velocidade de resfriamento )h/C(e

    6500Vr =

    Onde: h = horas

    e = mxima espessura do componente em mm

    Vlida para e 125 mm. Para e > 125 mm, Vr 40C/h.

    5 - 6 Velocidade de resfriamento no controlada

    Velocidade de resfriamento no controlada (forno aberto), evitando-se correntezas de ar

    e/ou umidade. O tratamento trmico de desidrogenao no necessita ser realizado

    obrigatoriamente de forma contnua, podendo ser cumulativo, desde que seja cumprido o nmero

    total de horas de patamar preestabelecido. Durante o perodo de estabilizao da temperatura,

    no devem ocorrer diferenas de temperatura superiores a 65C ao longo do comprimento da

    pea. Durante o perodo de aquecimento, no devem ocorrer variaes de temperaturas

    superiores a 120C em qualquer intervalo de comprimento igual a 4500 mm. A atmosfera doforno, durante o perodo de aquecimento e da estabilizao da temperatura, no deve provocar

    excessiva oxidao das superfcies dos componentes.

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    O segmento foi cortado acima

    e abaixo da fratura com serra

    manual e a junta foi preparada

    para soldagem. Os espcimes

    retirados forma enviados para

    anlise da fratura.

    Foram adicionados

    apndices para entrada e

    sada de solda. O chanfro

    no lado inferior da junta foi

    executado com filetes desolda, formando assim um

    chanfro duplo V.

    Foi utilizada tcnica de blocos

    nos trs primeiros passes de

    soldagem da junta e os demais

    filetes foram martelados para

    aliviar tenses. Eletrodos

    utilizados: AWS E 7018-G

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    Nesse caso foram utilizados diversos soldadores depositando simultaneamente de

    maneira a equilibrar as foras de contrao sendo tambm aplicada a tcnica de martelamento a

    cada filete depositado para minimizar tenses residuais, o pr-aquecimento foi feito com

    serpentinas de gs GLP com a pea girando sobre um torno vertical,pois diferenas de

    temperatura tambm podem provocar distores no componente.

    11.3.3 Soldagem de um trilho ferrovirio por aluminotermia

    Preparao do cadinho e

    da conquilha de grafite

    envolvendo o trilho

    Momento em que o ao fundido

    Preenche o molde

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    Vista da junta soldada

    aps a remoo da conquilha

    11.3.4 Recuperao de caixa de engrenagens de FF

    A reconstruo de peas por soldagem pode ser ainda mais complexa quando

    movimentaes provenientes de dilataes e contraes podem comprometer o sucesso da

    operao levando a adotar um processo de soldagem misto como apresentado nesse caso.

    Trata-se da caixa de engrenagens do comando do carro transversal de um torno universal

    paralelo, que fraturou de forma extensiva. Sua reconstruo deve ter por principio a resistncia

    mecnica do conjunto soldado aliado a uma grande preciso dimensional que possa garantir as

    distancias e posies dos furos dos diversos eixos, isso fundamental para garantir um perfeito

    funcionamento das engrenagens do sistema.

    A melhor soluo nesse caso foi a utilizao de prisioneiros roscados em um dos lados da

    junta e ponteado no lado oposto, de maneira a conseguir um bom posicionamento e uma maior

    garantia de que as partes no se movimentaro durante a soldagem. Para permitir uma boaconformao do chanfro deve-se fazer, com o auxilio de uma lixadeira angular, alguns entalhes no

    lado onde os prisioneiros sero ponteados, conforme pode ser visto na foto a seguir.

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    12. BRASAGEM

    12.1 Definio, classificao e variantes do processo

    Brasagem um processo trmico para unio e revestimento de materiais metlicos

    mediante a aplicao de um metal de adio fundido, sendo que na maioria dos casos se faznecessrio o emprego de um meio fluxante. Na brasagem o metal de adio apresenta uma

    temperatura de fuso acima de 450 C, porm inferior a temperatura de fuso do metal de base,

    nos casos onde a temperatura de fuso do metal de adio inferior 450 o processo

    denominado brasagem branda, como por exemplo, na estanhagem.

    Os principais fenmenos fsicos associados a brasagem so a capilaridade e a molhagem,

    entende-se por capilaridade ou ao capilar, a capacidade que um metal em estado lquido

    possui de preencher os espaos vazios entre duas ou mais superfcies metlicas, em nvelintergranular molhagem a propriedade que o metal lquido possui de se espalhar sobre o metal

    slido, importante que haja alguma afinidade entre os dois materiais, e que as superfcies a

    serem unidas estejam perfeitamente isentas de leos graxas e xidos, a limpeza pode ser feita

    por decapagem qumica ou mecnica. O procedimento de brasagem se inicia pela limpeza prvia

    das superfcies, visando remoo de xidos e contaminantes, e pela aplicao de um fluxo

    capaz de dissolver os xidos slidos que ainda estiverem presentes, assim como prevenir nova

    oxidao. Isso feito deve-se aquecer a rea a ser brasada at que o fluxo e o metal de adio

    atinjam a temperatura de fuso. Como a fluidez do metal de adio muito maior que a do fluxo,

    o metal ir deslocar o mesmo e substitu-lo na junta, durante o resfriamento o fluxo remanescente

    permanece em torno da junta servindo ainda de proteo, porm aps o resfriamento o mesmo

    deve ser removido com gua e escova, pois ele quimicamente agressivo podendo em funo

    da natureza do metal base causar corroso. Podemos classificar a brasagem em funo da fonte

    de calor como segue: maarico, induo, resistncia eltrica.

    12.2 Brasagem por maarico

    A brasagem ao maarico deve ser entendida como um processo manual onde se utiliza

    uma tocha como fonte de calor. A tocha pode ser um maarico a gs combustvel tal como:

    acetileno, GLP, oxi hidrognio, ou podemos utilizar uma tocha ao arco eltrico TIG ou Plasma. A

    temperatura de brasagem funo do metal de adio o qual poder se nos apresentar mais

    variados formatos tais como: vareta, anel, fita, pasta, etc. A faixa de temperatura prevista para as

    diversas ligas apresentada no cdigo ASME Section II - Part C - SFA 5.8. O metal de adio considerado uma varivel essencial do procedimento.

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    O metal de adio pode ser posicionado na junta antes do inicio da brasagem ou durante

    o processo, e at mesmo em ambas as situaes simultneas. Na figura 1 mostrada a brasagem

    de uma barra de cobre em uma junta tipo bujo, onde necessria uma grande fluidez da liga de

    prata, para tanto se emprega uma liga com maior teor de prata como, por exemplo, o BAg 2 que

    possui: 35% Ag + 26% Cu + 21% Zn + 18% Cd, o maarico nesse caso est utilizando a mistura

    oxignio + acetileno.

    Fig. 1

    12.3 Brasagem por induo

    O processo de brasagem por induo obtido pela passagem de uma corrente eltrica

    atravs de uma espira com alta intensidade de corrente podendo ser em mdia ou em alta

    freqncia, essas espiras podem ter os mais diferentes formatos, de acordo com a geometria da

    pea e normalmente so refrigeradas a gua. um processo bastante produtivo onde os

    parmetros podem ser controlados com grande preciso. Devido essas caractersticas,

    normalmente esse processo pode ser automatizado como o exemplo mostrado nas figuras 2 e 3

    onde esto sendo brasadas as bobinas polares de um gerador.

    Fig. 2 Fig. 3

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    cloreto de zinco e controla-se a temperatura em no mximo 300C, pois poder ocorrer a

    carbonizao do fluxo tendo como conseqncia a falta de aderncia d