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Soluções Módulo II - Físico Química Avançada
Profa. Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Introdução
• Propriedades parciais molares;
• Tipos de soluções;
• Solução ideal;
• Aplicação da equação de Gibbs-Duhem;
• Propriedades coligativas;
• Soluções binárias;
• Atividade
Kisla P. F. Siqueira
Propriedades parciais molares
• Considere a substância A:
_ Pura _ Em solução
A substância A se comporta da mesma maneira nos dois caso?
Kisla P. F. Siqueira
• Como seria o comportamento de “A” em soluções com
concentrações diferentes?
Em geral, as propriedades termodinâmicas dos componentes
em solução variam com a composição, porque o ambiente
químico de cada tipo de átomo ou molécula muda à medida
que a composição se altera.
Kisla P. F. Siqueira
• E se a concentração for a mesma
mas a outra substância da solução
for diferente?
A mudança na força de interação
entre os átomos ou moléculas
vizinhas com a mudança na
composição resulta na variação das
propriedades termodinâmicas de
uma solução.
Kisla P. F. Siqueira
• As propriedades termodinâmicas que os componentes tem
em solução são denominadas de propriedades parciais.
• Quantidades molares parciais → relacionadas a 1 mol do
componente. (Grandezas intensivas!)
• São aplicadas para:
Volume (V),
Energia interna (U),
Entalpia (H),
Entropia (S),
Energia livre de Helmholtz (A),
Energia livre de Gibbs (G).
V
UH
SA
G
Kisla P. F. Siqueira
Volume molar:
O volume resultante é
menor que 200 mL
Kisla P. F. Siqueira
• Considere uma solução binária de A e B:
Adn
Se P, T e nB são constantes:
BnTPA
A
n
VV
,,
Kisla P. F. Siqueira
• A contribuição de A para o volume total é:
• A contribuição de B para o volume total é:
AAVn
BBVn
Volume é uma função de estado:
_ Com variáveis T e P para um sistema fechado;
_ Com variáveis T, P, nA e nB para um sistema aberto.
Kisla P. F. Siqueira
),,,( BA nnPTVV
• Para um sistema aberto :
B
nTPB
A
nTPA
dnn
Vdn
n
VdV
AB ,,,,
BBAA dnVdnVdV ..
BBAABBAA nVdnVddnVdnVdV ...
= zero
Kisla P. F. Siqueira
• Propriedades parciais :
definição integral
Kisla P. F. Siqueira
• Equação de Gibbs-Duhem :
0 BBAA dndn
A equação de Gibbs-Duhem descreve as variações do
potencial químico associadas as diferentes componentes de
um sistema.
Kisla P. F. Siqueira
• Etanol: MM = 46g/mol ρ = 0,7856 g/cm³ (25°C)
• Água: MM = 18g/mol ρ = 0,9971 g//cm³ (25°C).
m
MMm
n
VV .
etetáguaáguaTotal VnVnV ..
• Exemplo: 100 mL água + 100 mL etanol = ???
mL 198
(1,7x58,5))(5,5x18,05VTotal
Kisla P. F. Siqueira
Definições
Mistura homogênea de espécies químicas. (1 fase)
Soluções
• Podem ser sólidas, líquidas ou gasosas.
• Com relação ao número de componentes são denominadas
binárias, ternárias, quartenárias, etc.
Kisla P. F. Siqueira
mistura de gases, vapores, ar atmosférico.
• Exemplos de soluções:
Gasosas
Líquidas S, L ou G dissolvidos em L.
L + S = solução de NaCl, suco (homogêneo).
L + L = álcool comercial hidratado
L + G = refrigerante
Sólidas S, L ou G dissolvidos em S.
S + S = ligas metálicas, latão (Cu + Zn ≈ 5-
45%)
S + L = Hg em Au forma uma liga chamada
amálgama
S + G = H2 em Pd, N2 em Ti
Kisla P. F. Siqueira
• Solvente: constituinte presente em maior quantidade (o que
dissolve);
• Soluto: Constituinte presente em menor quantidade (o que é
dissolvido)
Solvente X Soluto
Sem distinção fundamental, apenas arbitrária!
Kisla P. F. Siqueira
Lei limite
• Lei dos Gases Ideais: exemplo de uma lei limite.
Gás ideal é aquele que se comporta
idealmente a qualquer pressão!
“Quando a P tende a zero, o comportamento
de qualquer gás real aproxima-se cada vez
mais do gás ideal”.
Definição de
Gás ideal
Kisla P. F. Siqueira
Definição de solução ideal
• Considere uma solução composta por um solvente volátil e
um soluto não volátil:
Sistema evacuado, T
constante
P°vap
Adição de soluto não
volátil
Após o equilíbrio Pvap
líquido puro = P° P < P°
Diminuição da Pvap por um soluto não volátil!
Kisla P. F. Siqueira
• Soluto é não volátil, logo o vapor é composto pelo solvente
puro;
• Adotaremos o subíndice 2 para soluto e nenhum para
solvente.
Pvap versus x2
vapPx 2
P
1 0 x2
Fração molar do soluto
real
ideal
(100% sólido)
P°
Tangente a
curva ideal
• Quando o valor de x2 ≈ 0, a curva
experimental (real) aproxima da
ideal.
• Toda solução diluída tende a
comportar-se idealmente!
Kisla P. F. Siqueira
• Equação da curva ideal:
1° grau (reta) y = ax + b
baxP 2 10
0
2
2
0
xP
xPP
000 0.
001.
PabPbaP
bababa
)1(. 2
00
2
0 xPPPxPP
Como x + x2 = 1, logo: 0.PxP
Pvap do solvente puro;
fração molar do solvente;
Pvap da solução
Kisla P. F. Siqueira
0.PxP
• Exemplo de uma lei limite!
• As soluções reais seguem mais de perto a Lei de Raoult, à
medida que estão mais diluídas.
A solução ideal é aquela que obedece a Lei de Raoult
em todo o intervalo de concentrações.
Lei de Raoult
Kisla P. F. Siqueira
Cálculo do abaixamento da Pvap
)1(0000 xPxPPPP
xPP .0
2
00 .xPPP O abaixamento é proporcional à fração
molar do soluto.
...)( 432
00 xxxPPPSe houver mais solutos não voláteis:
• Não há restrições quanto ao tipo de soluto. Apenas devem ser não
voláteis.
Kisla P. F. Siqueira
• Observação:
Um líquido entra em ebulição quando sua Pvap é igual à
pressão existente sobre a superfície do líquido.
PEvolátilPvap
Ex. Ao nível do mar a água ferve a 100°C, acima do nível do
mar a água ferve a uma temperatura inferior.
Kisla P. F. Siqueira
Umidade Relativa
• É a razão entre a pressão parcial do vapor de água na
mistura gasosa e a pressão de vapor da água pura na mesma
temperatura.
0.
P
PRU 100(%).
0x
P
PRU
Unidades de P:
1 atm = 101325 Pa
= 1,01325 bar
= 760 mmHg
Kisla P. F. Siqueira
• Exemplo: Analogamente aos banhos de gelo, existem banhos
de vapor que são mantidos a temperatura constante pelo
equilíbrio entre as fases líquida e gasosa. Uma solução de
hexano/heptano é usada para manter uma temperatura
constante de 65°C, em um sistema fechado, com uma pressão
de 500 mmHg. A 65°C, as pressões de vapor do hexano e
heptano são 674,9 e 253,5 mmHg, respectivamente. Qual é a
composição da solução?
R: 58,5% de hexano e 41,5% de heptano.
Kisla P. F. Siqueira
Forma analítica do potencial químico na solução líquida ideal
• Potencial químico para um Gás Ideal:
PRT ln0
Origem: dG = -SdT + VdP (T const. e G.I.)
• Condição de equilíbrio (da solução com o
seu vapor):
vapliq
Kisla P. F. Siqueira
• Supondo que o vapor se comporta idealmente:
PRTvapvap ln0
(O vapor é solvente puro)
• Logo,
PRTvapliq ln0
• Aplicando a Lei de Raoult, tem-se:
xRTPRTvapliq lnln 00
0
liq Potencial químico do solvente
líquido puro
Kisla P. F. Siqueira
xRTliqliq ln0
Forma analítica do potencial químico na solução líquida ideal
Fração molar do solvente
na solução
Potencial químico do solvente líquido
puro
Potencial químico do solvente na
solução
Kisla P. F. Siqueira
Aplicação da equação de Gibbs-Duhem
• A equação de Gibbs-Duhem pode ser usada para calcular o
potencial químico do soluto a partir do potencial químico do
solvente num sistema binário ideal.
0 iidn
• Sistema binário a T e P constantes:
0.. 22 dndn
solvente soluto
Kisla P. F. Siqueira
Sendo:
22 x
x
n
n 22.. dxdx
Diferenciando a equação do potencial químico, tem-se:
x
dxRTdxRT ln0 (a T e P const.)
22
2x
dxRT
x
dxRT
x
xd
2
2 1
dxdx
xx
Kisla P. F. Siqueira
cxRTx
dxRTd 22
.int
2
22 ln
0
222 1: xquando
2
0
22 ln xRT
Relaciona o potencial químico do soluto
com a fração molar do soluto na solução.
• Como o potencial do soluto e do solvente possuem a mesma forma
analítica, o soluto comporta-se idealmente.
Kisla P. F. Siqueira
• Exemplo: A pressão de vapor do 2-propanol é 50,0 kPa a
338,8°C, mas cai a 49,62 kPa quando se dissolvem, em 250g
de 2-propanol, 8,69 g de um composto orgânico não volátil.
Calcule a massa molar do composto.
R: 263,3 g/mol
Kisla P. F. Siqueira
• Exemplo: Os volumes parciais molares de 2 líquidos A e B em
uma solução em que a fração molar de A é 0,3713 são,
respectivamente, 188,2 cm³/mol e 176,14 cm³/mol. A massa
molar de A é 241,1 g/mol e a de B 198,2 g/mol. Qual o volume
de 1,0 kg desta solução?
R: 843,5 cm³
Kisla P. F. Siqueira
Propriedades Coligativas
• Interrelacionadas com a mesma causa.
xRT ln0
negativo
0 Essa diferença equivale a –RT lnx e várias
propriedades das soluções tem origem
neste valor baixo de potencial.
Kisla P. F. Siqueira
Propriedades Coligativas
• Tonoscopia: abaixamento da pressão de vapor;
• Crioscopia: abaixamento do ponto de solidificação;
• Ebulioscopia: elevação do ponto de ebulição;
• Pressão osmótica.
• Essas propriedades não dependem da natureza do soluto, apenas
da relação numérica entre o número de moléculas do soluto e o
número total de moléculas presentes.
Kisla P. F. Siqueira
Diagrama μ X T
ST P
SLG SSS
O coeficiente angular do gráfico μ X T à P
constante é a entropia.
Maior inclinação
T
μ
S
L
G
Ts Teb
Kisla P. F. Siqueira
Considerações:
• Sendo o soluto não volátil, ele não participa da fase gasosa;
a curva para o vapor em equilíbrio com a solução coincide
com a do vapor puro;
• Admitindo que o sólido contém apenas o solvente sua curva
também permanece a mesma;
• O líquido contém um soluto, logo o potencial do solvente
sofre um abaixamento de –RT lnx em cada T.
S
L
G
T
μ
Ts Teb T’s T’eb
ΔTs ΔTeb
Para uma solução de
mesma concentração
ΔTs > ΔTeb
Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Diagrama de fase ordinário do solvente
a
b
Kisla P. F. Siqueira
• Pontos de solidificação e ebulição: dependem do equilíbrio
entre o solvente na solução e o solvente puro sólido ou na fase
vapor;
• Equilíbrio entre o solvente na solução e o solvente líquido puro
também é possível mediante um aumento de pressão sobre a
solução que seja suficiente para que o potencial do solvente na
solução atinja o valor do potencial do solvente puro.
• Pressão Osmótica da solução: é a pressão requerida para
igualar o potencial do solvente na solução ao potencial do
solvente puro.
Kisla P. F. Siqueira
• As curvas foram construídas a partir da aplicação da
equação de Clapeyron.
S
V
dP
dT
Observações:
Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Arranjo pseudocristalino da água
• Até 4°C predomina o efeito do empacotamento;
• Acima de 4°C predomina o efeito das oscilações.
Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Diferença entre gás e vapor
• Vapor: Se refere à matéria no estado gasoso em equilíbrio com o seu
líquido ou sólido correspondente. Para voltar a ser líquido é necessário
apenas diminuir a sua temperatura ou então aumentar a sua pressão.
Um desses dois fatores separadamente pode causar o efeito desejado.
• Gás: é o estado fluido da matéria. Para que ele seja liquefeito é
necessário que simultaneamente se diminua a temperatura e aumente
a pressão.
vaporT
gásT
C
C
Kisla P. F. Siqueira
O abaixamento crioscópico
• Solução em equilíbrio com o solvente sólido puro:
),(),,( PTxPT sólido
Condição de equilíbrio;
Como o sólido é puro, não depende de nenhuma variável de
composição;
T é a temperatura de equilíbrio, ou seja, é o ponto de
solidificação da solução.
Kisla P. F. Siqueira
• Equilíbrio sólido-líquido
_ Tratando-se de uma solução ideal é dada por: ),,( xPT
xRT ln0
_ Assim,
),(ln),(0 PTxRTPT sólido
RT
PTPTx sólido ),(),(
ln0
Kisla P. F. Siqueira
_ Como é o potencial químico do líquido puro: 0
fussólido GPTPT ),(),(0
RT
G
RT
PTPTx
fussólido
),(),(ln
0
Energia de Gibbs de fusão molar do
solvente puro na temperatura T.
Kisla P. F. Siqueira
• Como a presença do soluto afeta a T de transição
a P constante?
_ É preciso encontrar
Px
T
_ Derivando em relação a x:
RT
Gx
fusln
PP
fus
x
T
T
TG
Rx
/11
Kisla P. F. Siqueira
_ Segundo a equação de Gibbs-Helmholtz:
2
)/(
T
H
T
TG
P
_ Chega-se a :
P
fus
x
T
T
H
Rx
2
11
Calor de fusão do solvente
puro à temperatura T
Kisla P. F. Siqueira
_ Integrando tem-se:
dTRT
H
x
dxx T
T
fus
1
2
0
0
11ln
TTR
Hx
fus
Admitindo que o calor de fusão seja
constante no intervalo de
temperatura (T0-T)
fusH
xR
TT
ln11
0
Relaciona o ponto de solidificação de uma
solução ideal com o ponto de solidificação do
solvente puro.
Kisla P. F. Siqueira
• E no caso de soluções diluídas?
0
0
0
2.
11)1ln(
TT
TT
R
H
TTR
Hx
fusfus
_ Para a solução diluída: T ≈ T0, logo T.T0 ≈ T0²
ln (1-x2) ≈ -x2, já que x2 é muito pequeno.
2
0
2T
T
R
Hx
fus
Kisla P. F. Siqueira
1
2
21
22
n
n
nn
nx
_ Considerando: m1 = massa do solvente
MM = massa molecular
1
122
1
1
2
1
22
m
MMnx
MMm
n
n
nx
1
2
0122
01
12 TmHRTMMnT
T
R
H
m
MMnfus
fus
Kisla P. F. Siqueira
fusHm
RTMMnT
1
2
012
mkT f . mk ff .
fk Constante crioscópica (característica para o solvente
puro – tabelado)
Kisla P. F. Siqueira
A elevação ebulioscópica
• Solução em equilíbrio com o vapor do solvente puro:
),(),,( . PTxPT vap
• Equilíbrio líquido-vapor
),(ln),( .
0 PTxRTPT vap
RT
PTPTx
vap ),(),(ln
0
.
Kisla P. F. Siqueira
RT
Gx
vap.ln
Analogamente como foi feito para o
abaixamento crioscópico, analisa-se
como a presença do soluto afeta a
temperatura de vaporização.
0.
1ln1
TH
xR
T vap
mkT ebeb . mkebeb .
Apenas há alteração no sinal da
equação.
Kisla P. F. Siqueira
Pressão osmótica (π)
Membrana semipermeável
Água
pura
Água
+ sal
Kisla P. F. Siqueira
• Expressão para π:
_ Condição geral de equilíbrio:
μ do solvente puro = μ da solução
),,(),(0 xPTPT
_ Considerando a solução ideal:
),(ln),( 00 PTxRTPT (1)
Kisla P. F. Siqueira
_ Equação fundamental:
dPVddPVd
TdPVdTSd
VdPSdTdG
cte
00
)(
_ Integrando:
),(
),(
00
0
0
PT
PT
P
P
dPVd
Kisla P. F. Siqueira
000
000
),(),(
)(),(),(
VPTPT
PPVPTPT
_ Considerando que líquidos são pouco compreensíveis, ou
seja, V não varia com a P, tem-se:
Substitui na equação 1
0
ln
V
xRT
Kisla P. F. Siqueira
_ Soluções ideias são diluídas;
22)1ln(ln xxx 0
2
V
RTx
1
2
21
22
n
n
nn
nx
1
00
n
VV
0
2
V
RTn RTc2
Equação de van’t Hoff
para a pressão
osmótica
C2 = concentração em mol/L do soluto
R = 0,082 L.atm/mol.K → π (atm)
R = 8,314 J/K.mol → π (Pa)
Kisla P. F. Siqueira
• Exemplo: Para o CCl4, keb = 5,03 K.kg/mol e kf = 31,8
K.kg/mol. Ao se colocar 3,0 g de uma substância em 100 g de
CCl4, o ponto de ebulição eleva-se de 0,60 K. Sabendo-se que
a densidade do CCl4 é 1,59 g/cm³ e a sua massa molar é
153,823 g/mol. Calcule:
a) O abaixamento crioscópico.
b) O abaixamento relativo da pressão de vapor.
c) A pressão osmótica da solução a 25°C.
d) A massa molar da substância.
Kisla P. F. Siqueira
Soluções com mais de um componente volátil
• Para mais de uma substância volátil a pressão total do
sistema será dada pela soma das pressões parciais dos
diversos componentes na solução
...321 PPPP
• A Lei de Raoult estabelece que:
0
iii PxP
P vapor do líquido “i” puro
Fração molar de “i” na mistura líquida
P parcial de “i” na fase vapor
Kisla P. F. Siqueira
Propriedades importantes da solução ideal
• O calor do processo de mistura dos componentes puros para
formar a solução é zero;
• A variação de volume no processo de mistura também é zero;
• Lei de Raoult.
iii xRTPT ln),(0
O potencial químico em soluções ideais:
Kisla P. F. Siqueira
0
0
ln
ln
mist
mist
i
iimist
i
iimist
V
H
xxnRS
xxnRTG
• A forma analítica da equação para o potencial químico em
soluções é idêntica à equação para gás ideal em misturas;
• Portanto, pode-se escrever:
STHG
A formação de mistura é
um processo espontâneo
T
Tconst
P
GVVdPSdTG
.
ΔG independe de P
Kisla P. F. Siqueira
Soluções binárias de componentes voláteis (T constante)
121 xx
• Frações na fase líquida:
0
21
0
2
0
11
0
21
0
11
0
22
0
11
21
)1(
PxPPxP
PxPxPxPxP
PPP
1
0
2
0
1
0
2 )( xPPPP
Kisla P. F. Siqueira
1
0
2
0
1
0
2 )( xPPPP
P
1 0 x1
0
1P
0
2PLíquido +
vapor
líquido
x2 1 0
Considerando o
componente 1
mais volátil
Kisla P. F. Siqueira
121 yy
• Frações na fase vapor:
PyP 11 • Lei de Dalton: e
• Fração molar do componente 1 na fase vapor:
PyP 22
)( 0
2
0
11
0
2
0
1111
PPxP
Px
P
Py
)( 0
2
0
11
0
2
0
111
PPxP
Pxy
Kisla P. F. Siqueira
• Substituindo o valor de x1 :
em , tem-se: 1
0
2
0
1
0
2 )( xPPPP
0
2
0
10
1
0
21
0
1
0
210
2)(
PPPPyP
PyPP
0
1
0
21
0
1
0
1
0
2
PPyP
PPP
)( 0
1
0
21
0
1
0
211
PPyP
Pyx
Kisla P. F. Siqueira
P
1 0 y1
0
1P
0
2P
Líquido +
vapor
Vapor
0
1
0
21
0
1
0
1
0
2
PPyP
PPP
Kisla P. F. Siqueira
• Somando os dois gráficos tem-se:
P
1 0 X1
Fração molar do componente 1 no sistema
L
L+V
V
Curva do líquido
Curva do vapor
A
x1 y1
Composição da
fase vapor
Composição da
fase líquida
Kisla P. F. Siqueira
P
1 0 X1
L
L+V
a
Sendo:
n1 liq = n° mol componente 1 na fase
líquida;
n1 vap = n° mol componente 1 na fase
vapor;
n liq = n° mol total na fase líquida;
n vap = n° mol total na fase vapor;
n1 = n° mol total do componente 1;
N = n° mol total.
A Regra da Alavanca
v l
x1 X1
y1
Kisla P. F. Siqueira
líq
liq
n
n
N
nxXal
1111
N
n
n
nXyav
vap
vap 11
11
Multiplicando “al” por nlíq e “av” por nvap tem-se:
líq
líqliqlíq
líqn
nn
N
nnnal
...
11
Kisla P. F. Siqueira
N
nn
n
nnnav
vap
vap
vapvap
vap
...
11
Subtraindo tem-se:
N
nnnn
N
nnnavnal
vap
vaplíq
líq
vaplíq
....
1
11
1
vaplíqvaplíqvaplíq nnnn
N
nnavnal 11
1..
vaplíq navnal .. al
av
n
n
vap
líq
Regra da Alavanca • Utilizada para encontrar a quantidade relativa das fases,
• 1° localiza-se o ponto (a composição e a temperatura no
diagrama),
• 2° trace a isoterma ou linha de amarração (na região bifásica),
• 3° aplique a regra da alavanca.
Diferença entre composição e quantidade relativa
• Quantidade relativa: é a quantidade relativa das fases presentes
em um determinado ponto (regra da alavanca).
• Composição: é a composição do ponto em função dos
componentes do sistema. (leitura direta feita no eixo das
abcissas).
Kisla P. F. Siqueira
Mudança de estado quando se reduz P isotermicamente
P
1 0 X1
E
A
B
C
D
Ponto A: somente fase L presente;
Ponto B: aparece os primeiros
traços de V;
Ponto C: 2 fases presentes (L + V);
Composição: L = a e V = b
Quantidade das fases = regra da
alavanca: L = cv/ab e V = ac/ab
Ponto D: restam apenas traços de L ;
Ponto D: somente V presente, cuja
composição é a mesma do L inicial.
a b
Kisla P. F. Siqueira
Mudança de estado com o aumento da T
T
1 0 X1
V
L
L + V
T1
T2
A
P
Ponto P: aparecem os primeiros
traços de V, cuja composição é y;
y
V é muito mais rico do que L em
componente 1, que é o
componente mais volátil.
Kisla P. F. Siqueira
Destilação Fracionada
T
1 0 X1
T1
T2
M
• M é aquecido até que metade do
material esteja presente como V e
a outra metade permaneça L; V
L
L + V
R D
• O vapor é removido e condensado
formando um destilado D;
Kisla P. F. Siqueira
T
1 0 X1
T1
T2
• D é aquecido até que metade
evapore;
D
R’ D’
• O vapor é removido e condensado,
obtendo-se um destilado D’ e um
resíduo R’;
• A continuação do processo leva a
um D “quase puro” do L mais volátil,
e a um R constituído pelo L menos
volátil “quase puro”.
Kisla P. F. Siqueira
Formulário resumo:
0
2
0
11
0
2 PPxPP
0
2
0
11
0
2
0
111
PPxP
Pxy
0
2
0
11
0
1
0
211
PPyP
Pyx
0
1
0
21
0
1
0
1
0
2
PPyP
PPP
Kisla P. F. Siqueira
Azeótropos
• Mistura de 2 ou mais substâncias que a uma certa composição
possui um ponto de ebulição constante e fixo como se fosse
uma substância pura, por isso, seus componentes não podem
ser separados por um processo de destilação simples. (do
grego, ferver sem variação);
• Misturas que apresentam desvios da Lei de Raoult;
• A mistura correspondente à pressão de vapor máxima ou
mínima é denominada mistura azeotrópica ou azeótropo.
Kisla P. F. Siqueira
Kisla P. F. Siqueira
Interações desfavoráveis
Ex.: alcool etílico 95%
PE = 78,2°C
Etanol PA: PE = 78,4°C
Kisla P. F. Siqueira
Interações favoráveis
Kisla P. F. Siqueira
A solução diluída ideal
• Exemplo 1: Benzeno – Tolueno:
A solução ideal obedece à
Lei de Raoult em todo
intervalo de concentração.
P (
mm
Hg
)
B T XB
94,7
PB
29,1
PT
Kisla P. F. Siqueira
A solução diluída ideal
• Exemplo 2: Acetona – Dissulfeto de carbono:
As pressões parciais estão
acima da previsão da Lei
de Raoult.
Desvio Positivo da Lei
de Raoult!
Kisla P. F. Siqueira
A Lei de Henry
P°CS2
X CS2
• X CS2 = 1: CS2 é o solvente.
A pressão parcial da curva é
tangente à linha da Lei de
Raoult.
• X CS2 = 0: CS2 é o soluto.
A curva da pressão parcial é
linear. O soluto obedece à Lei
de Henry.
Kisla P. F. Siqueira
A Lei de Henry
222 CSCSCS xKP
Constante da Lei de Henry
• O coeficiente angular da reta difere do coeficiente angular da
Lei de Raoult.
Kisla P. F. Siqueira
• Analisando a curva para a pressão parcial da acetona
observamos o mesmo comportamento:
Nas proximidades de xacet = 1
(acetona solvente). acetacet xPP 0
Nas proximidades de xacet = 0
(acetona soluto). acetacetacet xKP
Se a solução
fosse ideal K = P°
Kisla P. F. Siqueira
• Soluções diluídas ideais: misturas onde o soluto obedece à
Lei de Henry e o solvente à Lei de Raoult.
• A diferença entre o comportamento do soluto e do solvente
em baixas concentrações provém do fato de que em soluções
diluídas as moléculas do solvente estão em um ambiente
químico muito semelhante ao que elas têm no líquido puro. Ao
contrário das moléculas de soluto, exceto quando as
moléculas do soluto e solvente são muito semelhantes, neste
caso o soluto obedece à Lei de Raoult.
Moléculas de solvente Moléculas de soluto
Solução Solvente puro
Kisla P. F. Siqueira
Atividade
• Fugacidade leva em conta os afastamentos do
comportamento do gás em relação ao do gás perfeito, de
maneira a alterar ao mínimo a forma das equações.
AAA xRT ln*
*
* lnA
AAA
P
PRT
• A atividade é uma concentração efetiva que preserva a forma
da expressão para o potencial químico.
Solução que obedece à Lei de
Raoult
AAA aRT ln*
Definição da atividade do solvente
P*A = pressão de vapor de A puro;
PA = pressão de vapor de A na solução.
Kisla P. F. Siqueira
Atividade do solvente
• A atividade do solvente pode ser determinada
experimentalmente pela medida da pressão de vapor do
solvente em equilíbrio com a solução:
*
A
AA
P
Pa
• Como todos os solventes obedecem à Lei de Raoult a medida
em que a concentração de soluto se aproxima de zero, a
atividade do solvente tende para a fração molar:
1 AAA xxa
Kisla P. F. Siqueira
• Para exprimir esta convergência basta introduzir o coeficiente
de atividade na definição:
11 AA xAAA xa
• Em qualquer temperatura e sob qualquer pressão. O potencial
químico do solvente fica:
AAAA RTxRT lnln*
Obs.: O estado padrão do solvente, o
solvente puro líquido a 1 bar, corresponde a
xA = 1.
Kisla P. F. Siqueira
Atividade do soluto
• O potencial químico de um soluto em uma solução não ideal é
definido com base na lei de Henry;
• A atividade do soluto leva em consideração os afastamentos
do comportamento previsto pela lei de Henry;
• Uma abordagem alternativa para a definição da atividade do
soluto é baseada na molalidade do soluto.
• O soluto tende a se comportar idealmente, ou seja, seguir à
Lei e Henry, em soluções diluídas:
0Bx
Kisla P. F. Siqueira
Soluções diluídas ideais
*
* lnB
BBB
P
PRT
BBB xKP Lei de Henry
B
B
BBB xRT
P
KRT lnln
*
*
B BBBB PK **
Novo potencial químico padrão
Kisla P. F. Siqueira
Solutos reais
BBB aRT ln
• Definição da atividade do soluto
BBB xa Todos os desvios da idealidade estão
embutidos no coeficiente de atividade.
BB xa e 1B quando 0Bx
Kisla P. F. Siqueira
A atividade em termos da molalidade
• Seleção do estado padrão → arbitrária.
• Em química as composições são frequentemente expressas
como molalidade (b).
BBB bRT ln
Estado padrão diferente dos descritos anteriormente
BB quando kgmolbb BB /1
BBb 0 É muito difícil remover os últimos
traços de soluto da solução.
Kisla P. F. Siqueira
B
BB
b
ba em que,
1B quando 0Bb
aRT ln
Observação: sólido ou líquido puro → a = 1
Kisla P. F. Siqueira
Atividade de íons em solução
• Os coeficientes médios de atividade repartem os desvios da
idealidade em soluções iônicas igualmente entre cátions e
ânions;
qpssqp
/1
Coeficiente médio de atividade
lnRTideal
ii
Obs: As interações entre íons são tão intensas que a aproximação em que se
substituem as atividades pelas molalidades só é válida em soluções muito
diluídas (<1mmol/kg).
idealidealideal
mG
Kisla P. F. Siqueira
A lei limite de Debye-Hückel
• A teoria de Debye-Hückel atribui os desvios da idealidade à
interação coulombiana de um íon com a atmosfera iônica que o
rodeia.
• Íons com cargas opostas atraem-se
mutuamente;
• Na vizinhança de um íon há um
excesso de contraíons (íons com
cargas opostas);
• Atmosfera iônica.
Kisla P. F. Siqueira
•O potencial químico do íon central se reduz em virtude da
interação eletrostática do íon com a sua atmosfera iônica;
• O abaixamento de energia se traduz como a diferença entre a
energia de Gibbs molar (Gm) e o valor ideal Gmideal do soluto.
• O modelo proposto leva a uma expressão em que o
coeficiente médio de atividade pode ser calculado em
concentrações muito reduzidas (b < 0,1 mmol/kg):
2/1log IzzA
Lei limite de Debye=Hückel
A = 0,509 para soluções aquosas a 25°C;
I = força iônica (adimensional)
Kisla P. F. Siqueira
i
ii
b
bzI
2
2
1
zi = número de carga do íon i (positivo para os cátions e negativo
para os ânions;
• O nome “lei limite” é aplicado devido ao fato de que as
soluções iônicas de molalidades moderadas podem ter
coeficientes de atividades que diferem dos valores dados pela
equação.
i
ii zmI 2
2
1
Kisla P. F. Siqueira
• A lei limite de Debye-Hückel pode ser estendida incluindo-se
duas constantes empíricas adicionais (1mmol/kg<b<0,1mol/kg):
Lei de Debye-Hückel estendida
CIBI
IzzA
2/1
2/1
1log
• Embora B e C possam ser interpretados como uma medida da
distância de aproximação máxima entre os íons, é melhor
interpretá-los como um parâmetro empírico de ajuste.
Kisla P. F. Siqueira
• Exemplo: Calcule o coeficiente de atividade médio do CaCl2
na concentração de 1,00 mmol/kg, a 25°C.
R: 0,88
Kisla P. F. Siqueira
• Exemplo: Benzeno e tolueno formam soluções que
aproximam do comportamento ideal. Se a 300K, a pressão de
vapor do tolueno puro é 32,06 mmHg e a do benzeno puro é
103,01 mmHg, calcule:
a) A pressão de vapor da solução cuja fração molar de
tolueno é 0,6;
b) A fração molar de tolueno na fase vapor para esta mesma
composição líquida.
c) A composição dos primeiros traços de vapor.
d) A pressão que desaparecerá o último traço de líquido.
e) A composição do último traço de líquido.
R: a) P = 60,44 mmHg; b) 0,318; c) 0,682; d) 44,25 mmHg,
e) 0,1718
Kisla P. F. Siqueira
Referências:
• Castellan, G., Fundamentos de Físico-Química. Editora LTC:
Rio de Janeiro, 2008.
• McQuarrie, D. A., Simon, J. D., Physical Chemistry: A
Molecular Approach; University Science Books; 1997.
• Atkins, P.; Paula, J., Físico-Química vol. 1. Editora LTC: Rio de
Janeiro, 2003.
• Ball, D., Physical Chemistry, Second edition; Wadsworth
Cengage Learning; 2014.