SOMOS TODOS DIFERENTES -...

6
SOMOS TODOS DIFERENTES Relato de experiência da professora Margarete Marcia Plebani Rosa, da Rede Municipal de Educação de Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Este projeto de Ensino Interdisciplinar “Somos todos diferentes” foi realizado com alunos de um primeiro ano, de uma turma formada por 17 alunos com idade entre 6 a 10 anos. Sendo que há uma criança com deficiência visual (baixa visão), atitudinal (hiperatividade) e intelectual que estava sendo discriminada e excluída. Com o objetivo possibilitar a reflexão e ampliação de atitudes inclusivas, de respeito à diversidade e avanços na leitura e escrita planejei estratégias utilizando a literatura infantil para que as crianças vivenciassem aprendizagens significativas, criativas, dinâmicas sobre o respeito a si e aos outros. Para diagnosticar o que cada criança conhecia de si, solicitei que escrevessem um texto descrevendo todas as informações que dispunham, foi muito frustrante porque somente conseguiram escrever algumas palavras e muitas falavam “não sei o que escrever porque não sei nada de mim” (no término do projeto solicitei que novamente escrevessem e foi sensacional constatar que ampliaram muitíssimo seus conhecimentos). Verifiquei que precisávamos nos conhecer para respeitarmos o próximo. Começamos a construir nosso projeto educativo utilizando a leitura como estratégia estimulante, lúdica, facilitadora e desafiadora de processo de ensino aprendizagem. Para instigar a pensarem sobre diversidade realizei a leitura da história: A Zebrinha Preocupada de Lúcia Reis, após conversamos sobre os motivos que fazem com tenhamos dificuldade e/ou como lidamos com as diferenças. O que são diferenças?”” o que é inclusão?” “quais as dificuldades com o diferente?”“ como me sinto com as diferenças?”. Dialogamos e listamos no quadro as certezas provisórias e as dúvidas temporárias, que ficou desta forma: O QUE SABEMOS O QUE QUEREMOS APRENDER * Quatro alunos acreditam que as pessoas não tem diferença; * Treze alunos acreditam que somos diferentes. * Quatro alunos acham difícil conviver com as diferenças. * Que a inclusão é não bater, não deixar as pessoas conosco, não mandar embora as pessoas (não expulsar), colocar qualquer pessoa na brincadeira mesmo que ela nãos seja sua amiga. # Em que somos diferentes? # O que é inclusão? # O que é preconceito? Por que preciso respeitar meus amigos? # Eu sou diferente? # Por que não podemos mandar as pessoas diferentes embora? # Minha família é diferente? # Como falo com o surdo?

Transcript of SOMOS TODOS DIFERENTES -...

Page 1: SOMOS TODOS DIFERENTES - premiovivaleitura.org.brpremiovivaleitura.org.br/projetos_uploads/19112014113957.pdf · SOMOS TODOS DIFERENTES Relato de experiência da professora Margarete

SOMOS TODOS DIFERENTES

Relato de experiência da professora Margarete Marcia Plebani Rosa, da Rede Municipal de Educação de Jaraguá do Sul, Santa Catarina.

Este projeto de Ensino Interdisciplinar “Somos todos diferentes” foi realizado com alunos de um primeiro ano, de uma turma formada por 17 alunos com idade entre 6 a 10 anos. Sendo que há uma criança com deficiência visual (baixa visão), atitudinal (hiperatividade) e intelectual que estava sendo discriminada e excluída. Com o objetivo possibilitar a reflexão e ampliação de atitudes inclusivas, de respeito à diversidade e avanços na leitura e escrita planejei estratégias utilizando a literatura infantil para que as crianças vivenciassem aprendizagens significativas, criativas, dinâmicas sobre o respeito a si e aos outros.

Para diagnosticar o que cada criança conhecia de si, solicitei que escrevessem um texto descrevendo todas as informações que dispunham, foi muito frustrante porque somente conseguiram escrever algumas palavras e muitas falavam “não sei o que escrever porque não sei nada de mim” (no término do projeto solicitei que novamente escrevessem e foi sensacional constatar que ampliaram muitíssimo seus conhecimentos). Verifiquei que precisávamos nos conhecer para respeitarmos o próximo. Começamos a construir nosso projeto educativo utilizando a leitura como estratégia estimulante, lúdica, facilitadora e desafiadora de processo de ensino aprendizagem.

Para instigar a pensarem sobre diversidade realizei a leitura da história: A Zebrinha Preocupada de Lúcia Reis, após conversamos sobre os motivos que fazem com tenhamos dificuldade e/ou como lidamos com as diferenças. O que são diferenças?”” o que é inclusão?” “quais as dificuldades com o diferente?”“ como me sinto com as diferenças?”. Dialogamos e listamos no quadro as certezas provisórias e as dúvidas temporárias, que ficou desta forma:

O QUE SABEMOS O QUE QUEREMOS APRENDER

* Quatro alunos acreditam que as pessoas não tem diferença;

* Treze alunos acreditam que somos diferentes.

* Quatro alunos acham difícil conviver com as diferenças.

* Que a inclusão é não bater, não deixar as pessoas conosco, não mandar embora as pessoas (não

expulsar), colocar qualquer pessoa na brincadeira mesmo que ela nãos seja

sua amiga.

# Em que somos diferentes?

# O que é inclusão?

# O que é preconceito?

Por que preciso respeitar meus amigos?

# Eu sou diferente?

# Por que não podemos mandar as pessoas diferentes embora?

# Minha família é diferente?

# Como falo com o surdo?

Page 2: SOMOS TODOS DIFERENTES - premiovivaleitura.org.brpremiovivaleitura.org.br/projetos_uploads/19112014113957.pdf · SOMOS TODOS DIFERENTES Relato de experiência da professora Margarete

Diante destas questões organizei o projeto. As crianças relataram o que mais gostam ou que gostariam de mudar em si mesma. Essa atividade foi muito difícil, a maioria não soube descrever o que gosta ou não em si, alguns relataram que não gostavam de nada, outros não conseguiram relatar nenhuma característica. Utilizando data show fizemos a leitura deleite DIVERSIDADE. Tatiana Belink. E refletimos sobre: Tudo igualzinho? Ai que chato! A história salienta as diversas características humanas, de modo muito divertido, enfatizando que ser diferente é bom e tem o seu valor. Após desenharam-se em um autorretrato e descreveram-se. Como atividade complementar as crianças com auxílio de seus familiares preencheram uma pesquisa informando características físicas (peso, altura, cor dos olhos, cabelos) e características pessoais (comportamento, habilidades), como também uma fotografia para expormos no painel da escola e observamos as diferenças existentes.

Organizamos uma tabela contendo as características físicas descritas (trabalhando adjetivos), Após escolheram um amigo (a) para representá-lo através do desenho (esboço), formaram frases descrevendo os adjetivos e leram. Todos refletiram se a descrição era coerente, fiquei muito satisfeita porque as crianças conseguiram elencar “realmente” características que descreviam cada criança, também percebi as crianças preferidas de todos e as que precisavam ser incluídas.

Utilizei a história de Ziraldo “Os dez amiguinhos” para que as crianças observassem os dedos de suas mãos, comentamos se eles eram iguais, como eles eram, se todos eram importantes e qual era sua utilidade, refletimos sobre as diferenças e as crianças contornaram a mão e desenharam personagens para cada dedo, após elaboramos uma frase (slogan) que explicaria a ilustração do cartaz que ficou assim: ”Como os dedos de nossa mão somos todos diferentes, especiais e importantes”. Expomos no painel da escola.

Relembramos a dezena e solicitei que colassem uma dezena de pessoas diferentes. Constatei que para a maioria das crianças “diferente” é sinônimo de “deficiente”, eles diziam que era muito difícil achar 10 pessoas nesta descrição. Então retomamos o diálogo para refletirmos o que é diferente e o que é deficiente. Esclarecido essa dúvida todas as crianças afirmaram que seria muito fácil encontrar uma dezena de pessoas diferentes já que todos somos diferentes.

Para instigar ainda mais o diálogo e as discussões sobre as diferenças, mas que devem ser valorizadas e respeitadas lemos o livro: “Ninguém é igual a ninguém.” Autora: Regina Otero, após fomos para o pátio escolar traçarmos com giz de quadro o contorno de cada amigo no piso da escola, as crianças foram desafiadas a medirem os amigos e a si mesmas: com a mão, polegar, pés e a registrarem essas medidas em uma tabela. Como atividade complementar as crianças levaram para casa o seu corpo traçado em papel pardo para complementarem o desenho com suas características. No dia seguinte compartilharam seus bonecos e explicaram como confeccionaram quem ajudou e o que sentiram. Vários pais me informaram que essa atividade foi extremamente significativa e que não viam a hora de realizá-la e apresentar

Page 3: SOMOS TODOS DIFERENTES - premiovivaleitura.org.brpremiovivaleitura.org.br/projetos_uploads/19112014113957.pdf · SOMOS TODOS DIFERENTES Relato de experiência da professora Margarete

aos amigos da sala. Os trabalhos foram expostos nos corredores da escola para que toda a comunidade escolar. Assistimos no YouTube ao vídeo Turma da Mônica “Diversidade” e conversamos sobre como é fácil compreender as diferenças se formos amigos de todos.

Como tarefa de casa (incluindo os pais neste processo de trocas e aprendizagens) cada aluno procurou através de pesquisa com familiares descobrir sua descendência, cada criança expôs para seus amigos a pesquisa e após localizamos no mapa mundo os países de origem de cada família, colamos nossas fotografias nos países elencados. Lemos o texto informativo “Por que somos diferentes”, dialogamos sobre nossas características estarem relacionadas à nossas descendências e que somos a mistura de muitas etnias, dramatizamos e realizamos atividades de interpretação do texto (diálogo de balões), como também, lemos a história “O Livro da família” de Todd Parr, Dialogamos sobre as diferentes famílias e o respeito a cada grupo familiar, como pesquisa cultural as crianças com ajuda de seus familiares completaram a árvore genealógica e desenharam sua família e escreveram uma frase que a descrevesse.

As crianças começaram a compartilhar com seus familiares as informações sobre o respeito à diversidade e inclusão e que todos somos diferentes, especiais e maravilhosos, os pais e colegas de trabalho começaram a enviarem livros de literatura infantil para leitura e reflexão como: Não-me-esqueças, o desabrochar de uma amizade; A zebrinha preocupada; Superamigos; Paz; Fábula do porco-espinho; Com quem me pareço; O pequeno Dragão; A formiguinha especial; Por favor, dê-me um abraço; Boi da cara preta; O silêncio de Julia; entre “muitos” outros...

Assistimos à peça teatral com fantoches das embalagens, contada pelas bibliotecárias Marilse e Lina, que explica a importância de uma alimentação variada e que todos os alimentos mesmos diferentes são necessários para uma vida saudável. Aproveitei para explorar a pirâmide alimentar, nossas preferências e o respeito ao gosto alimentar. Trabalhamos através de uma tabela a preferência ou não de alguns alimentos.

As crianças observaram na história “O pequeno dragão, Pedro Bandeira” que ser diferente não significa ser melhor ou pior, somente diferente, que todas as cores são importantes e que o mundo é muito mais bonito com as mais variadas tonalidades. Através deste livro exemplifiquei a importância de compreendermos e respeitarmos todas as pessoas não importando sua cor, após fizemos um ditado colorido com as flores, às crianças escreveram os nomes das cores espontaneamente e constatei que 90% escreveu alfabeticamente (um avanço significativo nas hipóteses de escrita) As crianças gostaram muitíssimo da história e pediram para desenhar e escrever o que aprenderam espontaneamente, fiquei muito feliz em constatar que os momentos de leitura são considerados muito prazerosos para as crianças.

Brincamos da dinâmica “Eu gosto de você, você gosta de mim”, foi maravilhoso porque as crianças precisaram atribuir características e se integrar, todos se divertiram muito. Também organizamos com o alfabeto móvel cinco

Page 4: SOMOS TODOS DIFERENTES - premiovivaleitura.org.brpremiovivaleitura.org.br/projetos_uploads/19112014113957.pdf · SOMOS TODOS DIFERENTES Relato de experiência da professora Margarete

características de amigos, as crianças demostraram facilidade em relacionar aspectos físicos e sociais dos amigos. Fizemos uma lista coletivamente de adjetivos da turma, percebi que eles sabiam e atribuam sem dificuldade os adjetivos, após procuraram no caça palavras os adjetivos da turma do 1º ano.

Como leitura de deleite contei a história da “A Formiguinha especial”, conversamos sobre a deficiência desta formiguinha, a busca de compreensão e soluções para suas dificuldades, após brincamos de cabra-cega e as crianças tiveram a experiência de sentirem a dificuldade de não enxergarem. Alguns relataram que sentiram medo, que tudo parecia muito grande, que ficaram perdidos, outros já não sentiram nada e acharam muito divertidos e engraçados. Realizei a leitura de deleite do livro “Um chapéu sem cabeça / adaptado por professores”, o mesmo estava escrito em braille, após exploramos as características dos materiais utilizados para representar aspectos como madeira, plantas, tecido entre outros, para que ao tatearem percebessem as diferenças, e os recursos utilizados pelo deficiente visual. Jogamos com o jogo da memória, dominó numérico, memória e dominó de letras (todos esses recursos didáticos em braille). As crianças se divertiram muito e observaram, tatearam e compreenderam como os deficientes visuais conseguem identificar as diferenças de letras e numerais, após observamos a máquina de datilografar em braille, como também o alfabeto e numerais em braille. Desafiando-os entreguei células para que as crianças pesquisassem no alfabeto em braille escrevessem seus nomes. A maioria conseguiu sem dificuldade, alguns necessitaram de mediação somente nas primeiras letras e depois continuaram sozinhos. A professora Janice Marcon (Atendimento Educacional Especializado) presenteou para cada criança com uma cartela com seu nome em braille. As crianças adoraram sentir através do tato seu nome.

Recebemos a visita da psicóloga Maira Maria da Costa e a fonoaudióloga Fernanda Maria Santana do Bomfim (Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Jaraguá do Sul), que trouxeram uma dinâmica diferente para explorar a diversidade que foi a história do Aniversário do Senhor Alfabeto/ Amir Piedade. Elas dramatizaram com fantoches a história e após exploraram com as crianças as diferenças nas letras, as expressões, seus gostos e atitudes. Conversaram com as crianças sobre nossas preferências e atitudes em relação aos outros e sobre nossas diferenças ou igualdades (gêneros). Após entregaram uma folha contendo um desenho de presente e as crianças escreveram a primeira letra do seu nome, seu nome e desenharam um presente que entregariam para o Senhor Alfabeto. Após cada criança foi apresentar seu trabalho e explicou o que desenhou, o fantoche do Senhor Alfabeto agradecia e distribuía beijos. As crianças ficaram muito interessadas pelas aprendizagens e agradeceram a presença e das convidadas. Todos conseguiram entender a dinâmica e o aluno Sandro finalizou dizendo “nos estamos estudando e o no nosso projeto é sobre as diferenças e o respeito a todos”, ambas ficaram muito admiradas com o nível de entendimento e compreensão das crianças sobre o respeito à diversidade. Para sistematizar as aprendizagens organizamos o texto coletivo “O aniversário do Senhor Alfabeto”.

Page 5: SOMOS TODOS DIFERENTES - premiovivaleitura.org.brpremiovivaleitura.org.br/projetos_uploads/19112014113957.pdf · SOMOS TODOS DIFERENTES Relato de experiência da professora Margarete

Como leitura compartilhada li a história “Por favor, dê-me um abraço” e após conversamos sobre como gostamos de receber carinho, distribuímos abraços sem preconceito e registramos em uma frase o que sentiram deste momento.

Estudamos o alfabeto e os numerais em libras após a leitura do livro “O silêncio de Julia/ Pierre Coran & Meláine Florian”, conversamos sobre o modo de comunicação de pessoas com deficiência auditiva e identificamos no alfabeto em libras as letras do primeiro nome. Cada aluno procurou com gestos registrar seu nome ao amigo, após para todos da sala. A aluna Magna tem uma tia que é deficiente auditiva e explicou como se comunica e alguns gestos universais. Através de pesquisa os alunos realizaram um ditado pintando a letra que era apresentada em libras. Foi muito divertido porque exigiu muita atenção e observação dos alunos para identificar a letra gesticulada.

Os alunos do 7º e 9º anos, organizados pela Professora Angela Mara Dal Santos (Língua Portuguesa), de nossa Escola apresentaram uma peça teatral em homenagem ao Dia Nacional do Livro (29/10) que foi a Fábula “A violeta Orgulhosa/ Monteiro Lobato”, o conteúdo desta apresentação serviu para refletirmos sobre as diferenças novamente. Convidei os alunos (personagens do sítio do pica pau amarelo) após apresentação para conversarem com as crianças e dialogamos sobre como é importante o respeito a todos. Foi incrível observar que os alunos estão realmente compreendendo e incorporando nas atitudes e nas aprendizagens e que devemos nos respeitar porque “Somos todos diferentes”. As crianças desenharam e escreveram a parte do teatro que mais gostaram e qual foi à mensagem aprendida.

Na sala de aula há um espaço organizado para leitura (com ambiente adequado) as crianças manuseiam e leem conforme desejo e interesse os livros expostos no varal literário e semanalmente as crianças vão à biblioteca da escola para escolherem livros (que foram classificados e selecionados pelas bibliotecárias sobre o assunto) para emprestarem e levarem para casa para leitura com seus familiares.

Conversamos sobre o MUNDO e suas diferenças, que tudo que nos rodeia é diferente, mas precisamos compreender e respeitar, assim também são os numerais. Observamos suas diferenças e começamos atribuir algumas características para eles, humanizamos os numerais como personagens e construímos coletivamente um texto que serviu de base para o roteiro do nosso desenho animado. Planejamos, organizamos, gravamos e editamos o desenho animado “Os numerais também são diferentes”.

Foram muitas aprendizagens e já era hora de registrarmos que aprendemos durante o processo do projeto “somos todos diferentes” e as crianças através de um texto descritivo escreveram sobre sua identidade, características e opiniões. Foi muito gratificante observar o quando aprenderam e que após muita pesquisa e construções desafiadoras, criativas, lúdicas, interativas e significativas as crianças conseguiram com facilidade registrar e ampliar muitíssimo suas ideias no texto (os textos ficaram maravilhosos, muito além do esperado para crianças de 1º ano), após leram para os amigos compartilhando

Page 6: SOMOS TODOS DIFERENTES - premiovivaleitura.org.brpremiovivaleitura.org.br/projetos_uploads/19112014113957.pdf · SOMOS TODOS DIFERENTES Relato de experiência da professora Margarete

seus registros demostrando um avanço extremamente significativo na formação de escritores, redigindo sua própria história.

Finalizamos o projeto retornando ao quadro inicial para verificarmos se nossas certezas provisórias e dúvidas temporárias foram esclarecidas e respondidas, organizamos em um texto coletivo as aprendizagens, os momentos mais significativos e novas perguntas e dúvidas surgiram que possibilitarão novas pesquisas. Após a crianças realizaram uma autoavaliação que demonstrou o quando gostaram e aprenderam com o projeto “Somos todos diferentes”

A avaliação permeou todas as etapas do projeto, não me ative somente no aspecto quantitativo, mas nas mudanças, na alegria em ensinar e aprender, em descobrir, em construir e pesquisar. Possibilitando aprendizagens nos aspectos conceituais, atitudinais e procedimentais. Ouve ajustes no processo e com flexibilidade, interesse e reflexão, porque todos aprenderam e continuaram aprendendo utilizando diferentes materiais e recursos com autonomia, socialização, criatividade, interações, concentração, dinamismo, como também a diferentes formas de ler, de escrever, de pensar, de ver, agir e representar, tornando-os agentes efetivos do processo educativo. Contudo ressaltarei alguns resultados alcançados conforme critérios avaliados: 100 % Exercitaram diferentes usos de leitura e escrita no dia a dia; 100% Leem textos não verbais e verbais, em diferentes suportes e com autonomia. 100% Compreendem os textos lidos de diferentes gêneros e com diferentes propósitos. 95 % Leem em voz alta, com fluência, em diferentes situações, sem timidez ou insegurança e principalmente com prazer. 100% Avançaram nas hipóteses de leitura e escrita (16 alfabéticos, 01 silábico alfabético). 100% Compreenderam o que é inclusão, respeito à diversidade em todos os aspectos desenvolvidos.

Possibilitar aprendizagens significativas através da leitura é um prazer, amo ler e demonstro nas minhas ações essa paixão para que meus amados alunos também possam aprender. Sentia-me eletrizada e estimulada pelas descobertas e participação dos alunos e em todas as vezes que eles me pedem “leia de novo a história prô”. Ao rever o projeto (vídeos) sinto alegria em participar com compromisso e comprometimento da educação. Os avanços no letramento foram excelentes e nas atitudes inclusivas, de solidariedade e respeito à diversidade. A comunidade escolar participou direta e indiretamente deste projeto de forma a ultrapassar as paredes da escola, fomos notícia no jornal Correio do Povo e socializamos o projeto no Seminário do PNAIC para professores de 1º anos da rede Municipal de Ensino de Jaraguá do Sul. Queremos com humildade compartilhar com vocês nosso projeto porque ele é MARAVILHOSO.

Atenciosamente, Alunos do 1º ano 02 e Professora Margarete Rosa