Sony Music / Divulgaç CD standards confere aura de...

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 31/3/2015 6 2 Orquestra Reggae de Cachoeira põe Sine Calmon e Pixinguinha na filarmônica Joia do Recôncavo, a cidade de Cachoeira é um celeiro de ta- lentos da música. Centro da cena do reggae baiano, ela já nos legou nomes importantes como Edson Gomes, Sine Cal- mon e Nengo Vieira, entre ou- tros. É nessa tradição que vem de lá agora outra bela surpre- sa: a Orquestra Reggae de Ca- choeira, uma iniciativa do maestro local Flávio Santos. Criada em 2012, a ORC une a riqueza da música reggae em belos arranjos orquestrais com ação social, pois seus músicos são jovens da cidade que aprendem a tocar seus instru- mentos com o maestro. E pensar que até 2012 Flávio sequer lia partituras. Ex-mú- sico de Sine Calmon em sua banda Morrão Fumegante, Flávio já atuava na centenária Após muito ensaiar, a ORC tem feito concertos no Recôncavo. Breve, vem a Salvador Augusto Bortolini / Divulgação Flávio descobriu que a divisão 4X4 das marchas de filarmônica é a mesma batida do reggae Coletânea Chico Castro Jr. Jornalista e repórter do Caderno 2+ Kisser Clan@Groove Liderado pelo guitarrista An- dreas Kisser, a banda Kisser Clan aporta em Salvador para apresentação única no Groove Bar. Projeto paralelo do mem- bro do Sepultura, o KC conta com seu filho Yohan dividindo os solos. No repertório, clás- sicos do metal. Dia 10 (sexta- feira), pague R$ 40 até hoje. Amanhã vira para R$ 50. Fridha e A Célula O Quanto Vale o Show? de hoje traz as bandas Fridha e A Célula. Dubliner’s, 18 horas, pague o quanto puder. Eflúvios psicodélicos A noite de sábado no Rio Ver- melho será tomada pelos eflú- vios psicodélicos sessentistas das bandas locais Van Der Vous e A Flauta Vértebra. Pinta lá, vai ser um barato, bicho. Dubliner’s, 22 horas, R$ 10. MUMUZINHO Com um disco de pagodes animados, cantor marca seu nome dentro do estilo e conta com a participação de Zeca Pagodinho na música Fala Meu Nome Aí. E ainda inclui o sucesso Desejo de Amar com a atriz Carolina Dieckman. FALA MEU NOME AÍ / UNIVERSAL / R$ 21,90 GISLENE RAMOS ORQUESTRA SINFÔNICA SIMÓN BOLÍVAR O maestro Gustavo Dudamel celebra o aniversário de 40 anos do programa de educação musical de seu país, o Sistema Nacional de Orquestras para Jovens e Crianças da Venezuela, nesse trabalho primoroso. EL SISTEMA 40, A CELEBRATION / UNIVERSAL MUSIC / R$ 33,90 ÉRICA FERNANDES RENATO TEIXEIRA E SÉRGIO REIS O segundo volume segue a homenagem à amizade de mais de 50 anos dos dois cantores e aos grandes compositores e intérpretes da música sertaneja. Belo show de viola e canções de raiz do estilo, que também originou um DVD. AMIZADE SINCERA II / SOM LIVRE / R$ 24,90 ÉRICA FERNANDES FALL OUT BOY O Fall Out Boy representa o que há de pior no rock americano da “geração Y”: trilha sonora pobre para os excessos de spring break de uma juventude mimada, interessada em nada além de egocentrismo e ostentação. Um lixo. AMERICAN BEAUTY / UNIVERSAL MUSIC / R$ 27,90 CCJR. VÁRIOS ARTISTAS Temas de sucesso como De Volta Para o Meu Aconchego, de Elba Ramalho, garantem uma viagem no tempo para quem gosta de novela. A seleção de músicas é precisa, com clássicos que emocionam e boas interpretações TELETEMA / SOM LIVRE / R$ 19,90 DEBORA REZENDE FIFTH HARMONY Pop e eletrônico marcam o álbum de estreia do quinteto. O destaque vai para a faixa Bo$$, primeiro single do grupo, mas as canções seguem a velha fórmula do pop americano, em ritmo e composição. REFLECTION / SONY MUSIC / R$ 17,96 DEBORA REZENDE CD Releituras de standards confere aura de originalidade a Shadows in The Night Bob Dylan canta Frank Sinatra longe da voz de The Voice EDUARDO BASTOS Era pouco provável, mas um dia poderia acontecer. Afinal, ele nunca escondeu a admi- ração pela música norte-ame- ricana tradicional. O fato é que, ao avançar pela casa dos 70 anos, o cantor e compositor Bob Dylan – notório por as- sumir atitudes inesperadas – resolveu homenagear nin- guém menos que o maior mito da canção americana. Felizmente, Shadows in the Night (Sombras na Noite), o álbum em que ele revisita ve- lhas canções de dores de amor de Frank Sinatra (o que no Bra- sil equivaleria a algo tão im- provável quanto Marcelo Nova gravando canções de Cauby Peixoto), está longe de ser uma expressão de conservadoris- mo yankee ou de ufanismo tar- dio. Antes, é um sussurro me- lancólico decuplicado – a es- tetização do suplício mítico do romance naufragado, com co- res notívagas e sombrias. E Dylan o faz de tal forma – despojando as canções da so- lenidade dos arranjos originais e transportando-as para uma ambiência de cabaré do sub- mundo – que retira delas qual- quer ranço de anacronismo. Gravou-as de um fôlego só, ao vivo no estúdio, sob a produção de Jack Frost – não a perso- nificação da geada e do frio na mitologia nórdica, mas o pró- prio Bob, sob pseudônimo. Arranjos enxutos Ao longo de dez faixas, Bob Dy- lan desencadeia uma lamúria só, em tom menor, a voz re- colhida aos acentos médio-gra- ves. O instrumental, no limite da secura, é praticamente uma pontuação rítmica, na contra- mão das opulentas orquestras de Sinatra: um baixo acústico escorando no centro, uma pedal steel guitar lamentando o tem- po todo, violão, guitarra, per- cussão e, apenas em três faixas, discretíssimo naipe de metais. As baladas foram pinçadas de uma fase mais romântica de Frank Sinatra, entre o final dos anos 1950 e o início dos 1960, quando o cantor de olhos azuis embalava os corações despe- daçados com músicas como I'm a Fool To Want You, The Night Called It a Day, Autumm Leaves e Fool Moon and Empty Arms. Fosse em tempos “musical- mente corretos” (no mínimo, uma era pré-rock’n’roll), bei- raria o sacrilégio um cantor fa- moso pela não-voz interpretar músicas de um ícone reveren- ciado como The Voice. Hoje, é pura e simplesmente arte. E é justamente a voz de Dy- lan que faz a diferença, com seus registros fora dos padrões para uma obra do cânone nor- te-americano. Ele desestabili- za um universo de correção pa- ra contrapor uma nova pos- sibilidade, uma reinvenção que, por força da própria dis- paridade, acaba soando como obra original. Dor em estado crônico Paradoxal é que o canto de Dylan não denota o sentimen- talismo agregado em canções de amor fracassado. Não há tristeza nele, embora também não haja vida. Antes, é como um narrador em terceira pes- soa, imparcial. Ou um homem calejado, tornado insensível pelas agruras da existência. A dor, se existe nestas in- terpretações dylanescas, talvez tenha sido sublimada e trans- portada para o estado crônico. Tampouco existe esperança e absolvição. Aliás, este é o es- pírito do Dylan dos novos tem- pos: o conformismo e a ab- negação diante de uma rea- lidade que já se faz impossível de reverter. É o fim de todas as ilusões e de todos os sonhos – o ro- mântico idealista foi apunha- lado pela donzela e se refugia nos braços da última meretriz da noite (na contracapa do CD, há uma foto de Dylan com uma concubina mascarada em um nightclub). Enfim, é a redenção final diante da absoluta falta de fé no ser humano, as sombras da noite que já nos envolvem em uma asfixiante escuridão. Sony Music / Divulgação Dylan recriou em estúdio dez canções do repertório de um dos maiores mitos norte-americanos As baladas foram pinçadas de uma fase mais romântica de Sinatra, entre os anos 50 e 60 BOB DYLAN SHADOWS IN THE NIGHT / SONY MUSIC / R$ 25 / WWW.SONYMUSIC.COM.BR Dylan substitui a solenidade dos arranjos originais por um acompanhamento mais enxuto Orquestra Sinfônica Lyra Ceci- liana. “Mas sempre sonhei em ter um grupo instrumental e atuar como maestro”, conta. “Eu era só um trompetista que malmente lia a partitura. Foi por meio do incentivo do Secretário de Cultura de Ca- choeira, José Luis Bernardo, que comecei a estudar”, diz. Através de uma bolsa da Fu- narte, Flávio estudou Técnicas de Bocais em Mariana (MG). De lá foi para o Rio, onde cur- sou Regência na UFRJ. E do Rio partiu para Aracaju, onde es- tudou Composição e Arranjo. “Quando voltei, comecei a ensinar as crianças e jovens da cidade – e a aprender com elas também”, afirma Flávio. Facilidade com crianças Entre a ideia e realização, coisa de três anos se passaram. “Realmente, tudo aconteceu muito rápido. Mas tive tam- bém uma boa orientação da (produtora) Débora Bitten- court ao trabalhar com as crianças”, conta. “De início, eu só queria tra- balhar com músicos profissio- nais, mas Débora teve essa ideia porque viu que eu tinha facilidade de ensinar às crian- ças. Agora temos alunos até com mais de 40 anos de ida- de”, revela Flávio. No momento, a ORC já conta com 25 músicas no repertório, ensaiado todas segundas e sextas-feiras no Espaço Cultu- ral Hansen Bahia (Quarteirão Leite Alves), às 19 horas. Vai lá, que é aberto – e lindo. No site do ORC já tem quatro músicas gravadas para quem quiser ouvir, de Sine Calmon a Pixinguinha, passando por Bob Marley e Gregory Isaacs. Uma beleza, recomendo. OUÇA: ORQUESTRAREGGAE.COM.BR

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 31/3/20156 2

Orquestra Reggae de Cachoeira põe Sine Calmon e Pixinguinha na filarmônica

Joia do Recôncavo, a cidade deCachoeira é um celeiro de ta-lentos da música. Centro dacena do reggae baiano, ela jános legou nomes importantescomo Edson Gomes, Sine Cal-mon e Nengo Vieira, entre ou-tros. É nessa tradição que vemde lá agora outra bela surpre-sa: a Orquestra Reggae de Ca-choeira, uma iniciativa domaestro local Flávio Santos.

Criada em 2012, a ORC unea riqueza da música reggae embelos arranjos orquestrais comação social, pois seus músicossão jovens da cidade queaprendem a tocar seus instru-mentos com o maestro.

E pensar que até 2012 Fláviosequer lia partituras. Ex-mú-sico de Sine Calmon em suabanda Morrão Fumegante,Flávio já atuava na centenária

Após muitoensaiar, a ORC temfeito concertos noRecôncavo. Breve,vem a Salvador

Augusto Bortolini / Divulgação

Flávio descobriu que a divisão 4X4 das marchas de filarmônica é a mesma batida do reggae

ColetâneaChico Castro Jr.Jornalista e repórter doCaderno 2+

Kisser Clan@Groove

Liderado pelo guitarrista An-dreas Kisser, a banda KisserClan aporta em Salvador paraapresentação única no GrooveBar. Projeto paralelo do mem-bro do Sepultura, o KC contacom seu filho Yohan dividindoos solos. No repertório, clás-sicos do metal. Dia 10 (sexta-feira), pague R$ 40 até hoje.Amanhã vira para R$ 50.

Fridha e A Célula

O Quanto Vale o Show? dehoje traz as bandas Fridha e ACélula. Dubliner’s, 18 horas,pague o quanto puder.

Eflúvios psicodélicos

A noite de sábado no Rio Ver-melho será tomada pelos eflú-vios psicodélicos sessentistasdas bandas locais Van DerVouseAFlautaVértebra.Pintalá, vai ser um barato, bicho.Dubliner’s, 22 horas, R$ 10.

MUMUZINHO

Com um disco de pagodesanimados, cantor marca seunome dentro do estilo econta com a participação deZeca Pagodinho na músicaFala Meu Nome Aí. E aindainclui o sucesso Desejo deAmar com a atriz CarolinaDieckman. FALA MEU NOME AÍ /

UNIVERSAL / R$ 21,90 GISLENE RAMOS

ORQUESTRA SINFÔNICA SIMÓN BOLÍVAR

O maestro Gustavo Dudamelcelebra o aniversário de40 anos do programa deeducação musical de seupaís, o Sistema Nacional deOrquestras para Jovens eCrianças da Venezuela, nessetrabalho primoroso. EL SISTEMA

40, A CELEBRATION / UNIVERSAL MUSIC /

R$ 33,90 ÉRICA FERNANDES

RENATO TEIXEIRA E SÉRGIO REIS

O segundo volume segue ahomenagem à amizade demais de 50 anos dos doiscantores e aos grandescompositores e intérpretes damúsica sertaneja. Belo showde viola e canções de raiz doestilo, que também originouum DVD. AMIZADE SINCERA II / SOM

LIVRE / R$ 24,90 ÉRICA FERNANDES

FALL OUT BOY

O Fall Out Boy representa oque há de pior no rockamericano da “geração Y”:trilha sonora pobre para osexcessos de spring break deuma juventude mimada,interessada em nada além deegocentrismo e ostentação.Um lixo. AMERICAN BEAUTY /

UNIVERSAL MUSIC / R$ 27,90 CCJR.

VÁRIOS ARTISTAS

Temas de sucesso como DeVolta Para o Meu Aconchego,de Elba Ramalho, garantemuma viagem no tempo paraquem gosta de novela. Aseleção de músicas é precisa,com clássicos queemocionam e boasinterpretações TELETEMA / SOM

LIVRE / R$ 19,90 DEBORA REZENDE

FIFTH HARMONY

Pop e eletrônico marcam oálbum de estreia doquinteto. O destaque vaipara a faixa Bo$$, primeirosingle do grupo, mas ascanções seguem a velhafórmula do pop americano,em ritmo e composição.REFLECTION / SONY MUSIC / R$ 17,96

DEBORA REZENDE

CD Releituras de standards confere aurade originalidade a Shadows in The Night

Bob Dylan cantaFrank Sinatralonge da vozde The VoiceEDUARDO BASTOS

Era pouco provável, mas umdia poderia acontecer. Afinal,ele nunca escondeu a admi-ração pela música norte-ame-ricanatradicional.Ofatoéque,ao avançar pela casa dos 70anos, o cantor e compositorBob Dylan – notório por as-sumir atitudes inesperadas –resolveu homenagear nin-guém menos que o maior mitoda canção americana.

Felizmente, Shadows in theNight (Sombras na Noite), oálbum em que ele revisita ve-lhas canções de dores de amorde Frank Sinatra (o que no Bra-sil equivaleria a algo tão im-provável quanto Marcelo Novagravando canções de CaubyPeixoto),estálongedeserumaexpressão de conservadoris-mo yankee ou de ufanismo tar-dio. Antes, é um sussurro me-lancólico decuplicado – a es-tetização do suplício mítico doromance naufragado, com co-res notívagas e sombrias.

E Dylan o faz de tal forma –despojando as canções da so-lenidade dos arranjos originaise transportando-as para umaambiência de cabaré do sub-mundo – que retira delas qual-quer ranço de anacronismo.Gravou-as de um fôlego só, aovivonoestúdio,sobaproduçãode Jack Frost – não a perso-

nificação da geada e do frio namitologia nórdica, mas o pró-prio Bob, sob pseudônimo.

Arranjos enxutosAo longo de dez faixas, Bob Dy-lan desencadeia uma lamúriasó, em tom menor, a voz re-colhida aos acentos médio-gra-ves.Oinstrumental,nolimitedasecura, é praticamente uma

pontuação rítmica, na contra-mão das opulentas orquestrasde Sinatra: um baixo acústicoescorandonocentro,umapedalsteel guitar lamentando o tem-po todo, violão, guitarra, per-cussão e, apenas em três faixas,discretíssimo naipe de metais.

As baladas foram pinçadasde uma fase mais romântica deFrank Sinatra, entre o final dos

anos 1950 e o início dos 1960,quando o cantor de olhos azuisembalava os corações despe-daçados com músicas como I'ma Fool To Want You, The NightCalled It a Day, Autumm Leavese Fool Moon and Empty Arms.

Fosse em tempos “musical-mente corretos” (no mínimo,uma era pré-rock’n’roll), bei-raria o sacrilégio um cantor fa-

moso pela não-voz interpretarmúsicas de um ícone reveren-ciado como The Voice. Hoje, épura e simplesmente arte.

E é justamente a voz de Dy-lan que faz a diferença, comseus registros fora dos padrõespara uma obra do cânone nor-te-americano. Ele desestabili-za um universo de correção pa-ra contrapor uma nova pos-

sibilidade, uma reinvençãoque, por força da própria dis-paridade, acaba soando comoobra original.

Dor em estado crônicoParadoxal é que o canto deDylan não denota o sentimen-talismo agregado em cançõesde amor fracassado. Não hátristeza nele, embora tambémnão haja vida. Antes, é comoum narrador em terceira pes-soa, imparcial. Ou um homemcalejado, tornado insensívelpelas agruras da existência.

A dor, se existe nestas in-terpretaçõesdylanescas, talveztenha sido sublimada e trans-portada para o estado crônico.Tampouco existe esperança eabsolvição. Aliás, este é o es-pírito do Dylan dos novos tem-pos: o conformismo e a ab-negação diante de uma rea-lidade que já se faz impossívelde reverter.

É o fim de todas as ilusões ede todos os sonhos – o ro-mântico idealista foi apunha-lado pela donzela e se refugianos braços da última meretrizda noite (na contracapa do CD,há uma foto de Dylan com umaconcubina mascarada em umnightclub). Enfim, é a redençãofinaldiantedaabsolutafaltadefé no ser humano, as sombrasda noite que já nos envolvemem uma asfixiante escuridão.

Sony Music / Divulgação

Dylan recriou em estúdio dez canções do repertório de um dos maiores mitos norte-americanos

As baladasforam pinçadasde uma fasemais românticade Sinatra, entreos anos 50 e 60

BOB DYLAN

SHADOWS IN THE NIGHT / SONY MUSIC /

R$ 25 / WWW.SONYMUSIC.COM.BR

Dylan substituia solenidadedos arranjosoriginais por umacompanhamentomais enxuto

Orquestra Sinfônica Lyra Ceci-liana. “Mas sempre sonhei emter um grupo instrumental eatuar como maestro”, conta.

“Eu era só um trompetistaque malmente lia a partitura.Foi por meio do incentivo doSecretário de Cultura de Ca-choeira, José Luis Bernardo,que comecei a estudar”, diz.

Através de uma bolsa da Fu-narte, Flávio estudou Técnicasde Bocais em Mariana (MG).De lá foi para o Rio, onde cur-sou Regência na UFRJ. E do Riopartiu para Aracaju, onde es-tudou Composição e Arranjo.

“Quando voltei, comecei aensinar as crianças e jovens dacidade – e a aprender com elas

também”, afirma Flávio.

Facilidade com criançasEntre a ideia e realização, coisade três anos se passaram.“Realmente, tudo aconteceumuito rápido. Mas tive tam-bém uma boa orientação da(produtora) Débora Bitten-court ao trabalhar com ascrianças”, conta.

“De início, eu só queria tra-balhar com músicos profissio-nais, mas Débora teve essaideia porque viu que eu tinhafacilidade de ensinar às crian-ças. Agora temos alunos atécom mais de 40 anos de ida-de”, revela Flávio.

Nomomento,aORCjácontacom 25 músicas no repertório,ensaiado todas segundas esextas-feiras no Espaço Cultu-ral Hansen Bahia (QuarteirãoLeite Alves), às 19 horas. Vai lá,que é aberto – e lindo.

No site do ORC já tem quatromúsicas gravadas para quemquiser ouvir, de Sine Calmon aPixinguinha, passando porBob Marley e Gregory Isaacs.Uma beleza, recomendo.

OUÇA: ORQUESTRAREGGAE.COM.BR