Soto - Quem Sao Realmente Os Comunistas

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  • Quem so realmente os comunistas? Traducido por Jos Garboza (al texto original de Carlos Perez Soto)

    1. Marx

    Em 1948 os comunistas eram os que viam a propriedade privada dos meios de produo

    como origem dos males do capitalismo. Karl Marx props chamar Liga dos Comunistas ao que at ento se chamava Liga dos Justos porque entendia que no s se tratava da justia em geral, a maneira de uma exigncia moral, como tambm que o

    assunto era organizar uma oposio direta, poltica, ao sistema dominante como

    conjunto.

    Marx chamou de comunistas aqueles que haviam reconhecido o movimento profundo

    da realidade, as possibilidades materiais libertadoras travadas pelo interesse capitalista e

    as possibilidades polticas que abri a conscincia organizada dos trabalhadores.

    Sustentou que o poder tambm havia percebido essa grande mudana histrica no

    presente, escreveu que os poderes dominantes j haviam comeado a temer suas

    possibilidades revolucionrias, escreveu que, como um fantasma ameaador, o

    comunismo havia comeado a percorrer a Europa:

    Todas as potncias da velha Europa unem-se numa Santa Aliana para conjur-lo: o papa e o czar, Metternich e Guizot, os radicais da Frana e os policiais da Alemanha.

    Que partido de oposio no foi acusado de comunista por seus adversrios no poder?

    Que partido de oposio, por sua vez, no lanou a seus adversrios de direito ou de

    esquerda a pecha infamante de comunista?

    Marx chamou de comunistas um tipo de revolucionrios que eram temidos pelo poder,

    apesar das precrias e insipientes que puderam parecer suas organizaes e iniciativas

    polticas concretas. Temveis por seu programa radical. Temveis por sua vontade de

    ao poltica radical.

    2. Lnin

    Em maro de 1918, Lnin props chamar de Partido Comunista o partido bolchevique

    para enfatizar suas diferenas com os que no acreditavam que a revoluo de Outubro

    poderia se converter em um grande passo adiante s lutas do proletariado. Em dezembro

    de 1918 a Liga Espartaquista encabeada por Rosa Luxemburgo e Karl Liebnecht transformou-se o Partido Comunista Alemo, reconhecendo seu apoio revoluo de

    outubro, s suas possibilidades democrticas, e sua oposio ao marxismo reformista de

    Karl Kautsky.

    Vrios Partidos Comunistas se formaram durante 1918 e 1919 no mesmo esprito do

    Partido Alemo. Em maro de 1919 levou-se a cabo o Primeiro Congresso da Terceira

    Internacional, que se chamou a si mesma de Internacional Comunista. Nesse momento

    chamaram-se comunistas aqueles que reconheciam a necessidade da ao radical para o

    derrocamento do sistema dominante, aqueles que reconheciam a necessidade de uma

    ditadura revolucionria do proletariado contra a ditadura, democrtica ou no, do

  • capital, expressada em um Estado de Direito que favorecia sistematicamente a

    burguesia, contra os interesses do conjunto do povo.

    Entre 1918 e 1919, apesar da guerra revolucionria, apesar do cerco capitalista, apesar

    das dificuldades econmicas, os comunistas soviticos levantaram, pela primeira vez na

    histria, um sistema nacional de educao laica e gratuita, um sistema mdico geral

    gratuito em defesa da necessidade de todos e cada um dos cidados, estabeleceram, pela

    primeira vez na histria humana, os plenos direitos jurdicos e polticos s mulheres,

    estabeleceram as bases de uma ordem jurdica que favorecia sistematicamente os

    interesses do proletariado, vale dizer, uma ditadura do proletariado. Quiseram dar os

    maiores passos, os mais radicais, para perseguir aquilo que justamente estabelecia seu

    nome: uma sociedade comunista, um mundo em que no haja mais lutas de classes.

    3. Totalitarismo

    A mania autodestrutiva que nos acostumamos a pensar a lgica da derrota, tem nos

    levado a destacar, desde o cansao, as mltiplas razes pelas quais essa grandiosa

    iniciativa do proletariado de conduzir a ditadura burocrtica ao totalitarismo.

    As razes so muitas, contundentes, e a deriva do comunismo resultou trgica e

    destruidora. Isso algo que sabemos, e que nossos inimigos no se cansar de assinalar,

    omitindo com eles as consequncias desastrosas para toda a humanidade do que eles

    mesmos defendem. E isso algo que ns mesmos, na hora de justificar nossas polticas

    de compromisso, temos nos acostumados a assinalar, como se estivssemos condenados

    a ser derrotados uma e outra vez.

    Porm o aspecto, meramente pontual, somente inicial que me interessa aqui neste

    recurso histria, que nunca me convenceu totalmente, o que a grande sombra do

    socialismo burocrtico tem significado para este nome originrio e fundante. O que tem

    significado para a ideia do que ser comunista.

    4. Socialismo burocrtico

    O socialismo burocrtico distorceu profundamente a lgica de convocao comunista da

    III Internacional. Converteu os comunistas em dois tipos, aparentemente opostos, de

    militantes. Por um lado, sob o imperativo primeiro de defender a realidade e o exemplo

    da Unio Sovitica, procuraram reproduzir de uma vez por todas os caminhos e aes

    polticas concretas que conduziram revoluo de Outubro, e os outros, que sob esta

    mesma lgica, buscaram chegar ao socialismo atravs dos meandros e recursos da das

    democracias de tipo parlamentarista que se desenvolveram ao longo do sculo XX. Mao

    Ts-tung y Palmino Togliatti so os dois melhores exemplos perfeitamente simtricos

    dessas polticas. O reformismo keynesiano do comunismo italiano, e a converso

    massiva ao capitalismo do comunismo chins, so hoje o testemunho do que esses

    comunistas burocrticos significaram historicamente.

    Com eles levou-se a uma poltica comunista na qual, curiosamente, o primeiro que

    desapareceu, do discurso e a ao, foi justamente o objetivo comunista. Tudo se

    converteu em transio. E as transies no se discutiram estavam nunca de acordo com

  • seu objetivo, seno simplesmente em funo de sua aproximao ou distanciamente

    relativo, mais ou menos formal, ao modelo sovitico.

    Comunista passou a ser sinnimo de stalinismo, de industrializao, de verticalismo

    organizativo, de convices crticas nas quais as necessidades da unidade de ao

    pesavam sempre mais que a vocao crtica mesma.

    As polticas comunistas mantiveram uma posio ambgua a respeito da violncia

    revolucionria, aceitando-as para a periferia, negando-as para os pases desenvolvidos.

    Uma posio ambgua a respeito do Estado de Direito burgus, atacando-o diretamente

    quando havia correes de foras favorveis, aceitando-o como marco quando se

    pensava que no havia possibilidades de poder efetivo.

    Como assinalado tantas vezes, a poltica comunista se tornou reivindicativa, em

    particular, economicista. E os militantes comunistas, educados em uma cultura

    homogeneizadora, tiveram dificuldades sistemticas para se apropriar de modo integral

    de todo mbito que no fosse o da reivindicao econmico-social.

    Por essa via os problemas do meio ambiente, das diferenas tnicas e de gnero, os

    problemas derivados do uso das tecnologias da informao, resultaram-se difceis,

    ficando nas mos, afortunadamente, de outros militantes radicais, no marxistas, que

    souberam ver neles as fontes de crtica e ao poltica que continham, abrindo a

    oposio ao sistema desde um amplo espectro de lutas s que os militantes chamados

    comunistas sempre chagaram tarde, mal e com a infalvel vocao stalinide de se

    colocar a servio de sua prpria poltica.

    Muito longe de querer continuar esta lamentao poltica, apegada ao masoquismo que

    se chama pomposamente autocrtica, e que encobre apenas sua vocao oportunista, o que me interessa aqui no enumerar uma vez mais as razes do perdido, mas pensar

    diretamente no futuro. Pensar diretamente na grande tarefa que a humanidade tem por

    adiante, e cujas premissas materiais constatamos todos os dias, sem estar altura da

    necessidade de uma poltica que a faa verossmil e vivel.

    5. O comunismo possvel

    Quanto disso ainda deveria ser chamado comunista? No sentido de Marx, no sentido dos bolcheviques, alm dos timbres e marcas registradas. Quem deveria ser chamado

    propriamente de comunista?

    Em primeiro lugar, antes de tudo, so comunistas aqueles que creem que o comunismo

    possvel. Que uma sociedade sem classes sociais no nem um sonho, nem uma

    utopia, nem o resultado inercial de um progresso econmico e tcnico indefinido.

    Aqueles que se pem no centro de sua poltica esta perspectiva, e so capazes de

    explica-la e promove-la de modo eficaz, explcito, sem o conto de que se trata de um

    limite, de que uma meta extremamente longnqua.

    Sem o conto de uma transio, primeiro a da democracia avanada, logo ao socialismo,

    logo s bases de algo, e para alm, mais alm do que imaginvel, uma sociedade que

    hoje no poderia ser imaginada. Sem o conto de uma transio que no termina nunca,

    no curso da qual basta somente perseguir esse limite converte-se numa profisso

  • poltica, num ofcio eterno, nada inocente, que mais uma maneira de ganhar a vida do

    que lutar pelo futuro.

    Comunistas so os que podem explicar s pessoas comuns e correntes, de maneira

    simples e direta, que a abundncia de bens materiais j real, e que a humanidade j

    alcanou o estado em que poderia compartilh-la de maneira justa e igualitria. Os que

    so capazes de explicar que no h impedimentos de princpio, nem na natureza nem na

    condio humana que os limitem para sempre, que nos obriguem a aceitar a injustia

    aberta, ou a simples mediocridade da vida das camadas mdias como nico horizonte

    possvel.

    Comunistas so os que a cada passo declaram, e constroem sua poltica pensando em

    uma sociedade em que haja intercmbio, mas no mercado, em que haja famlias mas no

    matrimnio, em que haja governo mas no Estado, na qual as normas sociais no

    requeiram estar coisificadas na forma de um Estado de Direito.

    6. Um programa

    Mas nada disso possvel sem um programa. Deveriam cham-los de comunistas os

    que tm um programa comunista. Os que podem expressar de maneira concreta, atual,

    real, polticas que conduzam de maneira efetiva seus objetos histricos.

    No estou sustentando esse papel aqui, hoje, para assinalar queixas histricas, ou

    localizaes morais. O que quero sustentar, de maneira substantiva, quais deveriam

    ser essas polticas reais e concretas. Em torno qual classe de poltica pode chamar

    comunista de verdade. O que me importa no quem tem direito a ostentar esse nome

    ou a resguardar essa marca, a no ser o problema substantivo de quais contedos so os

    que seu conceito o requer e o exige.

    7. Enorme abundncia

    Em primeiro lugar uma poltica comunista deve sustentar a necessidade e o direito de

    que a enorme abundncia material que se produz hoje no planeta seja apropriada e

    repartida entre seus produtores diretos, no pela via do consumo alienado mas sim pela

    diviso das tarefas e os benefcios da produo material direta.

    Isso s possvel se se exercer uma desterceirizao radical da economia, que nos livre

    do trabalho estupidizante, que nos converta todos em produtores de bens materiais, e

    que liberte completamente os servios da lgica do mercado de trabalho.

    Que ningum ganhe salrio por educar, por desenvolver o saber, por fazer arte, ou

    prestar servios mdicos. Que o nico princpio do salrio seja a produo de bens

    fsicos, e que os servios se convertam por fim em direitos bsicos, que se possa exercer

    livremente, por forma de qualquer lgica de mercado.

    A consequncia imediata disso, e por sua vez um princpio paralelo, baixar

    radicalmente a jornada laboral, para repartir de maneira geral o trabalho fsico

    necessrio entre todos os integrantes da fora de trabalho. Durante uma longa poca de

    transio, para isso, ser necessrio manter, ou melhor melhorar, os salrios. A nica

    forma de fazer isso que o custo de tal operao seja extrado de mais-valor, vale dizer,

  • que os enormes aumentos da produtividade de trabalho sejam apropriados pelos

    produtores efetivos, diretamente contra sua apropriao capitalista.

    Qualquer diminuio da jornada de trabalho que se obtenha, mantendo os salrios, no

    seno uma operao de reapropriao de mais-valor criada pelos trabalhadores, uma

    apropriao social dos efeitos do desenvolvimento tecnolgico que temos criado entre

    todos. A diminuio da jornada de trabalho , diretamente e de maneira efetiva, o incio

    da longa marcha para o comunismo.

    8. Poltica comunista

    A poltica comunista deve traar um horizonte de medidas concretas, viveis e reais,

    que atendam s necessidades mais imediatas, que permitam a progressiva construo de

    hegemonia e autonomia material e poltica do conjunto do povo.

    Em primeiro lugar, no mbito material, uma poltica de desconcentrao radical da

    produo de alimentos. Ainda, uma poltica de desconcentrao radical da produo de

    energia. E tambm, uma poltica de desconcentrao radical das cidades.

    Em segundo lugar, e paralelamente, uma iniciativa de desconcentrao radical da gesto

    e do aparato do Estado.

    Todas as polticas que apontem autonomia e autossuficincia alimentar e energtica da

    comunidade de base, todas as que apontem diminuio da envergadura e ao aumento

    do poder efetivo dos municpios, todas as que apontem ao controle cidado da

    educao, da sade, da habitao, da gesto cultural, esto diretamente na via da longa

    marcha para o comunismo.

    9. Pensar grande

    A lgica da derrota, e o oportunismo burocrtico tm nos acostumado a olhar polticas

    como estas com uma distncia bem intencionada, paternalista e irnica. Tm-nos

    acostumado a pensar que nada realmente importante pode ocorrer desde logo. Tm-nos

    acostumado a pensar pequenamente, de maneira imediatista, em curto prazo medocre,

    no circuito poltico em que se mova a poltica burocratizada dos poderes dominantes.

    Ns mesmos estivemos acostumados ao conto pequeno burgus do utpico, resignando-nos lgica sentimental e um pouco hipcrita de ser sonhadores e inclusive, frequentemente, estivemos acostumados a sequer sonhar, a dedicarmo-nos

    simplesmente ao dia a dia, como se todo o importante estivesse num futuro indefinido,

    ou pior, como se o importante fossem as mediocridades impostas pelo presente, e pelo

    poder.

    por isso que as formulaes, as polticas das quais tenho enunciado, no bastam,

    mesmo que sejam as essenciais, para tirar o esprito comunista de seu marasmo.

    necessrio formular tambm outro mbito de polticas imediatas, que tenha a concretude

    pouco imaginativa qual o esprito comunista tem sido reduzida, mas que tenham a

    radicalidade necessria que as faa dignas de seres chamadas de comunistas. Um

    programa que tenha de maneira efetiva os poderes dominantes, que as recorde que o

    velho topo no descansa, e est disposto a aflorar vez e outra com seu desafio.

  • 10. Inimigo principal

    Os comunistas devem, por isso, e porque necessrio por si mesmo, formular tambm

    um plano estratgico que passe pelo imediato, que conecte esse grande horizonte de

    construo progressiva de hegemonia popular, com as tarefas e dificuldades do

    presente.

    Nessa ordem, o primeiro inimigo que se deve enfrentar o capital financeiro. Baixar

    radicalmente as taxas de interesses bancrio e comercial, subir radicalmente os impostos

    aos bancos, proibir de maneira contundente as formas de reproduo de capital

    abertamente improdutivas e especulativas, acabar com todo o aval estatal s dvidas

    pblicas, impedir desde j toda operao de salvamento dos bancos custa dos padres de vida do conjunto dos trabalhadores. Esta hoje uma cruzada mundial. Os

    mais amplos setores polticos, de quase todos os signos, esto levando a cabo estas

    reformas, incluindo de maneira radical. Os comunistas devem ser os primeiros, e os de

    cada dia, nesta luta de todos.

    O segundo grande inimigo que necessrio enfrentar o capital transnacional rentista, o

    que usufrui de maneira privada as riquezas que a natureza pe a disposio de todos.

    Derrogar o regime de concesses plenas, anular de imediato as concesses de recursos

    naturais feitas contra o povo nas minas, na pesca, nos bosques, nos recursos hdricos. Os

    comunistas devem ser os primeiros nisso, e no s formalmente, atravs de projetos

    inviveis no sistema institucional estabelecido.

    Por isso, o terceiro grande inimigo que necessrio enfrentar o sistema poltico

    mesmo, a maquinaria das instituies do Estado organizadas de tal maneira que sua

    nica funo real a sua prpria reproduo, e a de operar a servio do interesse

    privado. No h futuro poltico possvel sem uma nova constituio, construda pelo

    conjunto dos chilenos de maneira democrtica. E no vamos avanar para esse objetivo

    no marco das leis de qurum qualificado, nem no contexto da participao binomial.

    Estar fora de um sistema viciado e antidemocrtico nos legitima, pretender estar dentro

    somente conduz a legitim-los.

    11. Medidas radicais

    Desterceirizar a economia, reduzir a jornada de trabalho mantendo os salrios, terminar

    com o regime de concesses plenas, restringir de maneira radical as operaes e o lucro

    usureiro dos bancos. Trata-se pois de medidas radicais. De uma polcia audaz. Trata-se

    de representar efetivamente o que, hoje sem muita razo, temos em ns. Trata-se de ser

    comunistas porque buscamos o fim da sociedade de classes.

    No tenho que aclarar que perfeitamente provvel que os poderes dominantes no

    gostem disso, nem seque a nvel meramente retrico uma poltica como esta. Os

    inimigos da democracia nos chamaro inimigos da democracia, os que privaram de propriedade a maior parte dos seres humanos nos chamaro inimigos da propriedade, os que tem criado um sistema profundamente violento nos chamaro violentistas. E, desde logo, no se conformaro em declarar isso. Passaro, como sempre o tm feito,

    violncia direta contra os que se levantem contra sua violncia. No h nem haver

    novidade alguma nisso.

  • Mas ento, ante a violncia das classes dominantes, deveriam ser chamar comunistas os

    que reconhecem nosso direito violncia revolucionria contra a violncia

    institucionalizada.

    A misria nos hospitais pblicos a violncia, a destruio do sistema educacional a

    violncia. Os salrios precrios, o endividamento usureiro, a abertura ao capital

    estrangeiro s riquezas de todos, colocar o Estado a servio do capital, o que os

    funcionrios do Estado velem por seu prprio interesse sobre aqueles que dizem

    representar, isso a violncia.

    Criticaremos a violncia vanguardista, faremos legtima nossa violncia fazendo-a

    violncia das massas, buscaremos formas de lutar que no levem ao crime nem ao

    sacrifcio, reconheceremos aos nossos inimigos - todos e cada um deles os direitos humanos que eles mesmos os negam. Mas se trata de dar esta luta com todo o que

    tenhamos em mos.

    Somente podem chamar-se comunistas os que reconheam e exeram nosso direito de

    responder atravs da violncia revolucionria a violncia a que somos condenados pelo

    sistema de dominao. Somente desta maneira os comunistas voltaro a ser

    autenticamente temidos por aqueles que nunca esqueceram que ainda estamos aqui,

    dispostos a disputar com eles punho a punho, marcha a marcha, sangue a sangue, o

    mundo que eles nos negam.

    Santiago no Chile, 23 de novembro de 2012.