Souza; diego azambuja monica de o sangue de jesus

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INTRODUÇÃO

O objetivo desse trabalho de conclusão de curso é uma leitura expressionista do

filme Paixão de Cristo através da pintura. Para isso pesquisei sobre os movimentos

impressionista e expressionista e os artistas desse período. Os artistas citados nesse trabalho

são: Monet, Van Gogh, Paul Cézanne, Munch, José Clemente Orozco, Oscar Kokoschka,

Cândido Portinari. Ao pesquisar esses artistas fui influenciado pelas suas técnicas e

linguagens poéticas e busquei transmitir através das minhas obras a expressividade e

subjetividade propostas nos conceitos nos que foram criados por esses artistas.

O filme Paixão de Cristo provocou em mim emoções fortes e que busquei

representar através da pintura, visando expressar a dor, a angústia, o sofrimento, a violência

e captar uma linguagem própria, subjetiva e expressiva.

O primeiro capítulo trata especificamente do esclarecimento sobre a escolha do

tema e trata de pesquisas sobre a polêmica no qual o filme foi envolvido. O segundo

capítulo trata da relação entre os movimentos impressionista e expressionista e a sua

contribuição para a minha linguagem de expressão.

Depois de várias pesquisas em sites sobre o filme e na Bíblia Sagrada pode – se ver

no trabalho uma profunda reflexão sobre o sacrifício de Jesus Cristo e a minha relação

emotiva com o tema.

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1. A ORIGEM DO TEMA E A POLÊMICA DO FILME

A polêmica e A brutalidade o filme Paixão de Cristo dirigido por Mel Gibson foi a

minha fonte inspiradora. O filme prende muito a atenção do telespectador pela ênfase na

dor, no sofrimento e humilhação, todavia, o filme também entre cenas de dor mostra o amor

Ágape (amor altruísta), um amor esquecido na nossa geração e esse amor é a essência de

Deus. È um amor que dá sem querer receber e sem precisar receber porque só o simples

fato de amar já é a recompensa. De acordo com o filme, Jesus sofreu por amor, ele tomou o

nosso lugar de punição para que não fossemos punidos; pelo contrário, para que nós

recebêssemos proteção de Deus, amor, paz, intimidade com o próprio Deus, seja em nosso

presente momento vivendo no corpo e depois da morte do corpo, tendo uma vida eterna

com Deus. Esse tema me interessou pelo simples fato de que o filme não retratava a dor

pelo intuito de transmitir terror ou apologia à tortura ou carnificina e sim um sofrimento

tendo como alicerce o amor.

Impactado pelo filme, produzi um trabalho em tela e tinta óleo representando a dor

o sofrimento baseado nas cenas do filme de Mel Gibson, esse trabalho foi produzido na

disciplina do professor Darwin Antonio Longo de Oliveira no terceiro ano do curso de

Artes Visuais da UFMS. A produção foi uma surpresa, pois encontrei nela a semente para o

projeto de conclusão do curso.

O filme Paixão de Cristo foi envolvido em muitas polêmicas. O filme foi acusado de

ser anti-semita por padres, católicos, acusado de não ser coerente e também foi acusado de

ser um espetáculo de horror. Por outro lado, o filme de Mel Gibson foi o filme legendado

de maior bilheteria nos Estados Unidos. Recebeu três indicações ao Oscar e uma indicação

ao MTV Movie Awards de Melhor ator (Jim Caviezel), o ator que representou o

personagem de Jesus.

Para os evangélicos brasileiros o filme foi fiel à Bíblia Sagrada e o Jornal folha de

São Paulo noticiou casos em que as salas de cinemas viraram igrejas. Um caso publicado

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no Jornal A Folha de São Paulo foi o de um homem que ao acender as luzes do cinema

depois de ter terminado o filme o homem se levantou de sua poltrona, no alto da sala de

cinema do shopping, e gritou: “Pessoal, é impossível sair daqui indiferente. Marquem o dia

de hoje e mudem as suas vidas. Esse Jesus morreu por nós. Pensem nisso e vão com Deus”.

Igrejas evangélicas reservaram salas para os fiéis e os pastores depois do término do filme

se levantavam em frente da tela do cinema e pregavam o evangelho. Outro caso foi o da

bispa Sonia Hernandes, fundadora da igreja Renascer em Cristo que ao ver as primeiras

chibatadas nas cenas do filme começou a chorar.

A Folha convidou três representantes de diferentes correntes evangélicas para

assistirem ao filme e todos gostaram, disseram ser um retrato fiel à história, não anti-semita

e que pretendiam discutir com fiéis sobre o filme nos cultos. “O que vimos foi uma

retratação perfeita das últimas horas de Cristo”, disse o pastor Othoniel de Oliveira

Queiroz, da igreja Batista Santa fé.

Pesquisando no site www.uol.com.br, pude encontrar várias notícias da época em

que foi lançado o filme de Mel Gibson, críticas de bispos católicos, de rabinos, advogados,

imprensa e evangélicos. Uma das notícias encontradas no site tinha o título de “Bispo da

Igreja Católica francesa condena o filme Paixão de Cristo”, notícia publicada na data de

31/03/2004. O teor da notícia era que bispos da igreja Católica francesa condenaram

oficialmente o controverso filme de Mel Gibson, pois para eles o longa-metragem é

potencialmente anti – semita e uma distorção da doutrina do cristianismo, e também numa

conferência de bispos declararam que Mel Gibson fez um trabalho que pode ser usado para

apoiar opiniões anti – semita. A notícia relata também que a França foi hostil em relação ao

filme, com críticos de cinema e lideres da igreja denunciando a extrema violência das cenas

de castigo e crucificação. A corte de Paris negou um pedido de três irmãos judeus de

proibir o filme nos locais onde ele possa incitar violência anti-semita. Uma outra notícia

publicada no site na data de 11/02/2004, foi da de que a imprensa italiana reprovou o filme

Paixão de Cristo, um dia depois da pré – estréia, ao considerar que ele contem violência

gratuita. “as cenas são tão cruéis que muitos espectadores tiveram que se virar ou fechar os

olhos”, informou o jornal italiano Corriere della Sera ao mencionar o filme. Já o jornal La

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Republica, disse que o filme conta as horas finais de Cristo com a sensibilidade de um

boxeador dos pesos – pesados. Outra notícia é a do rabino Henry Sobel publicada na data

de 10/03/2004. O rabino disse que o filme Paixão de Cristo é um espetáculo de violência,

sem fundamentação histórica e segundo ele bispos católicos que acompanharam a sessão ao

seu lado reagiram com repúdio. O rabino ainda disse mais, “incomoda-me que os judeus da

época de Jesus sejam retratados como sanguinários e vingativos, enquanto que as virtudes

do amor e da compaixão sejam atribuídas exclusivamente aos romanos”. Apesar de

desaprovar o filme, Sobel acredita que duas horas de cinema não irão mudar a cabeça de

pessoas esclarecidas, mas poderão alimentar ódio e o preconceito em mentes predispostas

ao anti-semitismo.

Pesquisei também no site www.adorocinema.com.br em que abriu um espaço para

as críticas e opiniões dos seus visitantes e pude encontrar a da Vanessa que deu a sua

opinião dizendo: “O filme é perfeito, merece liderar o ranking. Foi um filme muito

abençoado, com certeza para fazer todo mundo chorar dentro do cinema. Tem que ser, né?

Mel Gibson está de parabéns”.

A opinião de outro visitante do site, Júlio, foi:

Os críticos de cima simplesmente odiaram esse filme, os judeus idem, os

que são a favor do casamento gay mais ainda e os que odeiam o

cristianismo são os que estão mais furiosos de todos. O motivo está

claramente explicado no filme: “Se o mundo vos odeia, sabei que

primeiro ele me odiou a mim”. “O discípulo não é maior que seu mestre,

se eles me perseguiram, certamente vos perseguiram também”. O pior é

que os furiosos com o filme não têm nem mesmo coerência nas acusações

que fazem. Muitos estão dizendo que o filme incita ódio ao povo judeu.

Dá para imaginar ódio sendo propagado no filme a frase: “Pai, perdoa-

lhes, eles não sabem o que estão fazendo”.

O filme Paixão de Cristo me fez refletir sobre o que realmente aconteceu na época.

Procurei na Bíblia e lá encontrei os textos que asseguravam a história do sacrifício de Jesus,

que foi representando no filme. Por exemplo, em Filipenses, capítulo 2, do versículo 5 ao

11, encontramos:

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Jesus subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser

igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,

tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,

a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de

cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira lhe deu o nome que

está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo

joelho, nos céus terra e debaixo da terra, e todo a língua confesse que

Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Sobre esse texto da bíblia concluo que Deus deixou o seu lar e veio como um

homem e se humilhou até morrer numa cruz. O filme mostra o amor de Jesus sendo o amor

do próprio Deus para com a sua criação, pois veio pagar o preço de toda a injustiça

cometida pelos homens e renová-los para que eles pudessem novamente ter intimidade com

o próprio Deus. Jesus veio salvar o homem da corrupção e do engano e firmá-los em uma

aliança verdadeira com Deus. No filme mostra as partes em que Jesus, ensinava sobre a

vontade de Deus.

Já em Colossenses capítulo 2, do versículo 13 ao 14, a bíblia diz:

É a vós outros que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela

incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando

todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida que era contra

nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o

inteiramente, encravando-o na cruz.

No filme mostra que Jesus foi encravado na cruz e comparando com esse versículo

pude entender que, por causa da dívida que tínhamos Deus encravou Jesus na cruz, sendo

assim, nos dando a vida em Jesus e perdoando assim todos os nosso delitos. Outro trecho

da bíblia que assegura a história do filme é o que está escrito no capítulo5, versículo 12, 17

e 18 que coloca:

Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo

pecado, a morte espiritual, assim também a morte espiritual passou a

todos os homens, por que todos pecaram, mas se pela ofensa de um e por

meio de um só reinou a morte espiritual, muito mais os que recebem a

abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um

só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo

sobre todos os homens para a condenação, assim também, por meio de um

só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens.

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Depois dos muitos açoites e chicotadas e da sua morte o filme Paixão de Cristo

mostra a sua ressurreição. A cena mostra o olhar de Jesus de missão cumprida e vitória o

que realmente me deixou emocionado. O filme me fez entender que a morte de Jesus não

foi uma derrota e sim uma vitória e que a morte não pôde deter o Autor da vida, então ele

ressuscitou.

A bíblia diz em Romanos no capítulo 6, versículo 5, 6,11:

Porque se formos unidos com ele na semelhança de sua morte,

certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que

o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravo;

“assim também vós considerais-vos mortos para o pecado, mas vivos para

Deus”.

Comparando o filme com a bíblia pude ver que o filme é coerente com a bíblia.

Pude ver que toda a polêmica em que foi envolvido o filme é uma intolerância de religiosos

para com os religiosos e que o filme mostrou lições muito importantes como família, amor,

perseverança, que devemos ter fé em Deus e amar e perdoar o nosso próximo.

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2. A HISTÓRIA, A INFLUÊNCIA E A PRÓPRIA LINGUAGEM

Através dos meus trabalhos procurei expressar a dor, o sentimento levando o

expectador a refletir aquilo em que propus nas obras. Abstraí o figurativo para encontrar –

me com um instinto expressivo, tendo assim, a liberdade em me expressar com pinceladas

cheias de tintas com cores violentas e vibrantes, como Vicent Van Gogh que explorava os

aspectos das cores. Procurei através delas representar a minha versão das cenas do filme

Paixão de Cristo. Monet foi considerado por observação do pintor intelectual Cézanne,

“Meramente um olho, mas que olho”, pois Monet traduzia para as suas telas as cenas mas

com uma liberdade, um contexto criativo, isso porque Monet descobriu que a cor tem as

suas próprias razões e a cor rompe com as nítidas exigências da linha. (Swunglehurst,1995)

Monet buscava, então a verdadeira realidade por trás da aparência. Mas é o movimento

expressionista que traduz a realidade por trás da aparência.a realidade do mundo interior, o

subjetivo foi valorizado dando ao artista expressionista uma liberdade para exprimir os

sentimentos do mundo mental e emocional. Pegando a obra ícone do expressionismo da

pintura, a tela O Grito, de Edvard Munch, nela é fácil perceber a expressão de um ser

humano em extrema convulsão interna, uma angústia transbordante. No meu primeiro

trabalho “O Peso da Cruz”, que deu o alicerce para as idéias do meu projeto de conclusão

de curso, é nítida a expressão de dor, de desespero e isso foi muito marcante como

resultado de um trabalho.

Ainda no movimento expressionista busquei influência de pintores como José

Clemente Orozco, Oscar Kokoschka e o consagrado pintor brasileiro Cândido Portinari, de

certa forma foi um alicerce para que eu firmasse os meus pés na arte instintiva, de

expressão violenta e sentimental.

A temática de José Clemente Orozco era sempre humanista, criava um mundo de

heróis mortos, imagens de homens em luta e um sentimento nacionalista bem evidente em

suas obras. Resolvi também nas obras retratar para apenas um herói Jesus Cristo, um herói

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eterno. O próprio Deus buscando trazer o homem de volta à liberdade, alertando ao mundo

que não acreditasse no sistema.

Já o pintor Austríaco Oscar Kokoschka, era um artista que denunciava a bestialidade

humana, a injustiça social, a indiferença antes os níveis de classe e o exercício da guerra

como partilha sangrenta. Kokoschka combateu em vários campos de batalha, e de todos

regressou ferido mas vitorioso. Algumas obras de Oscar eram retratos de grande

profundidade psicológica. Oscar era um artista que se identificava com as dores e angústias

dos viventes. Os trabalhos dele sugerem um expressionismo de vez mais atormentado e

mais rico de virtudes pictóricas e incomuns acordos de tons.

O pintor se empenhava em estudar relações de luz, sombra, massa de cor e

problemas de tridimensionalidade. No meu segundo trabalho “Carregado por Guardas”,

justamente usei tonalidades incomuns numa cena totalmente violenta usei cores fortes e

suaves no intuito de descobrir uma subjetividade ainda maior.

A pesquisa sobre o movimento impressionista me influenciou muito, pois pude

notar que os artistas mais conhecidos desse movimento perseveraram em uma meta artística

comum, pois tentavam capturar a ampla luz ao ar livre; no nível do sentimento e

procuravam também transmitir a intensidade das primeiras sensações. Através do

movimento impressionista houve verdadeiramente um rompimento com a pintura histórica,

mas o público burguês continuava a preferir os grandes quadros históricos e as

representações alegóricas. Antes do despertar dos artistas impressionistas que eram Monet,

Van Gogh, Renoir, Cézanne e outros, a máxima deles era que a linha predominava sobre a

cor tendo como o alvo dos artistas a exatidão do desenho e a precisão dos contornos. A cor

não servia mais que para a coloração. O movimento neoclassicicista mesmo baseava-se

nesse conceito.

Em meu trabalho “O Açoite”, (pg.19) que foi o meu primeiro, pude perceber pelo

tempo que estive sem pintar, que me prendi as linhas e ao figurativo, buscando me prender

a detalhes da cena do filme mais do que expressa a minha versão da cena, só depois de

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quase terminar a obra é que comecei a valorizar as cores, com pinceladas mais seguras e

espontâneas sem me preocupar com o figurativo e sim liberando a minha expressividade e

buscando o equilíbrio da composição.

O Impressionismo tinha como o seu maior expoente o pintor francês Claude Monet

que dedicou a sua vida à pintura, gostava de pintar ao ar livre, pois queria captar os efeitos

mais fugazes e o instante único. Monet dizia que o tema para ele é secundário e que o que

ele queria reproduzir era a relação entre a natureza e ele. Monet pintou pouquíssimos

retratos, geralmente seus personagens eram inseridos nas paisagens.

As paisagens às vezes tinham um clima que indicava o usado psicológico de Monet,

estabelecendo ele um paralelismo entre a realidade exterior e a interior.

Paul Cézanne foi um pintor impressionista, mas que depois transcendeu de muito o

impressionismo. Ele também gostava de pintar ao ar livre, onde buscava inspirações para

produzir, mas logo se desencantou com alguns aspectos do impressionismo, pois possuía

um senso de construção e estrutura mais forte do que seus contemporâneos, cujas pinturas

produziam o efeito de dissolver os objetos num jogo de cores luminosas e vibrantes.

Cézanne conseguiu assimilar a união dos tons das formas. Mas no final da década de 1870,

suas pinceladas se transformaram em traços de tinta alongados e repetidos, dispostos em

linhas paralelas e regulares. Por volta de 1878, o artista se afastou definitivamente do

Impressionismo para dedicar – se à análise dos objetos, enfatizando seu volume. Essa fase,

chamada de “análise construtiva”, vê nascer telas cuja composição contraria radicalmente

as regras tradicionais. À medida que seu estilo se desenvolvia, Cézanne tinha a certeza de

que o aspecto bidimensional da pintura não poderia ser negado. Não tinha interesse nenhum

em imitar o mundo real. Definia seus quadros como “construções a partir da recriados

numa tela plana”. E para representar as verdadeiras relações espaciais entre os objetos sem

quebrar a uniformidade da tela, desenvolveu um método próprio: a célebre “profundidade

rasa”, que foi considerada um dos milagres da arte e que consistia em representar os objetos

dentro de uma óptica de criativo geometrismo, onde volume e espaço estão unificados. Ele

adquiriu essa técnica sobrepondo camadas de tinta. Para ele, as figuras deveriam ser

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recriadas por meio da cor. Além disso, Cézanne pintava os objetos de múltiplos e

simultâneos ângulos, aparentemente trazendo-os à superfície. Essa nova concepção alterou

de forma profunda a percepção da realidade, antecipando o aparecimento do Cubismo.

Cézanne então se tornou um precursor de um novo movimento intitulado de movimento

Expressionista.

Sobre a idéia de Cézanne de que as figuras deveriam ser recriadas por meio de cor,

produzi um trabalho intitulado “A dor”, onde o meu intuito realmente era construir a

composição através da cor. A cena é a de Jesus carregando a sua cruz sentindo a cruz

pesando sobe as suas feridas, em nenhum momento contornei ou risquei linhas, mas sim

procurei através da justaposição das cores, fazer com que a figura brotasse no meio de uma

explosão de cores, mas com equilíbrio, dando uma expressividade emocionante ao trabalho.

O movimento Expressionista nasce na Alemanha por volta de 1905 seguindo a

tendências de pintores do final do século XIX, como Cézanne, Gauguin, Van Gogh e

Matisse marcou o início de uma nova forma de arte e tinha como principais características a

pesquisa no domínio psicológico; cores resplandecentes e vibrantes, fundidas ou separadas;

dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; pasta grossa, martelada, áspera; técnica

violenta: pincel ou espátula, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões;

preferência pelo patético, trágico e sombrio.

O pintor Norueguês Munch (1863-1944) foi um ícone desse movimento, pois

conseguia conceder às cores um valor simbólico e subjetivo. Por causa da morte de sua mãe

posteriormente da sua irmã, Munch expressava todo o drama que viveu ao contemplar a sua

mãe posteriormente a sua irmão doente. As suas obras transmitiam tristeza, angústia. As

cenas eram mórbidas e as cores em suas telas levavam o espectador para um clima fúnebre

e trágico. Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). O Grito é um exemplo dos

temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. O Grito foi representação dos

próprios problemas psicológicos de Munch, do seu desespero, pois estava grandemente

atormentado pelas perdas e magos. Nela a figura humana não apresenta suas linhas reais

mais contorce-se sob o efeito de suas emoções. Perseguido pela tragédia familiar, Munch

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foi um artista que recusou o banal, as cenas interiores pacíficas comuns na sua época e

representam a dor e o trágico em seus quadros. Munch tinha um de seus mais importantes

temas, A Criança Doente. Neste retrato da lembrança da triste impressão da irmã morrendo,

ele parece ter rompido as amarras do naturalismo e encontrando uma linguagem mais

poderosa, capaz de expressar as emoções pessoais mais fortes. Em retrospectiva, ele

acreditava que essa obra de arte havia sido a semente para seus trabalhos posteriores de

grande expressão de recordações pesarosas.

No quadro “O Peso da Cruz”, uma familiarização com as obras de Munch que me

influenciou, pois os temas utilizados por ele me deu o respaldo que precisava para pintar as

telas baseadas no filme Paixão de Cristo. Mostrar a expressão de dor, de luto e de impacto.

Já o pintor brasileiro Cândido Portinari, tinha a miséria como o motivo constante

dos seus quadros mais famosos. È o artista cuja sensibilidade e inteligência lhe permitiram

captar e exprimir agudamente a tragédia humana das estradas secas e dos campos estéreis.

Em 1917, Anita Mafaltti fazia exposição de telas expressionistas que trouxera de seu

aprendizado na Alemanha e nos Estados Unidos. Amostra que prenunciou a Semana de

Arte moderna de 1922, a vida artística do Rio não foi abalada. As exposições continuavam

raras, de um ou outro paisagista italiano de passagem, algum pintor português recém

chegado. Até Lasar Segall expõe sem alarde em Campinas. Nesse ambiente, Portinari

estudava e buscava definir um estilo. Ainda amarrado nos laços acadêmicos, seus trabalhos

já mostravam uma liberdade de traço e maturidade. Em 1928, Portinari apresenta-se ao

Salão Nacional e conquista um prêmio de viagem a Paris. Dois anos ficará na Europa.

Observando, estudando, discutindo. Nesses dois anos, a produção de Portinari limita-se a

três naturezas mortas. Logo que chega da Europa, Portinari é convidado a participar da

primeira exposição coletiva moderna no Rio: o Salão de 1931. Ele evoluiu para um estilo

figurativo, emancipando-se da linha clássica e mostrava uma segurança cada vez maior. Ele

concentrava-se no homem, nos problemas sociais, na tentativa de exprimir a terra brasileira.

Buscava retratar os morros, as favelas cariocas e começando a tentar para o monumental,

que exaltava o trabalho braçal do homem da terra dando um novo rumo para a sua carreira

artística.

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A guerra levou a obra de Portinari à vigorosa fase expressionista. Pois Portinari

conheceu a crueza da guerra e a degradação provocada pelos conflitos. Dessa fase de vida,

ele produziu a série de os Retirantes, as obras tinham personagens esquálidos e mutilados,

famélicos e maltrapilhos.

A citação dos artistas impressionistas e expressionistas, tem a devida importância

pelo simples fato de que, todas as técnicas pesquisadas e todos os conceitos artísticos

influenciaram nos meus trabalhos. Ao estudar sobre a linguagem de expressão de cada

artista pude entender a conquista que foi adquirida para que hoje eu possa ter liberdade para

produzir os meus trabalhos alicerçados na perseverança desses pintores citados neste

trabalhos.

Para mim a pintura não se trata apenas da representação do que a minha percepção

visual é capaz de captar. Se vejo uma paisagem não tenho mais o anseio de imitar através

da pintura o que eu vejo, mas sim deformar o que vejo.

E essas pesquisas sobre pintores impressionistas me fez enxergar que cor representa

liberdade, pinceladas curtas com ousadia, a luminosidade, o movimento, o colorido e a

composição. Pude perceber que pintar é um momento de criação e não de imitação da

realidade. A cor se tornou muito importante mas aprendi que é preciso ter sensibilidade

para concluir uma obra, tendo sempre equilíbrio entre as cores, pois certas cores não

combinam juntas. Não é só jogar uma porção aleatória de tinta numa tela branca e pronto,

mas tem que haver uma harmonia entre os tons de cores.

Pesquisando sobre Paul Cézanne, pude entender sua preocupação em buscar a sua

própria linguagem, enfatizando o volume e dando valor ao aspecto bidimensional. Ele foi

uma das pontes que levou os pintores a lutarem pela própria expressão. Os pintores que

herdaram dos impressionistas, a liberdade na temática, nos conceitos artísticos e tendo as

suas próprias descobertas. E esse momento foi extremamente oportuno para o início do

movimento expressionista.

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O intuito ao escolher o filme Paixão de cristo, foi a de que teria uma vasta

inspiração, pois as cenas são muito fortes e expressivas. E ao estudar o movimento

expressionista, pude encontrar o respaldo artístico que precisava para a produzir de maneira

violenta e expressiva.

Artistas como Munch, Portinari, Orozco e Oscar Kokoschka, retratavam heróis na

revolução no México sendo esfaqueados, sendo queimados, esqueletos num mar de sangue,

a morte é representada como a conseqüência das lutas sociais da época. A violência é então

sintetizada nas obras de Orozco.

As doze últimas horas da vida de Jesus representadas no filme Paixão de Cristo,

justamente enfoca a violência, a conseqüência de toda injustiça praticada pela humanidade

culminou na morte de Jesus o enviado de Deus. Essa violência sugerida por Orozco foi de

suma importância para a produção dos meus trabalhos. Inspirado pelo filme e pelas obras

de Orozco tive um repertório amplo para a minha expressão artística.

Portinari representava em suas obras a miséria, a tragédia humana e isso foi

necessário para a linguagem expressiva dos meus trabalhos, que tiveram nos personagens

de Portinari, a inspiração para representar o drama psicológico que Jesus sentiu. Jesus foi

torturado fisicamente e psicologicamente e ainda sabendo que iria ser crucificado.

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3. A PRODUÇÃO ARTÍSTICA

3.1 A Dor

Impactado pelo filme, produzi um trabalho em tela e tinta óleo representando a

dor, o sofrimento baseado nas cenas do filme de Mel Gibson, esse trabalho foi produzido na

disciplina do professor Darwin Antonio Longo de Oliveira no terceiro ano do curso de

Artes Visuais da UFMS. A produção foi uma surpresa pois encontrei nela a semente para o

projeto de conclusão do curso.

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3.2 O Açoite

A cena do filme em que Jesus era açoitado me inspirou a começar o processo da

criação das obras. O Açoite retrata a brutalidade, o meu intuito nesse trabalho foi de

produzir uma cena forte e violenta pois ao assistir o filme tive vontade de expressar o

impacto e não o meu próprio sentimento em relação ela. Ao pintar senti inicialmente uma

insegurança em relação a minha própria expressão pois me prendi ao figurativo. Usei muito

a cor vermelha para enfocar a violência, com pinceladas bruscas consegui desenvolver uma

textura dando uma idéia de feridas no corpo inteiro de Jesus.

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3.3 Carregado Pelos Guardas

Nessa obra a minha prioridade foi a de abstrair sem me importar em representar a

figura de Jesus. Minha intenção foi de deformar o rosto de Jesus, pois o meu foco foi a

expressividade e a subjetividade. É um trabalho que expressa uma morbidez e

dramaticidade muito forte, pois o corpo de Jesus estava totalmente enfraquecido depois de

ser torturado pelos guardas romanos. As cores são vibrantes. Usei a cor azul, o amarelo, o

preto e muito vermelho e através de traços sobrepostos busquei uma harmonia entre as

cores. Concluir esse trabalho foi uma conquista significativa para o processo criativo das

próximas obras. A liberdade das pinceladas, o experimento das cores, a subjetividade da

cena e a dramaticidade é o intuito desse trabalho.

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3.4 O Peso da Cruz

A dor de levar uma cruz depois de ter sido torturado e humilhado me inspirou a

produzir o trabalho O Peso da Cruz. Esse trabalho expressa uma dor gritante e angustiante

que retrata o sofrimento de Cristo. As cores transmitem uma repulsa e uma atmosfera

sombria, pois as cores são densas e violentas. As cores utilizadas foram o verde, o lilás, o

amarelo, o preto, o ocre e o vermelho. È um trabalho de muita força expressiva.

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3.5 A Tortura

Os guardas romanos acorrentaram Jesus em um toco e depois de açoitá-lo

começaram a flagelar o corpo de Jesus com instrumentos de tortura. Busquei reproduzir o

momento dramático mas experimentando a tonalidade das cores. As cores deram uma

subjetividade e deram uma harmonia à composição. O fundo negro fez com que o foco

estivesse na cena de Jesus sendo flagelado. As cores se misturam e se entrelaçam dando

uma suavidade ao mesmo tempo em que é forte e violento.

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3.6 Sendo Pregado

Essa obra é a confirmação do estudo que foi feito sobre as linguagens poéticas de

artistas impressionistas e expressionistas. Depois de um processo gradativo de vários

experimentos e tentativas pude sentir uma satisfação ao concluir essa obra. Essa tela agride

os sentidos e tem uma impulsividade vibrante proporcionada pela explosão de cores. As

cores levam essa obra à uma subjetividade e uma emotividade. O sentimento de dor foi

representado nessa obra mas também um clima de alucinação é percebido ao analisá-la. A

harmonia das cores proporciona uma leveza ainda que a cena seja dramática.

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3.7 Crucificado

A crucificação é o ápice do filme, pois Jesus cumpriu a sua missão de salvar todos os

homens da escravidão do pecado. Esse foi o último quadro e nele procurei captar o

momento triste mais sublime. As cores quentes e vibrantes dão à obra uma beleza e uma

singeleza, apesar do trabalho ser forte e emotivo. A representação de Jesus indefeso e

angustiado proporciona uma reflexão de profundidade psicológica. Usei muito o vermelho

para criar o aspecto de sangue e o amarelo para contrapor com o azul. Pinceladas cruzadas,

pinceladas carregadas de tintas, o equilíbrio entre as cores resultaram uma obra expressiva e

harmoniosa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho tratou especificamente de mostrar o avanço da liberdade da poética na

pintura, que alicerçou meus estudos em relação às cores, formas e composições.

Foi traçado um caminho de descobertas, analisando os movimentos impressionistas

e expressionistas, fazendo experimentos até encontrar uma harmonia nas composições.

O impressionismo acrescentou ao repertório artístico estabelecido um vasto

conjunto de novos motivos que haviam sido negligenciados por seus predecessores e que

foram perspectivos por seus sucessores, ao longo do pós-impressionismo e até os tempos

modernos.

A liberdade para a própria linguagem artística foi adquirida e o artista começou a

valorizar a sua expressividade.

O expressionismo enfoca a emoção psicológica de vários artistas que surgiram para

dar à arte a sua contribuição poética. Usavam arte como um meio de dizer ao mundo sobre

as suas perturbações, ansiedades, perversidades, sensibilidades e paixões.

O tempo é usado pelo seu conteúdo transcendental, polêmico e violento, inspirou-

me a produzir esse trabalho e me fez expressar neles as minhas próprias reflexões e

emoções sobre o filme paixão de Cristo.

Sobre o sacrifício do Sr. Jesus na Cruz do Calvário que aconteceu há 2.000 anos

representado em 2004 no filme paixão de Cristo.

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BIBLIOGRAFIA

ASH, Russel. Os Impressionistas, Estações do Ano. Trad. Barbosa Theoto Lombert,

Cecília Camargo Bartalotte e Ilka Brunhilde Louríto. São Paulo: Cia Melhoramentos, 1998.

BECKS, Ubrike. Malorny Cezánne. O pai da Arte Moderna. 1839-1906. Taschen, 1996.

CAVENDISH, Marshall. Romantismo e Impressionismo, Moderno. São Paulo: Nova

Cultural, 1991.

PEREIRA, Aldo. Vincent Van Gogh. Rio de Janeiro: Globo S.A, (1991,1997).

ABRIL CULTURAL Gênios da Pintura.

SWINGLEHURST, Edmund. Vida e obra de Monet. Trad. de Talita M. Rodrigues. Rio de

Janeiro: Ediouro, 1995.

Tudo sobre o filme Paixão de Cristo. Disponível em: < http://www.google.com.br>

Acesso em: 11 out. 2006.z

Impressionismo e Expressionismo. Disponível em: < http://www.historiadoarte.com.br>

Acesso em: 11 out. 2006.

Especial “A Paixão de Cristo”: Saiba tudo sobre o polêmico filme que estreou em 512

salas no país. Disponível em: < http:// www.uol.com.br> Acesso em: 12 out. 2006.

A Paixão de Cristo. Disponível em: < http://www.adorocinema.com> Acesso em: 13 nov.

2006.

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27

4. PORTIFÓLIO

Impactado pelo filme, produzi um trabalho em tela e tinta óleo representando a

dor, o sofrimento baseado nas cenas do filme de Mel Gibson, esse trabalho foi produzido na

disciplina do professor Darwin Antonio Longo de Oliveira no terceiro ano do curso de

Artes Visuais da UFMS. A produção foi uma surpresa pois encontrei nela a semente para o

projeto de conclusão do curso.

O Açoite

A cena do filme em que Jesus era açoitado me inspirou a começar o processo da

criação das obras. O Açoite retrata a brutalidade, o meu intuito nesse trabalho foi de

produzir uma cena forte e violenta pois ao assistir o filme tive vontade de expressar o

impacto e não o meu próprio sentimento em relação ela. Ao pintar senti inicialmente uma

insegurança em relação a minha própria expressão pois me prendi ao figurativo. Usei muito

a cor vermelha para enfocar a violência, com pinceladas bruscas consegui desenvolver uma

textura dando uma idéia de feridas no corpo inteiro de Jesus.

Carregado Pelos Guardas

Nessa obra a minha prioridade foi a de abstrair sem me importar em representar a

figura de Jesus. Minha intenção foi de deformar o rosto de Jesus, pois o meu foco foi a

expressividade e a subjetividade. É um trabalho que expressa uma morbidez e

dramaticidade muito forte, pois o corpo de Jesus estava totalmente enfraquecido depois de

ser torturado pelos guardas romanos. As cores são vibrantes. Usei a cor azul, o amarelo, o

preto e muito vermelho e através de traços sobrepostos busquei uma harmonia entre as

cores. Concluir esse trabalho foi uma conquista significativa para o processo criativo das

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próximas obras. A liberdade das pinceladas, o experimento das cores, a subjetividade da

cena e a dramaticidade é o intuito desse trabalho.

O Peso da Cruz

A dor de levar uma cruz depois de ter sido torturado e humilhado me inspirou a

produzir o trabalho O Peso da Cruz. Esse trabalho expressa uma dor gritante e angustiante

que retrata o sofrimento de Cristo. As cores transmitem uma repulsa e uma atmosfera

sombria, pois as cores são densas e violentas. As cores utilizadas foram o verde, o lilás, o

amarelo, o preto, o ocre e o vermelho. È um trabalho de muita força expressiva.

A Tortura

Os guardas romanos acorrentaram Jesus em um toco e depois de açoitá-lo

começaram a flagelar o corpo de Jesus com instrumentos de tortura. Busquei reproduzir o

momento dramático mas experimentando a tonalidade das cores. As cores deram uma

subjetividade e deram uma harmonia à composição. O fundo negro fez com que o foco

estivesse na cena de Jesus sendo flagelado. As cores se misturam e se entrelaçam dando

uma suavidade ao mesmo tempo em que é forte e violento.

Sendo Pregado

Essa obra é a confirmação do estudo que foi feito sobre as linguagens poéticas de

artistas impressionistas e expressionistas. Depois de um processo gradativo de vários

experimentos e tentativas pude sentir uma satisfação ao concluir essa obra. Essa tela agride

os sentidos e tem uma impulsividade vibrante proporcionada pela explosão de cores. As

cores levam essa obra à uma subjetividade e uma emotividade. O sentimento de dor foi

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representado nessa obra mas também um clima de alucinação é percebido ao analisá-la. A

harmonia das cores proporciona uma leveza ainda que a cena seja dramática.

Crucificado

A crucificação é o ápice do filme, pois Jesus cumpriu a sua missão de salvar todos

os homens da escravidão do pecado. Esse foi o último quadro e nele procurei captar o

momento triste mais sublime. As cores quentes e vibrantes dão à obra uma beleza e uma

singeleza, apesar do trabalho ser forte e emotivo. A representação de Jesus indefeso e

angustiado proporciona uma reflexão de profundidade psicológica. Usei muito o vermelho

para criar o aspecto de sangue e o amarelo para contrapor com o azul. Pinceladas cruzadas,

pinceladas carregadas de tintas, o equilíbrio entre as cores resultaram uma obra expressiva e

harmoniosa.

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A Dor O Açoite

Técnica: Tinta a Óleo sobre tela Técnica: Tinta a Óleo sobre tela

Medida: 30 x 30 Medida: 50 x 80

Carregado Pelos Guardas

Técnica: Tinta a Óleo sobre tela

Medida: 60 x 60

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O Peso da Cruz

Técnica: Tinta a Óleo sobre tela

Medida: 70 x 70

A Tortura

Técnica: Tinta a Óleo sobre tela

Medida: 60 x 80

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Sendo Pregado

Técnica: Tinta a Óleo sobre tela

Medida: 60 x 80

Crucificado

Técnica: Tinta a Óleo sobre tela

Medida: 60 x 80

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho tratou especificamente de mostrar o avanço da liberdade da poética na

pintura, que alicerçou meus estudos em relação às cores, formas e composições.

Foi traçado um caminho de descobertas, analisando os movimentos impressionistas

e expressionistas, fazendo experimentos até encontrar uma harmonia nas composições.

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O impressionismo acrescentou ao repertório artístico estabelecido um vasto

conjunto de novos motivos que haviam sido negligenciados por seus predecessores e que

foram perspectivos por seus sucessores, ao longo do pós-impressionismo e até os tempos

modernos.

A liberdade para a própria linguagem artística foi adquirida e o artista começou a

valorizar a sua expressividade.

O expressionismo enfoca a emoção psicológica de vários artistas que surgiram para

dar à arte a sua contribuição poética. Usavam arte como um meio de dizer ao mundo sobre

as suas perturbações, ansiedades, perversidades, sensibilidades e paixões.

O tempo é usado pelo seu conteúdo transcendental, polêmico e violento, inspirou-

me a produzir esse trabalho e me fez expressar neles as minhas próprias reflexões e

emoções sobre o filme paixão de Cristo.

Sobre o sacrifício do Sr. Jesus na Cruz do Calvário que aconteceu há 2.000 anos

representado em 2004 no filme paixão de Cristo.

BIBLIOGRAFIA

ASH, Russel. Os Impressionistas, Estações do Ano. Trad. Barbosa Theoto Lombert,

Cecília Camargo Bartalotte e Ilka Brunhilde Louríto. São Paulo: Cia Melhoramentos, 1998.

BECKS, Ubrike. Malorny Cezánne. O pai da Arte Moderna. 1839-1906. Taschen, 1996.

CAVENDISH, Marshall. Romantismo e Impressionismo, Moderno. São Paulo: Nova

Cultural, 1991.

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PEREIRA, Aldo. Vincent Van Gogh. Rio de Janeiro: Globo S.A, (1991,1997).

ABRIL CULTURAL Gênios da Pintura.

SWINGLEHURST, Edmund. Vida e obra de Monet. Trad. de Talita M. Rodrigues. Rio de

Janeiro: Ediouro, 1995.

Tudo sobre o filme Paixão de Cristo. Disponível em: < http://www.google.com.br>

Acesso em: 11 out. 2006.z

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Acesso em: 11 out. 2006.

Especial “A Paixão de Cristo”: Saiba tudo sobre o polêmico filme que estreou em 512

salas no país. Disponível em: < http:// www.uol.com.br> Acesso em: 12 out. 2006.

A Paixão de Cristo. Disponível em: < http://www.adorocinema.com> Acesso em: 13 nov.

2006.