SPDM - Amostra

download SPDM - Amostra

of 56

description

SPDM

Transcript of SPDM - Amostra

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 1

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    2015

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 2

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Por se tratar apenas de uma amostra os textos no correspondem s pginas

    dos sumrios, pois estes mostram o contedo de pginas referentes a cada

    mdulo.

    Sumrio (Mdulo 1)

    Cdigo de tica Profissional .................................................................................................... 4

    Psicologia social e comunitria ........................................................................................... 13

    O Papel do psiclogo na equipe de sade ..................................................................... 14

    Psicologia do Desenvolvimento ........................................................................................... 16

    Processos Cognitivos ...................................................................... Erro! Indicador no definido.

    Referncias Bibliogrficas ...................................................................................................... 21

    Sumrio (Mdulo 2)

    Teorias da Personalidade ........................................................................................................ 22

    Freud ............................................................................................................................................................. 22

    C. G. Jung ......................................................................................................... Erro! Indicador no definido.

    Melanie Klein ................................................................................................... Erro! Indicador no definido.

    D. Winnicott ................................................................................................................................................ 26

    Erik Erikson ................................................................................................................................................. 31

    Erich Fromm .................................................................................................... Erro! Indicador no definido.

    Jacques Lacan ................................................................................................. Erro! Indicador no definido.

    Skinner .............................................................................................................. Erro! Indicador no definido.

    Rogers ................................................................................................................ Erro! Indicador no definido.

    Teorias e tcnicas psicoterpicas ....................................................................................... 32

    Tcnicas de observao e entrevista ............................................................................... 36

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 3

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Psicoterapia breve ............................................................................ Erro! Indicador no definido.

    Psicodiagnstico ........................................................................................................................... 37

    Referncia Bibliogrfica ........................................................................................................... 39

    Sumrio (Mdulo 3)

    Dinmica de Grupo e os processos grupais.................................................................... 4

    Orientao e acompanhamento familiar ........................................................................ 44

    Psicopatologia dos transtornos mentais. Transtornos mentais comuns

    depresso e ansiedade ............................................................................................................. 45

    Ateno em situaes de abuso de substncias: reduo de danos,

    drogadio, tabagismo, alcoolismo e outras dependncias qumicas ......... 53

    lcool, tabagismo, crack, outras drogas e reduo de danos.Erro! Indicador

    no definido.

    Reabilitao psicossocial .............................................................. Erro! Indicador no definido.

    Referncia Bibliogrfica ........................................................................................................... 77

    Organizadores:

    Carolina Laserra Belino Pedroso 06/70016

    Fbio de Almeida Pedroso 06/72320

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 4

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Cdigo de tica Profissional

    Quando falamos no cdigo de tica em concurso, percebemos atravs de muitas

    questes as quais iremos trabalhar nessa apostila, que as bancas tm buscado a

    literalidade do texto, sendo assim no temos como viajar muito e sim ler e reler.

    Ao trabalhar nosso cdigo de tica, estamos falando da resoluo CFP n 010/05,

    essa resoluo embora seja curta cai em praticamente todos os concursos de Psicologia,

    e aqui no adianta muito refletir, tem que ler as leis, depois reler e reler de novo.

    Abaixo segue o cdigo de tica do psiclogo acompanhado das poucas questes

    da Consesp e comentrios importantes (sublinhados) a cerca do contedo que mais tem

    cado em concurso, sempre lembrando que importante ter conhecimento de sua

    literalidade.

    Cdigo de tica Profissional do Psiclogo

    Toda profisso define-se a partir de um corpo de prticas que busca atender

    demandas sociais, norteado por elevados padres tcnicos e pela existncia de normas

    ticas que garantam a adequada relao de cada profissional com seus pares e com a

    sociedade como um todo.

    Um Cdigo de tica profissional, ao estabelecer padres esperados quanto s

    prticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura

    fomentar a auto-reflexo exigida de cada indivduo acerca da sua prxis, de modo a

    responsabiliz-lo, pessoal e coletivamente, por aes e suas consequncias no exerccio

    profissional. A misso primordial de um cdigo de tica profissional no de normatizar

    a natureza tcnica do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para

    a sociedade e para as prticas desenvolvidas, um padro de conduta que fortalea o

    reconhecimento social daquela categoria.

    Cdigos de tica expressam sempre uma concepo de homem e de sociedade

    que determina a direo das relaes entre os indivduos. Traduzem- se em princpios e

    normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos

    fundamentais. Por constituir a expresso de valores universais, tais como os constantes

    na Declarao Universal dos Direitos Humanos; scio-culturais, que refletem a realidade

    do pas; e de valores que estruturam uma profisso, um cdigo de tica no pode ser

    visto como um conjunto fixo de normas e imutvel no tempo. As sociedades mudam, as

    profisses transformam-se e isso exige, tambm, uma reflexo contnua sobre o prprio

    cdigo de tica que nos orienta.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 5

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Uma coisa importante da frase acima pensar a misso primordial do cdigo de

    tica, que assegurar um padro de conduta que fortalea o reconhecimento social

    daquela categoria e no criar normas para a natureza tcnica do trabalho.

    Estamos falando aqui de um modelo de homem que se ope a condutas invasivas

    da instituio, organizao ou qualquer outro rgo no qual ele esteja inserido e no

    interfere na liberdade de escolha de seu cliente.

    A formulao deste Cdigo de tica, o terceiro da profisso de psiclogo no Brasil,

    responde ao contexto organizativo dos psiclogos, ao momento do pas e ao estgio de

    desenvolvimento da Psicologia enquanto campo cientfico e profissional. Este Cdigo de

    tica dos Psiclogos reflexo da necessidade, sentida pela categoria e suas entidades

    representativas, de atender evoluo do contexto institucional-legal do pas,

    marcadamente a partir da promulgao da denominada Constituio Cidad, em 1988, e

    das legislaes dela decorrentes. Consoante com a conjuntura democrtica vigente, o

    presente Cdigo foi construdo a partir de mltiplos espaos de discusso sobre a tica

    da profisso, suas responsabilidades e compromissos com a promoo da cidadania. O

    processo ocorreu ao longo de trs anos, em todo o pas, com a participao direta dos

    psiclogos e aberto sociedade.

    Este Cdigo de tica pautou-se pelo princpio geral de aproximar-se mais de um

    instrumento de reflexo do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo

    psiclogo. Para tanto, na sua construo buscou-se:

    a. Valorizar os princpios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relao

    do psiclogo com a sociedade, a profisso, as entidades profissionais e a cincia, pois

    esses eixos atravessam todas as prticas e estas demandam uma contnua reflexo

    sobre o contexto social e institucional.

    b. Abrir espao para a discusso, pelo psiclogo, dos limites e intersees relativos aos

    direitos individuais e coletivos, questo crucial para as relaes que estabelece com a

    sociedade, os colegas de profisso e os usurios ou beneficirios dos seus servios.

    c. Contemplar a diversidade que configura o exerccio da profisso e a crescente insero

    do psiclogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais.

    d. Estimular reflexes que considerem a profisso como um todo e no em suas prticas

    particulares, uma vez que os principais dilemas ticos no se restringem a prticas

    especficas e surgem em quaisquer contextos de atuao.

    Esses princpios precisam estar muito claro, pois costumam cair na maioria das

    provas de concursos. Note a questo abaixo.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 6

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Como observamos, esses princpios precisam estar muito claros e decorados,

    note que a questo nas quatro alternativas coloca na literalidade todos os quatro

    princpios, alternativa correta B.

    Ao aprovar e divulgar o Cdigo de tica Profissional do Psiclogo, a expectativa

    de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades

    e deveres do psiclogo, oferecer diretrizes para a sua formao e balizar os julgamentos

    das suas aes, contribuindo para o fortalecimento e ampliao do significado social da

    profisso.

    PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    Esses princpios tambm precisam estar muito claro, pois costumam cair na

    maioria das provas de concursos.

    I. O psiclogo basear o seu trabalho no respeito e na promoo da liberdade, da

    dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que

    embasam a Declarao

    Universal dos Direitos Humanos.

    II. O psiclogo trabalhar visando promover a sade e a qualidade de vida das pessoas e

    das coletividades e contribuir para a eliminao de quaisquer formas de negligncia,

    discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.

    III. O psiclogo atuar com responsabilidade social, analisando crtica e historicamente a

    realidade poltica, econmica, social e cultural.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 7

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    IV. O psiclogo atuar com responsabilidade, por meio do contnuo aprimoramento

    profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo cientfico de

    conhecimento e de prtica.

    V. O psiclogo contribuir para promover a universalizao do acesso da populao s

    informaes, ao conhecimento da cincia psicolgica, aos servios e aos padres ticos

    da profisso.

    VI. O psiclogo zelar para que o exerccio profissional seja efetuado com dignidade,

    rejeitando situaes em que a Psicologia esteja sendo aviltada.

    VII. O psiclogo considerar as relaes de poder nos contextos em que atua e os

    impactos dessas relaes sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de

    forma crtica e em consonncia com os demais princpios deste Cdigo.

    DAS RESPONSABILIDADES DO PSICLOGO

    Art. 1 So deveres fundamentais dos psiclogos: a) Conhecer, divulgar, cumprir e

    fazer cumprir este Cdigo;

    b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja

    capacitado pessoal, terica e tecnicamente;

    c) Prestar servios psicolgicos de qualidade, em condies de trabalho dignas e

    apropriadas natureza desses servios, utilizando princpios, conhecimentos e tcnicas

    reconhecidamente fundamentados na cincia psicolgica, na tica e na legislao

    profissional;

    d) Prestar servios profissionais em situaes de calamidade pblica ou de emergncia,

    sem visar benefcio pessoal;

    e) Estabelecer acordos de prestao de servios que respeitem os direitos do usurio ou

    beneficirio de servios de Psicologia;

    f) Fornecer, a quem de direito, na prestao de servios psicolgicos, informaes

    concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional;

    g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestao de servios

    psicolgicos, transmitindo somente o que for necessrio para a tomada de decises que

    afetem o usurio ou beneficirio;

    h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da

    prestao de servios psicolgicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos

    pertinentes ao bom termo do trabalho;

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 8

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    i) Zelar para que a comercializao, aquisio, doao, emprstimo, guarda e forma de

    divulgao do material privativo do psiclogo sejam feitas conforme os princpios deste

    Cdigo;

    j) Ter, para com o trabalho dos psiclogos e de outros profissionais, respeito,

    considerao e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo

    impedimento por motivo relevante;

    k) Sugerir servios de outros psiclogos, sempre que, por motivos justificveis, no

    puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao

    seu substituto as informaes necessrias continuidade do trabalho;

    l) Levar ao conhecimento das instncias competentes o exerccio ilegal ou irregular da

    profisso, transgresses a princpios e diretrizes deste Cdigo ou da legislao

    profissional.

    Art. 2 Ao psiclogo vedado:

    a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligncia,

    discriminao, explorao, violncia, crueldade ou opresso;

    b) Induzir a convices polticas, filosficas, morais, ideolgicas, religiosas, de orientao

    sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exerccio de suas funes

    profissionais;

    c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilizao de prticas psicolgicas

    como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violncia;

    d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizaes que exeram ou favoream o exerccio

    ilegal da profisso de psiclogo ou de qualquer outra atividade profissional;

    e) Ser conivente com erros, faltas ticas, violao de direitos, crimes ou contravenes

    penais praticados por psiclogos na prestao de servios profissionais;

    f) Prestar servios ou vincular o ttulo de psiclogo a servios de atendimento psicolgico

    cujos procedimentos, tcnicas e meios no estejam regulamentados ou reconhecidos

    pela profisso;

    g) Emitir documentos sem fundamentao e qualidade tcnico cientfica;

    h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e tcnicas psicolgicas,

    adulterar seus resultados ou fazer declaraes falsas;

    i) Induzir qualquer pessoa ou organizao a recorrer a seus servios;

    j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vnculo com o

    atendido, relao que possa interferir negativamente nos objetivos do servio prestado;

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 9

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situaes nas quais seus vnculos pessoais ou

    profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado

    ou a fidelidade aos resultados da avaliao;

    l) Desviar para servio particular ou de outra instituio, visando benefcio prprio,

    pessoas ou organizaes atendidas por instituio com a qual mantenha qualquer tipo de

    vnculo profissional;

    m) Prestar servios profissionais a organizaes concorrentes de modo que possam

    resultar em prejuzo para as partes envolvidas, decorrentes de informaes

    privilegiadas;

    n) Prolongar, desnecessariamente, a prestao de servios profissionais;

    o) Pleitear ou receber comisses, emprstimos, doaes ou vantagens outras de

    qualquer espcie, alm dos honorrios contratados, assim como intermediar transaes

    financeiras;

    p) Receber, pagar remunerao ou porcentagem por encaminhamento de servios;

    q) Realizar diagnsticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de servios

    psicolgicos em meios de comunicao, de forma a expor pessoas, grupos ou

    organizaes.

    Art. 3 O psiclogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organizao,

    considerar a misso, a filosofia, as polticas, as normas e as prticas nela vigentes e

    sua compatibilidade com os princpios e regras deste Cdigo.

    Pargrafo nico: Existindo incompatibilidade, cabe ao psiclogo recusar-se a prestar

    servios e, se pertinente, apresentar denncia ao rgo competente.

    Art. 4 Ao fixar a remunerao pelo seu trabalho, o psiclogo:

    a) Levar em conta a justa retribuio aos servios prestados e as condies do usurio

    ou beneficirio;

    b) Estipular o valor de acordo com as caractersticas da atividade e o comunicar ao

    usurio ou beneficirio antes do incio do trabalho a ser realizado;

    c) Assegurar a qualidade dos servios oferecidos independentemente do valor

    acordado.

    Art. 5 O psiclogo, quando participar de greves ou paralisaes, garantir que:

    a) As atividades de emergncia no sejam interrompidas;

    b) Haja prvia comunicao da paralisao aos usurios ou beneficirios dos servios

    atingidos pela mesma.

    Art. 6 O psiclogo, no relacionamento com profissionais no psiclogos:

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 10

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    a) Encaminhar a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que

    extrapolem seu campo de atuao;

    b) Compartilhar somente informaes relevantes para qualificar o servio prestado,

    resguardando o carter confidencial das comunicaes, assinalando a responsabilidade,

    de quem as receber, de preservar o sigilo.

    Art. 7 O psiclogo poder intervir na prestao de servios psicolgicos que estejam

    sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situaes: Artigo que costuma cair

    muito nas provas de concursos

    a) A pedido do profissional responsvel pelo servio;

    b) Em caso de emergncia ou risco ao beneficirio ou usurio do servio, quando dar

    imediata cincia ao profissional;

    c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupo

    voluntria e definitiva do servio;

    d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a interveno fizer parte da

    metodologia adotada.

    Art. 8 Para realizar atendimento no eventual de criana, adolescente ou interdito, o

    psiclogo dever obter autorizao de ao menos um de seus responsveis, observadas

    as determinaes da legislao vigente:

    1 No caso de no se apresentar um responsvel legal, o atendimento dever ser

    efetuado e comunicado s autoridades competentes;

    2 O psiclogo responsabilizar-se- pelos encaminhamentos que se fizerem

    necessrios para garantir a proteo integral do atendido.

    Art. 9 dever do psiclogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio

    da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizaes, a que tenha

    acesso no exerccio profissional.

    Art. 10 Nas situaes em que se configure conflito entre as exigncias decorrentes do

    disposto no Art. 9 e as afirmaes dos princpios fundamentais deste Cdigo,

    excetuando-se os casos previstos em lei, o psiclogo poder decidir pela quebra de

    sigilo, baseando sua deciso na busca do menor prejuzo.

    Pargrafo nico Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o

    psiclogo dever restringir-se a prestar as informaes estritamente necessrias.

    Art. 11 Quando requisitado a depor em juzo, o psiclogo poder prestar informaes,

    considerando o previsto neste Cdigo.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 11

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Art. 12 Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o

    psiclogo registrar apenas as informaes necessrias para o cumprimento dos

    objetivos do trabalho.

    Art. 13 No atendimento criana, ao adolescente ou ao interdito, deve ser

    comunicado aos responsveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em

    seu benefcio.

    Art. 14 A utilizao de quaisquer meios de registro e observao da prtica psicolgica

    obedecer s normas deste Cdigo e a legislao profissional vigente, devendo o usurio

    ou beneficirio, desde o incio, ser informado.

    Art. 15 Em caso de interrupo do trabalho do psiclogo, por quaisquer motivos, ele

    dever zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais.

    1 Em caso de demisso ou exonerao, o psiclogo dever repassar todo o material

    ao psiclogo que vier a substitu-lo, ou lacr-lo para posterior utilizao pelo psiclogo

    substituto.

    2 Em caso de extino do servio de Psicologia, o psiclogo responsvel informar

    ao Conselho Regional de Psicologia, que providenciar a destinao dos arquivos

    confidenciais.

    Esse outro artigo que costuma cair sempre em concursos, sempre falando de um

    dos dois incisos, no caso da questo, note a literalidade, como pontuado no artigo,

    alternativa correta C.

    Art. 16 O psiclogo, na realizao de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a

    produo de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias:

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 12

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    a) Avaliar os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgao dos

    resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizaes e comunidades

    envolvidas;

    b) Garantir o carter voluntrio da participao dos envolvidos, mediante

    consentimento livre e esclarecido, salvo nas situaes previstas em legislao especfica

    e respeitando os princpios deste Cdigo;

    c) Garantir o anonimato das pessoas, grupos ou organizaes, salvo interesse

    manifesto destes;

    d) Garantir o acesso das pessoas, grupos ou organizaes aos resultados das pesquisas

    ou estudos, aps seu encerramento, sempre que assim o desejarem.

    Art. 17 Caber aos psiclogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar

    e exigir dos estudantes a observncia dos princpios e normas contidas neste Cdigo.

    Art. 18 O psiclogo no divulgar, ensinar, ceder, emprestar ou vender a leigos

    instrumentos e tcnicas psicolgicas que permitam ou facilitem o exerccio ilegal da

    profisso.

    Art. 19 O psiclogo, ao participar de atividade em veculos de comunicao, zelar

    para que as informaes prestadas disseminem o conhecimento a respeito das

    atribuies, da base cientfica e do papel social da profisso.

    Art. 20 O psiclogo, ao promover publicamente seus servios, por quaisquer meios,

    individual ou coletivamente:

    a) Informar o seu nome completo, o CRP e seu nmero de registro;

    b) Far referncia apenas a ttulos ou qualificaes profissionais que possua;

    c) Divulgar somente qualificaes, atividades e recursos relativos a tcnicas e prticas

    que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profisso;

    d) No utilizar o preo do servio como forma de propaganda;

    e) No far previso taxativa de resultados;

    f) No far auto-promoo em detrimento de outros profissionais;

    g) No propor atividades que sejam atribuies privativas de outras categorias

    profissionais;

    h) No far divulgao sensacionalista das atividades profissionais.

    DAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 21 As transgresses dos preceitos deste Cdigo constituem infrao disciplinar

    com a aplicao das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou

    regimentais:

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 13

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    a) Advertncia;

    b) Multa;

    c) Censura pblica;

    d) Suspenso do exerccio profissional, por at 30 (trinta) dias, ad referendum do

    Conselho Federal de Psicologia;

    e) Cassao do exerccio profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.

    Art. 22 As dvidas na observncia deste Cdigo e os casos omissos sero resolvidos

    pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de

    Psicologia.

    Art. 23 Competir ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudncia quanto aos

    casos omissos e faz-la incorporar a este Cdigo.

    Art. 24 O presente Cdigo poder ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia,

    por iniciativa prpria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia.

    Art. 25 Este Cdigo entra em vigor em 27 de agosto de 2005.

    Este Cdigo de tica Profissional fruto de amplos debates ocorridos entre os anos de

    2003 e 2005, envolvendo:

    - 15 fruns regionais de tica, que culminaram com o II Frum Nacional de tica;

    - os trabalhos de uma comisso de psiclogos e professores convidados;

    - os trabalhos da Assemblia das Polticas Administrativas e Financeiras do Sistema

    Conselhos de Psicologia, APAF, tudo sob a responsabilidade do Conselho Federal de

    Psicologia.

    Psicologia social e comunitria

    Podemos entender a psicologia como a cincia que estuda o comportamento,

    principalmente, do ser humano. Ela estuda o comportamento social, porm surge uma

    questo polmica: quando o comportamento se torna social? So possveis

    comportamentos no sociais nos seres humanos?

    O enfoque da psicologia social estudar o comportamento de indivduos no que

    ele influenciado socialmente. Isto acontece desde o momento em que nascemos, ou

    mesmo antes do nascimento, enquanto condies histricas que deram origem a uma

    famlia, a qual convive com certas pessoas, que sobrevivem trabalhando em

    determinadas atividades, as quais j influenciam na maneira de encarar e cuidar da

    gravidez e no que significa ter um filho. Todos os seres humanos vivem em constante

    processo de dependncia e interdependncia em relao a nossos semelhantes. E tal

    ao mtua afeta, de uma forma ou de outra, pensamentos, emoes e comportamentos

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 14

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    das pessoas envolvidas, seja diretamente, como um olhar, um sorriso, seja

    indiretamente, como ocorre na mdia, atravs de alguma campanha publicitria.

    Tudo aquilo que "deve ser aprendido" determinado socialmente. Portanto,

    muito difcil encontrarmos comportamentos humanos que no envolvam componentes

    sociais.

    A psicologia social vem estudar a relao essencial entre o indivduo e a

    sociedade, esta entendida historicamente, desde como seus membros se organizam para

    garantir sua sobrevivncia at seus costumes, valores e instituies necessrias para a

    continuidade da sociedade.

    Porm a histria no esttica nem imutvel, ao contrrio, ela est sempre

    acontecendo, cada poca gerando o seu contrrio, levando a sociedade a transformaes

    fundamentalmente qualitativas.

    A grande preocupao atual da psicologia social conhecer como o homem se

    insere neste processo histrico, no apenas em como ele determinado, mas

    principalmente, como ele se torna agente da histria, ou seja, como ele pode

    transformar a sociedade em que vive.

    Psicologia social e setores afins do conhecimento

    a) Psicologia Social e Sociologia

    - O objeto de estudo sociolgico a sociedade, as instituies sociais e as relaes

    sociais. Porm, dificilmente se encontra um psiclogo social ou um socilogo que afirme,

    categoricamente, que Psicologia Social e Sociologia so ramos totalmente distintos, ou

    seja, dois conjuntos separados sem qualquer interseo. A maioria se inclina para a

    posio segundo a qual ambos estes setores do conhecimento tm, pelo menos, um

    objeto formal distinto, porm reconhecem a existncia de uma rea de interseo

    bastante ntida em seu objeto material.

    Objetos de investigao tpicos e comuns da psicologia social e da sociologia.

    Continua...

    O Papel do psiclogo na equipe de sade

    O Papel do Psiclogo

    O psiclogo dentro da equipe de sade, geralmente trabalha em equipes

    multiprofissionais, tendo como base a aplicao do conhecimento da Psicologia para a

    compreenso, interveno e desenvolvimento das relaes e dos processos intra e

    intergrupais, incluindo suas articulaes com as dimenses poltica, econmica, social e

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 15

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    cultural. O importante que ele tenha claro qual o seu papel e funo nas equipes s

    quais complementa.

    Nessa estrutura, o profissional procede ao estudo e anlise dos processos

    intrapessoais e das relaes interpessoais, com o objetivo de compreender o

    comportamento humano tanto individual, quanto grupal. Subsidiado pelo conhecimento

    terico e tcnico da psicologia capaz de identificar e intervir nos fatores determinantes

    das aes e dos sujeitos, com o objetivo de rompimentos conflituosos nessas relaes e

    fluidez de uma dinmica grupal dentro de uma instituio.

    A rea de atuao varia de acordo com suas especificidades profissionais, podendo

    englobar a educao, sade, lazer, trabalho, segurana, justia e comunidades. A rea

    da sade conta com maior frequncia com a formao de uma equipe multiprofissional,

    embora de acordo com o contexto, as demais reas tambm possam desenvolver essa

    formatao. Para tanto h trs aspectos considerados importantes para os tempos

    atuais: a equipe multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.

    Multidisciplinariedade: o primeiro foco na formao de uma equipe de sade,

    pois ela aborda a importncia e necessidade da constituio de um trabalho baseado nos

    diversos fatores que compem um tratamento. So includos nessa formao,

    profissionais como: mdicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, terapeutas

    ocupacionais, psiclogos, nutricionistas, etc.

    Determinadas competncias e habilidades tcnicas e um conhecimento amplo

    tm sido cada vez mais requisitados, devido necessidade de especializaes diante da

    demanda nesse setor. O entrave encontrado na formao desse tipo de equipe, que a

    maioria dos profissionais ainda se mostra presa a uma viso de trabalho linear, em que

    dominam tcnicas parciais, fragmentadas e isoladas das demais reas de atuao. O

    desafio se apresenta em conseguir com que os profissionais da equipe possam ter uma

    percepo mais abrangente, inter-relacionando as habilidades e competncias tcnicas

    que possuem entre si, com base na cooperao em prol da populao atendida (Pinho,

    2006).

    O objetivo da equipe multidisciplinar avaliar o paciente de uma maneira

    independente, mas com planos de tratamento globalizados, em que a somatria de

    conhecimentos se coordene e traga benefcios significativos. Porm, normalmente no

    h um trabalho em conjunto por parte dessa equipe e uma identidade grupal, o que faz

    em geral, com que o mdico seja o responsvel pela tomada de deciso no

    direcionamento do tratamento e os demais profissionais acabam tendo que se adequar

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 16

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    demanda do paciente e as decises do mdico referente a este indivduo (Bruscato et al,

    2004).

    Segundo Fossi e Guareschi (2004) a equipe multidisciplinar deve construir uma

    relao entre profissionais, em que o paciente visto como um todo, considerando um

    atendimento humanizado. Para que isso ocorra importante que haja vnculo entre o

    paciente e os profissionais, que pode ser considerado no manejo do psiclogo. Tal

    insero favorvel nas instituies quando esse profissional tem oportunidade e espao

    para participar de reunies entre os profissionais da equipe multidisciplinar, e assim

    conseguir destacar a importncia do reconhecimento global dos aspectos emocionais do

    paciente, junto com seu estado clnico.

    Tal cenrio remete necessidade da formao de uma equipe com maior abertura

    a relaes interpessoais para que se possa atender a populao de maneira mais

    contextualizada. quando se pensa em uma equipe Interdisciplinar.

    Interdisciplinaridade: de acordo com a premissa de Campos (1995), em que

    sade um assunto para muitos profissionais, afirma-se que a abordagem em equipe

    interdisciplinar deve ser comum a toda a assistncia sade.

    Ainda com o pensamento desse autor, a colaborao de vrias especialidades e

    qualificaes distintas nos casos dos pacientes, traz uma validade importante para o

    atendimento e alcana a amplitude do ser humano, transcendendo a noo de sade.

    Maldonado e Canella (2009) abordam a rea da sade como no sendo de

    competncia de um nico profissional, mas de uma formao multidisciplinar que atua

    com prtica interdisciplinar, tendo como objetivos comuns estudar as interaes

    somticas e psicossociais para encontrar mtodos adequados que propiciem uma prtica

    integradora, tendo como enfoque a totalidade dos aspectos inter-relacionados sade e

    doena.

    Diante do exposto, pode-se afirmar que a interdisciplinaridade uma relao de

    reciprocidade, de mutualidade e tambm uma questo de uma atitude complementar

    diante do objeto de trabalho. uma substituio de uma concepo fracionada para uma

    concepo globalizada do ser humano.

    A interdisciplinaridade tambm est associada / Continua...

    Psicologia do Desenvolvimento

    Jean Piaget

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 17

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Estudar a abordagem piagetiana dentro da psicologia do desenvolvimento no

    uma das tarefas mais fceis, ela densa, complexa e detalhada. Mas ao analisar a banca

    pela qual voc ir prestar o concurso CONSESP observamos que h uma tendncia

    por esse autor. Temos seus conceitos esmiuados e detalhados, estude com carinho e

    boa sorte!

    Vamos l:

    Pode-se dizer que a teoria de Piaget gira em torno do sujeito epistmico, ou

    seja, parte do estudo dos processos de pensamento presentes desde a infncia at a

    idade adulta. Sua preocupao se volta para o desenvolvimento do conhecimento

    intelectual da criana. Rappaport (1981).

    A autora coloca que a contribuio de Piaget foi de uma teoria interacionista,

    ressaltando que a compreenso da realidade externa depende do conhecimento

    adquirido na interao do homem com o mundo em cada etapa da vida, seu interesse

    era de como o organismo conhece o mundo. Estudou o desenvolvimento do

    conhecimento da lgica, espao, tempo, causalidade, moralidade, brinquedo, linguagem

    e matemtica.

    Esse processo pode-se dimensionar como a gnese do conhecimento, em que

    Piaget procurou conhecer quais os processos mentais envolvidos em uma situao de

    problema e quais os processos que ocorrem com a criana para se adequar a essa

    situao. Sua viso sobre a criana era de algum fazendo tentativas para descobrir o

    sentido do mundo ao seu redor, lidando ativamente com pessoas e objetos.

    Em seus estudos, atuou com muitos processos psicolgicos: pensamento, percepo,

    imaginao, memria, imitao e ao, com um objetivo qualitativo e no quantitativo,

    como era o foco dos estudos dos psiclogos de sua poca, considerada a teoria

    mecanicista.

    Veremos a seguir alguns de seus conceitos que englobam a compreenso de sua

    teoria no que se refere ao desenvolvimento da inteligncia.

    Hereditariedade

    Rappaport (1981, p. 55), conceitua esse aspecto de acordo com a teoria

    piagetiana:

    o indivduo herda uma srie de estruturas biolgicas (sensoriais e neurolgicas) que

    predispem o surgimento de certas estruturas mentais. Portanto, a inteligncia no a

    herdamos. Herdamos um organismo que vai amadurecer em contato com o meio

    ambiente. Dessa interao organismo-ambiente resultaro determinadas estruturas

    cognitivas que vo funcionar de modo semelhante durante toda a vida do sujeito.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 18

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Quando Piaget se refere a ambiente, est relacionando os aspectos fsicos e

    sociais dos relacionamentos humanos e a interao destes com a maturao do

    organismo, basicamente o sistema nervoso central, que o que vai determinar a

    inteligncia do indivduo. Cabe ressaltar que isso significa que um ambiente rico ou

    pobre em estmulos trar interferncias no processo de desenvolvimento dessa

    inteligncia.

    A representao abaixo pretende dinamizar a compreenso e assimilao desse

    conceito:

    Adaptao

    Rappaport (1981) menciona, antes de tudo, que Piaget valorizou muito a

    curiosidade intelectual e a criatividade, e que o ato de conhecer prazeroso tanto para a

    criana quanto para o adulto, sendo que esse mecanismo se constitui como fora

    motivadora para seu prprio desenvolvimento. O conhecimento possibilita meios de nos

    adaptarmos ao ambiente, o que gratificante para o organismo.

    Uma situao nova traz ao organismo movimentaes no sentido de resolv-las e

    dessa forma, utilizar de estruturas mentais j existentes. Se essas estruturas forem

    inadequadas ou ineficientes, o movimento ser no sentido de modifica-las a fim de

    chegar a uma adequao que consiga lidar com esse ambiente. Nesse processo de

    adaptao esto implicados dois processos complementares: assimilao e acomodao.

    tnue a linha que separa esses dois processos, vamos refazer a explicao

    acima: estar diante de um novo objeto de conhecimento, faz com o indivduo (de

    qualquer idade), tente conhece-lo ou solucion-lo a partir das estruturas mentais das

    quais j tem adquiridas - assimilao. Mas, se essas estruturas forem inadequadas ou

    ineficientes para o conhecimento e domnio desse objeto, precisar levar em

    considerao suas propriedades e assim, modificar suas estruturas antigas para

    conhecer e dominar esse objeto acomodao.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 19

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Rappaport (1981) inclui que para Piaget, o ser humano vive em constante

    interao com o ambiente e desenvolve frequentemente, maneiras de se adaptar

    realidade em busca de um equilbrio biolgico e mental. Dessa forma, o processo

    intelectual de adaptao extremamente dinmico, em que a assimilao e a

    acomodao esto em contnuo movimento durante toda a vida, possibilitando assim,

    crescimento e aprendizagem.

    Esquema

    Resumidamente, esquema a unidade estrutural da

    mente e que, da mesma forma como as unidades

    estruturais biolgicas, no um elemento esttico,

    porm, dinmico e variado em seu contedo.

    (Rappaport, p. 60, 1981).

    A autora explicita um exemplo que poderia servir de base para o nosso

    aprofundamento: a constituio do esquema sensrio-motor. O beb nasce e conta

    apenas com reflexos para lidar com os estmulos ambientais (sempre que um objeto

    toca suas mos, o reflexo agarrar), mas assim que se desenvolve uma maturao

    biolgica de seu organismo e o ambiente propicia inmeros objetos a serem pegos,

    adquirir o esquema de preenso, em que ser ativado sempre que desejar pegar um

    objeto. Esse esquema j mais complexo que o reflexo inicial. No entanto, o esquema

    formado sofrer modificaes conforme aumentarem as vivncias de pegar novos

    objetos com mais caractersticas especficas. Isso exemplifica o quanto os esquemas so

    mveis e maleveis, enriquecendo tanto o repertrio comportamental de uma pessoa,

    quanto sua vida mental.

    Vale ampliar esse conceito com o fato de que um esquema pode ser uma imagem

    interiorizada de algo ou algum (ex: a lembrana que temos da escola primria) ou pode

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 20

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    ser uma estrutura mental (ex: conceitos matemticos), ou seja, uma ideia ou uma

    ao. Os esquemas so os organizadores do meio em que vivemos.

    Equilbrio

    Considerando o significado da palavra equilbrio no dicionrio, basicamente

    manter em harmonia e de modo proporcional aquilo que se pretende. Piaget traz esse

    conceito de sua fonte de conhecimentos da biologia, pois era bilogo, visando que o

    organismo busca atingir e manter um modo de equilbrio interno que permita a

    sobrevivncia em seu ambiente. Para que isso ocorra, vrios elementos orgnicos se

    organizam em sistemas a fim de obter esse objetivo.

    (Rappaport, p.62, 1981), expressa nesse conceito um processo de organizao

    das estruturas cognitivas em um sistema coerente, interdependente, que possibilita ao

    indivduo um tipo ou outro de adaptao realidade..

    O processo de desenvolvimento intelectual, assim como o biolgico, busca

    manter-se em equilbrio e harmonia, o que significa que o sujeito deseja ter uma

    adaptao adequada ao ambiente, ou seja, saber como lidar com ele, garante sua

    equilibrao interna. Em cada fase de desenvolvimento, a pessoa consegue uma

    determinada organizao mental que lhe permite manejar sua realidade externa. Fatores

    de desequilbrio acionam suas estruturas mentais a fim de se adaptar ao que novo,

    assimilando e acomodando informaes desconhecidas e assim, voltando-se ao

    equilbrio.

    A equilibrao tambm envolve um movimento, no sendo esttico e age de

    forma a superar as perturbaes advindas do seu meio. Isso retoma o fato que o

    indivduo est em constante interao com o meio e a assimilao e a acomodao, so

    pontos de partida para restabelecer o equilbrio, do desconhecido para o conhecido.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 21

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    A referncia s palavras da questo para as palavras da teoria de Piaget so:

    potencialidade mental esquemas mentais; estratgias estruturas neurolgicas e

    sociais pertencentes aos esquemas e ajustamento adaptao (assimilao e

    acomodao), sendo assim, alternativa correta, alternativa C.

    Os estgios ou perodos de desenvolvimento da inteligncia

    Continua...

    Referncias Bibliogrficas (Mdulo 1)

    Achcar, R. (org.) (1984) Psiclogo Brasileiro: prticas emergentes e desafios para

    a formao. So Paulo: Casa do Psiclogo.

    Bleger, J. (1984) Psico-higiene e Psicologia institucional. Porto Alegre: Artes

    Mdicas.

    Bruscato, W.L. A psicologia no Hospital da Misericrdia: um modelo de atuao. In

    W.L. Bruscato; C. Benedetti & S.R.A. Lopes (org). (2004). A prtica da psicologia

    hospitalar na Santa Casa de Misericrdia de So Paulo: novas pginas em uma antiga

    histria. So Paulo: Casa do Psiclogo.

    Calvin S Hall, Gardner Lindzey e Jonh B Campbell. Teorias da personalidade/ -

    4.ed. - Porto Alegre: Artmed, 2000.

    Campos R. H. F. - Psicologia social comunitria: da solidariedade autonomia.

    Petrpolis, RJ. Vozes 1996.

    Campos, T. C. P Psicologia hospitalar: a atuao do psiclogo em hospitais. So

    Paulo: EPU, 1995.

    Coll, Csar; Palacios, Jesus; Marchesi, lvaro (orgs). Desenvolvimento Psicolgico

    e Educao: psicologia evolutiva. Trad: Francisco Franke Settineri e Marcos A. G.

    Domingues Porto Alegre: Artes Mdicas, 1995. V.1.

    Fossi, L. B.; guareschi, N. M. De F. A psicologia hospitalar e as equipes

    multidisciplinares. Rev. SBPH, v. 7, n. 1, Rio de Janeiro, jun., 2004.

    Gioia-Martins, Dinorah; Rocha-Junior, Armando. Psicologia da sade e o novo

    paradigma: novo paradigma? Trabalho apresentado na Mesa-Redonda Psicologia Clnica

    e Sade Pblica, no I Congresso de Psicologia Clnica, Universidade Presbiteriana

    Mackenzie, ocorrido entre os dias 14 e 18 de maio de 2001, So Paulo SP.

    Guirado, M. Temas bsicos de psicologia: Psicologia Institucional. So Paulo: EPU,

    2004

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 22

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Iribarry, I. N. Aproximaes sobre a Transdisciplinaridade: Algumas Linhas

    Histricas, Fundamentos e Princpios Aplicados ao Trabalho de Equipe. Psicologia:

    Reflexo e Crtica, 2003, 16(3), pp. 483-490. Acesso: 27/06/2015, disponvel em:

    http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n3/v16n3a07.pdf.

    Maldonado, M. T.; Canella, P. Recursos de Relacionamento para Profissionais de

    sade: a boa comunicao com clientes e seus familiares em consultrios, ambulatrios

    e hospitais. Ribeiro preto, SP: Editora Novo Conceito, 2009.

    Paul, P. Transdisciplinaridade e antropoformao: sua importncia nas pesquisas

    em sade. Sade e Sociedade, 14(3), 72-92, 2005. Disponvel

    em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

    12902005000300005&lng=en&tlng=pt. Acesso 01/07/2015

    Pinho, Mrcia Cristina Gomes de. Trabalho em equipe de sade: limites e

    possibilidades de atuao eficaz. Cincias e Cognio 2006, vol. 08:68-87. Artigo

    cientfico. Submetido em 30/06/2006, revisado em 31/07/2006, aceito em 31/07/2006.

    ISSN 1806_3821 Acesso em 15/06/2015.

    Rappaport, C. R. Psicologia do Desenvolvimento. So Paulo: EPU, 1981/1982.

    Schultz, Duane P.; Schultz, Sydney Ellen. Histria da Psicologia Moderna. 9. Ed.

    So Paulo: Cultrix, 1992.

    Schultz, Duane P.; Schultz, Sydney Ellen. Teorias da Personalidade. 9. Ed. So

    Paulo: Cengage, 2011.

    Vasconcelos, F. C. de. Dinmica organizacional e estratgia: imagens e conceitos.

    Thomson Learning, 2007.

    Vilela, Elaine Morelato; mendes, Iranilde Jos Messias. Interdisciplinaridade e

    sade: estudo bibliogrfico. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeiro Preto, v.

    11, n. 4, ago. 2003. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?. Acesso em

    15/06/2015.

    Zimerman, David, Vocabulrio contemporneo de psicanlise Porto Alegre:

    Artmed, 2008.

    Mdulo 2

    Teorias da Personalidade

    Freud

    "Denominamos inconsciente um processo psquico cuja

    existncia somos obrigados a supor devido a algum

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 23

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    motivo tal que o inferimos a partir de seus efeitos , mas

    do qual nada sabemos. (1932, p. 90)."

    Sigmund Freud nasceu em Freiberg ustria, atualmente esta est localizada em

    Pribor, na Republica Tcheca. Inicia seus estudos interessado pela histeria, utilizando

    como mtodo para acesso aos contedos mentais, hipnose. Ao conhecer o mtodo de

    livre associao, ao qual vem a conhecer por intermdio de Charcot e Leibniz, abandona

    a hipnose e passa ento a trabalhar alm da livre associao, com mais dois mtodos de

    acesso ao inconsciente, a analise dos sonhos e a analise dos atos falhos (expresses de

    uma tendncia inconsciente reprimida que ocorreriam na nossa vida cotidiana. So

    pequenos erros, esquecimentos de fatos, falhas de comportamento quando queremos

    fazer uma coisa e acabamos por fazer outra, troca de palavras faladas, escritas ou lidas,

    etc...).

    A associao livre um mtodo onde os pacientes so convidados a relatarem

    continuamente qualquer coisa que lhes ocorrer mente, sem levar em considerao

    quo sem importncia ou possivelmente embaraadora ou ridcula esta situao possa

    parecer. Segundo (Hall, Lindzey e Campbell, 2008, p. 71) a anlise dos sonhos no

    um mtodo separado do mtodo da associao livre; ele uma consequncia natural de

    instruo dada ao paciente para que fale sobre tudo o que lhe vier mente. Se trata de

    uma via que leva ao conhecimento das atividades inconscientes da mente, e o melhor

    caminho para o estudo das neuroses, sendo que os sonhos dos neurticos no diferem

    dos sonhos das pessoas consideradas normais.

    O conceito bsico da teoria de Freud chamado de determinismo psquico, este

    orienta todo seu raciocnio para chegar ao conceito de inconsciente. Parte do

    pressuposto que existe uma continuidade nos eventos mentais e que esses so

    historicamente desenvolvidos, isto , se um evento parece ocorrer espontaneamente,

    isto se deve aos elos entre estes e pensamentos anteriores, ocultos no inconsciente.

    Segundo Freud nada ocorre ao acaso, muito menos os processos mentais. Existe uma

    causa para cada pensamento, memria, sentimento ou ao.

    Ao falar sobre a motivao, Freud afirma que esta a fora que motiva o

    comportamento humano e representada pelos instintos, tambm vista como uma

    busca hedonista de dar vazo a energia psquica acumulada. Energia esta, limitada, que

    no consegue suprir as necessidades humanas de forma satisfatria. Ela surge para

    explicar o comportamento desenvolvendo a teoria da motivao sexual (sobrevivncia

    da espcie) e do instinto de conservao (sobrevivncia individual). Todas as suas

    colocaes giram em torno do sexo.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 24

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Segundo Freud as pulses ou instintos so presses que dirigem o organismo para

    determinados fins. Ele denominou de libido os instintos sexuais e os agressivos, para

    Freud, existem dois instintos: de vida e de morte, os quais iremos detalhar mais adiante.

    Para caracterizar a organizao psquica, Freud a dividiu em sistemas, ou

    instncias psquicas, cada um desses sistemas tem funes especficas, que esto

    ligadas entre si, ocupando determinado lugar na mente. Freud emprega o conceito de

    aparelho psquico e para explica-lo, o divide em duas tpicas.

    Passaremos ento, a tratar dessas duas tpicas, nas quais Freud discorre a cerca

    do aparelho psquico:

    Primeira Tpica (Modelo Topogrfico)

    O aparelho psquico nesse modelo tpico dividido por Freud em trs nveis de

    conscincia, consciente, pr-consciente e inconsciente. Essa tpica se refere aos nveis

    de conscincia aos processos intrapsquicos e a qualidade dos contedos de cada um.

    Consciente Governado pelo princpio da realidade, diz respeito s experincias

    que a pessoa percebe, sentimentos, pensamentos, lembranas e aes intencionais. Ou

    seja, a parte do aparelho psquico que tem a noo da realidade atravs dele que se

    d o contato com o mundo exterior.

    Pr-consciente Se trata de um conjunto de processos psquicos latentes que

    podem a qualquer momento se tornar conscientes, caso o indivduo desejar se ocupar

    deles. Est situado entre o consciente e inconsciente, e recebe deste, os contedos

    psquicos que desejam vir luz do consciente, como lembranas e experincias ligadas a

    emoes.

    Inconsciente governado pelo principio do prazer e refere-se aos contedos que

    no esto no consciente, mas s vem a se tornarem em circunstancias especiais,

    tambm o material que foi excludo da conscincia pelos processos psquicos de

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 25

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    censura e represso. Esse contedo censurado no permitido ser lembrado, mas no

    perdido, permanecendo no inconsciente. Neste so depositados os desejos instintivos,

    ideias sociais inaceitveis, memrias traumticas, e emoes dolorosas. No existe no

    inconsciente, nenhuma formatao lgica ou pensamento racional, ele aberto a

    contradies, nele contedos de pocas diferentes podem ter conexo. Para Freud, a

    maior parte do aparelho psquico inconsciente. Ali esto os principais determinantes da

    personalidade, as fontes da energia psquica e as pulses ou instintos.

    Instinto x Pulses

    Segundo (Schultz; Schultz, 2011) os instintos ou pulses so elementos bsicos

    da personalidade, as foras motivadoras que impulsionam o comportamento e

    determinam o seu rumo. O termo alemo que Freud usou para este conceito foi Trieb,

    que traduzido significa, fora impulsora ou impulso. Os instintos so uma forma de

    energia fisiolgica transformada que liga as necessidades de corpo com os desejos da

    mente.

    A pulso, tal como construda por Freud a partir da

    experincia do inconsciente, probe ao pensamento

    psicologizante esse recurso ao instinto com ele mascara

    sua ignorncia, atravs de uma suposio de uma moral

    na natureza. (Lacan, 1998, pg.865).

    As pulses so a origem da energia psquica que se acumula no interior do ser

    humano, energia esta que ir gerar uma tenso a ser descarregada. E nesse processo

    de descarregamento de tenses que o id, ego e o superego, desempenham um papel

    primordial, determinando a forma como se dar esse descarregamento. Para Freud

    (1933), as pulses no estariam localizadas no corpo nem no psiquismo, mas na

    fronteira entre os dois, e teria como fonte o Id. A pulso tem quatro componentes:

    fonte, finalidade, presso e objeto.

    Fonte quando emerge uma necessidade, podendo ser uma parte ou todo

    corpo.

    Finalidade reduzir essa necessidade at que nenhuma ao seja mais

    necessria, dar ao organismo a satisfao que ele deseja no momento.

    Presso a quantidade de energia ou fora que usada para satisfazer o

    instinto e determinada pela intensidade ou urgncia da necessidade subjacente.

    Objeto qualquer coisa, ao ou expresso que permite a satisfao da

    finalidade original.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 26

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Freud dividiu as pulses bsicas em duas foras antagnicas, representadas pelas

    pulses de vida (responsveis pela sobrevivncia do indivduo e da espcie) e pelas

    pulses de morte (agressivos e destrutivos). Para Freud pulses seriam canais por meio

    dos quais a energia pudesse fluir. Segundo ele, as pulses sexuais seriam notadas pela

    sua plasticidade, capacidade de alterar suas finalidades, capacidade de se substiturem,

    permitindo uma satisfao pulsional ser substituda por outra, e por sua possibilidade de

    se submeterem a adiamentos.

    Pulses de vida x Pulses de Morte

    A partir da elaborao das teorias ligadas ao Inconsciente Humano, importantes

    para o surgimento da perspectiva do deslocamento da soberania do consciente e do eu

    para os registros do inconsciente e das pulses, Freud vem formular o conceito de

    Pulso de vida e pulso de morte. Tais conceitos foram de grande importncia para a

    construo da teoria psicanaltica, proporcionando um novo entendimento a cerca dos

    registros do inconsciente e ampliando os estudos e concepes sobre o psiquismo

    humano.

    A pulso de vida tambm designadas pelo termo Eros, abrangem no apenas as

    pulses sexuais propriamente ditas, mas ainda as pulses de auto conservao. So

    responsveis pela sobrevivncia do indivduo e da espcie, pelas ligaes amorosas que

    estabelecemos com o mundo, com as outras pessoas e com ns mesmos.

    A pulso de morte designa uma categoria fundamental de pulses que se

    contrapem s pulses de vida e que tendem para a reduo completa das tenses.

    Freud elaborou o conceito de pulses de morte ao observar os fenmenos de repetio,

    que o levou a ideia do carter regressivo da pulso. So responsveis pela energia

    agressiva e destrutiva, ou seja, seria manifestada pela agressividade que poder estar

    voltada para si mesmo e para o outro.

    Princpio do prazer x Princpio da realidade

    Continua...

    D. Winnicott

    Winnicott vem trazer em sua teoria o brincar da criana nos primeiros anos de

    vida, atravs dessa atividade seria possvel observar a interao grupal e as interaes

    familiares expressas atravs da relao. Para ele a criana nasce indefesa, desintegrada

    e percebendo de maneira desorganizada os diversos estmulos vindos do exterior. A

    descoberta do papel do brincar na construo da identidade pessoal se d enquanto

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 27

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    trabalhava com as crianas separadas de suas famlias por conta da Segunda Guerra

    Mundial.

    Em Winnicott a base da sade mental do ser humano estabelecida nos estdios

    iniciais do desenvolvimento, atravs dos processos de maturao, estes relacionados a

    tendncias herdadas e as condies ambientais necessrias para que eles se realizem

    que o ser humano se desenvolve. Por isso para ele, de extrema importncia que haja

    um ambiente satisfatrio para o desenvolvimento do beb.

    Segundo Winnicott, a me, como representao dos aspectos ambientais para o

    beb, tem papel fundamental no desenvolvimento do beb, ela intervm de forma ativa

    na construo do espao mental do mesmo. Sua funo de satisfazer as necessidades

    bsicas do beb, oferecendo um suporte adequado para que este se desenvolva

    naturalmente. So os vnculos estabelecidos com ela, atravs do ser cuidado, que ir

    proporcionar ao beb, a grande fonte de seu desenvolvimento. Para Winnicott muitos

    problemas da fase adulta esto relacionados a disfunes ocorridas entre a criana e o

    ambiente, este representado pela me. Est forma uma unidade de grande fora com

    seu beb e isso o ajudar em sua formao mental.

    Ao lhe dar amor, fornece-lhe uma espcie de energia

    vital, que o faz progredir e amadurecer. (Bleichmar e

    Bleichmar, 1992, pg. 246).

    Em um ambiente saudvel, o beb desenvolve suficientemente uma crena em si

    mesmo e nos outros, o que faz com que passe a odiar todo tipo de controle externo, tal

    controle se transforma em autocontrole. Assim, o conflito trabalhado com antecedncia

    no interior da prpria pessoa. E as boas condies de cuidado num primeiro estgio de

    vida geram um sentido de segurana, e que por sua vez gera o autocontrole, Winnicott

    (1985).

    Nos seis primeiros meses de vida do beb, este se encontra totalmente

    dependente da me e do mundo oferecido por ela, porm para ele, essa dependncia

    no existe, pois se enxerga como sendo uma coisa s com seu ambiente, no caso sua

    me. Ai se d a base da teoria de Winnicott. Satisfazendo suas necessidades a me

    permitiria o desenvolvimento livre do processo de maturao.

    Com isso, a nfase nos cuidados bsicos com o beb grande importncia em

    Winnicott, para ele, as necessidades bsicas do beb so constitudas de forma tanto

    fisiolgicas quanto psquicas e preciso que a me se adapte a necessidade de seu filho

    se identificando com ele e construindo assim o ambiente satisfatrio, isso se d atravs

    do emprego de trs funes maternas que so exercidas simultaneamente:

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 28

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    1 Apresentao do objeto

    Nela a me comea a mostrar-se substituvel e a propiciar ao seu beb o

    encontro e a criao de novos objetos que sero mais adequados ao seu atual estado de

    desenvolvimento. o incio das relaes objetais segundo Winnicott.

    O incio das relaes objetais complexo. No pode

    ocorrer se o meio no propiciar a apresentao de um

    objeto, feito de um modo que seja o beb quem crie o

    objeto. O padro o seguinte: o beb desenvolve a

    expectativa vaga que se origina em uma necessidade no-

    formulada. A me, em se adaptando, apresenta um objeto

    ou um manejo corporal que satisfaz as necessidades do

    beb, de modo que o beb comea a se sentir confiante

    em ser capaz de criar objetos e criar o mundo real. A me

    proporciona ao beb um breve perodo em que a

    onipotncia um fato da experincia. Deve-se ressaltar

    que, ao me referir ao incio das relaes objetais, no

    estou me referindo s satisfaes e frustraes do id.

    (Winnicott, 1962b, p. 60)

    Segundo Elsa Dias, a apresentao objetal pertence, por parte da me, a

    apresentao de objetos (object-presenting). (Dias, 1999, p. 291).

    2 - Holding (sustentao)

    Estamos falando segundo (Dias, 1999) no ato de segurar, como forma de

    integrao no espao e no tempo. Ou seja, como a me sustenta o beb em seu colo,

    dando a ele uma experincia fsica e ao mesmo tempo uma vivncia simblica, fazendo-

    o sentir-se amado e desejado como filho. A funo do holding fsica e emocional ao

    mesmo tempo, e determinar a formao do verdadeiro ou falso self.

    Funciona como um ego-auxiliar para Winnicott, protege o beb contra a afronta

    fisiolgica, levando em considerao sua sensibilidade cutnea, auditiva e visual bem

    como sua sensibilidade a quedas e sua ignorncia a realidade externa. Quando esta

    sustentao a qual a me exerce atravs dos cuidados bsicos for bem sucedida haver

    para o beb uma segurana fsica e psquica que apoiar seu desenvolvimento, porm

    quando esta falha, a ameaa se instaura na experincia subjetiva do beb obstruindo

    seu desenvolvimento. No que se refere ao psicolgico do beb, este suporte est

    relacionado a fornecer apoio egico antes da integrao do ego se estabelecer.

    Segue na literalidade uma descrio do holding segundo Winnicott:

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 29

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    - protege da agresso fisiolgica;

    - leva em conta a sensibilidade cutnea do lactente tato,

    temperatura, sensibilidade auditiva, sensibilidade visual,

    sensibilidade queda (ao da gravidade) e a falta de

    conhecimento do lactente da existncia de qualquer coisa

    que no seja ele mesmo;

    - inclui a rotina completa de cuidado dia e noite e segue

    tambm as mudanas instantneas do dia-a-dia que

    fazem parte do crescimento e do desenvolvimento do

    lactente, tanto fsico como psicolgico. (Winnicott, 1983,

    p.48).

    3 Handling (manejo)

    o processo de Personalizao, atravs da unio entre a vida psquica e o corpo

    do beb. Para (Dias, 1999, p. 291), o alojamento da psique no corpo facilitado pelo

    manejo. a experincia de entrar em contato com as diversas partes do corpo atravs

    das mos cuidadosas da me.

    Com isso estamos falando do trato, cuidado e manipulao com o beb, isso inclui

    a troca de roupas, banho, etc. Com isso a me proporciona o bem-estar fsico do beb

    que aos poucos sente a experincia de vivncia dentro de um corpo prprio.

    Estas so as trs funes da me suficientemente boa, da qual iremos falar

    abaixo, tais funes facilitam o desenvolvimento do processo de maturao, cujas

    tarefas esto ligadas:

    - Relao objetal (apresentao dos objetos): Refere-se ao estabelecimento da

    relao do beb com a realidade externa;

    - Integrao (holding): Capacidade de beb em vivenciar a integrao do self

    como uma unidade, ou seja, de se sentir nico;

    - Personalizao (handling): Esta diz respeito ao processo de localizao da psique

    no corpo.

    Self Verdadeiro e Falso Self

    Quando pensamos em Self, em primeiro lugar importante defini-lo enquanto

    conceito. Entende-se por self aquilo que define o ser humano em sua individualidade e

    subjetividade, ou seja, em sua essncia.

    Winnicott foi um dos psicanalistas ingleses que utilizaram o termo para designar a

    pessoa enquanto lugar de atividade psquica, para eles o self um produto de processos

    dinmicos com o intuito de garantir a unidade e a totalidade do sujeito.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 30

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Segundo Winnicott, o self, apoiado pelo meio ambiente, constitudo por vrias

    partes que se unem no decorrer do processo de maturao, o qual encontrar sua

    totalidade em si mesmo, para ele ento, o self no se trata do ego e sim da pessoa, do

    eu.

    Essa totalidade se d a partir de um ambiente suficientemente bom, ambiente

    este que ir possibilitar o desenvolvimento de potencialidade de um self rudimentar j

    existente desde o nascimento, mesmo que de forma extremamente frgil.

    Nascemos como um conjunto desorganizado de pulses, instintos, capacidades

    perceptivas e motoras que vo se integrando conforme o desenvolvimento vai

    progredindo, at alcanar uma imagem unificada de si e do mundo externo. (Bleichmar e

    Bleichmar, 1992).

    O ego do recm-nascido frgil, se a me falha em sua funo materna no

    conseguindo ter capacidade para entender e satisfazer as necessidades do beb, alm de

    proteg-lo, este sente como se sua continuidade existencial, estivesse ameaada, com

    isso ir procurar construir sua prpria proteo uma casaca, e a substituir pela ameaa.

    Com isso, ao se adaptar s exigncias do ambiente, constri-se assim um falso self, um

    self artificial, vindo da submisso s presses de uma me que falhou em suas funes.

    Temos neste caso a me insuficientemente boa.

    J no verdadeiro self a me aceita os gestos espontneos de seu beb. Segundo

    Winnicott, a me suficientemente boa aquela que d sentido, que responde a

    onipotncia de seu beb. atravs da fora da me ao cumprir as expresses da

    onipotncia do beb que o verdadeiro self adquire vida.

    Esta me suficientemente boa aquela que pode corresponder aos cuidados de

    seu beb, possibilitando a ele experimentar um sentimento de continuidade da vida.

    Resumindo, segundo Bleichmar & Bleichmar (1992), Winnicott ir definir o

    verdadeiro self, como aquele que provm da relao com a me suficientemente boa,

    um ncleo que se formar com os instintos, energias pulsionais, e capacidades percepto-

    cognitivas de forma organizada no beb. Porm se a relao do beb com a me no

    realizar-se como suficientemente boa surgir uma casca de proteo ao meio

    externo, que originar da relao angustiante e no provedora da sustentao

    necessria ao ego frgil infantil, ser ento constitudo o falso self.

    Quando o falso self se desenvolve as custas do verdadeiro self, pode surgir uma

    relao que ir desde sensaes subjetivas de vazio, futilidade e irrealidade at

    tendncias anti-sociais, psicopatia, caracteropatias e psicoses.

    Objeto transicional

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 31

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Continua...

    Erik Erikson

    Erikson (1902-1994) nasceu em Frankfurt na Alemanha, seus pais eram

    dinamarqueses e a famlia de sua me era judia. Fez sua formao psicanaltica em

    Viena, onde se submeteu a uma anlise didtica com Anna Freud. No perodo da

    Segunda Guerra Mundial, exilou-se nos Estados Unidos, onde se dedicou anlise de

    crianas e adolescentes, (Hall, Lindzey e Campbell, 2008).

    Segundo (Hall, Lindzey e Campbell, 2008), existem dois aspectos muito

    significativos a cerca das contribuies de Erikson: teoria psicossocial do

    desenvolvimento, de onde surge uma concepo ampliada do ego, e os estudos psico-

    histricos, estes exemplificam sua teoria psicossocial nas vidas de indivduos famosos.

    Na teoria psicossocial do desenvolvimento existem oito estgios que avanam pelo

    desenvolvimento, os quatro primeiros ocorrem durantes o perodo de beb e da infncia

    e os quatro ltimos tem incio da adolescncia at a velhice. Existe uma ateno especial

    de Erikson com a adolescncia, pois segundo ele, trata-se do perodo de transio da

    infncia para a idade adulta. A identidade e as crises e confuso de identidade,

    (conceitos mais conhecidos de Erikson), que ocorrem nesse perodo, so de grande

    importncia para a personalidade adulta. No existe uma sequncia cronolgica rgida,

    pois para Erikson, cada criana tem seu prprio ritmo cronolgico no sendo possvel

    especificar a durao exata para cada estgio. Se contar que cada estgio contribui para

    a formao da personalidade como um todo e no simplesmente atravessado e

    deixado para trs, (Hall, Lindzey e Campbell, 2008).

    Abaixo destacamos um grfico no qual descritos um resumo dos oito estgios.

    Segundo (Hall, Lindzey e Campbell, 2008) o grfico descreve as caractersticas e

    consequncias mais importantes de cada estgio, (Schultz; Schultz, 2011) vem nos dizer

    que estes quatro estgios iniciais fazem referncia s fases oral, anal, flica e de latncia

    de Freud, para este autor, a principal diferena entre as teorias se remete ao fato de que

    Erikson d nfase a correlatos psicossociais, j Freud se concentrava nos fatores

    biolgicos.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 32

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    (Schultz; Schultz, 2011) ainda afirma que para Erikson, o processo de evoluo

    era regido pelo que ele chamava de princpio epigentico da maturao, para ele, as

    foras herdadas so caractersticas determinantes de fatores genticos.

    Resumo dos oito estgios.

    A seguir vamos detalhar cada um dos oito estgios.

    Confiana bsica x desconfiana bsica

    Continua...

    Teorias e tcnicas psicoterpicas

    Segundo Cordioli (2008) podemos entender a psicoterapia como um mtodo de

    tratamento primariamente interpessoal, no qual se usando meios psicolgicos como a

    comunicao verbal e a relao teraputica, um profissional treinado realiza uma srie

    de intervenes com o propsito de influenciar um cliente ou paciente, auxiliando-o a

    modificar problemas de natureza emocional, cognitiva e comportamental. Assim, a

    psicoterapia envolve uma interao face a face e se distingue de outras modalidades de

    tratamento pelo fato de ser muito mais uma atividade colaborativa entre o paciente e o

    terapeuta do que uma ao unilateral, exercida por algum sobre outra pessoa.

    em relao aos seus objetivos e mtodos que as psicoterapias se distinguem,

    bem como quanto frequncia das sesses, tempo de durao, treinamento exigidos

    dos terapeutas e s condies pessoais que cada mtodo exigem. O autor afirma

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 33

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    tambm que o termo psicoterapias abrange desde as psicoterapias breves de apoio at

    formas mais complexas como a psicanlise ou a terapia de orientao analtica. Todas

    elas utilizam a comunicao verbal no contexto de uma relao interpessoal, porm

    divergem no que se refere explicao que oferecem para as mudanas que almejam

    obter com seus pacientes. Para as psicoterapias psicodinmicas, o insight considerado

    o principal ingrediente psicoteraputico; para as terapias comportamentais, so as novas

    aprendizagens; para as terapias cognitivas a correo de pensamentos ou as crenas

    disfuncionais; para as terapias familiares, a mudana de fatores ambientais ou

    sistmicos; e, para as terapias de grupo, o uso de fatores grupais. (Cordioli, p. 21,

    2008).

    Dentro da psicoterapia, so muitas as modalidades que fundamentam a teoria

    psicanaltica, como: a psicanlise, a psicoterapia de base analtica, a psicoterapia de

    apoio, a psicoterapia breve, a psicoterapia breve dinmica, a terapia de grupo e a

    terapia familiar. A psicoterapia psicodinmica, dependendo de cada situao especfica

    ou mesmo de cada paciente, frequentemente referida como psicoterapia expressiva-

    suportiva. Expressiva quando seu objetivo a anlise das defesas, transferncia,

    obteno de insight sobre conflitos inconscientes e suportiva quando se prope a

    fortalecer as defesas e a suprimir os conflitos inconscientes, Cordioli (2008).

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 34

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Cordioli (2008, apud, Frank 1973) declara que as psicoterapias tm alguns

    elementos em comum, mesmo diante de sua pluralidade de modelos e concepes, tais

    componentes so:

    A psicoterapia ocorre no contexto de uma relao de confiana emocionalmente

    carregada em relao ao terapeuta;

    A psicoterapia ocorre em um contexto teraputico aonde o paciente cr que o

    terapeuta ir ajuda-lo e confia que esse objetivo ser alcanado;

    Existe um racional, um mito ou um esquema conceitual que prov uma explicao

    plausvel para o desconforto e um procedimento ou ritual para ajudar o paciente a

    resolv-lo.

    Cordioli (2008) ainda destaca que alguns modelos de terapia vm ao longo do

    tempo se consolidando apesar das grandes dificuldades e confuso, so eles:

    deve estar embasado em uma teoria abrangente, que oferea uma explicao

    coerente (um racional) sobre a origem, a manuteno dos sintomas e a forma de

    elimin-los;

    Continua...

    Psicoterapia familiar e de casal

    em um contexto de insatisfao de muitos clnicos com a lenta evoluo de seus

    pacientes tratados individualmente e tambm da frustrao com os progresso da terapia

    que acabavam sendo neutralizados por outros membros da famlia que surge a terapia

    familiar, Cordioli (2008).

    Ao pensar a famlia a partir da Teoria Geral dos Sistemas, importante destacar

    que em uma dada famlia o comportamento de cada componente interdependente do

    comportamento relacional dos outros membros, e que as particularidades que podemos

    ver em cada um dos membros de uma famlia, se somadas no bastam para explicar a

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 35

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    totalidade do comportamento de outros membros da famlia. Quando nos deparamos

    com uma famlia, essa no se constitui na soma de comportamentos individuais, e sim,

    um complexo de interaes de um componente em relao ao outro, Cerveny (1994).

    A partir da percepo de que grande parte dos conflitos trazidos pelos pacientes

    tem origem nas relaes familiares que se desenvolve a Terapia Sistmica. Para que

    pudesse permitir uma abordagem inter-relacional, ela ampliou o foco psicanaltico, este

    essencialmente intrapsquico. Assim ela se beneficiou da Teoria Geral dos

    Sistemas apontando caractersticas comuns a todos os sistemas vivos e propiciando uma

    viso do mundo como um conjunto de sistemas interdependentes. Esta percepo alm

    de expandir a nossa forma de pensar vem alterar tambm os nossos valores. Com isso,

    como sistema ao mesmo tempo autnomo e interconectado, ns influenciamos e somos

    influenciados, e somos, portanto tambm responsveis para com o funcionamento dos

    sistemas nos quais estamos inseridos. (Ludovico, Isabelle. Terapia Familiar Sistmica,

    Em Acesso

    em 21/09/2014).

    Segundo Falceto; Cordioli, (2008) a famlia se desenvolve e se transforma com o

    tempo, podendo ser considerada um sistema vivo, semi-aberto, no de outras famlias

    no como ramificao, mas como constituio de novas famlias.

    A famlia quando entendida a partir da perspectiva de um sistema, passa a ser

    capaz de desenvolver padres e modelos prprios de expresses sociais e afirma que em

    nosso encontro com a famlia, ainda nos damos conta de que cada membro atribui para

    si prprio um significado para suas interaes e possui um modo singular de transmiti-lo

    no meio familiar. Esse modo singular est de acordo com o aprendido no contexto

    familiar, Cerveny (1994).

    Assim a famlia pode ser entendida no s como um sistema, mas tambm como

    um sistema de interaes. Ao nos referimos a um padro relacional, importante falar

    do conjunto de comportamentos e comunicaes de um membro do sistema familiar

    como um todo. Tudo o que acontece no seio da famlia e aquilo que venha a ser

    expresso atravs de seus componentes, resultado desta realidade inter-relacional. Os

    membros da famlia podem ser organizados em subsistemas. Juntos os membros

    constituem-se no ncleo familiar, sem perder as caractersticas do todo.

    Cada famlia possui organizao e estrutura particular. Segundo Calil (1987) essa

    organizao ir se alterar, de acordo com a maneira em que os membros interagem

    entre si e com os sistemas perifricos.

    Continua...

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 36

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Tcnicas de observao e entrevista

    No incio do sculo XIX, quando havia o predomnio do modelo mdico a entrevista

    psicolgica sofreu algumas modificaes. Naquela poca, Kraepelin usava a entrevista

    com o objetivo de detalhar o comportamento do paciente, e, assim, poder identificar as

    sndromes e as doenas especficas que as classificavam segundo a nosografia vigente.

    Nesse perodo tambm, Meyer, psiquiatra americano, se interessava pelo enfoque

    psicobiolgico (aspectos biolgicos, histricos, psicolgicos e sociais) do entrevistado. A

    partir de Hartman e Anna Freud o interesse da entrevista se deslocou para as defesas do

    paciente. Ou seja, a psicanlise teve sua influncia na investigao dos processos

    psicolgicos, sem enfatizar o aspecto diagnstico, antes valorizado.

    Nos anos cinquenta, Deutsch e Murphy apresentaram sua tcnica denominada Anlise

    Associativa no qual o que era considerado importante, era registrar no somente o que

    o paciente dizia, mas, tambm, em fornecer informaes sobre o mesmo. Desse modo,

    desviou-se o foco sobre o comportamento psicopatolgico para o comportamento

    dinmico. Sullivan ainda nesta dcada concebeu a entrevista como um fenmeno

    sociolgico, uma dade de interferncia mtua.

    Aps este perodo, a entrevista e o Aconselhamento Psicolgicos se deixaram

    influenciar, entre outros, por Carl Rogers, cuja abordagem consiste em centrar no

    paciente. Ou seja, em procurar compreender, de acordo com o seu referencial,

    significados e componentes emocionais, tendo como base a sua aceitao incondicional

    por parte do entrevistador.

    Segundo Bleger (2011) a entrevista um instrumento fundamental do mtodo

    Clnico, se trata de uma tcnica de investigao cientfica em psicologia. Assim, tem seus

    prprios procedimentos ou regras empricas se ampliando se verificando e tambm, se

    aplicando o conhecimento cientfico. essa tcnica (que o ponto de interao entre a

    cincia e as necessidades prticas) que identifica ou faz coexistir no psiclogo as funes

    de investigador e profissional.

    Est relacionada a um instrumento muito difundido e com isso devemos delimitar

    o seu alcance, tanto como o enquadramento da presente exposio. Pode ter em seus

    mltiplos usos (como no caso do jornalista, chefe de empresa, diretor de escola,

    professor, juiz etc.) uma grande variedade de objetivos. Entendida como aquela na qual

    se buscam objetivos psicolgicos como a investigao, diagnstico, terapia, e outras, a

    entrevista psicolgica que ser nosso objeto de estudo nesse momento, Bleger (2011).

    Tanto para desenvolver o estudo da entrevista psicolgica quanto para assinalar

    algumas das regras prticas que possibilitam seu emprego eficaz e correto, nosso

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 37

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    objetivo fica limitado tal estudo, pois em todas elas intervm inevitavelmente em fatores

    ou dinamismos psicolgicos.

    Segundo Bleger (2011) ao considerarmos a entrevista psicolgica como tcnica,

    podemos incluir dois aspectos, como sugere a figura abaixo.

    Diante disso, a entrevista psicolgica alm de ser o instrumento fundamental de

    trabalho do psiclogo, tambm tem o mesmo significado para outros profissionais como

    o psiquiatra, assistente social, socilogo, e outros. A entrevista pode ser de dois tipos:

    Continua...

    Psicodiagnstico

    Ao falarmos a cerca da Avaliao psicolgica e psicodiagnstico, precisamos antes

    de tudo, nos atualizar com as resolues e leis que envolvem a nossa categoria e so

    informaes importantes que todo bom psiclogo deve ter conhecimento:

    "A avaliao psicolgica uma funo privativa do

    psiclogo, em que se faz presente a utilizao de

    mtodos e tcnicas psicolgicas com os seguintes

    objetivos: diagnstico psicolgico; orientao e seleo

    profissional; orientao psicopedaggica; deteco e

    problemas de ajustamento (Lei N. 4.119 de 27/08/62).

    Houve, um crescimento significativo da prtica da avaliao psicolgica em

    diversos campos como, por exemplo, nos concursos pblicos e na obteno da Carteira

    Nacional de Habilitao, o que se fez necessria criao da Resoluo CFP n

    002/2003, em que se criou a Comisso Consultiva em Avaliao Psicolgica, formada por

    especialistas (pesquisadores e conselheiros com experincia e produo cientfica na

    rea). Tal comisso foi incumbida de analisar e emitir pareceres sobre os testes

    psicolgicos encaminhados ao CFP, com base nos parmetros definidos na resoluo.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 38

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Alm disso, em 2003 o CFP criou tambm o Sistema de Avaliao dos Testes

    Psicolgicos (Satepsi) (http://www2.pol.org.br/satepsi/), com a finalidade de divulgar

    informaes a respeito dos testes favorveis e desfavorveis s aplicaes, bem como

    orientaes de como proceder.

    Nesse caso, verifica-se se esses instrumentos se enquadram no conceito de teste

    psicolgico descrito no pargrafo nico do artigo 1 da Resoluo CFP n 002/2003: Art.

    1 Os Testes Psicolgicos so instrumentos de avaliao ou mensurao de

    caractersticas psicolgicas, constituindo-se um mtodo ou uma tcnica de uso privativo

    do psiclogo, em decorrncia do que dispe o 1 do Art. 13 da Lei n 4.119/62.

    Pargrafo nico. Para efeito do disposto no caput deste artigo, os testes psicolgicos so

    procedimentos sistemticos de observao e registro de amostras de comportamentos e

    respostas de indivduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar caractersticas e

    processos psicolgicos, compreendidos tradicionalmente nas reas emoo/afeto,

    cognio/inteligncia, motivao, personalidade, psicomotricidade, ateno, memria,

    percepo, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expresso, segundo padres

    definidos pela construo dos instrumentos.

    A avaliao psicolgica entendida como o processo tcnico-cientfico de coleta

    de dados, estudos e interpretao de informaes a respeito dos fenmenos

    psicolgicos, que so resultantes da relao do indivduo com a sociedade, utilizando-se,

    para tanto, de estratgias psicolgicas mtodos, tcnicas e instrumentos. Os

    resultados das avaliaes devem considerar e analisar os condicionantes histricos e

    sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos

    para atuar no somente sobre o indivduo, mas na modificao desses condicionantes

    que operam desde a formulao da demanda at a concluso do processo de avaliao

    psicolgica. (Resoluo CFP n 007/2003).

    Ainda segundo a Resoluo CFP n 07 de 2003, o processo de avaliao

    psicolgica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questes de ordem

    psicolgica) tm determinaes histricas, sociais, econmicas e polticas, sendo as

    mesmas, elementos constitutivos no processo de subjetivao.

    Considerando a Resoluo CFP n 03 de 2007, em que caracteriza as atribuies

    do psiclogo, descreve que:

    Diagnstico Psicolgico o processo por meio do qual, por intermdio de

    Mtodos e Tcnicas Psicolgicas, se analisa e se estuda o comportamento de pessoas, de

    grupos, de instituies e de comunidades, na sua estrutura e no seu funcionamento,

    identificando-se as variveis nele envolvidas.

  • w w w . c o n c u r s o p s i c o l o g i a . c o m . b r

    Pgina 39

    Enquanto houver vontade de lutar

    haver esperana de vencer. Agostinho

    Mtodo conjunto sistemtico de procedimentos orientados para fins de

    produo ou aplicao de conhecimentos.

    Tcnica entende-se como toda atividade especfica, coerente com